Este documento descreve a experiência de estágio de uma estudante de licenciatura em ciências biológicas. Ela realizou estágio de observação e regência em um colégio estadual em reforma, onde observou aulas e ministrou aulas de biologia. O documento relata os desafios encontrados no colégio em reforma e as lições aprendidas durante a experiência de estágio.
1. Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Departamento de Ciências Exatas e da Terra-DCET
Colegiado de Biologia
Licenciatura em Ciências Biológicas
Discente: Paula Gabriele Trindade Freitas
Estágio Supervisionado II
Portfólio realizado com uma turma de Ensino Médio do
Colégio Estadual de Feira de Santana - Bahia feito por
Paula Gabriele Trindade Freitas graduanda do curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade do
Estado da Bahia – UNEB, Campus II
Alagoinhas, 14 de fevereiro de 2011
2. Diário de Bordo 2
Oi amigo navegador! Olha eu aqui novamente,
e mais uma vez vim te convidar para mais uma
das minhas aventuras. Quer descobrir qual é
essa?!
Então siga em frente…
3. Ficha Técnica…
Oi mais uma vez! Eu sou Paula Gabriele Trindade
Freitas, estudante do curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas da Universidade do Estado da
Bahia – Campus II, Alagoinhas. E como estudante
de um curso de Licenciatura, venho através deste
Portfólio comentar um pouco sobre a experiência
vivenciada por mim mais uma vez, ao realizar um
Estágio, agora não mais de observação e sim de
Regência, em um Colégio do Ensino Médio como
parte das atividades da componente curricular
Estágio Supervisionado II, do oitavo semestre,
ministrada pela Professora Orientadora Cláudia
Regina Teixeira de Souza.
4. ….
O objetivo da atividade foi observar, analisar e reger
as aulas de Biologia. A Regência foi feita em uma
turma vespertina do Ensino Médio no Colégio
Estadual de Feira de Santna – Bahia.
A observação e a regência durante o Estágio criou um
campo de aproximação maior do cotidiano de um
ambiente escolar, permitindo vivências, experiências
e implicações que eu na qualidade de futura
professora de Biologia também estarei presente,
sendo assim, o estágio de regência é de fundamental
importância, ajudando na formação da identidade
profissional.
5. ...Mensagem ao navegador…
Ensinar é deixar um sinal positivo na vida das
pessoas.
“O professor tem esse poder nas mãos.”
Ensinar exige disciplina Intelectual !!!
Equipe Pedagógica : Rômulo Castello
6. Caro navegador, é com grande prazer que convido
você a viver junto comigo essa aventura mais
uma vez… E como toda aventura, as surpresas
são fundamentais! Aposto que você é curioso e
quer descobrir que surpresas são essas. Então
vamos nessa! Espero que goste..
Boa leitura!
7. ...O Estágio é…
Um momento na formação em que o graduando
pode vivenciar experiências, conhecendo melhor
sua área de atuação. De acordo com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
9.394/96) o Estágio de Licenciatura, é
necessário à formação profissional a fim de
adequar essa formação às expectativas do
mercado de trabalho onde o licenciado irá
atuar. É muito importante na formação de
educadores, sendo um eixo central na formação
dos mesmos, pois somente através do estágio o
profissional poderá conhecer os aspectos
indispensáveis para a formação da construção
da identidade do professor e dos saberes do dia-
a-dia.
8. Somente na prática o estagiário será capaz de
observar e identificar os problemas, e aprender
a resolvê-los por meio de questionamentos e
exemplos de atitude coerente. Assim, o estágio
é a forma de passar pela transformação aluno-
professor. Saber a vivência docente é
fundamental para os discentes do curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas, pois
esclarece algumas questões relevantes ao dia a
dia dos professores em sala de aula.
9. ...e escrevendo mais um pouco…
O meu Estágio foi dividido em duas etapas,
sendo a primeira de observação e a segunda de
regência. A primeira etapa teve início no dia
14/09/2010 e fim no dia 01/10/2010,
totalizando um número de seis aulas
observadas. A segunda etapa, teve início no dia
19/10/2010 e fim no dia 14/12/2010, sendo
cinco semanas de aulas ministradas e uma
semana de prova.
