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O USO DO “TOONDOO” COMO FERRAMENTA DE ENSINO
PARA ALUNOS COM DÉFICT DE ATENÇÃO
POTERIKO DA SILVA, Geane Aparecida 1
AYRES DA SILVA, Jayme2
RESUMO
Este artigo apresenta a proposta de utilização do software educativo ToonDoo como
uma ferramenta que pode ser usada para facilitar a escrita e a leitura de alunos com
Déficit de Atenção. A partir da aplicação de atividades propostas e por meio da
produção de histórias em quadrinhos, o presente trabalho busca apresentar uma
análise de resultados que pretendem mostrar como a utilização de novas
metodologias pode aumentar a concentração, proporcionar uma melhor
compreensão dos conteúdos, assim como motivar o interesse nas atividades
realizadas em sala de aula. O presente artigo é de natureza qualitativa e quantitativa
com enfoque na pesquisa de campo com a modalidade estudo de caso clínico, em
uma perspectiva exploratória e diagnóstica, realizada com alunos portadores de
Déficit de Atenção de turmas do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Arthur de
Azevedo, no município de São João do Ivaí, Paraná, com fundamentação em
Bonadio e Mori (2013), Dartora (2012), Júnior (2015) e Silva (2003). Os resultados
da presente pesquisa apontam a relevância da história em quadrinhos (HQ), com
ajuda da utilização de recursos tecnológicos, na produção textual de alunos com
dificuldades de aprendizagem.
Palavras-chave: História em Quadrinhos, Softwares Educativos, Transtorno de
Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH), Aprendizagem, Leitura e escrita.
ABSTRACT
This article presents the proposed use of educational software ToonDoo as a tool
that can be used to facilitate the reading and writing of students with Attention
Deficit/Hyperactivity Disorder. From the application of the proposed activities and
through the production of comics, this paper aims to present an analysis of results
that purport to show how the use of new methodologies can increase concentration,
provide a better understanding of the contents, as well as motivate interest in
activities in the classroom. This article is a qualitative and quantitative nature with
focus on field research with the clinical case study mode, in an exploratory and
diagnostic perspective, carried out with students with Attention Deficit/Hyperactivity
Disorder of elementary school classes of Arthur de Azevedo State School, in São
João do Ivaí, Paraná, based on Bonadio and Mori (2013), Dartora (2012), Junior
(2015) and Silva (2003). The results of this research point that the importance of
comics, with the help of the use of technological resources, to textual production of
students with learning difficulties.
1
Graduada em Letras Português/Inglês pela FAFIJAN (Faculdade de Jandaia do Sul), pós-graduada em Leitura,
Produção Textual e Literatura pela FAFIJAN, e Mídias Integradas na Educação pela UFPR. Atua como
professora na Rede Estadual do Paraná. Estudante da Especialização Lato Sensu em Neuropsicopedagogia
Clínica de RHEMA Educação - Instituto de Ensino. Contato: geane.gaps@gmail.com
2
Docente de graduação e pós-graduação da UCP/Faculdades Centro do (campus de Pitanga e Ivaiporã),
docente da Faculdade Estadual do Paraná - FAFI em Cursos de pós-graduação, docente de Metodologia
Científica do Instituto RHEMA Educacional de Arapongas – Estado do Paraná.
Key-words: Comics Books, Educational Softwares, Attention Deficit/Hyperactivity
Disorder (ADHD), Learning, Reading and Writing.
1.0 INTRODUÇÃO
Ensinar é uma tarefa que, por si só, impõe desafios diários e variados ao
educador. Do mesmo modo, ensinar uma criança com qualquer dificuldade ou
transtorno de aprendizagem pode ser considerado ainda mais desafiador, pois as
adversidades frequentemente afetam o processo de aprendizado.
Neste contexto, considerando que o professor tem um papel fundamental no
processo de aprendizagem de seus alunos, torna-se extremamente importante que
este profissional busque alternativas motivadoras e novas ferramentas que possam
ampliar as possibilidades de aprendizagem dos alunos, com ou sem qualquer
dificuldade.
As queixas de pais e professores sobre alunos que não conseguem manter
a atenção nas atividades que realizam vêm aumentando de forma considerável.
Segundo a ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção, o TDAH atinge de 3
a 5% das crianças em idade escolar e é responsável pelo maior número de
repetências nas escolas (ABDA, 2015).
Com base nesta realidade, tem-se ampliada a procura por inovações para
que a construção do conhecimento se torne mais atraente para o aluno, assim como
mais produtiva para o professor. Trabalhar com crianças que possuem instabilidade
de atenção e dificuldades na aprendizagem é, de certa forma, devido ao contexto e
à necessidade da ampliação da motivação, um incentivo a mais para que
professores passem a utilizar os recursos digitais e tecnológicos como ferramentas
de auxílio ao trabalho na escola.
De acordo com Bonadio e Mori (2013), com relação aos alunos
diagnosticados com TDAH, é necessário promover um ambiente diferenciado em
sala de aula:
... a maneira como o professor desenvolve a atividade é fundamental para
manter a estabilidade da concentração de seus alunos. As atividades
podem revelar-se em ações práticas capazes de favorecer os objetos de
atenção, ou seja, a manipulação de objetos e sua utilização ampliam as
impressões sobre estes e ajudam a manter o interesse e a atenção. Ao
conhecer esta especificidade da atenção (estabilidade), o professor pode
ampliar suas aulas, acrescentando a elas a manipulação de objetos como
apoio às explicações e que provoquem interesse na criança, condição
primordial para prender a atenção. A atividade mental também se faz
importante e, em decorrência disso, o professor pode planejar novas tarefas
e atividades diferenciadas, o que tornará mais fácil manter o aluno
concentrado. (BONADIO e MORI, 2013, p. 152).
As autoras esclarecem a necessidade da utilização de “ações práticas”,
tarefas novas e diferenciadas que possibilitem aumentar o interesse e auxiliar o
aluno a manter-se concentrado na atividade desenvolvida, o que é um desafio para
as crianças e adolescentes que possuem Déficit de Atenção.
São inúmeros os discursos sobre a importância de se utilizar recursos
audiovisuais e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) em sala de
aula, uma vez que os alunos estão em constante contato com o computador, a
internet, o video game e os jogos em redes, dentre outros. Nossos estudantes estão
habituados ao contexto em que a tecnologia computadorizada é predominante, por
isso trazer esta realidade para o ambiente escolar pode ser uma opção viável para
despertar o interesse pelos conteúdos trabalhados, por meio do uso de ferramentas
tecnológicas na condição de suportes pedagógicos.
Assim sendo, este artigo apresenta a proposta de utilização do software
educativo ToonDoo como uma ferramenta que pode ser utilizada para facilitar a
escrita e leitura de alunos com Déficit de Atenção. A partir da aplicação de
atividades propostas e por meio da produção de histórias em quadrinhos, o presente
trabalho busca apresentar uma análise de resultados que pretendem mostrar como
a utilização de novas metodologias pode aumentar a concentração, proporcionar
uma melhor compreensão dos conteúdos, assim como motivar o interesse nas
atividades realizadas em sala de aula, mesmo no caso de alunos diagnosticados
com TDAH.
2.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente artigo é de natureza qualitativa e quantitativa com enfoque na
pesquisa de campo com a modalidade estudo de caso clínico, em uma perspectiva
exploratória e diagnóstica, realizada com alunos portadores de Déficit de Atenção
(TDAH com predomínio de desatenção) de turmas do Ensino Fundamental do
Colégio Estadual Arthur de Azevedo, no município de São João do Ivaí, Paraná.
A metodologia “é composta por passos específicos de diferentes métodos”.
(GUÉRIOS E ZIMER, 2012, p. 20). Assim, neste artigo, a metodologia empregada
será a pesquisa qualitativa e quantitativa, de natureza exploratória ou diagnóstica,
por meio da utilização de questionários e entrevistas semiestruturadas, a serem
colhidos entre os alunos de 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental que possuem
laudo médico de TDAH, a fim de reconhecer a abordagem e a aprendizagem
significativa pela utilização de recursos midiáticos.
Com relação à metodologia a ser trabalhada, Gil (2002) relata a respeito
desta concepção de pesquisa:
Ela tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer
que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias
ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante
flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos
relativos ao fato estudado. (GIL, 2002, p. 4)
Dentro dessa concepção, ainda segundo o autor, os pesquisadores que
utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o
que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas.
Já a pesquisa de campo, segundo Ayres da Silva (2015, p. 26) é a
“observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, a partir da
coleta de dados, análise e interpretação desses dados, com base numa
fundamentação teórica consistente”.
A modalidade estudo de caso clínico foi a definida para esta pesquisa. De
acordo com Yin (2001), o estudo de caso é apenas uma das muitas maneiras de se
fazer pesquisa em ciências sociais, sendo que, em geral, os estudos de caso
“representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo "como" e
"por que", quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o
foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da
vida real”. (Yin, 2001, p. 19). Desse modo:
O estudo de caso permite uma investigação para se preservar as
características holísticas e significativas dos eventos da vida real - tais como
ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos,
mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a
maturação de alguns setores. (YIN, 2001, p. 21).
Trata-se, portanto, de “uma investigação empírica que investiga um
fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”.
(Yin, 2001, p. 32).
Com base nos procedimentos metodológicos acima mencionados, na
primeira etapa da pesquisa, foi realizado um levantamento dos alunos com
problemas de atenção (especificamente que possuem laudo médico de TDAH) e que
estudam nas turmas de Ensino Fundamental (6º, 7º, 8º e 9º anos) do Colégio
Estadual Arthur de Azevedo. Este levantamento foi feito com auxílio da Equipe
Pedagógica, por meio de consultas nas Fichas Individuais e registros destes alunos.
As informações obtidas foram registradas no “Formulário para levantamento dos
alunos com Déficit de Atenção”, para análise quantitativa do percentual de
estudantes com TDAH no ambiente escolar em questão.
Na segunda etapa, a proposta foi utilizar instrumentos de coleta de dados de
questionário diagnóstico (devidamente convalidado por dois profissionais
especialistas), contendo questões relevantes sobre o perfil dos alunos com Déficit de
Atenção do referido colégio, suas preferências de leitura e a relação com os
recursos tecnológicos, buscando-se reconhecer a influência ou o impacto que as
histórias em quadrinhos podem proporcionar no âmbito escolar para o público alvo.
Os especialistas que fizeram a convalidação do questionário diagnóstico foram:
Jecione dos Santos Moretti, pedagoga, psicopedagoga e especialista em
Neuropedagogia Clínica, e Vanessa Maria Poteriko da Silva, professora, tutora de
educação a distância e pesquisadora das Mídias na Educação, especialista em
Língua Portuguesa – Leitura e Produção Textual e Mídias Integradas na Educação.
A terceira etapa da pesquisa consiste no estudo de caso clínico, para o qual
foram selecionados dois dos alunos com instabilidade de atenção para o trabalho
pedagógico, com foco na realização de produção textual usando o site do aplicativo
online ToonDoo. O objetivo engloba a utilização de metodologia de ensino com
tecnologias em benefício da aprendizagem destes alunos com Déficit de Atenção.
Portanto, este trabalho visa apresentar uma análise de resultados obtidos
após a aplicação das atividades propostas ao público alvo, considerando que as
produções de texto no formato de história em quadrinhos - por meio do uso do
software virtual educativo ToonDoo - podem facilitar o processo de aprendizagem,
assim como possibilitar a criação de situações de aprendizagem que auxiliem na
construção do conhecimento, da leitura e da escrita.
Para a realização da pesquisa, foram feitas as seguintes análises:
interpretação dos dados coletados a partir dos questionários diagnósticos sobre o
uso de recursos midiáticos e interpretação da observação da pesquisadora em
relação à desenvoltura dos alunos no momento de interação com a ferramenta
ToonDoo, durante a realização das atividades propostas.
2.1 Universo de Pesquisa e Amostra
O universo da pesquisa é o Colégio Estadual Arthur de Azevedo (CEAA),
localizado no município de São João do Ivaí.
O espaço físico do Colégio é dividido em 3 pavilhões de salas de aulas, um
pavilhão de administração e um pavilhão de salas de suporte técnico, há 14 salas de
aula com 49m2
. No momento, o Laboratório de Informática encontra-se em
manutenção, a maioria dos equipamentos não está em funcionamento, muitos
computadores apresentam problemas técnicos e sem condições de serem utilizados.
A comunidade escolar é constituída por 1020 alunos, atendidos nos três
turnos de funcionamento (manhã, tarde e noite).
Como amostra da pesquisa foram escolhidos alunos diagnosticados com
TDAH das turmas de 6º a 9º ano do Ensino Fundamental, em um total de 27 alunos,
com faixa etária entre 11 e 18 anos. Segundo a Equipe Pedagógica do colégio, a
maioria dos alunos possui computador, celular ou tablet em casa, com acesso à
internet, assim há um interesse particular destes em atividades que envolvem tais
mídias e recursos tecnológicos.
2.2 Etapas do Processo de Pesquisa
O trabalho será organizado de acordo com a tabela abaixo.
ETAPAS ATIVIDADES
ETAPA 1 Leitura e levantamento bibliográfico.
ETAPA 2 Visita ao colégio e autorização para a realização da pesquisa.
Definição do público alvo (levantamento dos alunos com TDAH).
ETAPA 3 Convalidação do Questionário Diagnóstico por especialistas.
Elaboração do material de apoio e atividades propostas.
ETAPA 4 Aplicação dos Questionários (entrevistas).
Análise de dados.
ETAPA 5 Planejamento das aulas.
ETAPA 6 Aplicação das aulas planejadas.
Desenvolvimento dos trabalhos com os alunos.
ETAPA 7 Análise e discussão dos resultados obtidos.
ETAPA 8 Conclusão do artigo.
TABELA 1 – ETAPAS DE TRABALHO
Fonte: a autora (2015)
3.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na educação
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) vem sendo
apontado como um dos maiores problemas que afetam a sala de aula. A
preocupação se evidencia tendo em vista que, muitas vezes, os educadores não
estão preparados para lidar com os alunos diagnosticados e agem de forma
equivocada, ou mesmo não utilizam estratégias pedagógicas diferenciadas para
trabalhar com alunos portadores deste transtorno.
