O documento descreve a importância do café para a economia brasileira no século XIX, as dificuldades causadas pela falta de mão de obra após a abolição do tráfico de escravos, e os principais fatores que levaram à queda do Império e à proclamação da República no Brasil em 1889, como as questões militares, abolicionistas e religiosas.
O Segundo Reinado, a Crise do Império e a Proclamação da República
1. O Segundo reinado e a Crise do
Império.
O Café: O café foi introduzido no Brasil no ano de 1717,
porém a sua produção só veio adquirir importância no
início do século XIX.
Por volta de 1870, o café representa 56%
da pauta de exportações, atingindo 61%
na década de 1880.
Finalmente, em 1850, cedeu-se às
pressões inglesas e promulgou-se a
Lei Eusébio de Queiroz, extinguindo-se
definitivamente o tráfico. A solução para
falta de mão-de-obra na lavoura cafeeira
apoiou-se no incentivo à imigração.
2. Irineu Evangelista de Souza, 1º barão e
depois 1º visconde de Mauá
Considerado um dos homens mais importantes
do país à época, quando foi incompreendido por
uma sociedade rural e escravocrata, atualmente
é considerado símbolo dos capitalistas
empreendedores brasileiros do século XIX.
Com a extinção do tráfico negreiro, a partir da Lei Eusébio de Queirós
(1850), os capitais até então empregados no comércio de escravos
passaram a ser investidos na industrialização. Aproveitando essa
oportunidade, Mauá passou a se dividir entre as atividades de
industrial e banqueiro, tendo acumulado fortuna aos quarenta anos de
idade.
3. Guerra do Paraguai 1864-1870
Se estendeu de 1864 a 1870. Nessa época,
sob o governo de Francisco Solano López, o
Paraguai era um país praticamente autosuficiente – produzia tudo aquilo que
precisava – mas não tinha saída para o mar;
para chegar ao mar passava pelo rio da
Prata, nas fronteiras com o Brasil, a
Argentina e o Uruguai, e tinha, por isso
mesmo, interesse em aumentar seu território.
No fim de 5 anos de combates, a Inglaterra só ganhou – com o retorno do
dinheiro emprestado e dos juros e com a abertura do mercado paraguaio
ao seus produtos; o Brasil e a Argentina ganharam – terras paraguaias –
e perderam – milhares de mortos e a destruição de suas economias; o
Paraguai só perdeu – com a sua destruição, foram mortos três em cada
quatro paraguaios, sua população passou de 800 000 para 194 000
habitantes.
4.
5. A Questão Militar
Durante o Império havia sido aprovado o projeto Motepio,
pelo qual as famílias dos militares mortos ou mutilados na
Guerra do Paraguai recebiam uma pensão. A guerra
terminara em 1870 e, em 1883 o montepio ainda não
estava pago.
O Contato com soldados argentinos e uruguaios semeou no
exército brasileiro os ideais da República e a questão
abolicionista.
Isso fez com que os militares se colocassem contra o Império e
iniciassem a fomentar a República no Brasil.
6. A questão Abolicionista
As principais leis que contribuíram para o fim da escravidão no Brasil
foram:
1850, Lei Eusébio de Queiroz (extinguia o tráfico negreiro);
1871, Lei do Ventre Livre (os filhos de escravos seriam considerados
livres, devendo aos proprietários criá-los até os oito anos);
1885, Lei dos Sexagenários (quando o escravo completasse 65
anos eles estariam libertos);
13 de Maio de 1888, Lei Áurea (abolição total da escravidão, assinada
pela princesa Isabel, que substituía provisoriamente o Imperador).
7. A Questão Religiosa
A questão religiosa consistiu num conflito entre a igreja e a
monarquia dois bispos, D. Vital e D. Macedo Costa, que
insistiram em aplicar no país determinações papais que não
haviam obtido a aprovação (placet) do Imperador pois ,em
1864 foi criado a bula sylabeis onde o papa condena a
maçonaria o imperador era maçom portanto vetou essa bula
papal. Esse poder de veto imperial chamava-se beneplácito.
Processados e condenados, o assunto serviu para afastar a
igreja do trono.
8. O Fim do Império
O movimento pró-República no Brasil
tomava proporções irreversíveis. Contase que os líderes republicanos esperavam
que D. Pedro II viesse a falecer, para que
eles impedissem Isabel de herdar o trono.
Mas em 15 de novembro de 1889, o
marechal Deodoro da Fonseca proclama
a república. D. Pedro II é retirado do
Trono Brasileiro. Deodoro recebe o título
de chefe do governo provisório. D. Pedro
II embarcou com a família no dia 17 de
novembro de 1889 para a Europa.
Os militares tiveram apoio da classe média, e cafeicultores a população
ficou excluída do processo. Acreditavam que a movimentação das
tropas no golpe fosse uma parada militar.
9. A República da Velha 1889-1930
A Primeira Fase da República ficou dividida em: República da
Espada 1889-1894 e República do Café com Leite 1894-1930.
Governo Provisório 1889-1891
Durante o governo provisório, foi decretada a separação entre
Estado e Igreja.
O governo provisório promulgou, em novembro de 1891, a
primeira constituição republicana do Brasil.
Constituição de 1891 decidiu que o voto no Brasil não
seria mais secreto: a assinatura da cédula pelo eleitor
tornou-se obrigatória.
10. Floriano Peixoto 1891-1894
Após Deodoro renunciar assume seu vice Floriano
Peixoto
A Revolta Federalista - No Rio Grande do Sul, as lutas
partidárias transformaram-se numa longa e sangrenta
guerra civil. Dividia-se politicamente o Rio Grande do Sul
entre os castilhistas (ou "pica-paus"), partidários de Júlio
de Castilhos, Presidente do Estado (a quem Floriano
fornecia apoio), e os federalistas (ou "gasparistas" ou
"maragatos"), chefiados por Silveira Martins, o qual era
acusado de monarquista.
A Revolta Armada - Durante a Revolta Armada, inicialmente no Rio de Janeiro,
ocorreram diversos combates, e a guerra chegou novamente ao Rio Grande do
Sul. Porém, o governo preparou-se suficientemente bem para se defender.
Fracassara a Revolta Armada, terminando a Revolução Federalista. Salvara-se o
governo.
11. Lamentavelmente, contudo, revestiu-se de tremenda crueldade a
vingança empreendida por elementos governistas, como o general
Everton Quadros no Paraná e o coronel Moreira César em Santa
Catarina, contra os revolucionários vencidos. Ocorreram
fuzilamentos até em cemitérios, ao pé de covas já abertas. Esses
acontecimentos mancharam um pouco a causa republicana.
Floriano terminara com violência o seu governo.
Em Nossa Senhora do Desterro o
Forte de Anhatomirim serviu como
prisão política e vários federalistas
foram executados nessa fortaleza.
Floriano ficou conhecido como
Marechal de Ferro.