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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE
           FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE




         RAFAEL RAYATO INAZAWA




A APLICAÇÃO DO BPM PARA AUTOMAÇÃO DE
PROCESSOS DE NEGÓCIO NAS ORGANIZAÇÕES
    ESTUDO DE CASO: PROJETO NEW_RCMS




                      São Paulo
                          2009
CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE
           FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE




         RAFAEL RAYATO INAZAWA




A APLICAÇÃO DO BPM PARA AUTOMAÇÃO DE
PROCESSOS DE NEGÓCIO NAS ORGANIZAÇÕES
    ESTUDO DE CASO: PROJETO NEW_RCMS




                           Monografia apresentada no curso de
                           Tecnologia em Informática ênfase em gestão
                           de negócios na FATEC ZL como
                           requerimento parcial para obtenção do Título
                           de Tecnólogo em Informática ênfase em
                           gestão de negócios

                           Orientador: Prof. Msc. Wilson Vendramel




                      São Paulo
                          2009
Inazawa, Rafael Rayato
    A Aplicação do BPM para Automação de Processos de Negócio
nas Organizações. Estudo de Caso: PROJETO NEW_RCMS /Rafael
Rayato Inazawa– São Paulo, SP : [s.n], 2009.
    111 f.

   Orientador: Wilson Vendramel.
   Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo) – Faculdade de
Tecnologia da Zona Leste.


    1. Gestão do processo de negócio. 2. Arquitetura orientada a
serviços. I. Vendramel, Wilson. II. Faculdade de Tecnologia da
Zona Leste.
CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE
              FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE




            RAFAEL RAYATO INAZAWA


A APLICAÇÃO DO BPM PARA AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS DE
            NEGÓCIO NAS ORGANIZAÇÕES
            ESTUDO DE CASO: PROJETO NEW_RCMS




                              Monografia apresentada no curso de
                              Tecnologia em Informática com ênfase em
                              gestão de Negócios na FATEC ZL como
                              requerido parcial para obter o Título de
                              Tecnólogo em Informática com ênfase em
                              gestão de Negócios.

                              COMISSÃO EXAMINADORA



                              _________________________________________
                                                Prof. Msc. Wilson Vendramel
                                             Faculdade de Tecnologia da Z/L


                               ____________________________________
                                        Prof. Msc. Ricardo Satoshi Oyakawa
                                             Faculdade de Tecnologia da Z/L


                               ____________________________________
                                              Esp. Marco Aurélio Aloise Filho



                              São Paulo, ___ de _____________ de 2009.
DEDICATÓRIA




         A Deus, aos meus pais, minha
         namorada e aos meus amigos...
         companheiros de todas as horas...
AGRADECIMENTOS




À minha família e namorada pelo apoio e incentivo a esta jornada.

Aos meus amigos, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.

Ao Prof. Msc. Orientador Wilson Vendramel, pela sua valorosa orientação e um dos

grandes responsáveis pelo desenvolvimento e finalização deste trabalho.

Aos meus colegas de trabalho pela colaboração e incentivo.

Aos colegas de curso, pela batalha a qual vencemos.

Aos que colaboraram e não impediram a finalização deste estudo.
“Cabe ao ser humano dedicar o
máximo de si em tudo o que fizer,
nas circuntâncias em que se
encontra, neste exato momento, deve
empenhar-se de corpo e alma com
total seriedade sem se deixar
influenciar pelos ventos do elogio ou
da censura..."


                       Daisaku Ikeda
INAZAWA, Rafael Rayato. A Aplicação do BPM para automação de Processos de
Negócio nas Organizações – Estudo de Caso: PROJETO NEW_RCMS. 2009. 111 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo) – Faculdade de Tecnologia da Zona
Leste, São Paulo, SP.




                                       RESUMO


As organizações em um mercado cada vez mais competitivo são constantemente
desafiadas a produzirem melhores resultados com menor custo, desenvolverem
produtos e serviços baseados em um ciclo de vida mais curto e se relacionarem de
forma mais personalizada e integrada com seus clientes, fornecedores e parceiros. As
organizações devem ser capazes de melhorar seus processos de negócio e sua
comunicação com a área de TI, da qual dependem para viabilizar seus objetivos e
estratégias, atualmente buscam melhorar seus processos de negócio e alinhá-los junto
com a TI, essa sinergia torna os processos das empresas flexíveis e resilientes frente a
um novo tipo de mercado global. É necessária a aplicação de modelos de gestão nas
áreas estratégicas da empresa para que se tornem possíveis a representação do
ambiente de negócio e o uso de uma arquitetura flexível, dinâmica e adaptável (SOA –
Service-Oriented Architecture) possibilitam uma visão sistêmica de toda a organização.
Desta maneira, este trabalho foca analisar a implantação do BPM (Business Process
Management) nas corporações.


Palavras-chave: Arquitetura Orientada a Serviços, Processo de Negócio, BPM.
INAZAWA, Rafael Rayato. The Implementation of BPM for process automation in
Business Organizations – Case Study: PROJECT NEW_RCMS. Conclusion Course
(Technologist) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, SP.




                                      ABSTRACT


The organization in a market increasingly competitive environment are constantly
challenged to produce better results at lower costs, develop products and services
based on a life cycle shorter and relate in a more customized and integrated with its
customers, suppliers and partners. Organizations must be able to improve their business
processes and their communication with the IT area, upon which to put its objectives
and strategies currently seeking to improve their business processes and align them
with IT, this synergy makes business processes flexible and resilient in the face of a new
kind of global market. It is necessary to apply management models in the strategic areas
of the company to become possible to represent the business environment and the use
of a flexible, dynamic and adaptable (SOA - Service-Oriented Architecture) provide a
systemic view of the entire organization . Thus, this work focuses on analyzing the
deployment of BPM (Business Process Management) in corporations.


Key-Words: Service-Oriented Architecture, business process, BPM.
LISTA DE ABREVIATURAS




BAM     Business Activity Monitoring

BI      Business Intelligence

BPD     Business Process Diagram

BPEL    Business Process Execution Language

BPM     Business Process Management

BPMI    Business Process Management Initiative

BPMN    Business Process Modeling Notation

BPMS    Business Process Management Systems

BPR     Business Process Reengineering

BSC     Balanced Scorecard

FAST    Fast Analysis Solution Technique

KPI     Key Performance Indicators

OASIS   Organization for the Advancement of Structured

        Information Standards

PMI     Project Management Institute

SOA     Service-Oriented Architecture

SOAP    Simple Object Access Protocol

SWOT    Strengths, Weakness, Opportunities and Threats

TI      Tecnologia da Informação

UDDI    Universal Description, Discovery and Integration

WfMC    Workflow Management Coalition
WfMSs     Workflow Management Systems

WS        Web Service

WS-BPEL   Web Service Business Process Execution Language

WSDL      Web Services Definition Language

WSFL      Web Service Flow Language

XML       eXtensible Markup Language
LISTA DE FIGURAS




Figura 1 – Ilustração de um processo de negócio...........................................................24

Figura 2 – Visão Sistêmica dos Processos.....................................................................25

Figura 3 – Ciclo de BPM..................................................................................................28

Figura 4 – Exemplo de Visão Global de Processos de compra......................................32

Figura 5 - Monitoração de Processos de Negócio com o Websphere Business MQ......41

Figura 6 – Analisando os KPIs (Indicadores Chave de Desempenho)...........................42

Figura 7 – Visualização gráfica dos indicadores.............................................................43

Figura 8 – Exemplo de relatório analítico........................................................................44

Figura 9 – Automação do ciclo de vida de processo de negócios..................................47

Figura 10 – Demonstração das Atividades e Decisões...................................................48

Figura 11 – Componentes da arquitetura SOA...............................................................58

Figura 12 – Exemplo de Aplicação Frontend..................................................................59

Figura 13 – Composição de um Serviço na Arquitetura SOA.........................................60

Figura 14 – Composição de Serviços..............................................................................65

Figura 15 – Orquestração e Coreografia.........................................................................67

Figura 16 – Exemplo de processo de orquestração de serviços.....................................69

Figura 17 – Exemplo de Coreografia de serviços...........................................................69

Figura 18 – Fluxo de Processo BPEL.............................................................................71

Figura 19 – Estrutura básica de uma especificação BPEL.............................................73

Figura 20 – Interface Gráfica modelada pelo BPEL através da ferramenta Eclipse.......75

Figura 21 – Camadas de Abstração de SOA..................................................................76
Figura 22 – O negócio e os domínios da lógica da aplicação.........................................77

Figura 23 – As três principais camadas de serviços.......................................................78

Figura 24 – Serviços utilitários da camada de serviço de aplicação...............................79

Figura 25 – Serviço ServicoSalvarGrupo nas camadas de Aplicação e Negócios.........81

Figura 26 – Ciclos de Vida de SOA.................................................................................83

Figura 27 – Atividades do ciclo de vida com os serviços no ambiente SOA...................86

Figura 28 – Arquitetura Web Services.............................................................................89

Figura 29 – Arquitetura de todos os sistemas do departamento.....................................93

Figura 30 – Processo modelado (As Is)..........................................................................96

Figura 31 – Processo modelado (To Be).......................................................................100

Figura 32 – Interface da aplicação no PDA...................................................................102

Figura 33 – Arquitetura tecnológica e suas aplicações após a implantação do BPM...103
LISTA DE QUADROS




Quadro 1 – Atividades básicas de BPEL.........................................................................72

Quadro 2 – Atividades Estruturadas de BPEL................................................................72

Quadro 3 – Processo de atendimento (As Is).................................................................94

Quadro 4 – Processo de atendimento (To Be)................................................................98

Quadro 5 – Comparativo entre antes e depois da implantação do BPM......................103
LISTA DE TABELAS




Tabela 1 – Objetos de Fluxo...........................................................................................50

Tabela 2 – Objetos de Conexão......................................................................................51

Tabela 3 – Raias (Swimlanes).........................................................................................52

Tabela 4 – Artefatos........................................................................................................53

Tabela 5 – Principais Características da Arquitetura SOA..............................................57

Tabela 6 – Características da Concepção de Serviços...................................................61

Tabela 7 - Fases do Ciclo de Vida do Serviço................................................................63

Tabela 8 – Características do Barramento de Serviços..................................................64

Tabela 9 – Principais sistemas do Service Desk.............................................................92
SUMÁRIO



1. INTRODUÇÃO............................................................................................................19

2. GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO................................................................22

   2.1 Processos de negócio..........................................................................................23

   2.1.1 Fluxo de Trabalho de Pessoas..........................................................................25

   2.1.2 Características de Processos nas Organizações..............................................26

   2.2 Ciclo do Gerenciamento de Processo de Negócio...............................................27

   2.2.1 Planejamento do BPM.......................................................................................29

   2.2.1.1. Visão Global de Processos............................................................................31

   2.2.2 Modelagem de processos..................................................................................32

   2.2.2.1 Modelagem de estado atual (As Is)................................................................34

   2.2.2.2 Modelagem de estado futuro (To Be).............................................................36

   2.2.2.3 Ferramenta e metodologia de modelagem do processo de negócio..............38

   2.2.2.4 Otimização de Processos e Solução Imediata de Problemas........................38

   2.2.3 Execução de Processos.....................................................................................39

   2.2.4 Controle e Análise de Dados.............................................................................40

   2.3 Conformidades......................................................................................................44

   2.4 Sistemas de Gestão de Processos de Negócio (BPMS)......................................45

   2.4.1 Ciclo de Vida de BPMS......................................................................................46

   2.5 BPMN e os elementos de BPD.............................................................................48

   2.5.1 Objetos de Fluxo (Flow Objects)........................................................................49

   2.5.2 Objetos de Conexão..........................................................................................51

   2.5.3 Raias (Swimlanes).............................................................................................52
2.5.4 Artefatos.............................................................................................................53

3. ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS..............................................................54

  3.1 Características da Arquitetura Orientada a Serviços............................................56

  3.2 Componentes SOA...............................................................................................58

  3.2.1 Aplicação Frontend............................................................................................59

  3.2.2 Serviços.............................................................................................................60

  3.2.3 Ciclo de vida dos serviços..................................................................................62

  3.2.4 Repositório de serviços......................................................................................63

  3.2.5 Barramento de serviços.....................................................................................64

  3.3 Composição de serviços.......................................................................................65

  3.3.1 Orquestração.....................................................................................................67

  3.3.2 Coreografia........................................................................................................68

  3.3.3 BPEL..................................................................................................................70

  3.4 Camadas de abstração.........................................................................................75

  3.4.1 Camada corporativa...........................................................................................76

  3.4.2 Camada de processos.......................................................................................76

  3.4.3 Camada de serviços..........................................................................................77

  3.4.3.1 Camada de serviço de aplicação....................................................................78

  3.4.3.2 Camada de serviços de negócio.....................................................................80

  3.4.3.3 Camada de serviço de orquestração..............................................................82

  3.4.4 Camada de Componentes.................................................................................82

  3.4.5 Camada de Objetos...........................................................................................82

  3.5 Ciclo de vida SOA.................................................................................................83

  3.5.1 Estratégia...........................................................................................................84
3.5.1.1 Bottom-up........................................................................................................84

   3.5.1.2 Top-down……………………………………………………………………………85

   3.5.2 Modelagem…………………………………………………………………………....85

   3.5.3 Implementação……………………………………………………………………….86

   3.5.4 Monitoramento (Business Activity Monitoring)...................................................86

   3.6 Web Services........................................................................................................87

4. ESTUDO DE CASO....................................................................................................89

   4.1 Descrição do ambiente de pesquisa.....................................................................89

   4.2 Implantação do BPM na organização...................................................................89

   4.3 Modelagem do processo de negócio de Atendimento de chamados...................91

   4.4 Resultados obtidos..............................................................................................101

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................105

REFERÊNCIAS.............................................................................................................107

GLOSSÁRIO.................................................................................................................110
19



1. INTRODUÇÃO




      Melhoria Contínua é um termo bem conhecido para as organizações que
desejam se manter competitivas no mercado. Hoje com a disposição dos mais
variados modelos, métodos e processos de Gestão, algumas têm conseguido
alcançar os principais objetivos que são: manter crescimento, reduzir gastos e
aumentar lucros.

      As organizações que conseguem alcançar suas metas e objetivos em geral
são as que possuem processos internos e externos bem definidos, estão sempre em
constante mudança organizacional e se adaptam rapidamente a elas, geralmente
possuem uma ótima infra-estrutura de TI alinhada ao seu processo de negócio, isso
as tornam empresas flexíveis.

      A maior dificuldade das empresas é alinhar os seus processos de negócio a
TI, criar uma solução tecnológica adequada que agregue valor ao seu negócio
possibilita a empresa ter uma forte flexibilidade e interoperabilidade para
acompanhar as constantes mudanças de processos e informações.

      A aplicação do Business Process Management (BPM) permite mapear os
processos organizacionais da empresa, buscando a integração funcional e
proporcionando maior agilidade nas atividades que envolvem pessoas, tarefas,
máquinas, aplicações de software e outros elementos coordenados para atingir os
objetivos do negócio. Com a utilização de notação de modelagem de processos
como Business Process Management Notation (BPMN), os analistas de negócio
podem documentar os modelos criados e entender melhor os processos da empresa
em diferentes níveis, facilitando deste modo o entendimento dos participantes dos
processos de negócio.

      Da necessidade de integração entre diferentes sistemas e a disseminação da
Web surge a Arquitetura Orientada a Serviços – SOA (Service-Oriented Architecture)
que veio com o objetivo de integrar serviços fracamente acoplados, possibilitando o
reuso, modificação e a aplicação em diferentes áreas internas ou externas da
empresa. Atrás de inovação, as empresas vêem cada vez mais demonstrando
20



interesse em Web Services, pois é uma tecnologia atual baseada na Web capaz de
integrar serviços utilizando tecnologia XML (eXtensible Markup Language). De certa
forma essa tecnologia pode sanar boa parte dos problemas de uma organização que
utiliza sistemas diferentes, fazendo com que eles troquem informações, com isso a
empresa pode integrar seus processos a esses sistemas independentes de
plataforma ou linguagem de programação.

      Este trabalho tem como objetivo demonstrar os passos necessários para uma
organização implementar o BPM, por meio da modelagem de seus processos,
visando promover a flexibilidade, Interoperabilidade e a reusabilidade de
componentes na organização.

      A Justificativa para o desenvolvimento deste trabalho é demonstrar que o
Business Process Management é de extrema importância para as organizações e
que suas contribuições agregam mais valor ao negócio tornando a empresa mais
competitiva no mercado.

      A metodologia deste estudo será feita a partir de pesquisa bibliográfica e
também de um estudo de caso que apresenta a modelagem de um processo de
negócio, a fim de demonstrar as principais atividades e características da gestão de
processos de negócio por meio do BPM.

      O estudo de caso consiste em analisar um determinado processo de um
serviço oferecido por uma organização, e a utilização de uma ferramenta de
modelagem de negócio (Bizagi Process Modeler), obtendo assim, a inserção,
desses processos no paradigma da orientação a serviços e gestão dos processos de
negócio.

      O segundo capítulo aborda a gestão de processos de negócio, que é uma
disciplina de gestão estratégica, que sustenta a idéia de que podemos modelar um
negócio em termos de processos de sua finalidade que podem abranger tradicionais
organizações e fronteiras de sistemas. Ele envolve a descoberta, projeto e entrega
dos processos de negócio, fazendo com que todos os departamentos da
organização estejam alinhados com as metas e estratégias da corporação. Uma boa
gestão ainda permite um ciclo de melhoria contínua onde as organizações devem
estar aptas às constantes mudanças organizacionais em conjunto com a Tecnologia
da Informação para estarem melhor alinhadas com suas metas, estratégias e
21



objetivos.

      O terceiro capítulo, aborda a arquitetura orientada a serviços que é uma
aproximação arquitetural para desenvolvimento de sistemas que constrói e distribui
serviços reutilizáveis e encapsulados prestados às empresas para que diferentes
aplicações possam compartilhá-los em um modo vagamente acoplado e altamente
inter-operável. A implementação desses serviços podem ser feitas independente da
plataforma ou linguagem de programação, utilizam protocolos padronizados para a
comunicação e troca de informações. Esses padrões tornam os serviços flexíveis e
reusáveis, podendo ser executados em computadores distribuídos geograficamente.
Essa arquitetura ainda permite a utilização de diversas outras tecnologias incluindo
os sistemas legados da organização, mantendo a interoperabilidade entre os
diversos sistemas da organização.
22



2. GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO




      Segundo a BPMN (apud BALDAM et al., 2008, p.19), a gestão por processos
de negócios envolve a descoberta, projeto e entrega de processos de negócios.
Adicionalmente, o BPM inclui o controle executivo, administrativo e supervisório
desses processos.

