SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 71
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO
COMUNICAÇÃO SOCIAL
HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

LEONARDO ARAUJO

PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER:
Análise dos perfis paulistanos dos diretórios municipais do PT
e do PSDB

São Paulo
2012
1

LEONARDO ARAUJO

PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER:
Análise dos perfis paulistanos dos diretórios municipais do PT
e do PSDB

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
para obtenção do título de Bacharel em
Jornalismo a Curso de Comunicação Social da
Universidade de Santo Amaro – UNISA sob
orientação do Prof. Ms. Wagner Belmonte.

São Paulo
2012
2
LEONARDO ARAUJO

PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER:
Análise dos perfis paulistanos dos diretórios municipais do PT e do PSDB

Monografia apresentada para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo ao
Curso de Comunicação Social da Universidade de Santo Amaro – UNISA sob
orientação da Área de Concentração__________________________.

Data de Aprovação: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

(nome do orientador e Titulação)

(nome do professor e Titulação)

CONCEITO FINAL:______________________________
3

Dedico este trabalho aos meus pais.
4
AGRADECIMENTOS

Quatro anos são quase mil e quinhentos dias. Nem se eu quisesse poderia
colocar todos que me ajudaram durante este período. O que posso fazer é, no
mínimo, tentar. Agradeço à minha família pelo amor, ajuda e paciência. À
Fernanda, pois ela aguentou tudo ao meu lado. Agradeço aos professores
Expedito Leandro, Clausia Antoneli, Márcia Lilla, Vera Cristina, Carlos
Gonçalves, Fernando Morais, Rafael Sbarai, Paulo Lima, Carlos Cazuza,
Marcelo Caldeira, Deise Oliveira, Eiko Enoki e Eric de Carvalho que, de alguma
forma, contribuíram para minha formação. Pelos elogios e risos ao longo deste
período, fica aqui meu abraço ao mestre e colega Edson Correia.Também
agradeço aos colegas de profissão e mestres na arte de comunicar e ensinar:
Anderson Gurgel e Marcelo Cardoso.Agradeço também ao sempre exigente
Márcio Rodrigo, pelas elucidações quando o assunto era qualquer coisa.
Agradecimentos especiais ao professor, orientador e mentor profissional
Wagner Belmonte, pela força de sempre e também ao mestre Carlos Dias,
pelos conselhos que só ele poderia dar. Um abraço aos colegas Gabriela
Amaral, Cecília Aranda, Neise Belmonte, Tiago Machado, Erika Lopes, César
Augusto, André Barreto, Vanessa Soares e Turkiewicz, Catia Cabral e Diogo
Oliveira pelas risadas ao longo do curso.Um efusivo e especial agradecimento
ao colega e irmão Rafael Barreto pelo apoio nos momentos mais conturbados.
Um abraço a todos que, de alguma maneira, me ajudaram durante este
curso e que, infelizmente, não incluí nesta lista. Obrigado.
5

“Para o medíocre, a mediocridade é uma
felicidade” – Nietzsche, em “O Anticristo”
6
RESUMO

O presente trabalho faz um estudo comparativo entre dois perfis do Twitter. As
postagens dos diretórios municipais de São

Paulo

do

Partido

dos

Trabalhadores (PT) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) foram
analisadas durante período pré-campanha para o pleito municipal de 2012.
Período este delimitado entre o dia 21 de junho e 21 de agosto do mesmo ano,
pois, até a data informada, a propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão,
primordial para o início da campanha oficial, ainda não estava no ar. Por meio
de uma pesquisa qualitativa, as mensagens postadas na rede social
supracitada foram avaliadas com o objetivo de descobrir se os partidos usariam
ou não os preceitos do capital social em suas mensagens para que, dessa
maneira, angariassem novos eleitores aos seus candidatos. Submetidos à
analise, as mensagens se mostraram vazias e a interação entre os possíveis
eleitores irrelevante se comparada à quantidade de dias analisados. Também
foi analisada a relação do Twitter com o jornalismo e de que maneira ela
apreendeu os perfis analisados.

Palavras-chave: redes sociais, mídias sociais, internet, políticos, campanhas
7
ABSTRACT

This paper makes a comparative study between two Twitter profiles. The posts
of the São Paulo municipal directories of the Workers Party (PT) and the Party
of Brazilian Social Democracy (PSDB) were analyzed during the pre-campaign
for the municipal elections of 2012. This defined period between June 21 and
August 21 of the same year, because until the date notified, the free electoral
propaganda on radio and television, paramount to the official start of the
campaign, was not in the air. Through qualitative research, the messages
posted on the social network above were evaluated in order to find out whether
or not the parties would use the precepts of social capital in their messages so
that in this way collected new voters to its candidates. Submitted to analysis,
messages were shown empty and interaction among likely voters is irrelevant
compared to the amount of days analyzed. We also analyzed the relationship of
journalism with Twitter and how she seized the profiles analyzed.

Keywords: social networks, social media, internet, politicians, campaigns
8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - As principais redes de Obama ......................................................... 25
Figura 2 - O Globo utilizando o Twitter como fonte .......................................... 33
Figura 3 - Exame utilizando o Twitter como fonte ............................................ 34
Figura 4 - Periodicidade dos tuítes ................................................................... 39
Figura 5 - Um dos tuítes retransmitidos pelo PSDB ......................................... 40
Figura 6 - número de mensagens retuitadas pelo perfil do PSDB.................... 41
Figura 7 - Um dos tuítes de José Serra retransmitido pelo diretório tucano ..... 41
Figura 8 - Um dos tuites retransmitidos pelo diretório municipal do PT ........... 42
Figura 9 - Exemplo de tuíte do diretório do PSDB retransmitido ...................... 46
Figura 10 - Exemplo de tuíte do PT retransmitido ............................................ 46
Figura 11 - Tuíte com o nome do candidato ..................................................... 47
Figura 12 - Tuíte próprio com o nome do candidato ......................................... 48
Figura 13 - Único diálogo do diretório municipal do PSDB em 62 dias de análise
......................................................................................................................... 49
Figura 14 - Tuíte petista com proposta de Haddad .......................................... 50
Figura 15 - Tuíte com proposta de José Serra ................................................. 50
Figura 16 - PSDB ataca PT em tuíte ................................................................ 51
Figura 17 - PT ataca a oposição ...................................................................... 51
Figura 18 - Mensagem com conteúdo multimídia do PT .................................. 52
Figura 19 - Mensagem multimídia do PSDB .................................................... 53
Figura 20 - PSDB divulga agenda de Serra ..................................................... 54
Figura 21 - PT divulga agenda de Haddad ....................................................... 54
Figura 22 - PT mobiliza correligionários ........................................................... 55
Figura 23 - PSDB chama seus simpatizantes .................................................. 55
9

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PSDB .................................. 43
Tabela 2 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PT ........................................ 44
10

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12
CAPITULO I - COMUNICAÇÃO, TWITTER E JORNALISMO: A EPOPEIA... 15
1.1

Dos veículos de massa aos 140 caracteres: uma breve história .. 15

1.2 Redes sociais: velhas conhecidas ...................................................... 18
1.3 O nascimento do Twitter e suas implicações .................................... 20
1.4 O modelo Obama: a campanha conta-gotas ...................................... 22
1.5 O Twitter nas eleições de 2010 no Brasil............................................ 26
1.6 O embate digital entre PT e PSDB ....................................................... 27
1.7 Objetivos desta monografia ................................................................. 29
1.7.1 Geral ................................................................................................ 29
1.7.2 Específicos ..................................................................................... 29
CAPITULO II - JORNALISMO, COMUNICAÇÃO E TUITES: REFLEXÕES
SOBRE UM NOVO MUNDO ............................................................................ 31
2.1 A comunicação política no Brasil e suas ligações com o jornalismo
...................................................................................................................... 31
2.2 Fontes jornalísticas se transformam em perfis no Twitter ............... 31
2.3

A fonte rasa do ciberespaço ............................................................ 34

CAPITULO III - A PESQUISA E SUAS NUANCES ......................................... 36
3.1

Metodologia ....................................................................................... 36

3.2

PT vs. PSDB: 2012, um ano de mudanças? .................................... 38

3.3 Quantidade total de tuites analisados ................................................ 38
3.4 O fator interação ................................................................................... 40
3.5 O capital social e a barganha de mensagens ..................................... 43
CAPÍTULO IV - A ANÁLISE CATEGORIA POR CATEGORIA....................... 47
4.1 I Nome dos Candidatos ........................................................................ 47
4.2 II Interação ............................................................................................. 48
4.3 III Retransmissões ................................................................................ 49
4.4 IV Propostas .......................................................................................... 49
4.5 V Ataques a adversários ...................................................................... 50
4.6 VI Conteúdo multimídia ........................................................................ 52
4.7 VII Divulgação de agenda..................................................................... 53
4.8 VIII Mobilização ..................................................................................... 54
4.9 IX Outros................................................................................................ 55
4.10 X Analisar a quantidade de tuítes retuitados de outros perfis ....... 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 57
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 59
WEBGRAFIA ................................................................................................... 60
12

INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende responder se as postagens do PT e do PSDB de
São Paulo, durante o período de pré-campanha eleitoral, utilizam o capital
social de forma profícua. Este período foi escolhido pois as candidaturas ainda
não haviam sido homologadas no inicio da pesquisa, portanto não seria
possível analisar os perfis dos próprios candidatos, além disso, o foco
municipalizado do estudo caracteriza uma atenção maior aos órgãos que
representam os partidos em seus municípios. A pré-campanha também
representa um momento de planejamento, onde o bojo da campanha principal
está em formação.
Na fase de pré campanha, três tarefas se apresentam como
prioritárias: 1 A construção de alianças eleitorais; 2 A criação de um
Programa de Governo; 3
A elaboração de plataformas de
comunicação envolvendo assessores, coordenadores de área,
lideranças comunitárias, políticas, simpatizantes e colaboradores
(PARTIDO DOS TRABALHADORES PARANÁ.ORG.BR, 2012).

