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Infecções intra-
      abdominais
     Renato S. Grinbaum
     CCIH do Hospital da
Beneficência Portuguesa de São
             Paulo
QUADRO CLINICO
Febre baixa
Constipação
Dor abdominal em flanco esquerdo
Distensão abdominal
Discreta leucocitose e linfopenia
Caso clínico
 Paciente com diagnóstico de diverticulite,
 acompanhada de abscesso peridiverticular
 Tratamento cirúrgico (Não pergunte muito
 para o infectologista!)
História prévia
 Duas vezes no PS por disúria nos últimos
 três meses
 Foi receitada ciprofloxacina nas duas
 vezes
 Paciente diabética
 Sem admissões recentes
Questão
Infecções intra-abdominais são todas
   iguais?
1. Sim
2. Não
3. Sei lá, pergunte para o cirurgião
Os Cinco Principais Tipos de
IIACs


  Peritonite          Infecções do
                        trato biliar


                     Abcessos intra-
                      abdominais

                       Diverticulite
   Apendicite
Bacteriologia do intestino

                                             Jejuno            Íleo distal

Enterobactérias                              102               103,5-106,3
Bacteroides sp.                              0                 103,1-108,8
Estreptococos                                102-104,2         102-106,3
Lactobacilos                                 <102              103-104
Anaeróbios gram-positivos                    <102              102-103




Heemken R & Hau T - Upper gastrointestinal surgery and the appendix.
                Eur J Surg 1996 (Suppl 576): 61-62.
Peritonites
      Primária


      Secundária

              Pós-operatória
              Traumatismo
              Perfuração
              Diálise

      Terciária

              Pós-operatório
              Super-infecção
Situação        Letalidade no idoso             Letalidade no
                                                jovem
Apendicite      2-14%                           NC


Diverticulite 17%                               6%


Colecistite     0,6-1,8%                        0,8-4,4%


Colangite       10%                             NC


Perfuração  16-38%                              NC
de sigmóide

            Clinical Infectious Diseases 2002; 35:62–8
Fatores de risco clínicos para predição de falha de
controle da fonte no tratamento da IIA
  Atraso na intervenção inicial (>24 h)
  Gravidade (APACHE II > 15)
  Idade avançada
  Comorbidade/grau da disfunção de órgãos
  Hipoalbuminemia
  Desnutrição
  Grau do envolvimento peritoneal/peritonite difusa
  Impossibilidade de controle completo da fonte
  Presença de neoplasia


          Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
Tratamento de abscessos sem drenagem
cirúrgica

Fator de risco                 OR                   Valor de p


Tamanho > 5cm                  37,7(2,1-691)        ,0003

> 1 agente                     5,18(1,54-17,5) ,014

Presença de gram(-)            3,39(1,3-8,77)       ,022



        Bamberger – Clin Infect Dis 1996; 23(3): 592-603
Tratamento cirúrgico
  Tratamento cirúrgico pode ser suficiente,
  quando não existem sinais sistêmicos

  Procedimentos indicados
    Descompressão do cólon
    Fechamento de perfurações e excisão de segmento
    doente
    Drenagem de qualquer coleção



Johnson et al. - Clin Infect Dis 1997; 24(6): 1035
Imagem
 Exames de imagem para investigação são
 desnecessários quando intervenção
 imediata será realizada ou sinais de
 peritonite difusa (B-III).
 Em adultos que não sofrerão laparotomia
 imediata, tomografia computadorizada
 (CT) é a modalidade de imagem de
 escolha para determinas a presença de
 uma infecção intra-abdominal e sua
 fonte(A-II).

       Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
Questão
Coletar culturas?
1. Sim
2. Não
3. Só quando tiver infecção
Coleta de culturas
 Hemoculturas não fornecem informações
 adicionais e não devem ser coletadas
 rotineiramente (B-III).
 Se o paciente está toxemiado ou
 clinicamente instável, hemoculturas são
 indicadas para ajudar a determinar o
 tempo de antibioticoterapia (B-III).
 Para infecções adquiridas na comunidade,
 não há benefício na coleta de material
 para gram(C-III).


       Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
Clinical Infectious Diseases 2001; 33:1513–9
Clinical specimen
Micro-organism    Abscess   Appendicitis   Diverticulitis Peritonitis   Biliary tract Pancreatitis
Staphylococcus    17        2              5             9              6            4

E coli            15        2              5             6              7            1

Candida           8                        2             4

Streptococcus     5         5              1             1

Proteus species   7         1              2             1                           2

Enterococcus      5                        2                            3

Klebsiella        1         2                            3              3

Morganella                                 1                                         5

Enterobacter      3                                                     2

Pseudomonas       1                        1             2

Micrococcus                                1

Acinetobacter     1

Aerococcus        1

Citrobacter                                                                          1

Corynebacterium             1                            1

Gemella                                    1

Total             64        13             21            27             21           13




                       Santos - AJIC 2003; 31(3): 135
Clinical Infectious Diseases 2002; 35(Suppl 1):S112–8
Pergunta: Qual esquema da sua
     preferência?
1.   Ciprofloxacina + metronidazol
2.   Amicacina + metronidazol
3.   Ceftriaxona + metronidazol
4.   Ertapenem
5.   Piperacilina-tazobactam
6.   Imipenem
Guia IDSA




     Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
Dúvidas
 Cobrir enterococos sempre?
Enterococo em peritonite
Presente em 42/200 casos (21%)

                                    60                         50
    % com Enterococo identificado




                                    40
                                                                                 23


                                    20         11



                                     0
                                         Comunitária      Hospitalar      Abscesso (C/H)
                                                       Tipo da infecção

                                    Em apendicite perfurada não houve nenhum isolamento
                                           Sitges-Serra - Br J Surg 2002; 89(3): 361
Papel do Enterococo
  Presente em 20% das infecções polimicrobianas
  Terapêutica seletiva para E. coli e B. fragilis:
  sucesso, com redução da contagem de colônias de
  enterococos
  Modelos em cobaias: enterococo propicia
  formação do abscesso, bacteremia e perda de peso
  Relatos de abscessos secundários, quando falta
  terapêutica específica
O tratamento do enterococo é preferido nas
situações de risco




    Johnson et al. - Clin Infect Dis 1997; 24(6): 1035
A gravidade da doença interfere na
escolha do antibiótico?
1.   Sempre
2.   Não
3.   Só não uso uns poucos de baixa potência
Cefepime/metronidazol x imipenem-cilastatina
Apache é o preditor de falha

 60

 50

 40

 30                                                                               % falhas

 20

 10

  0
       0-4 (N=55)   5-9 (N=88)   10-14 (N=44)   15-19 (N=16)   > 19 (N=14)


      N=217                                               Barie et al. Arch Surg 1997;132:1294-1302
Ensaios cIAI
Apache médio baixo

      Ertapenem
         Solomkin et al.                       NR
         Namias et al.                         7


      Tigeciclina
         Ellis-Grosse et al.                   6


      Moxifloxacina
         Malangoni et al.                      6


     Esquemas diferentes para tratamento da infecção grave
     •pouca evidência para infecção grave?
     •Hipervalorização do papel da Pseudomonas aeruginosa?
Quando cobrir Pseudomonas?
1.   Sempre que crescer na cultura
2.   Nas infecções graves hospitalares
3.   Em todos os pacientes
4.   Nos mais feinhos
Clinical Infectious Diseases 2001; 33:1513–9
Risk Factors for P. aeruginosa
        Noted in Guidelines for Intraabdominal
        Infections*


    Intraabdominal Infections (Clin Infect Dis
    2003;37:997-1005)
         Postoperative infections
         Communities with “inexplicably high” P.
         aeruginosa rates in intraabdominal infections
         (Surg Gynecol Obstet 1985;161:303–307)