      A gestão por processos de negócios é a disciplina de modelar, automatizar,
gerenciar e otimizar processos de negócios através do seu ciclo de vida com o
propósito de lhes agregar valor (KHAN apud OLIVEIRA, 2008, p. 19),

      O BPM tem vários predecessores como o Gerenciamento de Qualidade Total
(TQM, do inglês Total Quality Management) e de um novo paradigma que surgiu em
meados dos anos 90: Business Process Reengineering (BPR), que prometia
aumentar o desempenho dos negócios em um período relativamente curto pela
reengenharia completa dos processos de negócios existentes. O BPR teve um
grande sucesso inicial, mas o movimento teve um declínio que levou ao fracasso
vários projetos. O BPM surgia 10 anos mais tarde e trazia de volta a gestão por
processos de negócios com soluções que atendiam, através da evolução dos fluxos
de trabalho, a interoperabilidade de processos mais complexos e distribuídos
fisicamente.

      Com a integração e aperfeiçoamento dos processos, de forma que as metas e
estratégias estejam alinhadas com a corporação, a gestão por processos pode
trazer eficiência e permitir vincular a atividade das diferentes funções internas aos
fatores competitivos da organização.

      No entanto, se o processo como um todo não for corretamente analisado e
avaliado, as correntes funções tornam-se um grupo de pequenas unidades de
negócios isoladas, as quais são avaliadas indevidamente por padrões não
condizentes com as necessidades globais da empresa. O acontecimento mais
comum é o de o organograma receber uma maior atenção do que o próprio negócio.

      O termo BPM, Business Process Management, é largamente utilizado pelos
autores para referenciar a automação dos processos, que uma vez passando por
23



esse processo de automatização, pode ser gerenciado posteriormente, por meio de
ferramentas de software.

      Já no ambiente de negócios, os executivos se referem à gestão de processos
de negócios de uma forma mais genérica, com uma visão de gerenciamento
humano melhor organizado diante dos negócios da corporação.




2.1 Processos de negócio




      Processo de Negócio é a descrição de um conjunto de atividades que
envolvem pessoas, tarefas, máquinas, softwares e outros elementos coordenados
para atingir objetivos de negócio.


                     “É um fenômeno que ocorre dentro das empresas. Compreende um
                     conjunto de atividades realizadas na empresa, associadas às informações
                     que manipula, utilizando os recursos e a organização da empresa. Forma
                     uma unidade coesa e deve ser focalizado em um tipo de negócio, que
                     normalmente está direcionado a um determinado mercado/cliente, com
                     fornecedores bem definidos (Rozenfeld apud Baldam, et al.,2008, p.196).”


      Segundo Moreira (2007, p. 30-31) um processo de negócio pode ser visto
como um conjunto estruturado de tarefas que contribuem coletivamente para que
uma organização atinja os seus objetivos. Os processos de negócio são a base
operativa de uma empresa e fazem parte da cultura desta e o êxito da mesma
depende fortemente da eficiência com que eles são administrados. Assim sendo,
uma má administração dos processos traz altos custos, baixa produtividade e
inadequados tempos de resposta, tanto frente às oportunidades como às ameaças.
A figura 01 exemplifica um processo de negócio.
24




                     Figura 1 – Ilustração de um processo de negócio.
                            Fonte: GARCIA e TOLEDO (2007).




      A Figura 2 mostra o esquema geral de funcionamento de processos nas
organizações, ela demonstra o que está diretamente envolvido em um processo em
particular (entradas, saídas, recurso e controles), inclusive as influências externas
oriundas do contexto da organização, que podem alterar o modo de funcionamento
do processo até mesmo os produtos produzidos pelo processo (BALDAM et al,
2008, p.21).
25




                       Figura 2 – Visão Sistêmica dos Processos.
                             Fonte: BALDAM (2008. p.21).




2.1.1 Fluxo de trabalho de pessoas




      Quando as atividades do processo exigem ações ou pareceres de pessoas,
normalmente categoriza-se o processo como de “longa duração”, pois o elemento
humano pode demorar em completar a tarefa. Para os mecanismos de BPM darem
suporte a interação humana, não só devem armazenar e controlar estes processos
de longa duração, mas também prover funcionalidades como:



         •   Identificação do responsável pela tarefa: Normalmente, quando se
             desenha um processo, assinala-se um papel (uma função como
             gerente de agência, analista de crédito) às tarefas, ao invés de uma
26



               identificação direta da pessoa (como seria um código funcional). Isto é
               importante para que os processos sejam independentes das pessoas,
               as quais podem sair da empresa ou mudar de função, e também
               porque para cada instância do processo o recurso (pessoa) pode ser
               diferente. Os papéis podem ser definidos no momento de criação dos
               fluxos, durante sua instalação no ambiente, ou mesmo durante sua
               execução (KLOPPMANN apud BENEDETE, 2007, p. 31);

           •   Envio da tarefa para a pessoa responsável e apoio à interação: Depois
               de identificado, o responsável pela tarefa tem que ser comunicado
               criando itens em uma relação de tarefas que deve ser periodicamente
               consultada pela pessoa. As ferramentas de BPM não só avisam o
               responsável pela tarefa, mas também fornecem telas onde o contexto
               (informações necessárias para entender, executar uma tarefa ou tomar
               uma decisão) da atividade é apresentado;

           •   Tratamento de exceções: Caso uma pessoa demore muito para realizar
               uma tarefa, ou caso fique ausente, os mecanismos de fluxo de trabalho
               devem ser capazes de encontrar um substituto ou escalar o assunto
               para um supervisor tomar a ação necessária.




2.1.2   Características dos processos nas organizações




        Segundo Baldam (2008, p. 24), à medida que a visão de processos se
difunde, as formas contemporâneas de racionalização tendem a ver as organizações
como um feixe de processos, e ele classifica esses feixes de processos da seguinte
maneira:



           •   Transfuncionais: pois atravessam departamentos;
27



          •   Intrafuncionais: pois pertencem a um departamento ou setor
              específico.



      Conhecendo a visão do processo, é possível definir o que deve ser feito e
como fazê-lo, não em cima das atividades dos departamentos, mas sim, atividades
que agregam valor a organização independente do departamento que executará o
processo. Deste modo, os processos tramitariam entre departamentos conforme o
serviço que ele necessitar realizar (BALDAM et al., 2008, p. 24).

      Porém, com estas características de processos, os departamentos ainda
seriam úteis nas organizações, devido a sua funcionalidade em situações gerenciais.




2.2   Ciclo de Gerenciamento de Processo de Negócio




      A descrição das etapas do ciclo de gerenciamento de negócios, segundo
Baldam (2008, p. 56), podem ser aplicadas em um processo específico da
organização ou em processos de negócios onde existe uma gestão da integração
destes já presente, podendo ser utilizada também em um estado de gestão que se
pretende chegar futuramente. A figura 3 ilustra o ciclo do BPM.
28




                    Figura 3 – Ciclo de BPM
                  Fonte: BALDAM (2008, p.56)




• Planejamento do BPM: É onde as atividades de BPM que contribuirão
   para o alcance de metas organizacionais (desde as estratégicas até
   as operacionais) serão definidas, como verificação dos pontos de
   falha nos processos que causam danos a organização (financeiros,
   imagem, prazos e satisfação de clientes), definição de planos de ação
   para implantação, definição dos processos que necessitam de ação
   imediata;

• Modelagem e otimização de processos: atividades que permitem
   gerar informações sobre o processo atual (As Is) e/ou sobre a
   proposta de processo futuro (To Be); documentar os processos;
   prover dados de integração entre processos, empregar metodologias
   para aperfeiçoar os processos, fazer inovações, simulações e
29



               redesenhos; adotar as melhores práticas de modelos de referência;
               gerar especificações para implementação, para configuração e
               customização (caso o processo não esteja em uso), para execução e
               controle;

           • Execução de processos: atividades que garantirão a implementação e
               a execução dos processos, como implantação de planos de
               transferência de tecnologia, treinamentos, ajuste de equipamentos e
               softwares     (se   necessários),   acompanhamento     de    processo
               implantado, monitoria e controle da execução das instâncias de
               processo;

           • Controle e análise de dados: atividades relacionadas ao controle geral
               do processo (por meio de diversos recursos, como o uso de
               indicadores, BAM, BI, BSC, métodos estatísticos, diagramas de causa
               e efeito), gerando informações que posteriormente realimentarão as
               atividades de otimização e planejamento.




2.2.1 Planejamento do BPM




      As atividades desempenhadas na etapa de planejamento do BPM são
descritas por Baldam (2008, p. 63):



           •   Definir os processos-chave para a estratégia da organização. Usando
               metodologias conhecidas (Cadeia de Valor, BSC, SWOT), é possível
               identificar   em    quais    processos   a   organização    tem   mais
               potencialidade, os pontos que precisam melhorar, quais as ameaças
               e oportunidades do mercado, os indicadores que serão usados para
               medir o desempenho de seus processos, a meta para esses
               indicadores, entre outros;
30



           •   Levantar os principais pontos fracos dos processos em uso na
               organização;


           •   Identificar as oportunidades (novas abordagens, produtos ou serviços)
               que possam ser fornecidas pela organização, levando a preparar os
               processos que permitirão sua entrega;


           •   Perceber que todos os processos podem passar por inovação;


           •   Preparar, no todo ou em parte, a visão global de processos;


           •   Classificar os processos que mereçam atenção em ordem de
               prioridade;


           •   Identificar ao time de projetos de processos e às áreas envolvidas as
               diretrizes    e   especificações   básicas   desejadas   a    partir   do
               planejamento;


           •   Planejar e controlar as tarefas necessárias à implementação.




      Os gestores de processo não são os únicos responsáveis pelas atividades do
planejamento. É importante a participação de gestores de outras áreas da
organização, o apoio desses gestores e o seu comprometimento com o BPM de
forma contínua contribuem para o êxito na gestão por processos, caso isso não
ocorra, surgirão processos isolados sem uma visão global dos processos. No
momento da implantação, é fundamental a participação efetiva do gestor da
organização, a fim de evitar possíveis barreiras e desentendimentos, entre os
funcionários dos diversos setores e áreas envolvidas.

      De acordo com Baldam (2008, p. 66) não são apenas os processos que
apresentam problemas (qualidade, custo, prazo, etc.) que passarão por otimização,
outros processos que estejam funcionando perfeitamente podem ser otimizados
buscando inovação ou melhoria contínua desse processo.
31



      Algumas atividades surgem de imediato e mesmo que a necessidade desse
processo não tenha sido detectada no planejamento estratégico, sua implantação
pode ser imediata.




2.2.1.1   Visão global de processos




      Considerado um ponto de controvérsia que precede o BPM, segundo Baldam
(2008, p. 66), a Visão Global de Processos é fundamental numa Gestão Integrada
dos Processos sendo necessário considerar:




           • Uma Visão Global dos Processos ajuda a compreensão do
              funcionamento da empresa;

           • Fazê-lo por completo é complexo e pode levar mais tempo que o
              benefício direto e imediato por ele gerado;

           • É relativamente fácil fazer o diagrama apenas em macro processo e
              posicionar o processo que se deseja modelar de imediato;

           • O diagrama pode ser efetivamente feito em etapas e melhorando na
              medida em que é usado em projetos pontuais de BPM, alinhando
              sempre os projetos ao diagrama macro;

           • Para muitas das atividades realizadas, há referenciais que ajudam a
              construir os diagramas próprios à organização.
32




               Figura 4 – Exemplo de Visão Global de Processos de compra.
                         Fonte: Adaptado de BALDAM (2008, p.69).




2.2.2 Modelagem de processos




      A modelagem de processos de negócio é uma das fases do ciclo de vida
SOA, ela é um conjunto de conceitos, modelos e técnicas com o objetivo de
desenvolver o modelo de negócio da organização. Este modelo é resultado de uma
abstração da organização, considerando as suas características essenciais, do
ponto de vista do negócio (CRUZ apud OLIVEIRA 2008, p. 36).


                    Nenhum modelo corresponde exatamente à realidade; todos apenas a
                    representam, de um modo que parecerá mais adequado ou menos
                    adequado, de acordo com o contexto, os atores e as finalidades da
                    modelagem (VALLE apud BALDAM et al., 2008, p. 74).




      Segundo Baldam (2008, p. 74), é possível utilizar os modelos de processos
de negócios para:



          • Discutir e compreender os processos;

          • Apoiar a melhoria contínua (análise da eficiência e da eficácia);

          • Simular alternativas;
33



           • Treinar os operadores dos novos processos;

           • Especificar os sistemas de informação que deverão suportar o negócio.



      Nesta fase o processo é modelado em termos de atividades, regras,
participantes, interações e relacionamentos. O processo é estruturado em
atividades, que podem ser mapeadas como tarefas que são executadas por pessoas
ou sistemas internos ou externos à corporação. É realizada a validação ou a
simulação dos processos, através do uso de estimativas de tempo de execução e
custo, recursos requeridos pelas atividades e a probabilidade de ocorrência de
eventos.

      Essa fase também inclui a definição das métricas de desempenho do
processo para que o analista de negócio possa avaliar o processo implantado e,
possivelmente, reestruturá-lo em função de oportunidades ou de outros motivos
(NADER apud OLIVEIRA, 2008, p. 36).

      Os modelos de processo são constituídos de diagramas de fluxo de trabalho e
de textos auxiliares de forma a descrever cada passo do processo de negócio.
Havey (apud SOUZA, 2006, p. 23), afirma que o modelo de processo deve
representar de forma simples e intuitiva o fluxograma de atividades do processo
modelado. A modelagem deve ser realizada em dois níveis: de forma gráfica, com o
auxílio de ferramenta de desenho de processos e com um modelo executável,
utilizado na automação desses processos através dos sistemas de gestão de fluxo
de trabalho.

      Durante a descrição de um diagrama de negócio, os eventuais problemas
relacionados ao processo que ele representa são documentados e para cada um
são propostas possibilidades de melhorias. Os principais conceitos envolvidos, as
regras e os recursos utilizados ou produzidos por cada processo são identificados e
modelados como entidades de negócio.
34



2.2.2.1 Modelagem de estado atual (As Is)




      Por meio desta modelagem é possível entender o processo existente na
organização e identificar suas falhas. Espera-se, desta forma, obter métricas
suficientes a fim de estabelecer uma base na fase seguinte da análise e
desempenho do processo atual, que permita identificar as melhorias proporcionadas
pelo estado futuro, assim como uma documentação dos prós e contras e do
desempenho do processo.

      Na modelagem do estado atual do processo, vários tipos de interações entre
os envolvidos no processo podem existir, incluindo atividades de colaboração e
reuniões. Diversas técnicas podem ser utilizadas na modelagem de processos atual:
técnica de entrevistas, brainstorm, JAD, métodos simplificados de modelagem com
papel, entre outras.

      Baldam (et al., 2008, p. 76-77) aponta como sendo relevante as seguintes
etapas para a modelagem do processo atual:




           •   Preparação do projeto de modelagem: envolve as diversas atividades
               de compreensão de escopo (qual processo será modelado,
               propósitos, métricas, verificar alinhamento estratégico, prazos e
               entregáveis),   composição   da   equipe   envolvida,   definição    de
               documentação necessária, planejamento das reuniões (pessoas
               envolvidas, datas, agenda, infra-estrutura necessária à reunião),
               consulta à documentação do processo, ou que rege o processo
               previamente disponível (normas, leis, regulamentos e referências);


           •   Entrevista e coleta de dados com usuários (especialista de negócio e
               facilitadores): podem incluir entrevistas (em aberto ou dirigidas),
               criação conjunta da lista de esquema gráfico de atividades, descrição
               de informações que comporão o processo e criação de atas de
               reunião;
35




             •    Documentação do processo: será construído o modelo, conforme
                  metodologia previamente definida. Além dos componentes do
                  processo propriamente dito, outras informações serão necessárias,
                  como controle de versão de documentação, publicação, referências e
                  escopo. Nessa fase é comum o uso intensivo de software de apoio à
                  modelagem;


             •    Validade do processo: deve-se testar o modelo em uma instância real
                  do processo, para verificar se realmente está coerente. Em alguns
                  casos, a validação é impossível porque o tempo de processamento é
                  muito longo, ou porque exigiria um grande deslocamento, ou seu
                  custo seria alto demais. Por exemplo, um processo de compra por
                  licitação   pública,   quando   envolve   grandes   somas,   pode   se
                  desenvolver por meses;


             •    Correção de documentação: são corrigidas eventuais distorções
                  percebidas durante a validação do processo.


      Segundo Tachizawa e Scaico (apud Pak, 2006), uma análise do processo
atual deve verificar se os objetivos são atendidos, se as atividades estão bem
relacionadas, se os recursos alocados são suficientes e se as interfaces entre
gerências estão sendo previstas e administradas. Também é importante verificar a
consistência das tarefas utilizadas, evitando a redundância das mesmas.

      Como Resultado da modelagem do estado atual JESTON & NELIS (apud
BALDAM et al., 2008, p. 77), espera-se obter:




         •       Modelo do processo atualmente em uso;


         • Métricas apropriadas e suficientes para estabelecer uma base para
                 futuras medidas de melhorias de processos, priorização e seleção na
                 fase seguinte de análise do To Be;
36




          • Métricas e documentação do atual desempenho do processo;


          • Documentação do que trabalha bem e o que precisa funcionar melhor;


          • Identificação dos itens mais significativos e de ganho rápido que podem
             ser rapidamente implementados;


          • Um relatório dessa fase.




2.2.2.2   Modelagem de estado futuro (To Be)




      Nessa fase pretende-se criar um ambiente de discussão entre partes 40
envolvidas de forma a melhorar o processo em questão, inová-lo ou mesmo
questionar se ele se faz necessário e se agrega valor à organização (BALDAM et al.,
2008, p. 83). Entre as modelagens do estado futuro mais comuns podem ser citadas:



           • Melhoria continua;

           • FAST;

           • Benchmarking;

          • Adoção de melhores práticas e processos comodizados (transformá-
             los em commodities);

           • Redesenho de processo;

           • Inovação de processo.




      O objetivo dessa etapa é definir a decisão a ser tomada em relação aos
processos identificados durante a modelagem do estado atual e seu realinhamento
37



com os objetivos e estratégias da organização. Se a decisão for redesenhar os
processos, será necessário desenvolver um novo modelo de processos com as
melhorias previstas para a situação atual identificada (SANTOS apud OLIVEIRA,
2008. P. 40).