Para o presente estudo, uma pesquisa qualitativa foi feita aplicada sobre
as mensagens postadas pelos diretórios entre os dias 21 de junho e 21 de
agosto de 2012. Depois de coletados, os tuites, como são chamados,
passaram pelo crivo composto por dez categorias, são elas: nome dos
candidatos; interações; retransmissões; propostas; ataques aos adversários;
conteúdo multimídia; divulgação de agenda; mobilização; outros e quantidade
de tuites retuitados.
O uso destas categorias, hipoteticamente, auxiliaria para a construção
sólida de uma boa gama de seguidores no microblog, ou seja, caso os
diretórios utilizassem os componentes que compõem o capital social, estariam
fadados ao êxito e arquitetariam uma boa base de seguidores na rede social,
podendo angariar novos eleitores para seus respectivos candidatos: José Serra
e Fernando Haddad.
Para ilustrar a pesquisa e como ela alcançou os resultados, o trabalho
possui imagens de alguns dos tuites, bem como tabelas que exibem como as
principais interações se deram entre os diretórios municipais e seus pares.
13
O crescimento da internet no país e o número de usuários brasileiros no
Twitter revelam a importância do estudo, bem como a análise de casos
emblemáticos de alguns políticos que já utilizaram a ferramenta para compor
suas campanhas políticas e buscar novos eleitores e simpatizantes. Vale
lembrar que tal ferramenta também pode ser chamada de microblog, que seria
uma forma reduzida de microblogging, faceta diminuta do blog tradicional,
conforme explica artigo das pesquisadoras Carolina Frazon Terra e Laís
Cardozo Bueno (2009).
A fim de não haver conflito na definição dos termos, este estudo irá se
basear no artigo de Raquel Recuero (2008), professora e pesquisadora da
Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que relata toda a ferramenta
utilizada para emergência de uma rede social como uma mídia social. Ou seja,
o Twitter, sendo uma ferramenta, é uma mídia social.
Mesmo que um usuário não tenha nenhum seguidor no microblog, ele
ainda assim estará utilizando uma mídia social. Porém, a definição é diferente
quando falamos de redes sociais.

Os atores são o primeiro elemento da rede social,
representados pelos nós (ou nodos). Trata-se das pessoas
envolvidas na rede que se analisa. Como partes do sistema, os
atores atuam de forma a moldar as estruturas sociais, através
da interação e da constituição de laços sociais (RECUERO,
2009a, p. 25).

Portanto, uma rede social é composta por mais de um elemento em ação.
Mídia social é social porque permite a apropriação para a sociabilidade, a partir
da construção do espaço social e da interação com outros atores (RECUERO,
2008). Em artigo de André Telles, publicitário formado na Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, ele diz que várias pessoas confundem os
termos Redes Sociais com Mídias Sociais, quando na verdade, o primeiro é
uma categoria do último (2010). Portanto, quando a referência no texto for o
Twitter, o presente trabalho utilizará o termo mídia social.
Para analisar o impacto dessas mídias no Brasil, se faz necessário observar
estudos como o da Semiocast, consultoria francesa que analisa dados das
mídias sociais. Ele mostra que o Brasil possui 41,1 milhões de usuários. Em
termos de percentuais, o país possui 0.8% e, quando o assunto é o total de
14
tuítes publicados, a nação é responsável por 6.6%. Os Estados Unidos da
América lideram o ranking. Dos 517 milhões de tuiteiros apurados pela
consultoria, 140 deles são norte-americanos. São Paulo e Rio de Janeiro estão
entre as maiores cidades apontadas pelo estudo. Elas representam 4º e 16º
posição, respectivamente (OLHAR DIGITAL, 2012).
Será interessante observar se o presente estudo revela se a queda de
audiência do Twitter no Brasil reflete na utilização dessa rede social. Um
estudo da consultoria britânica comScore, divulgado em setembro, revelou que
nos últimos doze meses anteriores à pesquisa, o Brasil perdeu 24% de
usuários no site.Um dos motivos citados para tal queda, é que o Brasil estaria
migrando para o Facebook, rede social que prioriza as imagens, ao contrário
do Twitter (PORTAL EBC, 2012).
Esta monografia pretende focar o que ocorre com os tuites dos diretórios
municipais, como se estes estivessem numa redoma onde tudo que acontece
em volta é importante para o presente estudo.
Será possível observar que os partidos não trazem inovações no uso do site
no período analisado. Não interação com os usuários e possíveis eleitores.
Bem como não há nenhuma postagem que tenha se tornado uma notícia nos
grandes veículos de comunicação, contrariando o caráter de fonte da rede
social estudada.
Este papel demonstra, por meio de sua análise, que grandes instituições,
como os partidos aqui estudados, ainda encaram a rede social Twitter como
uma via de mão única, onde o emissor e o receptor não dialogam, algo que vai
definitivamente contra os preceitos do capital social, bem como um dos
paradigmas do site Twitter, defendido por um de seus fundadores, Jack
Dorsey: interação e aproximação (SBARAI, 2010).
Outrora desprezada, a internet, como será visto nas próximas páginas,
possui poder imensurável e necessita de análises profundas em relação ao seu
uso nas mais variadas áreas.
15

CAPITULO I - COMUNICAÇÃO, TWITTER E JORNALISMO: A
EPOPEIA

1.1 Dos veículos de massa aos 140 caracteres: uma breve história

Comunicação política no Brasil é algo que se faz, quase que
exclusivamente, em época de eleições, conforme explica Neusa Demartini
Gomes (2001), Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidad
Complutense de Madrid, em seu livro “Formas persuasivas de comunicação
política: propaganda política e publicidade eleitoral”. É preciso lembrar também
que a cada processo de escolha política surgem novos métodos de
comunicação e persuasão utilizados por diversos candidatos a fim de
surpreender o eleitorado. Segundo o trabalho de pesquisa “A Utilização Do
Marketing Nas Campanhas Políticas”, feito por Deize Liliane Felisberto e Kellen
Cardoso Rodrigues (2002), isso se deve ao fato de que, quanto melhor for a
campanha eleitoral e quanto mais abusarem de artifícios e propagandas, mais
fácil será obter a simpatia e os votos dos eleitores.
Como bem lembra o professor do Instituto de Ciência Política Luis Felipe
Miguel (2002) em seu artigo "Política em tempos de mídia", o rádio e o cinema
surpreenderam os sujeitos políticos no início do século XX. Estes novos meios
exigiam novos tipos de políticos, que soubessem como utilizá-los. Cada um à
sua maneira, Franklin Roosevelt, nos Estados Unidos, e Hitler, na Alemanha,
tornaram-se símbolos da política da era do rádio.
Obviamente que o Brasil também teve seu representante como mentor
político dos meios de comunicação que revolucionaram o mundo no século XX.
Seu nome era Getúlio Vargas. Para a Doutora e Mestre em Ciências da
Comunicação pela Universidade de São Paulo, Doris Fagundes Haussen,
Getúlio Dornelles Vargas, gaúcho de São Borja, cuidou para monopolizar os
principais meios de comunicação à época de seu golpe de estado, ocorrido em
1937.
Com o objetivo de mobilizar e controlar a opinião pública foi criado o
DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda, em 1939.
Entretanto, anteriormente, já em 1931, havia sido criado o DOP -
16
Departamento Oficial de Propaganda, agregado à Imprensa Nacional,
tendo como atividades principais a elaboração de um programa oficial
radio-fônico, precursor da "Hora do Brasil", retransmitido para todo o
país (HAUSSEN, 1997, p.38).

Portanto, é válido afirmar que os políticos, tanto no Brasil como fora dele,
desde o advento dos meios de comunicação em massa, sempre buscaram
transmitir informações a fim de manipular o pensamento vigente da população.
Porém, a eleição direta “aparece como acontecimento detonador de um boom
imediato e posterior de reflexões sobre o enlace mídia e política" (AZEVEDO;
RUBIM, 1998).
Kuntz já alertava para as mudanças em 1986:
A descoberta desse novo e vigoroso mercado, representado pelo
volume de materiais e serviços utilizados por candidatos em suas
campanhas eleitorais, chegou como uma bomba para as empresas e
os profissionais potencialmente aptos para entender à demanda
desses materiais e serviços, que se defrontaram de repente com
inúmeras perspectivas inéditas, sem que tivessem tempo suficiente
de preparar-se para viabilizá-las e atendê-las (KUNTZ, 1986, p.11).

