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G      rande gênio humano, rebelde e revolucionária, transformou a vida de todos nós, para sempre,
com sua generosidade, honestidade, carinho e afeto por aqueles que a sociedade, com pretensões
científicas, escolheu mutilar, amordaçar, abusar, dopar, violentar. Quanta pretensão!
Quanta ousadia dessa alagoana, única mulher a se formar em medicina na Bahia no ano de 1926,
versada em Francês e Baruch de Espinosa - o maior filósofo de todos os hereges-, que se recusou a
apertar o botão do eletrochoque, por não aceitar a brutalidade de uma medicina higienista, oriunda
da mistura de ideologias eugênicas e nazistas e de outras bobagens da pseudo-ciência ocidental
destinadas a purificar a sociedade de todos considerados estranhos e anormais, escórias inferiores.

Nise fez uma revolução no Engenho de Dentro, a partir do convívio humano, amoroso, ético, tolerante,
compreensivo e verdadeiramente científico. Compreendendo as diferenças, realizou uma investigação
poderosa da psique humana e das suas relações com a cultura e a história. E melhor: Dra. Nise fez
ciência através das artes e do conhecimento, curando por meio das artes, dando àqueles pacientes,
por todos silenciados e ignorados, voz, pincel, alegria, teatro, dança, escultura, mostrando que outra
humanidade, mais generosa, mais ética, mais bela e mais decente é possível. Abriu a possibilidade
histórica de nos reencontrarmos com nossa natureza, com nossas essências, com nossos sentimen-
tos, no convívio criativo, verdadeiro, sem falsidades ideológicas e emocionais. Gênio brasileiro não
reconhecido em sua extensão, mais respeitada fora do que dentro do nosso país de futebol e televisão.

Obrigado Dra. Nise por nos salvar da mediocridade e mesquinharia, por revelar o que há de mais
nobre em nossa espécie, por mostrar que é possível transformar, por nunca ter temido as rupturas,
as perseguições, por ter suportado a prisão, o abuso, a sabotagem dos medíocres que, confortáveis
na ilusão do poder, agarram-se a ele e trucidam o diferente, o novo, o não compreendido. Nós vamos
recuperar a dívida histórica que temos com a senhora.
                                                                           Obrigado mestra.
“ Bem-vindos/as,

Sim, todo ser humano é curioso e criativo. E sim, o viver é conhecer e o conhecer é viver. e que aprenda o mais simples. aprendemos o tempo inteiro uns com os outros, com
os insetos, com os gatos, com as plantas, basta ter um olhar atento e ver o tanto de coisas incríveis que estão acontecendo conosco o tempo inteiro. a vida é muito maior,
mais misteriosa e profunda do que supõem nossos sentidos que nos enganam.

por isso, inventamos espaços de encontro como este: relações humanas, lugares, oficinas, convivência e liberdade. O programa é não ter programa. Você é responsável pelo
desenvolvimento do seu projeto. arte e ciência juntas a favor da vida, da natureza, da humanidade. Ética e estética, honestidade e beleza. “Só posso ser bela se for antes
honesta”, diz Ofélia ao Príncipe Hamlet. Oficinas, experimentos, experimentar o experimental. Todo ser humano é artista, todo ser humano é cientista. Precisam assumir isso,
explorar os tesouros do conhecimen- to para aqueles cuja hora chegou. nunca é tarde demais. fazemos isso porque queremos ser cidadãos num estado livre, de permanente
criação de direitos, de respeito, de solidariedade entre os povos, entre as classes, entre as tribos.

nós, cidadãos, estamos inaugurando o i congresso aberto da universidade popular de arte e ciência em conjunto com o 11o fala, comunidade!, no teatro Carlos Gomes, no
Rio de Janeiro, afirmando que é possível transformar a nós próprios e ao nosso mundo, demonstrando nossas experiências que, mais do que provam, inspiram um caminho
trilhado por gênios da grandeza de nise da Silveira, uma das maiores cientistas da alma humana do mundo, e o grande paulo freire, anunciador da liberdade humana, da
solidariedade, da beleza, da cultura, da nobreza de ser gente.”