      Dentre      os   resultados    a   serem   esperados   (O´CONNELL,   PYKE    &
WHITEHEAD; JESTON & NELIS apud BALDAM et al., 2008, p.93) podem estar
incluídos:




             •   Redesenho do processo ou mesmo um novo processo;

             •   Documentação de suporte ao processo redesenhado ou novo
                 processo;

             •   Requerimentos de alto nível para as novas opções observadas;

             •   Modelos de simulação e detalhes de custos ABC;

             •   Confirmação de que as novas opções atendem às expectativas dos
                 envolvidos;

             •   Confirmação que está alinhado à estratégia;

             •   Um relatório das diferenças que precisam ser atendidas para cumprir
                 os requerimentos;

             •   Plano de desenvolvimento e treinamento da equipe;

             •   Relatório de impactos na organização e em outras esferas (ambiental,
                 social e etc.);

             •   Detalhes do plano de comunicação do novo processo.
38



2.2.2.3    Ferramenta e metodologia de modelagem do processo de negócio




       Cummins (apud Souza, 2008, p. 47), a ferramenta de definição dos processos
deve ter as seguintes características:



           • Ferramenta gráfica interativa: Os processos são exibidos graficamente,
              e os elementos do processo são adicionados e conectados com edição
              interativa drag-and-drop;

           • Distinção visual de tipo de tarefas: O tipo de cada elemento de
              processo deve ser identificável visualmente na representação gráfica
              do processo.



       Gráficos de fluxos e mapeamento de processos sempre foram de grande
utilidade para o homem, existindo desde o surgimento da simbologia como meio de
entendimento e comunicação.




2.2.2.4 Otimização de Processos e Solução Imediata de Problemas




       Não são apenas os processos que apresentam problemas (qualidade, custo,
prazo e visibilidade da marca) que passarão por otimização (inovação, redesenho e
melhoria contínua). Um processo de atendimento ao cliente, por exemplo, pode ser
completamente migrado para a Internet, ainda que esteja funcionando corretamente
na verdade, para minimizar custos e prazos de atendimento, pode até ser mesmo
desdobrado (atendimento via Internet para a maioria dos clientes e atendimento
telefônico para exceções), aumentando assim o número de processos (BALDAM et
al., 2008, p. 66).
39



      De acordo com Baldam (2008, p. 66), algumas atividades emergem de
imediato, quando surgem situações como novos marcos, problemas de produção ou
qualidade, impedindo entrega ao cliente, concorrência que lança produtos mais
competitivos etc. Ainda que a necessidade desses processos não tenha sido
detectada no Planejamento Estratégico anual (o que não quer dizer que não estejam
alinhados com ele), sua implantação pode ser imediata.




2.2.3 Execução de processos




      Nessa fase as definições da fase de modelagem do processo serão
executadas. Os processos serão testados pelos usuários, que indicarão os impactos
positivos e negativos da implementação desses.

      Burlton (apud BALDAM et al., 2008, p. 94) sugere as seguintes atividades
para a execução de processos:


         •   Preparar o teste da nova solução;

         •   Completar testes e pilotos;

         •   Atualizar os entregáveis;

         •   Gerenciar o plano de transferência de tecnologia;

         •   Desenvolver os planos da execução da nova solução;

         •   Treinar a equipe;

         •   Desenvolver e executar os programas de marketing da solução;

         •   Realizar as mudanças no processo atual ou elaborara um novo
             processo.



      É também nesta fase, que ocorre a configuração do repositório do BPMS que
suportará o novo processo e a implantação e configuração das aplicações externas
40



que interagem com o processo. Um BPMS é responsável por manter os contextos
de execução dos processos, que inclui a atividade que está em execução, valores
de variáveis, contextos de sub-processos, logs. Ele deve facilitar a integração com
um conjunto de outras plataformas que executam os sistemas externos.




2.2.4 Controle e análise de dados




        São geradas as informações sobre o comportamento dos processos, esses
dados são comparados e utilizados para montar indicadores gerais que permitem
avaliar o processo. Algumas técnicas e tecnologias aplicáveis ao controle e análise
dos dados de instâncias de processos, tais como BSC, BI, permitem uma melhor
visão do desempenho geral e apontam se a organização está alcançando seus
objetivos ou se é necessário efetuar ajustes nos processos, nas metas ou mesmo na
estratégia da organização.

        Na fase de análise, a medida do desempenho do processo provê informações
de melhorias operacionais. A partir de uma visão “fim-a-fim” do processo é possível
fazer uma análise top-down para determinar a influência de cada passo ou sub-
processo no resultado global. Para dar suporte a essa fase são utilizados os
sistemas BAM (Business Activity Monitoring), onde os processos são instrumentados
com sensores para monitorar suas atividades e variáveis. Um dashboard permite a
monitoração, análise e respostas aos eventos e às exceções que ocorrem em tempo
real.

        Normalmente, após o desenvolvimento de aplicações e de sua implantação e
execução em ambiente de produção, pouco suporte é dado ao negócio para avaliar
se a solução implementada foi adequada ou se há potencial para melhores
resultados. BPM, ao contrário, foca na melhoria contínua dos processos de negócio,
e para tanto, provê mecanismos para que o negócio acompanhe o comportamento
dos processos e identifique falhas e oportunidades.

        Podemos categorizar essa monitoração dos processos sob dois aspectos:
41



          •   Operacional: Neste caso, o objetivo da monitoração é acompanhar os
              processos no nível do detalhe, ou seja, cada instância em execução.
              Procura-se por exceções (se o processo ultrapassou limites de prazo,
              custo, conclusão sem sucesso) possibilitando assim o negócio atuar
              na correção da situação, priorizando o processo ou mesmo
              contatando seus participantes;

          •   Analítica: Aqui, o objetivo é analisar o conjunto das execuções dos
              processos, procurando por exceções recorrentes ou por melhores
              estratégias e oportunidades para o negócio. É o momento de
              comparar os resultados projetados com os realmente atingidos e
              planejar ações de correção.


      A monitoração operacional é baseada na situação dos processos em
execução, a qual normalmente é mantida em banco de dados do mecanismo de
execução de processos. A figura 5 mostra duas instâncias de um processo sendo
monitorados pela ferramenta WebSphere Business Monitor da IBM. Nesta
ferramenta podemos definir quais campos devem ser mostrados, o critério para
ordenação das linhas, e filtros, baseados em dados de negócio, para selecionar
apenas os processos que se deseja monitorar.




       Figura 5 – Monitoração de Processos de Negócio com o Websphere Business MQ.
                                   Fonte: www.ibm.com.br
42



       Já a monitoração analítica é normalmente baseada na análise de eventos
gerados e armazenados pelo mecanismo de execução. A solução da IBM
anteriormente mencionada, por exemplo, de tempos em tempos copia os registros
de eventos para uma base de dados especializada em pesquisas analíticas (que faz
uso de conceitos associados a “Data Warehouse”, como cubos) de forma a permitir
consultas sofisticadas e pesadas sem prejudicar o desempenho do ambiente de
execução de processos.

       Com base nos eventos, são gerados os KPI (“Key Performance Indicators” ou
Indicadores Chaves de Desempenho) e os totais (métricas) escolhidos no momento
de projeto dos fluxos. Os KPIs devem ser cuidadosamente escolhidos, pois devem
refletir os objetivos do negócio mais relevantes para o sucesso da empresa, e
devem permitir a identificação antecipada de problemas, possibilitando ações
corretivas.

       A figura 6 mostra dois KPI definidos para um processo (percentual de
aprovação e duração do processo). Aos KPI são associados limites, de forma que
seja facilitada a identificação de inconformidades. No exemplo, o processo foi
planejado para durar no máximo três dias, mas em ambiente real está levando mais
de três dias e 4 horas.




              Figura 6 – Analisando os KPIs (Indicadores Chave de Desempenho).
                                Fonte: BENEDETE (2007, p.37).
43



      No processo exemplo “aprovação de gastos de viagem”, pode-se definir como
KPIs o custo total do processo, a duração, o percentual aprovado, e o percentual de
aprovações realizadas pela diretoria.

      Outra possibilidade é a criação de consoles de monitoração, através da
escolha e demonstração de um conjunto de indicadores em formato gráfico, como
mostrado na figura 7. Desta maneira, fica visualmente fácil e rápido acompanhar o
desempenho dos processos.




                      Figura 7 – Visualização gráfica dos indicadores.
                              Fonte: BENEDETE (2007, p.37).




      Finalmente, outro recurso importante é a geração de relatórios analíticos,
onde os indicadores de desempenho e os totais são avaliados sob diversas
dimensões (por exemplo, pelo percentual de aprovação em um determinado período
de tempo, ou por um departamento em específico). A figura 8 mostra um exemplo de
relatório, onde diversos totais são categorizados pela dimensão localidade.
44




                        Figura 8 – Exemplo de relatório analítico.
                            Fonte: BENEDETE (2007, p.38).




2.3 Conformidades




      Segundo Baldam (2008, p. 136-139), a regulamentação e adequação do
ambiente de negócios de acordo com as exigências e que atenda a demanda
crescente por melhores produtos e serviços é indispensável nos dias de hoje.
Existem atualmente, uma maior complexidade e necessidade de regulamentação
dos ambientes de negócio como jamais existiu, e a previsão é para que haja um
aumento gradativo e contínuo destas características. Estas características, quando
corretamente aplicadas, agregam valor às empresas, influenciando também o modo
como os diretores e analistas de negócios visualizam e gerenciam a organização as
respectivas áreas de negócios.


                    [...] entendemos padrões de conformidade como sendo as diversas
                    referências que precisam ser seguidas, obrigatoriamente, para a obtenção
                    de certificações, credenciais ou mesmo autorizações      para um negócio
                    funcionar em um determinado seguimento do mercado (BALDAM et al.,
                    2008, p.135).
45



       Baldam (2008, p. 135), afirma ainda que, se não tratarmos seriamente o bom
gerenciamento, este fator acarretará prejuízos no mercado e até mesmo
penalidades junto aos órgãos financeiros e legislativos. No entanto, como citado
acima, o bom gerenciamento é alcançado com regulamentações variadas e
transformações no ambiente de negócios consideradas complexas. Para alcançar a
excelência da conformidade, é necessário realizar o levantamento de práticas que
obtiveram sucesso nas determinadas áreas que se pretende aplicar as adequações.

       Como as organizações são sistemas semi-abertos, que interagem com o
meio-ambiente, um autogerenciamento visa garantir que os aspectos relacionados a
regulamentações sejam corretamente tratados. Para tanto, a conformidade é o
componente utilizado para este gerenciamento e pode ser definido como adequação
a um conjunto de regras, sejam estas regulações ou legislações governamentais,
padrões de indústria ou políticas e procedimentos internos (JENKINS apud BALDAM
et al., 2008, p. 135).




2.4 Sistemas de Gestão de Processos de Negócio (BPMS)




       Business Process Management Systems (BPMSs) foram introduzidos com o
objetivo de prover controle para definir e coordenar a execução de processos de
negócio (GARCIA e TOLEDO apud SOUZA, 2008, p. 28).

       Os BPMS´s são sistemas integrados que permitem a operacionalização de
fluxos de processos de negócio, automatizando a execução, controle e
monitoramento desses processos. Um BPMS deve possuir ferramentas que
permitam a modelagem, a execução e orquestração de processos e também deve
possuir ferramentas de análise e monitoramento.

       Os sistemas de gestão de processos são plataformas que orquestram os
processos de negócio, junto com todos os sistemas e pessoas envolvidos, dando
uma completa visibilidade e controle aos gestores de processos. São, portanto, os
46



resultados de processos automatizados e geridos com o uso de ferramentas de
gestão de processos (ARORA apud SANTOS, 2007, p. 5).

      “Os sistemas para o gerenciamento de processos (BPMS) são mais que um
sistema computacional que suporta a gestão da informação pela organização. Eles,
primeiro e principalmente, ajudam a gerenciar os processos” (OULD apud SANTOS,
2007, p. 5).

      Os BPMSs apóiam a automatização de processos de negócio. O ciclo de vida
de automatização inicia com a definição do processo. Em seguida, a definição é
registrada em um BPMS. Para executar um processo, o sistema cria uma instância
de processo e então, coordena, monitora e registra sua execução. O registro pode
ser analisado, podendo gerar uma definição aprimorada do processo (AALST;
HOFSTEDE; WESKE apud ROCHA, 2008, p. 23).

      Diferentemente dos Workflows Management Systems (WfMSs), que são
sistemas de software que definem, criam e gerenciam a execução de workflows, os
BPMSs enfatizam processos que cruzam as fronteiras organizacionais e o aspecto
da dinamicidade de processos (HOLLINGSWORTH apud ROCHA, 2008, p. 23).




2.4.1 Ciclo de Vida de BPMS




      Considerando o contexto de negócio atual, Business Process Management
Systems (BPMSs) foram introduzidos com o objetivo de prover controle para definir e
coordenar a execução de processos de negócio (GARCIA e TOLEDO apud SOUZA,
2008, p.28).

      Geralmente um BPMS apresenta quatro funcionalidades principais que são:
Projeto, Configuração, Execução e Diagnóstico.
47




      Figura 9 – Automação do ciclo de vida de processo de negócios.
    Fonte: Adaptada de GARCIA e TOLEDO apud SOUZA, (2008, p.30).




•   Projeto: o ciclo de vida tem início com a modelagem do processo de
    negócio, nesta fase ocorre o levantamento dos processos, do
    ambiente, organizacional e técnico. São utilizados editores de
    modelagem e ferramentas para validação dos processos de negócios;

•   Configuração:      nesta    fase,    os   modelos      de    processos   são
    implementados. São incluídas informações técnicas que facilitam a
    execução dos processos;

•   Execução: o processo de negócio pode ser executado através de um
    BPMS configurado, o BPMS cria instâncias de um modelo de
    processos, coordena a execução e registra as informações coletadas
    durante a execução do processo;

•   Diagnóstico: o histórico da execução é analisado, identificando
    problemas e melhorando os processos. Isso pode levar ao processo
    de redesenho do processo (fase de projeto). Conforme mostra a figura
    9.
48



2.5 BPMN e os elementos de BPD




      A BPMN (Business Process Modeling Notation) é uma notação visual para
representação de fluxos de processos que pode ser mapeada para diversos
formatos de execução, como BPML (Business Process Modeling Language) e BPEL
(Business Process Execution Language) (REIS et al., 2007, p. 07).

      A especificação BPMN, criada pelo BPMI (Business Process Management
Initiative) provê uma notação gráfica para representar processos de negócios em um
diagrama, servindo de apoio ao uso de BPM por não-especialistas (BALDAM et al.,
2008, p.79).

      A BPMN define um diagrama de processo (Business Process Diagram –BPD),
contendo os elementos gráficos, que representam atividades e fluxos de controle
que determinam a ordem de execução dessas atividades.

      Um diagrama de Processos de negócios (BPD) é constituído de um conjunto
de elementos gráficos que permitem o desenvolvimento de diagramas simples
semelhantes aos de fluxo utilizados por analistas de negócio. Os elementos
utilizados são distintos uns dos outros e utilizam formas também comumente
utilizadas pela maioria dos modeladores. Por exemplo, as atividades são
representadas por retângulos e as decisões por losângulos. A figura 10 demonstra
esse exemplo.




                   Figura 10 – Demonstração das Atividades e Decisões
                          Fonte: Adaptada de Reis (2007, p. 07).
49



2.5.1 Objetos de Fluxo (Flow Objects)




         Um BPD tem um conjunto de três elementos básicos, conhecidos como
Objetos de Fluxo, para que os modeladores não tenham que aprender e reconhecer
um número grande de formas diferentes. A tabela 01 demonstra os três objetos de
fluxo.
50



 Nome                           Descrição                        Objeto

             Um evento é algo que "acontece" no decurso de
             um processo de negócio. Estes eventos afetam o
             fluxo do processo e normalmente Tem uma
             causa disparador () ou um impacto Resultado ().
 Evento      Eventos são círculos com centros abertos para
 (Event)     Permitir indicadores internos para diferenciar
             diferentes disparadores ou resultados. Existem
             três tipos de eventos, com base em quando elas
             afetam o fluxo: Início, Intermediário e Final
             (tradução do autor).

             Uma atividade é um termo genérico para o
             trabalho que a empresa executa. Uma atividade
             pode ser atômicas ou não-atômica (composta).
             Os tipos de atividades que fazem parte de um
Atividade
             modelo de processo são: Processo, a sub
(Activity)
             processo, e de tarefas. Tarefas e Sub-processos
             são retângulos arredondados. Os processos são
             contidos dentro de uma piscina (pool) (tradução
             do autor).

             Um gateway é usado para controlar a divergência
             e convergência de seqüência de fluxo. Assim, ele
 Portão      vai determinar a ramificação, bifurcação, fusão e
(Gateway)    junção de caminhos. Interno Marcadores vai
             indicar o tipo de controle de comportamento
             (tradução do autor).
                              Tabela 1 – Objetos de Fluxo.
                                 Fonte: BPMN (2009).
51



2.5.2 Objetos de Conexão




      Os Objetos de Fluxo são conectados em um diagrama para criar a estrutura
básica do processo de negócio. Existem três objetos de conexão que possibilitam
esta função, conforme mostra tabela 02.




         Nome                          Descrição                   Objeto

                        A seqüência de fluxo é usado para
  Fluxo de Seqüência mostrar a ordem em que as
   (Sequence Flow)   atividades serão realizadas em um
                        processo (tradução do autor).

                        Um fluxo de mensagens é usado para
                        mostrar o fluxo de mensagens entre
                        dois participantes que estão preparados
        Fluxo de
                        para enviar e receber. Em BPMN, dois
       Mensagem
                        Pools separados em um Diagrama
    (Message Flow)
                        representarão os dois participantes (por
                        exemplo, entidades empresariais ou
                        papéis de negócio) (tradução do autor).

                        Uma associação é usada para associar
                        as informações de Fluxo com objetos.
                        Texto e Gráfico que não são fluxos, os
      Associação        objetos podem ser associados com
      (Association)     Fluxo de Objetos. Um seta sobre a
                        Associação indica uma direção de fluxo
                        (por exemplo, dados), quando for o
                        caso (tradução do autor).
                            Tabela 2 – Objetos de Conexão.
                                 Fonte: BPMN (2009).
52



2.5.3 Raias (Swimlanes)




        A BPMN usa o conceito conhecido como "swimlanes" para ajudar a partição e
organizar as atividades. Um diagrama de BPMN pode representar mais de um
processo privado, bem como os processos que mostram a colaboração entre a
processos privados ou participantes. Em caso afirmativo, em seguida, cada
processo de negócio privado será considerado como sendo realizada por diferentes
Participantes. Graficamente, cada participante irá ser particionado; isto é, vai estar
contido em uma caixa retangular, chamada um "pool". Pools podem ter sub-
Swimlanes, que são chamados, simplesmente, "Lanes", como mostra a tabela 03.