*Comment in the guidelines of the Surgical Infection Society (SIS):
 “. . . resistant gram-negative organisms such as Pseudomonas sp. are more commonly encountered in
  higher-risk patients” (Mazuski JE et al Surg Infect 2002;3:175–233)
Multidrug-Resistant P. aeruginosa Linked to Overuse of Traditional
  Antibiotics with Antipseudomonal Activity


     Caso controle (2 anos (N=2613) Paris, França

          Uso prolongado de drogas anti-pseudomonas
          (Ciprofloxacina!)
             Maior emergência de P. aeruginosa MDR

          Sugestão: evitar drogas com ação anti-pseudomonas




Paramythiotou E et al. Clin Infect Dis 2004;38:670–677
Para cobrir bactérias resistentes
     Faça somente duas perguntas

1.   Paciente usou antibiótico de amplo
     espectro recentemente?
2.   Paciente esteve internado, ou em
     cuidados invasivos de saúde
     recentemente?
Questão
Quanto tempo tratar?
1. 14 dias
2. 28 dias, para ficar bastante tempo no
   hospital
3. Até que o cirurgião nos separe
Proposta para duração da antibioticoterapia
Grupo                           Exemplo                                     Duração

1. Contaminação precoce Trauma de cólon,                                    Dose única
   (<12-24h)            úlcera perfurada

2. Inflamação focal             Gangrena localizada,                        Dose única
   sem perfuração               apendicite, colecistite

3. Inflamação regional          Colecistite ou flegmão                      Poucos dias
   extensa sem pus              por apendicite graves

4. Supuração local              Abscesso diverticular                       Sem ATB após
                                ou do apêndice                              Deixar aberto
                                                                            Dreno
5. Peritonite purulenta         Peritonite severa                           Falha após uma
   generalizada                 pós-operatória                              semana indica
                                                                            investigação
Saadia R & Lipman J - Antibiotics and the gut. Eur J Surg 1996 (Suppl 576): 39-41.
Antibioticoterapia curta estudada em várias
situações Exemplos

 Apendicite não complicada
    Dose única -      Mui – ANZ Journal of Surgery. 75(6):425-
    428, June 2005.

 Apendicite complicada
    Afebril, <3% bastões -         Hoelzer – PDIJ 18(11), 1999:
    979-982

 Peritonite e infecções graves -               Schein        Br J
 Surg 1994; 81: 989-991.
Obrigado!




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Antibioticoterapia inf. abdominais