Além disso, geralmente a proposta educacional da escola prevê um único tipo
de enquadramento dos alunos no processo pedagógico. Em virtude de não se
adequarem ao padrão pedagógico convencional, é comum alunos com TDAH
reagirem negativamente ao que é proposto, passando a ser vistos como possuidores
de comportamentos desajustados (REIS; CAMARGO, 2006). A pessoa com TDAH
demonstra um nível inadequado de atenção em relação ao esperado para sua idade,
o que leva a distúrbios motores, perceptivos cognitivos e comportamentais, e no
âmbito escolar este quadro pode se tornar mais agravante.
Bonadio (2013) esclarece que a maioria dos estudos referentes aos
problemas de atenção está direcionada ao diagnóstico e à identificação de um
problema orgânico que deve ser tratado com o uso de medicação. Para a autora, “a
ênfase da questão volta-se para o sujeito que não aprende em razão de um
transtorno, o que prejudica seu desempenho escolar, comprometendo
significativamente o processo ensino e aprendizagem.” (BONADIO, 2013, p. 14)
Conforme afirma Argollo (2003), o TDAH caracteriza-se como uma
perturbação neurobiológica inata transmitida em grande parte geneticamente que
afeta de forma variada e persistente a vida dos que a apresentam. De acordo com
Barkley (2002), é um transtorno no desenvolvimento do autocontrole, marcado por
déficits referentes aos períodos de atenção, ao manejo de impulsos e ao nível de
atividade.
De acordo com Júnior (2015), o TDAH é o transtorno mental caracterizado
por sintomas de desatenção/desorganização, hiperatividade e impulsividade. É
considerado um transtorno neurocomportamental, através do qual o indivíduo passa
a apresentar problemas de comportamento a partir de uma disfunção cerebral e
aparece de três maneiras: TDAH com predomínio de desatenção (20 a 30% dos
casos); TDAH com predomínio de hiperatividade/ impulsividade (até 15% dos casos)
e TDAH com sintomas combinados (50 a 75% dos casos) (JÚNIOR, 2015, p. 23).
O TDAH manifesta-se de inúmeras formas, assim trata-se de um transtorno
heterogêneo, e os sintomas se combinam em variados graus de intensidade
(característica dimensional). Em virtude das múltiplas causas e fatores de risco, não
há um consenso científico sobre as suas reais causas, dessa forma a maioria dos
estudiosos concorda com a origem multifatorial do TDAH, com seus componentes
genéticos e ambientais, ainda segundo Júnior (2015).
Silva (2003) afirma que:
...as dificuldades maiores começam a surgir no âmbito escolar quando a
criança é solicitada a cumprir metas e seguir rotinas, executar tarefas e ser
compensada ou punida de acordo com a eficiência com que são cumpridas.
Os pais e/ou cuidadores e familiares já não estão presentes e não podem
cumprir tarefas ou facilitar as coisas para a criança (SILVA, 2003, p.62).
Crianças e adolescentes com TDAH apresentam características emocionais
(como imaturidade psicológica, dificuldade de controle das emoções); cognitivas
(pouca habilidade para resolver problemas, pouca auto avaliação e
automonitoramento) e também características comportamentais (interações sociais
"fora de sincronia", em momentos inadequados). Além disso, possuem desempenho
acadêmico inferior, maior índice de suspensões e evasão escolar, maior índice de
rejeição dos colegas, taxas mais altas de depressão e dependências de drogas e,
ainda, maiores riscos de envolvimento em acidentes. (JÚNIOR, 2015, p. 25).
Para Benczik (2010), em 1994 a Associação Americana de Pesquisa
publicou o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), em
que o TDAH vem denominado DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), com
classificação dividida em três segmentos: 1) Déficit de Atenção: DA
(predominantemente desatento); 2) Déficit de Atenção: DA/HI (predominantemente
hiperativo/impulsivo); e 3) Déficit de Atenção: DA/C (misto).
Considerando que no presente trabalho o público alvo será alunos TDAH
predominantemente desatentos, abaixo constam os sintomas daqueles que se
enquadram no primeiro grupo, com sintomas de desatenção sem hiperatividade e
impulsividade, apresentando com frequência as atitudes:
a) Deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em
atividades escolares, de trabalho ou outras; b) Tem dificuldades para
manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; c) Parece não escutar
quando lhe dirigem a palavra; d) Não segue instruções e não termina seus
deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido
a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender
instruções); e) Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades; f) Evita,
antipatiza ou reluta a se envolver em tarefas que exijam esforço mental
constante; g) Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades; h) É
facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa; i) Apresenta
esquecimento em atividades diárias (BENCZIK, 2010, p. 58).
O processo diagnóstico, segundo Júnior (2015) pode ser feito por médicos
(pediatra ou neuropediatra), preferencialmente com o auxílio de uma equipe
multidisciplinar, composta por neuropsicólogo, psicólogo, psicopedagogo, terapeuta
ocupacional e/ou fonoaudiólogo. O diagnóstico é clínico, ou seja, o médico avalia
cuidadosamente a história e o comportamento observável. O tratamento deve ser
multimodal, incluindo orientação de pais e professores, reforço escolar, psicoterapias
e acompanhamento médico. (JÚNIOR, 2015, p. 39).
Deve-se ressaltar que o papel da escola na promoção de saúde e na
prevenção é fundamental: o professor é parte atuante nesse processo e se encontra
em posição destacada por motivos como a sua experiência e observação mais
crítica do comportamento de seus alunos. Assim, um professor bem informado e
sensível pode atuar na prevenção de transtornos, identificando sinais que indiquem
encaminhamento para avaliação médica e contribuindo para uma intervenção
precoce, que leva a resultados mais positivos.
3.2 O uso de Mídias na Educação
Um dos grandes desafios do educador é transformar a sua aula em um
ambiente interessante para o aluno. É verídico que o aluno se interessa por aulas
diferenciadas e uma maneira de conseguir um clima de aprendizagem é tornar a
aula o mais fascinante possível. A informática oferece indiscutivelmente esta opção
de diferenciação, uma vez que é capaz de prender a atenção dos alunos e motivá-
los para a busca do conhecimento, tanto mediados pelo professor como por
iniciativa própria; caso isto não aconteça, o ensino se transforma em mera
transmissão de informações. As atividades envolvendo a informática auxiliam no
processo de ensino/aprendizagem e ampliam o trabalho do professor, possibilitando
ao aluno o acesso às condições essenciais para formação e exercício da
cidadania. (POTERIKO DA SILVA et all, 2010, p. 4).
Veiga (2001) afirma que o computador passou a ser um instrumento que
desenvolve as habilidades intelectuais e cognitivas, possibilitando que o indivíduo
desenvolva-se quanto sua criatividade. Assim, “o produto final desse processo é a
formação de indivíduos autônomos, que aprendem por si mesmo, porque
aprenderam a aprender, através da busca, da investigação, da descoberta e da
invenção”. (VEIGA, 2001, p. 2).
Desse modo, é possível verificar que a interação do aluno com o ambiente
de aprendizagem, como o software virtual educativo ToonDoo, sugerido neste
trabalho, pode possibilitar o aprendizado contextualizado do aluno. As mídias,
juntamente com a abordagem do professor, caracterizam-se como recurso didático
de extrema relevância para o desenvolvimento do educando no processo de ensino
aprendizagem.
Portanto, utilizar recursos diferenciados é proporcionar uma maior motivação
e inclusão dos alunos em recursos digitais. Com o uso do computador e através do
site de criação de história em quadrinhos ToonDoo, pretende-se propiciar aos alunos
momentos para a expressão de ideias na produção textual, despertado a atenção e
criatividade a fim de superar dificuldades de atenção.
3.3 Interferência das TICs no processo de ensino-aprendizagem de alunos
com TDAH
O ambiente escolar é fonte de múltiplos desafios para crianças e
adolescentes. É na escola que eles passam grande parte do dia, estabelecem
relações sociais e, ao mesmo tempo, são submetidos a situações de aprendizagem
formal e a todas as experiências inerentes a esse processo. Para aqueles que
apresentam o quadro de transtorno de Déficit de Atenção, em suas diversas
expressões clínicas, a vida escolar pode ser ainda mais difícil.
Atualmente, diversas fontes de pesquisa comprovam os benefícios do
tratamento medicamentoso adequado para portadores de TDAH. Porém, mesmo
com o auxílio dos medicamentos, a resposta dessas crianças e adolescentes não
costuma ser plenamente satisfatória sem o trabalho de orientação que modifica o
ambiente familiar e escolar. (JÚNIOR, 2015, p. 41)
O papel do professor é sempre buscar inovações pertinentes e que desafiem
os alunos a irem além de suas dificuldades. Desse modo, é necessário que
professores busquem adaptar seus planejamentos, incluindo atividades lúdicas e
prazerosas. Os recursos tecnológicos vêm se destacando como ferramentas de
auxílio aos professores, despertando cada vez mais a atenção de todas as crianças.
Apesar de serem ainda recursos muito discutidos e desafiadores, fazem com que os
alunos tornem-se pesquisadores e construtores de conhecimento.
Sobre este aspecto, Dartora mostra que:
Trabalhar com as TICs já é uma inovação. Agora, possibilitar que alunos
com TDAH se desenvolvam através delas, faz com que o desafio e o
resultado sejam ainda maiores. A educação não pode mais concentrar sua
base em ensinos tradicionais, e sim deve ir muito além das paredes
escolares. Rever a prática docente, o papel do professor, e ressignificar os
conteúdos a fim de obter resultados positivos, principalmente com alunos
com dificuldades de aprendizagem são dados a serem questionados.
(DARTORA, 2012, p. 4)
Através desse conceito, segundo a autora, pensa-se sobre a segurança que
devemos passar ao aluno com TDAH para que ele também construa sua
aprendizagem e sua autonomia. Não seria realmente através das TICs que se
encontrarão recursos realmente significativos para embasar a prática pedagógica?
Fica a inquietação sobre esta possível revisão de prática e conceitos construídos e
internalizados pelos docentes. Necessita-se desta desacomodação e desequilíbrio
causado pelas TICs para que mudanças aconteçam no processo de ensino e
aprendizagem de alunos com TDAH. (DARTORA, 2012, p. 5).
Considerando tais aspectos, a produção online de Histórias em quadrinhos a
partir da ferramenta virtual ToonDoo é uma opção apresentada para dinamizar o
trabalho e auxiliar a superação das dificuldades de concentração dos alunos
participantes da pesquisa.
3.4 Histórias em Quadrinhos na sala de aula: Despertando a atenção de
alunos com TDAH
De acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Básica do Paraná
(2008), os conteúdos devem ser trabalhados interdisciplinarmente, não deixando de
lado sua credibilidade, porém devem ser significativos aos alunos, a fim de que
desenvolvam um pensamento crítico para fazê-los atuar na sociedade através da
produção científica, da reflexão e da criação artística. É nesse contexto que as
Diretrizes Curriculares destacam a utilização do gênero textual História em
Quadrinhos para trabalhar a leitura, a oralidade e a escrita.
Desse modo, o professor deve desenvolver diferentes metodologias que
possam atingir seus alunos, conforme orientações das DCEs (2008, p.55): "imagens,
livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, filmes,
músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos”.
Lovetro (1995, p. 94), destaca algumas características positivas em relação
às histórias em quadrinhos: “as HQs unem a literatura ou a escrita à questão visual”,
enquanto a TV e o cinema trazem conteúdos prontos, a história em quadrinhos
possibilita ao leitor usar a imaginação para o que pode ocorrer entre um quadrinho e
outro ao fazer a ligação entre eles. Neste caso, é possível para o leitor imaginar
vozes para os personagens, atribuir maior dramaticidade à leitura. Ou seja, o
interesse do aluno pela HQ pode ser maior em relação a outros gêneros textuais.
Bonadio e Mori (2013, p. 134) explicam que este interesse mantém relação
com a fixação da atenção. Segundo as autoras, “um conteúdo pode não ser
diretamente interessante para o aluno, mas o que está incutido nele pode ser fator
provocador de interesse, capaz de fixar sua atenção”. No caso das HQs, seus
elementos são aspectos de destaque para alunos com déficit de atenção, que fazem
a diferença na obtenção de êxito para a realização de atividades de leitura e escrita.
3.5 O ToonDoo como recurso para a produção de Histórias em Quadrinhos
O ToonDoo é “um editor de Histórias em Quadrinhos online”, de acordo com
Santos (2008). Trata-se de uma ferramenta que oferece muitos recursos para a
criação de História em Quadrinhos, tiras ou cartoons personalizados.
Conforme Santos (2008):
Esta ferramenta conta com numerosos elementos que já estão prontos
para serem aplicados na criação das histórias em quadrinhos. O aluno
pode selecionar personagens, fundos, balões, cenário, e também usar
ferramentas para redimensionar, inverter, rodar e mudar a posição dos
objetos na cena. É possível criar personagens totalmente personalizados
(...) Assim, o aluno pode definir cada detalhe das cenas que vai criar,
potencializando ainda mais sua criatividade. (SANTOS, 2008, online).
A autora ressalta também que “entender e aprender a usar o ToonDoo é fácil
e o professor pode deixar que os alunos descubram sozinhos” (SANTOS, 2008,
online). Para a utilização, é necessário fazer um cadastro e criar um login e uma
senha para o aluno. As histórias criadas poderão ser gravadas no próprio site
ToonDoo ou enviadas para blogs, redes sociais ou outros sites.
4.0 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A presente pesquisa foi fundamentada na análise da interpretação dos
dados coletados na escola e pela observação da pesquisadora durante a realização
das atividades propostas pelos alunos e sua interação com a ferramenta ToonDoo.
A primeira etapa da pesquisa consistiu no levantamento da quantidade de
alunos com Déficit de Atenção. Juntamente com a Equipe Pedagógica da escola, no
dia 13/11/2015, foram realizadas consultas nas Fichas Individuais e registros dos
alunos que estudam nas turmas de Ensino Fundamental (6º, 7º, 8º e 9º anos) do
Colégio Estadual Arthur de Azevedo, com o objetivo de verificar quantos destes
possuem laudo médico de TDAH e fazem uso de medicação. As informações
obtidas foram registradas no “Formulário para levantamento dos alunos com Déficit
de Atenção” (Apêndice 1), para análise quantitativa do percentual de estudantes
com TDAH no ambiente escolar em questão.
