Palestra ministrada na Noite Acadêmica da Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu - FACIG, por Felipe A. S. Moreira sobre a Ficção Científica abordando os seguintes pontos:
-Mentalidade e Imaginário Humano;
-Surgimento na Literatura;
-Mary Shelley e Frankenstein;
-Edgar Rice Burroughs, Julio Verne, H. G. Wells; Isaac Asimov.
-Século XX e Cinema.
3. O Mundo Encantado e o Imaginário
Humano
Desde que desenvolveu a capacidade de
raciocinar, o Homem vem tentando entender o
mundo em que vive e a si próprio.
4. O Mito
O mito é a forma mais primitiva de transmissão
de conhecimento humano. Ele se vale de três
elementos fundamentais:
6. O Mito
Para Joseph Campbell, todos os
mitos e histórias criadas pelo ser
humano tomam como base um
único mito – A Vida Humana e
nossa jornada de:
Nascer – Crescer – Morrer.
8. História das Mentalidades
Através da interpretação dos
símbolos de mitos, lendas e
textos antigos é possível
descobrir elementos da
mentalidade de povos antigos.
10. O Desencantamento do Mundo
Na Antiguidade, os mitos foram a primeira forma de
transmitir conhecimento. Mas o mundo ainda estava
encantado pelo Desconhecido.
14. O Homem sempre preencheu aquilo que ele não conhecia
com seu imaginário, mas com o avanço da Ciência e das
descobertas, o mundo começou a se “desencantar”.
O Desconhecido – Medo e
Fascínio
15. Max Weber, grande nome da
Sociologia, defendia a tese de que
o mundo perdia a magia e o
encantamento à medida que o
pensamento racional tornava-se
mais importante na sociedade
moderna.
O Desencantamento do Mundo
16. Entre os séculos XVII e XIX, lendas medievais perdem a
influência sobre o imaginário das pessoas.
O Desencantamento do Mundo
20. Conceito
A Ficção Científica não debate apenas tecnologia, como
também pode falar sobre Filosofia, Política e qualquer outra
área do pensamento humano:
27. Kepler e Somnium
Johannes Kepler (1571-1630), um dos
primeiros nomes da Astronomia, escreveu o
livro Somnium (Sonho), no qual está a
primeira tentativa de se descrever uma
viagem à Lua e a visualização da Terra e de
outros planetas.
28. Frankenstein
1818, Frankenstein, da escritora
britânica Mary Shelley, possuiu
forte influência das inovações
tecnológicas da época e do uso da
eletricidade, desenvolvida mais
tarde por Thomas Edison e Nicola
Tesla.
29. Frankenstein
Sua ideia surgiu de uma disputa
com Lord Byron sobre a criação de
um conto sobrenatural cujo tema era
a ressuscitação de mortos.
Curiosamente, nesta mesma disputa
outro autor, John Polidori, gerou a
ideia que daria origem aos livros
sobre vampiros, como Drácula, de
Bram Stoker.
30. Frankenstein
Shelley retrata a história
de um certo doutor Frankenstein
que se torna obcecado pela ideia
de criar vida através da
eletricidade.
Seus testes são inspirados por
experimentos reais.
31. Frankenstein
• Temas:
– O homem querendo ser Deus;
– Sua queda pela busca de sua
meta;
– Inspirado no mito de
Prometeu.
32. Origens
Século XIX: Ficção Especulativa
Os europeus despertam fascínio por regiões
desconhecidas como a África.
33. Ficção Especulativa
Onde há o desconhecido,
surgem monstros e
criaturas fantásticas.
Tarzan, de Edgar Rice
Burroughs mostra bem
estas características.
34. Júlio Verne
Surgem grandes autores
de Ficção Científica com
livros sobre Exploração e
Aventura.
Entre eles está o francês
Júlio Verne.
35. Júlio Verne
Seus livros influenciaram muito a Ficção
Científica dando a ela um caráter aventuresco.
37. H. G. Wells
Herbert George Wells, escritor britânico e
socialista, foi o autor que mais se destacou
na virada do século XIX para o XX.
Sua real importância não vem da ciência
em si, mas das mensagens políticas que
ele transmite em seus livros e suas
“previsões”.
38. A Máquina do Tempo
É considerada a primeira estória
sobre viagem no tempo. Até hoje
influencia inúmeros filmes e
livros.
39. A Máquina do Tempo
Todos gostariam de voltar ao passado para corrigir
erros. Ao colocar esse poder numa máquina, Wells
torna a viagem algo plausível e científico.
40. A Máquina do Tempo
O livro conta a história de um cientista em meados
do século XX que desenvolve uma máquina capaz de
viajar pela “Quarta Dimensão”, que seria o Tempo.
46. Elois e Morlocks
Essas duas espécies são, na verdade, evoluções da
espécie humana e se separaram devido aos
ambientes em que vivem.
É aí que se revela a mensagem política de H. G. Wells.
47. A Máquina do Tempo
Por serem tão
pacíficos, os Elois
tornaram-se,
literalmente, um
rebanho dos Morlocks.
Sendo sequestrados e
devorados em seu
subterrâneo.
