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MECANISMOS SISTÊMICOS QUE
ALTERAM A CAPACIDADE FUNCIONAL
NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Universidade do Estado do Pará
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Fisioterapia
Msc. Fábio Falcão
fabiofalcao29@yahoo.com.br
Introdução
Doenças sistema
cardiovascular
(IC/Coronariopatia)
Limitação
funcional
Incapacidade física
p/ AVD e AVP
Alteração QV
Perda m. muscular
(inflamação)
Insuficiência
bomba cardíaca
Estágios avançados IC
Caquexia
↓Sobrevida
5ª Conferência para consenso em caquexia
Presença de doença crônica e a perda de peso corporal > 5% em
período menor do que 12 meses ou IMC < 20Kg/m2, associado a
pelo menos 03 dos seguintes critérios
1. ↓ Força muscular;
2. Fadiga;
3. Anorexia;
4. ↓ índice de massa livre de gordura;
5. Alteração bioquímica como inflamação, anemia ou ↓ albumina.
O que piora a CF
em cardiopatas?
Aspecto nutricional
Anabolismo/catabolismo
Ativação imunológica
Envelhecimento
Intolerância aos esforços na IC
Aspecto nutricional
↓ Ingestão Na+2 → perda do sabor do alimento → ↓ ingestão alimentar;
Depressão devido ao diagnóstico → ↓ ingestão alimentar;
Alterações estruturais do TGI na IC (ex: espessamento da parede
intestinal, ↑colágeno) → má absorção intestinal;
Fármacos p/ tto da IC (ex: digitálicos, diuréticos) → ↓ apetite;
Dispneia resulta na competição do fluxo sanguíneo entre a musculatura
respiratória e o TGI →↓ ingestão alimentar;
Má absorção de proteínas e gorduras;
Alteração na regulação da fome e saciedade no hipotálamo lateral e
medial, respectivamente
Má absorção + anorexia + ↑
expressão de fatores pró-
inflamatórios
Caquexia
* ↓ Massa muscular esquelética
* ↓ massa óssea
* ↓ Tec. adiposo
Piora da capacidade funcional
+ exacerbação dos sintomas
Anabolismo e catabolismo
Ativação imunológica
(↑citocinas pró-inflamatórias
- ILs e TNF-α) + ↑espécies
reativas O2
Estímulo ao
NF-kB
Catabolismo
muscular
* Alt. funcional
Hipermetabolismo basal
* ↑Consumo O2 pelo miocárdio;
* ↑Trabalho resp.
* ↑Ativação simpática.
Maior gasto energético basal
Catabolismo muscular
A diminuição da massa muscular é evidente nos doentes com caquexia
cardíaca e pode ser decorrente de atrofia, apoptose e necrose.
Ativação imunológica
Alterações imunológicas possui um importante papel no desenvolvimento
das limitações da capacidade funcional presentes em pacientes com
cardiopatias estruturais.
TNF-α é produzido também pelo miocárdio e, portanto, as lesões estruturais
do tecido cardíaco levam ao aumento de TNF-α circulante.
Pacientes cardiopatas +
caquexia
↑concentrações
séricas TNF-α
↓
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Limitação
CF
Produção
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Ativação
imune e
neuro-
hormonal
Hipoxemi
a/hipoperf
usão
tecidual
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Sobrecarga
hemodinâ
mica
↑citocinas
Disfunção
endotelial
e apoptose
miócitos
cardíacos
*Desnutrição
* Alt. prot.
musc
contráteis,
proteólise e
atrofia
↓Fluxo
sanguíneo
p/ m.
esquel.
Fenótipo
IC-
caquexia +
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esquelética.
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↓células
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nó sinusal
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condução elétrica e
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sobre o coração e
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↑ espécies reativas O2
• Hipertrofia das céls. Musc. Lisas
• Espessamento arterial
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Hiperatividade simpática associada a disfunção
endotelial prejudica a vasodilatação mediada pelo
exercício limitando a CF em idosos pp nos que possuem
uma doença cardiovascular de base como HAS,
coronariopatias, IC, arritimias, etc.