Segundo o levantamento, nas turmas de 6º a 9º anos há 27 alunos com
laudo de TDAH que fazem uso do medicamento Ritalina. Destes, apenas 5 são
meninas, sendo a maioria meninos, no total 22 alunos. Uma informação preocupante
é que nem todos apresentam Avaliação Psicopedagógica e o devido
acompanhamento: 16 alunos, o que corresponde ao percentual de 67%, possui
apenas um atestado médico com laudo de TDAH mas em seus registros não
constam a avaliação do psicopedagogo e os relatórios de acompanhamento e
intervenção pedagógica. Tais dados são alarmantes uma vez que o tratamento do
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade não pode ser limitado apenas às
consultas médicas e ao uso de remédios. Segundo Júnior (2015), o tratamento deve
ser “multimodal”, incluindo psicoterapias, orientação de pais e professores, reforço
escolar, além do acompanhamento médico. Portanto, o acompanhamento
psicopedagógico é fundamental.
Em continuidade à pesquisa, na segunda etapa foram utilizados
instrumentos de coleta de dados de questionário diagnóstico sobre o perfil dos
alunos com Déficit de Atenção do referido colégio, suas preferências de leitura e a
relação com os recursos tecnológicos. Buscou-se reconhecer a influência ou o
impacto que as histórias em quadrinhos podem proporcionar no âmbito escolar para
o público alvo. Assim, foram entrevistados um total de 24 alunos nos dias
10/12/2015 e 11/12/2015, sendo que o questionário foi aplicado nos períodos manhã
e tarde, com acompanhamento de uma pedagoga.
As nove questões referentes ao diagnóstico do perfil do público alvo foram
compostas por múltipla escolha e uma delas dissertativa (Vide Apêndice 2). A tabela
2 aponta a idade dos alunos com TDAH que participaram da pesquisa:
OPÇÕES TOTAL DE
ALUNOS
PORCEN-
TAGEM
a) de 10 a 12 anos 11 45%
b) de 13 a 15 anos 12 50%
c) outra idade. 1 5%
TABELA 2 – IDADE DOS ENTREVISTADOS
Fonte: Coleta de dados questionário diagnóstico (2015)
Com relação à série em que estuda, 42% dos entrevistados afirmou estar
cursando o 6º ano do Ensino Fundamental, 33% declarou frequentar o 7º ano, 17%
estuda no 8º ano e apenas 8% dos entrevistados está frequentando o 9º ano do
Ensino Fundamental. Portanto, a pesquisa revela que a maioria dos alunos que
possui Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade do Colégio Estadual Arthur
de Azevedo está nas séries iniciais do Ensino Fundamental, o que indica
necessidade de um trabalho direcionado e específico para os alunos que ingressam
inicialmente na escola.
Essa coleta revela ainda que há uma diversidade no grau de instrução dos
pais, predominante o ensino fundamental incompleto, 34%, sendo que somente 9%
dos pais possui graduação. Percebe-se, a partir da coleta desses dados empíricos,
que o grau de escolaridade dos pais é um dado relevante para o desempenho
educacional dos alunos. Os percentuais indicados na pesquisa indicam que nenhum
dos entrevistados possui pais analfabetos, enquanto 12% dos pais estudou até o
Ensino Fundamental completo, o mesmo percentual, 12%, não completou o Ensino
Médio, 21% dos pais possui Ensino Médio completo, e a maioria destes, 34%,
apresenta o Ensino Fundamental incompleto. Poucos também são graduados: 9%
dos entrevistados declarou que os pais possuem Ensino Superior completo. 12%
dos alunos participantes da pesquisa não souberam informar a escolaridade dos
pais.
Tendo como base a vivência da pesquisadora, concorda-se com a afirmação
de Goulart (2010) demonstrada em sua pesquisa “Projeto Atenção Brasil”, que trata
do baixo desempenho escolar. A referida pesquisa constatou que os alunos em que
os pais possuem um baixo grau de escolaridade, analfabetos ou que não
terminaram o ensino fundamental possuem uma chance até 480% maior de
apresentar baixo desempenho escolar quando comparados a filhos de pais com
curso superior completo. Portanto, é possível perceber que o grau de escolaridade
dos pais pode vir a demonstrar o desempenho por parte dos alunos pesquisados.
No que diz respeito ao hábito de leitura, foram levantados os seguintes dados:
20% dos alunos prefere realizar a leitura em sites diversos, 33% em livros, 33% tem
preferência por gibis e histórias em quadrinhos, e apenas 7% declarou como hábito
de leitura revistas e também 7% os jornais impressos. Portanto, os hábitos de leitura
predominantes no grupo de pesquisa são a leitura de história em quadrinhos e livros,
com os quais os alunos apresentam acesso facilitado. Ao mesmo tempo, destaca-se
também a leitura online.
Nevado (2006) afirma que o papel do professor é intermediar o processo
cognitivo do aluno e dessa forma propiciar a ele recursos que promovam a
interação. A leitura, por sua vez, proporciona a interação e o dialogismo com os
diversos gêneros do discurso. Assim, a partir dessa coleta de dados, percebe-se que
os alunos diagnosticados com TDAH têm interesse em leituras que lhe
proporcionem interação.
A pesquisa questionou também se os alunos gostam de ler gibis ou histórias
em quadrinhos, a fim de averiguar a receptividade da proposta de trabalho a ser
desenvolvida na próxima etapa com o software ToonDoo. Constatou-se que uma
quantidade considerável dos alunos gosta de realizar a leitura de gibis ou histórias
em quadrinhos, 42%. No entanto, o percentual que declarou não gostar, ou apreciar
um pouco, é preocupante: 33% afirmou não gostar de ler gibis ou HQs, e 25%
apenas gostar um pouco. Ou seja, trata-se de um gênero que precisa ser levado
com mais frequência para a sala de aula.
Com relação aos recursos midiáticos que os alunos têm acesso em seu dia
a dia, a grande maioria dos alunos, 80%, afirmou que o recurso mais utilizado é o
celular com acesso a internet, e em seguida a televisão, com 75%. O computador
com acesso a internet é utilizado por 67% dos alunos entrevistados. Outro recurso
tradicional, como o rádio (38%), também está presente na rotina dos estudantes,
embora em menor incidência. Nenhum aluno declarou ter celular ou computador
sem acesso a internet, o que comprova a presença marcante da internet na vida dos
adolescentes.
Gráfico 1: Recursos Midiáticos
Fonte: Coleta de dados questionário diagnóstico (2015)
Segundo Valente (2002), a informática pode possibilitar a melhoria no
processo de ensino aprendizagem, em que o aluno passa a ser o construtor do
conhecimento. Nesse sentido, para que isso aconteça, é preciso disponibilizar esses
recursos no ambiente escolar, inclusive na sala de aula.
Moran (2007) destaca que “os meios de comunicação audiovisuais
desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos
continuamente informações; mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos
linguagens coloquiais e multimídia”. Para o autor, estes se configuram como
“interlocutores constantes e reconhecidos (...) Esse reconhecimento significa que os
processos educacionais convencionais e formais como a escola não podem voltar as
costas para os meios, para esta iconosfera tão atraente e, em consequência, tão
eficiente” (Moran, 2007, p. 2). Logo, tais recursos devem fazer parte do cotidiano
educacional.
Com relação ao tipo de informações que os alunos acessam quando utilizam
os recursos midiáticos acima mencionados, a pesquisa confirmou o que muitos
percebem no cotidiano dos adolescentes: a maioria dos entrevistados (71%) utiliza a
internet para acessar jogos e também redes sociais (67%). Além destes tipos de
informação, 54% dos alunos afirmou acessar vídeos e apenas 29% usam os
recursos midiáticos como fonte para a busca de notícias. Já 12% dos entrevistados
navega em sites diversos e o menor percentual foi direcionado para a leitura de
histórias em quadrinhos e charges virtualmente: apenas 4% dos alunos. 21%
0
5
10
15
20
Recursos Midiáticos
a) Televisão
b) Rádio
c) Computador com
internet
d) Computador sem
internet
e) Celular com
internet
f) Celular sem
internet
declarou usar os recursos midiáticos para outros fins. Percebe-se que para os
alunos, pincipalmente aos que são diagnosticados com TDAH, é muito importante a
utilização desses recursos, os quais já fazem parte do cotidiano.
Para finalizar o questionário diagnóstico, as duas últimas questões
revelaram que a maioria dos entrevistados, 96%, nunca havia realizado atividades
em sites nos quais eles mesmos pudessem interagir no ambiente com a utilização
de recursos de edição de história em quadrinhos, para criação de HQs. No entanto,
ao serem questionados se gostariam de aprender a criar histórias em quadrinhos no
computador, 38% mostrou total desinteresse a este tipo de atividade, afirmando não
ter vontade de utilizar tal ferramenta. O percentual de 62% afirmou ter vontade de
utilizar este tipo de recurso virtual, enfatizando a importância e o interesse deste no
ambiente escolar.
Em continuidade aos procedimentos metodológicos, passou-se para a
terceira etapa da pesquisa: o estudo de caso clínico, para o qual foram selecionados
pela equipe escolar dois dos alunos entrevistados, com instabilidade de atenção,
para aplicação do trabalho pedagógico. O objetivo desta etapa foi consolidado na
utilização de metodologia de ensino com tecnologias em benefício da aprendizagem
destes alunos com Déficit de Atenção, focando a realização de produção textual
através da utilização do site do aplicativo online ToonDoo.
Este trabalho foi realizado com os alunos Guilherme Henrique Camargo dos
Santos, 11 anos, da turma 6º C, e Rian Farias, 14 anos, da turma 9º B, no
Laboratório de Informática, onde eles desenvolveram e utilizaram o computador
como recurso midiático para a produção da história em quadrinhos. Assim, a
intervenção pedagógica se inseriu neste contexto. Os dias de aplicação foram:
15/12/2015 a 18/12/2015, em um total de 8 horas/aula. As atividades aplicadas no
Laboratório de Informática foram desenvolvidas conforme a Tabela 3 –
Planejamento do Trabalho (vide Apêndice 3).
Como pontos a serem observados nas aulas, identificou-se:
AULA PONTOS OBSERVADOS
Aula 1 O nível de atenção dos alunos durante a exibição do vídeo foi adequada, com postura
receptiva, atitudes de aceitação e nível alto de concentração. A interação foi positiva,
houve comentários e participação ativa. Não foram constatadas atitudes de evitar,
antipatizar ou relutar a se envolver nas atividades, também não houve distração dos
alunos por estímulos alheios à tarefa.
Aula 2 Concentração na leitura e um adequado nível de atenção durante a exibição do vídeo,
boa participação dos alunos nas atividades e interação com o tema apresentado,
sendo possível perceber que as propostas foram recebidas de forma positiva e as
atividades escritas concluídas com êxito.
Aula 3 Percebeu-se um pouco de dificuldade para entender os enunciados das atividades,
apesar disso constatou-se um nível adequado de concentração nas leituras das HQs,
boa interação e envolvimento na aula. As atividades escritas foram concluídas, os
desenhos produzidos apresentaram boa organização com formas bem elaboradas.
Aula 4 A organização sequencial das atividades foi bem estruturada, os alunos conseguiram
concluir as atividades escritas com boa organização dos desenhos.
Aula 5 Participação nos questionamentos, interação positiva, observação atenta aos detalhes
e descrição minuciosa, com organização das ideias e sequência textual adequada. A
interação na atividade em grupo foi positiva, com nível de concentração elevado.
Aula 6 Identificou-se bom nível de atenção durante a exibição dos slides, com postura
receptiva, atitudes de curiosidade, questionamentos, adequado nível de concentração.
Aula 7 Os alunos apresentaram excelente interação virtual, concentração no manuseio do
computador, organização das ideias e sequência textual adequadas, assim como uma
participação ativa.
Aula 8 Foi feita uma análise e discussão das dificuldades de produção e posterior divulgação
online do material produzido. Interação adequada dos alunos, participação ativa.
TABELA 4 – PONTOS OBSERVADOS NAS AULAS
Fonte: a autora (2015)
Por fim, conclui-se que o desenvolvimento deste projeto transcorreu de
forma positiva: os alunos foram assíduos, não faltaram nos dias de aplicação das
aulas e cada etapa foi desenvolvida de forma satisfatória, podendo-se afirmar que os
alunos foram além das expectativas e dos objetivos iniciais, uma vez que se
envolveram nas atividades e realizaram as produções propostas com dedicação e
motivação.
Deve-se ressaltar, contudo, que cada atividade foi elaborada considerando
os sintomas que se enquadram no grupo de sujeitos com Déficit de Atenção
(predominantemente desatento), conforme Benczik (2010) menciona, tais como:
deixar de prestar atenção a detalhes, cometer erros por descuido em atividades
escolares, dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas,
dificuldades para seguir instruções, concluir atividades e organizar-se, além da
distração a estímulos alheios à tarefa. Desse modo, foram priorizadas atividades
dinâmicas, não demoradas, com foco nos recursos tecnológicos utilizados, a fim de
prender a atenção dos alunos e facilitar que estes pudessem manter o foco de
atenção. Isto comprova que no caso do trabalho com alunos diagnosticados com
TDAH, o professor precisa fazer adaptações que lhes permitam realizar as
atividades propostas, mesmo com o auxílio dos recursos tecnológicos.
De acordo com a ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção, os
profissionais de educação precisam atuar “conscientes das diferenças existentes
entre alunos e visando, sempre, promover estratégias, métodos e tecnologias
capazes de promover a integração de todos sem distinção” (ABDA, 2016, p. 4).
Tendo como base as produções das HQs dos alunos e a observação de
aspectos como a motivação em realizar as atividades com os recursos
tecnológicos, ficou comprovado o que Moran (2005, p. 19) afirma em relação à
educação, que “educar também é aprender a gerenciar tecnologias, tanto de
informação quanto de comunicação”.