À luz das reflexões dos autores citados acima, é possível perceber que as
campanhas eleitorais ganharam força no Brasil já no fim do século XX. Em
1989, o ápice da importância se deu nas primeiras eleições diretas para
presidente da república, como já fora citado. Porém, uma novidade que
chegaria ao Brasil em meados dos anos 90 daria uma guinada na comunicação
política e nas campanhas eleitorais.
A Internet chegou ao Brasil, coincidentemente, em 1989, quando, segundo
Carlos Afonso, cofundador e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Econômica (2000), o primeiro serviço brasileiro da rede começou a
funcionar, operado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
(Ibase) no Rio de Janeiro. Mas antes, em suas origens, ela havia sido criada
pelos norte-americanos para fins militares.
A história da Internet começa em 1969 nos Estados Unidos, com o
início do projeto ARPANet. Promovido pelo Departamento de Defesa
dos Estados Unidos através da Agência de Projetos de Pesquisa
Avançada (ARPA – Advanced Research Projet Agency), este projeto
visava a criação de uma rede experimental de computadores. Esta
serviria tanto para interligar agências militares e centros de pesquisa
que desenvolviam pesquisa militar, como também para promover o
estudo de redes confiáveis. Uma rede confiável seria aquela que
poderia ser danificada parcialmente – devido a um ataque militar
como uma bomba – e ainda assim continuar operando. Nessa época,
vivia-se a Guerra Fria (FILIPPO, 1996, p.19).
17

A rede se popularizou em 1994, com o início do uso comercial em grande
escala do protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol) para a montagem de
sites WWW (World Wide Web - teia de alcance mundial). Como bem lembra
Eduardo Vieira, sócio fundador da agência Ideal, em sua obra “Os Bastidores
da Internet no Brasil”, foi nesse ano que a revista TIME publicou a palavra
"Internet" pela primeira vez em sua capa (VIEIRA, 2003, p. 65.).
Foi também nesta época que os computadores ganharam os lares das
classes médias urbanas de todo o planeta:
[...] havia um esforço da indústria para aproximar as pessoas dessas
máquinas, seja por intermédio da criação de telecentros, cibercafés
ou bibliotecas virtuais, seja por conta dos financiamentos bancários,
inclusive estatais (VIEIRA, 2010b).

Posteriormente, já era possível vislumbrar o poder da rede mundial de
computadores, conforme fez o cientista social Pierre Lévy, quando disse o
seguinte, prevendo a capacidade da internet: "haverá espaço para todo o
mundo, todas as culturas, todas as singularidades, ilimitadamente" (LEVY,
1998).
É interessante observar o crescimento do meio separados por curtos
períodos. Por exemplo, em 1995, o número de usuários na rede brasileira não
passava de 110 mil. No fim de 1998, estimava-se que este número chegava a 4
milhões (TESTEZLAF, 1999). Em 2012, este número alcançou incríveis 83,4
milhões (IBOPE, 2012). Isto numa população de 193 milhões de habitantes.
(IBGE, 2012).
Nesse ínterim, a cultura brasileira se transformou. Em 1996, por exemplo,
Gilberto Gil, de olho nessas mudanças latentes, lançou a canção “Pela
Internet”, onde cantarolava sobre as novas atividades da então recente
novidade (MEMÓRIA RODA VIVA, 1996).
O jornalismo também foi afetado. O mundo que migrava para a internet
levava junto seus periódicos da imprensa. Com bem resume Francisco Antônio
Machado da Silva, em sua monografia para a obtenção do título de Bacharel
em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo pela Universidade do Vale
de Itajaí:
18
Publicar notícias através da internet não é algo novo: mesmo
desconsiderando os primeiros blogueiros, as empresas da área
jornalística estão presentes na rede desde meados da década de 90.
Os primeiros portais noticiosos online foram os americanos The
NandO Times (de 1994, hoje extinto) e o The San Jose Mercury
News54 (de 1995). No Brasil, a primazia coube ao Jornal do Brasil55,
no ar desde maio de 1995. Desde então, todos os grandes periódicos
nacionais criaram suas versões virtuais (SILVA, 2009).

Os precursores do jornalismo online no Brasil apostaram no meio em
meados de 1995, muito pelo sucesso de periódicos norte-americanos e
ingleses. Foi em fevereiro deste ano, conforme relata Hélio Freitas em sua
dissertação de mestrado (1999), que foi lançado o primeiro jornal brasileiro com
uma edição completa na rede, o Jornal do Brasil. Alguns meses mais tarde, foi
a vez da revista Isto É publicar uma edição online na rede. Diversas
publicações em todo o país seguiram a tendência, nem sempre com as
mesmas características técnicas e editoriais, como o jornal Zero Hora, do
Grupo RBS, O Estado de S. Paulo, do Grupo OESP, e O Globo, das
Organizações Globo.

1.2 Redes sociais: velhas conhecidas

As redes sociais também acompanhavam o crescimento. Mas, assim como
a internet, elas já eram antigas. Os pesquisadores Vinicius Kenji Shimazaki e
Maria Márcia Matos Pinto relatam o início destas redes datado em meados de
1970. Os autores descrevem que as primeiras foram os “E-mail lists” e “Bulletin
Board Systems (BBS)”, que surgiram na década de 1970. Posteriormente, a
Internet Relay Chat (IRC) e a Usenet apareceram. Tais ferramentas seguiam o
conceito de mensagens no qual as pessoas se ajuntavam por interesses em
comum. “Mas para que estas ferramentas funcionassem era necessária a
conexão com a rede e um software em comum para todos os usuários.”
(SHIMAZAKI; PINTO, 2011).
Segundo Cenidalva Miranda de Sousa Teixeira (1997), professora adjunta
do Departamento de Biblioteconomia e Assessora de Interiorização da
Universidade Federal do Maranhão, o IRC era um local de bate-papos para
conversações sobre assuntos diversos com pessoas espalhadas pelo mundo,
19
já o Usenet era formado por grupos de discussão com foco na troca de
mensagens, tais grupos eram organizados hierarquicamente, por tópicos e
subtópicos. Posteriormente, a chegada de ferramentas como AOL Instant
Messenger e ICQ contribuiu para a disseminação dos programas de
mensagens instantâneas.
Ambas as ferramentas mantinham listas de pessoas com as quais o
usuário se comunicava ou mantinha alguma relação, seja de amizade
ou de interesses em comum. Esta ferramenta já possuía algumas
opções novas, como a de adicionar ou restringir algum usuário e
realizar um “multi-chat” no qual havia a conversa de 3 ou mais
usuários em um mesmo bate-papo (SHIMAZAKI; PINTO, 2011).

Porém, a primeira rede social na época da internet popularizada em
computadores pessoais nasceu em 1995, seu nome era ClassMates, seu
objetivo era possibilitar reencontros entre amigos que estudaram juntos, seja
no colégio ou na faculdade. O serviço era pago, porém conseguiu fazer
sucesso e está online até hoje. Algo bem parecido com o que temos hoje, com
envio de mensagens privadas e publicações em murais, por exemplo, foi
inaugurado em 1997: era o site Six Degrees. O conceito deste último foi
copiado por diversos sites, mas apenas um deles, o Friendster, obteve êxito,
tanto que seu sucesso, em 2002, gerou uma proposta de compra do Google
pela bagatela de US$ 30 milhões.
O Myspace veio posteriormente apostando no conceito multimídia, ou seja,
o perfil do usuário nesta rede poderia compartilhar fotos e músicas com quem
interagisse. Em 2004, a rede já havia ultrapassado o Friendster e se tornado a
grande mania da época. Foi então que surgiu o Orkut, a primeira grande rede
social que fez sucesso no Brasil (JESUS, 2012). Conforme relata artigo de
Daniela

Castilho

(2005),

designer

formada

em

Artes

Plásticas

pela

Universidade Mackenzie, o sucesso do Orkut se deu devido ao fato de que era
uma ferramenta muito fácil de utilizar. O site foi criado em 22 de janeiro de
2004, com o objetivo de ajudar seus membros a encontrarem novas amizades
e manterem relacionamentos. Recebeu este nome em homenagem ao seu
criador, o engenheiro Orkut Buyukkokten, segundo artigo de Aline Barbosa
(2009), coordenadora de pesquisa e professora da Faculdade Interamericana
de Porto Velho dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda.
20
E é pouco depois de tais afirmações que surge a ferramenta que incorpora
o objeto de pesquisa deste estudo: o Twitter.

1.3 O nascimento do Twitter e suas implicações

Com a Internet em franca ascensão mundo afora, dois empresários do setor
tecnológico têm a ideia que permeia este trabalho. Evan Williams e Biz Stone
precisavam,

segundo

Tiago

Ribas

(2011),

criar

uma

ferramenta

de

comunicação para facilitar o contato entre os funcionários da empresa pela
empresa Odeo Inc. de São Francisco, Estados Unidos da América (EUA),
especializada em podcasts, que também são chamados de podcastings e são
arquivos de áudio transmitidos via internet (FOLHA UOL INFORMÁTICA,
2006). Os executivos estavam com dificuldades para contatar os colaboradores
e juntá-los para reuniões. Foi no início de 2006 que Jack Dorsey desenvolveu o
software. Ainda segundo Ribas, a ideia do funcionário era a seguinte:
Inspirado no sistema de mensagens instantâneas de celular SMS,
que possibilitava o envio de mensagens com até 160 caracteres,
Dorsey desenvolveu um software de envio de mensagens curtas, que
poderiam ser lidas pelo celular, com até 140 caracteres (de maneira a
caber também a informação do nome do autor da mensagem). Na
tela inicial, uma pergunta que se tornaria a alma do Twitter: “What are
you doing?” ou “O que você está fazendo?” (RIBAS, 2011).