Nome                      Descrição                              Objeto

          Um Pool representa um participante
          em um processo também atua como
          uma raia "e um container gráfico
          para      o   particionamento   de    um
 Pool
          conjunto de atividades de outros
          pools, geralmente no contexto de
          Situações de B2B (tradução do
          autor).

          A Lane é uma sub-partição dentro de
          uma piscina e vai estender a todo o
          comprimento do interior, quer na
 Lane     vertical ou horizontalmente. Lanes
          são    usadas      para   organizar     e
          categorizar atividades (tradução do
          autor).
                                 Tabela 3 – Raias (Swimlanes).
                                     Fonte: BPMN (2009).
53



2.5.4 Artefatos




      Segundo a BPMN os artefatos são usados para fornecer informações
adicionais sobre o processo. Existem três artefatos padronizados, mas os
Modeladores ou ferramentas de modelagem são livres para adicionar muitos
artefatos conforme o necessário. É possível que haja esforços da BPMN para
adicionar e padronizar um conjunto maior de artefatos para uso geral ou para os
mercados verticais. A tabela 04 mostra o conjunto atual de artefatos que inclui:



   Nome                             Descrição                             Objeto

              Objetos de dados são considerados Artefatos porque
 Objeto de    não têm qualquer efeito direto sobre a Seqüência de
   Dados      Fluxo de Mensagem ou fluxo do processo, mas eles
    (Data     fazem fornecer informações sobre as atividades que
   Object)    necessitam de ser executada e / ou o que eles
              produzem (tradução do autor).

              Um conjunto de atividades que estejam dentro da
              mesma categoria. Este tipo de agrupamento não
              afetam a seqüência de fluxo de atividades dentro do
              grupo. O nome da categoria aparece no diagrama
   Grupo
              como o rótulo de grupo.         Categorias podem ser
  (Group)
              usadas para documentação ou fins de análise.
              Grupos são uma maneira em que as categorias de
              objetos podem ser visualmente exibidos dentro do
              diagrama.

  Anotação
              Anotações de Texto é um mecanismo para um
    (Text
              modelador de fornecer informações adicionais para o
 Annotation
              leitor de um BPMN Diagrama.
      )
                                  Tabela 4 – Artefatos.
                                  Fonte: BPMN (2009).
54



3. ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS




      A arquitetura SOA baseia-se em permitir que sistemas corporativos
disponibilizem suas funcionalidades através de serviços que podem ser utilizados
por outros sistemas para a execução de suas tarefas. É importante ressaltar que a
Arquitetura Orientada a Serviços não é um software. Este termo refere-se a um
modelo de arquitetura de software voltada para a construção de aplicações que
implementam processos de negócio ou serviços utilizando um conjunto de
componentes fracamente acoplados e orquestrados a fim de prover um nível de
serviço bem definido (HURWITZ apud MIRANDA 2008, p. 16).


                    A SOA estabelece um modelo arquitetônico que visa a aprimorar a
                    eficiência, a agilidade e a produtividade de uma empresa, posicionando os
                    serviços como os principais meios para que a solução lógica seja
                    representada no suporte à realização dos objetivos estratégicos associados
                    à computação orientada a serviços (ERL et al., 2008, p.24).



      A SOA permite flexibilidade com serviços que podem ser fornecidos
localmente ou podem estar localizados externamente, os serviços podem ser
implementados em qualquer linguagem de programação, plataformas diferentes,
tecnologias diversas podem ser utilizadas e o legado de software pode ser
aproveitado mantendo o principio da interoperabilidade. É uma caracterização de
sistemas distribuídos, em que as funcionalidades do sistema são expostas via
descrição de uma interface, permitindo a publicação, localização e a invocação por
meio de um formato padronizado.


                    As arquiteturas orientadas a serviços são um caminho para o
                    desenvolvimento de sistemas distribuídos nos quais os componentes destes
                    sistemas são serviços dedicados. Os serviços podem ser executados em
                    computadores distribuídos geograficamente. Protocolos padronizados foram
                    projetados para apoiar troca de serviços de comunicação e de informações.
                    Conseqüentemente, os serviços são plataformas e linguagens de
                    implementações independentes. Sistemas de software podem ser
                    construídos usando serviços de provedores diferentes em nenhuma ligação
                    de interação entre esses serviços (SOMMERVILLE apud OLIVEIRA, 2008,
                    p. 62).
55



       A Arquitetura Orientada a Serviço é capaz de oferecer a infra-estrutura
tecnológica necessária para que uma aplicação possa ser definida por meio da
composição de serviços eletrônicos. Dessa forma, oferece apoio à composição de
aplicações distribuídas de uma forma flexível e com baixo custo. Em SOA, a
composição de serviços é vista como um processo de negócio dividido em
componentes reutilizáveis e interoperáveis em Serviços.


       Segundo Moreira (2007, p. 18), a arquitetura orientada a serviços é
constituída de relações entre três tipos de participantes:



          •   Diretório para registro de serviços, repositório que é utilizado para
              publicar e localizar as interfaces dos serviços;

          •   Provedor de serviços, entidade responsável por publicar as interfaces
              dos serviços providos por esta no registro de serviços e também
              responsável por atender as requisições originadas pelos clientes;

          •   Cliente, aplicação ou outro serviço que efetua requisições a um serviço.



       E esses participantes se relacionam através de três principais operações que
são:



          •   Publicar: Inicialmente, o provedor de serviço publica a interface do seu
              serviço junto ao diretório para registro de serviços;

          •   Localizar: O cliente pode efetuar uma busca por um determinado
              serviço   (operação     localizar),   especificando     as   características
              desejadas, no diretório de registros. Se o serviço existir, a interface e a
              localização do respectivo serviço são retornados para o cliente;

          •   Invocar: O cliente efetua uma invocação ao provedor do serviço
              (operação invocar). Os serviços estão baseados nas trocas de
              mensagens entre os provedores e os clientes, sendo assim, as
              mensagens seguem um formato padrão, garantindo aos serviços a
              neutralidade da tecnologia e permitindo que provedores.
56



3.1 Características da Arquitetura Orientada a Serviços




      Erl (apud Moreira 2007, p. 19) define SOA como sendo uma tecnologia que
adere aos princípios da orientação a serviços. Quando realizados através do uso da
tecnologia de Web Services, SOA promove esses princípios em todos os processos
de negócios e automação de uma corporação.

      Para a composição de Sistemas de Software compostos por serviços, a
Arquitetura SOA deve permitir todas as características apresentadas na Tabela 5.
57



CARACTERÍSTICA                                        DESCRIÇÃO

                        Este conceito trata de minimizar as dependências entre os serviços,
Acoplamento Fraco
                        permitindo assim flexibilidade na mudança das regras de negócio;

                        A lógica de uma regra de negócio deve estar definida e
 Reusabilidade do
                        disponibilizada como um serviço que pode ser reutilizado por outros
     Serviço
                        sistemas;

                        Os serviços dispõem de uma especificação para a forma de acesso
Contrato do Serviço     e comunicação. Determina a forma de recebimento e envio de
                        dados aos serviços;

                        A   arquitetura   SOA     promove     um    alto   nível   de     abstração,
    Abstração           considerando o encapsulamento das regras de negócio em
                        serviços, permitindo que os mesmos sejam reutilizados;

                        Serviços podem ser compostos para formar novos serviços com um
                        nível maior de abstração e provendo funcionalidades agregadas. A
   Composição           flexibilidade na composição de novos serviços a partir de serviços já
                        disponíveis na rede é o grande atrativo da arquitetura (SOUZA,
                        apud OLIVEIRA, 2008, p.66);

                        O encapsulamento de funcionalidades no nível de serviço evoca um
                        alto grau de granularidade nos componentes básicos da arquitetura.
                        Um objeto individual apresenta operações muito finas para prover
                        funcionalidades     significativas   no    nível   corporativo.    Para    o
Alta Granularidade      desenvolvimento de aplicações complexas e extensas a alta
                        granularidade traz vantagens na medida em que detalhes de
                        implementação são deixados à equipe de desenvolvimento
                        responsável por aquele serviço (SOUZA apud OLIVEIRA, 2008
                        p.66).

                        Para maior interoperabilidade, SOA promove na implementação de
 Heterogeneidade        serviços a independência de plataforma de desenvolvimento,
                        tecnologias de implementação e linguagens de programação.

                        Os serviços devem ser acessíveis a partir de qualquer lugar e a
    Ubiqüidade          qualquer momento facilitando a composição de serviços entre
                        empresas (SOUZA apud OLIVEIRA, 2008 p.67).
                    Tabela 5 – Principais Características da Arquitetura SOA.
                          Fonte: Adaptada de MIRANDA (2008, p.21).
58



3.2 Componentes SOA




      De acordo com a especificação de arquitetura orientada a serviços pela
organização OASIS, SOA é um paradigma para organização e utilização de
competências distribuídas que estão sob o controle de diferentes domínios
proprietários (OASIS, 2007). Para prover essa organização e utilização, a
Arquitetura SOA dispõe de quatro componentes principais: 1- Aplicação Frontend; 2
- Serviço; 3 - Repositório de Serviço e 4 - Barramento de Serviço (KRAFZIG apud
MIRANDA, 2008, p.26).

      Esses componentes estão dispostos de forma interoperável ou colaborativa,
fornecendo a estrutura necessária para a disponibilização dos serviços. A Figura 11
ilustra uma visão geral da arquitetura SOA.




                       Figura 11 – Componentes da arquitetura SOA.
                               Fonte: MIRANDA (2008, p.26).
59



3.2.1 Aplicação Frontend




      Segundo Josuttis (apud Miranda, 2008, p.27) são os elementos ativos de
SOA, iniciando e controlando as atividades de um sistema e entregando o resultado
do serviço, interagindo com o usuário. Existem diferentes tipos de Aplicações
FrontEnd. Um exemplo desse componente é uma aplicação de interface gráfica,
como uma aplicação Web que utiliza um browser para a interação com o usuário,
fazendo a chamada do processo e recebendo o resultado da execução de um
serviço. Uma Aplicação Frontend desempenha um papel muito próximo ao Padrão
de Projetos Facade (Fachada), onde um objeto disponibiliza uma interface que dá
acesso a uma grande quantidade de funcionalidades de um subsistema, abstraídas
do objeto que originou as chamadas. A Figura 12 ilustra um exemplo de Aplicação
FrontEnd.




                      Figura 12 – Exemplo de Aplicação Frontend.
                             Fonte: MIRANDA (2008, p.27).
60



3.2.2 Serviços




      Um Serviço pode ser entendido como uma função do sistema computacional
construída de forma a ser facilmente vinculada a outros componentes de software,
que podem ser outros serviços. O Serviço tem papel fundamental dentro da
Arquitetura Orientada a Serviços, pois encapsula uma função de negócio que pode
ser reutilizável, tendo como características marcantes a independência de
tecnologias de linguagens de programação em sua implementação e baixo
acoplamento. A Figura 13 ilustra a composição de um serviço com seus sub-
componentes.




                 Figura 13 – Composição de um Serviço na Arquitetura SOA.
                        Fonte: KRAFZIG apud MIRANDA (2008, p.28)




      Cada serviço deve conter um Contrato, que especifica restrições quanto ao
acesso ao serviço e uso dos serviços. O contrato impõe semântica sobre as
61



funcionalidades e parâmetros do serviço (DAVIES apud MIRANDA, 2008, p. 28). Os
serviços também devem disponibilizar Interfaces, que definem as operações
disponíveis em um serviço. As interfaces podem ser entendidas como as assinaturas
dos métodos definidos em classes na Orientação a Objetos, onde é descrito o tipo
de retorno, o nome da operação, sua visibilidade e argumentos.

      A regra de negócio realizada pelo serviço deve estar contido na
Implementação, que proporciona a execução do serviço utilizando a lógica de
negócio e os dados necessários. Alem da lógica de negócios e dos dados, fazem
parte da Implementação os subprogramas, os dados e arquivos de configuração e a
base de dados.

      SOA promove a idéia de módulos de software que prestam serviços a outros
módulos, com características e tecnologias diferentes. A concepção de serviço tem
três características principais, conforme mostra a tabela 06.




CARACTERÍSTICA                                    DESCRIÇÃO

                      A descrição do serviço através de uma interface, ou seja,
     Interface        como aquele serviço será conhecido e como ele será
                      acessado;

     Contrato         Definição de como se dará esse acesso pela sua interface;

                      Sua implementação, ou seja, a funcionalidade por trás da
                      interface. Atualmente, essa abordagem converge para o
  Implementação       padrão de Web Services. No passado, sistemas empresariais
                      operavam com diferentes tipos de interfaces, projetadas em
                      tecnologias distintas.
                       Tabela 6 – Características da Concepção de Serviços.
                                  Fonte: MIRANDA (2008, p.29).




      ERL (et al., 2008, p.28) identifica três tipos fundamentais de serviços:
62



         •   Serviço   utilitário:   são   serviços   que   implementam   algumas
             funcionalidades gerais que podem ser utilizadas por diferentes
             processos de negócios;

         •   Serviço de entidade: são serviços associados a uma função específica
             do de negócio;

         •   Serviço-tarefa: são serviços que apóiam os processos de negócios
             mais gerais que envolvem diferentes atores e atividades.




3.2.3 Ciclo de Vida dos Serviços




      Segundo Miranda (2008, p. 30) os serviços são considerados pedaços de
software que encapsulam alguma funcionalidade de negócios. Como tal, seu ciclo de
desenvolvimento é comum aos softwares, consistindo nas fases de: modelagem,
implementação, integração e execução. O ciclo de vida de um serviço pode aplicar o
modelo em cascata, porém, assim como no desenvolvimento de um software, não é
o modelo ideal, podendo assumir um ciclo de vida iterativo, onde o desenvolvimento
de software pode ser ajustado com as experiências obtidas nas fases anteriores. A
Tabela 7 apresenta as etapas do ciclo de vida dos serviços bem como a descrição
de cada etapa.
63



    ETAPA                                         DESCRIÇÃO

                     A fase de modelagem gera um produto: a especificação da
 Modelagem           interface do serviço. Esta interface inclui a semântica e os
                     atributos não funcionais;
                     Esta é a fase de codificação do serviço, utilizando tecnologias
Implementação como linguagens de programação, protocolos de comunicação e
                     plataformas de desenvolvimento;

                     Fase de adequação dos serviços aos sistemas que farão uso da
  Integração
                     Arquitetura SOA. É a inserção do serviço no domínio do problema;

                     Fase em que o serviço estará disponível para uma Aplicação
  Execução
                     FrontEnd ou qualquer outro tipo de consumidor.
                           Tabela 7 - Fases do Ciclo de Vida do Serviço
                                 Fonte: MIRANDA (2008, p. 30).




3.2.4 Repositório de Serviços




      Miranda (2008, p. 31) cita ainda que outra estrutura importante dentro da
arquitetura SOA é o Repositório de Serviços , que fornece meios para facilitar a
descoberta de serviços, bem como, as informações referentes ao serviço. Essas
informações podem variar, podendo informar sobre a localização física, pessoas de
contato, informações sobre o fornecedor, utilização de restrições de segurança e
níveis do serviço.

      Geralmente, um Repositório de Serviços está associado ao escopo de uma
empresa ou organização. É possível utilizar a arquitetura SOA sem um Repositório
de Serviços. Isso depende da quantidade de serviços disponibilizados a nível
empresarial. Por isso, por mais que uma empresa que esteja adotando SOA não
possua muitos serviços a serem disponibilizados, é interessante optar pela utilização
de um repositório, pois isso trará benefícios em longo prazo (KRAFZIG apud
MIRANDA, 2008, p. 31).
64



3.2.5 Barramento de Serviços




      Segundo Galdino (apud Miranda, 2008, p.31) o Barramento de Serviços
interconecta todos os elementos da arquitetura SOA, funcionando como canal de
comunicação. Este barramento facilita o compartilhamento de serviços dentro de
uma corporação, fornecendo transparência na localização dos serviços. Se duas
aplicações precisam se comunicar entre si, uma Aplicação de Frontend invoca as
funcionalidades de um serviço utilizando o Barramento de Serviços. É importante
destacar que o barramento de serviços não é necessariamente composto por uma
tecnologia, podendo abranger uma grande variedade de soluções tecnológicas.

      A Tabela 8 descreve as principais características do Barramento de Serviço.



  CARACTERÍSTICAS                                    DESCRIÇÃO

                            Objetivo principal do Barramento de Serviços. Permite
                            interligar os componentes de uma arquitetura SOA,
     Conectividade
                            fornecendo facilidades que permitam ao FrontEnd
                            invocar as funcionalidades dos serviços;

                            O Barramento suporta uma gama de tecnologias, o
                            que geralmente é a realidade das empresas, que em
                            sua maioria, adotam por soluções distintas. Essas
Tecnologias Heterogêneas
                            tecnologias variam desde linguagens de programação,
                            sistemas     operacionais,      ambientes      de   execução,
                            middlewares e protocolos de comunicação;

                            Embora a funcionalidade principal do Barramento de
                            Serviços seja a comunicação entre componentes e
    Serviços Técnicos       serviços,    o   barramento      também       fornece   alguns
                            serviços como auditoria, segurança, transformação de
                            mensagens e transações.
                  Tabela 8 – Características do Barramento de Serviços.
                             Fonte: MIRANDA (2008, p. 32).
65



3.3 Composição de Serviços




      Segundo Moreira (2007, p.32.) para solucionar problemas como distribuição e
heterogeneidade de aplicações, surge a necessidade de composição de serviços.
Esta técnica permite modelar o processo de negócio e também aumenta a
possibilidade de aproveitar os benefícios da arquitetura orientada a serviços.

      O mecanismo da composição de serviços visa combinar dois ou mais serviços
para que, juntos, possam atender a requisitos que vão além das suas capacidades
individuais. Em outras palavras, a composição provê uma abordagem aberta,
baseada em padrões, para conectar Web Services objetivando criar processos de
negócio de alto nível, com um alto valor agregado. A Figura 14 exemplifica uma
composição de serviços.

      Uma das principais motivações para a utilização da composição de serviço é
o desenvolvimento de processos de negócio envolvendo vários parceiros e
seqüência de operações.




                           Figura 14 – Composição de Serviços
                              Fonte: MOREIRA (2007, p.33).
66



      Os padrões são projetados para reduzir a complexidade requerida para
compor Web Services, reduzindo custo e tempo, e aumentando a eficiência global
nos negócios.