10. A metodologia aplicada à proposta do meu estágio
foi desenvolvida a partir da elaboração de
planos semanais contendo seqüencias didáticas
que buscou potencializar as relações interativas
em sala de aula e acompanhadas de proposta de
avaliações que fossem viáveis a realidade dos
estudantes. Além disso, houve a interação
Professor – Aluno, abrindo-se discussões em
sala, contextualizando e abordando assuntos do
cotidiano com os assuntos vistos em sala,
portanto, as aulas eram participativas e
interativas.
Segundo KULCSAR, 1994,
O Estágio não pode ser encarado como uma tarefa
burocrática a ser cumprida formalmente. Deve,
sim, assumir a sua função prática, revisada numa
dimensão mais dinâmica, profissional, produtora,
de troca de serviços e de possibilidades de abertura
para mudanças.
11. ...Navegando em um lugar
de surpresas…
No final das férias de mais um semestre na
universidade, recebemos mais uma missão, e
essa seria diferente das outras, porque se a
Professora da disciplina nos procurou com
tanta antecedência, algo nos esperava mais a
frente….
12. A tarefa dessa vez era Ensinar alunos de
Ensino Médio, no período da IV unidade. A
unidade mais complicada para todos os
colégios, Reta final do ano letivo. Então a
professora que estaria ministrando o
componente curricular nos procurou e pediu
que adiantassemos a procura pelos Colégios,
pois teriamos que cumprir a nossa missão, e já
de início enfrentariamos um obstáculo, dentre
muitos outros….
O tempo!
13. Assim, lá fomos nós. Nós?! Você deve tá se
perguntando.. E quem mais estava nessa
aventura? Pois é, Eu e mais duas colegas,
moravamos na mesma cidade, então decidimos
ir juntas procurar um colégio, já que a nossa
Professora permitiu que estagiassemos no
mesmo lugar, para que ela pudesse observar
todas juntas num mesmo dia, claro que em
horários de aula diferentes (risos).
14. E lá fomos nós procurar o colégio… e entre
dúvidas, incertezas, projetos de fim de
ano, horários que não se ajeitavam, com os
nossos nos colégios, em indas e vindas…
Finalmente conseguimos encontrar o
Colégio!
15. ... o Escolhido…
Qual era a nossa sensação por ter achado o que
procuravamos? Alegria ou Ansiedade?!
Pensando bem.. Os dois. E no pensamento.. E
agora, o que realmente nos esperava?
Decidimos então seguir mais uma vez em
frente e procurar o Diretor , ele estava presente,
porém, ocupado pois, o colégio passava por
reformas. Ahh!! Desculpem vocês devem está se
perguntando, e qual é mesmo o Cólegio?
Sim…Sim.. Vou apresentá-lo.
16. “Colégio Estadual de Feira de Santana”
(C.E.F.S) situado na rua Juracy Magalhães,
s/n, Kalilândia, na cidade de Feira de Santana
– Bahia. Eram três turmas, uma turma de
primeiro ano e duas turmas de segundo ano nos
dias de terças e sextas–feiras. A turma
escolhida por mim, foi o segundo ano 1
vespertino; as aulas eram de cinquenta minutos
. Embora esteja no centro da cidade, ele atende
a população não só da cidade, como também
dos distritos e de bairros mais distantes da
cidade, sendo frequentado não só por alunos
carentes, mas também de classe média. Bem
apresentado.. Voltamos a conversar… E
passado alguns minutos…
17. O Professor – Diretor nos atendeu,
conversamos , ele nos apresentou a
Professora regente das turmas e os mesmos
aceitaram que cumprissemos a nossa
missão lá. Assinamos os papéis
burocráticos. Vencida esta etapa, fomos
conhecer o espaço do escolhido e de início
ficamos um pouco assustadas… Por que,
vocês devem está se perguntando?
18. Como eu já tinha dito há pouco, o colégio estava
passando por reformas, então, havia pedreiros,
materias de construção, salas completamente
vazia, pois, ainda cheirava a cimento fresco,
mudança de salas todos os dias, nem mesmo os
professores sabiam aonde estavam as suas turmas.
Mais uma vez pensamos..Será que fizemos a
escolha certa? Como cumprir uma missão
importante, num colégio que está passando por
esse processo? E a desorganização? E quando a
nossa Professora chegasse para ver o cumprimento
da nossa missão, o que ela pensaria? Será que ela
também ficaria assustada? E por que essa reforma
no final do ano letivo? Ano Político?
19. Eram tantos questionamentos, mesmo
assim, decidimos continuar, até mesmo
porque, uma palavrinha tão pequena, mas
que faz uma diferença enorme interferia. o
TEMPO! Não havia mais tempo a perder.
