SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 9
Descargar para leer sin conexión
Concep~ões de leitura e suas
eeA • •
consequenclas no ensino
Ezequiel Theodoro da Silva"
Resumo: Apresenta-se as concepções de leitura comumente encontra-
das junto a professores de ensino fundamental, destacando as suas
relações com as atividades de ensino. Critica-se as concepções redu-
toras de leitura e, em contrapartida, delineia-se uma concepção de
cunho interacionista que pode orientar de forma mais objetiva e coeren-
te o trabalho escolar nessa área.
Palavras-chaves: leitura, ensino, conceituação.
Abstract: This work presents different definitions of the reading process
as usually adopted by primary school teachers, emphasizing their
relationships with teaching activities. Partial definitions of reading are
analyzed and a new conception based on interacionism is outlined
which may objectively guide schoolwork in the reading field.
Key words: reading, instruction, reading definitions
As relações entre o pensamento e a ação ou entre a teoria e a prática
são complexas, colocando-se como objetos de reflexão de pensadores de
diferentes procedências científicas. Do muito que já se falou sobre essas
relações, parece não haver muita dúvida sobre a seguinte afirmação : a
maneira pela qual uma pessoa pensa um detenninado processo (ler, es-
crever, participar, comunicar-se com, ensinar, aprender, trabalhar, etc.)
influencia diretamente as suas formas de agir quando esse processo for
acionado na prática, em situações concretas de vida.
As minhas experiências de trabalho junto aos professores brasilei-
ros, principalmente os de 10 grau, permitiram constituir um acervo de
concepções de leitura, que apontam para as fonuas de pensar o "ler" e
que orientam a docência nas diferentes séries escolares. Mais especifica-
mente, fazendo aos professores a pergunta "O que é leitura ?", consegui
. Professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Facuidade de Edu-
cação - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
PERSPECTIVA. Florianópolis, v.17, n. 31, p. 11 - 19, jan./jun. 1999
12· Ezequiel Theodoro da Silva
arrolar e explicitar um conjunto de concepções que são mais freqüentes
ou recorrentes e que irrefutavelmente serve como leme para a condução
das atividades de leitura em sala de aula.
A presente reflexão recupera, analisa e avalia as concepções IUaiS
comuns entre os professores com quem trabalhei nestes últimos 25 anos,
mostrando as suas limitações em termos de estruturação de práticas de
leitura. Outrossim, como uma contribuição adicional, pretendo descrever
um modelo interacionista do processo de leitura, mostrando aspectos mais
densos - e luuitas vezes desconsiderados - que são ativados no momento
enl que wn sujeito interage com um texto no intuito de produzir sentidos.
Concepções redutoras de leitura
Apresento, nesta parte, as definições redutoras de leitura, confor-
me emitidas pelos professores de 10 grau. Por '''redutora'' quero dizer
"simplista", ou seja, que despreza elementos fundamentais da leitura,
diminuindo a sua complexidade processual. A origem histórica do
simplismo teórico em educação e no ensino da língua portuguesa não será
aqui analisado, mas arrisco a hipótese de que o seu enraizamento e a sua
pennanência na organização escolar decorrem da própria estagnação do-
cente e das condições objetivas para a convivência com tex.'Íos dentro
dessa organização. Em outros termos, a pobreza material do contexto
escolar no que se refere à ambientação para as práticas de leitura é direta-
mente proporcional ao emprobrecimento de pensamento daqueles que
têm por responsabilidade planejar e orientar essas práticas.
Ler é traduzir aescrita em fala
Os adeptos desta concepção reduzem a leitura à ação de oralízar o
texto por parte do leitor. Em outros termos, ler éler voz alta, obedecen-
do as regras de entoação das frases, apresentando boa postura expressi-
va, formando unidades frasais entre os enunciados orais, obedecendo as
pausas de pontuação, etc. Como a atenção docente se volta para a
eloquência ou expressividade verbal, os aspectos de compreensão das
idéias evocadas pelo texto podem se perder dentro do formalismo do
encaminhamento metodológico. Daí o surgimento, na escola, do leitor
"papagaio" ou "vitrola", que é sem dúvida capaz de transformar os sím-
Concep~ões de leitura esuas conseqüências no ensino • 13
bolos escritos em símbolos orais, mas sem nenhuma preparação para
compreender as idéias referenciadas pelos textos.
ler é decodificar menusens
A comparação dos componentes do processo de leitura (autor/texto/
leitor) com os de um canal de comunicação (emissor/mensagem/receptor
ou destinatário) é extrenlamente problemática à medida em que indica
Ulna passividade do leitor no que se refere à produção de sentidos. Se tal
comparação for levada ao extrelno, poderá parecer que cabe a esse lei-
tor-destinatário "receber" a mensagem sem muito empenho ou esforço
ou, o que é bem pior, sem demonstrar propósitos, posicionamentos, sen-
tiInentos, atitudes, etc. Daí, muitas vezes, o total desprezo dos docentes
pelo repertório prévio e interesses dos estudantes, o que coloca estes
leitores na condição de entidades vazias - de conhecimentos e sentimen-
tos - a quem cabe somente decodificar e "engolir" as mensagens dos
múltiplos textos estudados.
ler é dar respostas asinais gráficos
Esta concepção está intimamente relacionada à ossatura teórica das
teorias de aprendizagenl do associacionismo ou behaviorismo em psico-
logia. O chanlado esquema S (estímulo) - R (resposta), oriUlldo dos ex-
perinlentos pavlovianos com animais em situação de laboratório, ainda
encontra vasta consagração no meio escolar deste país. Neste caso, o
texto é o estímulo e a leitura, a resposta. Caso o leitor "acerte" a resposta