Segundo pesquisa de Paulo Oliveira, José Baptista, Marcelo Henrique e
Renan Lima (2012), “twttr” foi o primeiro nome dado à rede oficial, pois as
mensagens via celular norte-americanas tinham como padronização códigos de
cinco dígitos, como as cinco letras que compõem a denominação.
Anteriormente, o pré-twitter foi chamado de “Status” e, como já relatado,
tinha como conceito do envio de mensagens curtas através do celular, nas
quais você receberia um twich (vibração, em tradução livre) no seu bolso
quando uma mensagem fosse enviada. O título não agradou, pois não deixava
claro o que era o serviço. Procurando por nomes parecidos no dicionário,
Dorsey e os outros encontraram a palavra "twitter", que em inglês tem dois
significados: uma pequena explosão de informações inconsequentes” e “pios
21
de pássaros (SMAAL, 2012). Ambos combinavam perfeitamente com o
conceito.
O primeiro protótipo do Twitter era usado internamente na Odeo, sendo
lançado em escala pública e completa (também para computadores) em julho
de 2006. Em agosto, os três fundadores e outros membros da Odeo fundaram
a Obvious Corporation, que incluía o domínio Twitter.com. Não demorou para
que a ferramenta ganhasse adeptos fora da empresa para o qual ela havia sido
criada.
No fim do seu primeiro dia de vida, a ferramenta que havia sido
desenvolvida para uma equipe de 12 pessoas já contava com 20
usuários. Os funcionários da empresa acabaram repassando o
programa para amigos e familiares, começando a expansão da nova
rede social (RIBAS, 2011).

Em março de 2007, o site foi lançado durante a feira de tecnologia South
by Southwest (SXSW), um festival de música e filmes para novos talentos, que
atraiu muitos criadores e empresários do ramo tecnológico para mostrar suas
ideias, conforme noticiou o jornalista Mitch Wagner (2007) à época. O Twitter,
em seu primeiro dia como produto oficial, alcançara 20 mil usuários. O site se
tornou o assunto mais comentado do evento e recebeu o prêmio de melhor
produto da SXSW 2007. A ferramenta alcançou 32 milhões de usuários em
pouco mais de três anos. Tudo isso sem investir em publicidade, conforme
ressalta Ribas (2011).
O Twitter pode ser definido como uma rede de informação em tempo real
que conecta você às últimas histórias, ideias, opiniões e notícias sobre o que
há de mais interessante. Basta encontrar as contas que você mais se identifica
e seguir as conversas (TWITTER, 2012).
Segundo artigo dos pesquisadores Mariana Valente e Maurílio da Silva
(2010), cada mensagem é chamada de Tuíte, um substantivo derivado do
verbo tuitar (MENEGHINI, 2011) e é composta por 140 caracteres. Para
mencionar um perfil (mention), é preciso adicionar o símbolo “@” e o nome de
usuário do perfil que se pretende citar (Ex: @Twitter). Utilizando este recurso é
possível comentar o que outro usuário disse, mencioná-lo ou iniciar uma
conversa.
O retweet, ou apenas RT, permite retransmitir a mensagem de outro perfil,
tornando-a visível a todos os seus seguidores. Este recurso pode ser ativado
22
por um botão situado abaixo da postagem ou adicionando as letras RT em
frente ao nome de usuário precedido por “@” (Ex: RT @Twitter Mensagem).
Outro recurso são as hashtags, que servem para marcar um assunto. Ao
inserir o símbolo “#” antes de uma palavra (#Twitter, por exemplo), ela se torna
um tópico. Os mais citados (Trending Topics ) em conversações entram em
classificações (em ordem decrescente) por região numa lista que apura quais
os assuntos mais falados no momento.
Os usuários do Twitter recebem informações que são relevantes para eles,
que dizem respeito ou interessam a pessoas e empresas que estão próximas.
Isso, associado à possibilidade de facilmente reenviar (ou retuitar) mensagens
que eles, os usuários, acharem pertinentes, o que torna essa rede social uma
nova forma de navegar na internet. Com ele, é possível realizar a visita a
diversos sites com base na indicação de pessoas conhecidas, o que vai muito
além do “mero uso de uma ferramenta de busca ou da seleção de um portal. É
uma indicação tão mais pessoal” (RIBAS, 2011).
Desde o advento da internet, os políticos vêm utilizando as ferramentas que
ela dispõe para campanhas eleitorais. Desde os sites, passando pelos blogs e
chegando às redes sociais, muito se discutiu sobre o uso da grande rede
mundial de computadores em campanhas políticas. É profícuo para o estudo
que se propõe esta monografia repassar casos emblemáticos de uso da
ferramenta em campanhas políticas.

1.4 O modelo Obama: a campanha conta-gotas

Em 2008, o então candidato à presidência dos Estados Unidos da América,
Barack Obama, utilizou as redes sociais como forma de se aproximar de seus
eleitores.
23
A campanha de Barack Obama não se destacou exatamente pelo
pioneirismo em geral, apenas pelo pioneirismo político. Todas as
práticas usadas por sua equipe já haviam sido testadas com sucesso
por anunciantes via publicidade digital. O grande diferencial da
campanha democrata, entretanto, foi a amplitude das ações e o fato
de todas as possibilidades da comunicação digital terem sido
exploradas de maneira eficiente (GOMES et al, 2009).

E ainda, segundo Antonio Graeff (2009), especialista em tecnologia, a
grande mudança dessa nova era não tem a ver só com o uso das mídias
sociais pelos candidatos; tem a ver com o uso dessas novas mídias pelos
cidadãos.
A imagem de alguém perto dos eleitores, a um clique de ouvi-los, foram
variáveis de peso na campanha que elegeu Obama. Nos Estados Unidos da
América, ao contrário do Brasil, o voto é facultativo, o que significa que, quanto
mais engajados, mais os jovens e não votantes serão compelidos a exercerem
seu direito (GOMES et al, 2009).
O website oficial do candidato não é mais tão “principal”, distribuindo o
tráfego para diversos outros sites de compartilhamento de conteúdo e mídias
sociais que maximizam a visibilidade. A campanha constrói-se de forma
colaborativa.
Em relação ao Twitter, Obama comunicava, principalmente, sua agenda do
dia para a campanha. Ele também fornecia informações sobre o processo de
votação e direcionava seguidores para seu site oficial.
Um dos maiores destaques na estratégia de campanha norteamericana, Barack Obama - o político com o maior número de
seguidores do mundo - se tornou referência de boas práticas no uso
da ferramenta – e não só entre os políticos. A integração com outras
redes sociais também fez do Twitter um dos principais agregadores
de notícias sobre a campanha: nos posts do microblog, eram
referenciadas as fotos do Flickr, os vídeos do Youtube, a página
oficial no Facebook, fazendo que os outros canais também se
fortalecessem (BRITO, 2011).
24
Na interpretação do autor supracitado, houve um diferencial que merece
destaque entre Obama e os candidatos brasileiros à presidência em 2010:
Declarações dos candidatos em seus perfis acabavam ultrapassando
os limites da internet: apareceram como tópicos em entrevistas
televisivas e ganharam páginas em jornais e revistas.
Comparativamente falando, no sentido de conversar com o eleitor, os
candidatos brasileiros deram um passo além da estratégia Obama,
que raramente respondia eleitores e se limitava a distribuir
1
informação em formato de broadcasting (BRITO, 2011).
.

O então candidato à presidência dos Estados Unidos conseguiu alavancar
mais de 100 milhões de dólares em donativos para sua campanha por meio
das redes sociais (CANÁRIO, 2012). O especialista em redes sociais Gil
Giardelli, executivo-chefe da Gaia Creative, empresa especializada em
soluções tecnológicas para o relacionamento digital através das mídias sociais,
afirma que, ao contrário de sua adversária à época Hilary Clinton, Obama não
precisou derrubar árvores e imprimir panfletos para causar uma boa impressão
em seu eleitorado jovem e ganhar votos importantes (GIARDELLI, 2008).
O documentário Obama Digital (SORREN, 2009), afirma que em
determinados momentos, o meio de comunicação teve muita importância para
o sucesso de seu candidato. John F. Kennedy usou dos artifícios da televisão.
Com Franklin Roosevelt, o rádio fez a diferença. Obama é o primeiro
presidente digital bem sucedido.
Segundo Gomes (2009), Obama gastou mais de U$16 milhões em sua
campanha on-line. O dinheiro foi investido em anúncios da campanha
veiculados em sites com grande número de visitantes. Além da criação de uma
rede social própria, a MyBarackObama.com, o candidato democrata possuía
links para outros 16 perfis em redes sociais (Ver Figura 1).

1

Termo utilizado para designar a transmissão de informações, principalmente, em rádio e TV.
25
Figura 1 - As principais redes de Obama

Fonte: Barack Obama: Case em mídias sociais:
26
1.5 O Twitter nas eleições de 2010 no Brasil

Antes de dar início às reflexões voltadas ao pleito de 2012, vale ressaltar
que não houve a utilização do Twitter pelos candidatos à prefeitura de São
Paulo em 2008. A disputa, polarizada entre Marta Suplicy e Gilberto Kassab
não ocorreu porque ambos não tinham perfis no microblog. Kassab criou sua
página em 20 de junho de 2009, Marta abriu sua conta em julho de 20102.
Segundo análise de Camilo Aggio (2011), Doutorando do Programa de
Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade
Federal da Bahia (UFB), nas eleições de 2010 para a presidência do Brasil, os
candidatos que polarizaram a disputa, Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do
PSDB, utilizaram o Twitter para angariar votos.
Segundo Aggio (2011), a interação com os seguidores é uma das armas
mais poderosas que os candidatos devem utilizar em se tratando de redes
sociais. Porém, em 2010, dos três casos analisados pelo autor, apenas dois
foram bem direcionados:
Marina Silva e José Serra compreenderam, basicamente, o
funcionamento do Twitter enquanto ferramenta de comunicação
política singular que os aproxima de seus eleitores de variadas
maneiras. A candidata Dilma Rousseff isola-se num padrão e
comunicação ultra-discreto, ínfimo, que reflete a completa
incompreensão do funcionamento do Twitter ou a simples opção de
não fazer campanha através desse canal (AGGIO, 2011).