Agora era arregaçar as “mangas” e ir a
luta. E entre procuras e procuras..
Achamos finalmente as nossas turmas, e
felizmente elas permaneceriam naquelas
salas até o encerramento do ano letivo.
20. O colégio possui um auditório, um laboratório de
ciências completo (microscópio quebrado,
amostras de animais, materiais para aulas de
anatomia, além de materiais para as aulas de
química e física), porém, mal cuidado, uma
cantina, sala dos professores, banheiros
femininos e masculinos inacabados, uma
secretaria, possuia TV pen-drive, Data-show,
Dvd, Notebook, uma quadra esportiva
abandonada. Todos esses recursos pareciam
perdidos no “Escolhido” estavam
completamente abandonados, faltava cabos
para a multimídia, limpeza do ambiente,
cuidados no manuseio…..
21. Hã?! O que realmente faltava naquele
colégio? Cuidado, carinho, amor,
atenção,organização, sensibilidade e…?
É faltava tudo isso… Como esses alunos
faziam nas pesquisas e nos trabalhos
solicitados pelos professores, se no colégio
não havia biblioteca? E nem todos tinham
acesso a internet ou até mesmo
computador em casa?
As salas eram mal iluminadas e pouco
ventiladas, as cadeiras em péssimo estado
de conservação e não tinham cadeiras para
esquerdos.
22. O que fazer diante de tantas mazelas?
Cruzar os braços? Realmente seria a
melhor opção? E nós que estavamos ali e
eramos apenas um grão de areia, como
ajudar? E agora, como ficaria a nossa
missão? Desesperador, essa seria a
palavra correta, mas, até hoje não consigo
entender o por que do colégio passar por
isso tudo. Interesse ou desinteresse?
Frustação ou decepção?Investimento ou
falta de investimento? Afinal, o que esse
colégio nos ensinaria, se nos estavamos ali
para ensinar?
23. Você deve está querendo saber as respostas,
pois é, eram essas mesmas respostas que eu
queria e não as encontrava, até entrar em
sala de aula. Mais a frente navegador,
você vai começar a entender e ter algumas
respostas, pois, nem eu mesma tenho
todas.
25. … a Regente da turma…
A professora regente é concursada e formada
pela Universidade Estadual de Feira de
Santana (UEFS) em Licenciatura em Ciências
Biológicas, leciona há mais de 10 anos para
alunos do Ensino Fundamental II e alunos do
Ensino Médio. O que dizer dela? Não tenho
muito a dizer , a mesma era uma pessoa
reservada, tranquila, simples, de poucas
palavras, leciona há anos no colégio e sempre
presente.
26. Observei que o seu relacionamento com os demais
colegas de profissão era amigavel, mas, sem
muita intimidade, pouca conversa. Do que
pude observar e conversar com ela, o cansaço é
visível ao seus olhos. Confesso que o tempo em
que estive no colégio, nunca entendi porque ela
dava tanto conselho para que não seguissemos
a profissão. Frustração? Estresse?
Acredito que sim. Presenciei descasos dos alunos
para com as atividades dos professores. E esse
comportamento dela interferia em sala de aula?
Notei que sim, no período em que observei suas
aulas.
27. MASLACH (1999:36), afirma que:
O desgaste físico e emocional não é um problema
das pessoas, mas do ambiente social em que elas
trabalham. A estrutura e o funcionamento do
local de trabalho, moldam a forma da interação
das pessoas e a forma como elas realizam o seu
trabalho. Quando o local de trabalho não
reconhece o lado humano dessa atividade, o risco
de desgaste cresce, trazendo com ele um preço
bastante alto.
28. O ambiente de trabalho do professor pode
desencadear estresse porque nele o professor se
depara com muitas situações conflitantes
como, por exemplo: salas de aula com um
número excessivo de alunos, falta de recursos e
de uma estrutura física adequada para a
realização do trabalho pedagógico, classes onde
os alunos apresentam um alto nível de
agressividade, violência e indisciplina, falta de
apoio dos colegas e trabalho e da direção da
escola.
29. Ela era querida pelos alunos, pois,
descontraía e conversava nas aulas, claro
que tudo muito restrito e sem muita
intimidade. Alguns achavam sua aula
chata e que não parecia ser aula de
Biologia, porque era tudo muito mecânico
e rotineiro. Falarei mais sobre isso no
próximo capítulo.