      De acordo com Moreira (2007, p. 33), a composição de serviços deve atender
as seguintes exigências:



          •   Habilidade de invocar serviços de maneira assíncrona, alcançando
              confiabilidade,    escalabilidade   e   adaptabilidade,   características
              necessárias em um ambiente de negócios;

          •   Gerenciar a integridade transacional e de exceções;

          •   Prover uma clara separação entre a lógica do processo e os Web
              Services usados;

          •   Ser capaz de compor serviços de alto nível de processos existentes.



       A composição de serviços faz uso de vários serviços para criar um serviço
e/ou o uso de um serviço por outro serviço vai se tornando mais comum, para a
criação de processos, para isso dois conceitos são muito importantes: orquestração
e coreografia, como visto na figura 15.




                          Figura 15 – Orquestração e Coreografia.
                     Fonte: LEITÃO e MARGALHO JUNIOR (2007, p.25)
67



3.3.1 Orquestração




         As interações do processo de negócios são controladas por uma das partes
envolvidas no processo. A orquestração envolve interações entre as partes e os
passos entre as interações (FANTINATO; TOLEDO; GIMENES apud SOUZA, 2008,
p.61).

                      Empresas que têm sistemas legados interconectados ou processo de
                      negócio trabalhando em conjunto necessitam comumente de uma unidade
                      controladora, a fim de facilitar o processo de interoperabilidade entre tais
                      sistemas. Essa solução é conhecida como orquestração de serviços. A
                      forma de implementação deste mecanismo permite que dois ou mais
                      sistemas se comuniquem com uma unidade orquestradora central
                      (MOREIRA, 2007, p. 33-34).



         Um dos requisitos que guia a criação de orquestrações é o fato de unir
processos de negócio. Com a orquestração, diferentes processos podem ser
conectados      sem   que    seja    necessário      desenvolver       novamente       as    sua
funcionalidades em um novo sistema. O uso da orquestração pode reduzir
significativamente a complexidade de implementação, bem como facilitar a
manutenção dos sistemas (ERL, 2005, p. 203).