prevista ou pré-determinada pelo professor (geralmente em azul no ma-
nual do professor), então esse aluno será '''reforçado''~ caso ele erre a
resposta prevista, será "punido". Despreza-se aqui quaisquer possibilida-
des de um mesmo texto permitir diferentes interpretações ou sentidos,
mesmo porque uma resposta protocolar, firmada pelo professor, é privi-
legiada no intuito de permitir correção e controle.
ler é extrair aidéia central
Esta concepção alça o leitor ao papel de um saca-rolhas ou de um
detetor que deve localizar no "complicado mapa" onde está localizada a
parte essencial do texto. Em verdade, a idéia de "extrair" faz parecer
que existe um trecho que deve ser mais importante do que os outros e
14 • Ezequiel Theodoro da Silva
que, por isso mesmo, o estudante deve retirá-lo - se possível ipsis
litteris - para atender ao propósito ditado pelo professor. O fato é que
são muitos e múltiplos os tipos de organização textual e nem sempre a
idéia principal aparece tão nitidamente colocada numa região especifica
do texto; por vezes, é necessário aglutinar várias partes no sentido de
constituir um sentido mais geral para um documento escrito.
ler éseguir os passos da liqio do livro didático
Com a utilização inocente de livros didáticos, os professores criam
um tipo de concepção que nada mais édo que uma fotografia padronizada
da seqüência dos exercícios contidos na lição. De fato, uma observação
mais atenciosa vai mostrar que, na maioria dos casos, a lição de leitura é
estruturada a partir dos seguinte: (1) leitura do texto (silenciosamente e/ou
em voz alta), (2) sublinhamento de palavras desconhecidas, (3) verificação
do vocabulário, (4) questionário de compreensão/interpretação, (5) gramá-
tica e (6) redação. Essa seqüência padrão, utilizada redundantemente no
contexto escolar, acaba por produzir uma idéia completamente distorcida e
errônea do processo de leitura, fazendo com que leitor em formação pense
que ler é "oralizar o texto, fazer vocabulário, responder perguntas, apren-
der gramática e depois redigir", invariavelmente!
ler éapreciar os clássico!
Não querendo desmerecer os clássicos ou diminuir-lhes o valor~ re-
duzir as diferentes competências de um leitor somente à apreciação dos
clássicos da literatura é perder de vista a vasta tipologia de textos que
circulam no mundo contemporâneo. O leitor maduro e crítico é aquele
que convive com diferentes tipos de textos, inclusive com os de literatura,
estabelecendo os propósitos pertinentes para as suas práticas de
interlocução. Não há leitor de um texto só e não há leitor de apenas um
tipo de texto!
Se tomarmos como objetiva a afirmação de que agimos conforme
pensamos, ou então, que praticamos ações conforme as nossas imagens
pré-configuradas dos processos, contidas no nosso imaginário, percebe-
mos que estas concepções parciais do processo de leitura podem levar a
resultados altamente nefastos para a educação escolarizada dos leitores.
Concepções de leitura esuas conseqüências no ensino • 15
De fato, o apego a uma ou mais dessas concepções pelo coletivo escolar
pode produzir leitores "mancos" mesmo porque estarão praticando a
leitura, ao longo do seu período de formação, a partir de paradigmas
teóricos simplistas, que não levam em conta as nlúltiplas facetas e a es-
sência do ato de ler.
Uma concepção interacionista de leitura
A discussão e crítica das concepções redutoras de leitura fazem ver a
necessidade de buscar elementos que permitam perceber a sua complexidade
e, ao mesmo tempo, permitam constituir um embasamento mais denso e
abrangente, que possa fundamentar a organização das atividades de ensino.
A intenção de adensamento de uma forma de abordar um processo
(como o de leitura, por exemplo) é de fundamental importância ao pro-
fessor, mesmo porque revela o movimento incessante de sua consciência
em direção aos resultados alcançados pela pesquisa na área e, mais do
que isso, ao seu compromisso com o próprio avanço do conhecimento.
Isto posto, gostaria de apresentar alguns aspectos que, no meu pon-
to de vista, podem sensibilizar as retinas dos professores para a questão
do "mistério" da leitura e a ';~alquinlia" subjacente ao processo de forma-
ção de leitores. Utilizo esses dois termos para mostrar que, apesar dos
avanços da ciência, ainda existem questões a serem elucidadas pelos pes-
quisadores~ além disso, nunca é demais lembrar que a leitura é um prática
social e histórica, sofrendo, por isso mesmo, transformações com o pas-
sar dos tenlpos. Hoje, por exemplo, a leitura de textos virtuais, dispostos
na telas dos computadores, impõe novas reflexões e desafios ao ensino-
aprendizagem da leitura.
Um início instigante:
"Na casa do Padre Perry, o único lugar ocupado era o das
estantes de livros. Gradativamente cheguei a compreender
que as marcas sobre as páginas eram palavras na armadi-
lha. Qualquer um podia decifrar os símbolos e soltar as
palavras aprisionadas, ( ..) A tinta de impressão enjaulava
os pensamentos; eles não podiam fugir, assim como um
animal não pode fugir da armadilha. Quando me dei conta
16 • Ezequiel Theodoro da Silva
do que isto realmente significava, assaltou-me a mesma sen-
sação e o mesmo espanto que tive quando vi pela primeira
vez as luzes brilhantes da cidade do Cairo. Estremeci, com
a intensidade de meu desejo de aprender a fazer eu mesmo
aquela coisa maravilhosa." (grifas meus)1
A linguagem verbal escritaaprisiona as palavras, enjaula os pensa-
mentos, e cabe à leitura soltá-los da armadilha... Esta metáfora do pro-
cesso de comunicação escrita, além de belíssima, sinaliza arelação que
se estabelece entre o leitor e otexto, gerando uma '~coisa maravilhosa"
que deve ser aprendida de lnodo a produzir "espantos".
Ler é sempre uma prática social de interação com signos,
permitindo a produção de sentido(s) através da compreensão-in-
terpretação desses signos. Vale a pena esmiuçar esta concepção no