Nas aulas no Laboratório de Informática, foi possível observar que cada
aluno superou suas próprias potencialidades, participando e criando suas histórias
em quadrinhos com atenção e criatividade, e comprovando assim que o uso das
mídias pode ser positiva no ambiente escolar, conforme afirma Felippin (2004):
O uso da informática na educação tem como objetivo promover a
aprendizagem do aluno, ajudando na construção do processo de
conceituação e no desenvolvimento de habilidades importantes para que ele
participe da sociedade do conhecimento. Esse uso é efetivo através de
softwares educacionais capazes de tornar a prática do educador e do
educando algo prazeroso (apud MORELLATO, 2006, p.3).
O software educacional ToonDoo apresenta esta capacidade de promoção da
aprendizagem do aluno, conforme destaca o autor, podendo tornar a prática do
aluno e do professor uma situação prazerosa de aprendizagem, leitura e escrita, por
meio do trabalho com histórias em quadrinhos. Ao associar as HQs digitais à pratica
docente, como ferramenta auxiliar e instrumento de ensino, pôde-se aliar a
metodologia de ensino com tecnologias em benefício de alunos com TDAH.
5.0 CONCLUSÃO
Durante a ação didática proposta nesta pesquisa, observou-se a importância
de trabalhar com recursos diferenciados, principalmente com alunos que apresentam
dificuldades de atenção, a fim de promover seu processo de ensino aprendizagem.
Estes, por sua vez, demonstraram gostar de realizar produções com o gênero
discursivo história em quadrinhos utilizando a ferramenta virtual TonnDoo.
Portanto, o presente trabalho comprova, por meio da análise de resultados
obtidos após a aplicação das atividades propostas ao público alvo - as produções de
texto no formato de história em quadrinhos, com o uso do software virtual educativo
ToonDoo – que estas podem facilitar o processo de aprendizagem, assim como
possibilitar a criação de situações de aprendizagem que auxiliem na construção do
conhecimento, da leitura e da escrita.
Perante o exposto, é irrefutável a necessidade de promover mudanças na
prática escolar, mediadas pelos recursos tecnológicos, os quais pode propiciar um
ambiente de aprendizagem favorável, principalmente aos alunos que apresentam
transtornos de aprendizagem como o TDAH. O uso de recursos midiáticos coloca de
lado as aulas tradicionais, revelando-se um recurso motivador, que desperta a
atenção, proporciona autonomia e torna o aprendizado relevante.
Dartora (2012, p. 13) ressalta que é novidade para alunos com TDAH a
inserção de recursos tecnológicos nas práticas pedagógicas, mas é certo que “a sala
de aula, os professores e a escola em geral está sendo provocada pelas
tecnologias”. (2012, p. 13). Assim, sob este ponto de vista, percebe-se que a escola
recebe uma demanda de sujeitos midiáticos da sociedade. Segundo Becker (apud
Dartora, 2012), a docência atual deve poder contar com professores que
contextualizam o que ensinam por força de sua atividade investigadora; que sejam
capazes de refletir sobre as múltiplas formas pelas quais os alunos assimilam os
conhecimentos que ensinam, então os professores devem, de alguma forma, se
manterem por dentro do assunto TDAH, e sempre atualizados com relação às
tecnologias.
Por fim, destaca-se que é propósito da Educação Inclusiva propiciar os mais
variados recursos para facilitar a aprendizagem de alunos portadores de transtornos
da aprendizagem, como o TDAH, e nesse aspecto o uso do gênero história em
quadrinhos, aliada aos recursos informatizados, pode favorecer o desenvolvimento
da leitura e da escrita.
Os resultados da presente pesquisa apontam a relevância da história em
quadrinhos, com ajuda da utilização de recursos tecnológicos, na produção textual
de alunos com dificuldades de aprendizagem. A produção de HQs e o uso do
software virtual ToonDoo podem ser ferramentas utilizadas para facilitar a escrita e
leitura de alunos com Déficit de Atenção.
O presente trabalho comprova que a utilização de recursos tecnológicos e
gêneros textuais diversificados podem aumentar a concentração, proporcionar uma
melhor compreensão dos conteúdos, despertar o interesse pela leitura, assim como
ampliar a motivação nas atividades realizadas em sala de aula, mesmo no caso de
alunos diagnosticados com TDAH.
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http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/inedu 01.htm. Acesso em: 07/08/2015.
APÊNDICE 1
FORMULÁRIO PARA LEVANTAMENTO
DOS ALUNOS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO
Escola: __________________________________________________________________
Data: _____/_____/______
Profissional que forneceu as informações: ____________________________________
Nome
Idade Série Medicamento Avaliação
apenas
Médica
Avaliação
Psicope-
dagógica
APÊNDICE 2
QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO
1) Qual a sua idade?
( ) de 10 a 12 anos. ( ) de 13 a 15 anos. ( ) outra idade. Qual: ________
2) Em que série estuda?
( ) 6º ano do Ensino Fundamental. ( ) 8º ano do Ensino Fundamental.
( ) 7º ano do Ensino Fundamental. ( ) 9º ano do Ensino Fundamental.
3) Qual o grau de instrução/escolarização de seus pais?
( ) Sem escolarização (é analfabeto). ( ) Fundamental incompleto.
( ) Fundamental completo. ( ) Médio Incompleto.
( ) Médio Completo. ( ) Superior incompleto.
( ) Superior completo.
4) Qual é o seu hábito de leitura favorito?
( ) Sites diversos ( ) Livros
( ) Gibis – História em quadrinhos ( ) Revistas ( ) Jornais impressos
5) Você gosta de ler Gibis ou História em quadrinhos?
( ) Sim Por quê? _____________ ( ) Não Por quê? _____________
6) Quais os recursos midiáticos que você tem acesso?
( ) Televisão ( ) Rádio
( ) Computador com acesso a internet ( ) Computador sem acesso a internet
( ) Celular com acesso a internet ( ) Celular sem acesso a internet
7) Caso você utilize alguns dos recursos acima, é para ter acesso a que tipo de
informações?
( ) Redes Sociais (Facebook, Twitter) ( ) Notícias
( ) Sites diversos ( ) Jogos
( ) Vídeos ( ) História em quadrinhos-gibis/charges
( ) Outros Quais? __________________
8) Você já utilizou algum software/aplicativo no computador para realização de
história em quadrinhos? ( ) Sim ( ) Não
9) Você gostaria de aprender a criar HQs no computador? ( ) Sim ( ) Não
APÊNDICE 3
TABELA 4 – PLANEJAMENTO DO TRABALHO
AULA 1: 15/12/2015 (1ª hora/aula)
Objetivos
- Conhecer o surgimento das HQs, observando a evolução dos desenhos.
- Ler variadas HQs e opinar sobre as histórias.
Atividades
- Vídeo sobre a origem e evolução das HQs, Debate sobre o material assistido.
- Leitura de HQs previamente selecionadas e debate.
Observação - Nível de atenção durante a exibição do vídeo (postura, atitudes, concentração).
- Interação e comentários sobre conteúdo e o tema “História em quadrinhos”.
- Discussão e perguntas ao professor após a apresentação dos recursos.
- Envolvimento na aula: atitudes como evitar, antipatizar ou relutar a se envolver
nas atividades e distração por estímulos alheios à tarefa.
AULA 2: 15/12/2015 (2ª hora/aula)
Objetivos
- Analisar o processo de criação de quadrinhos (desenho e história).
- Compreender o contexto de produção de HQs.
Atividades
- Leitura de parte do Livro: “Diário de um Banana”.
- Exibição de trecho do filme: “Diário de um Banana 1”, no qual o personagem cria
uma história em quadrinhos e ganha um concurso de desenhos/ Debate.
- Identificação de elementos do texto narrativo: enredo, personagens, tempo,
espaço/ Elementos das HQs: balões, quadro, onomatopeias, metáforas visuais.
Observação - Concentração nas leituras/ Nível de atenção durante a exibição do vídeo (postura,
atitudes, concentração)/ Interação, envolvimento na aula/ Conclusão das atividades.
AULA 3: 16/12/2015 (1ª hora/aula)
Objetivos
- Realizar atividades sequenciadas com leitura e interpretação de HQs.
- Ilustrar, na forma de desenhos livres, alguns elementos identificados na atividade
anterior, conforme preferência (cenários, personagens com expressões faciais, etc).
Atividades
- Identificação das cores de fundo que representam os períodos de: dias
ensolarados, noites e dias chuvosos/ Localização de quadrinhos que representam
ambientes internos, para análise das linhas que compõem os desenhos.
- Levantamento das formas utilizadas para representação dos sons (barulhos e
ruídos)/ Observação dos símbolos que denotam sentimentos: raiva, alegria, dor,
medo/ Identificação das expressões faciais e corporais para representar
sentimentos e movimentos./ Registro dos conhecimentos sobre os quais se refletiu
no decorrer desta proposta inicial.
Observação - Concentração nas leituras/ Interação e envolvimento na aula/ Conclusão das
atividades escritas/ Formas, cores e organização dos desenhos.
AULA 4: 16/12/2015 (2ª hora/aula)
Objetivos - Ler textos narrativos para serem transcritos em forma de quadrinhos.
Atividades - Texto: “Cheirinho Bom” - Levantamento das primeiras impressões a partir do título
(oral e escrito)/ Leitura do professor e aluno/ Retomada sobre a primeira impressão
do texto/ Verificação se o título está correspondendo ao texto/ Justificativas escritas
das respostas/ Atividades de interpretação oral/ Exploração dos diferentes
significados de palavras retiradas do texto/ Leitura de frases nas quais foram
utilizadas onomatopeias e interjeições. - Imaginar as situações em que as
onomatopeias e interjeições foram produzidas para escrever tais situações.
- Desenhar um balão para cada uma, com letras de diferentes formas e tamanhos.
Observação - Organização sequencial das atividades/ Conclusão da parte escrita.
- Formas, cores e sequência dos desenhos.
AULA 5: 17/12/2015 (3ª hora/aula)
Objetivo - Analisar uma capa de gibi, a fim de compreender todas as informações veiculadas
através da ilustração.
Atividades - Questionamentos orais: Em que parte do dia se passa a cena? Que personagens
participam da cena? Onde ocorre? Como está o clima? Que sentimentos e
emoções são demonstrados pelos personagens?
- Levantamento dos códigos gráficos utilizados para representar cada informação
veiculada: cores, traços, linhas, expressões faciais e corporais, entre outras.
- Elaboração de um texto em grupo, a partir da seleção de uma história em
quadrinhos específica, transpondo para as palavras o que o quadrinho representa.
Observação - Participação nos questionamentos/ Observação dos detalhes da capa do gibi e
descrição minuciosa/ Organização das ideias/ Sequência textual.
- Interação na atividade em grupo.
AULA 6: 17/12/2015 (4ª hora/aula)
Objetivos - Assistir ao Tutorial em Slides sobre a ferramenta Toondoo.
- Produzir online histórias em quadrinhos.
- Criar e-mail e fazer o cadastro de aluno no site Toondoo.
- Explorar as Barras de Menus: quantidade de quadros, personagens, cenários,
objetos, balões de texto etc.
Atividades - Acesso aos sites www.gmail.com, www.toondoo.com e efetivação do cadastro.
- Navegação no site ToonDoo: ferramentas de edição, possibilidades de trabalho.
- Esclarecimento de dúvidas e questionamentos sobre a ferramenta virtual.
- Início do trabalho de criação de histórias em quadrinhos.
Observação - Nível de atenção durante a exibição dos slides (postura, atitudes, concentração).
- Interação virtual.
- Organização sequencial.
- Concentração no manuseio do computador.
- Exposição de dúvidas.
- Participação.
AULA 7: 18/12/2015 (3ª hora/aula)
Objetivo - Produzir online histórias em quadrinhos (continuação)
Atividades - Continuação do trabalho de criação de histórias em quadrinhos.
- Definição dos critérios para o desenvolvimento do trabalho, de acordo com as
temáticas definidas, criatividade e intenções, sendo: Tema da HQ; Motivo da
escolha dos personagens e cenários; Contexto e significado da história criada.
- Registro escrito dos critérios acima.
Observação - Interação virtual/ Concentração no manuseio do computador.
- Organização das ideias/ Sequência textual/ Participação.
AULA 8: 18/12/2015 (4ª hora/aula)
Objetivos - Divulgar online o material produzido. Apresentar as histórias em quadrinhos para a
Equipe Pedagógica e as professoras de Português das turmas. ENCERRAMENTO.
Atividade - Publicação das HQs online (redes sociais): divulgação dos trabalhos dos alunos.
- Apresentação das histórias em quadrinhos.
Observação - Exposição oral; Interação com o grupo. Conclusão das atividades.
TABELA 4 – PLANEJAMENTO DO TRABALHO
Fonte: a autora (2015)

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ARTIGO - TOONDOO E TDAH

  • 1. O USO DO “TOONDOO” COMO FERRAMENTA DE ENSINO PARA ALUNOS COM DÉFICT DE ATENÇÃO POTERIKO DA SILVA, Geane Aparecida 1 AYRES DA SILVA, Jayme2 RESUMO Este artigo apresenta a proposta de utilização do software educativo ToonDoo como uma ferramenta que pode ser usada para facilitar a escrita e a leitura de alunos com Déficit de Atenção. A partir da aplicação de atividades propostas e por meio da produção de histórias em quadrinhos, o presente trabalho busca apresentar uma análise de resultados que pretendem mostrar como a utilização de novas metodologias pode aumentar a concentração, proporcionar uma melhor compreensão dos conteúdos, assim como motivar o interesse nas atividades realizadas em sala de aula. O presente artigo é de natureza qualitativa e quantitativa com enfoque na pesquisa de campo com a modalidade estudo de caso clínico, em uma perspectiva exploratória e diagnóstica, realizada com alunos portadores de Déficit de Atenção de turmas do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Arthur de Azevedo, no município de São João do Ivaí, Paraná, com fundamentação em Bonadio e Mori (2013), Dartora (2012), Júnior (2015) e Silva (2003). Os resultados da presente pesquisa apontam a relevância da história em quadrinhos (HQ), com ajuda da utilização de recursos tecnológicos, na produção textual de alunos com dificuldades de aprendizagem. Palavras-chave: História em Quadrinhos, Softwares Educativos, Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH), Aprendizagem, Leitura e escrita. ABSTRACT This article presents the proposed use of educational software ToonDoo as a tool that can be used to facilitate the reading and writing of students with Attention Deficit/Hyperactivity Disorder. From the application of the proposed activities and through the production of comics, this paper aims to present an analysis of results that purport to show how the use of new methodologies can increase concentration, provide a better understanding of the contents, as well as motivate interest in activities in the classroom. This article is a qualitative and quantitative nature with focus on field research with the clinical case study mode, in an exploratory and diagnostic perspective, carried out with students with Attention Deficit/Hyperactivity Disorder of elementary school classes of Arthur de Azevedo State School, in São João do Ivaí, Paraná, based on Bonadio and Mori (2013), Dartora (2012), Junior (2015) and Silva (2003). The results of this research point that the importance of comics, with the help of the use of technological resources, to textual production of students with learning difficulties. 1 Graduada em Letras Português/Inglês pela FAFIJAN (Faculdade de Jandaia do Sul), pós-graduada em Leitura, Produção Textual e Literatura pela FAFIJAN, e Mídias Integradas na Educação pela UFPR. Atua como professora na Rede Estadual do Paraná. Estudante da Especialização Lato Sensu em Neuropsicopedagogia Clínica de RHEMA Educação - Instituto de Ensino. Contato: geane.gaps@gmail.com 2 Docente de graduação e pós-graduação da UCP/Faculdades Centro do (campus de Pitanga e Ivaiporã), docente da Faculdade Estadual do Paraná - FAFI em Cursos de pós-graduação, docente de Metodologia Científica do Instituto RHEMA Educacional de Arapongas – Estado do Paraná.
