SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 21
Choque Circulatório
Gabriel R. Bonatto – R1 CG HSL
CHOQUE:
• Fluxo sanguíneo arterial inadequado para suprir a demanda de O2
• Fornecimento insuficiente de O2 pode ocorrer em pacientes normotensos
ou hipertensos
EPIDEMIOLOGIA:
• Afeta cerca de ⅓ dos pacientes internados na UTI
• 35 – 60% morrem dentro de 1 mês do início choque séptico
• 60 – 90% mortalidade choque cardiogênico
*De Backer D, Biston P, Devriendt J, et al. Comparison of dopamine and norepinephrine in the treatment of shock. N Engl J Med 2010;362:779-89.
FISIOLOGIA
(Oferta) DO2 = DC x CaO2 (1,34 x Hb x SataO2) + (0,003 x PaO2)
Vol Sis x FC
Pré carga Contratilidade Pós carga
Total de O2 que pode ser transportado por 1g de Hg saturada
Total de O2 dissolvido em 100ml sangue (T 37 ̊̊; P = 1atm)
FISIOLOGIA
(Consumo) VO2 = VS x FC x CaO2-CvO2
CvO2 = (Hb x 1,34 x SvO2) + (0,003 x PvO2)
FISIOPATOLOGIA
Alterações na PAM ou metabolismo do O2 ativam baro/quimiorreceptores:
• Ativação do SRAA
• Liberação catecolaminas, vasopressinas, endotelina, glucagon, ACTH e cortisol
• Redução da secreção insulina
Resultado: contração e FC / Vasoconstrição art e ven / Redistribuição volêmica
reabsorção Na e H2O / extração de O2 / oferta de substratos
FISIOPATOLOGIA
Ácido Lático: Indicador de metabolismo anaeróbio e hipóxia tecidual
Em fase precoce é um índice de prognóstico
FISIOPATOLOGIA
Microcirculação sublingual saudável Microcirculação subl. choque séptico
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Ressuscitação deve ser iniciada mesmo no curso da investigação
• Histórico do paciente
• Cateter arterial / CVC
• Exames laboratoriais
• Exames imagens
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
• Exame físico – quadro clínico varia de acordo com tipo de choque
• Achados cardinais: Hipotensão
Oligúria
Mudança estado mental
Pele fria e úmida
Acidose metabólica
CHOQUE DISTRIBUTIVO
RVS diminuída, DC aumentado, enchimento capilar(início)
diminuído, PVC diminuída/normal, dispnéia, tosse produ –
tiva, disúria, hematúria, calafrios, mialgia, erupções cutâ –
neas, fadiga, mal-estar, cefaleia, febre, taquipnéia, taqui –
cardia, leucocitose, alteração do estado mental, rubor
Ex: Séptico / Anafilático / Neurogênico / Ins. Supra Renal
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
RVS aumentada, DC diminuido, enchimento capilar aumen-
tado, PVC diminuída, hematêmese,hematoquezia, melena
vômito, diarreia ou dor abdominal,desidratado,hipocorado
hipotensão postural, anemia.
Ex: Hemorrágico / Trauma / Desidratação / Perda Plasma
CHOQUE CARDIOGÊNICO
RVS aumentada, DC diminuído, enchimento capilar
aumentado, PVC aumentada, dispnéia, dor torácica,
palpitação, dça cardiovascular, ap- crepitação difusa,
ac- novo sopro, PVC aumentada e pulso diminuído.
Ex: Falência bomba cardíaca / Déficit mecânico
CHOQUE OBSTRUTIVO
RVS aumentada, enchimento capilar aumentado,
DC diminuído, PVC aumentada, taquicardia, taquipnéia
Ex: Pressão intratorácica / Pressão intrapericárdica /
Embolia pulmonar / Pneumotórax / Tamponamento
cardíaco / Pericardite constritiva grave / Hipertensão
pulmonar grave
4 FASES DO TRATAMENTO DO CHOQUE
TRATAMENTO
Objetivos do suporte hemodinâmico:
• Fornecer o metabolismo celular adequado
• Restaurar a PA  PAM = 65 – 70 mmHg
• Débito cardíaco e entrega de O2 adequado
• Nível do lactato
TRATAMENTO
V.I.P.
Ventilatory support
Infusion fluid
Pump administration vasoative agentes
TRATAMENTO
• Ofertar oxigênio – DO2: oxigênioterapia
• Otimizar débito cardíaco: Pré-carga – cristaloide ou coloide, droga vasoativa
Pós-carga – vasodilatadores
Contratilidade – inotrópicos
• Controle da Hg
• Analgesia, sedação, ventilação mecânica, controle da temperatura e convulsões
FIM

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

La actualidad más candente (20)

