2. A Intertextualidade é um diálogo entre textos, esse diálogo exige
um universo cultural amplo e complexo, uma vez que a
Intertextualidade está diretamente ligada ao conhecimento de
mundo. Se o leitor não possuir um conhecimento prévio, não
entenderá a relação de um determinado texto com outro.
A Intertextualidade compreende as diversas maneiras pelas quais
a produção e recepção de dado texto depende do conhecimento
de outros textos por parte dos interlocutores, isto é, diz respeito
aos fatores que tornam a utilização de um texto dependente de
um ou mais textos previamente existente. (Beaugrand e Dressler.
Apud Koch e Travaglia. p.88)
A prática da Intertextualidade está associada ao texto e à
interdiscursividade, por isso se faz necessário conhecer conceitos
como: discurso, interdiscurso e intertexto.
O discurso é uma atividade social, uma instância de produção de
texto; é também um espaço em que o dizer é regulado e ligado a
práticas sociais delimitadas material ou ideologicamente.
(Assunção, 2008. p. 71)
3. Interdiscurso é o conjunto de discursos formado por discursos
de um mesmo campo ou de campos discursivos distintos, de
épocas diferentes ou da mesma época.(Assunção, 2008. p. 78)
Intertexto é um termo utilizado por designar um conjunto de
textos ligados por relações intertextuais, o qual pode ser de uma
mesma época ou de épocas distintas. (Assunção, 2008. p.)
A Intertextualidade costuma ser identificada por teóricos por
tipos, que incluem fatores relativos a conteúdo, forma e tipos
textuais.
-a que se liga ao conteúdo pode ser explícita (citações entre
aspas) ou implícita (paráfrases, paródias).
- a que se associa ao caráter formal pode ou não estar ligada à
tipologia textual.
-- a que remete a tipos textuais está ligada a modelos cognitivos
globais, às estruturas ou aspectos formais de caráter linguístico:
tipologia ligada a estilo de época.
4. É importante que não se encare a intertextualidade apenas
como a “identificação” da fonte e, sim, que se procure estudá-la
como um enriquecimento da leitura e da produção de textos e,
sobretudo, que se tente mostrar a função da sua presença na
construção e no sentido dos textos.
REFERÊNCIAS
ASSUNÇÃO, Deline Maria Fonseca. VEJA: Capas em diálogo. In: CARVALHO, Diógenes Buenos Aires de; MAIA Solange
Santana Guimarães (orgs.) Língua e Literatura: Interfaces da Linguagem. São Luis. Editora UEMA, 2008.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e Coerência. São Paulo. Cortez, 1989.
MAIA, Maria Cristina de Mota. Intertextualidade. In: http:acd.ufrj.br/~pead/tema02/intertextualidade.
6. 1 Ainda que eu fale as
línguas dos homens e dos
anjos,
se não tiver amor,
sou como um bronze que
soa ou um címbalo que
retine.
7. 2 Ainda que eu tenha o dom
da profecia
e conheça todos os mistérios
e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão
grande fé que transporte
montanhas,
se não tiver amor, nada sou.
8. 3 Ainda que eu reparta
todos os meus bens
e entregue o meu corpo
para ser queimado,
se não tiver amor,
de nada me aproveita.
9. 4 O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem
orgulhoso,
10. 5 nada faz de
inconveniente,
não procura o seu
próprio interesse,
não se irrita nem guarda
ressentimento
11. 6 Não se alegra com a
injustiça,
mas rejubila com a
verdade.
7 Tudo desculpa, tudo
crê, tudo espera, tudo
suporta
12. O amor jamais passará.
As profecias terão o seu
fim,
o dom das línguas
cessará,
e a ciência será inútil.
13. 9 Pois o nosso conhecimento
é imperfeito,
e imperfeita é também a
nossa profecia.
10 Mas, quando vier o que é
perfeito, o que é imperfeito
desaparecerá
14. 11 Quando eu era criança,
falava como criança, pensava
como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me tornei
homem,
deixei o que era próprio de
criança.
15. 12 Agora, vemos como num
espelho, de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo
imperfeito;
depois, conhecerei como sou
conhecido
16. Amor é fogo que arde sem se ver
(Luís de Camões)
17. É ferida que dói e não se
sente;
É um contentamento
descontente;
É dor que desatina sem doer;
18. É um não querer mais que bem
querer;
É solitário andar por entre a
gente;
É nunca contentar-se de contente;
19. É cuidar que se ganha em se
perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
20. É ter com quem nos mata
lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo
Amor?
Luís de Camões (1524-1580
22. Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos
anjos,
Sem amor eu nada
seria.
23. É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é
verdade.
O amor é bom, não quer o
mal,
Não sente inveja ou se
envaidece.
24. O amor é o fogo que arde
sem se ver;
É ferida que dói e não se
sente;
É um contentamento
descontente;
É dor que desatina sem doer.
25. Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos
anjos
Sem amor eu nada
seria.
26. É um não querer mais que
bem querer;
É solitário andar por entre a
gente;
É um não contentar-se de
contente;
É cuidar que se ganha em se
perder.
27. É um estar-se preso por
vontade;
É servir a quem vence, o
vencedor;
É um ter com quem nos mata
a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo
amor.
28. Estou acordado e todos
dormem.
Todos dormem. Todos
dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a
face
29. É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é
verdade.
30. Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos
anjos,
Sem amor eu nada
seria.
31. Escritos em épocas distantes e por autores em
situações históricas e socioculturais diferentes,
estes textos apresentam intertextualidade pois
perpassam entre si para falar de um mesmo
assunto “ O Amor”, cada um com suas
peculiaridades no entanto com marcas que se
faz perceber que cada texto tem algo em
comum com o(s) outro(s). Isso é se conhece por
intertextualidade, ou seja, cada texto é um
intertexto do outro, mesmo com gêneros
diferenciados.