                                                                                    Extraído da Revista do I Congresso Aberto da Universidade Popular de Arte e Ciência
Compareceram: Nelson Vaz, Amir Haddad, Vera Dantas, Ray Lima, Junio Santos, Heloisa Helena Costa, José Pacheco,
Sergio Besserman Vianna, Luiz Roberto Londres, Francisco Gregório Filho, Mãe Tânia de Yemanjá, Cirandas da Vida, Grupo
Tam-Tam/Santos, Centro de Promoção da Saúde – CEDAPS, Agentes Culturais de Saúde e Escolas Populares de Saúde e
mais 654 participantes em 16 horas de espetáculoficina em dois dias.
A partir dos diálogos construídos em vários encontros, os atores da Universidade Popular de Arte e Ci-
ência formularam a hipótese de trabalho para o II Congressoespetáculoficina que consistirá na ocupa-
ção por três semanas do ex-Hospício do Engenho de Dentro, atual Instituto Municipal Nise da Silveira,
construindo junto, criando junto, um espetáculo com atores de toda a rede da UPAC de todo o Brasil com
participação facilitadora de atores populares, brincantes, mestres do teatro popular de todo o país, no qual




                                                baseados na metodologia das Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro e de teatro popular
                                                conduziremos diferentes discussões de conteúdo vivenciadas em diferentes espaços do Instituto (VIA
                                                PRAZEROSA), como o Museu de Imagens do Inconsciente (Porta de Entrada do Congresso), o Espaço
                                                Aberto ao Tempo, a Encantarte Editora, o Bloco de Carnaval Loucura Suburbana, a Rádio Revolução,
                                                Arena Gafieira Nise da Silveira, e os sítios históricos do hospício de mais de cem anos, trabalhando
                                                sempre de forma aberta e radicalmente construtivista; a fim de propiciar um diálogo permanente, tera-
                                                pêutico, que busca conhecer tanto a história, os ritos, os mitos e as tradições da comunidade interna do
                                                instituto bem como seu contexto ampliado, o Engenho de Dentro, o Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo.
                                                O que construiremos será próximo de um desfile de carnavalchegançaprocissãocortejo dionisíaco tea-
                                                tral com alas, cenas, discursos, poesias, personagens no que promete ser um dos maiores espetáculos
                                                públicos de nosso meio. Este espetáculo segue a já comprovada metodologia da Celebração da Saúde
                                                e da Cidadania (já foram realizadas 36 delas) mobilizadora, vinculante de grupos de educação popular.
                                                Para tanto contaremos com atores das favelas cariocas conectados às Escolas Populares de Saúde que
                                                vêm desenvolvendo ações de educação Freireana e a Rede das Comunidades Saudáveis, unindo ética e
                                                estética, honestidade e beleza, revelando daqueles discriminados pela sociedade a beleza poética e os
                                                conteúdos profundos do inconsciente humano, iluminadores da natureza, especialmente aqueles decla-
                                                rados esquizofrênicos pela autoridade. Conforme demonstrado pela experiência da Dra. Nise da Silveira,
                                                esses conteúdos exibem exuberante significação arquetípica e ancestral, constituindo assim as “Imagens
                                                do Inconsciente”. Apostamos nesse processo como uma possibilidade de reconstruir a discussão sobre
                                                sociedade, loucura e preconceito a partir da experimentação da linguagem proposta. Evoé, dionisa-te!
Duas enfermarias desativadas do
antigo Hospital Psiquiátrico meta-
morfoseadas em acolhedoras áre-
as de convívio com alimentação e
hospedagem para os atores facili-
tadores convidados e aqueles que
se inscreveram para hospedagem
durante o congresso .
Produção de hospedagem para os con-
vidados e participantes que aplicarem a
necessidade de hospedagem.
• Alimentação
• Oficinas expressivas
• 3 semanas
• 694 participantes pelo menos
“Ação Cultural que sintetize nossas refle-
xões e práticas cujo processo possa ser
multiplicado e integrado na rede de conver-
sações UPAC”