  • 2. Key-words: Comics Books, Educational Softwares, Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD), Learning, Reading and Writing. 1.0 INTRODUÇÃO Ensinar é uma tarefa que, por si só, impõe desafios diários e variados ao educador. Do mesmo modo, ensinar uma criança com qualquer dificuldade ou transtorno de aprendizagem pode ser considerado ainda mais desafiador, pois as adversidades frequentemente afetam o processo de aprendizado. Neste contexto, considerando que o professor tem um papel fundamental no processo de aprendizagem de seus alunos, torna-se extremamente importante que este profissional busque alternativas motivadoras e novas ferramentas que possam ampliar as possibilidades de aprendizagem dos alunos, com ou sem qualquer dificuldade. As queixas de pais e professores sobre alunos que não conseguem manter a atenção nas atividades que realizam vêm aumentando de forma considerável. Segundo a ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção, o TDAH atinge de 3 a 5% das crianças em idade escolar e é responsável pelo maior número de repetências nas escolas (ABDA, 2015). Com base nesta realidade, tem-se ampliada a procura por inovações para que a construção do conhecimento se torne mais atraente para o aluno, assim como mais produtiva para o professor. Trabalhar com crianças que possuem instabilidade de atenção e dificuldades na aprendizagem é, de certa forma, devido ao contexto e à necessidade da ampliação da motivação, um incentivo a mais para que professores passem a utilizar os recursos digitais e tecnológicos como ferramentas de auxílio ao trabalho na escola. De acordo com Bonadio e Mori (2013), com relação aos alunos diagnosticados com TDAH, é necessário promover um ambiente diferenciado em sala de aula: ... a maneira como o professor desenvolve a atividade é fundamental para manter a estabilidade da concentração de seus alunos. As atividades podem revelar-se em ações práticas capazes de favorecer os objetos de atenção, ou seja, a manipulação de objetos e sua utilização ampliam as impressões sobre estes e ajudam a manter o interesse e a atenção. Ao conhecer esta especificidade da atenção (estabilidade), o professor pode ampliar suas aulas, acrescentando a elas a manipulação de objetos como apoio às explicações e que provoquem interesse na criança, condição primordial para prender a atenção. A atividade mental também se faz importante e, em decorrência disso, o professor pode planejar novas tarefas
  • 3. e atividades diferenciadas, o que tornará mais fácil manter o aluno concentrado. (BONADIO e MORI, 2013, p. 152). As autoras esclarecem a necessidade da utilização de “ações práticas”, tarefas novas e diferenciadas que possibilitem aumentar o interesse e auxiliar o aluno a manter-se concentrado na atividade desenvolvida, o que é um desafio para as crianças e adolescentes que possuem Déficit de Atenção. São inúmeros os discursos sobre a importância de se utilizar recursos audiovisuais e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) em sala de aula, uma vez que os alunos estão em constante contato com o computador, a internet, o video game e os jogos em redes, dentre outros. Nossos estudantes estão habituados ao contexto em que a tecnologia computadorizada é predominante, por isso trazer esta realidade para o ambiente escolar pode ser uma opção viável para despertar o interesse pelos conteúdos trabalhados, por meio do uso de ferramentas tecnológicas na condição de suportes pedagógicos. Assim sendo, este artigo apresenta a proposta de utilização do software educativo ToonDoo como uma ferramenta que pode ser utilizada para facilitar a escrita e leitura de alunos com Déficit de Atenção. A partir da aplicação de atividades propostas e por meio da produção de histórias em quadrinhos, o presente trabalho busca apresentar uma análise de resultados que pretendem mostrar como a utilização de novas metodologias pode aumentar a concentração, proporcionar uma melhor compreensão dos conteúdos, assim como motivar o interesse nas atividades realizadas em sala de aula, mesmo no caso de alunos diagnosticados com TDAH. 2.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente artigo é de natureza qualitativa e quantitativa com enfoque na pesquisa de campo com a modalidade estudo de caso clínico, em uma perspectiva exploratória e diagnóstica, realizada com alunos portadores de Déficit de Atenção (TDAH com predomínio de desatenção) de turmas do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Arthur de Azevedo, no município de São João do Ivaí, Paraná. A metodologia “é composta por passos específicos de diferentes métodos”. (GUÉRIOS E ZIMER, 2012, p. 20). Assim, neste artigo, a metodologia empregada será a pesquisa qualitativa e quantitativa, de natureza exploratória ou diagnóstica, por meio da utilização de questionários e entrevistas semiestruturadas, a serem
  • 4. colhidos entre os alunos de 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental que possuem laudo médico de TDAH, a fim de reconhecer a abordagem e a aprendizagem significativa pela utilização de recursos midiáticos. Com relação à metodologia a ser trabalhada, Gil (2002) relata a respeito desta concepção de pesquisa: Ela tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. (GIL, 2002, p. 4) Dentro dessa concepção, ainda segundo o autor, os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas. Já a pesquisa de campo, segundo Ayres da Silva (2015, p. 26) é a “observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, a partir da coleta de dados, análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente”. A modalidade estudo de caso clínico foi a definida para esta pesquisa. De acordo com Yin (2001), o estudo de caso é apenas uma das muitas maneiras de se fazer pesquisa em ciências sociais, sendo que, em geral, os estudos de caso “representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo "como" e "por que", quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real”. (Yin, 2001, p. 19). Desse modo: O estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real - tais como ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de alguns setores. (YIN, 2001, p. 21). Trata-se, portanto, de “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”. (Yin, 2001, p. 32). Com base nos procedimentos metodológicos acima mencionados, na primeira etapa da pesquisa, foi realizado um levantamento dos alunos com
  • 5. problemas de atenção (especificamente que possuem laudo médico de TDAH) e que estudam nas turmas de Ensino Fundamental (6º, 7º, 8º e 9º anos) do Colégio Estadual Arthur de Azevedo. Este levantamento foi feito com auxílio da Equipe Pedagógica, por meio de consultas nas Fichas Individuais e registros destes alunos. As informações obtidas foram registradas no “Formulário para levantamento dos alunos com Déficit de Atenção”, para análise quantitativa do percentual de estudantes com TDAH no ambiente escolar em questão. Na segunda etapa, a proposta foi utilizar instrumentos de coleta de dados de questionário diagnóstico (devidamente convalidado por dois profissionais especialistas), contendo questões relevantes sobre o perfil dos alunos com Déficit de Atenção do referido colégio, suas preferências de leitura e a relação com os recursos tecnológicos, buscando-se reconhecer a influência ou o impacto que as histórias em quadrinhos podem proporcionar no âmbito escolar para o público alvo. Os especialistas que fizeram a convalidação do questionário diagnóstico foram: Jecione dos Santos Moretti, pedagoga, psicopedagoga e especialista em Neuropedagogia Clínica, e Vanessa Maria Poteriko da Silva, professora, tutora de educação a distância e pesquisadora das Mídias na Educação, especialista em Língua Portuguesa – Leitura e Produção Textual e Mídias Integradas na Educação. A terceira etapa da pesquisa consiste no estudo de caso clínico, para o qual foram selecionados dois dos alunos com instabilidade de atenção para o trabalho pedagógico, com foco na realização de produção textual usando o site do aplicativo online ToonDoo. O objetivo engloba a utilização de metodologia de ensino com tecnologias em benefício da aprendizagem destes alunos com Déficit de Atenção. Portanto, este trabalho visa apresentar uma análise de resultados obtidos após a aplicação das atividades propostas ao público alvo, considerando que as produções de texto no formato de história em quadrinhos - por meio do uso do software virtual educativo ToonDoo - podem facilitar o processo de aprendizagem, assim como possibilitar a criação de situações de aprendizagem que auxiliem na construção do conhecimento, da leitura e da escrita. Para a realização da pesquisa, foram feitas as seguintes análises: interpretação dos dados coletados a partir dos questionários diagnósticos sobre o uso de recursos midiáticos e interpretação da observação da pesquisadora em relação à desenvoltura dos alunos no momento de interação com a ferramenta ToonDoo, durante a realização das atividades propostas.
  • 6. 2.1 Universo de Pesquisa e Amostra O universo da pesquisa é o Colégio Estadual Arthur de Azevedo (CEAA), localizado no município de São João do Ivaí. O espaço físico do Colégio é dividido em 3 pavilhões de salas de aulas, um pavilhão de administração e um pavilhão de salas de suporte técnico, há 14 salas de aula com 49m2 . No momento, o Laboratório de Informática encontra-se em manutenção, a maioria dos equipamentos não está em funcionamento, muitos computadores apresentam problemas técnicos e sem condições de serem utilizados. A comunidade escolar é constituída por 1020 alunos, atendidos nos três turnos de funcionamento (manhã, tarde e noite). Como amostra da pesquisa foram escolhidos alunos diagnosticados com TDAH das turmas de 6º a 9º ano do Ensino Fundamental, em um total de 27 alunos, com faixa etária entre 11 e 18 anos. Segundo a Equipe Pedagógica do colégio, a maioria dos alunos possui computador, celular ou tablet em casa, com acesso à internet, assim há um interesse particular destes em atividades que envolvem tais mídias e recursos tecnológicos. 2.2 Etapas do Processo de Pesquisa O trabalho será organizado de acordo com a tabela abaixo. ETAPAS ATIVIDADES ETAPA 1 Leitura e levantamento bibliográfico. ETAPA 2 Visita ao colégio e autorização para a realização da pesquisa. Definição do público alvo (levantamento dos alunos com TDAH). ETAPA 3 Convalidação do Questionário Diagnóstico por especialistas. Elaboração do material de apoio e atividades propostas. ETAPA 4 Aplicação dos Questionários (entrevistas). Análise de dados. ETAPA 5 Planejamento das aulas. ETAPA 6 Aplicação das aulas planejadas. Desenvolvimento dos trabalhos com os alunos. ETAPA 7 Análise e discussão dos resultados obtidos. ETAPA 8 Conclusão do artigo. TABELA 1 – ETAPAS DE TRABALHO Fonte: a autora (2015) 3.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na educação O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) vem sendo apontado como um dos maiores problemas que afetam a sala de aula. A preocupação se evidencia tendo em vista que, muitas vezes, os educadores não
  • 7. estão preparados para lidar com os alunos diagnosticados e agem de forma equivocada, ou mesmo não utilizam estratégias pedagógicas diferenciadas para trabalhar com alunos portadores deste transtorno. Além disso, geralmente a proposta educacional da escola prevê um único tipo de enquadramento dos alunos no processo pedagógico. Em virtude de não se adequarem ao padrão pedagógico convencional, é comum alunos com TDAH reagirem negativamente ao que é proposto, passando a ser vistos como possuidores de comportamentos desajustados (REIS; CAMARGO, 2006). A pessoa com TDAH demonstra um nível inadequado de atenção em relação ao esperado para sua idade, o que leva a distúrbios motores, perceptivos cognitivos e comportamentais, e no âmbito escolar este quadro pode se tornar mais agravante. Bonadio (2013) esclarece que a maioria dos estudos referentes aos problemas de atenção está direcionada ao diagnóstico e à identificação de um problema orgânico que deve ser tratado com o uso de medicação. Para a autora, “a ênfase da questão volta-se para o sujeito que não aprende em razão de um transtorno, o que prejudica seu desempenho escolar, comprometendo significativamente o processo ensino e aprendizagem.” (BONADIO, 2013, p. 14) Conforme afirma Argollo (2003), o TDAH caracteriza-se como uma perturbação neurobiológica inata transmitida em grande parte geneticamente que afeta de forma variada e persistente a vida dos que a apresentam. De acordo com Barkley (2002), é um transtorno no desenvolvimento do autocontrole, marcado por déficits referentes aos períodos de atenção, ao manejo de impulsos e ao nível de atividade. De acordo com Júnior (2015), o TDAH é o transtorno mental caracterizado por sintomas de desatenção/desorganização, hiperatividade e impulsividade. É considerado um transtorno neurocomportamental, através do qual o indivíduo passa a apresentar problemas de comportamento a partir de uma disfunção cerebral e aparece de três maneiras: TDAH com predomínio de desatenção (20 a 30% dos casos); TDAH com predomínio de hiperatividade/ impulsividade (até 15% dos casos) e TDAH com sintomas combinados (50 a 75% dos casos) (JÚNIOR, 2015, p. 23). O TDAH manifesta-se de inúmeras formas, assim trata-se de um transtorno heterogêneo, e os sintomas se combinam em variados graus de intensidade (característica dimensional). Em virtude das múltiplas causas e fatores de risco, não há um consenso científico sobre as suas reais causas, dessa forma a maioria dos
  • 8. estudiosos concorda com a origem multifatorial do TDAH, com seus componentes genéticos e ambientais, ainda segundo Júnior (2015). Silva (2003) afirma que: ...as dificuldades maiores começam a surgir no âmbito escolar quando a criança é solicitada a cumprir metas e seguir rotinas, executar tarefas e ser compensada ou punida de acordo com a eficiência com que são cumpridas. Os pais e/ou cuidadores e familiares já não estão presentes e não podem cumprir tarefas ou facilitar as coisas para a criança (SILVA, 2003, p.62). Crianças e adolescentes com TDAH apresentam características emocionais (como imaturidade psicológica, dificuldade de controle das emoções); cognitivas (pouca habilidade para resolver problemas, pouca auto avaliação e automonitoramento) e também características comportamentais (interações sociais "fora de sincronia", em momentos inadequados). Além disso, possuem desempenho acadêmico inferior, maior índice de suspensões e evasão escolar, maior índice de rejeição dos colegas, taxas mais altas de depressão e dependências de drogas e, ainda, maiores riscos de envolvimento em acidentes. (JÚNIOR, 2015, p. 25). Para Benczik (2010), em 1994 a Associação Americana de Pesquisa publicou o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), em que o TDAH vem denominado DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), com classificação dividida em três segmentos: 1) Déficit de Atenção: DA (predominantemente desatento); 2) Déficit de Atenção: DA/HI (predominantemente hiperativo/impulsivo); e 3) Déficit de Atenção: DA/C (misto). Considerando que no presente trabalho o público alvo será alunos TDAH predominantemente desatentos, abaixo constam os sintomas daqueles que se enquadram no primeiro grupo, com sintomas de desatenção sem hiperatividade e impulsividade, apresentando com frequência as atitudes: a) Deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras; b) Tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; c) Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra; d) Não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções); e) Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades; f) Evita, antipatiza ou reluta a se envolver em tarefas que exijam esforço mental constante; g) Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades; h) É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa; i) Apresenta esquecimento em atividades diárias (BENCZIK, 2010, p. 58).