  • 1. Infecções intra- abdominais Renato S. Grinbaum CCIH do Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo
  • 2. QUADRO CLINICO Febre baixa Constipação Dor abdominal em flanco esquerdo Distensão abdominal Discreta leucocitose e linfopenia
  • 3. Caso clínico Paciente com diagnóstico de diverticulite, acompanhada de abscesso peridiverticular Tratamento cirúrgico (Não pergunte muito para o infectologista!)
  • 4. História prévia Duas vezes no PS por disúria nos últimos três meses Foi receitada ciprofloxacina nas duas vezes Paciente diabética Sem admissões recentes
  • 5. Questão Infecções intra-abdominais são todas iguais? 1. Sim 2. Não 3. Sei lá, pergunte para o cirurgião
  • 6. Os Cinco Principais Tipos de IIACs Peritonite Infecções do trato biliar Abcessos intra- abdominais Diverticulite Apendicite
  • 7. Bacteriologia do intestino Jejuno Íleo distal Enterobactérias 102 103,5-106,3 Bacteroides sp. 0 103,1-108,8 Estreptococos 102-104,2 102-106,3 Lactobacilos <102 103-104 Anaeróbios gram-positivos <102 102-103 Heemken R & Hau T - Upper gastrointestinal surgery and the appendix. Eur J Surg 1996 (Suppl 576): 61-62.
  • 8. Peritonites Primária Secundária Pós-operatória Traumatismo Perfuração Diálise Terciária Pós-operatório Super-infecção
  • 9. Situação Letalidade no idoso Letalidade no jovem Apendicite 2-14% NC Diverticulite 17% 6% Colecistite 0,6-1,8% 0,8-4,4% Colangite 10% NC Perfuração 16-38% NC de sigmóide Clinical Infectious Diseases 2002; 35:62–8
  • 10. Fatores de risco clínicos para predição de falha de controle da fonte no tratamento da IIA Atraso na intervenção inicial (>24 h) Gravidade (APACHE II > 15) Idade avançada Comorbidade/grau da disfunção de órgãos Hipoalbuminemia Desnutrição Grau do envolvimento peritoneal/peritonite difusa Impossibilidade de controle completo da fonte Presença de neoplasia Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
  • 11. Tratamento de abscessos sem drenagem cirúrgica Fator de risco OR Valor de p Tamanho > 5cm 37,7(2,1-691) ,0003 > 1 agente 5,18(1,54-17,5) ,014 Presença de gram(-) 3,39(1,3-8,77) ,022 Bamberger – Clin Infect Dis 1996; 23(3): 592-603
  • 12. Tratamento cirúrgico Tratamento cirúrgico pode ser suficiente, quando não existem sinais sistêmicos Procedimentos indicados Descompressão do cólon Fechamento de perfurações e excisão de segmento doente Drenagem de qualquer coleção Johnson et al. - Clin Infect Dis 1997; 24(6): 1035
  • 13. Imagem Exames de imagem para investigação são desnecessários quando intervenção imediata será realizada ou sinais de peritonite difusa (B-III). Em adultos que não sofrerão laparotomia imediata, tomografia computadorizada (CT) é a modalidade de imagem de escolha para determinas a presença de uma infecção intra-abdominal e sua fonte(A-II). Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
  • 14. Questão Coletar culturas? 1. Sim 2. Não 3. Só quando tiver infecção
  • 15. Coleta de culturas Hemoculturas não fornecem informações adicionais e não devem ser coletadas rotineiramente (B-III). Se o paciente está toxemiado ou clinicamente instável, hemoculturas são indicadas para ajudar a determinar o tempo de antibioticoterapia (B-III). Para infecções adquiridas na comunidade, não há benefício na coleta de material para gram(C-III). Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
  • 16. Clinical Infectious Diseases 2001; 33:1513–9
  • 17. Clinical specimen Micro-organism Abscess Appendicitis Diverticulitis Peritonitis Biliary tract Pancreatitis Staphylococcus 17 2 5 9 6 4 E coli 15 2 5 6 7 1 Candida 8 2 4 Streptococcus 5 5 1 1 Proteus species 7 1 2 1 2 Enterococcus 5 2 3 Klebsiella 1 2 3 3 Morganella 1 5 Enterobacter 3 2 Pseudomonas 1 1 2 Micrococcus 1 Acinetobacter 1 Aerococcus 1 Citrobacter 1 Corynebacterium 1 1 Gemella 1 Total 64 13 21 27 21 13 Santos - AJIC 2003; 31(3): 135
  • 18. Clinical Infectious Diseases 2002; 35(Suppl 1):S112–8