         A Figura 16 exibe o funcionamento do processo de orquestração de serviços.
O coordenador central (por exemplo, um Web Service) recebe uma mensagem do
Web Service 1 requisitando alguma informação. O coordenador invoca alguns
parceiros a fim de agrupar a informação e então retorna o resultado para o Web
Service 1. Este tipo de processo pode ser conhecido como privado e executável, já
que apenas a entidade que está orquestrando o processo conhece o fluxo de
controle e informação que o segue. A principal técnica de implementação da
orquestração é através da linguagem BPEL.
Monografia bpm
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  • 1. CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RAFAEL RAYATO INAZAWA A APLICAÇÃO DO BPM PARA AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO NAS ORGANIZAÇÕES ESTUDO DE CASO: PROJETO NEW_RCMS São Paulo 2009
  • 2. CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RAFAEL RAYATO INAZAWA A APLICAÇÃO DO BPM PARA AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO NAS ORGANIZAÇÕES ESTUDO DE CASO: PROJETO NEW_RCMS Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Informática ênfase em gestão de negócios na FATEC ZL como requerimento parcial para obtenção do Título de Tecnólogo em Informática ênfase em gestão de negócios Orientador: Prof. Msc. Wilson Vendramel São Paulo 2009
  • 3. Inazawa, Rafael Rayato A Aplicação do BPM para Automação de Processos de Negócio nas Organizações. Estudo de Caso: PROJETO NEW_RCMS /Rafael Rayato Inazawa– São Paulo, SP : [s.n], 2009. 111 f. Orientador: Wilson Vendramel. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. 1. Gestão do processo de negócio. 2. Arquitetura orientada a serviços. I. Vendramel, Wilson. II. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.
  • 4. CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RAFAEL RAYATO INAZAWA A APLICAÇÃO DO BPM PARA AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO NAS ORGANIZAÇÕES ESTUDO DE CASO: PROJETO NEW_RCMS Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Informática com ênfase em gestão de Negócios na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Informática com ênfase em gestão de Negócios. COMISSÃO EXAMINADORA _________________________________________ Prof. Msc. Wilson Vendramel Faculdade de Tecnologia da Z/L ____________________________________ Prof. Msc. Ricardo Satoshi Oyakawa Faculdade de Tecnologia da Z/L ____________________________________ Esp. Marco Aurélio Aloise Filho São Paulo, ___ de _____________ de 2009.
  • 5. DEDICATÓRIA A Deus, aos meus pais, minha namorada e aos meus amigos... companheiros de todas as horas...
  • 6. AGRADECIMENTOS À minha família e namorada pelo apoio e incentivo a esta jornada. Aos meus amigos, pela força e pela vibração em relação a esta jornada. Ao Prof. Msc. Orientador Wilson Vendramel, pela sua valorosa orientação e um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento e finalização deste trabalho. Aos meus colegas de trabalho pela colaboração e incentivo. Aos colegas de curso, pela batalha a qual vencemos. Aos que colaboraram e não impediram a finalização deste estudo.
  • 7. “Cabe ao ser humano dedicar o máximo de si em tudo o que fizer, nas circuntâncias em que se encontra, neste exato momento, deve empenhar-se de corpo e alma com total seriedade sem se deixar influenciar pelos ventos do elogio ou da censura..." Daisaku Ikeda
  • 8. INAZAWA, Rafael Rayato. A Aplicação do BPM para automação de Processos de Negócio nas Organizações – Estudo de Caso: PROJETO NEW_RCMS. 2009. 111 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, SP. RESUMO As organizações em um mercado cada vez mais competitivo são constantemente desafiadas a produzirem melhores resultados com menor custo, desenvolverem produtos e serviços baseados em um ciclo de vida mais curto e se relacionarem de forma mais personalizada e integrada com seus clientes, fornecedores e parceiros. As organizações devem ser capazes de melhorar seus processos de negócio e sua comunicação com a área de TI, da qual dependem para viabilizar seus objetivos e estratégias, atualmente buscam melhorar seus processos de negócio e alinhá-los junto com a TI, essa sinergia torna os processos das empresas flexíveis e resilientes frente a um novo tipo de mercado global. É necessária a aplicação de modelos de gestão nas áreas estratégicas da empresa para que se tornem possíveis a representação do ambiente de negócio e o uso de uma arquitetura flexível, dinâmica e adaptável (SOA – Service-Oriented Architecture) possibilitam uma visão sistêmica de toda a organização. Desta maneira, este trabalho foca analisar a implantação do BPM (Business Process Management) nas corporações. Palavras-chave: Arquitetura Orientada a Serviços, Processo de Negócio, BPM.
  • 9. INAZAWA, Rafael Rayato. The Implementation of BPM for process automation in Business Organizations – Case Study: PROJECT NEW_RCMS. Conclusion Course (Technologist) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, SP. ABSTRACT The organization in a market increasingly competitive environment are constantly challenged to produce better results at lower costs, develop products and services based on a life cycle shorter and relate in a more customized and integrated with its customers, suppliers and partners. Organizations must be able to improve their business processes and their communication with the IT area, upon which to put its objectives and strategies currently seeking to improve their business processes and align them with IT, this synergy makes business processes flexible and resilient in the face of a new kind of global market. It is necessary to apply management models in the strategic areas of the company to become possible to represent the business environment and the use of a flexible, dynamic and adaptable (SOA - Service-Oriented Architecture) provide a systemic view of the entire organization . Thus, this work focuses on analyzing the deployment of BPM (Business Process Management) in corporations. Key-Words: Service-Oriented Architecture, business process, BPM.
  • 10. LISTA DE ABREVIATURAS BAM Business Activity Monitoring BI Business Intelligence BPD Business Process Diagram BPEL Business Process Execution Language BPM Business Process Management BPMI Business Process Management Initiative BPMN Business Process Modeling Notation BPMS Business Process Management Systems BPR Business Process Reengineering BSC Balanced Scorecard FAST Fast Analysis Solution Technique KPI Key Performance Indicators OASIS Organization for the Advancement of Structured Information Standards PMI Project Management Institute SOA Service-Oriented Architecture SOAP Simple Object Access Protocol SWOT Strengths, Weakness, Opportunities and Threats TI Tecnologia da Informação UDDI Universal Description, Discovery and Integration WfMC Workflow Management Coalition
  • 11. WfMSs Workflow Management Systems WS Web Service WS-BPEL Web Service Business Process Execution Language WSDL Web Services Definition Language WSFL Web Service Flow Language XML eXtensible Markup Language
  • 12. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Ilustração de um processo de negócio...........................................................24 Figura 2 – Visão Sistêmica dos Processos.....................................................................25 Figura 3 – Ciclo de BPM..................................................................................................28 Figura 4 – Exemplo de Visão Global de Processos de compra......................................32 Figura 5 - Monitoração de Processos de Negócio com o Websphere Business MQ......41 Figura 6 – Analisando os KPIs (Indicadores Chave de Desempenho)...........................42 Figura 7 – Visualização gráfica dos indicadores.............................................................43 Figura 8 – Exemplo de relatório analítico........................................................................44 Figura 9 – Automação do ciclo de vida de processo de negócios..................................47 Figura 10 – Demonstração das Atividades e Decisões...................................................48 Figura 11 – Componentes da arquitetura SOA...............................................................58 Figura 12 – Exemplo de Aplicação Frontend..................................................................59 Figura 13 – Composição de um Serviço na Arquitetura SOA.........................................60 Figura 14 – Composição de Serviços..............................................................................65 Figura 15 – Orquestração e Coreografia.........................................................................67 Figura 16 – Exemplo de processo de orquestração de serviços.....................................69 Figura 17 – Exemplo de Coreografia de serviços...........................................................69 Figura 18 – Fluxo de Processo BPEL.............................................................................71 Figura 19 – Estrutura básica de uma especificação BPEL.............................................73 Figura 20 – Interface Gráfica modelada pelo BPEL através da ferramenta Eclipse.......75 Figura 21 – Camadas de Abstração de SOA..................................................................76
  • 13. Figura 22 – O negócio e os domínios da lógica da aplicação.........................................77 Figura 23 – As três principais camadas de serviços.......................................................78 Figura 24 – Serviços utilitários da camada de serviço de aplicação...............................79 Figura 25 – Serviço ServicoSalvarGrupo nas camadas de Aplicação e Negócios.........81 Figura 26 – Ciclos de Vida de SOA.................................................................................83 Figura 27 – Atividades do ciclo de vida com os serviços no ambiente SOA...................86 Figura 28 – Arquitetura Web Services.............................................................................89 Figura 29 – Arquitetura de todos os sistemas do departamento.....................................93 Figura 30 – Processo modelado (As Is)..........................................................................96 Figura 31 – Processo modelado (To Be).......................................................................100 Figura 32 – Interface da aplicação no PDA...................................................................102 Figura 33 – Arquitetura tecnológica e suas aplicações após a implantação do BPM...103
  • 14. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Atividades básicas de BPEL.........................................................................72 Quadro 2 – Atividades Estruturadas de BPEL................................................................72 Quadro 3 – Processo de atendimento (As Is).................................................................94 Quadro 4 – Processo de atendimento (To Be)................................................................98 Quadro 5 – Comparativo entre antes e depois da implantação do BPM......................103
  • 15. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Objetos de Fluxo...........................................................................................50 Tabela 2 – Objetos de Conexão......................................................................................51 Tabela 3 – Raias (Swimlanes).........................................................................................52 Tabela 4 – Artefatos........................................................................................................53 Tabela 5 – Principais Características da Arquitetura SOA..............................................57 Tabela 6 – Características da Concepção de Serviços...................................................61 Tabela 7 - Fases do Ciclo de Vida do Serviço................................................................63 Tabela 8 – Características do Barramento de Serviços..................................................64 Tabela 9 – Principais sistemas do Service Desk.............................................................92
  • 16. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................19 2. GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO................................................................22 2.1 Processos de negócio..........................................................................................23 2.1.1 Fluxo de Trabalho de Pessoas..........................................................................25 2.1.2 Características de Processos nas Organizações..............................................26 2.2 Ciclo do Gerenciamento de Processo de Negócio...............................................27 2.2.1 Planejamento do BPM.......................................................................................29 2.2.1.1. Visão Global de Processos............................................................................31 2.2.2 Modelagem de processos..................................................................................32 2.2.2.1 Modelagem de estado atual (As Is)................................................................34 2.2.2.2 Modelagem de estado futuro (To Be).............................................................36 2.2.2.3 Ferramenta e metodologia de modelagem do processo de negócio..............38 2.2.2.4 Otimização de Processos e Solução Imediata de Problemas........................38 2.2.3 Execução de Processos.....................................................................................39 2.2.4 Controle e Análise de Dados.............................................................................40 2.3 Conformidades......................................................................................................44 2.4 Sistemas de Gestão de Processos de Negócio (BPMS)......................................45 2.4.1 Ciclo de Vida de BPMS......................................................................................46 2.5 BPMN e os elementos de BPD.............................................................................48 2.5.1 Objetos de Fluxo (Flow Objects)........................................................................49 2.5.2 Objetos de Conexão..........................................................................................51 2.5.3 Raias (Swimlanes).............................................................................................52
  • 17. 2.5.4 Artefatos.............................................................................................................53 3. ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS..............................................................54 3.1 Características da Arquitetura Orientada a Serviços............................................56 3.2 Componentes SOA...............................................................................................58 3.2.1 Aplicação Frontend............................................................................................59 3.2.2 Serviços.............................................................................................................60 3.2.3 Ciclo de vida dos serviços..................................................................................62 3.2.4 Repositório de serviços......................................................................................63 3.2.5 Barramento de serviços.....................................................................................64 3.3 Composição de serviços.......................................................................................65 3.3.1 Orquestração.....................................................................................................67 3.3.2 Coreografia........................................................................................................68 3.3.3 BPEL..................................................................................................................70 3.4 Camadas de abstração.........................................................................................75 3.4.1 Camada corporativa...........................................................................................76 3.4.2 Camada de processos.......................................................................................76 3.4.3 Camada de serviços..........................................................................................77 3.4.3.1 Camada de serviço de aplicação....................................................................78 3.4.3.2 Camada de serviços de negócio.....................................................................80 3.4.3.3 Camada de serviço de orquestração..............................................................82 3.4.4 Camada de Componentes.................................................................................82 3.4.5 Camada de Objetos...........................................................................................82 3.5 Ciclo de vida SOA.................................................................................................83 3.5.1 Estratégia...........................................................................................................84
  • 18. 3.5.1.1 Bottom-up........................................................................................................84 3.5.1.2 Top-down……………………………………………………………………………85 3.5.2 Modelagem…………………………………………………………………………....85 3.5.3 Implementação……………………………………………………………………….86 3.5.4 Monitoramento (Business Activity Monitoring)...................................................86 3.6 Web Services........................................................................................................87 4. ESTUDO DE CASO....................................................................................................89 4.1 Descrição do ambiente de pesquisa.....................................................................89 4.2 Implantação do BPM na organização...................................................................89 4.3 Modelagem do processo de negócio de Atendimento de chamados...................91 4.4 Resultados obtidos..............................................................................................101 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................105 REFERÊNCIAS.............................................................................................................107 GLOSSÁRIO.................................................................................................................110
  • 19. 19 1. INTRODUÇÃO Melhoria Contínua é um termo bem conhecido para as organizações que desejam se manter competitivas no mercado. Hoje com a disposição dos mais variados modelos, métodos e processos de Gestão, algumas têm conseguido alcançar os principais objetivos que são: manter crescimento, reduzir gastos e aumentar lucros. As organizações que conseguem alcançar suas metas e objetivos em geral são as que possuem processos internos e externos bem definidos, estão sempre em constante mudança organizacional e se adaptam rapidamente a elas, geralmente possuem uma ótima infra-estrutura de TI alinhada ao seu processo de negócio, isso as tornam empresas flexíveis. A maior dificuldade das empresas é alinhar os seus processos de negócio a TI, criar uma solução tecnológica adequada que agregue valor ao seu negócio possibilita a empresa ter uma forte flexibilidade e interoperabilidade para acompanhar as constantes mudanças de processos e informações. A aplicação do Business Process Management (BPM) permite mapear os processos organizacionais da empresa, buscando a integração funcional e proporcionando maior agilidade nas atividades que envolvem pessoas, tarefas, máquinas, aplicações de software e outros elementos coordenados para atingir os objetivos do negócio. Com a utilização de notação de modelagem de processos como Business Process Management Notation (BPMN), os analistas de negócio podem documentar os modelos criados e entender melhor os processos da empresa em diferentes níveis, facilitando deste modo o entendimento dos participantes dos processos de negócio. Da necessidade de integração entre diferentes sistemas e a disseminação da Web surge a Arquitetura Orientada a Serviços – SOA (Service-Oriented Architecture) que veio com o objetivo de integrar serviços fracamente acoplados, possibilitando o reuso, modificação e a aplicação em diferentes áreas internas ou externas da empresa. Atrás de inovação, as empresas vêem cada vez mais demonstrando
  • 20. 20 interesse em Web Services, pois é uma tecnologia atual baseada na Web capaz de integrar serviços utilizando tecnologia XML (eXtensible Markup Language). De certa forma essa tecnologia pode sanar boa parte dos problemas de uma organização que utiliza sistemas diferentes, fazendo com que eles troquem informações, com isso a empresa pode integrar seus processos a esses sistemas independentes de plataforma ou linguagem de programação. Este trabalho tem como objetivo demonstrar os passos necessários para uma organização implementar o BPM, por meio da modelagem de seus processos, visando promover a flexibilidade, Interoperabilidade e a reusabilidade de componentes na organização. A Justificativa para o desenvolvimento deste trabalho é demonstrar que o Business Process Management é de extrema importância para as organizações e que suas contribuições agregam mais valor ao negócio tornando a empresa mais competitiva no mercado. A metodologia deste estudo será feita a partir de pesquisa bibliográfica e também de um estudo de caso que apresenta a modelagem de um processo de negócio, a fim de demonstrar as principais atividades e características da gestão de processos de negócio por meio do BPM. O estudo de caso consiste em analisar um determinado processo de um serviço oferecido por uma organização, e a utilização de uma ferramenta de modelagem de negócio (Bizagi Process Modeler), obtendo assim, a inserção, desses processos no paradigma da orientação a serviços e gestão dos processos de negócio. O segundo capítulo aborda a gestão de processos de negócio, que é uma disciplina de gestão estratégica, que sustenta a idéia de que podemos modelar um negócio em termos de processos de sua finalidade que podem abranger tradicionais organizações e fronteiras de sistemas. Ele envolve a descoberta, projeto e entrega dos processos de negócio, fazendo com que todos os departamentos da organização estejam alinhados com as metas e estratégias da corporação. Uma boa gestão ainda permite um ciclo de melhoria contínua onde as organizações devem estar aptas às constantes mudanças organizacionais em conjunto com a Tecnologia da Informação para estarem melhor alinhadas com suas metas, estratégias e
  • 21. 21 objetivos. O terceiro capítulo, aborda a arquitetura orientada a serviços que é uma aproximação arquitetural para desenvolvimento de sistemas que constrói e distribui serviços reutilizáveis e encapsulados prestados às empresas para que diferentes aplicações possam compartilhá-los em um modo vagamente acoplado e altamente inter-operável. A implementação desses serviços podem ser feitas independente da plataforma ou linguagem de programação, utilizam protocolos padronizados para a comunicação e troca de informações. Esses padrões tornam os serviços flexíveis e reusáveis, podendo ser executados em computadores distribuídos geograficamente. Essa arquitetura ainda permite a utilização de diversas outras tecnologias incluindo os sistemas legados da organização, mantendo a interoperabilidade entre os diversos sistemas da organização.
  • 22. 22 2. GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO Segundo a BPMN (apud BALDAM et al., 2008, p.19), a gestão por processos de negócios envolve a descoberta, projeto e entrega de processos de negócios. Adicionalmente, o BPM inclui o controle executivo, administrativo e supervisório desses processos. A gestão por processos de negócios é a disciplina de modelar, automatizar, gerenciar e otimizar processos de negócios através do seu ciclo de vida com o propósito de lhes agregar valor (KHAN apud OLIVEIRA, 2008, p. 19), O BPM tem vários predecessores como o Gerenciamento de Qualidade Total (TQM, do inglês Total Quality Management) e de um novo paradigma que surgiu em meados dos anos 90: Business Process Reengineering (BPR), que prometia aumentar o desempenho dos negócios em um período relativamente curto pela reengenharia completa dos processos de negócios existentes. O BPR teve um grande sucesso inicial, mas o movimento teve um declínio que levou ao fracasso vários projetos. O BPM surgia 10 anos mais tarde e trazia de volta a gestão por processos de negócios com soluções que atendiam, através da evolução dos fluxos de trabalho, a interoperabilidade de processos mais complexos e distribuídos fisicamente. Com a integração e aperfeiçoamento dos processos, de forma que as metas e estratégias estejam alinhadas com a corporação, a gestão por processos pode trazer eficiência e permitir vincular a atividade das diferentes funções internas aos fatores competitivos da organização. No entanto, se o processo como um todo não for corretamente analisado e avaliado, as correntes funções tornam-se um grupo de pequenas unidades de negócios isoladas, as quais são avaliadas indevidamente por padrões não condizentes com as necessidades globais da empresa. O acontecimento mais comum é o de o organograma receber uma maior atenção do que o próprio negócio. O termo BPM, Business Process Management, é largamente utilizado pelos autores para referenciar a automação dos processos, que uma vez passando por
  • 23. 23 esse processo de automatização, pode ser gerenciado posteriormente, por meio de ferramentas de software. Já no ambiente de negócios, os executivos se referem à gestão de processos de negócios de uma forma mais genérica, com uma visão de gerenciamento humano melhor organizado diante dos negócios da corporação. 2.1 Processos de negócio Processo de Negócio é a descrição de um conjunto de atividades que envolvem pessoas, tarefas, máquinas, softwares e outros elementos coordenados para atingir objetivos de negócio. “É um fenômeno que ocorre dentro das empresas. Compreende um conjunto de atividades realizadas na empresa, associadas às informações que manipula, utilizando os recursos e a organização da empresa. Forma uma unidade coesa e deve ser focalizado em um tipo de negócio, que normalmente está direcionado a um determinado mercado/cliente, com fornecedores bem definidos (Rozenfeld apud Baldam, et al.,2008, p.196).” Segundo Moreira (2007, p. 30-31) um processo de negócio pode ser visto como um conjunto estruturado de tarefas que contribuem coletivamente para que uma organização atinja os seus objetivos. Os processos de negócio são a base operativa de uma empresa e fazem parte da cultura desta e o êxito da mesma depende fortemente da eficiência com que eles são administrados. Assim sendo, uma má administração dos processos traz altos custos, baixa produtividade e inadequados tempos de resposta, tanto frente às oportunidades como às ameaças. A figura 01 exemplifica um processo de negócio.