  • 9. O processo diagnóstico, segundo Júnior (2015) pode ser feito por médicos (pediatra ou neuropediatra), preferencialmente com o auxílio de uma equipe multidisciplinar, composta por neuropsicólogo, psicólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional e/ou fonoaudiólogo. O diagnóstico é clínico, ou seja, o médico avalia cuidadosamente a história e o comportamento observável. O tratamento deve ser multimodal, incluindo orientação de pais e professores, reforço escolar, psicoterapias e acompanhamento médico. (JÚNIOR, 2015, p. 39). Deve-se ressaltar que o papel da escola na promoção de saúde e na prevenção é fundamental: o professor é parte atuante nesse processo e se encontra em posição destacada por motivos como a sua experiência e observação mais crítica do comportamento de seus alunos. Assim, um professor bem informado e sensível pode atuar na prevenção de transtornos, identificando sinais que indiquem encaminhamento para avaliação médica e contribuindo para uma intervenção precoce, que leva a resultados mais positivos. 3.2 O uso de Mídias na Educação Um dos grandes desafios do educador é transformar a sua aula em um ambiente interessante para o aluno. É verídico que o aluno se interessa por aulas diferenciadas e uma maneira de conseguir um clima de aprendizagem é tornar a aula o mais fascinante possível. A informática oferece indiscutivelmente esta opção de diferenciação, uma vez que é capaz de prender a atenção dos alunos e motivá- los para a busca do conhecimento, tanto mediados pelo professor como por iniciativa própria; caso isto não aconteça, o ensino se transforma em mera transmissão de informações. As atividades envolvendo a informática auxiliam no processo de ensino/aprendizagem e ampliam o trabalho do professor, possibilitando ao aluno o acesso às condições essenciais para formação e exercício da cidadania. (POTERIKO DA SILVA et all, 2010, p. 4). Veiga (2001) afirma que o computador passou a ser um instrumento que desenvolve as habilidades intelectuais e cognitivas, possibilitando que o indivíduo desenvolva-se quanto sua criatividade. Assim, “o produto final desse processo é a formação de indivíduos autônomos, que aprendem por si mesmo, porque aprenderam a aprender, através da busca, da investigação, da descoberta e da invenção”. (VEIGA, 2001, p. 2).
  • 10. Desse modo, é possível verificar que a interação do aluno com o ambiente de aprendizagem, como o software virtual educativo ToonDoo, sugerido neste trabalho, pode possibilitar o aprendizado contextualizado do aluno. As mídias, juntamente com a abordagem do professor, caracterizam-se como recurso didático de extrema relevância para o desenvolvimento do educando no processo de ensino aprendizagem. Portanto, utilizar recursos diferenciados é proporcionar uma maior motivação e inclusão dos alunos em recursos digitais. Com o uso do computador e através do site de criação de história em quadrinhos ToonDoo, pretende-se propiciar aos alunos momentos para a expressão de ideias na produção textual, despertado a atenção e criatividade a fim de superar dificuldades de atenção. 3.3 Interferência das TICs no processo de ensino-aprendizagem de alunos com TDAH O ambiente escolar é fonte de múltiplos desafios para crianças e adolescentes. É na escola que eles passam grande parte do dia, estabelecem relações sociais e, ao mesmo tempo, são submetidos a situações de aprendizagem formal e a todas as experiências inerentes a esse processo. Para aqueles que apresentam o quadro de transtorno de Déficit de Atenção, em suas diversas expressões clínicas, a vida escolar pode ser ainda mais difícil. Atualmente, diversas fontes de pesquisa comprovam os benefícios do tratamento medicamentoso adequado para portadores de TDAH. Porém, mesmo com o auxílio dos medicamentos, a resposta dessas crianças e adolescentes não costuma ser plenamente satisfatória sem o trabalho de orientação que modifica o ambiente familiar e escolar. (JÚNIOR, 2015, p. 41) O papel do professor é sempre buscar inovações pertinentes e que desafiem os alunos a irem além de suas dificuldades. Desse modo, é necessário que professores busquem adaptar seus planejamentos, incluindo atividades lúdicas e prazerosas. Os recursos tecnológicos vêm se destacando como ferramentas de auxílio aos professores, despertando cada vez mais a atenção de todas as crianças. Apesar de serem ainda recursos muito discutidos e desafiadores, fazem com que os alunos tornem-se pesquisadores e construtores de conhecimento. Sobre este aspecto, Dartora mostra que:
  • 11. Trabalhar com as TICs já é uma inovação. Agora, possibilitar que alunos com TDAH se desenvolvam através delas, faz com que o desafio e o resultado sejam ainda maiores. A educação não pode mais concentrar sua base em ensinos tradicionais, e sim deve ir muito além das paredes escolares. Rever a prática docente, o papel do professor, e ressignificar os conteúdos a fim de obter resultados positivos, principalmente com alunos com dificuldades de aprendizagem são dados a serem questionados. (DARTORA, 2012, p. 4) Através desse conceito, segundo a autora, pensa-se sobre a segurança que devemos passar ao aluno com TDAH para que ele também construa sua aprendizagem e sua autonomia. Não seria realmente através das TICs que se encontrarão recursos realmente significativos para embasar a prática pedagógica? Fica a inquietação sobre esta possível revisão de prática e conceitos construídos e internalizados pelos docentes. Necessita-se desta desacomodação e desequilíbrio causado pelas TICs para que mudanças aconteçam no processo de ensino e aprendizagem de alunos com TDAH. (DARTORA, 2012, p. 5). Considerando tais aspectos, a produção online de Histórias em quadrinhos a partir da ferramenta virtual ToonDoo é uma opção apresentada para dinamizar o trabalho e auxiliar a superação das dificuldades de concentração dos alunos participantes da pesquisa. 3.4 Histórias em Quadrinhos na sala de aula: Despertando a atenção de alunos com TDAH De acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Básica do Paraná (2008), os conteúdos devem ser trabalhados interdisciplinarmente, não deixando de lado sua credibilidade, porém devem ser significativos aos alunos, a fim de que desenvolvam um pensamento crítico para fazê-los atuar na sociedade através da produção científica, da reflexão e da criação artística. É nesse contexto que as Diretrizes Curriculares destacam a utilização do gênero textual História em Quadrinhos para trabalhar a leitura, a oralidade e a escrita. Desse modo, o professor deve desenvolver diferentes metodologias que possam atingir seus alunos, conforme orientações das DCEs (2008, p.55): "imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos”. Lovetro (1995, p. 94), destaca algumas características positivas em relação às histórias em quadrinhos: “as HQs unem a literatura ou a escrita à questão visual”,
  • 12. enquanto a TV e o cinema trazem conteúdos prontos, a história em quadrinhos possibilita ao leitor usar a imaginação para o que pode ocorrer entre um quadrinho e outro ao fazer a ligação entre eles. Neste caso, é possível para o leitor imaginar vozes para os personagens, atribuir maior dramaticidade à leitura. Ou seja, o interesse do aluno pela HQ pode ser maior em relação a outros gêneros textuais. Bonadio e Mori (2013, p. 134) explicam que este interesse mantém relação com a fixação da atenção. Segundo as autoras, “um conteúdo pode não ser diretamente interessante para o aluno, mas o que está incutido nele pode ser fator provocador de interesse, capaz de fixar sua atenção”. No caso das HQs, seus elementos são aspectos de destaque para alunos com déficit de atenção, que fazem a diferença na obtenção de êxito para a realização de atividades de leitura e escrita. 3.5 O ToonDoo como recurso para a produção de Histórias em Quadrinhos O ToonDoo é “um editor de Histórias em Quadrinhos online”, de acordo com Santos (2008). Trata-se de uma ferramenta que oferece muitos recursos para a criação de História em Quadrinhos, tiras ou cartoons personalizados. Conforme Santos (2008): Esta ferramenta conta com numerosos elementos que já estão prontos para serem aplicados na criação das histórias em quadrinhos. O aluno pode selecionar personagens, fundos, balões, cenário, e também usar ferramentas para redimensionar, inverter, rodar e mudar a posição dos objetos na cena. É possível criar personagens totalmente personalizados (...) Assim, o aluno pode definir cada detalhe das cenas que vai criar, potencializando ainda mais sua criatividade. (SANTOS, 2008, online). A autora ressalta também que “entender e aprender a usar o ToonDoo é fácil e o professor pode deixar que os alunos descubram sozinhos” (SANTOS, 2008, online). Para a utilização, é necessário fazer um cadastro e criar um login e uma senha para o aluno. As histórias criadas poderão ser gravadas no próprio site ToonDoo ou enviadas para blogs, redes sociais ou outros sites. 4.0 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A presente pesquisa foi fundamentada na análise da interpretação dos dados coletados na escola e pela observação da pesquisadora durante a realização das atividades propostas pelos alunos e sua interação com a ferramenta ToonDoo. A primeira etapa da pesquisa consistiu no levantamento da quantidade de alunos com Déficit de Atenção. Juntamente com a Equipe Pedagógica da escola, no
  • 13. dia 13/11/2015, foram realizadas consultas nas Fichas Individuais e registros dos alunos que estudam nas turmas de Ensino Fundamental (6º, 7º, 8º e 9º anos) do Colégio Estadual Arthur de Azevedo, com o objetivo de verificar quantos destes possuem laudo médico de TDAH e fazem uso de medicação. As informações obtidas foram registradas no “Formulário para levantamento dos alunos com Déficit de Atenção” (Apêndice 1), para análise quantitativa do percentual de estudantes com TDAH no ambiente escolar em questão. Segundo o levantamento, nas turmas de 6º a 9º anos há 27 alunos com laudo de TDAH que fazem uso do medicamento Ritalina. Destes, apenas 5 são meninas, sendo a maioria meninos, no total 22 alunos. Uma informação preocupante é que nem todos apresentam Avaliação Psicopedagógica e o devido acompanhamento: 16 alunos, o que corresponde ao percentual de 67%, possui apenas um atestado médico com laudo de TDAH mas em seus registros não constam a avaliação do psicopedagogo e os relatórios de acompanhamento e intervenção pedagógica. Tais dados são alarmantes uma vez que o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade não pode ser limitado apenas às consultas médicas e ao uso de remédios. Segundo Júnior (2015), o tratamento deve ser “multimodal”, incluindo psicoterapias, orientação de pais e professores, reforço escolar, além do acompanhamento médico. Portanto, o acompanhamento psicopedagógico é fundamental. Em continuidade à pesquisa, na segunda etapa foram utilizados instrumentos de coleta de dados de questionário diagnóstico sobre o perfil dos alunos com Déficit de Atenção do referido colégio, suas preferências de leitura e a relação com os recursos tecnológicos. Buscou-se reconhecer a influência ou o impacto que as histórias em quadrinhos podem proporcionar no âmbito escolar para o público alvo. Assim, foram entrevistados um total de 24 alunos nos dias 10/12/2015 e 11/12/2015, sendo que o questionário foi aplicado nos períodos manhã e tarde, com acompanhamento de uma pedagoga. As nove questões referentes ao diagnóstico do perfil do público alvo foram compostas por múltipla escolha e uma delas dissertativa (Vide Apêndice 2). A tabela 2 aponta a idade dos alunos com TDAH que participaram da pesquisa:
  • 14. OPÇÕES TOTAL DE ALUNOS PORCEN- TAGEM a) de 10 a 12 anos 11 45% b) de 13 a 15 anos 12 50% c) outra idade. 1 5% TABELA 2 – IDADE DOS ENTREVISTADOS Fonte: Coleta de dados questionário diagnóstico (2015) Com relação à série em que estuda, 42% dos entrevistados afirmou estar cursando o 6º ano do Ensino Fundamental, 33% declarou frequentar o 7º ano, 17% estuda no 8º ano e apenas 8% dos entrevistados está frequentando o 9º ano do Ensino Fundamental. Portanto, a pesquisa revela que a maioria dos alunos que possui Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade do Colégio Estadual Arthur de Azevedo está nas séries iniciais do Ensino Fundamental, o que indica necessidade de um trabalho direcionado e específico para os alunos que ingressam inicialmente na escola. Essa coleta revela ainda que há uma diversidade no grau de instrução dos pais, predominante o ensino fundamental incompleto, 34%, sendo que somente 9% dos pais possui graduação. Percebe-se, a partir da coleta desses dados empíricos, que o grau de escolaridade dos pais é um dado relevante para o desempenho educacional dos alunos. Os percentuais indicados na pesquisa indicam que nenhum dos entrevistados possui pais analfabetos, enquanto 12% dos pais estudou até o Ensino Fundamental completo, o mesmo percentual, 12%, não completou o Ensino Médio, 21% dos pais possui Ensino Médio completo, e a maioria destes, 34%, apresenta o Ensino Fundamental incompleto. Poucos também são graduados: 9% dos entrevistados declarou que os pais possuem Ensino Superior completo. 12% dos alunos participantes da pesquisa não souberam informar a escolaridade dos pais. Tendo como base a vivência da pesquisadora, concorda-se com a afirmação de Goulart (2010) demonstrada em sua pesquisa “Projeto Atenção Brasil”, que trata do baixo desempenho escolar. A referida pesquisa constatou que os alunos em que os pais possuem um baixo grau de escolaridade, analfabetos ou que não terminaram o ensino fundamental possuem uma chance até 480% maior de apresentar baixo desempenho escolar quando comparados a filhos de pais com curso superior completo. Portanto, é possível perceber que o grau de escolaridade dos pais pode vir a demonstrar o desempenho por parte dos alunos pesquisados.