  • 19. Pergunta: Qual esquema da sua preferência? 1. Ciprofloxacina + metronidazol 2. Amicacina + metronidazol 3. Ceftriaxona + metronidazol 4. Ertapenem 5. Piperacilina-tazobactam 6. Imipenem
  • 20. Guia IDSA Solomkin - Clinical Infectious Diseases 2010; 50:133–64
  • 22. Enterococo em peritonite Presente em 42/200 casos (21%) 60 50 % com Enterococo identificado 40 23 20 11 0 Comunitária Hospitalar Abscesso (C/H) Tipo da infecção Em apendicite perfurada não houve nenhum isolamento Sitges-Serra - Br J Surg 2002; 89(3): 361
  • 23. Papel do Enterococo Presente em 20% das infecções polimicrobianas Terapêutica seletiva para E. coli e B. fragilis: sucesso, com redução da contagem de colônias de enterococos Modelos em cobaias: enterococo propicia formação do abscesso, bacteremia e perda de peso Relatos de abscessos secundários, quando falta terapêutica específica O tratamento do enterococo é preferido nas situações de risco Johnson et al. - Clin Infect Dis 1997; 24(6): 1035
  • 24. A gravidade da doença interfere na escolha do antibiótico? 1. Sempre 2. Não 3. Só não uso uns poucos de baixa potência
  • 25. Cefepime/metronidazol x imipenem-cilastatina Apache é o preditor de falha 60 50 40 30 % falhas 20 10 0 0-4 (N=55) 5-9 (N=88) 10-14 (N=44) 15-19 (N=16) > 19 (N=14) N=217 Barie et al. Arch Surg 1997;132:1294-1302
  • 26. Ensaios cIAI Apache médio baixo Ertapenem Solomkin et al. NR Namias et al. 7 Tigeciclina Ellis-Grosse et al. 6 Moxifloxacina Malangoni et al. 6 Esquemas diferentes para tratamento da infecção grave •pouca evidência para infecção grave? •Hipervalorização do papel da Pseudomonas aeruginosa?
  • 27. Quando cobrir Pseudomonas? 1. Sempre que crescer na cultura 2. Nas infecções graves hospitalares 3. Em todos os pacientes 4. Nos mais feinhos
  • 28. Clinical Infectious Diseases 2001; 33:1513–9
  • 29. Risk Factors for P. aeruginosa Noted in Guidelines for Intraabdominal Infections* Intraabdominal Infections (Clin Infect Dis 2003;37:997-1005) Postoperative infections Communities with “inexplicably high” P. aeruginosa rates in intraabdominal infections (Surg Gynecol Obstet 1985;161:303–307) *Comment in the guidelines of the Surgical Infection Society (SIS): “. . . resistant gram-negative organisms such as Pseudomonas sp. are more commonly encountered in higher-risk patients” (Mazuski JE et al Surg Infect 2002;3:175–233)
  • 30. Multidrug-Resistant P. aeruginosa Linked to Overuse of Traditional Antibiotics with Antipseudomonal Activity Caso controle (2 anos (N=2613) Paris, França Uso prolongado de drogas anti-pseudomonas (Ciprofloxacina!) Maior emergência de P. aeruginosa MDR Sugestão: evitar drogas com ação anti-pseudomonas Paramythiotou E et al. Clin Infect Dis 2004;38:670–677
  • 31. Para cobrir bactérias resistentes Faça somente duas perguntas 1. Paciente usou antibiótico de amplo espectro recentemente? 2. Paciente esteve internado, ou em cuidados invasivos de saúde recentemente?
  • 32. Questão Quanto tempo tratar? 1. 14 dias 2. 28 dias, para ficar bastante tempo no hospital 3. Até que o cirurgião nos separe
  • 33. Proposta para duração da antibioticoterapia Grupo Exemplo Duração 1. Contaminação precoce Trauma de cólon, Dose única (<12-24h) úlcera perfurada 2. Inflamação focal Gangrena localizada, Dose única sem perfuração apendicite, colecistite 3. Inflamação regional Colecistite ou flegmão Poucos dias extensa sem pus por apendicite graves 4. Supuração local Abscesso diverticular Sem ATB após ou do apêndice Deixar aberto Dreno 5. Peritonite purulenta Peritonite severa Falha após uma generalizada pós-operatória semana indica investigação Saadia R & Lipman J - Antibiotics and the gut. Eur J Surg 1996 (Suppl 576): 39-41.
  • 34. Antibioticoterapia curta estudada em várias situações Exemplos Apendicite não complicada Dose única - Mui – ANZ Journal of Surgery. 75(6):425- 428, June 2005. Apendicite complicada Afebril, <3% bastões - Hoelzer – PDIJ 18(11), 1999: 979-982 Peritonite e infecções graves - Schein Br J Surg 1994; 81: 989-991.