intuito de fazer ver um pouco a sua densidade conceitual e, mais do
que isso, a sua diferença em relação às definições redutoras, descri-
tas anteriormente.
Ler é interagir
Significa que o leitor, através do seu repertório prévio de experiênci-
as (conceituais, lingüísticas, afetivas, atitudinais, etc.), dialoga com um
tecido verbal, que, articulando idéias dentro de uma organização específi-
ca, possibilita a produção ideacional de determinados referenciais de rea-
lidade. Ao longo dessa interação, o sujeito recria esses referenciais pela
dinamização do seu repertório. Nestes termos, o texto age sobre o leitor
e, retrodinamicamente, o leitor age sobre o texto.
Ler éproduzir sentido(s)
A riqueza maior de um texto reside na sua capacidade de evocar
múltiplos sentidos entre os leitores. Além disso, mesmo que um texto
estabeleça limites aos processos de interpretação, quando ele inicia a
sua circulação em sociedade, não existe forma de prever que sentido(s)
ele terá. Assim, cabe aqui o entendimento de que repertórios diferen-
tes produzirão diferentes sentidos ao texto, a menos que, confornle
muitàs vezes ocorre na escola, um único significado protocolar seja o
privilegiado para efeito de reprodução e avaliação.
Concep~ões de leitura esuas conseqüências no ensino • 17
Ler écompreender einterpretar
Toda leitura envolve um projeto de compreensão e um processo de
interpretação. De fato, o projeto coloca no horizonte um propósito para
o adentramento na leitura, mantendo a dinâmica em tennos de espaço e
tempo (Leio sempre com uma determinada finalidade, mesmo que seja
para passar o tempo). Outrossim, o processo de interpretação demarca a
abordagem do texto pelo leitor de modo que a compreensão vá se consti-
tuindo ao longo da leitura em si (Leio sempre a partir das lentes
paradigmáticas ou teóricas que foram sedimentadas no meu repertório).
Implicações para oensino
É claro que coloco-me numa posição decididamente contrária às con-
cepções redutoras de leitura dentro do nosso sistema educacional. Isto
porque, se radicalmente assumidas, essas concepções podem agir em senti-
do oposto ao objetivo maior da escola, que é o de produzir leitores que a
nossa sociedade necessita. E no meu modo de entender, a sociedade brasi-
leira não está solicitando o leitor ingênuo e reprodutor de significados, mas
sim cidadãos leitores que produzam novos sentidos para a vida social atra-
vés da criatividade, do posicionamento crítico e da cidadania.
A nludança de mentalidade ou das formas de pensar não é uma
tarefa das mais fáceis, nlas, por professar a esperança, acredito que todos
os seres humanos têm condições de superar visões e comportamentos
não-condizentes com o momento histórico. Venho repetindo que a falta
de condições de trabalho tem levado os professores brasileiros ao mundo
da alienação, quando não do próprio desespero no que se refere às res-
ponsabilidades de um magistério de qualidade.
Unla mudança de perspectiva sobre as concepções prevalecentes de
leitura é urgente, mas deve ser acompanhada de uma série de ações da
organização escolar como um todo, entre as quais a discussão coletiva
sobre a pronloção da leitura a partir do projeto pedagógico da escola e da
estruturação ou melhoria do acervo da biblioteca. Além disso, uma refle-
xão sobre o currículo de leitura ao longo das diferentes séries também se
faz necessária para evitar redundâncias e permitir o planejamento de uma
seqüência lnais pedagógica - e menos inlprovisada - das competências
de leitura a serem praticadas junto aos grupos de estudantes ao longo das
séries de 10 e 20graus.
18 • Ezequiel Theodoro da Silva
Atualmente, com a explosão das infonnaçães e da mídia, a leitu-
ra da linguagem verbal é uma competência de fundamental importân-
cia para a sobrevivência do cidadão. E a escola é o principal reduto
onde as novas gerações podem conseguir o devido preparo para a
compreensão dos vários tipos de organização textual, que compõem o
mundo da escrita. Além disso, diante das velozes transformações do
cotidiano (hoje mundializado), os professores têm que superar o papel
de repassador ou transmissor de informações para, através da pesqui-
sa e do estudo constante (eis novamente aqui a leitura exercendo o
seu papel), colocar-se em outro patamar de condutas pedagógicas.
Uma apreciação carinhosa do poema abaixo pode contribuir nessa
busca que nunca termina...
A PALAVRA MÁGICA
Carlos Drummond de Andrade
Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-Ia ?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-Ia.
Vou procurá-Ia a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se niío a encontro,
niío desanimo,
procuro sempre.
Procuro sempre, e a minha procura
ficará sendo
a minha palavra.2
Notas
1. MCLUHAN, Marshall. O Meio é a Mensagem. São Paulo, Pers-
pectiva, 1981, p. 278.
2. ANDRADE, Carlos Drummond de. A Palavra Mágica. Poesia.
SeleçãoLuzia de Maria. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 113.
Concepções de leitura esuas conseqüências no ensino • 19
Referências bibliográficas
CHARTIER, Roger. A Aventura do Livro. Do Leitor ao Navegador.
Tradução Reginaldo de Moraes. São Paulo: Fundação Editora da
UNESP, 1998.
FRAISSE, Emmanuel, POMPOUGNAC, Jean-Claude & POULAIN,
Martine. Representações e Imagens da Leitura. Tradução Osvaldo
Biato. São Paulo: Ática, 1997.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura e Realidade Brasileira. 5 ed.
Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997.
_ _ o Elementos de Pedagogia da Leitura. (38
ed.) São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
_ _ o O Ato de Ler. Fundamentos Psicológicos para uma Nova Peda-
gogia da Leitura. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Saeb lingua portuguesa
Saeb lingua portuguesaSaeb lingua portuguesa
Saeb lingua portuguesa
weleslima
 
Diferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opinião
Diferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opiniãoDiferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opinião
Diferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opinião
Elaine Maia
 

La actualidad más candente (20)

Leitura e produção textual
Leitura e produção textualLeitura e produção textual
Leitura e produção textual
 
Clubes juvenis revisao 5
Clubes juvenis revisao 5Clubes juvenis revisao 5
Clubes juvenis revisao 5
 
Incentivo a leitura
Incentivo a leituraIncentivo a leitura
Incentivo a leitura
 
BNCC na prática
BNCC na práticaBNCC na prática
BNCC na prática
 
Oficina formação de leitores
Oficina formação de leitoresOficina formação de leitores
Oficina formação de leitores
 
Leitura pelo professor
Leitura pelo professorLeitura pelo professor
Leitura pelo professor
 
Oficina de Descritores para professores.pptx
Oficina de Descritores para professores.pptxOficina de Descritores para professores.pptx
Oficina de Descritores para professores.pptx
 
O processo de alfabetização
O processo de alfabetizaçãoO processo de alfabetização
O processo de alfabetização
 
Plano De IntervençãO PedagóGica[Sre]
Plano De IntervençãO PedagóGica[Sre]Plano De IntervençãO PedagóGica[Sre]
Plano De IntervençãO PedagóGica[Sre]
 
Plano de Aula
Plano de AulaPlano de Aula
Plano de Aula
 
Pré-Projeto de Pesquisa
Pré-Projeto de PesquisaPré-Projeto de Pesquisa
Pré-Projeto de Pesquisa
 
Compreensão e Interpretação de Textos
Compreensão e Interpretação de Textos Compreensão e Interpretação de Textos
Compreensão e Interpretação de Textos
 
Planejamento Educacional
Planejamento EducacionalPlanejamento Educacional
Planejamento Educacional
 
Saeb lingua portuguesa
Saeb lingua portuguesaSaeb lingua portuguesa
Saeb lingua portuguesa
 
Oficina de descritores português 9º ano
Oficina de descritores português 9º anoOficina de descritores português 9º ano
Oficina de descritores português 9º ano
 
Plano de curso 9 ano
Plano de curso 9 anoPlano de curso 9 ano
Plano de curso 9 ano
 
Resenha crítica
Resenha crítica Resenha crítica
Resenha crítica
 
AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA
AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTAAULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA
AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA
 
Diferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opinião
Diferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opiniãoDiferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opinião
Diferenças entre texto dissertativo argumentativo e artigo de opinião
 
Resenha Crítica - Aula
Resenha Crítica - AulaResenha Crítica - Aula
Resenha Crítica - Aula
 

Destacado

O Coordenador PedagóGico E A GestãO Da Escola
O Coordenador PedagóGico E A GestãO Da EscolaO Coordenador PedagóGico E A GestãO Da Escola
O Coordenador PedagóGico E A GestãO Da Escola
rosalamana
 
Coordenação Pedagogica
Coordenação PedagogicaCoordenação Pedagogica
Coordenação Pedagogica
serradourado
 
Currículo palestra unicentro
Currículo   palestra unicentroCurrículo   palestra unicentro
Currículo palestra unicentro
Elia Rejany
 
Acompanhamento pedagogico
Acompanhamento pedagogicoAcompanhamento pedagogico
Acompanhamento pedagogico
TecaAdri
 
Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]
Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]
Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]
guest3da0fb
 

Destacado (20)

Estrategias de leitura 2
Estrategias de leitura 2Estrategias de leitura 2
Estrategias de leitura 2
 
O Coordenador PedagóGico E A GestãO Da Escola
O Coordenador PedagóGico E A GestãO Da EscolaO Coordenador PedagóGico E A GestãO Da Escola
O Coordenador PedagóGico E A GestãO Da Escola
 
Concepções de leitura e implicações pedagógicas
Concepções de leitura e implicações pedagógicasConcepções de leitura e implicações pedagógicas
Concepções de leitura e implicações pedagógicas
 
Aula sobre leitura
Aula sobre leituraAula sobre leitura
Aula sobre leitura
 
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
 
Coordenação Pedagogica
Coordenação PedagogicaCoordenação Pedagogica
Coordenação Pedagogica
 
Fundamentação teorica sobre leitura
Fundamentação teorica sobre leituraFundamentação teorica sobre leitura
Fundamentação teorica sobre leitura
 
Currículo palestra unicentro
Currículo   palestra unicentroCurrículo   palestra unicentro
Currículo palestra unicentro
 
Rosani e neusa
Rosani e neusaRosani e neusa
Rosani e neusa
 
Plano de ensino
Plano de ensinoPlano de ensino
Plano de ensino
 
Acompanhamento pedagogico
Acompanhamento pedagogicoAcompanhamento pedagogico
Acompanhamento pedagogico
 
Apresentação Preparatório OTP
Apresentação Preparatório  OTPApresentação Preparatório  OTP
Apresentação Preparatório OTP
 
COORDENADOR PEDAGÓGICO - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
COORDENADOR PEDAGÓGICO - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOSCOORDENADOR PEDAGÓGICO - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
COORDENADOR PEDAGÓGICO - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
 
Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]
Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]
Mecanismos E PráTicas De GestãO DemocráTica[1]
 
Leitura e produção de texto - 1º Bimestre
Leitura e produção de texto - 1º BimestreLeitura e produção de texto - 1º Bimestre
Leitura e produção de texto - 1º Bimestre
 
GESTÃO DEMOCRÁTICA: UMA VISÃO DESCENTRALIZADA DA ESCOLA
GESTÃO DEMOCRÁTICA: UMA VISÃO DESCENTRALIZADA DA ESCOLAGESTÃO DEMOCRÁTICA: UMA VISÃO DESCENTRALIZADA DA ESCOLA
GESTÃO DEMOCRÁTICA: UMA VISÃO DESCENTRALIZADA DA ESCOLA
 
Gestão democrática
Gestão democráticaGestão democrática
Gestão democrática
 
Gestão Democrática
Gestão DemocráticaGestão Democrática
Gestão Democrática
 
Fundamentos de gestão de pessoas (dia 1)
Fundamentos de gestão de pessoas (dia 1)Fundamentos de gestão de pessoas (dia 1)
Fundamentos de gestão de pessoas (dia 1)
 
ConstruçãO Ppp[1]
ConstruçãO Ppp[1]ConstruçãO Ppp[1]
ConstruçãO Ppp[1]
 

Similar a Concepções de leitura

3 ª ReplicaçãO Leitura
3 ª ReplicaçãO    Leitura3 ª ReplicaçãO    Leitura
3 ª ReplicaçãO Leitura
maxteles2004
 
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivista
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivistaAprender a ler e a escrever uma proposta construtivista
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivista
Deusrieta M1)
 
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso TuzzinTrês de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
CursoTICs
 
Vygotsky imcompleto
Vygotsky imcompletoVygotsky imcompleto
Vygotsky imcompleto
Adail Silva
 