  • 15. No que diz respeito ao hábito de leitura, foram levantados os seguintes dados: 20% dos alunos prefere realizar a leitura em sites diversos, 33% em livros, 33% tem preferência por gibis e histórias em quadrinhos, e apenas 7% declarou como hábito de leitura revistas e também 7% os jornais impressos. Portanto, os hábitos de leitura predominantes no grupo de pesquisa são a leitura de história em quadrinhos e livros, com os quais os alunos apresentam acesso facilitado. Ao mesmo tempo, destaca-se também a leitura online. Nevado (2006) afirma que o papel do professor é intermediar o processo cognitivo do aluno e dessa forma propiciar a ele recursos que promovam a interação. A leitura, por sua vez, proporciona a interação e o dialogismo com os diversos gêneros do discurso. Assim, a partir dessa coleta de dados, percebe-se que os alunos diagnosticados com TDAH têm interesse em leituras que lhe proporcionem interação. A pesquisa questionou também se os alunos gostam de ler gibis ou histórias em quadrinhos, a fim de averiguar a receptividade da proposta de trabalho a ser desenvolvida na próxima etapa com o software ToonDoo. Constatou-se que uma quantidade considerável dos alunos gosta de realizar a leitura de gibis ou histórias em quadrinhos, 42%. No entanto, o percentual que declarou não gostar, ou apreciar um pouco, é preocupante: 33% afirmou não gostar de ler gibis ou HQs, e 25% apenas gostar um pouco. Ou seja, trata-se de um gênero que precisa ser levado com mais frequência para a sala de aula. Com relação aos recursos midiáticos que os alunos têm acesso em seu dia a dia, a grande maioria dos alunos, 80%, afirmou que o recurso mais utilizado é o celular com acesso a internet, e em seguida a televisão, com 75%. O computador com acesso a internet é utilizado por 67% dos alunos entrevistados. Outro recurso tradicional, como o rádio (38%), também está presente na rotina dos estudantes, embora em menor incidência. Nenhum aluno declarou ter celular ou computador sem acesso a internet, o que comprova a presença marcante da internet na vida dos adolescentes. Gráfico 1: Recursos Midiáticos
  • 16. Fonte: Coleta de dados questionário diagnóstico (2015) Segundo Valente (2002), a informática pode possibilitar a melhoria no processo de ensino aprendizagem, em que o aluno passa a ser o construtor do conhecimento. Nesse sentido, para que isso aconteça, é preciso disponibilizar esses recursos no ambiente escolar, inclusive na sala de aula. Moran (2007) destaca que “os meios de comunicação audiovisuais desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações; mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia”. Para o autor, estes se configuram como “interlocutores constantes e reconhecidos (...) Esse reconhecimento significa que os processos educacionais convencionais e formais como a escola não podem voltar as costas para os meios, para esta iconosfera tão atraente e, em consequência, tão eficiente” (Moran, 2007, p. 2). Logo, tais recursos devem fazer parte do cotidiano educacional. Com relação ao tipo de informações que os alunos acessam quando utilizam os recursos midiáticos acima mencionados, a pesquisa confirmou o que muitos percebem no cotidiano dos adolescentes: a maioria dos entrevistados (71%) utiliza a internet para acessar jogos e também redes sociais (67%). Além destes tipos de informação, 54% dos alunos afirmou acessar vídeos e apenas 29% usam os recursos midiáticos como fonte para a busca de notícias. Já 12% dos entrevistados navega em sites diversos e o menor percentual foi direcionado para a leitura de histórias em quadrinhos e charges virtualmente: apenas 4% dos alunos. 21% 0 5 10 15 20 Recursos Midiáticos a) Televisão b) Rádio c) Computador com internet d) Computador sem internet e) Celular com internet f) Celular sem internet
  • 17. declarou usar os recursos midiáticos para outros fins. Percebe-se que para os alunos, pincipalmente aos que são diagnosticados com TDAH, é muito importante a utilização desses recursos, os quais já fazem parte do cotidiano. Para finalizar o questionário diagnóstico, as duas últimas questões revelaram que a maioria dos entrevistados, 96%, nunca havia realizado atividades em sites nos quais eles mesmos pudessem interagir no ambiente com a utilização de recursos de edição de história em quadrinhos, para criação de HQs. No entanto, ao serem questionados se gostariam de aprender a criar histórias em quadrinhos no computador, 38% mostrou total desinteresse a este tipo de atividade, afirmando não ter vontade de utilizar tal ferramenta. O percentual de 62% afirmou ter vontade de utilizar este tipo de recurso virtual, enfatizando a importância e o interesse deste no ambiente escolar. Em continuidade aos procedimentos metodológicos, passou-se para a terceira etapa da pesquisa: o estudo de caso clínico, para o qual foram selecionados pela equipe escolar dois dos alunos entrevistados, com instabilidade de atenção, para aplicação do trabalho pedagógico. O objetivo desta etapa foi consolidado na utilização de metodologia de ensino com tecnologias em benefício da aprendizagem destes alunos com Déficit de Atenção, focando a realização de produção textual através da utilização do site do aplicativo online ToonDoo. Este trabalho foi realizado com os alunos Guilherme Henrique Camargo dos Santos, 11 anos, da turma 6º C, e Rian Farias, 14 anos, da turma 9º B, no Laboratório de Informática, onde eles desenvolveram e utilizaram o computador como recurso midiático para a produção da história em quadrinhos. Assim, a intervenção pedagógica se inseriu neste contexto. Os dias de aplicação foram: 15/12/2015 a 18/12/2015, em um total de 8 horas/aula. As atividades aplicadas no Laboratório de Informática foram desenvolvidas conforme a Tabela 3 – Planejamento do Trabalho (vide Apêndice 3). Como pontos a serem observados nas aulas, identificou-se: AULA PONTOS OBSERVADOS Aula 1 O nível de atenção dos alunos durante a exibição do vídeo foi adequada, com postura receptiva, atitudes de aceitação e nível alto de concentração. A interação foi positiva, houve comentários e participação ativa. Não foram constatadas atitudes de evitar, antipatizar ou relutar a se envolver nas atividades, também não houve distração dos alunos por estímulos alheios à tarefa. Aula 2 Concentração na leitura e um adequado nível de atenção durante a exibição do vídeo, boa participação dos alunos nas atividades e interação com o tema apresentado,
  • 18. sendo possível perceber que as propostas foram recebidas de forma positiva e as atividades escritas concluídas com êxito. Aula 3 Percebeu-se um pouco de dificuldade para entender os enunciados das atividades, apesar disso constatou-se um nível adequado de concentração nas leituras das HQs, boa interação e envolvimento na aula. As atividades escritas foram concluídas, os desenhos produzidos apresentaram boa organização com formas bem elaboradas. Aula 4 A organização sequencial das atividades foi bem estruturada, os alunos conseguiram concluir as atividades escritas com boa organização dos desenhos. Aula 5 Participação nos questionamentos, interação positiva, observação atenta aos detalhes e descrição minuciosa, com organização das ideias e sequência textual adequada. A interação na atividade em grupo foi positiva, com nível de concentração elevado. Aula 6 Identificou-se bom nível de atenção durante a exibição dos slides, com postura receptiva, atitudes de curiosidade, questionamentos, adequado nível de concentração. Aula 7 Os alunos apresentaram excelente interação virtual, concentração no manuseio do computador, organização das ideias e sequência textual adequadas, assim como uma participação ativa. Aula 8 Foi feita uma análise e discussão das dificuldades de produção e posterior divulgação online do material produzido. Interação adequada dos alunos, participação ativa. TABELA 4 – PONTOS OBSERVADOS NAS AULAS Fonte: a autora (2015) Por fim, conclui-se que o desenvolvimento deste projeto transcorreu de forma positiva: os alunos foram assíduos, não faltaram nos dias de aplicação das aulas e cada etapa foi desenvolvida de forma satisfatória, podendo-se afirmar que os alunos foram além das expectativas e dos objetivos iniciais, uma vez que se envolveram nas atividades e realizaram as produções propostas com dedicação e motivação. Deve-se ressaltar, contudo, que cada atividade foi elaborada considerando os sintomas que se enquadram no grupo de sujeitos com Déficit de Atenção (predominantemente desatento), conforme Benczik (2010) menciona, tais como: deixar de prestar atenção a detalhes, cometer erros por descuido em atividades escolares, dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas, dificuldades para seguir instruções, concluir atividades e organizar-se, além da distração a estímulos alheios à tarefa. Desse modo, foram priorizadas atividades dinâmicas, não demoradas, com foco nos recursos tecnológicos utilizados, a fim de prender a atenção dos alunos e facilitar que estes pudessem manter o foco de atenção. Isto comprova que no caso do trabalho com alunos diagnosticados com TDAH, o professor precisa fazer adaptações que lhes permitam realizar as atividades propostas, mesmo com o auxílio dos recursos tecnológicos. De acordo com a ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção, os profissionais de educação precisam atuar “conscientes das diferenças existentes
  • 19. entre alunos e visando, sempre, promover estratégias, métodos e tecnologias capazes de promover a integração de todos sem distinção” (ABDA, 2016, p. 4). Tendo como base as produções das HQs dos alunos e a observação de aspectos como a motivação em realizar as atividades com os recursos tecnológicos, ficou comprovado o que Moran (2005, p. 19) afirma em relação à educação, que “educar também é aprender a gerenciar tecnologias, tanto de informação quanto de comunicação”. Nas aulas no Laboratório de Informática, foi possível observar que cada aluno superou suas próprias potencialidades, participando e criando suas histórias em quadrinhos com atenção e criatividade, e comprovando assim que o uso das mídias pode ser positiva no ambiente escolar, conforme afirma Felippin (2004): O uso da informática na educação tem como objetivo promover a aprendizagem do aluno, ajudando na construção do processo de conceituação e no desenvolvimento de habilidades importantes para que ele participe da sociedade do conhecimento. Esse uso é efetivo através de softwares educacionais capazes de tornar a prática do educador e do educando algo prazeroso (apud MORELLATO, 2006, p.3). O software educacional ToonDoo apresenta esta capacidade de promoção da aprendizagem do aluno, conforme destaca o autor, podendo tornar a prática do aluno e do professor uma situação prazerosa de aprendizagem, leitura e escrita, por meio do trabalho com histórias em quadrinhos. Ao associar as HQs digitais à pratica docente, como ferramenta auxiliar e instrumento de ensino, pôde-se aliar a metodologia de ensino com tecnologias em benefício de alunos com TDAH. 5.0 CONCLUSÃO Durante a ação didática proposta nesta pesquisa, observou-se a importância de trabalhar com recursos diferenciados, principalmente com alunos que apresentam dificuldades de atenção, a fim de promover seu processo de ensino aprendizagem. Estes, por sua vez, demonstraram gostar de realizar produções com o gênero discursivo história em quadrinhos utilizando a ferramenta virtual TonnDoo. Portanto, o presente trabalho comprova, por meio da análise de resultados obtidos após a aplicação das atividades propostas ao público alvo - as produções de texto no formato de história em quadrinhos, com o uso do software virtual educativo ToonDoo – que estas podem facilitar o processo de aprendizagem, assim como
  • 20. possibilitar a criação de situações de aprendizagem que auxiliem na construção do conhecimento, da leitura e da escrita. Perante o exposto, é irrefutável a necessidade de promover mudanças na prática escolar, mediadas pelos recursos tecnológicos, os quais pode propiciar um ambiente de aprendizagem favorável, principalmente aos alunos que apresentam transtornos de aprendizagem como o TDAH. O uso de recursos midiáticos coloca de lado as aulas tradicionais, revelando-se um recurso motivador, que desperta a atenção, proporciona autonomia e torna o aprendizado relevante. Dartora (2012, p. 13) ressalta que é novidade para alunos com TDAH a inserção de recursos tecnológicos nas práticas pedagógicas, mas é certo que “a sala de aula, os professores e a escola em geral está sendo provocada pelas tecnologias”. (2012, p. 13). Assim, sob este ponto de vista, percebe-se que a escola recebe uma demanda de sujeitos midiáticos da sociedade. Segundo Becker (apud Dartora, 2012), a docência atual deve poder contar com professores que contextualizam o que ensinam por força de sua atividade investigadora; que sejam capazes de refletir sobre as múltiplas formas pelas quais os alunos assimilam os conhecimentos que ensinam, então os professores devem, de alguma forma, se manterem por dentro do assunto TDAH, e sempre atualizados com relação às tecnologias. Por fim, destaca-se que é propósito da Educação Inclusiva propiciar os mais variados recursos para facilitar a aprendizagem de alunos portadores de transtornos da aprendizagem, como o TDAH, e nesse aspecto o uso do gênero história em quadrinhos, aliada aos recursos informatizados, pode favorecer o desenvolvimento da leitura e da escrita. Os resultados da presente pesquisa apontam a relevância da história em quadrinhos, com ajuda da utilização de recursos tecnológicos, na produção textual de alunos com dificuldades de aprendizagem. A produção de HQs e o uso do software virtual ToonDoo podem ser ferramentas utilizadas para facilitar a escrita e leitura de alunos com Déficit de Atenção. O presente trabalho comprova que a utilização de recursos tecnológicos e gêneros textuais diversificados podem aumentar a concentração, proporcionar uma melhor compreensão dos conteúdos, despertar o interesse pela leitura, assim como ampliar a motivação nas atividades realizadas em sala de aula, mesmo no caso de alunos diagnosticados com TDAH.