30. ABREU & MASETTO (1990: 115),afirma que:
“é o modo de agir do professor em sala de aula, mais
do que suas características de personalidade que
colabora para uma adequada aprendizagem dos
alunos; fundamenta-se numa determinada
concepção do papel do professor, que por sua vez
reflete valores e padrões da sociedade”.
Ainda segundo o autor,
“o professor autoritário, o professor licencioso, o
professor competente, sério, o professor
incompetente, irresponsável, o professor amoroso
da vida e das gentes, o professor mal-amado,
sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio,
burocrático, racionalista, nenhum deles passa
pelos alunos sem deixar sua marca”.
31. O papel do professor consiste em agir como
intermediário entre os conteúdos da
aprendizagem e a atividade construtiva
para assimilação.
32. …a Turma da regente…
A minha turma escolhida foi o segundo ano um
vespertino, nossos encontros eram sempre as
terças e sextas – feiras. Pequena! Apenas
dezesseis alunos frequentavam, sendo nove
moças e sete rapazes, eram tranquilos , de bom
comportamento, esforçados e inteligentes. Para
mim uma grande surpresa. Alguém já ouviu
falar que a primeira impressão é a que fica?
Diante de um colégio cheio de mazelas, como
poderia haver uma turma tão diferente,
harmônica e coesa? Uma pequena notável…
Esperava o pior!
33. Achiles, 1996; Finn,1998; Mosteller, 1995,
mostram que:
as turmas menores apresentam, de forma sistemática
e acentuada, melhor aproveitamento do que as
maiores, em ambos os testes aplicados ao longo do
tempo e para todas as categorias de alunos
(brancos ou minorias; urbanos, suburbanos e
rurais); o efeito positivo das turmas reduzidas é
bem maior nos grupos minoritários; as taxas de
repetência foram menores nas turmas de menor
tamanho.
35. … o Livro…
AMABIS e MARTHO. Biologia dos organismos: A
diversidade dos seres vivos. Volume 2. 2ª Edição.
Editora Moderna, São Paulo -2004.
36. O papel do livro é de fundamental importância
na vida escolar e social do nosso aluno. Mesmo
não sendo o elemento central do aprendizado, o
livro didático tem parcela muito grande nessa
questão, pois é um elo de ligação, professor e
aluno.
MACHADO (1991) diz que,
ele é um instrumento que pode auxiliar o professor
e o aluno no processo da ação educativa, bem como
pode ser mero instrumento que por si só não
provoca transformações.
37. FREITAG (1989) afirma que,
professores e alunos acabam tornando-se escravos
do livro didático, ao invés de o utilizarem como
instrumento de contribuição para o
desenvolvimento da autonomia, do senso crítico, e
de contra ideologia, acabam tornando-o roteiro
principal, ou exclusivo, do processo de ensino
aprendizagem.
38. … a Observação…
Numa terça-feira, precisamente, dia quatorze de
setembro de dois mil e dez, observei a primeira
aula da Professora regente, ela chegou
atrasada, logo em seguida corrigiu uma lista de
exercício sobre reino monera. Fui apresentada a
turma, notei que os olhares curiosos e os
burburinhos, predominaram na sala durante
uns cinco minutos. Natural, afinal, eu era uma
novidade, num colégio, que essa palavra não
tinha muito espaço.
39. A aula transcorreu tranquila, mas, sem muito
rendimento, pois, os alunos muitas vezes
pareciam nem notar a presença da professora.
Pelo que pude notar, a maioria da sala já tinha
alcançado a média e já estavam passados na
disciplina.
Ao final da aula, a própria professora teceu esse
comentário. E mais uma vez percebi que a
missão realmente não seria fácil. Como fazer
para segurar alunos passados na disciplina em
sala de aula? Como conservar a frequência dos
alunos em sala, sendo eu Estagiária? Difícil,
porém não impossível.
40. O papel do professor em sala como instrumento
motivacional deve ele ressaltar a importância da
disciplina na formação acadêmica, bem como na sua
vida profissional estimulando o aprendizado diante
de suas futura perspectiva de vida.
O professor deve descobrir estratégias, recurso para
fazer com que o aluno queira aprender, deve fornecer
estímulos para que o aluno se sinta motivado a
aprender. Ao estimular o aluno, o educador desafia-o
sempre, para ele, aprendizagem é também motivação,
onde os motivos provocam o interesse para aquilo que
vai ser aprendido. É fundamental que o aluno queira
dominar alguma competência. O desejo de realização
é a própria motivação, assim o professor deve
fornecer sempre ao aluno o conhecimento de seus
avanços, captando a atenção do aluno.