O que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdf
O que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdfO que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdf
O que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdf
Cássia Souza
 
Caderno aprendizagem da_leitura
Caderno aprendizagem da_leituraCaderno aprendizagem da_leitura
Caderno aprendizagem da_leitura
esquecimento1
 
Explorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.iExplorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.i
Ana Rufino
 
Slides monografia Um (Re)Pensar no Processo de A
Slides  monografia Um (Re)Pensar no Processo de ASlides  monografia Um (Re)Pensar no Processo de A
Slides monografia Um (Re)Pensar no Processo de A
FABIO DE LUCENA MARINHO
 
Projeto de pesquisa
Projeto de pesquisaProjeto de pesquisa
Projeto de pesquisa
viviprof
 

Similar a Concepções de leitura (20)

3 ª ReplicaçãO Leitura
3 ª ReplicaçãO    Leitura3 ª ReplicaçãO    Leitura
3 ª ReplicaçãO Leitura
 
ideias principais das secudnarias.pdf
ideias principais das secudnarias.pdfideias principais das secudnarias.pdf
ideias principais das secudnarias.pdf
 
Situações didáticas
Situações didáticasSituações didáticas
Situações didáticas
 
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivista
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivistaAprender a ler e a escrever uma proposta construtivista
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivista
 
A interpretação de texto como ferramenta de leitura do mundo
A interpretação de texto como ferramenta de leitura do mundoA interpretação de texto como ferramenta de leitura do mundo
A interpretação de texto como ferramenta de leitura do mundo
 
Abordagem educacao
Abordagem educacaoAbordagem educacao
Abordagem educacao
 
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso TuzzinTrês de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
 
Vygotsky imcompleto
Vygotsky imcompletoVygotsky imcompleto
Vygotsky imcompleto
 
O que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdf
O que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdfO que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdf
O que é Leitura e o que faz um Leitor Fluente.pdf
 
Apresentação Bragança Ciclo I
Apresentação Bragança Ciclo IApresentação Bragança Ciclo I
Apresentação Bragança Ciclo I
 
Anateberosky aprenderalereaescrever-3745436254
Anateberosky aprenderalereaescrever-3745436254Anateberosky aprenderalereaescrever-3745436254
Anateberosky aprenderalereaescrever-3745436254
 
Aprender a ler e a escrever - Ana Teberosky
Aprender a ler e a escrever  - Ana TeberoskyAprender a ler e a escrever  - Ana Teberosky
Aprender a ler e a escrever - Ana Teberosky
 
Caderno aprendizagem da_leitura
Caderno aprendizagem da_leituraCaderno aprendizagem da_leitura
Caderno aprendizagem da_leitura
 
Caderno de apoio - Aprendizagem da Leitura e da Escrita
Caderno de apoio - Aprendizagem da Leitura e da EscritaCaderno de apoio - Aprendizagem da Leitura e da Escrita
Caderno de apoio - Aprendizagem da Leitura e da Escrita
 
Caderno_aprendizagem_da_leitura
Caderno_aprendizagem_da_leituraCaderno_aprendizagem_da_leitura
Caderno_aprendizagem_da_leitura
 
Caderno aprendizagem da_leitura
Caderno aprendizagem da_leituraCaderno aprendizagem da_leitura
Caderno aprendizagem da_leitura
 
Artigo rse
Artigo rseArtigo rse
Artigo rse
 
Explorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.iExplorando práticas de leitura na e.i
Explorando práticas de leitura na e.i
 
Slides monografia Um (Re)Pensar no Processo de A
Slides  monografia Um (Re)Pensar no Processo de ASlides  monografia Um (Re)Pensar no Processo de A
Slides monografia Um (Re)Pensar no Processo de A
 
Projeto de pesquisa
Projeto de pesquisaProjeto de pesquisa
Projeto de pesquisa
 

Más de Fabiana Esteves

ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...
ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...
ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...
Fabiana Esteves
 
Literatura na infância caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015
Literatura na infância   caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015Literatura na infância   caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015
Literatura na infância caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015
Fabiana Esteves
 
1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda
1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda
1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda
Fabiana Esteves
 
Planejamento e rotina pnaic 2015
Planejamento e rotina pnaic 2015Planejamento e rotina pnaic 2015
Planejamento e rotina pnaic 2015
Fabiana Esteves
 

Más de Fabiana Esteves (20)

Plano semanal africanidades
Plano semanal africanidadesPlano semanal africanidades
Plano semanal africanidades
 
O que posso fazer para ajudar no processo de aprendizagem do
O que posso fazer para ajudar no processo de aprendizagem doO que posso fazer para ajudar no processo de aprendizagem do
O que posso fazer para ajudar no processo de aprendizagem do
 
Meu aluno do quarto ano não está alfabetizado..docx
Meu aluno do quarto ano não está alfabetizado..docxMeu aluno do quarto ano não está alfabetizado..docx
Meu aluno do quarto ano não está alfabetizado..docx
 
O curriculo no ciclo de alfabetização
O curriculo no ciclo de alfabetizaçãoO curriculo no ciclo de alfabetização
O curriculo no ciclo de alfabetização
 
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015 Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
Encontro Pnaic 17 de outubro 2015
 
Estabelecendo metas e organizando o trabalho
Estabelecendo metas e organizando o trabalhoEstabelecendo metas e organizando o trabalho
Estabelecendo metas e organizando o trabalho
 
2ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
2ª Encontro PNAIC 17 de out 20152ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
2ª Encontro PNAIC 17 de out 2015
 
ENTRE NA RODA - MÓDULO 1
ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1
ENTRE NA RODA - MÓDULO 1
 
ENTRE NA RODA - INTRODUÇÃO
ENTRE NA RODA - INTRODUÇÃOENTRE NA RODA - INTRODUÇÃO
ENTRE NA RODA - INTRODUÇÃO
 
7 plataformas de autopublicação para novos escritores
7 plataformas de autopublicação para novos escritores7 plataformas de autopublicação para novos escritores
7 plataformas de autopublicação para novos escritores
 
Slides bordando leituras
Slides bordando leiturasSlides bordando leituras
Slides bordando leituras
 
Cora Coralina
Cora CoralinaCora Coralina
Cora Coralina
 
Biografia Cora Coralina
Biografia Cora CoralinaBiografia Cora Coralina
Biografia Cora Coralina
 
Sala de leitura e alfabetização: apoio pedagógico?
Sala de leitura e alfabetização: apoio pedagógico?Sala de leitura e alfabetização: apoio pedagógico?
Sala de leitura e alfabetização: apoio pedagógico?
 