                                              Pesquisa, Memória e Publicização
                                              • Repórteres cidadãos
                                              • Publicações
                                              • Blogs/ Twitter/ Livestream/ Facebook
                                              • Revista/anais do congresso, 2 volumes
                                              • Livros, panfletos, artigos, encartes, folderes,
                                              vídeos, reportagens, documentários, filmes
                                              • Formação de grupos de ação cultural
Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil

Vitor Pordeus

Laboratório Tupinagô de Arte e Ciência
Porque somos uma civilização grecoarabejudaicocristatupinagô

Série E. Comunicação e Educação em Saúde

SMSDC
2012

PCRJ©2012

Prefeito: Eduardo Paes
Secretário Municipal de Saúde e Defesa Civil: Hans Fernando Rocha Dohmann
Coordenação do Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde: Vitor Pordeus
Chefe de Gabinete: Rita Weiler
Subsecretário Geral: Anamaria Carvalho Schneider
Subsecretário de Gestão: Flávio Carneiro Guedes Alcoforado
Subsecretário de Defesa Civil: Márcio Moura Motta
Subsecretário de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses: Arnaldo Levy Lassance
Subsecretário de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência: João Luiz Ferreira Costa
Subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde: Daniel Ricardo Soranz Pinto

Programação Visual: Darlan Carmo e Felipe Braga (ESTUDIOOLHO)
Revisão documental – Núcleo de Publicações e Memória: Ercilia Mendonça




    Pordeus,Vitor.Laboratório tupinagô de arte e ciência:porque somos uma
    civilização grecoarabejudaicocristatupinagô. Secretaria Municipal
    de Saúde e Defesa Civil. Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde. Rio de
    Janeiro: SMSDC, 2012 (Série E. Comunicação e Educação em Saúde)
    15 p. : il.

    ISBN

    1. Saúde – cultura. 2. Ciência – teatro – arte. I. Título. II. Série.
                                                       CDU 792.7-61(051)




Catalogação na fonte—Núcleo de Publicações e Memória – SMSDC/SUBPAV

Tiragem 1˚ edição - 5.000 exemplares
PCRJ©2012
Todos os direitos de publicação reservados a SMSDC/RJ. Proibida reprodução parcial ou total.
Contato Produção:

Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro
Centro Administrativo São Sebastião
Rua Afonso Cavalcanti, 455/ 701, Cidade Nova
Tels: 29761662, 29761137, e Eduardo Rocha 89092634