41. …Comentando sobre…
Aula Expositiva
De acordo com Saviani (1983), até a década de
30, aproximadamente, predominava nas escolas
brasileiras a concepção pedagógica tradicional.
Nessa concepção, o professor, visto como o
centro do processo de ensino, deveria dominar
os conteúdos fundamentais a serem
transmitidos aos alunos. Nesse contexto, a aula
expositiva era considerada como a técnica mais
adequada à transmissão de conhecimento na
sala de aula.
42. A importância dada ao papel do professor como
transmissor do acervo cultural legou ao chamado
ensino tradicional um caráter verbalista, autoritário e
inibidor da participação do aluno, aspectos estes
transferidos para a aula expositiva, considerada como
técnica de ensino padrão da Pedagogia Tradicional.
Segundo Antônio Osima Lopes,
é possível transformar a aula expositiva numa técnica de
ensino dinâmica e capaz de desenvolver o pensamento crítico
do aluno, dando-lhe oportunidade para o desenvolvimento da
reflexão crítica, da criatividade e da curiosidade científica,
atributos essenciais numa educação transformadora. Uma
alternativa para transformar a aula expositiva em técnica de
ensino capaz de estimular o pensamento crítico do aluno é
dar-lhe uma dimensão dialógica.Essa forma de aula
expositiva utiliza o diálogo entre professor e alunos para
estabelecer uma relação de intercâmbio de conhecimentos e
experiências.
43. …Observar pra quê?...
A observação é um momento da realização de
diagnóstico local, verificando como ocorre à
prática e a rotina escolar. Nesse momento, temos a
chance de verificarmos como se constrói um espaço
de produção de conhecimento sobre a prática
pedagógica desenvolvida no cotidiano da escola
pública, através de um processo criador e
inovador, de análise e de reflexão, nos
aproximando da realidade da escola, a fim de que
possamos compreender melhor os desafios que
deveremos enfrentar no momento da prática do
estágio e até mesmo, do trabalho, de forma crítica
e consciente.
44. É o momento de conhecermos os alunos, suas
dificuldades, peculiaridades, anseios,de
conhecer como a escola se organiza para receber
estes alunos, de verificar qual postura
deveremos ter ao estagiar, ao realizar a
regência.
46. …Primeira semana…
Chegou a tão esperada hora de assumir definitivamente
a frente da missão. Era a minha vez de estar no
comando agora. A responsabilidade era grande. Tinha
que dar certo, mesmo com tantas dificuldades.
E já na primeira semana, um vilão aparece para tentar
atrapalhar. E você se pergunta quem pode ser? o
Feriado. Passado a semana de prova, a próxima aula,
eu já estaria em sala… Até que terça-feira doze de
outubro de dois mil e dez, Feriado Nacional (Dia
das Crianças). A aula seguinte então seria no dia
quinze de outubro de dois mil e dez, Feriado
novamente. ( Dia do Professor). Resultado da missão
: Tentativa um = Perdida.
47. Agora sim! Dezenove de outubro de dois mil e dez.
Terça-feira às dezesseis horas. Entrei na sala. A
primeira pergunta foi? – A senhora é a nova
professora de Biologia? – Sim , sou… E começei uma
conversa informal, apresentando-me a eles, assim
como, iniciei o nosso diário, e conheçendo-os também.
Em seguida, relatei como trabalhariamos juntos, e
abrir um pequeno espaço para dúvidas e sugestões.
Na sequência apresentei o conteúdo da unidade. Eu
havia preparado uma aula expositiva e dinâmica,
pois levei figuras para demonstração do conteúdo, de
maneira que facilitasse a memorização e o
aprendizado do mesmo. Resultado do primeiro dia da
missão = Sucesso!!
Já sei! Você quer saber o assunto qual era não é?
Calma! Eu vou dizer : * Poríferos e Cnidários.
48. O sucesso da primeira missão deu-se ao fato da
motivação em sala de aula, os alunos gostaram
da forma como o conteúdo foi abordado .
Para Leontiev (2005) a motivação para aprender
é sempre determinada, em grande parte, pelos
valores que apóiam e justificam a
aprendizagem.