Encontro PNAIC 12 de setembro 2015 Fabiana Esteves
Encontro PNAIC 12 de setembro 2015 Fabiana EstevesEncontro PNAIC 12 de setembro 2015 Fabiana Esteves
Encontro PNAIC 12 de setembro 2015 Fabiana Esteves
 
ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...
ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...
ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SE...
 
Literatura na infância caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015
Literatura na infância   caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015Literatura na infância   caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015
Literatura na infância caminhos para conquistar novos leitores - julho 2015
 
1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda
1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda
1ª coletânea de poemas Elisa Lucinda
 
Caminhão Leia Caxias
Caminhão Leia CaxiasCaminhão Leia Caxias
Caminhão Leia Caxias
 
Planejamento e rotina pnaic 2015
Planejamento e rotina pnaic 2015Planejamento e rotina pnaic 2015
Planejamento e rotina pnaic 2015
 

Último

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
lenapinto
 

Último (20)

Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdfAula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxclasse gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 

Concepções de leitura

  • 1. Concep~ões de leitura e suas eeA • • consequenclas no ensino Ezequiel Theodoro da Silva" Resumo: Apresenta-se as concepções de leitura comumente encontra- das junto a professores de ensino fundamental, destacando as suas relações com as atividades de ensino. Critica-se as concepções redu- toras de leitura e, em contrapartida, delineia-se uma concepção de cunho interacionista que pode orientar de forma mais objetiva e coeren- te o trabalho escolar nessa área. Palavras-chaves: leitura, ensino, conceituação. Abstract: This work presents different definitions of the reading process as usually adopted by primary school teachers, emphasizing their relationships with teaching activities. Partial definitions of reading are analyzed and a new conception based on interacionism is outlined which may objectively guide schoolwork in the reading field. Key words: reading, instruction, reading definitions As relações entre o pensamento e a ação ou entre a teoria e a prática são complexas, colocando-se como objetos de reflexão de pensadores de diferentes procedências científicas. Do muito que já se falou sobre essas relações, parece não haver muita dúvida sobre a seguinte afirmação : a maneira pela qual uma pessoa pensa um detenninado processo (ler, es- crever, participar, comunicar-se com, ensinar, aprender, trabalhar, etc.) influencia diretamente as suas formas de agir quando esse processo for acionado na prática, em situações concretas de vida. As minhas experiências de trabalho junto aos professores brasilei- ros, principalmente os de 10 grau, permitiram constituir um acervo de concepções de leitura, que apontam para as fonuas de pensar o "ler" e que orientam a docência nas diferentes séries escolares. Mais especifica- mente, fazendo aos professores a pergunta "O que é leitura ?", consegui . Professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Facuidade de Edu- cação - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. PERSPECTIVA. Florianópolis, v.17, n. 31, p. 11 - 19, jan./jun. 1999
  • 2. 12· Ezequiel Theodoro da Silva arrolar e explicitar um conjunto de concepções que são mais freqüentes ou recorrentes e que irrefutavelmente serve como leme para a condução das atividades de leitura em sala de aula. A presente reflexão recupera, analisa e avalia as concepções IUaiS comuns entre os professores com quem trabalhei nestes últimos 25 anos, mostrando as suas limitações em termos de estruturação de práticas de leitura. Outrossim, como uma contribuição adicional, pretendo descrever um modelo interacionista do processo de leitura, mostrando aspectos mais densos - e luuitas vezes desconsiderados - que são ativados no momento enl que wn sujeito interage com um texto no intuito de produzir sentidos. Concepções redutoras de leitura Apresento, nesta parte, as definições redutoras de leitura, confor- me emitidas pelos professores de 10 grau. Por '''redutora'' quero dizer "simplista", ou seja, que despreza elementos fundamentais da leitura, diminuindo a sua complexidade processual. A origem histórica do simplismo teórico em educação e no ensino da língua portuguesa não será aqui analisado, mas arrisco a hipótese de que o seu enraizamento e a sua pennanência na organização escolar decorrem da própria estagnação do- cente e das condições objetivas para a convivência com tex.'Íos dentro dessa organização. Em outros termos, a pobreza material do contexto escolar no que se refere à ambientação para as práticas de leitura é direta- mente proporcional ao emprobrecimento de pensamento daqueles que têm por responsabilidade planejar e orientar essas práticas. Ler é traduzir aescrita em fala Os adeptos desta concepção reduzem a leitura à ação de oralízar o texto por parte do leitor. Em outros termos, ler éler voz alta, obedecen- do as regras de entoação das frases, apresentando boa postura expressi- va, formando unidades frasais entre os enunciados orais, obedecendo as pausas de pontuação, etc. Como a atenção docente se volta para a eloquência ou expressividade verbal, os aspectos de compreensão das idéias evocadas pelo texto podem se perder dentro do formalismo do encaminhamento metodológico. Daí o surgimento, na escola, do leitor "papagaio" ou "vitrola", que é sem dúvida capaz de transformar os sím-