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  • 4. G rande gênio humano, rebelde e revolucionária, transformou a vida de todos nós, para sempre, com sua generosidade, honestidade, carinho e afeto por aqueles que a sociedade, com pretensões científicas, escolheu mutilar, amordaçar, abusar, dopar, violentar. Quanta pretensão! Quanta ousadia dessa alagoana, única mulher a se formar em medicina na Bahia no ano de 1926, versada em Francês e Baruch de Espinosa - o maior filósofo de todos os hereges-, que se recusou a apertar o botão do eletrochoque, por não aceitar a brutalidade de uma medicina higienista, oriunda da mistura de ideologias eugênicas e nazistas e de outras bobagens da pseudo-ciência ocidental destinadas a purificar a sociedade de todos considerados estranhos e anormais, escórias inferiores. Nise fez uma revolução no Engenho de Dentro, a partir do convívio humano, amoroso, ético, tolerante, compreensivo e verdadeiramente científico. Compreendendo as diferenças, realizou uma investigação poderosa da psique humana e das suas relações com a cultura e a história. E melhor: Dra. Nise fez ciência através das artes e do conhecimento, curando por meio das artes, dando àqueles pacientes, por todos silenciados e ignorados, voz, pincel, alegria, teatro, dança, escultura, mostrando que outra humanidade, mais generosa, mais ética, mais bela e mais decente é possível. Abriu a possibilidade histórica de nos reencontrarmos com nossa natureza, com nossas essências, com nossos sentimen- tos, no convívio criativo, verdadeiro, sem falsidades ideológicas e emocionais. Gênio brasileiro não reconhecido em sua extensão, mais respeitada fora do que dentro do nosso país de futebol e televisão. Obrigado Dra. Nise por nos salvar da mediocridade e mesquinharia, por revelar o que há de mais nobre em nossa espécie, por mostrar que é possível transformar, por nunca ter temido as rupturas, as perseguições, por ter suportado a prisão, o abuso, a sabotagem dos medíocres que, confortáveis na ilusão do poder, agarram-se a ele e trucidam o diferente, o novo, o não compreendido. Nós vamos recuperar a dívida histórica que temos com a senhora. Obrigado mestra.
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  • 6. “ Bem-vindos/as, Sim, todo ser humano é curioso e criativo. E sim, o viver é conhecer e o conhecer é viver. e que aprenda o mais simples. aprendemos o tempo inteiro uns com os outros, com os insetos, com os gatos, com as plantas, basta ter um olhar atento e ver o tanto de coisas incríveis que estão acontecendo conosco o tempo inteiro. a vida é muito maior, mais misteriosa e profunda do que supõem nossos sentidos que nos enganam. por isso, inventamos espaços de encontro como este: relações humanas, lugares, oficinas, convivência e liberdade. O programa é não ter programa. Você é responsável pelo desenvolvimento do seu projeto. arte e ciência juntas a favor da vida, da natureza, da humanidade. Ética e estética, honestidade e beleza. “Só posso ser bela se for antes honesta”, diz Ofélia ao Príncipe Hamlet. Oficinas, experimentos, experimentar o experimental. Todo ser humano é artista, todo ser humano é cientista. Precisam assumir isso, explorar os tesouros do conhecimen- to para aqueles cuja hora chegou. nunca é tarde demais. fazemos isso porque queremos ser cidadãos num estado livre, de permanente criação de direitos, de respeito, de solidariedade entre os povos, entre as classes, entre as tribos. nós, cidadãos, estamos inaugurando o i congresso aberto da universidade popular de arte e ciência em conjunto com o 11o fala, comunidade!, no teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, afirmando que é possível transformar a nós próprios e ao nosso mundo, demonstrando nossas experiências que, mais do que provam, inspiram um caminho trilhado por gênios da grandeza de nise da Silveira, uma das maiores cientistas da alma humana do mundo, e o grande paulo freire, anunciador da liberdade humana, da solidariedade, da beleza, da cultura, da nobreza de ser gente.” Extraído da Revista do I Congresso Aberto da Universidade Popular de Arte e Ciência
  • 7. Compareceram: Nelson Vaz, Amir Haddad, Vera Dantas, Ray Lima, Junio Santos, Heloisa Helena Costa, José Pacheco, Sergio Besserman Vianna, Luiz Roberto Londres, Francisco Gregório Filho, Mãe Tânia de Yemanjá, Cirandas da Vida, Grupo Tam-Tam/Santos, Centro de Promoção da Saúde – CEDAPS, Agentes Culturais de Saúde e Escolas Populares de Saúde e mais 654 participantes em 16 horas de espetáculoficina em dois dias.