49. Vinte e dois de outubro de dois mil e dez. Sexta-feira às
quatorze horas, entrei em sala, para mais um dia de
missão. O assunto da vez era Platelmintos, entre
explicação e conversas, pude notar no olhar de cada
um a alegria do momento, dentro de mim irradiava
felicidade, pois, sabia que estava conseguindo
alcançar o objetivo da missão, o medo da evasão por
parte dos alunos, pelo fato de ser estagiária, já tinha
ido embora, a frequência deles permanecera a mesma.
E na minha cabeça alguns questionamentos,
continuavam sem resposta.. Para que Frustação, se a
sala tem um redimento, um desempenho tão bom?
Infelizmente, nem todos pensam e agem igual.
Digamos que falta de aproveitamento, e de interesse
sim, por parte de alguns da escola. Alunos bons, mal
aproveitados.
50. Como descobrir que há riquezas na escola, se
quem cuida delas , não as valoriza ou menos
faz questão de apresentá-las no corpo do
colégio? Eu nunca saberia, se não tivesse vivido
essa experiência com eles.
Exemplares usados na aula
51. …Segunda semana…
Vinte e seis de outubro. Terça-feira às dezesseis
horas Começo a aula com a chamada, e
apresento mais um assunto “Nematelmintos”
Entre dúvidas, conversas e explicação,
apresento gravuras para que eles associem e
memorizem o assunto. E de repente ouço um
comentário, vindo do fundo da sala, quase um
susurro… - Estamos tendo aula de Biologia
mesmo, não é? Neste momento, percebi que
estava fazendo a diferença naquela sala.
Alimentando em mim a Esperança de que as
coisas podem ser diferentes, basta querermos.
52. Finalizei a aula entregando duas atividades,
uma lista de exercício e um Estudo dirigido,
sobre o próximo assunto ( Mollusco e Anellida)
pois, só nos encontrariamos novamente no dia
dezesseis de novembro de dois mil e dez, avisei
que o estudo dirigido seria a primeira nota da
quarta unidade e que valeria três pontos e
também dexei marcado um mini-teste em dupla
para o dia dezenove de novembro. Com os
primeiros assuntos trabalhados em sala.
Vinte e nove de outubro de dois mil e dez.
Feriado (Funcionário Público).
53. …Comentando sobre…
Estudo Dirigido
O estudo dirigido é uma atividade realizada pelos
alunos, com roteiros previamente traçados pelo
professor, conforme as necessidades do aluno ou da
classe. O estudo parte da leitura de um texto
escolhido pelo professor, tratando-se, porém, de uma
leitura ativa e não passiva. No estudo dirigido, o
aluno, seja individualmente, seja em grupo, terá que
trabalhar bastante no texto entregue pelo professor,
usando sua própria criatividade na interpretação e
na extrapolação do conteúdo do texto. O Estudo
Dirigido , portanto, procura o desenvolvimento
reflexivo, da análise crítica, em vez da memorização
de uma quantidade de informações.
55. …Terceira semana…
Dois de novembro de dois mil e dez. Terça-feira.
Feriado (Finados).
Cinco de novembro de dois mil e dez. Sexta-feira.
Escola foi emprestada para o ENEM(Exame
Nacional do Ensino Médio).Não houve aula.
56. …Quarta semana…
Não houve aula. O colégio tem um projeto
“Semana de Linguagem” São oferecidos
oficinas de linguagem durante a semana, por
alunos de Letras da Universidade Estadual de
Feira de Santana (UEFS).
57. A semana de linguagem é um projeto conveniado entre
a UEFS e a Escola: formandos do curso de Letras
com Inglês aplicam oficinas com o objetivo de
promover a produção textual e análise lingüística .
Os alunos participavam, interagiam, criavam textos,
interpretavam músicas. Muito legal e criativa a
forma como eles desenvolveram as atividades.
Na visão de Hernandez(1998) apud Moita e
Luna(2004),
essa forma metodológica de trabalho educativo se
apresenta como a resignificação dos espaços de
aprendizagem, de tal forma que eles se voltam
para a formação de sujeitos ativos, reflexivos,
atuantes e participantes.
58. … Quinta semana…
Dezesseis de novembro. Terça-feira às dezesseis
horas, adentrei a sala. Saudei os alunos, fiz
chamada e cobrei as atividades, para a correção,
realizei a correção e fiz a revisão dos assuntos
para o mini-teste (segunda atividade
avaliativa) da aula seguinte. Os alunos
participaram da aula sanando as dúvidas e
participando.
Dezenove de novembro. Sexta-feira às quatorze
horas, iniciei o mini-teste em dupla.