  • 3. Concep~ões de leitura esuas conseqüências no ensino • 13 bolos escritos em símbolos orais, mas sem nenhuma preparação para compreender as idéias referenciadas pelos textos. ler é decodificar menusens A comparação dos componentes do processo de leitura (autor/texto/ leitor) com os de um canal de comunicação (emissor/mensagem/receptor ou destinatário) é extrenlamente problemática à medida em que indica Ulna passividade do leitor no que se refere à produção de sentidos. Se tal comparação for levada ao extrelno, poderá parecer que cabe a esse lei- tor-destinatário "receber" a mensagem sem muito empenho ou esforço ou, o que é bem pior, sem demonstrar propósitos, posicionamentos, sen- tiInentos, atitudes, etc. Daí, muitas vezes, o total desprezo dos docentes pelo repertório prévio e interesses dos estudantes, o que coloca estes leitores na condição de entidades vazias - de conhecimentos e sentimen- tos - a quem cabe somente decodificar e "engolir" as mensagens dos múltiplos textos estudados. ler é dar respostas asinais gráficos Esta concepção está intimamente relacionada à ossatura teórica das teorias de aprendizagenl do associacionismo ou behaviorismo em psico- logia. O chanlado esquema S (estímulo) - R (resposta), oriUlldo dos ex- perinlentos pavlovianos com animais em situação de laboratório, ainda encontra vasta consagração no meio escolar deste país. Neste caso, o texto é o estímulo e a leitura, a resposta. Caso o leitor "acerte" a resposta prevista ou pré-determinada pelo professor (geralmente em azul no ma- nual do professor), então esse aluno será '''reforçado''~ caso ele erre a resposta prevista, será "punido". Despreza-se aqui quaisquer possibilida- des de um mesmo texto permitir diferentes interpretações ou sentidos, mesmo porque uma resposta protocolar, firmada pelo professor, é privi- legiada no intuito de permitir correção e controle. ler é extrair aidéia central Esta concepção alça o leitor ao papel de um saca-rolhas ou de um detetor que deve localizar no "complicado mapa" onde está localizada a parte essencial do texto. Em verdade, a idéia de "extrair" faz parecer que existe um trecho que deve ser mais importante do que os outros e
  • 4. 14 • Ezequiel Theodoro da Silva que, por isso mesmo, o estudante deve retirá-lo - se possível ipsis litteris - para atender ao propósito ditado pelo professor. O fato é que são muitos e múltiplos os tipos de organização textual e nem sempre a idéia principal aparece tão nitidamente colocada numa região especifica do texto; por vezes, é necessário aglutinar várias partes no sentido de constituir um sentido mais geral para um documento escrito. ler éseguir os passos da liqio do livro didático Com a utilização inocente de livros didáticos, os professores criam um tipo de concepção que nada mais édo que uma fotografia padronizada da seqüência dos exercícios contidos na lição. De fato, uma observação mais atenciosa vai mostrar que, na maioria dos casos, a lição de leitura é estruturada a partir dos seguinte: (1) leitura do texto (silenciosamente e/ou em voz alta), (2) sublinhamento de palavras desconhecidas, (3) verificação do vocabulário, (4) questionário de compreensão/interpretação, (5) gramá- tica e (6) redação. Essa seqüência padrão, utilizada redundantemente no contexto escolar, acaba por produzir uma idéia completamente distorcida e errônea do processo de leitura, fazendo com que leitor em formação pense que ler é "oralizar o texto, fazer vocabulário, responder perguntas, apren- der gramática e depois redigir", invariavelmente! ler éapreciar os clássico! Não querendo desmerecer os clássicos ou diminuir-lhes o valor~ re- duzir as diferentes competências de um leitor somente à apreciação dos clássicos da literatura é perder de vista a vasta tipologia de textos que circulam no mundo contemporâneo. O leitor maduro e crítico é aquele que convive com diferentes tipos de textos, inclusive com os de literatura, estabelecendo os propósitos pertinentes para as suas práticas de interlocução. Não há leitor de um texto só e não há leitor de apenas um tipo de texto! Se tomarmos como objetiva a afirmação de que agimos conforme pensamos, ou então, que praticamos ações conforme as nossas imagens pré-configuradas dos processos, contidas no nosso imaginário, percebe- mos que estas concepções parciais do processo de leitura podem levar a resultados altamente nefastos para a educação escolarizada dos leitores.
  • 5. Concepções de leitura esuas conseqüências no ensino • 15 De fato, o apego a uma ou mais dessas concepções pelo coletivo escolar pode produzir leitores "mancos" mesmo porque estarão praticando a leitura, ao longo do seu período de formação, a partir de paradigmas teóricos simplistas, que não levam em conta as nlúltiplas facetas e a es- sência do ato de ler. Uma concepção interacionista de leitura A discussão e crítica das concepções redutoras de leitura fazem ver a necessidade de buscar elementos que permitam perceber a sua complexidade e, ao mesmo tempo, permitam constituir um embasamento mais denso e abrangente, que possa fundamentar a organização das atividades de ensino. A intenção de adensamento de uma forma de abordar um processo (como o de leitura, por exemplo) é de fundamental importância ao pro- fessor, mesmo porque revela o movimento incessante de sua consciência em direção aos resultados alcançados pela pesquisa na área e, mais do que isso, ao seu compromisso com o próprio avanço do conhecimento. Isto posto, gostaria de apresentar alguns aspectos que, no meu pon- to de vista, podem sensibilizar as retinas dos professores para a questão do "mistério" da leitura e a ';~alquinlia" subjacente ao processo de forma- ção de leitores. Utilizo esses dois termos para mostrar que, apesar dos avanços da ciência, ainda existem questões a serem elucidadas pelos pes- quisadores~ além disso, nunca é demais lembrar que a leitura é um prática social e histórica, sofrendo, por isso mesmo, transformações com o pas- sar dos tenlpos. Hoje, por exemplo, a leitura de textos virtuais, dispostos na telas dos computadores, impõe novas reflexões e desafios ao ensino- aprendizagem da leitura. Um início instigante: "Na casa do Padre Perry, o único lugar ocupado era o das estantes de livros. Gradativamente cheguei a compreender que as marcas sobre as páginas eram palavras na armadi- lha. Qualquer um podia decifrar os símbolos e soltar as palavras aprisionadas, ( ..) A tinta de impressão enjaulava os pensamentos; eles não podiam fugir, assim como um animal não pode fugir da armadilha. Quando me dei conta