A conclusão do autor se deu por meio de pesquisa quantitativa 3 em que
foram mensurados 15 indicadores de interação e comportamento dos perfis
supracitados, entre 02 de agosto de 2010 e 02 de outubro do mesmo ano.
Diante destes fatos, é possível observar que a utilização das redes sociais,
especificamente do Twitter, deve ser conduzida com a preocupação de engajar
o seguidor, para que este dissemine a filosofia do candidato ou partido.
Não menos importantes são as possibilidades de engajar os eleitores
em mobilizações em prol da campanha dentro dos ambientes digitais
ou deles para fora em ações presenciais. O poder de disseminação
2

Informações retiradas de http://www.whendidyoujointwitter.com/.
A análise quantitativa aplicada por AGGIO permitiu identificar as apropriações diferenciadas
de cada um dos candidatos, explorando de forma distinta os recursos do Twitter e
evidenciando níveis de entendimento particulares de como o instrumento deve ser empregado
como artifício de campanha.
3
27
de informações e conteúdos ao longo das centenas de redes sociais
construídas dentro do Twitter são terrenos férteis para uma posição
qualificada e salutar das campanhas (AGGIO, 2011).

Em seu TCC, Carolina Janovik (2010) diz que os políticos encontraram na
internet uma alternativa aos meios de comunicação tradicionais, controladores
das mensagens, para retomar o contato direto com o eleitorado, enquanto este
último encontra na rede, alternativas de acesso à informação4. Na grande mídia
isso geralmente é controlado de acordo com o que convém aos interesses da
instituição de comunicação. O conteúdo exposto nas redes sociais passa a ser
controlado pelo candidato ou pelos assessores, uma vez que a informação está
livre dos filtros impostos pela mídia.
A autora também ressalta a importância das redes sociais para uma
comunicação mais aberta e multidirecional baseada em diálogo e interação,
reaproximando cidadãos e esfera política. Para ela, “o advento da web no jogo
político traz a possibilidade do diálogo também no que diz respeito à campanha
eleitoral, assim como em qualquer outro assunto, tornando-a, além de didática,
dialógica” (JANOVIK, 2010).
O pleito de 2010, segundo Brito (2011), foi tratado como um caldeirão
experimental, onde algumas ações dos candidatos foram positivas e uma
grande parcela tiveram uma performance sofrível.
As estratégias de envolvimento e construção de imagem de Dilma, a
militância engajada de Marina Silva, o tuiteiro de sucesso José Serra
e o “hacker” Plínio Sampaio foram, sem dúvida, pontos de destaque
das campanhas majoritárias. E, em todos eles, houve o envolvimento
do eleitor (BRITO, 2011)

Portanto, antes de adentrar ao estudo que se propõe esta monografia para
o pleito de 2012, é necessário relevar as eleições em 2010 no âmbito digital. É
preciso analisar a disputa entre PT e PSDB ocorrida na disputa daquele ano.

1.6 O embate digital entre PT e PSDB

4

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do Diploma de
Graduação em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob orientação: Profª. Drª. Maria Berenice
Machado, no ano de 2010.
28

Em 2010, a internet, especificamente o microblog (BUENO; TERRA, 2009)
Twitter, foi palco de uma disputa eleitoral fora das urnas. O embate entre a
então candidata Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB, não pôde
passar de 140 caracteres.
A vitória levaria um deles para o posto da República Federativa do Brasil. O
que poucos esperavam, era que a contenda por votos ganharia ares de batalha
digital. Num mundo invisível, os dois se digladiaram para ver quem usaria
melhor uma ferramenta nunca antes utilizada por um candidato à presidência
da república. Foi o momento definitivo em que políticos brasileiros insurgiram
numa nova era. Período que a pesquisadora Lucia Santaella relata da seguinte
forma:
A entrada do século XXI deverá ser lembrada no futuro como a
entrada dos meios de comunicação em uma nova era: a da
transformação de todas as mídias em transmissão digital, como se o
mundo inteiro estivesse, de repente, virando digital (SANTAELLA,
2001)

A dúvida era de como se portariam os candidatos partindo do principio de
que “a internet dá voz ao seu público em uma comunicação mais horizontal (de
todos para todos), flexível (sem barreiras geográficas e temporais e com certa
proteção de identidade), interativa (ações conjuntas)” (JANOVIK, 2010).
A disputa aconteceu e a candidata do PT sagrou-se campeã. O
acontecimento confirmou que o Twitter estava, definitivamente, presente na
vida dos cidadãos. Uma ferramenta indispensável, de uma rede que se
transformou numa espécie de segunda existência dos internautas.
A Internet é o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informação
é hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em nossa época, a
Internet poderia ser equiparada tanto a uma rede elétrica quanto ao
motor elétrico, em razão de sua capacidade de distribuir a força da
informação por todo o domínio da atividade humana (CASTELLS,
2004, p. 7).

De acordo com Aggio (2010), Dilma teve média de postagens abaixo de
seus principais rivais, além disso, a candidata parece ter utilizado a ferramenta
apenas mudar sua imagem de intransigente.
A curiosidade dos comunicólogos ficou em saber como se comportará os
candidatos do próximo pleito, no caso, este de 2012.
29

1.7 Objetivos desta monografia

O presente trabalho propõe a análise dos perfis da rede social Twitter dos
diretórios municipais de São Paulo do Partido dos Trabalhadores (PT) e do
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), já que os dois, assim como
revelam pesquisas (TELLES, 2012), polarizam a disputa eleitoral desde 1994
nos 100 maiores municípios brasileiros e, em 2012, como anteciparam
pesquisas lançadas antes do pleito (DATAFOLHA, 2012), o embate aconteceu
de novo este ano.

1.7.1 Geral

Analisar se os tuítes dos perfis dos diretórios municipais do PT e do PSDB em
São Paulo observando se eles agregam o chamado capital social no conteúdo
postado. Pretendo discutir que o capital social é mais importante para os perfis
no Twitter na construção de uma gama de seguidores sólida.

1.7.2 Específicos

Verificar qual a frequência de postagens relacionadas à eleição municipal de
São Paulo. Averiguar se a boa utilização do capital social intrínseco às
mensagens faz diferença no aumento de seguidores. Analisar quais as
principais palavras utilizadas nas postagens. Buscar postagens ilegais no
período pré-eleitoral, demonstrando assim que a internet é usada ilegalmente
pelos partidos políticos.
Ainda segundo Telles, na década de 1980, o Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB) contava com a maior identificação na capital
paulista. Contudo, nas décadas seguintes, o PT se consolidou como partido
30
com maior identificação, enquanto o PMDB caiu para 4%. Os dados fazem
parte da pesquisa de Identidade partidária em São Paulo, realizada em 2008
pelo Datafolha. A mesma pesquisa indica que o PSDB passou dos 3% para
11% no mesmo período.
Para Brito, (2011), o futuro das campanhas políticas terá muito mais
importância nos meios on-line.
O Brasil de 2010 ainda é um país em que a penetração da internet é
baixa, apesar da vocação do brasileiro para a rede e do seu potencial
de crescimento explosivo. Sendo assim, não houve qualquer episódio
nas redes que modificasse de modo claro e decisivo as tendências do
processo eleitoral. No futuro, no entanto, não deverá ser assim
(BRITO, 2011).

Em sua monografia para obtenção do título de Bacharel em Publicidade e
Propaganda, Bruna Brandão (2010)5 observa que o eleitor brasileiro gosta de
se sentir o próprio produtor de conteúdo e tal posicionamento fortalece ainda
mais o segmento como um mercado relevante a ser conquistado pelos
candidatos, visto que esses não estarão somente alcançando mais um voto,
como também potenciais formadores de opiniões nas redes sociais.

5

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Departamento de Comunicação Social
da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito para obtenção do título de bacharel
em Publicidade e Propaganda, sob orientação da Professora Dra. Karla Regina M. P Patriota,
no ano de 2010.
31

CAPITULO II - JORNALISMO, COMUNICAÇÃO E TUITES:
REFLEXÕES SOBRE UM NOVO MUNDO

2.1 A comunicação política no Brasil e suas ligações com o jornalismo

Em diferentes ocasiões, a comunicação exerceu forte influência sobre os
eleitores quando se trata de eleições no Brasil. Em 1989, em nossa primeira
eleição direta, o país percebeu que eleger um candidato era tarefa que, se
houvesse a vontade e a necessidade, poderia ser responsabilidade de um meio
de comunicação. “O eleito foi Fernando Collor de Mello, cuja candidatura
contou com o apoio do Jornal Nacional, do Fantástico e dos outros programas
jornalístico da Rede Globo de Televisão.” (BUCCI, 2000, p. 30).
Além do famoso exemplo de 1989, o passado do país também presenciou
grandes manipulações políticas e destemperos midiáticos feitos pelos grandes
meios de comunicação. Em 1897, por exemplo, o Estado de S. Paulo publicou
um artigo de Olavo Bilac onde o autor dizia o seguinte: “Enfim, arrasada a
cidadela maldita! Enfim, dominado o antro negro, cavado no centro do adusto
sertão, onde o profeta das longas barbas sujas concentrava sua força
diabólica”, em referência à Guerra de Canudos (ACERVO ESTADÃO, 2012).
Todo meio ou veículo de comunicação também “é uma arma poderosa para
abater outros meios e veículos e outros grupos.” (MCLUHAN, 1964, P.35).
Neste sentido, cabe ressaltar que a internet no Brasil demonstra sinais de que
substituirá grandes meios de comunicação como a televisão, conforme mostra
reportagem de Cotton Delo (2012).