Choque
ChoqueChoque
Choque
 
Cardiomiopatias
CardiomiopatiasCardiomiopatias
Cardiomiopatias
 
AVC
AVCAVC
AVC
 
Endocardite infecciosa
Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa
Endocardite infecciosa
 
Semiologia da ICC
Semiologia da ICCSemiologia da ICC
Semiologia da ICC
 
Disturbios circulatorios ii
Disturbios circulatorios iiDisturbios circulatorios ii
Disturbios circulatorios ii
 
Distúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosDistúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticos
 
Abordagem choque
Abordagem choqueAbordagem choque
Abordagem choque
 
Gasometria Arterial
Gasometria ArterialGasometria Arterial
Gasometria Arterial
 
Semiologia cardíaca
Semiologia cardíaca Semiologia cardíaca
Semiologia cardíaca
 
Choque
Choque Choque
Choque
 
Abdome agudo
Abdome agudoAbdome agudo
Abdome agudo
 
Choque
Choque   Choque
Choque
 
Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017
 
HEMODINÂMICA: ARTÉRIAS CORONÁRIAS
HEMODINÂMICA: ARTÉRIAS CORONÁRIASHEMODINÂMICA: ARTÉRIAS CORONÁRIAS
HEMODINÂMICA: ARTÉRIAS CORONÁRIAS
 
Ecg básico
Ecg básicoEcg básico
Ecg básico
 
Tipos de Choque
Tipos de ChoqueTipos de Choque
Tipos de Choque
 
Tep
TepTep
Tep
 
Laparotomia e fechamento
Laparotomia e fechamentoLaparotomia e fechamento
Laparotomia e fechamento
 
Endocardite infecciosa
Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa
Endocardite infecciosa
 

Similar a Choque circulatório

LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações
LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações
LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações Liliana Mendes
 
Iv curso teórico prático - choque circulatório
Iv curso teórico prático - choque circulatórioIv curso teórico prático - choque circulatório
Iv curso teórico prático - choque circulatórioctisaolucascopacabana
 
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxFisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxTarcisioRonacher
 
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básicoDisturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básicomarciakaladinha
 
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSicoDistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSicoRodrigo Biondi
 
Cetoacidose E Coma Hiperosmolar
Cetoacidose E Coma HiperosmolarCetoacidose E Coma Hiperosmolar
Cetoacidose E Coma HiperosmolarRodrigo Biondi
 
Guia de emergencia
Guia de emergenciaGuia de emergencia
Guia de emergenciaJosé Matos
 
Aula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaAula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaJucie Vasconcelos
 
Caso Clínico - alta complexidade
Caso Clínico - alta complexidadeCaso Clínico - alta complexidade
Caso Clínico - alta complexidadeSamira Rahaamid Paz
 
Sepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque sépticoSepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque sépticoguest169f8ea
 
ESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptx
ESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptxESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptx
ESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptxDennysGomes2
 

Similar a Choque circulatório (20)

Hiponatremia
HiponatremiaHiponatremia
Hiponatremia
 
Choques
ChoquesChoques
Choques
 
Pacientes Graves - 13.pdf
Pacientes Graves - 13.pdfPacientes Graves - 13.pdf
Pacientes Graves - 13.pdf
 
LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações
LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações
LILIANA MENDES Mini curso jovem gastro df cirrose e suas complicações
 
Hiponatremia
HiponatremiaHiponatremia
Hiponatremia
 
Aula 1 modificações fisiologicas 2012
Aula 1 modificações fisiologicas 2012 Aula 1 modificações fisiologicas 2012
Aula 1 modificações fisiologicas 2012
 
Iv curso teórico prático - choque circulatório
Iv curso teórico prático - choque circulatórioIv curso teórico prático - choque circulatório
Iv curso teórico prático - choque circulatório
 
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxFisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
 
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básicoDisturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básico
 
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSicoDistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
 
Choque
ChoqueChoque
Choque
 
DHE AULA .pptx
DHE AULA .pptxDHE AULA .pptx
DHE AULA .pptx
 
Cetoacidose E Coma Hiperosmolar
Cetoacidose E Coma HiperosmolarCetoacidose E Coma Hiperosmolar
Cetoacidose E Coma Hiperosmolar
 
Guia de emergencia
Guia de emergenciaGuia de emergencia
Guia de emergencia
 
Aula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaAula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal Aguda
 
Cardiologia
CardiologiaCardiologia
Cardiologia
 
Sessao clinica 2
Sessao clinica 2Sessao clinica 2
Sessao clinica 2
 
Caso Clínico - alta complexidade
Caso Clínico - alta complexidadeCaso Clínico - alta complexidade
Caso Clínico - alta complexidade
 
Sepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque sépticoSepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque séptico
 
ESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptx
ESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptxESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptx
ESTUDO DE CASO - RESPOSTAS.pptx
 

Choque circulatório

  • 1. Choque Circulatório Gabriel R. Bonatto – R1 CG HSL
  • 2.
  • 3. CHOQUE: • Fluxo sanguíneo arterial inadequado para suprir a demanda de O2 • Fornecimento insuficiente de O2 pode ocorrer em pacientes normotensos ou hipertensos
  • 4. EPIDEMIOLOGIA: • Afeta cerca de ⅓ dos pacientes internados na UTI • 35 – 60% morrem dentro de 1 mês do início choque séptico • 60 – 90% mortalidade choque cardiogênico *De Backer D, Biston P, Devriendt J, et al. Comparison of dopamine and norepinephrine in the treatment of shock. N Engl J Med 2010;362:779-89.
  • 5. FISIOLOGIA (Oferta) DO2 = DC x CaO2 (1,34 x Hb x SataO2) + (0,003 x PaO2) Vol Sis x FC Pré carga Contratilidade Pós carga Total de O2 que pode ser transportado por 1g de Hg saturada Total de O2 dissolvido em 100ml sangue (T 37 ̊̊; P = 1atm)
  • 6. FISIOLOGIA (Consumo) VO2 = VS x FC x CaO2-CvO2 CvO2 = (Hb x 1,34 x SvO2) + (0,003 x PvO2)
  • 7. FISIOPATOLOGIA Alterações na PAM ou metabolismo do O2 ativam baro/quimiorreceptores: • Ativação do SRAA • Liberação catecolaminas, vasopressinas, endotelina, glucagon, ACTH e cortisol • Redução da secreção insulina Resultado: contração e FC / Vasoconstrição art e ven / Redistribuição volêmica reabsorção Na e H2O / extração de O2 / oferta de substratos
  • 8. FISIOPATOLOGIA Ácido Lático: Indicador de metabolismo anaeróbio e hipóxia tecidual Em fase precoce é um índice de prognóstico
  • 9. FISIOPATOLOGIA Microcirculação sublingual saudável Microcirculação subl. choque séptico
  • 10. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA • Ressuscitação deve ser iniciada mesmo no curso da investigação • Histórico do paciente • Cateter arterial / CVC • Exames laboratoriais • Exames imagens
  • 12. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA • Exame físico – quadro clínico varia de acordo com tipo de choque • Achados cardinais: Hipotensão Oligúria Mudança estado mental Pele fria e úmida Acidose metabólica
  • 13. CHOQUE DISTRIBUTIVO RVS diminuída, DC aumentado, enchimento capilar(início) diminuído, PVC diminuída/normal, dispnéia, tosse produ – tiva, disúria, hematúria, calafrios, mialgia, erupções cutâ – neas, fadiga, mal-estar, cefaleia, febre, taquipnéia, taqui – cardia, leucocitose, alteração do estado mental, rubor Ex: Séptico / Anafilático / Neurogênico / Ins. Supra Renal
  • 14. CHOQUE HIPOVOLÊMICO RVS aumentada, DC diminuido, enchimento capilar aumen- tado, PVC diminuída, hematêmese,hematoquezia, melena vômito, diarreia ou dor abdominal,desidratado,hipocorado hipotensão postural, anemia. Ex: Hemorrágico / Trauma / Desidratação / Perda Plasma
  • 15. CHOQUE CARDIOGÊNICO RVS aumentada, DC diminuído, enchimento capilar aumentado, PVC aumentada, dispnéia, dor torácica, palpitação, dça cardiovascular, ap- crepitação difusa, ac- novo sopro, PVC aumentada e pulso diminuído. Ex: Falência bomba cardíaca / Déficit mecânico
  • 16. CHOQUE OBSTRUTIVO RVS aumentada, enchimento capilar aumentado, DC diminuído, PVC aumentada, taquicardia, taquipnéia Ex: Pressão intratorácica / Pressão intrapericárdica / Embolia pulmonar / Pneumotórax / Tamponamento cardíaco / Pericardite constritiva grave / Hipertensão pulmonar grave
  • 17. 4 FASES DO TRATAMENTO DO CHOQUE
  • 18. TRATAMENTO Objetivos do suporte hemodinâmico: • Fornecer o metabolismo celular adequado • Restaurar a PA  PAM = 65 – 70 mmHg • Débito cardíaco e entrega de O2 adequado • Nível do lactato
  • 20. TRATAMENTO • Ofertar oxigênio – DO2: oxigênioterapia • Otimizar débito cardíaco: Pré-carga – cristaloide ou coloide, droga vasoativa Pós-carga – vasodilatadores Contratilidade – inotrópicos • Controle da Hg • Analgesia, sedação, ventilação mecânica, controle da temperatura e convulsões
  • 21. FIM