Menor resposta β
adrenérgica às
catecolaminas
↓ aumento FC e VS
durante o exercício
↓ DC e ↓ D(a-v)O2
(agravado nas dças
cardiovasculares)
↓ VO2
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↓ Força muscular
respiratória
↑FR durante esforço
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nia
↓ diâmetro VA’s,
↓área troca
gasosa e ↓ CVF
↓ Complacência
caixa torácica
Compromete as trocas gasosas,
transporte O2 e C. Funcional
Cardiopatas com dispneia aos mínimos esforços ou
mesmo em repouso, a intolerância ao exercício pode
resultar em hipotrofia muscular adicional por desuso e
comprometer as AVD’s.
A diminuição lenta e progressiva de massa muscular em
idosos portadores de doenças cardiovasculares
(substituída por colágeno e gordura) resulta em
limitação funcional, pp por redução das fibras de
contração rápida (tipo II) devido desnervação
associada à diminuição do nº de u. motoras.
SARCOPENIA
↓ capacidade
aeróbia
↓
capacidade
de gerar
força
↑consumo
O2 pelo
miocárdio
↓ Densidade
óssea
Intolerância aos esforços na IC
O coração do doente com IC é incapaz de bombear o sangue de forma a
satisfazer as necessidades metabólicas do organismo o que conduz a
mecanismos de adaptação para tentar restaurar a capacidade de perfusão.
Uma das principais adaptações é o aumento da atividade simpática que
leva a vasoconstrição periférica e aumento da RVP com consequente
diminuição do fluxo periférico. Tal redução leva a uma maior liberação de
renina, angiotensina II (AT2), vasopressina e aldosterona levando a
retenção hídrica e de sais minerais.
A AT2 atua nos terminais simpáticos, resultando em maior liberação de
catecolaminas, criando então um mecanismo de retroalimentação da
hiperatividade simpática com importantes alterações nos controles
reflexos da circulação e por consequência alterações cardiovasculares.
Mecanismos de
controle da
circulação
alterados
Reflexo
cardiopulmonar
Quimiorreflexo
Ergorreflexo e
controle central
Barorreflexo
arterial
As alterações descritas em indivíduos com IC estão associadas à
intolerância aos esforços refletindo em respostas
hemodinâmicas e ventilatórias exageradas durante o exercício.
↑atividade SNS
Vasoconstrição
e ↑RVP
↑PAS e ↑FC
Predisposição à
arritimias
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ventilatório de
CO2
(VE/VCO2)
Metabolismo
lático
precoce
Intolerância
ao exercício
Pacientes com IC tem resposta ventilatória exagerada durante a
realização de teste cardiopulmonar de exercício.
Os fatores envolvidos na hiperpneia resultam em ativação de
quimiorreceptores centrais e periféricos resultando em hiperpneia e
limitação funcional aos esforços. Ocorre ainda maior sequestro de
sangue para a musculatura respiratória em detrimento da periférica o
que limita ainda amais a atividade física.
Mecanismos
envolvidos na
hiperpneia na IC
Acúmulo precoce
de lactato
sanguíneo
↓ Tampões
químicos
plasmáticos
↓ Eficiência
ventilatória
pulmonar p/
desequilíbrio
V/Q
↓ perfusão dos
mm esqueléticos
em exercício
devido resposta
inadequada do
DC
Pacientes com IC e caquéticos apresentam aumento na quantidade de
catecolaminas, cortisol e aldosterona no sangue quando comparados a
indivíduos com IC e sem caquexia e/ou saudáveis o que sugere que a
ativação neuro-humoral sistêmica participa do surgimento da caquexia.
Maiores taxas de AT2, aldosterona e catecolaminas podem produzir a
ativação de células inflamatórias e o aumento da produção de citocinas.
A hiperativação simpática promove vasoconstrição e diminuição da
perfusão intestinal aumentando a síntese de TNF-α o que compromete
ainda mais a musculatura periférica do indivíduo com IC.
Conclusão
Fatores como a hiperatividade simpática, a disfunção endotelial e outros
comentados nessa presente discussão podem levar indivíduos cardiopatas
a não conseguir realizar exercícios físicos com consequente inatividade,
hipotrofia severa, disfunção mitocondrial e ainda maior limitação
funcional.
A incapacidade da bomba cardíaca resulta em hipoperfusão dos músculos
com menor oferta de O2 aos tecidos, piora da remoção de metabólitos,
favorecimento do metabolismo anaeróbico, acúmulo de ácido lático e
limitação funcional.

