1) O documento discute a formação da identidade nacional brasileira através da miscigenação racial e das políticas de colonização e imigração no período imperial e nas primeiras décadas da república.
2) No império, a miscigenação era vista como um caminho para a formação de uma "raça histórica brasileira", enquanto a imigração européia era incentivada para "civilizar" o país.
3) Na república, o "branqueamento" passou a ser visto como essencial para definir a "
1. A construção do povo
brasileiro
Aula de Introdução aos estudos da formação
da identidade nacional brasileira.
2. INTRODUÇÃO
O tema formação da identidade nacional trata da ideia de
raça e de miscigenação racial relacionada com a questão da
busca da formação da nacionalidade brasileira. A aula tem
como objetivo , através de um resgate histórico, analisar
criticamente como as questões raciais foram relevantes nesse
contexto, influenciando diretamente as políticas de
colonização e imigração implantadas, tanto no período
imperial, quanto nas primeiras décadas da república.
3. mente do mesmo grupo étnico, que falam o mesmo idioma e tem os mesmos costumes, formando assim, um povo. Uma nação se mantém unida pelos
CONCEITOS IMPORTANTES
1 povo (raça) + 1 cultura (civilização) + 1 língua = 1 nação
NAÇÃO = ESTADO
Conceito de Nação: Nação é a reunião de
pessoas, geralmente do mesmo grupo Conceito de Nacionalismo: Em sentido
étnico, que falam o mesmo idioma e tem estrito, seria um sentimento de valorização
os mesmos costumes, formando assim, marcado pela aproximação e identificação
um povo. Uma nação se mantém unida com uma nação.
pelos hábitos, tradições, religião, língua e
consciência nacional.
4. Final do século XIX
Identificação das nações através da idéia de raça
NACIONALISMO CULTURAL
RACISMO
Termo que designa as doutrinas que afirmaram a
desigualdade das raças humanas, partindo do pressuposto de
que a cultura é biologicamente determinada
5. Antropologia física
Doutrinas raciais Respaldo científico
Darwinismo social
Ideologia utilizada para fins políticos
Elementos convincentes para a afirmação
das individualidades nacionais
As diversas doutrinas raciais “tinham em comum o
dogma de que a diversidade humana, anatômica e
cultural, era produzida pela desigualdade das raças; e
a partir deste dogma, produziram-se hierarquias raciais
que invariavelmente localizavam os europeus civilizados
no topo, os negros bárbaros e os índios selvagens se
revezando na base, e todos os demais ocupando as
posições intermediárias”. (pág. 43)
6. Darwinismo social Leis biológicas
determinando a civilização
Progresso humano como resultado da luta e da competição entre raças, vencendo
os mais capazes (os brancos). Os demais acabariam sucumbindo à seleção natural
e social.
Nesse contexto, o assunto “miscigenação” causou impacto relevante junto ao
discurso nacionalista brasileiro após 1850. Esta era vista, então, como um
mecanismo de formação da nação e tida como a base de uma futura raça histórica
brasileira – um tipo nacional –, a qual resultaria de um processo de seleção que
buscava o branqueamento da população .
7. 1850 Instituída a Lei 601 Concessão de terras
públicas e aumento das facilidades para a expedição de
títulos de propriedade para estrangeiros.
Desenvolvimento de uma agricultura “moderna”
baseada na pequena propriedade familiar
Abolição da escravatura Imagem de país “civilizado”
Fomento ao trabalho livre
8. Trabalhador nacional (negros e mestiços) tido como incapaz
de agir por iniciativa própria
Desqualificado para o trabalho em pequena
propriedade rural
Imigrante europeu Instrumento de civilização
A desqualificação de um grupo de
Preferência pela imigrantes em relação a outro não
condição camponesa obedece à critérios raciais, mas ocorre
em função de posição de classe
Alemães como modelo de
colono eficiente
9. No período imperial, a miscigenação vista como um problema ficou em plano
secundário no tocante às políticas de colonização.
Os grupos de imigrantes europeus foram assentados em terras devolutas do
sul do Brasil, formando colônias homogêneas, com a presença mínima de
brasileiros.
Neste período observa-se que os elementos de natureza racial aparecem
como determinantes de capacidade de um grupo em relação ao outro, ficando
evidente que a questão da raça estava atrelada à idéia de progresso orientadora
das políticas de colonização e imigração do Império.
10. Discursos sobre imigração e raça no início da
República
Já nas primeiras décadas da República as discussões acerca
da política imigratória passam a abranger, de forma muito
relevante, a questão da assimilação associada à
miscigenação enquanto processo histórico de formação de
uma “raça” ou “tipo” nacional.
11. “Mas os cientistas brasileiros encontraram meios para
contornar a visão negativa mantida pelo racismo para a
mistura de raças, ora classificada como inferiores, ora como
atrasadas: inventaram a tese do branqueamento e os
mestiços superiores!”.
Branqueamento da raça
Processo seletivo de miscigenação
População de fenótipo branco
( 3 gerações)
RAÇA NACIONAL BRASILEIRA
Característica que faltava para definir a nação
12. IMIGRAÇÃO: Contribuição para o branqueamento e, ao
mesmo tempo, submergir na cultura brasileira através de um
processo de assimilação.
13. Processo de formação da unidade nacional
Branqueamento da população com a contribuição do imigrante europeu
CONSTRUÇÃO RACIAL
Clareamento da pele do brasileiro somada à assimilação da
nacionalidade já expressa na cultura, na língua e na religião
existentes no país, as quais são provenientes do somatório
das influências oriundas dos portugueses, índios e negros
14. Políticas de imigração e colonização devem ser voltadas
para os povos de origem latina (Espanha, Portugal e Itália)
MAIOR FACILIDADE DE ASSIMILAÇÃO CULTURAL
Agora os brancos já não mais hierarquizados por sua
capacidade em relação à produção agrícola, mas sim, por
sua maior aproximação cultural com o Brasil
15. Considerações finais
Toda nação moderna precisava ter sua raça e sua
civilização
Obtenção de um “tipo nacional” por meio do
branqueamento da população através de um processo
seletivo, no qual o imigrante europeu era peça fundamental.
Privilegiamento do imigrante europeu como colonizador
ideal porque era necessário conciliar uma concepção de
nação calcada na idéia de raça e progresso com a realidade
da mestiçagem e a presença de negros e índios na
população em números considerados excessivos.
O tipo nacional imaginado era incompatível com uma
imigração não branca, razão apresentada para condenar a
vinda de chineses, hindus e japoneses, apresentados como
representantes de civilizações decadentes que podiam
atrasar o processo histórico de formação racial brasileiro.