48. A Máquina do Tempo
O viajante então
descobre a verdade
terrível:
Elois e Morlocks são
resultado da
desigualdade social
que progrediu por
Milênios.
Ricos e pobres ficaram
cada vez mais
distantes, até se
tornarem espécies
diferentes .
51. A Máquina do Tempo
Para Wells, a desigualdade social irá corromper o Homem.
52. A Máquina do Tempo
A mesma crítica aparece em outras obras até hoje.
53. A Guerra dos Mundos
Certamente a obra de Wells
que mais marcou o mundo e
a ficção científica.
54. Canais em Marte
No início do século XX, cientistas observaram pela
primeira vez o planeta Marte e reconheceram formações
que lembravam muito a canais.
55. Canais em Marte
Desta observação limitada vieram suposições de que
fossem canais artificiais, feitos por marcianos para
transportar água dos polos de Marte.
56. Canais em Marte
Desta suposição, Wells
outra vez extrapola as
barreiras da ficção, criando
a primeira obra de
invasão alienígena.
57. Guerra dos Mundos
O livro relata uma invasão
de marcianos que utilizam
Tripods (tripés), máquinas
gigantescas e invencíveis.
Pela superioridade
tecnológica, os marcianos
esmagam as defesas
humanas, arrasando
cidades e países.
58. Guerra dos Mundos
A invasão representa o
imperialismo inglês.
Há também uma crítica ao
Homem, completamente
dominado em sua época
de maior avanço.
(Belle Époque)
59. Guerra dos Mundos
Tal como os homens, os marcianos são derrotados pelo seu
próprio orgulho, infectados por bactérias terrestres.
60. A Transmissão de Orson Welles
30 de outubro de 1938, um jovem chamado Orson Welles resolve
transmitir uma versão de Guerra dos Mundos pela rádio.
Ela jamais seria esquecida...
61. A Transmissão de Orson Welles
Welles e sua equipe montaram
falsas notícias sobre a invasão.
Aqueles que foram pegos de
surpresa logo acreditaram se
tratar de um evento real.
62. A Transmissão de Orson Welles
A sombra da 2° guerra já pairava
sobre a mentalidade americana
da época.
63. A Transmissão de Orson Welles
Depois de ter que pedir
desculpas e enfrentar vários
processos, Welles pôde
começar sua carreira como
cineasta, dirigindo o filme
Cidadão Kane, aclamado até
hoje como um dos melhores
da história do cinema.
64. A Transmissão de Orson Welles
Outras versões feitas em
diferentes países causaram a
mesmo efeito.
O caso de Welles tornou-se
exemplo do que a histeria
coletiva e falta de informação
podem causar num povo.
65. A Transmissão de Orson Welles
Esse tipo de pânico e
medo se repetiria nos
Estados Unidos durante
a Guerra Fria.
66. A Transmissão de Orson Welles
A força de um boato pode mover centenas.
68. Revistas Pulp
As Revistas Pulp , feitas de material
barato extraído da polpa de
celulose, tornam-se populares entre
os adolescentes.
Delas nascem clássicos da Fantasia,
como Conan, o bárbaro.
69. Revistas Pulp
Na Ficção Científica, é o local onde surgem novos temas e
autores como Isaac Asimov.
70. Isaac Asimov
Autor de mais de 500 obras,
Asimov começou sua carreira
escrevendo contos para a revista
Astounding Science Fiction.
Trabalhou temas ligados à
robótica, revolucionando os
meios da FC.
73. Isaac Asimov
Não se discute apenas a robótica, mas também o sentido de
existência e do ser humano em sua ética.
74. Leis da Robótica
Asimov foi o precursor das
questões éticas em relação ao uso
de máquinas autônomas (robôs),
criando para eles três princípios
essenciais:
75. Leis da Robótica
1° - Um robô não pode ferir um humano, ou por inação, deixar
que um ser humano sofra mal;
2° - Um robô deve obedecer todas as ordens de um ser humano,
desde que não entre em conflito com a 1ª lei;
3° - Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal
proteção não entre em conflito com a 1ª e a 2ª lei.
82. Star Trek – Jornada nas Estrelas
1966 - “Onde nenhum homem jamais esteve.”
83. Star Trek – Jornada nas Estrelas
A série mostrava um futuro
otimista: A humanidade no
ápice da exploração espacial.
Enquanto fascinava, discutia
sobre questões presentes em
sua época.
84. Star Trek – Jornada nas Estrelas
Uhura, interpretada pela atriz
Nichelle Nichols foi relevante
para a aceitação de negros na
televisão.
Uhura protagonizou o
primeiro beijo inter-racial da
TV na década de 60.
85. Star Trek – “Vida Longa e
Próspera”
Ao retratar raças
extraterrestres das mais
variadas, Star Trek
apresentava diferentes
culturas, relacionando-se com
a Antropologia.
86. Trekkies
Suas várias temporadas e sua
série de filmes influenciaram
crianças de todo o mundo a
seguirem a carreira científica.
Grande parte dos técnicos da
Nasa assistiu Star Trek.
87. Educação
Mais do que curiosidade, a Ficção Científica pode
transmitir conhecimentos científicos a jovens e crianças.