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  • 1. MECANISMOS SISTÊMICOS QUE ALTERAM A CAPACIDADE FUNCIONAL NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES Universidade do Estado do Pará Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Fisioterapia Msc. Fábio Falcão fabiofalcao29@yahoo.com.br
  • 3. Doenças sistema cardiovascular (IC/Coronariopatia) Limitação funcional Incapacidade física p/ AVD e AVP Alteração QV Perda m. muscular (inflamação) Insuficiência bomba cardíaca
  • 5. 5ª Conferência para consenso em caquexia Presença de doença crônica e a perda de peso corporal > 5% em período menor do que 12 meses ou IMC < 20Kg/m2, associado a pelo menos 03 dos seguintes critérios 1. ↓ Força muscular; 2. Fadiga; 3. Anorexia; 4. ↓ índice de massa livre de gordura; 5. Alteração bioquímica como inflamação, anemia ou ↓ albumina.
  • 6. O que piora a CF em cardiopatas? Aspecto nutricional Anabolismo/catabolismo Ativação imunológica Envelhecimento Intolerância aos esforços na IC
  • 8. ↓ Ingestão Na+2 → perda do sabor do alimento → ↓ ingestão alimentar; Depressão devido ao diagnóstico → ↓ ingestão alimentar; Alterações estruturais do TGI na IC (ex: espessamento da parede intestinal, ↑colágeno) → má absorção intestinal; Fármacos p/ tto da IC (ex: digitálicos, diuréticos) → ↓ apetite; Dispneia resulta na competição do fluxo sanguíneo entre a musculatura respiratória e o TGI →↓ ingestão alimentar; Má absorção de proteínas e gorduras; Alteração na regulação da fome e saciedade no hipotálamo lateral e medial, respectivamente
  • 9. Má absorção + anorexia + ↑ expressão de fatores pró- inflamatórios Caquexia * ↓ Massa muscular esquelética * ↓ massa óssea * ↓ Tec. adiposo Piora da capacidade funcional + exacerbação dos sintomas
  • 11. Ativação imunológica (↑citocinas pró-inflamatórias - ILs e TNF-α) + ↑espécies reativas O2 Estímulo ao NF-kB Catabolismo muscular * Alt. funcional
  • 12. Hipermetabolismo basal * ↑Consumo O2 pelo miocárdio; * ↑Trabalho resp. * ↑Ativação simpática. Maior gasto energético basal Catabolismo muscular
  • 13. A diminuição da massa muscular é evidente nos doentes com caquexia cardíaca e pode ser decorrente de atrofia, apoptose e necrose.
  • 15. Alterações imunológicas possui um importante papel no desenvolvimento das limitações da capacidade funcional presentes em pacientes com cardiopatias estruturais. TNF-α é produzido também pelo miocárdio e, portanto, as lesões estruturais do tecido cardíaco levam ao aumento de TNF-α circulante.
  • 16. Pacientes cardiopatas + caquexia ↑concentrações séricas TNF-α ↓ IL-1,2 e 6 Limitação CF
  • 17.
  • 19. ↑citocinas Disfunção endotelial e apoptose miócitos cardíacos *Desnutrição * Alt. prot. musc contráteis, proteólise e atrofia ↓Fluxo sanguíneo p/ m. esquel. Fenótipo IC- caquexia + alt. m. esquelética.
  • 21. ↓células autoexcitáveis nó sinusal Fibrose no sistema condução elétrica e tecido cardíaco Calcificação anel mitral, válvula aórtica e septo interv.
  • 22. ↑RVP ↑PAS + Hipertrofia ventricular + alt. barorreceptores * Hiper/hipotensão; * Síncope; * Intolerância ortostática; * Outros Enrijecimento/espessamento - perda tec. elástico, ↑Ca+2 e ↑tec. Conjuntivo. Piora complacência arterial
  • 23. ↑Ativação simpática sobre o coração e musculatura ↑ espécies reativas O2 • Hipertrofia das céls. Musc. Lisas • Espessamento arterial • Disfunção endotelial
  • 24. Hiperatividade simpática associada a disfunção endotelial prejudica a vasodilatação mediada pelo exercício limitando a CF em idosos pp nos que possuem uma doença cardiovascular de base como HAS, coronariopatias, IC, arritimias, etc.