59. A avaliação escolar é um processo pelo qual se
observa, se verifica, se analisa, se interpreta
um determinado fenômeno (construção do
conhecimento), situando-o concretamente
quanto aos dados relevantes, objetivando uma
tomada de decisão em busca da produção
humana.
Segundo LUCKESI (1995) :
O ato de avaliar tem, basicamente, três passos:
Conhecer o nível de desempenho do aluno em
forma de constatação da realidade. Comparar essa
informação com aquilo que é considerado
importante no processo educativo. (qualificação)-
Tomar as decisões que possibilitem atingir os
resultados esperados.
60. Neste sentido, é essencial definir critérios onde
caberá ao professor listar os itens realmente
importantes, informá-los aos alunos sem uma
necessidade, pois a avaliação só tem sentido
quando é contínua, provocando o
desenvolvimento do educando. O importante é
que o educador utilize o diálogo como
fundamental eixo norteador e significativo
papel da ação pedagógica.
61.
62. … Sexta semana…
Vinte e três de novembro . Terça-feira, dia em que
a minha Professora veio me observar. Eu e
minha colega Charlene, resolvemos fazer um
aulão, juntando a minha turma com a dela,
pois, dariamos o mesmo assunto. E fizemos
uma aula com slides para trabalharmos com
Vertebrados : Peixes. Fomos para o auditório, e
iniciamos a aula apresentando a Professora
convidada e fazendo a chamada, depois
explicamos o porque da aula ter sido conjunta.
A aula foi ótima, tendo um bom rendimento.
Vinte e seis de novembro. Sexta-feira. Não houve
aula (Reunião Pais e Mestres).
63. Os recursos tecnológicos são muito relevantes ao
processo de instrução porque melhoram o
ensino-aprendizagem, facilitam o trabalho do
professor, motivam os alunos e são ferramentas
didáticas eficazes, justamente por facilitarem a
avaliação do aprendizado.
Com a participação da família no processo de
ensino aprendizagem, a criança ganha
confiança vendo que todos se interessam por
ela, e também porque você passa a conhecer
quais são as dificuldades e quais os
conhecimentos da criança(MACEDO 1994).
64.
65. … Sétima semana…
Trinta de novembro. Terça-feira às dezesseis
horas, iniciei a aula falando sobre mais um
assunto a ser estudado os Anfíbios, a aula
transcorreu como todas as aulas, normal.
Depois de seis semanas, o relacionamento com a
turma era o melhor possível, já existia amizade
e confiança. Eles já perguntavam se eu estaria
no colégio no ano seguinte.
66. A missão estava chegando ao fim, e sendo
concluída com êxito. Era gratificante sentir a
sensação de tarefa cumprida, e o objetivo
alcançado e entre tantas dificuldades realizada
da melhor forma possível.
Três de dezembro. Sexta-feira às quatorze horas,
iniciei a chamada, e expliquei mais um assunto
Répteis. Tudo transcorreu normalmente. Aliás,
as aulas eram bastante divertidas,
descontraídas, conversavamos, dúvidas eram
tiradas, sempre havia a participação deles.
67.
68. … Oitava semana…
Sete de dezembro. Terça-feira às dezesseis horas,
começei a aula, essa foi a aula mais densa, pois,
trabalhei dois assuntos extenso com eles, Aves e
Mamíferos, estes, cairam na prova da quarta
unidade. Durante a aula entreguei uma lista de
exercício de revisão para a prova e solicitei que
trouxessem respondida para a aula seguinte,
antecedente a prova.
69. Dez de dezembro. Sexta-feira às quatorze horas.
Aula final, fiz a revisão e corrigi a lista de
exercício. A despedida foi muito e é sentida por
mim até hoje, eu não tive apenas alunos e sim
amigos, que mesmo sem palavras, me ensinaram
com o olhar de Esperança que atenciosamente
me observava. Resultado final da missão =
Sucesso total.
70. Refletindo a minha Prática
Pedagógica…
A concepção epistemológica utilizada no
desenvolvimento da minha prática foi o
construtivismo onde utilizei uma proposta
pedagógica relacional, a qual o educando é
levado a conceber o mundo conceitual do
educador, de forma que o aluno torne-se um
indivíduo pensante, crítico e operante.
Segundo Inhelder, 1977, aprender é proceder a
uma síntese indefinidamente renovada entre a
continuidade e a novidade.