2.2 Fontes jornalísticas se transformam em perfis no Twitter

Diversos autores apontam as ligações das redes sociais com o jornalismo.
É o caso da jornalista Gabriela Zago (2011a e 2011b). Num dos trabalhos,
intitulado “Jornalismo em Microblogs: Um estudo das apropriações jornalísticas
32
do Twitter”, que é um capítulo do livro “Jornalismo Contemporâneo: figurações,
impasses e perspectivas”, a autora faz, em parceria com Recuero, uma análise
empírica sobre alguns perfis de caráter noticiosos.
Analisando as apropriações para o jornalismo, foram identificadas três fases
na produção de notícias: a mera transposição do conteúdo para outros meios;
a adaptação do conteúdo; a criação de produtos inovadores.
Essas diferentes apropriações da ferramenta e do formato podem
resultar em novas formas de se fazer jornalismo, podendo até mesmo
modificar os modos de circulação e de consumo das informações,
uma vez que o jornalismo passa a estar disponível em outros lugares
da web, além de poder ser acessado a partir de dispositivos móveis
(ZAGO, 2011).

Outros autores também relatam a utilização do microblog pelos veículos
jornalísticos enfatizando suas características (CHRISTOFOLETTI; SILVA,
2010; CARVALHO, 2011; RIBAS, 2011). Porém, este capítulo pretende mostrar
como as fontes jornalísticas estão surgindo no microblog.
Antes, é preciso lembrar que "a tarefa de apuração jornalística se baseia na
obtenção de dados e opiniões provenientes de fontes" (OLIVEIRA, 2009).
[...] o twitter também provê jornalistas de meios tradicionais e da
própria web com informações e novas pautas. Logo, os microblogs
podem ser considerados como uma nova fonte de informação,
legítima e potencialmente diversificadora de “vozes” na cobertura
jornalística (VIEIRA, 2010a).

Até mesmo o New York Times, reconhecido periódico norte-americano, já
se rendeu ao Twitter.
Assim como acontece com os blogs, os microblogs também podem
ser apropriados para o jornalismo. E as próprias empresas
jornalísticas estão, aos poucos, percebendo esse potencial. O jornal
The New York Times, por exemplo, utilizou o termo microjornalismo
(“microjournalism”) em 2008 para se referir à utilização do Twitter
para divulgação de acontecimentos relacionados às prévias das
eleições norte-americanas (ZAGO, 2009).

A explicação para este tipo de comportamento se deve muito ao fato de que
o “Twitter consegue divulgar notícias com muito mais rapidez que qualquer
meio jornalístico tradicional.” (PRIMO, 2008, p. 47). A divulgação de notícias
em primeira mão, a facilidade para encontrar fontes de informação e para
monitorar a repercussão e os desdobramentos de suas matérias bem como a
de veículos concorrentes, são algumas características do microblog como meio
33
jornalístico. “O Twitter é usado para buscar fontes e também para jornalistas
retirarem declarações de tuiteiros famosos para suas matérias, como
aconteceu após a morte do cantor Michael Jackson.” (SPYER, 2009).
Com isto em mente, esta monografia analisou se algum dos tuites avaliados
foi utilizado por algum veículo da imprensa para pautar uma matéria. Para
ilustrar o que buscamos durante os dias analisados, a Figura 2 exibe a versão
online do jornal carioca “O Globo” noticiando um fato ocorrido no Twitter: a
divulgação de um vídeo da campanha feita pelo candidato José Serra. A Figura
3 também demonstra outra matéria que utilizou o microblog como fonte de
informação quando a versão online da revista “Exame” noticiou uma
manifestação da então candidata Soninha Francine.

Figura 2 - O Globo utilizando o Twitter como fonte

Fonte: O GLOBO.
34

Figura 3 - Exame utilizando o Twitter como fonte

Fonte: EXAME.COM.

2.3 A fonte rasa do ciberespaço

Um estudo da Oriella PR Network, uma rede de 15 agências de
comunicação em 20 países ao redor do mundo, demonstra o poder das mídias
sociais quando o assunto é sua invasão nas redações jornalísticas.
No Brasil [...] o twitter, com 66,67%, é o meio preferido como fonte; o
Facebook, com 58,33%, aparece em segundo lugar, muito perto dos
blogs, com 57,14%. Já as agências de PR aparecem como fonte para
50% dos entrevistados (ORIELLA PR NETWORK, 2011).

Outra pesquisa, esta de 2012 e realizada pela Deloitte, em parceira com o
portal Comunique-se (2012), mostra que 80% dos jornalistas entrevistados
usam as redes sociais para obter informações e, entre eles, a ferramenta mais
requisitada como fonte de informação é o Twitter, com 19,3%.
No microblog, é preciso muito cuidado na escolha das fontes, pois elas
serão fatores determinantes para a qualidade da informação produzida,
conforme explica a obra de Mauro Wolf (2005). Para Ana Paula Bessa (2012),
jornalista Consultora em Mídias Sociais no Grupo Máquina da Notícia, antigos
35
critérios na escolha das fontes precisam ser rememorados pelos jornalistas
para uma boa utilização das fontes localizadas nas redes sociais.
Este cenário de multiplicação de difusores de informação altera a relação do
jornalista com a fonte, principalmente no ciberespaço.
O ciberespaço é definido como um mundo virtual porque está
presente em potência, é um espaço desterritorializante. Esse mundo
não é palpável, mas existe de outra forma, outra realidade. O
ciberespaço existe em um local indefinido, desconhecido, cheio de
devires e possibilidades (MONTEIRO, 2012).

E é aí, no local supracitado, que há um perigo na apuração, pois, conforme
relata o escritor Felipe Pena: "no ciberespaço, a relação com as fontes
complica-se muito, pois elas também podem ser produtoras diretas de
conteúdo" (PENA, 2005, p. 62).
Em termos informativos, o Twitter estaria mais próximo do sistema
boca a boca do que de uma página de jornal ou noticiário na TV. E é
assim que o sistema deve ser visto, porque não segue a lógica do
jornalismo profissional. A circulação de notícias no Twitter é
desorganizada, descentralizada, horizontal e quase caótica
(CASTILHO, 2011).

Mesmo que o microblog represente uma quantidade de informações
pessoais grande, como analisa a citação suprarreproduzida, outro problema do
Twitter e sua relação com o jornalismo é a veracidade ou não dos fatos
publicados naquela mídia social. Diferentemente dos perfis analisados por este
estudo, o site permite a criação e a constância de diversos perfis falsos. O que
acarreta numa ameaça aos jornalistas, como relata notícia publicada no portal
Comunique-se.
A repórter da rádio Jovem Pan AM/SP Izilda Alves consultou o perfil
falso de Hebe Camargo no Twitter e acabou cometendo uma “barriga”
no ar. Na reportagem, a jornalista contou que, com base no perfil da
apresentadora no microblog, Hebe se divertia correndo pelo hospital
de cadeira de rodas e agradecia o apoio da população
(COMUNIQUE-SE, 2010).

Quando analisados apenas os tuites averiguados no período entre 21 de
junho e 21 de agosto que foram considerados por este estudo, nenhum deles
foi citado por algum veículo de imprensa como fonte.
36

CAPITULO III - A PESQUISA E SUAS NUANCES

3.1 Metodologia

Tomando como base a pesquisa realizada por Aggio (2011), para analisar
os perfis de três presidenciáveis durante o pleito de 2010, iremos criar 10
categorias para a análise do universo de publicações no Twitter dos dois
diretórios municipais dos principais partidos que terão candidatos à eleição de
prefeito na cidade. São eles o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
e o Partido dos Trabalhadores (PT).
A análise qualitativa das postagens, que a partir de agora chamaremos de
tuítes, permitirá identificar como os diretórios utilizam a ferramenta para
angariar novos eleitores e seguidores e de que maneira tal postura afeta a
receptividade das tuitadas no microblog.
A análise será feita durante o período de pré-campanha, que aqui, no
presente estudo, compete ao período entre 21 de junho a 21 de agosto, pois é
neste último que se inicia a campanha em rádio e TV.
Inicialmente, este papel iria analisar o período entre 21 de junho e 5 de
julho, pois a propaganda eleitoral somente é permitida após este dia no ano da
eleição (BRASIL, 2009). Porém, a análise incial dos dados revelou que os
dados coletados até a data citada seriam insuficientes para uma pesquisa
sólida. Por isso decidiu-se por alongar o período de análise até o inicio do
programa eleitoral em rádio e TV.
A pré-campanha é a fase mais adequada para o planejamento em sua
essência, conforme explica o cientista político Francisco Ferraz (2008) e a TV
possui suma importância para a decisão do eleitor em relação ao seu
candidato. Porém, as ações no meio televisivo precisam agora de uma
integração com outras mídias, “com destaque para a internet e as redes
sociais” (TELLES, 2012, p. 19).
Com base no conceito de Estruturação, onde “o objetivo da análise é filtrar
determinados aspectos do material; estabelecer um recorte do material na base
de critérios pré-estabelecidos; ou avaliar o material na base de determinados
37
critérios”

(TÉCNICAS

DE

ANÁLISE

QUALITATIVA,

p.115),

existe

a

necessidade de esclarecer e justificar as categorias de análise adotadas.
Estabelecer um recorte do material na base de critérios pré-estabelecidos.
Abaixo é possível observar as nomenclaturas e descrições de cada um destes
critérios:

I.

Nome dos candidatos: iremos analisar com qual frequência o nome dos
candidatos aparecem nas postagens durante o período citado.

II.

Interação: a análise irá levantar se, nos dias que antecedem a
campanha, há um aumento da interação dos diretórios com seus
seguidores e de que maneira isso ocorre.

III.

Retransmissões: este critério irá analisar se há retransmissões de
mensagens dos diretórios e quais são os perfis que recebem as
transmissões.

IV.

Propostas: este item irá avaliar quantos tuítes no período avaliado irão
falar sobre propostas de governo e de que maneira isso irá acontecer.