  • 25. Menor resposta β adrenérgica às catecolaminas ↓ aumento FC e VS durante o exercício ↓ DC e ↓ D(a-v)O2 (agravado nas dças cardiovasculares) ↓ VO2 ↓ CF
  • 26. Prejuízo no recuo elástico dos pulmões ↓ Força muscular respiratória ↑FR durante esforço e ↓ sensibilidade à hipoxemia/hipercap nia ↓ diâmetro VA’s, ↓área troca gasosa e ↓ CVF ↓ Complacência caixa torácica Compromete as trocas gasosas, transporte O2 e C. Funcional
  • 27. Cardiopatas com dispneia aos mínimos esforços ou mesmo em repouso, a intolerância ao exercício pode resultar em hipotrofia muscular adicional por desuso e comprometer as AVD’s.
  • 28. A diminuição lenta e progressiva de massa muscular em idosos portadores de doenças cardiovasculares (substituída por colágeno e gordura) resulta em limitação funcional, pp por redução das fibras de contração rápida (tipo II) devido desnervação associada à diminuição do nº de u. motoras.
  • 31. O coração do doente com IC é incapaz de bombear o sangue de forma a satisfazer as necessidades metabólicas do organismo o que conduz a mecanismos de adaptação para tentar restaurar a capacidade de perfusão. Uma das principais adaptações é o aumento da atividade simpática que leva a vasoconstrição periférica e aumento da RVP com consequente diminuição do fluxo periférico. Tal redução leva a uma maior liberação de renina, angiotensina II (AT2), vasopressina e aldosterona levando a retenção hídrica e de sais minerais. A AT2 atua nos terminais simpáticos, resultando em maior liberação de catecolaminas, criando então um mecanismo de retroalimentação da hiperatividade simpática com importantes alterações nos controles reflexos da circulação e por consequência alterações cardiovasculares.
  • 33. As alterações descritas em indivíduos com IC estão associadas à intolerância aos esforços refletindo em respostas hemodinâmicas e ventilatórias exageradas durante o exercício.
  • 34. ↑atividade SNS Vasoconstrição e ↑RVP ↑PAS e ↑FC Predisposição à arritimias
  • 36. Pacientes com IC tem resposta ventilatória exagerada durante a realização de teste cardiopulmonar de exercício. Os fatores envolvidos na hiperpneia resultam em ativação de quimiorreceptores centrais e periféricos resultando em hiperpneia e limitação funcional aos esforços. Ocorre ainda maior sequestro de sangue para a musculatura respiratória em detrimento da periférica o que limita ainda amais a atividade física.
  • 37. Mecanismos envolvidos na hiperpneia na IC Acúmulo precoce de lactato sanguíneo ↓ Tampões químicos plasmáticos ↓ Eficiência ventilatória pulmonar p/ desequilíbrio V/Q ↓ perfusão dos mm esqueléticos em exercício devido resposta inadequada do DC
  • 38. Pacientes com IC e caquéticos apresentam aumento na quantidade de catecolaminas, cortisol e aldosterona no sangue quando comparados a indivíduos com IC e sem caquexia e/ou saudáveis o que sugere que a ativação neuro-humoral sistêmica participa do surgimento da caquexia. Maiores taxas de AT2, aldosterona e catecolaminas podem produzir a ativação de células inflamatórias e o aumento da produção de citocinas. A hiperativação simpática promove vasoconstrição e diminuição da perfusão intestinal aumentando a síntese de TNF-α o que compromete ainda mais a musculatura periférica do indivíduo com IC.
  • 39.
  • 41. Fatores como a hiperatividade simpática, a disfunção endotelial e outros comentados nessa presente discussão podem levar indivíduos cardiopatas a não conseguir realizar exercícios físicos com consequente inatividade, hipotrofia severa, disfunção mitocondrial e ainda maior limitação funcional. A incapacidade da bomba cardíaca resulta em hipoperfusão dos músculos com menor oferta de O2 aos tecidos, piora da remoção de metabólitos, favorecimento do metabolismo anaeróbico, acúmulo de ácido lático e limitação funcional.