71. O balanço é positivo levando em consideração a
pouca experiência frente à ação docente. O
resultado superou as expectativas uma vez que
as partes envolvidas, professora regente,
alunos e estagiária, saíram satisfeitos. Prova
disso é o bom desempenho da maioria dos
alunos nas avaliações. Não foram encontrados
maiores problemas no decorrer da regência.
72. Saudades…
De que? Eu particularmente acho uma palavra
triste. Mas, não encontrei outra para descrever o
momento ao relembrar o período em que estive em sala
de aula. Ainda não consigo entender, porque alguns
professores não admiram a sua profissão. Ser
professor não é uma tarefa fácil, é a mais Linda que
alguém pode exercer. Um médico, um engenheiro,
não teriam essa profissão, se o professor não estivesse
ao seu lado ensinando e passando as suas
experiências e seus conhecimentos de uma longa ou
talvez não tão longa assim jornada de vida.
73. E é com amor, carinho, respeito que não me arrependo
em nenhum momento pela escolha que fiz, a próxima
mensagem resumi o meu agradecimento a todos os
professores que já fizeram parte da construção do
que me tornei hoje.
Muito obrigada amigo navegante!
74. …Ser Professor…
É buscar dentro de cada um de nós
forças para prosseguir, mesmo com toda pressão,
toda tensão, toda falta de tempo...
Esse é nosso exercício diário!
Ser professor (a) é se alimentar do conhecimento
e fazer de si mesmo (a) janela aberta para o outro.
Ser professor (a) é formar gerações, propiciar o
questionamento e abrir as portas do saber.
Ser professor (a) é lutar pela transformação...
É formar e transformar,
através das letras, das artes, dos números...
Ser professor (a) é conhecer os limites do outro.
E, ainda assim, acreditar que ele seja capaz...
Ser professor (a) é também reconhecer que
todos os dias são feitos para aprender...
75. Sempre um pouco mais...
Ser professor (a)
É saber que o sonho é possível...
É sonhar com a sociedade melhor...
Inclusiva...
Onde todos possam ter acesso ao saber...
Ser professor (a) é também reconhecer que somos,
acima de tudo, seres humanos, e que temos licença para rir,
chorar,
esbravejar.
Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.
Todos os dias do ano são seus, professor(a)!
Parabéns!
Fonte: Jornal AconteeCendo, nº. 22, Setembro de 2001
76. Agradecimentos…
A UNEB
A Professora Cláudia Regina Teixeira de Souza,
pelo cuidado, conhecimento passado, pelas
palavras ditas nos momentos certos, pela
atenção e pelo carinho.
A turma do segundo ano um vespertino, guardo-
os em meu coração com muito carinho, meus
amigos.
A professora do colégio que gentilmente cedeu o
seu espaço, para que eu pudesse experimentar e
vivenciar momentos inesquecivéis.
77. As minhas companheiras de Estágio Chau e Tai,
foram muitas risadas.
A você leitor, por neste momento está fazendo
parte desse momento que foi e é único na vida
de qualquer Futuro Professor. Espero que
tenha gostado.
Muito Obrigada!!
78. Referências…
ACHILLES, Charles M. Students achieve more in smaller classes.
Educational Leadership, v.53, n.5, 1996.
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aula. São Paulo: MG Editores Associados, 1990.
BORDENAVE, Juan Díaz & PEREIRA, Adair Martins. Estratégias
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FREITAG, Bárbara, et. all. O livro didático em questão. São Paulo:
Cortez: Autores associados, 1989.
FELTRAN, Antônio, LOPES, Antonia Osima . Et all . Técnicas de
Ensino: Por que Não?, Magistério Formação e Trabalho Pedagógico.
18 ed. Papirus Editora, 2007..
79. FINN, J. D. Class size and students at risk: what is known? What is
next?— Washington, DC: U.S. Department of Education, Office of
Educational Research and Improvement, 1998.
KULCSAR, Rosa. (1994). O Estágio Supervisionado como Atividade
Integradora. In PICONEZ, Stela C. B. (org.). A Prática de Ensino e o
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1995.
MACEDO, R. M. A família diante das dificuldades escolares dos filhos.
Petrópolis: Vozes,1994
MASLACH, Cristina e LEITER, Michael P. Trabalho: Fonte de Prazer
ou Desgaste? Guia para Vencer o Estresse na Empresa. Campinas, São
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80. MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96.
Brasília. 20 de Dezembro de 1996.
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pomo da discórdia e o fruto proibido). Educação & Sociedade,
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