  • 6. 16 • Ezequiel Theodoro da Silva do que isto realmente significava, assaltou-me a mesma sen- sação e o mesmo espanto que tive quando vi pela primeira vez as luzes brilhantes da cidade do Cairo. Estremeci, com a intensidade de meu desejo de aprender a fazer eu mesmo aquela coisa maravilhosa." (grifas meus)1 A linguagem verbal escritaaprisiona as palavras, enjaula os pensa- mentos, e cabe à leitura soltá-los da armadilha... Esta metáfora do pro- cesso de comunicação escrita, além de belíssima, sinaliza arelação que se estabelece entre o leitor e otexto, gerando uma '~coisa maravilhosa" que deve ser aprendida de lnodo a produzir "espantos". Ler é sempre uma prática social de interação com signos, permitindo a produção de sentido(s) através da compreensão-in- terpretação desses signos. Vale a pena esmiuçar esta concepção no intuito de fazer ver um pouco a sua densidade conceitual e, mais do que isso, a sua diferença em relação às definições redutoras, descri- tas anteriormente. Ler é interagir Significa que o leitor, através do seu repertório prévio de experiênci- as (conceituais, lingüísticas, afetivas, atitudinais, etc.), dialoga com um tecido verbal, que, articulando idéias dentro de uma organização específi- ca, possibilita a produção ideacional de determinados referenciais de rea- lidade. Ao longo dessa interação, o sujeito recria esses referenciais pela dinamização do seu repertório. Nestes termos, o texto age sobre o leitor e, retrodinamicamente, o leitor age sobre o texto. Ler éproduzir sentido(s) A riqueza maior de um texto reside na sua capacidade de evocar múltiplos sentidos entre os leitores. Além disso, mesmo que um texto estabeleça limites aos processos de interpretação, quando ele inicia a sua circulação em sociedade, não existe forma de prever que sentido(s) ele terá. Assim, cabe aqui o entendimento de que repertórios diferen- tes produzirão diferentes sentidos ao texto, a menos que, confornle muitàs vezes ocorre na escola, um único significado protocolar seja o privilegiado para efeito de reprodução e avaliação.
  • 7. Concep~ões de leitura esuas conseqüências no ensino • 17 Ler écompreender einterpretar Toda leitura envolve um projeto de compreensão e um processo de interpretação. De fato, o projeto coloca no horizonte um propósito para o adentramento na leitura, mantendo a dinâmica em tennos de espaço e tempo (Leio sempre com uma determinada finalidade, mesmo que seja para passar o tempo). Outrossim, o processo de interpretação demarca a abordagem do texto pelo leitor de modo que a compreensão vá se consti- tuindo ao longo da leitura em si (Leio sempre a partir das lentes paradigmáticas ou teóricas que foram sedimentadas no meu repertório). Implicações para oensino É claro que coloco-me numa posição decididamente contrária às con- cepções redutoras de leitura dentro do nosso sistema educacional. Isto porque, se radicalmente assumidas, essas concepções podem agir em senti- do oposto ao objetivo maior da escola, que é o de produzir leitores que a nossa sociedade necessita. E no meu modo de entender, a sociedade brasi- leira não está solicitando o leitor ingênuo e reprodutor de significados, mas sim cidadãos leitores que produzam novos sentidos para a vida social atra- vés da criatividade, do posicionamento crítico e da cidadania. A nludança de mentalidade ou das formas de pensar não é uma tarefa das mais fáceis, nlas, por professar a esperança, acredito que todos os seres humanos têm condições de superar visões e comportamentos não-condizentes com o momento histórico. Venho repetindo que a falta de condições de trabalho tem levado os professores brasileiros ao mundo da alienação, quando não do próprio desespero no que se refere às res- ponsabilidades de um magistério de qualidade. Unla mudança de perspectiva sobre as concepções prevalecentes de leitura é urgente, mas deve ser acompanhada de uma série de ações da organização escolar como um todo, entre as quais a discussão coletiva sobre a pronloção da leitura a partir do projeto pedagógico da escola e da estruturação ou melhoria do acervo da biblioteca. Além disso, uma refle- xão sobre o currículo de leitura ao longo das diferentes séries também se faz necessária para evitar redundâncias e permitir o planejamento de uma seqüência lnais pedagógica - e menos inlprovisada - das competências de leitura a serem praticadas junto aos grupos de estudantes ao longo das séries de 10 e 20graus.
  • 8. 18 • Ezequiel Theodoro da Silva Atualmente, com a explosão das infonnaçães e da mídia, a leitu- ra da linguagem verbal é uma competência de fundamental importân- cia para a sobrevivência do cidadão. E a escola é o principal reduto onde as novas gerações podem conseguir o devido preparo para a compreensão dos vários tipos de organização textual, que compõem o mundo da escrita. Além disso, diante das velozes transformações do cotidiano (hoje mundializado), os professores têm que superar o papel de repassador ou transmissor de informações para, através da pesqui- sa e do estudo constante (eis novamente aqui a leitura exercendo o seu papel), colocar-se em outro patamar de condutas pedagógicas. Uma apreciação carinhosa do poema abaixo pode contribuir nessa busca que nunca termina... A PALAVRA MÁGICA Carlos Drummond de Andrade Certa palavra dorme na sombra de um livro raro. Como desencantá-Ia ? É a senha da vida a senha do mundo. Vou procurá-Ia. Vou procurá-Ia a vida inteira no mundo todo. Se tarda o encontro, se niío a encontro, niío desanimo, procuro sempre. Procuro sempre, e a minha procura ficará sendo a minha palavra.2 Notas 1. MCLUHAN, Marshall. O Meio é a Mensagem. São Paulo, Pers- pectiva, 1981, p. 278. 2. ANDRADE, Carlos Drummond de. A Palavra Mágica. Poesia. SeleçãoLuzia de Maria. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 113.
  • 9. Concepções de leitura esuas conseqüências no ensino • 19 Referências bibliográficas CHARTIER, Roger. A Aventura do Livro. Do Leitor ao Navegador. Tradução Reginaldo de Moraes. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998. FRAISSE, Emmanuel, POMPOUGNAC, Jean-Claude & POULAIN, Martine. Representações e Imagens da Leitura. Tradução Osvaldo Biato. São Paulo: Ática, 1997. SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura e Realidade Brasileira. 5 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997. _ _ o Elementos de Pedagogia da Leitura. (38 ed.) São Paulo: Martins Fontes, 1998. _ _ o O Ato de Ler. Fundamentos Psicológicos para uma Nova Peda- gogia da Leitura. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1997.