V.

Ataques a adversários: mesmo que velados, eles poderão existir e será
interessante saber se há um aumento deles com a proximidade da
propaganda eleitoral.

VI.

Conteúdo multimídia: vídeos, fotos, áudios e qualquer outro tipo de
conteúdo multimídia.

VII.

Divulgação de agenda: consiste na publicação, em forma de texto, de
algum evento que o candidato participará.

VIII.

Mobilização: consiste em publicações, com ou sem links, para que os
eleitores se mobilizem em algum tipo de atividade de campanha, desde
as presenciais até aquelas circunscritas aos ambientes digitais.
38
IX.

Outros: se referem a posts triviais como agradecimentos, comentários
sobre gostos pessoais, etc.
As categorias foram criadas com embasamento na definição teórica do

chamado capital social (HUNT, 2003; RECUERO, 2009a). É preciso ressaltar
que a veracidade dos perfis foi comprovada, pois ambos são ligados aos sites
oficiais dos diretórios. A comprovação pode ser feita por meio de visita nos
seguintes

endereços:

http://www.dmptsp.org.br/

(PT)

e

http://psdbmunicipal.com.br/ (PSDB).

3.2 PT vs. PSDB: 2012, um ano de mudanças?

Com Obama em 2008, Dilma, Marina e Serra em 2010, teoricamente, 2012
seria um ano de mutações consideráveis na maneira de se usar o Twitter para
as campanhas eleitorais, já que a utilização de outrora serviria de exemplo para
as ações futuras. Porém, o que a análise a seguir, baseada na apreciação à luz
dos critérios estabelecidos no capítulo anterior, é que o Brasil ainda vive numa
infância digital, termo criado por Giardelli (2009).
Com o objetivo de esmiuçar os dados obtidos ao longo dos 62 dias
analisados, esta monografia se propõe a separar os resultados em
subcapítulos e utilizar tabelas, gráficos e reproduções dos próprios tuites para
uma fácil compreensão do que é mostrado.

3.3 Quantidade total de tuites analisados

Entre os dias 21 de junho e 21 de agosto, os perfis do PT e do PSDB
produziram um total de 49 tuítes próprios e 134 mensagens retuitadas.
Juntando todas as postagens, os perfis dos diretórios municipais dos partidos
produziram uma média de 2,9 tuítes por dia.
O número pode representar uma falsa periodicidade em relação às
postagens. Como é possível observar na Figura 4, os perfis passavam dias
39
sem postar nenhuma mensagem. De 21 de julho a 5 de agosto, por exemplo, o
perfil do diretório municipal do PT não fez uma atualização sequer.

Figura 4 - Periodicidade dos tuítes

Se o capital social é alimentado “por fortalecimento através de relações
recíprocas” (RECUERO, 2009a, p.45), não há qualquer possibilidade de haver
afinidade se a ferramenta proposta para a comunicação fica inutilizada pelos
sujeitos políticos e seus partidos por mais de 15 dias. Nas palavras de José
Dirceu (2012), ex-ministro chefe da Casa Civil e baluarte do Partido dos
Trabalhadores, seria necessário “muita pré-campanha” para alcançar objetivos
maiores nas eleições de 2012.
A falta de atualizações também não é desculpa se levado em conta a
facilidade com que a ferramenta Twitter oferece maneiras diferentes para as
postagens.
Outra especificidade da ferramenta Twitter é a possibilidade de
atualização automática, a partir das inúmeras ferramentas
automatizadas criadas a partir da manipulação da API do Twitter que
possibilitam a mera transposição do conteúdo de RSS feeds
produzidos em outros espaços da web para contas do Twitter (ZAGO,
2008).

O PSDB também não demonstra desempenho eficaz no quesito analisado.
Entre 7 e 16 de julho e entre 20 e 29 do mesmo mês, o diretório municipal do
Partido da Social Democracia Brasileira não atualizou seu perfil no Twitter uma
40
vez sequer. Não é possível provocar eleitores para participarem de uma rede
social com o Diretório citado se o mesmo não se manifesta. Não será possível
que isso aconteça, pois os indivíduos desejam “fazer parte de uma rede social
para seu próprio benefício” (RECUERO, 2009a, p. 45).
Para a escritora e pesquisadora Tara Hunt (2010), quanto mais você
interage no Twitter, mais as pessoas irão interagir com você, o que atrairá
novos usuários. Segundo a autora, é isso que ajuda a construir o chamado
capital social.

3.4 O fator interação

Capital Social significa reciprocidade (RECUERO, 2009a). Em relação aos
perfis estudados por esta monografia, é possível afirmar que apenas o PSDB
obteve êxito, já que retransmitiu 131 mensagens, contra 3 do PT. Na Figura 5,
é possível observar uma dessas mensagens retransmitidas. Um tuite do perfil
Serra Já.
Os dados demonstram que o Partido de José Serra possui uma média de
2,1 tuítes retransmitidos por dia, enquanto o PT possui índice de 0,04/dia.
Os maiores agraciados com as retransmissões de tuites do PSDB foram o
perfil oficial do partido e o perfil estadual da entidade (Ver Figura 6).

Figura 5 - Um dos tuítes retransmitidos pelo PSDB

Fonte: PERFIL SERRA JÁ NO TWITTER
41
Figura 6 – número de mensagens retuitadas pelo perfil do PSDB

Vale observar também que o candidato José Serra aparece em terceiro
lugar nas mensagens mais retransmitidas do diretório tucano (Ver exemplo de
mensagem retransmitida na Figura 7).

Figura 7 - Um dos tuítes de José Serra retransmitido pelo diretório tucano

Fonte: PERFIL JOSÉ SERRA NO TWITTER.
42
O PT ficou devendo no quesito analisado, já que apenas três mensagens
(Uma delas representada na Figura 8) foram retransmitidas pelo perfil do
diretório municipal da instituição no período de 62 dias.
Resta saber se a hipótese de que o capital social como moeda de troca
realmente se fez válida.
Figura 8 – Um dos tuites retransmitidos pelo diretório municipal do PT

Fonte: PERFIL DE FERNANDO HADDAD NO TWITTER.
43
3.5 O capital social e a barganha de mensagens

Separando os 49 tuítes próprios de PT e PSDB durante o período
analisado, temos o número de 13 postagens tucanas e 36 petistas. O maior
volume de mensagens propiciou ao PT um maior número de interações quando
tratadas apenas as retransmissões. Foram 47 RTs para o perfil do diretório
municipal do partido de Fernando Haddad contra 35 do partido de José Serra
(ver Tabela 1). É possível observar que o candidato tucano não retransmitiu
nenhuma vez sequer alguma postagem de seu diretório municipal paulistano.
O perfil nacional e o estadual do partido de José Serra deram três
retransmissões de mensagens cada um para o perfil do diretório municipal. Se
comparado com os 30 e 26 retuítes direcionados aos dois perfis pelo diretório
municipal, não houve uma troca justa.
O PT por sua vez obteve 47 (Ver Tabela 2.) retransmissões, porém, apenas
uma delas adveio de um perfil oficial da campanha, o pensenovo.tv,
diferentemente do partido rival, que contabilizou retransmissões do próprio
candidato José Serra, do perfil oficial da campanha, o Serra Já, além do perfil
representativo da entidade em Indianópolis, entre outros. Porém, bem como o
tucano, o candidato petista, Fernando Haddad, também não retransmitiu
nenhuma mensagem de seu diretório municipal.
Na imagem abaixo, é possível observar o teor de um dos tuites do Partido
de Haddad que obteve retransmissões.

Tabela 1 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PSDB
NOME DO PERFIL

Nº DE RETRANSMISSÕES

PSDB SP - Estadual

3

Marcia (marciateixeirao)

3

PSDB

3

PSDB Indianópolis

2

Daniel Lima

2

Fran (@FranJPSDB45)

2
44
Luiz Eduardo Cardia

2

Mara Kramer

2

André Pomba Cagni

2

Augusto Miranda

1

Beatriz Rodrigues

1

Dani Schwery

1

Daniel Simões Coelho

1

Geraldo Morais

1

João Marcelo

1

João Melo

1

Kamyla Castro

1

Márcia Burgarelli

1

Matheus Leone PSDB

1

Thiago Silva PSDB

1

Tião Farias

1

Valeria Nobrega

1

Valeria Nobrega

1

TOTAL

35

Tabela 2 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PT
NOME DO PERFIL

Nº DE RETRANSMISSÕES

Paulo Fiorilo

3

Avelina Martinez

2

AmigosdoGiba13130

2

Bobcontroversista

2

Cris Bibiano

2

ECOSOL em Movimento

2

MH2R

2

Moinho Vivo

2

AILTON (Cidadaodopovo)

1

A. Donato Madormo

1

Antonio Pedro

1
45
Aparecido (cidoli)

1

Beatriz Amorim

1

Benedito Possamai

1

biosbug

1

Camilo Barbosa

1

Cesar Ogata

1

Chiquinho Maciel

1

Danilo Oliveira

1

Emidio Matos

1

Eugenio Costa

1

Ivanovitch (@ivanovitchstos)

1

João Campos

1

Juliana Borges

1

Julio Cesar M Amorim

1

Júnior Galdino

1

Luiz (@DrPuodzius)

1

Maria Luiza Vieira

1

Maria Luzia Gomes Fonseca

1

Natália Haydú

1

Pedro Igor Mantoan

1

pensenovo.tv

1

Pilar Lacerda

1

Sandra Moon

1

Sergio Pecci

1

SomosHaddad

1

Stanley Burburinho

1

Virtuais Haddad

1

TOTAL

47
46
Um exemplo de mensagem própria do diretório do PSDB que foi
retransmitida pode ser vista abaixo na Figura 9. Já na Figura 10, um exemplo
de mensagem do PT que obteve RT.