  • 24. 24 Figura 1 – Ilustração de um processo de negócio. Fonte: GARCIA e TOLEDO (2007). A Figura 2 mostra o esquema geral de funcionamento de processos nas organizações, ela demonstra o que está diretamente envolvido em um processo em particular (entradas, saídas, recurso e controles), inclusive as influências externas oriundas do contexto da organização, que podem alterar o modo de funcionamento do processo até mesmo os produtos produzidos pelo processo (BALDAM et al, 2008, p.21).
  • 25. 25 Figura 2 – Visão Sistêmica dos Processos. Fonte: BALDAM (2008. p.21). 2.1.1 Fluxo de trabalho de pessoas Quando as atividades do processo exigem ações ou pareceres de pessoas, normalmente categoriza-se o processo como de “longa duração”, pois o elemento humano pode demorar em completar a tarefa. Para os mecanismos de BPM darem suporte a interação humana, não só devem armazenar e controlar estes processos de longa duração, mas também prover funcionalidades como: • Identificação do responsável pela tarefa: Normalmente, quando se desenha um processo, assinala-se um papel (uma função como gerente de agência, analista de crédito) às tarefas, ao invés de uma
  • 26. 26 identificação direta da pessoa (como seria um código funcional). Isto é importante para que os processos sejam independentes das pessoas, as quais podem sair da empresa ou mudar de função, e também porque para cada instância do processo o recurso (pessoa) pode ser diferente. Os papéis podem ser definidos no momento de criação dos fluxos, durante sua instalação no ambiente, ou mesmo durante sua execução (KLOPPMANN apud BENEDETE, 2007, p. 31); • Envio da tarefa para a pessoa responsável e apoio à interação: Depois de identificado, o responsável pela tarefa tem que ser comunicado criando itens em uma relação de tarefas que deve ser periodicamente consultada pela pessoa. As ferramentas de BPM não só avisam o responsável pela tarefa, mas também fornecem telas onde o contexto (informações necessárias para entender, executar uma tarefa ou tomar uma decisão) da atividade é apresentado; • Tratamento de exceções: Caso uma pessoa demore muito para realizar uma tarefa, ou caso fique ausente, os mecanismos de fluxo de trabalho devem ser capazes de encontrar um substituto ou escalar o assunto para um supervisor tomar a ação necessária. 2.1.2 Características dos processos nas organizações Segundo Baldam (2008, p. 24), à medida que a visão de processos se difunde, as formas contemporâneas de racionalização tendem a ver as organizações como um feixe de processos, e ele classifica esses feixes de processos da seguinte maneira: • Transfuncionais: pois atravessam departamentos;
  • 27. 27 • Intrafuncionais: pois pertencem a um departamento ou setor específico. Conhecendo a visão do processo, é possível definir o que deve ser feito e como fazê-lo, não em cima das atividades dos departamentos, mas sim, atividades que agregam valor a organização independente do departamento que executará o processo. Deste modo, os processos tramitariam entre departamentos conforme o serviço que ele necessitar realizar (BALDAM et al., 2008, p. 24). Porém, com estas características de processos, os departamentos ainda seriam úteis nas organizações, devido a sua funcionalidade em situações gerenciais. 2.2 Ciclo de Gerenciamento de Processo de Negócio A descrição das etapas do ciclo de gerenciamento de negócios, segundo Baldam (2008, p. 56), podem ser aplicadas em um processo específico da organização ou em processos de negócios onde existe uma gestão da integração destes já presente, podendo ser utilizada também em um estado de gestão que se pretende chegar futuramente. A figura 3 ilustra o ciclo do BPM.
  • 28. 28 Figura 3 – Ciclo de BPM Fonte: BALDAM (2008, p.56) • Planejamento do BPM: É onde as atividades de BPM que contribuirão para o alcance de metas organizacionais (desde as estratégicas até as operacionais) serão definidas, como verificação dos pontos de falha nos processos que causam danos a organização (financeiros, imagem, prazos e satisfação de clientes), definição de planos de ação para implantação, definição dos processos que necessitam de ação imediata; • Modelagem e otimização de processos: atividades que permitem gerar informações sobre o processo atual (As Is) e/ou sobre a proposta de processo futuro (To Be); documentar os processos; prover dados de integração entre processos, empregar metodologias para aperfeiçoar os processos, fazer inovações, simulações e
  • 29. 29 redesenhos; adotar as melhores práticas de modelos de referência; gerar especificações para implementação, para configuração e customização (caso o processo não esteja em uso), para execução e controle; • Execução de processos: atividades que garantirão a implementação e a execução dos processos, como implantação de planos de transferência de tecnologia, treinamentos, ajuste de equipamentos e softwares (se necessários), acompanhamento de processo implantado, monitoria e controle da execução das instâncias de processo; • Controle e análise de dados: atividades relacionadas ao controle geral do processo (por meio de diversos recursos, como o uso de indicadores, BAM, BI, BSC, métodos estatísticos, diagramas de causa e efeito), gerando informações que posteriormente realimentarão as atividades de otimização e planejamento. 2.2.1 Planejamento do BPM As atividades desempenhadas na etapa de planejamento do BPM são descritas por Baldam (2008, p. 63): • Definir os processos-chave para a estratégia da organização. Usando metodologias conhecidas (Cadeia de Valor, BSC, SWOT), é possível identificar em quais processos a organização tem mais potencialidade, os pontos que precisam melhorar, quais as ameaças e oportunidades do mercado, os indicadores que serão usados para medir o desempenho de seus processos, a meta para esses indicadores, entre outros;
  • 30. 30 • Levantar os principais pontos fracos dos processos em uso na organização; • Identificar as oportunidades (novas abordagens, produtos ou serviços) que possam ser fornecidas pela organização, levando a preparar os processos que permitirão sua entrega; • Perceber que todos os processos podem passar por inovação; • Preparar, no todo ou em parte, a visão global de processos; • Classificar os processos que mereçam atenção em ordem de prioridade; • Identificar ao time de projetos de processos e às áreas envolvidas as diretrizes e especificações básicas desejadas a partir do planejamento; • Planejar e controlar as tarefas necessárias à implementação. Os gestores de processo não são os únicos responsáveis pelas atividades do planejamento. É importante a participação de gestores de outras áreas da organização, o apoio desses gestores e o seu comprometimento com o BPM de forma contínua contribuem para o êxito na gestão por processos, caso isso não ocorra, surgirão processos isolados sem uma visão global dos processos. No momento da implantação, é fundamental a participação efetiva do gestor da organização, a fim de evitar possíveis barreiras e desentendimentos, entre os funcionários dos diversos setores e áreas envolvidas. De acordo com Baldam (2008, p. 66) não são apenas os processos que apresentam problemas (qualidade, custo, prazo, etc.) que passarão por otimização, outros processos que estejam funcionando perfeitamente podem ser otimizados buscando inovação ou melhoria contínua desse processo.
  • 31. 31 Algumas atividades surgem de imediato e mesmo que a necessidade desse processo não tenha sido detectada no planejamento estratégico, sua implantação pode ser imediata. 2.2.1.1 Visão global de processos Considerado um ponto de controvérsia que precede o BPM, segundo Baldam (2008, p. 66), a Visão Global de Processos é fundamental numa Gestão Integrada dos Processos sendo necessário considerar: • Uma Visão Global dos Processos ajuda a compreensão do funcionamento da empresa; • Fazê-lo por completo é complexo e pode levar mais tempo que o benefício direto e imediato por ele gerado; • É relativamente fácil fazer o diagrama apenas em macro processo e posicionar o processo que se deseja modelar de imediato; • O diagrama pode ser efetivamente feito em etapas e melhorando na medida em que é usado em projetos pontuais de BPM, alinhando sempre os projetos ao diagrama macro; • Para muitas das atividades realizadas, há referenciais que ajudam a construir os diagramas próprios à organização.
  • 32. 32 Figura 4 – Exemplo de Visão Global de Processos de compra. Fonte: Adaptado de BALDAM (2008, p.69). 2.2.2 Modelagem de processos A modelagem de processos de negócio é uma das fases do ciclo de vida SOA, ela é um conjunto de conceitos, modelos e técnicas com o objetivo de desenvolver o modelo de negócio da organização. Este modelo é resultado de uma abstração da organização, considerando as suas características essenciais, do ponto de vista do negócio (CRUZ apud OLIVEIRA 2008, p. 36). Nenhum modelo corresponde exatamente à realidade; todos apenas a representam, de um modo que parecerá mais adequado ou menos adequado, de acordo com o contexto, os atores e as finalidades da modelagem (VALLE apud BALDAM et al., 2008, p. 74). Segundo Baldam (2008, p. 74), é possível utilizar os modelos de processos de negócios para: • Discutir e compreender os processos; • Apoiar a melhoria contínua (análise da eficiência e da eficácia); • Simular alternativas;
  • 33. 33 • Treinar os operadores dos novos processos; • Especificar os sistemas de informação que deverão suportar o negócio. Nesta fase o processo é modelado em termos de atividades, regras, participantes, interações e relacionamentos. O processo é estruturado em atividades, que podem ser mapeadas como tarefas que são executadas por pessoas ou sistemas internos ou externos à corporação. É realizada a validação ou a simulação dos processos, através do uso de estimativas de tempo de execução e custo, recursos requeridos pelas atividades e a probabilidade de ocorrência de eventos. Essa fase também inclui a definição das métricas de desempenho do processo para que o analista de negócio possa avaliar o processo implantado e, possivelmente, reestruturá-lo em função de oportunidades ou de outros motivos (NADER apud OLIVEIRA, 2008, p. 36). Os modelos de processo são constituídos de diagramas de fluxo de trabalho e de textos auxiliares de forma a descrever cada passo do processo de negócio. Havey (apud SOUZA, 2006, p. 23), afirma que o modelo de processo deve representar de forma simples e intuitiva o fluxograma de atividades do processo modelado. A modelagem deve ser realizada em dois níveis: de forma gráfica, com o auxílio de ferramenta de desenho de processos e com um modelo executável, utilizado na automação desses processos através dos sistemas de gestão de fluxo de trabalho. Durante a descrição de um diagrama de negócio, os eventuais problemas relacionados ao processo que ele representa são documentados e para cada um são propostas possibilidades de melhorias. Os principais conceitos envolvidos, as regras e os recursos utilizados ou produzidos por cada processo são identificados e modelados como entidades de negócio.
  • 34. 34 2.2.2.1 Modelagem de estado atual (As Is) Por meio desta modelagem é possível entender o processo existente na organização e identificar suas falhas. Espera-se, desta forma, obter métricas suficientes a fim de estabelecer uma base na fase seguinte da análise e desempenho do processo atual, que permita identificar as melhorias proporcionadas pelo estado futuro, assim como uma documentação dos prós e contras e do desempenho do processo. Na modelagem do estado atual do processo, vários tipos de interações entre os envolvidos no processo podem existir, incluindo atividades de colaboração e reuniões. Diversas técnicas podem ser utilizadas na modelagem de processos atual: técnica de entrevistas, brainstorm, JAD, métodos simplificados de modelagem com papel, entre outras. Baldam (et al., 2008, p. 76-77) aponta como sendo relevante as seguintes etapas para a modelagem do processo atual: • Preparação do projeto de modelagem: envolve as diversas atividades de compreensão de escopo (qual processo será modelado, propósitos, métricas, verificar alinhamento estratégico, prazos e entregáveis), composição da equipe envolvida, definição de documentação necessária, planejamento das reuniões (pessoas envolvidas, datas, agenda, infra-estrutura necessária à reunião), consulta à documentação do processo, ou que rege o processo previamente disponível (normas, leis, regulamentos e referências); • Entrevista e coleta de dados com usuários (especialista de negócio e facilitadores): podem incluir entrevistas (em aberto ou dirigidas), criação conjunta da lista de esquema gráfico de atividades, descrição de informações que comporão o processo e criação de atas de reunião;
  • 35. 35 • Documentação do processo: será construído o modelo, conforme metodologia previamente definida. Além dos componentes do processo propriamente dito, outras informações serão necessárias, como controle de versão de documentação, publicação, referências e escopo. Nessa fase é comum o uso intensivo de software de apoio à modelagem; • Validade do processo: deve-se testar o modelo em uma instância real do processo, para verificar se realmente está coerente. Em alguns casos, a validação é impossível porque o tempo de processamento é muito longo, ou porque exigiria um grande deslocamento, ou seu custo seria alto demais. Por exemplo, um processo de compra por licitação pública, quando envolve grandes somas, pode se desenvolver por meses; • Correção de documentação: são corrigidas eventuais distorções percebidas durante a validação do processo. Segundo Tachizawa e Scaico (apud Pak, 2006), uma análise do processo atual deve verificar se os objetivos são atendidos, se as atividades estão bem relacionadas, se os recursos alocados são suficientes e se as interfaces entre gerências estão sendo previstas e administradas. Também é importante verificar a consistência das tarefas utilizadas, evitando a redundância das mesmas. Como Resultado da modelagem do estado atual JESTON & NELIS (apud BALDAM et al., 2008, p. 77), espera-se obter: • Modelo do processo atualmente em uso; • Métricas apropriadas e suficientes para estabelecer uma base para futuras medidas de melhorias de processos, priorização e seleção na fase seguinte de análise do To Be;
  • 36. 36 • Métricas e documentação do atual desempenho do processo; • Documentação do que trabalha bem e o que precisa funcionar melhor; • Identificação dos itens mais significativos e de ganho rápido que podem ser rapidamente implementados; • Um relatório dessa fase. 2.2.2.2 Modelagem de estado futuro (To Be) Nessa fase pretende-se criar um ambiente de discussão entre partes 40 envolvidas de forma a melhorar o processo em questão, inová-lo ou mesmo questionar se ele se faz necessário e se agrega valor à organização (BALDAM et al., 2008, p. 83). Entre as modelagens do estado futuro mais comuns podem ser citadas: • Melhoria continua; • FAST; • Benchmarking; • Adoção de melhores práticas e processos comodizados (transformá- los em commodities); • Redesenho de processo; • Inovação de processo. O objetivo dessa etapa é definir a decisão a ser tomada em relação aos processos identificados durante a modelagem do estado atual e seu realinhamento
  • 37. 37 com os objetivos e estratégias da organização. Se a decisão for redesenhar os processos, será necessário desenvolver um novo modelo de processos com as melhorias previstas para a situação atual identificada (SANTOS apud OLIVEIRA, 2008. P. 40). Dentre os resultados a serem esperados (O´CONNELL, PYKE & WHITEHEAD; JESTON & NELIS apud BALDAM et al., 2008, p.93) podem estar incluídos: • Redesenho do processo ou mesmo um novo processo; • Documentação de suporte ao processo redesenhado ou novo processo; • Requerimentos de alto nível para as novas opções observadas; • Modelos de simulação e detalhes de custos ABC; • Confirmação de que as novas opções atendem às expectativas dos envolvidos; • Confirmação que está alinhado à estratégia; • Um relatório das diferenças que precisam ser atendidas para cumprir os requerimentos; • Plano de desenvolvimento e treinamento da equipe; • Relatório de impactos na organização e em outras esferas (ambiental, social e etc.); • Detalhes do plano de comunicação do novo processo.
  • 38. 38 2.2.2.3 Ferramenta e metodologia de modelagem do processo de negócio Cummins (apud Souza, 2008, p. 47), a ferramenta de definição dos processos deve ter as seguintes características: • Ferramenta gráfica interativa: Os processos são exibidos graficamente, e os elementos do processo são adicionados e conectados com edição interativa drag-and-drop; • Distinção visual de tipo de tarefas: O tipo de cada elemento de processo deve ser identificável visualmente na representação gráfica do processo. Gráficos de fluxos e mapeamento de processos sempre foram de grande utilidade para o homem, existindo desde o surgimento da simbologia como meio de entendimento e comunicação. 2.2.2.4 Otimização de Processos e Solução Imediata de Problemas Não são apenas os processos que apresentam problemas (qualidade, custo, prazo e visibilidade da marca) que passarão por otimização (inovação, redesenho e melhoria contínua). Um processo de atendimento ao cliente, por exemplo, pode ser completamente migrado para a Internet, ainda que esteja funcionando corretamente na verdade, para minimizar custos e prazos de atendimento, pode até ser mesmo desdobrado (atendimento via Internet para a maioria dos clientes e atendimento telefônico para exceções), aumentando assim o número de processos (BALDAM et al., 2008, p. 66).
  • 39. 39 De acordo com Baldam (2008, p. 66), algumas atividades emergem de imediato, quando surgem situações como novos marcos, problemas de produção ou qualidade, impedindo entrega ao cliente, concorrência que lança produtos mais competitivos etc. Ainda que a necessidade desses processos não tenha sido detectada no Planejamento Estratégico anual (o que não quer dizer que não estejam alinhados com ele), sua implantação pode ser imediata. 2.2.3 Execução de processos Nessa fase as definições da fase de modelagem do processo serão executadas. Os processos serão testados pelos usuários, que indicarão os impactos positivos e negativos da implementação desses. Burlton (apud BALDAM et al., 2008, p. 94) sugere as seguintes atividades para a execução de processos: • Preparar o teste da nova solução; • Completar testes e pilotos; • Atualizar os entregáveis; • Gerenciar o plano de transferência de tecnologia; • Desenvolver os planos da execução da nova solução; • Treinar a equipe; • Desenvolver e executar os programas de marketing da solução; • Realizar as mudanças no processo atual ou elaborara um novo processo. É também nesta fase, que ocorre a configuração do repositório do BPMS que suportará o novo processo e a implantação e configuração das aplicações externas
  • 40. 40 que interagem com o processo. Um BPMS é responsável por manter os contextos de execução dos processos, que inclui a atividade que está em execução, valores de variáveis, contextos de sub-processos, logs. Ele deve facilitar a integração com um conjunto de outras plataformas que executam os sistemas externos. 2.2.4 Controle e análise de dados São geradas as informações sobre o comportamento dos processos, esses dados são comparados e utilizados para montar indicadores gerais que permitem avaliar o processo. Algumas técnicas e tecnologias aplicáveis ao controle e análise dos dados de instâncias de processos, tais como BSC, BI, permitem uma melhor visão do desempenho geral e apontam se a organização está alcançando seus objetivos ou se é necessário efetuar ajustes nos processos, nas metas ou mesmo na estratégia da organização. Na fase de análise, a medida do desempenho do processo provê informações de melhorias operacionais. A partir de uma visão “fim-a-fim” do processo é possível fazer uma análise top-down para determinar a influência de cada passo ou sub- processo no resultado global. Para dar suporte a essa fase são utilizados os sistemas BAM (Business Activity Monitoring), onde os processos são instrumentados com sensores para monitorar suas atividades e variáveis. Um dashboard permite a monitoração, análise e respostas aos eventos e às exceções que ocorrem em tempo real. Normalmente, após o desenvolvimento de aplicações e de sua implantação e execução em ambiente de produção, pouco suporte é dado ao negócio para avaliar se a solução implementada foi adequada ou se há potencial para melhores resultados. BPM, ao contrário, foca na melhoria contínua dos processos de negócio, e para tanto, provê mecanismos para que o negócio acompanhe o comportamento dos processos e identifique falhas e oportunidades. Podemos categorizar essa monitoração dos processos sob dois aspectos:
  • 41. 41 • Operacional: Neste caso, o objetivo da monitoração é acompanhar os processos no nível do detalhe, ou seja, cada instância em execução. Procura-se por exceções (se o processo ultrapassou limites de prazo, custo, conclusão sem sucesso) possibilitando assim o negócio atuar na correção da situação, priorizando o processo ou mesmo contatando seus participantes; • Analítica: Aqui, o objetivo é analisar o conjunto das execuções dos processos, procurando por exceções recorrentes ou por melhores estratégias e oportunidades para o negócio. É o momento de comparar os resultados projetados com os realmente atingidos e planejar ações de correção. A monitoração operacional é baseada na situação dos processos em execução, a qual normalmente é mantida em banco de dados do mecanismo de execução de processos. A figura 5 mostra duas instâncias de um processo sendo monitorados pela ferramenta WebSphere Business Monitor da IBM. Nesta ferramenta podemos definir quais campos devem ser mostrados, o critério para ordenação das linhas, e filtros, baseados em dados de negócio, para selecionar apenas os processos que se deseja monitorar. Figura 5 – Monitoração de Processos de Negócio com o Websphere Business MQ. Fonte: www.ibm.com.br
  • 42. 42 Já a monitoração analítica é normalmente baseada na análise de eventos gerados e armazenados pelo mecanismo de execução. A solução da IBM anteriormente mencionada, por exemplo, de tempos em tempos copia os registros de eventos para uma base de dados especializada em pesquisas analíticas (que faz uso de conceitos associados a “Data Warehouse”, como cubos) de forma a permitir consultas sofisticadas e pesadas sem prejudicar o desempenho do ambiente de execução de processos. Com base nos eventos, são gerados os KPI (“Key Performance Indicators” ou Indicadores Chaves de Desempenho) e os totais (métricas) escolhidos no momento de projeto dos fluxos. Os KPIs devem ser cuidadosamente escolhidos, pois devem refletir os objetivos do negócio mais relevantes para o sucesso da empresa, e devem permitir a identificação antecipada de problemas, possibilitando ações corretivas. A figura 6 mostra dois KPI definidos para um processo (percentual de aprovação e duração do processo). Aos KPI são associados limites, de forma que seja facilitada a identificação de inconformidades. No exemplo, o processo foi planejado para durar no máximo três dias, mas em ambiente real está levando mais de três dias e 4 horas. Figura 6 – Analisando os KPIs (Indicadores Chave de Desempenho). Fonte: BENEDETE (2007, p.37).
  • 43. 43 No processo exemplo “aprovação de gastos de viagem”, pode-se definir como KPIs o custo total do processo, a duração, o percentual aprovado, e o percentual de aprovações realizadas pela diretoria. Outra possibilidade é a criação de consoles de monitoração, através da escolha e demonstração de um conjunto de indicadores em formato gráfico, como mostrado na figura 7. Desta maneira, fica visualmente fácil e rápido acompanhar o desempenho dos processos. Figura 7 – Visualização gráfica dos indicadores. Fonte: BENEDETE (2007, p.37). Finalmente, outro recurso importante é a geração de relatórios analíticos, onde os indicadores de desempenho e os totais são avaliados sob diversas dimensões (por exemplo, pelo percentual de aprovação em um determinado período de tempo, ou por um departamento em específico). A figura 8 mostra um exemplo de relatório, onde diversos totais são categorizados pela dimensão localidade.
  • 44. 44 Figura 8 – Exemplo de relatório analítico. Fonte: BENEDETE (2007, p.38). 2.3 Conformidades Segundo Baldam (2008, p. 136-139), a regulamentação e adequação do ambiente de negócios de acordo com as exigências e que atenda a demanda crescente por melhores produtos e serviços é indispensável nos dias de hoje. Existem atualmente, uma maior complexidade e necessidade de regulamentação dos ambientes de negócio como jamais existiu, e a previsão é para que haja um aumento gradativo e contínuo destas características. Estas características, quando corretamente aplicadas, agregam valor às empresas, influenciando também o modo como os diretores e analistas de negócios visualizam e gerenciam a organização as respectivas áreas de negócios. [...] entendemos padrões de conformidade como sendo as diversas referências que precisam ser seguidas, obrigatoriamente, para a obtenção de certificações, credenciais ou mesmo autorizações para um negócio funcionar em um determinado seguimento do mercado (BALDAM et al., 2008, p.135).
  • 45. 45 Baldam (2008, p. 135), afirma ainda que, se não tratarmos seriamente o bom gerenciamento, este fator acarretará prejuízos no mercado e até mesmo penalidades junto aos órgãos financeiros e legislativos. No entanto, como citado acima, o bom gerenciamento é alcançado com regulamentações variadas e transformações no ambiente de negócios consideradas complexas. Para alcançar a excelência da conformidade, é necessário realizar o levantamento de práticas que obtiveram sucesso nas determinadas áreas que se pretende aplicar as adequações. Como as organizações são sistemas semi-abertos, que interagem com o meio-ambiente, um autogerenciamento visa garantir que os aspectos relacionados a regulamentações sejam corretamente tratados. Para tanto, a conformidade é o componente utilizado para este gerenciamento e pode ser definido como adequação a um conjunto de regras, sejam estas regulações ou legislações governamentais, padrões de indústria ou políticas e procedimentos internos (JENKINS apud BALDAM et al., 2008, p. 135). 2.4 Sistemas de Gestão de Processos de Negócio (BPMS) Business Process Management Systems (BPMSs) foram introduzidos com o objetivo de prover controle para definir e coordenar a execução de processos de negócio (GARCIA e TOLEDO apud SOUZA, 2008, p. 28). Os BPMS´s são sistemas integrados que permitem a operacionalização de fluxos de processos de negócio, automatizando a execução, controle e monitoramento desses processos. Um BPMS deve possuir ferramentas que permitam a modelagem, a execução e orquestração de processos e também deve possuir ferramentas de análise e monitoramento. Os sistemas de gestão de processos são plataformas que orquestram os processos de negócio, junto com todos os sistemas e pessoas envolvidos, dando uma completa visibilidade e controle aos gestores de processos. São, portanto, os