  • 21. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARGOLLO, Nayra. Transtorno do Déficit de atenção com hiperatividade: Aspectos neuropsicológicos. Psicologia Escolar Educacional. 2003, vol 7, n. 2 (p. 197 -201). BARKLEY, Russell A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Guia completo para pais, professores e profissionais da saúde. Trad. Luís Sérgio Roizman. Porto Alegre: Artmed, 2002. BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade: Atualizações Diagnósticas e Terapêuticas, um guia de orientação para profissionais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. BONADIO, Rosana Aparecida Albuquerque; MORI, Nerli Nonato Ribeiro. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Diagnóstico e Prática Pedagógica. Maringá: Eduem, 2013. FELIPPIN, M. Cristina Torres. A construção da escrita e leitura: Aplicações de situações de aprendizagem envolvendo material concreto e softwares educativos em um processo de alfabetização. Canoas: Universidade Luterana do Brasil (Monografia de Especialização em Informática na Educação). 2004. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2002. GUÉRIOS, Ettiène; ZIMER, Tania Teresinha Bruns. Tratamento qualitativo quantitativo das informações. Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação a Distância. Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Curitiba, 2º ed. 2012. MORAN, José Manuel. As mídias na educação. In: Desafios na Comunicação Pessoal. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 162-166. _______. Desafios da televisão e do vídeo à escola. In: Integração das Tecnologias na Educação. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005. 204 p. PARANÁ. SEED. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Educação Básica. Língua Portuguesa, 2008. SILVA, Ana Beatriz B. Mentes inquietas. São Paulo: Editora Gente, 2003. VALENTE, José Armando. A espiral da aprendizagem e as tecnologias da informação e comunicação: repensando conceitos. In JOLY, M. C.R.A. A tecnologia ao ensino: Implicações para a aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. Cap.1, p.15-37. YIN, Robert K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
  • 22. REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS ABDA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DÉFICIT DE ATENÇÃO. Direito dos Portadores de TDAH - Doutrinas e Jurisprudência. Disponível em: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/cartilhas-sobre-tdah.html Acesso em: 14/02/1016. ABDA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DÉFICIT DE ATENÇÃO. O que é TDAH? Disponível em: http://www.tdah.org.br/br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html. Acesso em: 01/08/2015. AYRES DA SILVA, Jayme. Metodologia da Pesquisa Científica. Material Didático do Curso de Pós Graduação em Neuropsicopedagogia Clínica. Instituto Rhema. Disponível em: http://www.rhemaeducacao.com.br/material/material-turma/ 4ea743a81 de6c5168b8ef6dd0098db01.pdf. Acesso em: 16/05/2015. BONADIO, Rosana Aparecida Albuquerque. Problemas de Atenção: Implicações do diagnóstico de TDAH na Prática Pedagógica. 2013. Programa de Pós- Graduação em Educação. Área de Concentração. Universidade Estadual de Maringá. Disponível em: http://www.ppe.uem.br/SITE%20PPE%202010/teses/ 2013%20-%20Rosana.pdf Acesso em: 02/08/2015. DARTORA, Luiza Pereira (org.). Alunos com TDAH: Aprendendo através das Tecnologias. 2012. Disponível em: http://upplay.com.br/restrito/nepso2012/uploads/ Pesquisa_Professores/Projetos_1_Semestre_2012/Artigo_-_Alunos_com_ TDAH_aprendendo_atraves_das_Tecnologias.pdf Acesso em: 05/08/2015. GOULART, Nathalia. Baixo grau de instrução dos pais interfere no desempenho escolar dos filhos. Veja. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/ baixo-grau-de-instrucao-dos-pais-interfere-no-desempenho-escolar-dos-filhos-2> 06 agost 2010. Acesso em: 20/01/2016. JÚNIOR, Antônio Alexandre Pereira. Neuropsicopedagogia e os Transtornos de Atenção. Material Didático do Curso de Pós Graduação em Neuropsicopedagogia Clínica. Instituto Rhema. Disponível em: http://www.rhemaeducacao. com.br/material/material-turma/f348b01d7bf7b3bdb9b356b1b89dde52.pdf Acesso em: 01/07/2015. LOVETRO, José Alberto. Quadrinhos – a linguagem completa. Comunicação educação. São Paulo. 1995. Vol. 1, n. 2. Disponível em: <http://www.revistas. univerciencia.org/index.php/comeduc/article/view/4246/3977>. Acesso em: 11/10/2015. NEVADO, R. A. et al. Nós no Mundo: objetos de aprendizagem voltado para o 1º ciclo do Ensino Fundamental. Revista Novas Tecnologias na Educação, CINTED, UFRGS, v.4, n 1, jul 2006. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/renote/article/ view/13864/7784> Acesso em: 10/01/2016.
  • 23. POTERIKO DA SILVA, Geane Aparecida (coord). Capacitação de professores no uso das TICs na educação: Conectando realidade à prática docente. Trabalho de Conclusão do Curso de Mídias Integradas na Educação. Curitiba: UFPR, 2010. REIS, Maria das Graças Faustino; CAMARGO, Dulce Maria Pompêo de. Práticas escolares e desempenho acadêmico de alunos com TDAH. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v12n1/v12n1a07.pdf. Acesso em 20/07/2015. SANTOS, Angela dos. O que é TOON DOO? 2008. Disponível em: http://oaeducopedia.blogspot.com.br/2011/11/o-que-e-toon-doo.html Acesso em: 24/07/2015. VEIGA, Marise Schmidt. Computador e Educacão? Uma ótima combinação. Petrópolis, 2001. Pedagogia em Foco. Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/inedu 01.htm. Acesso em: 07/08/2015. APÊNDICE 1 FORMULÁRIO PARA LEVANTAMENTO DOS ALUNOS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO Escola: __________________________________________________________________ Data: _____/_____/______ Profissional que forneceu as informações: ____________________________________ Nome Idade Série Medicamento Avaliação apenas Médica Avaliação Psicope- dagógica APÊNDICE 2 QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO 1) Qual a sua idade? ( ) de 10 a 12 anos. ( ) de 13 a 15 anos. ( ) outra idade. Qual: ________ 2) Em que série estuda? ( ) 6º ano do Ensino Fundamental. ( ) 8º ano do Ensino Fundamental. ( ) 7º ano do Ensino Fundamental. ( ) 9º ano do Ensino Fundamental. 3) Qual o grau de instrução/escolarização de seus pais? ( ) Sem escolarização (é analfabeto). ( ) Fundamental incompleto. ( ) Fundamental completo. ( ) Médio Incompleto. ( ) Médio Completo. ( ) Superior incompleto. ( ) Superior completo. 4) Qual é o seu hábito de leitura favorito? ( ) Sites diversos ( ) Livros ( ) Gibis – História em quadrinhos ( ) Revistas ( ) Jornais impressos 5) Você gosta de ler Gibis ou História em quadrinhos? ( ) Sim Por quê? _____________ ( ) Não Por quê? _____________
  • 24. 6) Quais os recursos midiáticos que você tem acesso? ( ) Televisão ( ) Rádio ( ) Computador com acesso a internet ( ) Computador sem acesso a internet ( ) Celular com acesso a internet ( ) Celular sem acesso a internet 7) Caso você utilize alguns dos recursos acima, é para ter acesso a que tipo de informações? ( ) Redes Sociais (Facebook, Twitter) ( ) Notícias ( ) Sites diversos ( ) Jogos ( ) Vídeos ( ) História em quadrinhos-gibis/charges ( ) Outros Quais? __________________ 8) Você já utilizou algum software/aplicativo no computador para realização de história em quadrinhos? ( ) Sim ( ) Não 9) Você gostaria de aprender a criar HQs no computador? ( ) Sim ( ) Não APÊNDICE 3 TABELA 4 – PLANEJAMENTO DO TRABALHO AULA 1: 15/12/2015 (1ª hora/aula) Objetivos - Conhecer o surgimento das HQs, observando a evolução dos desenhos. - Ler variadas HQs e opinar sobre as histórias. Atividades - Vídeo sobre a origem e evolução das HQs, Debate sobre o material assistido. - Leitura de HQs previamente selecionadas e debate. Observação - Nível de atenção durante a exibição do vídeo (postura, atitudes, concentração). - Interação e comentários sobre conteúdo e o tema “História em quadrinhos”. - Discussão e perguntas ao professor após a apresentação dos recursos. - Envolvimento na aula: atitudes como evitar, antipatizar ou relutar a se envolver nas atividades e distração por estímulos alheios à tarefa. AULA 2: 15/12/2015 (2ª hora/aula) Objetivos - Analisar o processo de criação de quadrinhos (desenho e história). - Compreender o contexto de produção de HQs. Atividades - Leitura de parte do Livro: “Diário de um Banana”. - Exibição de trecho do filme: “Diário de um Banana 1”, no qual o personagem cria uma história em quadrinhos e ganha um concurso de desenhos/ Debate. - Identificação de elementos do texto narrativo: enredo, personagens, tempo, espaço/ Elementos das HQs: balões, quadro, onomatopeias, metáforas visuais. Observação - Concentração nas leituras/ Nível de atenção durante a exibição do vídeo (postura, atitudes, concentração)/ Interação, envolvimento na aula/ Conclusão das atividades. AULA 3: 16/12/2015 (1ª hora/aula) Objetivos - Realizar atividades sequenciadas com leitura e interpretação de HQs. - Ilustrar, na forma de desenhos livres, alguns elementos identificados na atividade anterior, conforme preferência (cenários, personagens com expressões faciais, etc). Atividades - Identificação das cores de fundo que representam os períodos de: dias ensolarados, noites e dias chuvosos/ Localização de quadrinhos que representam ambientes internos, para análise das linhas que compõem os desenhos. - Levantamento das formas utilizadas para representação dos sons (barulhos e ruídos)/ Observação dos símbolos que denotam sentimentos: raiva, alegria, dor, medo/ Identificação das expressões faciais e corporais para representar sentimentos e movimentos./ Registro dos conhecimentos sobre os quais se refletiu no decorrer desta proposta inicial. Observação - Concentração nas leituras/ Interação e envolvimento na aula/ Conclusão das atividades escritas/ Formas, cores e organização dos desenhos.
  • 25. AULA 4: 16/12/2015 (2ª hora/aula) Objetivos - Ler textos narrativos para serem transcritos em forma de quadrinhos. Atividades - Texto: “Cheirinho Bom” - Levantamento das primeiras impressões a partir do título (oral e escrito)/ Leitura do professor e aluno/ Retomada sobre a primeira impressão do texto/ Verificação se o título está correspondendo ao texto/ Justificativas escritas das respostas/ Atividades de interpretação oral/ Exploração dos diferentes significados de palavras retiradas do texto/ Leitura de frases nas quais foram utilizadas onomatopeias e interjeições. - Imaginar as situações em que as onomatopeias e interjeições foram produzidas para escrever tais situações. - Desenhar um balão para cada uma, com letras de diferentes formas e tamanhos. Observação - Organização sequencial das atividades/ Conclusão da parte escrita. - Formas, cores e sequência dos desenhos. AULA 5: 17/12/2015 (3ª hora/aula) Objetivo - Analisar uma capa de gibi, a fim de compreender todas as informações veiculadas através da ilustração. Atividades - Questionamentos orais: Em que parte do dia se passa a cena? Que personagens participam da cena? Onde ocorre? Como está o clima? Que sentimentos e emoções são demonstrados pelos personagens? - Levantamento dos códigos gráficos utilizados para representar cada informação veiculada: cores, traços, linhas, expressões faciais e corporais, entre outras. - Elaboração de um texto em grupo, a partir da seleção de uma história em quadrinhos específica, transpondo para as palavras o que o quadrinho representa. Observação - Participação nos questionamentos/ Observação dos detalhes da capa do gibi e descrição minuciosa/ Organização das ideias/ Sequência textual. - Interação na atividade em grupo. AULA 6: 17/12/2015 (4ª hora/aula) Objetivos - Assistir ao Tutorial em Slides sobre a ferramenta Toondoo. - Produzir online histórias em quadrinhos. - Criar e-mail e fazer o cadastro de aluno no site Toondoo. - Explorar as Barras de Menus: quantidade de quadros, personagens, cenários, objetos, balões de texto etc. Atividades - Acesso aos sites www.gmail.com, www.toondoo.com e efetivação do cadastro. - Navegação no site ToonDoo: ferramentas de edição, possibilidades de trabalho. - Esclarecimento de dúvidas e questionamentos sobre a ferramenta virtual. - Início do trabalho de criação de histórias em quadrinhos. Observação - Nível de atenção durante a exibição dos slides (postura, atitudes, concentração). - Interação virtual. - Organização sequencial. - Concentração no manuseio do computador. - Exposição de dúvidas. - Participação. AULA 7: 18/12/2015 (3ª hora/aula) Objetivo - Produzir online histórias em quadrinhos (continuação) Atividades - Continuação do trabalho de criação de histórias em quadrinhos. - Definição dos critérios para o desenvolvimento do trabalho, de acordo com as temáticas definidas, criatividade e intenções, sendo: Tema da HQ; Motivo da escolha dos personagens e cenários; Contexto e significado da história criada. - Registro escrito dos critérios acima. Observação - Interação virtual/ Concentração no manuseio do computador. - Organização das ideias/ Sequência textual/ Participação. AULA 8: 18/12/2015 (4ª hora/aula) Objetivos - Divulgar online o material produzido. Apresentar as histórias em quadrinhos para a Equipe Pedagógica e as professoras de Português das turmas. ENCERRAMENTO. Atividade - Publicação das HQs online (redes sociais): divulgação dos trabalhos dos alunos. - Apresentação das histórias em quadrinhos. Observação - Exposição oral; Interação com o grupo. Conclusão das atividades. TABELA 4 – PLANEJAMENTO DO TRABALHO Fonte: a autora (2015)