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  • 10. A partir dos diálogos construídos em vários encontros, os atores da Universidade Popular de Arte e Ci- ência formularam a hipótese de trabalho para o II Congressoespetáculoficina que consistirá na ocupa- ção por três semanas do ex-Hospício do Engenho de Dentro, atual Instituto Municipal Nise da Silveira, construindo junto, criando junto, um espetáculo com atores de toda a rede da UPAC de todo o Brasil com participação facilitadora de atores populares, brincantes, mestres do teatro popular de todo o país, no qual baseados na metodologia das Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro e de teatro popular conduziremos diferentes discussões de conteúdo vivenciadas em diferentes espaços do Instituto (VIA PRAZEROSA), como o Museu de Imagens do Inconsciente (Porta de Entrada do Congresso), o Espaço Aberto ao Tempo, a Encantarte Editora, o Bloco de Carnaval Loucura Suburbana, a Rádio Revolução, Arena Gafieira Nise da Silveira, e os sítios históricos do hospício de mais de cem anos, trabalhando sempre de forma aberta e radicalmente construtivista; a fim de propiciar um diálogo permanente, tera- pêutico, que busca conhecer tanto a história, os ritos, os mitos e as tradições da comunidade interna do instituto bem como seu contexto ampliado, o Engenho de Dentro, o Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo. O que construiremos será próximo de um desfile de carnavalchegançaprocissãocortejo dionisíaco tea- tral com alas, cenas, discursos, poesias, personagens no que promete ser um dos maiores espetáculos públicos de nosso meio. Este espetáculo segue a já comprovada metodologia da Celebração da Saúde e da Cidadania (já foram realizadas 36 delas) mobilizadora, vinculante de grupos de educação popular. Para tanto contaremos com atores das favelas cariocas conectados às Escolas Populares de Saúde que vêm desenvolvendo ações de educação Freireana e a Rede das Comunidades Saudáveis, unindo ética e estética, honestidade e beleza, revelando daqueles discriminados pela sociedade a beleza poética e os conteúdos profundos do inconsciente humano, iluminadores da natureza, especialmente aqueles decla- rados esquizofrênicos pela autoridade. Conforme demonstrado pela experiência da Dra. Nise da Silveira, esses conteúdos exibem exuberante significação arquetípica e ancestral, constituindo assim as “Imagens do Inconsciente”. Apostamos nesse processo como uma possibilidade de reconstruir a discussão sobre sociedade, loucura e preconceito a partir da experimentação da linguagem proposta. Evoé, dionisa-te!
  • 11. Duas enfermarias desativadas do antigo Hospital Psiquiátrico meta- morfoseadas em acolhedoras áre- as de convívio com alimentação e hospedagem para os atores facili- tadores convidados e aqueles que se inscreveram para hospedagem durante o congresso .
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  • 13. Produção de hospedagem para os con- vidados e participantes que aplicarem a necessidade de hospedagem. • Alimentação • Oficinas expressivas • 3 semanas • 694 participantes pelo menos
  • 14. “Ação Cultural que sintetize nossas refle- xões e práticas cujo processo possa ser multiplicado e integrado na rede de conver- sações UPAC” Pesquisa, Memória e Publicização • Repórteres cidadãos • Publicações • Blogs/ Twitter/ Livestream/ Facebook • Revista/anais do congresso, 2 volumes • Livros, panfletos, artigos, encartes, folderes, vídeos, reportagens, documentários, filmes • Formação de grupos de ação cultural
  • 15.
  • 16. Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Vitor Pordeus Laboratório Tupinagô de Arte e Ciência Porque somos uma civilização grecoarabejudaicocristatupinagô Série E. Comunicação e Educação em Saúde SMSDC 2012 PCRJ©2012 Prefeito: Eduardo Paes Secretário Municipal de Saúde e Defesa Civil: Hans Fernando Rocha Dohmann Coordenação do Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde: Vitor Pordeus Chefe de Gabinete: Rita Weiler Subsecretário Geral: Anamaria Carvalho Schneider Subsecretário de Gestão: Flávio Carneiro Guedes Alcoforado Subsecretário de Defesa Civil: Márcio Moura Motta Subsecretário de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses: Arnaldo Levy Lassance Subsecretário de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência: João Luiz Ferreira Costa Subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde: Daniel Ricardo Soranz Pinto Programação Visual: Darlan Carmo e Felipe Braga (ESTUDIOOLHO) Revisão documental – Núcleo de Publicações e Memória: Ercilia Mendonça Pordeus,Vitor.Laboratório tupinagô de arte e ciência:porque somos uma civilização grecoarabejudaicocristatupinagô. Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde. Rio de Janeiro: SMSDC, 2012 (Série E. Comunicação e Educação em Saúde) 15 p. : il. ISBN 1. Saúde – cultura. 2. Ciência – teatro – arte. I. Título. II. Série. CDU 792.7-61(051) Catalogação na fonte—Núcleo de Publicações e Memória – SMSDC/SUBPAV Tiragem 1˚ edição - 5.000 exemplares PCRJ©2012
  • 17. Todos os direitos de publicação reservados a SMSDC/RJ. Proibida reprodução parcial ou total.
  • 18. Contato Produção: Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro Centro Administrativo São Sebastião Rua Afonso Cavalcanti, 455/ 701, Cidade Nova Tels: 29761662, 29761137, e Eduardo Rocha 89092634