  • 46. 46 resultados de processos automatizados e geridos com o uso de ferramentas de gestão de processos (ARORA apud SANTOS, 2007, p. 5). “Os sistemas para o gerenciamento de processos (BPMS) são mais que um sistema computacional que suporta a gestão da informação pela organização. Eles, primeiro e principalmente, ajudam a gerenciar os processos” (OULD apud SANTOS, 2007, p. 5). Os BPMSs apóiam a automatização de processos de negócio. O ciclo de vida de automatização inicia com a definição do processo. Em seguida, a definição é registrada em um BPMS. Para executar um processo, o sistema cria uma instância de processo e então, coordena, monitora e registra sua execução. O registro pode ser analisado, podendo gerar uma definição aprimorada do processo (AALST; HOFSTEDE; WESKE apud ROCHA, 2008, p. 23). Diferentemente dos Workflows Management Systems (WfMSs), que são sistemas de software que definem, criam e gerenciam a execução de workflows, os BPMSs enfatizam processos que cruzam as fronteiras organizacionais e o aspecto da dinamicidade de processos (HOLLINGSWORTH apud ROCHA, 2008, p. 23). 2.4.1 Ciclo de Vida de BPMS Considerando o contexto de negócio atual, Business Process Management Systems (BPMSs) foram introduzidos com o objetivo de prover controle para definir e coordenar a execução de processos de negócio (GARCIA e TOLEDO apud SOUZA, 2008, p.28). Geralmente um BPMS apresenta quatro funcionalidades principais que são: Projeto, Configuração, Execução e Diagnóstico.
  • 47. 47 Figura 9 – Automação do ciclo de vida de processo de negócios. Fonte: Adaptada de GARCIA e TOLEDO apud SOUZA, (2008, p.30). • Projeto: o ciclo de vida tem início com a modelagem do processo de negócio, nesta fase ocorre o levantamento dos processos, do ambiente, organizacional e técnico. São utilizados editores de modelagem e ferramentas para validação dos processos de negócios; • Configuração: nesta fase, os modelos de processos são implementados. São incluídas informações técnicas que facilitam a execução dos processos; • Execução: o processo de negócio pode ser executado através de um BPMS configurado, o BPMS cria instâncias de um modelo de processos, coordena a execução e registra as informações coletadas durante a execução do processo; • Diagnóstico: o histórico da execução é analisado, identificando problemas e melhorando os processos. Isso pode levar ao processo de redesenho do processo (fase de projeto). Conforme mostra a figura 9.
  • 48. 48 2.5 BPMN e os elementos de BPD A BPMN (Business Process Modeling Notation) é uma notação visual para representação de fluxos de processos que pode ser mapeada para diversos formatos de execução, como BPML (Business Process Modeling Language) e BPEL (Business Process Execution Language) (REIS et al., 2007, p. 07). A especificação BPMN, criada pelo BPMI (Business Process Management Initiative) provê uma notação gráfica para representar processos de negócios em um diagrama, servindo de apoio ao uso de BPM por não-especialistas (BALDAM et al., 2008, p.79). A BPMN define um diagrama de processo (Business Process Diagram –BPD), contendo os elementos gráficos, que representam atividades e fluxos de controle que determinam a ordem de execução dessas atividades. Um diagrama de Processos de negócios (BPD) é constituído de um conjunto de elementos gráficos que permitem o desenvolvimento de diagramas simples semelhantes aos de fluxo utilizados por analistas de negócio. Os elementos utilizados são distintos uns dos outros e utilizam formas também comumente utilizadas pela maioria dos modeladores. Por exemplo, as atividades são representadas por retângulos e as decisões por losângulos. A figura 10 demonstra esse exemplo. Figura 10 – Demonstração das Atividades e Decisões Fonte: Adaptada de Reis (2007, p. 07).
  • 49. 49 2.5.1 Objetos de Fluxo (Flow Objects) Um BPD tem um conjunto de três elementos básicos, conhecidos como Objetos de Fluxo, para que os modeladores não tenham que aprender e reconhecer um número grande de formas diferentes. A tabela 01 demonstra os três objetos de fluxo.
  • 50. 50 Nome Descrição Objeto Um evento é algo que "acontece" no decurso de um processo de negócio. Estes eventos afetam o fluxo do processo e normalmente Tem uma causa disparador () ou um impacto Resultado (). Evento Eventos são círculos com centros abertos para (Event) Permitir indicadores internos para diferenciar diferentes disparadores ou resultados. Existem três tipos de eventos, com base em quando elas afetam o fluxo: Início, Intermediário e Final (tradução do autor). Uma atividade é um termo genérico para o trabalho que a empresa executa. Uma atividade pode ser atômicas ou não-atômica (composta). Os tipos de atividades que fazem parte de um Atividade modelo de processo são: Processo, a sub (Activity) processo, e de tarefas. Tarefas e Sub-processos são retângulos arredondados. Os processos são contidos dentro de uma piscina (pool) (tradução do autor). Um gateway é usado para controlar a divergência e convergência de seqüência de fluxo. Assim, ele Portão vai determinar a ramificação, bifurcação, fusão e (Gateway) junção de caminhos. Interno Marcadores vai indicar o tipo de controle de comportamento (tradução do autor). Tabela 1 – Objetos de Fluxo. Fonte: BPMN (2009).
  • 51. 51 2.5.2 Objetos de Conexão Os Objetos de Fluxo são conectados em um diagrama para criar a estrutura básica do processo de negócio. Existem três objetos de conexão que possibilitam esta função, conforme mostra tabela 02. Nome Descrição Objeto A seqüência de fluxo é usado para Fluxo de Seqüência mostrar a ordem em que as (Sequence Flow) atividades serão realizadas em um processo (tradução do autor). Um fluxo de mensagens é usado para mostrar o fluxo de mensagens entre dois participantes que estão preparados Fluxo de para enviar e receber. Em BPMN, dois Mensagem Pools separados em um Diagrama (Message Flow) representarão os dois participantes (por exemplo, entidades empresariais ou papéis de negócio) (tradução do autor). Uma associação é usada para associar as informações de Fluxo com objetos. Texto e Gráfico que não são fluxos, os Associação objetos podem ser associados com (Association) Fluxo de Objetos. Um seta sobre a Associação indica uma direção de fluxo (por exemplo, dados), quando for o caso (tradução do autor). Tabela 2 – Objetos de Conexão. Fonte: BPMN (2009).
  • 52. 52 2.5.3 Raias (Swimlanes) A BPMN usa o conceito conhecido como "swimlanes" para ajudar a partição e organizar as atividades. Um diagrama de BPMN pode representar mais de um processo privado, bem como os processos que mostram a colaboração entre a processos privados ou participantes. Em caso afirmativo, em seguida, cada processo de negócio privado será considerado como sendo realizada por diferentes Participantes. Graficamente, cada participante irá ser particionado; isto é, vai estar contido em uma caixa retangular, chamada um "pool". Pools podem ter sub- Swimlanes, que são chamados, simplesmente, "Lanes", como mostra a tabela 03. Nome Descrição Objeto Um Pool representa um participante em um processo também atua como uma raia "e um container gráfico para o particionamento de um Pool conjunto de atividades de outros pools, geralmente no contexto de Situações de B2B (tradução do autor). A Lane é uma sub-partição dentro de uma piscina e vai estender a todo o comprimento do interior, quer na Lane vertical ou horizontalmente. Lanes são usadas para organizar e categorizar atividades (tradução do autor). Tabela 3 – Raias (Swimlanes). Fonte: BPMN (2009).
  • 53. 53 2.5.4 Artefatos Segundo a BPMN os artefatos são usados para fornecer informações adicionais sobre o processo. Existem três artefatos padronizados, mas os Modeladores ou ferramentas de modelagem são livres para adicionar muitos artefatos conforme o necessário. É possível que haja esforços da BPMN para adicionar e padronizar um conjunto maior de artefatos para uso geral ou para os mercados verticais. A tabela 04 mostra o conjunto atual de artefatos que inclui: Nome Descrição Objeto Objetos de dados são considerados Artefatos porque Objeto de não têm qualquer efeito direto sobre a Seqüência de Dados Fluxo de Mensagem ou fluxo do processo, mas eles (Data fazem fornecer informações sobre as atividades que Object) necessitam de ser executada e / ou o que eles produzem (tradução do autor). Um conjunto de atividades que estejam dentro da mesma categoria. Este tipo de agrupamento não afetam a seqüência de fluxo de atividades dentro do grupo. O nome da categoria aparece no diagrama Grupo como o rótulo de grupo. Categorias podem ser (Group) usadas para documentação ou fins de análise. Grupos são uma maneira em que as categorias de objetos podem ser visualmente exibidos dentro do diagrama. Anotação Anotações de Texto é um mecanismo para um (Text modelador de fornecer informações adicionais para o Annotation leitor de um BPMN Diagrama. ) Tabela 4 – Artefatos. Fonte: BPMN (2009).
  • 54. 54 3. ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS A arquitetura SOA baseia-se em permitir que sistemas corporativos disponibilizem suas funcionalidades através de serviços que podem ser utilizados por outros sistemas para a execução de suas tarefas. É importante ressaltar que a Arquitetura Orientada a Serviços não é um software. Este termo refere-se a um modelo de arquitetura de software voltada para a construção de aplicações que implementam processos de negócio ou serviços utilizando um conjunto de componentes fracamente acoplados e orquestrados a fim de prover um nível de serviço bem definido (HURWITZ apud MIRANDA 2008, p. 16). A SOA estabelece um modelo arquitetônico que visa a aprimorar a eficiência, a agilidade e a produtividade de uma empresa, posicionando os serviços como os principais meios para que a solução lógica seja representada no suporte à realização dos objetivos estratégicos associados à computação orientada a serviços (ERL et al., 2008, p.24). A SOA permite flexibilidade com serviços que podem ser fornecidos localmente ou podem estar localizados externamente, os serviços podem ser implementados em qualquer linguagem de programação, plataformas diferentes, tecnologias diversas podem ser utilizadas e o legado de software pode ser aproveitado mantendo o principio da interoperabilidade. É uma caracterização de sistemas distribuídos, em que as funcionalidades do sistema são expostas via descrição de uma interface, permitindo a publicação, localização e a invocação por meio de um formato padronizado. As arquiteturas orientadas a serviços são um caminho para o desenvolvimento de sistemas distribuídos nos quais os componentes destes sistemas são serviços dedicados. Os serviços podem ser executados em computadores distribuídos geograficamente. Protocolos padronizados foram projetados para apoiar troca de serviços de comunicação e de informações. Conseqüentemente, os serviços são plataformas e linguagens de implementações independentes. Sistemas de software podem ser construídos usando serviços de provedores diferentes em nenhuma ligação de interação entre esses serviços (SOMMERVILLE apud OLIVEIRA, 2008, p. 62).
  • 55. 55 A Arquitetura Orientada a Serviço é capaz de oferecer a infra-estrutura tecnológica necessária para que uma aplicação possa ser definida por meio da composição de serviços eletrônicos. Dessa forma, oferece apoio à composição de aplicações distribuídas de uma forma flexível e com baixo custo. Em SOA, a composição de serviços é vista como um processo de negócio dividido em componentes reutilizáveis e interoperáveis em Serviços. Segundo Moreira (2007, p. 18), a arquitetura orientada a serviços é constituída de relações entre três tipos de participantes: • Diretório para registro de serviços, repositório que é utilizado para publicar e localizar as interfaces dos serviços; • Provedor de serviços, entidade responsável por publicar as interfaces dos serviços providos por esta no registro de serviços e também responsável por atender as requisições originadas pelos clientes; • Cliente, aplicação ou outro serviço que efetua requisições a um serviço. E esses participantes se relacionam através de três principais operações que são: • Publicar: Inicialmente, o provedor de serviço publica a interface do seu serviço junto ao diretório para registro de serviços; • Localizar: O cliente pode efetuar uma busca por um determinado serviço (operação localizar), especificando as características desejadas, no diretório de registros. Se o serviço existir, a interface e a localização do respectivo serviço são retornados para o cliente; • Invocar: O cliente efetua uma invocação ao provedor do serviço (operação invocar). Os serviços estão baseados nas trocas de mensagens entre os provedores e os clientes, sendo assim, as mensagens seguem um formato padrão, garantindo aos serviços a neutralidade da tecnologia e permitindo que provedores.
  • 56. 56 3.1 Características da Arquitetura Orientada a Serviços Erl (apud Moreira 2007, p. 19) define SOA como sendo uma tecnologia que adere aos princípios da orientação a serviços. Quando realizados através do uso da tecnologia de Web Services, SOA promove esses princípios em todos os processos de negócios e automação de uma corporação. Para a composição de Sistemas de Software compostos por serviços, a Arquitetura SOA deve permitir todas as características apresentadas na Tabela 5.
  • 57. 57 CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO Este conceito trata de minimizar as dependências entre os serviços, Acoplamento Fraco permitindo assim flexibilidade na mudança das regras de negócio; A lógica de uma regra de negócio deve estar definida e Reusabilidade do disponibilizada como um serviço que pode ser reutilizado por outros Serviço sistemas; Os serviços dispõem de uma especificação para a forma de acesso Contrato do Serviço e comunicação. Determina a forma de recebimento e envio de dados aos serviços; A arquitetura SOA promove um alto nível de abstração, Abstração considerando o encapsulamento das regras de negócio em serviços, permitindo que os mesmos sejam reutilizados; Serviços podem ser compostos para formar novos serviços com um nível maior de abstração e provendo funcionalidades agregadas. A Composição flexibilidade na composição de novos serviços a partir de serviços já disponíveis na rede é o grande atrativo da arquitetura (SOUZA, apud OLIVEIRA, 2008, p.66); O encapsulamento de funcionalidades no nível de serviço evoca um alto grau de granularidade nos componentes básicos da arquitetura. Um objeto individual apresenta operações muito finas para prover funcionalidades significativas no nível corporativo. Para o Alta Granularidade desenvolvimento de aplicações complexas e extensas a alta granularidade traz vantagens na medida em que detalhes de implementação são deixados à equipe de desenvolvimento responsável por aquele serviço (SOUZA apud OLIVEIRA, 2008 p.66). Para maior interoperabilidade, SOA promove na implementação de Heterogeneidade serviços a independência de plataforma de desenvolvimento, tecnologias de implementação e linguagens de programação. Os serviços devem ser acessíveis a partir de qualquer lugar e a Ubiqüidade qualquer momento facilitando a composição de serviços entre empresas (SOUZA apud OLIVEIRA, 2008 p.67). Tabela 5 – Principais Características da Arquitetura SOA. Fonte: Adaptada de MIRANDA (2008, p.21).
  • 58. 58 3.2 Componentes SOA De acordo com a especificação de arquitetura orientada a serviços pela organização OASIS, SOA é um paradigma para organização e utilização de competências distribuídas que estão sob o controle de diferentes domínios proprietários (OASIS, 2007). Para prover essa organização e utilização, a Arquitetura SOA dispõe de quatro componentes principais: 1- Aplicação Frontend; 2 - Serviço; 3 - Repositório de Serviço e 4 - Barramento de Serviço (KRAFZIG apud MIRANDA, 2008, p.26). Esses componentes estão dispostos de forma interoperável ou colaborativa, fornecendo a estrutura necessária para a disponibilização dos serviços. A Figura 11 ilustra uma visão geral da arquitetura SOA. Figura 11 – Componentes da arquitetura SOA. Fonte: MIRANDA (2008, p.26).
  • 59. 59 3.2.1 Aplicação Frontend Segundo Josuttis (apud Miranda, 2008, p.27) são os elementos ativos de SOA, iniciando e controlando as atividades de um sistema e entregando o resultado do serviço, interagindo com o usuário. Existem diferentes tipos de Aplicações FrontEnd. Um exemplo desse componente é uma aplicação de interface gráfica, como uma aplicação Web que utiliza um browser para a interação com o usuário, fazendo a chamada do processo e recebendo o resultado da execução de um serviço. Uma Aplicação Frontend desempenha um papel muito próximo ao Padrão de Projetos Facade (Fachada), onde um objeto disponibiliza uma interface que dá acesso a uma grande quantidade de funcionalidades de um subsistema, abstraídas do objeto que originou as chamadas. A Figura 12 ilustra um exemplo de Aplicação FrontEnd. Figura 12 – Exemplo de Aplicação Frontend. Fonte: MIRANDA (2008, p.27).
  • 60. 60 3.2.2 Serviços Um Serviço pode ser entendido como uma função do sistema computacional construída de forma a ser facilmente vinculada a outros componentes de software, que podem ser outros serviços. O Serviço tem papel fundamental dentro da Arquitetura Orientada a Serviços, pois encapsula uma função de negócio que pode ser reutilizável, tendo como características marcantes a independência de tecnologias de linguagens de programação em sua implementação e baixo acoplamento. A Figura 13 ilustra a composição de um serviço com seus sub- componentes. Figura 13 – Composição de um Serviço na Arquitetura SOA. Fonte: KRAFZIG apud MIRANDA (2008, p.28) Cada serviço deve conter um Contrato, que especifica restrições quanto ao acesso ao serviço e uso dos serviços. O contrato impõe semântica sobre as
  • 61. 61 funcionalidades e parâmetros do serviço (DAVIES apud MIRANDA, 2008, p. 28). Os serviços também devem disponibilizar Interfaces, que definem as operações disponíveis em um serviço. As interfaces podem ser entendidas como as assinaturas dos métodos definidos em classes na Orientação a Objetos, onde é descrito o tipo de retorno, o nome da operação, sua visibilidade e argumentos. A regra de negócio realizada pelo serviço deve estar contido na Implementação, que proporciona a execução do serviço utilizando a lógica de negócio e os dados necessários. Alem da lógica de negócios e dos dados, fazem parte da Implementação os subprogramas, os dados e arquivos de configuração e a base de dados. SOA promove a idéia de módulos de software que prestam serviços a outros módulos, com características e tecnologias diferentes. A concepção de serviço tem três características principais, conforme mostra a tabela 06. CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO A descrição do serviço através de uma interface, ou seja, Interface como aquele serviço será conhecido e como ele será acessado; Contrato Definição de como se dará esse acesso pela sua interface; Sua implementação, ou seja, a funcionalidade por trás da interface. Atualmente, essa abordagem converge para o Implementação padrão de Web Services. No passado, sistemas empresariais operavam com diferentes tipos de interfaces, projetadas em tecnologias distintas. Tabela 6 – Características da Concepção de Serviços. Fonte: MIRANDA (2008, p.29). ERL (et al., 2008, p.28) identifica três tipos fundamentais de serviços:
  • 62. 62 • Serviço utilitário: são serviços que implementam algumas funcionalidades gerais que podem ser utilizadas por diferentes processos de negócios; • Serviço de entidade: são serviços associados a uma função específica do de negócio; • Serviço-tarefa: são serviços que apóiam os processos de negócios mais gerais que envolvem diferentes atores e atividades. 3.2.3 Ciclo de Vida dos Serviços Segundo Miranda (2008, p. 30) os serviços são considerados pedaços de software que encapsulam alguma funcionalidade de negócios. Como tal, seu ciclo de desenvolvimento é comum aos softwares, consistindo nas fases de: modelagem, implementação, integração e execução. O ciclo de vida de um serviço pode aplicar o modelo em cascata, porém, assim como no desenvolvimento de um software, não é o modelo ideal, podendo assumir um ciclo de vida iterativo, onde o desenvolvimento de software pode ser ajustado com as experiências obtidas nas fases anteriores. A Tabela 7 apresenta as etapas do ciclo de vida dos serviços bem como a descrição de cada etapa.
  • 63. 63 ETAPA DESCRIÇÃO A fase de modelagem gera um produto: a especificação da Modelagem interface do serviço. Esta interface inclui a semântica e os atributos não funcionais; Esta é a fase de codificação do serviço, utilizando tecnologias Implementação como linguagens de programação, protocolos de comunicação e plataformas de desenvolvimento; Fase de adequação dos serviços aos sistemas que farão uso da Integração Arquitetura SOA. É a inserção do serviço no domínio do problema; Fase em que o serviço estará disponível para uma Aplicação Execução FrontEnd ou qualquer outro tipo de consumidor. Tabela 7 - Fases do Ciclo de Vida do Serviço Fonte: MIRANDA (2008, p. 30). 3.2.4 Repositório de Serviços Miranda (2008, p. 31) cita ainda que outra estrutura importante dentro da arquitetura SOA é o Repositório de Serviços , que fornece meios para facilitar a descoberta de serviços, bem como, as informações referentes ao serviço. Essas informações podem variar, podendo informar sobre a localização física, pessoas de contato, informações sobre o fornecedor, utilização de restrições de segurança e níveis do serviço. Geralmente, um Repositório de Serviços está associado ao escopo de uma empresa ou organização. É possível utilizar a arquitetura SOA sem um Repositório de Serviços. Isso depende da quantidade de serviços disponibilizados a nível empresarial. Por isso, por mais que uma empresa que esteja adotando SOA não possua muitos serviços a serem disponibilizados, é interessante optar pela utilização de um repositório, pois isso trará benefícios em longo prazo (KRAFZIG apud MIRANDA, 2008, p. 31).
  • 64. 64 3.2.5 Barramento de Serviços Segundo Galdino (apud Miranda, 2008, p.31) o Barramento de Serviços interconecta todos os elementos da arquitetura SOA, funcionando como canal de comunicação. Este barramento facilita o compartilhamento de serviços dentro de uma corporação, fornecendo transparência na localização dos serviços. Se duas aplicações precisam se comunicar entre si, uma Aplicação de Frontend invoca as funcionalidades de um serviço utilizando o Barramento de Serviços. É importante destacar que o barramento de serviços não é necessariamente composto por uma tecnologia, podendo abranger uma grande variedade de soluções tecnológicas. A Tabela 8 descreve as principais características do Barramento de Serviço. CARACTERÍSTICAS DESCRIÇÃO Objetivo principal do Barramento de Serviços. Permite interligar os componentes de uma arquitetura SOA, Conectividade fornecendo facilidades que permitam ao FrontEnd invocar as funcionalidades dos serviços; O Barramento suporta uma gama de tecnologias, o que geralmente é a realidade das empresas, que em sua maioria, adotam por soluções distintas. Essas Tecnologias Heterogêneas tecnologias variam desde linguagens de programação, sistemas operacionais, ambientes de execução, middlewares e protocolos de comunicação; Embora a funcionalidade principal do Barramento de Serviços seja a comunicação entre componentes e Serviços Técnicos serviços, o barramento também fornece alguns serviços como auditoria, segurança, transformação de mensagens e transações. Tabela 8 – Características do Barramento de Serviços. Fonte: MIRANDA (2008, p. 32).
  • 65. 65 3.3 Composição de Serviços Segundo Moreira (2007, p.32.) para solucionar problemas como distribuição e heterogeneidade de aplicações, surge a necessidade de composição de serviços. Esta técnica permite modelar o processo de negócio e também aumenta a possibilidade de aproveitar os benefícios da arquitetura orientada a serviços. O mecanismo da composição de serviços visa combinar dois ou mais serviços para que, juntos, possam atender a requisitos que vão além das suas capacidades individuais. Em outras palavras, a composição provê uma abordagem aberta, baseada em padrões, para conectar Web Services objetivando criar processos de negócio de alto nível, com um alto valor agregado. A Figura 14 exemplifica uma composição de serviços. Uma das principais motivações para a utilização da composição de serviço é o desenvolvimento de processos de negócio envolvendo vários parceiros e seqüência de operações. Figura 14 – Composição de Serviços Fonte: MOREIRA (2007, p.33).
  • 66. 66 Os padrões são projetados para reduzir a complexidade requerida para compor Web Services, reduzindo custo e tempo, e aumentando a eficiência global nos negócios. De acordo com Moreira (2007, p. 33), a composição de serviços deve atender as seguintes exigências: • Habilidade de invocar serviços de maneira assíncrona, alcançando confiabilidade, escalabilidade e adaptabilidade, características necessárias em um ambiente de negócios; • Gerenciar a integridade transacional e de exceções; • Prover uma clara separação entre a lógica do processo e os Web Services usados; • Ser capaz de compor serviços de alto nível de processos existentes. A composição de serviços faz uso de vários serviços para criar um serviço e/ou o uso de um serviço por outro serviço vai se tornando mais comum, para a criação de processos, para isso dois conceitos são muito importantes: orquestração e coreografia, como visto na figura 15. Figura 15 – Orquestração e Coreografia. Fonte: LEITÃO e MARGALHO JUNIOR (2007, p.25)
  • 67. 67 3.3.1 Orquestração As interações do processo de negócios são controladas por uma das partes envolvidas no processo. A orquestração envolve interações entre as partes e os passos entre as interações (FANTINATO; TOLEDO; GIMENES apud SOUZA, 2008, p.61). Empresas que têm sistemas legados interconectados ou processo de negócio trabalhando em conjunto necessitam comumente de uma unidade controladora, a fim de facilitar o processo de interoperabilidade entre tais sistemas. Essa solução é conhecida como orquestração de serviços. A forma de implementação deste mecanismo permite que dois ou mais sistemas se comuniquem com uma unidade orquestradora central (MOREIRA, 2007, p. 33-34). Um dos requisitos que guia a criação de orquestrações é o fato de unir processos de negócio. Com a orquestração, diferentes processos podem ser conectados sem que seja necessário desenvolver novamente as sua funcionalidades em um novo sistema. O uso da orquestração pode reduzir significativamente a complexidade de implementação, bem como facilitar a manutenção dos sistemas (ERL, 2005, p. 203). A Figura 16 exibe o funcionamento do processo de orquestração de serviços. O coordenador central (por exemplo, um Web Service) recebe uma mensagem do Web Service 1 requisitando alguma informação. O coordenador invoca alguns parceiros a fim de agrupar a informação e então retorna o resultado para o Web Service 1. Este tipo de processo pode ser conhecido como privado e executável, já que apenas a entidade que está orquestrando o processo conhece o fluxo de controle e informação que o segue. A principal técnica de implementação da orquestração é através da linguagem BPEL.