Figura 9 - Exemplo de tuíte do diretório do PSDB retransmitido

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER.

Figura 10 - Exemplo de tuíte do PT retransmitido

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER.
47

CAPÍTULO IV - A ANÁLISE CATEGORIA POR CATEGORIA

Este capítulo pretende abordar como as categorias que ainda não foram
citadas no resultado do estudo se apresentaram durante o período analisado.
As dez categorias estão distribuídas em intertítulos para uma melhor
compreensão da análise.
As próximas páginas exibem os dados que a presente monografia levantou
ao longo dos dias analisados.

4.1 I Nome dos Candidatos

Dentre as 131 mensagens retuitadas pelo diretório municipal do PSDB, 15
delas traziam o nome do candidato José Serra (ver Figura 11). Entre os 13
tuítes próprios, 7 deles tinham o nome do político (ver Figura 12).

Figura 11 - Tuíte com o nome do candidato

Fonte: PERFIL SERRA JÁ
48
Figura 12 - Tuíte próprio com o nome do candidato

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER.

Apenas uma das três mensagens retuitadas pelo PT citava o nome de
Haddad. Entre os 36 tuítes próprios, 30 apresentavam o nome do candidato.
O Twitter dispõe de uma ferramenta que demonstra quais os assuntos mais
falados no momento. Ele pode ser dividido por cidades e países.
Ao longo das campanhas presidenciais em 2010, os candidatos e
suas equipes, associados a simpatizantes, se mobilizaram em torno
de ações intituladas “twitaços” (uma referência às manifestações
chamadas de panelaço) cujo objetivo elementar era alavancar a
visibilidade da campanha a atrair novos usuários para os conteúdos e
mensagens dos candidatos, explorando o mecanismo dos tópicos
mais comentados (AGGIO, 2010).

Se a ferramenta supracitada tivesse sido utilizada pelos perfis analisados
neste trabalho, poderia gerar visibilidade aos partidos.

4.2 II Interação

Para este estudo, todas as mensagens retransmitidas foram consideradas
interações, já que os perfis municipais reproduziam os tuítes de outros perfis.
Ou seja, 131 interações do PSDB contra 3 do PT.
Quando analisados apenas os diálogos entre um perfil e outro, o
desempenho foi de cinco citações pelo PSDB e nenhuma do PT, ou seja, o
Partido da Social Democracia Brasileira não dialogou com nenhum usuário,
49
apenas citou quatro perfis e respondeu a um tuite que solicitava informações
sobre a assessoria de imprensa do partido (Figura 13). O PT não respondeu ou
citou nenhum perfil.
É possível verificar o capital social através da interação na rede, que,
como tem custo para os usuários, uma vez que necessita
investimento de tempo, procura pelos diálogos na rede e discussão,
tende a formar, em sua repetição, laços mais fortes. Trata-se
degrupos que necessitam de ação entre seus membros para manter
a coesão (RECUERO, 2009a, p.152).

Figura 13 – Único diálogo do diretório municipal do PSDB em 62 dias de
análise

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER.

4.3 III Retransmissões

Item analisado no subtítulo 3.4

4.4 IV Propostas

Dos 13 tuítes próprios do PSDB, nenhum foi direcionado às propostas do
candidato José Serra. Das 36 postagens próprias do PT, 13 foram direcionadas
às alvitradas de Haddad (ver figura 14).
50
Figura 14 - Tuíte petista com proposta de Haddad

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER

Em compensação, entre os tuites retransmitidos, nenhuma das três
mensagens reproduzidas pelo PT falavam de propostas para a prefeitura de
SP. Os 131 tuítes retransmitidos pelo PSDB contabilizaram 11 mensagens
falando de propostas (Ver figura 15), porém, apenas sete citavam o plano de
governo de Serra.

Figura 15 - Tuíte com proposta de José Serra

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER

4.5 V Ataques a adversários

O diretório municipal do PSDB não atacou o PT em seus tuites próprios.
Das

mensagens

retransmitidas,

pelo

contrário,

direcionadas a ataques ao partido rival (ver figura 16).

32

postagens

foram
51
Figura 16 - PSDB ataca PT em tuíte

Fonte: PERFIL DO PSDB NO TWITTER
O PT por sua vez atacou o partido de Serra três vezes em suas mensagens
próprias (ver Figura 17). Entre as mensagens retransmitidas, nenhuma fazia
ataques ao PSDB.
Figura 17 - PT ataca a oposição

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER
52
4.6 VI Conteúdo multimídia

Entre fotos, vídeos, e outros materiais multimídia, o PT tuitou seis
mensagens próprias (ver Figura 18), mas não retransmitiu nenhuma postagem
com tal classificação.
Figura 18 - Mensagem com conteúdo multimídia do PT

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER

O PSDB tuitou cinco mensagens multimídia e retransmitiu 24 (Ver Figura
19).
53
Figura 19 - Mensagem multimídia do PSDB

Fonte: PERFIL DE ANIBAL DE FREITAS NO TWITTER

4.7 VII Divulgação de agenda

O PSDB divulgou oito vezes algum evento em que José Serra participaria
(Ver Figura 20). O partido retransmitiu 19 mensagens com agenda de
campanha, o que variou entre eventos com Serra e eventos de outros
candidatos (ou do próprio partido).
O PT postou 14 mensagens com eventos de Haddad e não retransmitiu
nenhuma do tipo (Ver Figura 21).
54
Figura 20 - PSDB divulga agenda de Serra

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER.

Figura 21 - PT divulga agenda de Haddad

Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER
4.8 VIII Mobilização

Quando o intuito foi invocar simpatizantes do partido para alguma ação de
campanha, presencial ou online, o PT destinou apenas uma mensagem própria
para tal. Bem como apenas um tuite retransmitido com este assunto (ver figura
22).
O PSDB retransmitiu oito mensagens proclamando a presença de eleitores
em algum evento e produziu quatro postagens deste cunho (ver figura 23). A
discrepância entre um partido e outro, neste quesito, se deve muito ao fato do
PSDB ter comemorado o aniversário do partido durante o período de análise.
55

Figura 22 - PT mobiliza correligionários

Fonte: PERFIL DE FERNANDO HADDAD NO TWITTER.

Figura 23 - PSDB chama seus simpatizantes

Fonte: PERFIL DIÁRIO TUCANO PSDB NO TWITTER.

4.9 IX Outros

Em relação aos posts triviais (agradecimentos, mensagens pessoais, etc.),
o PSDB retransmitiu 52 tuítes que se encaixavam na classificação. O PT
apenas um.
Quando analisados os tuites prórprios, o partido de Serra produziu apenas
uma mensagem trivial, contra quatro do PT.
56
4.10 X Analisar a quantidade de tuítes retuitados de outros perfis

Item analisado no subtítulo 3.4.
57

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo analisou centenas de mensagens dos diretórios
municipais do PT e do PSDB no Twitter. Foram 183 tuítes, entre próprios e
retuitados, aferidos conforme dez categorias criadas com base teórica para
medir o capital social das mensagens. Esta monografia conclui que os perfis de
ambos os partidos possuem caráter ambíguo e objetivos escusos.
As interações entre os perfis considerados com os possíveis eleitores dos
candidatos foram fracas, pressupondo que os responsáveis pelas tuitadas tanto
de PSDB quanto de PT ainda sejam adeptos de uma espécie de comunicação
ao estilo século XX, resumida da seguinte forma: do emissor para o receptor.
Pressupondo que quando postassem as mensagens os seguidores leriam
os tuites, a periodicidade aplicada aos perfis por seus organizadores também
decepciona, já que revela falta de atualizações durante praticamente metade
de um mês.
Os esforços de ambos os partidos em pleno ano de 2012 ainda se
concentram mais em meios tradicionais como a televisão e o rádio. Mesmo
antes da data oficial para a propaganda política de rádio e TV os partidos já
utilizavam os meios citados para inserção de pequenas propagandas, enquanto
isso, o Twitter representativo dos diretórios municipais das entidades focavam
seus esforços em tuitar esporadicamente informações sobre os candidatos e
suas ações.
Quando analisadas as fontes jornalísticas e se algum dos tuites teria se
transformando em pauta para a imprensa, a resposta foi negativa, porém, foi
possível perceber que tuites de alguns candidatos se transformaram em notícia
em grandes portais. As reflexões feitas sobre as mudanças de certos
paradigmas da imprensa denotam que é preciso cautela no processo de
produção das notícias relacionadas ao microblog Twitter, já que, conforme
análise, alguns profissionais da imprensa já cometeram equívocos quando
colheram dados do site citado.
Mesmo com o poder do microblog Twitter na formação do imaginário dos
internautas brasileiros e do constante crescimento do número de usuários da
internet brasileira, o presente trabalho demonstra que algumas instituições,
58
como os partidos analisados neste papel, ainda não utilizam o poder da rede
em sua totalidade.
Os diretórios municipais dos partidos analisados, possivelmente, não
possuem uma equipe para gerir as redes sociais. Um erro costumeiro em quem
está adentrando neste mundo pela primeira vez. Porém, o Twitter é uma
ferramenta existente desde 2006, sendo que em 2008, ele teve grande
destaque nos noticiários brasileiros devido ao seu uso pelo candidato à
presidência dos EUA, Barack Obama. Diretórios de instituições representativas
no cenário político nacional deveriam analisar melhor sua entrada nestes
meios, por meio de estratégia e planejamento. Fazer um perfil no Twitter
apenas porque todos os outros estão fazendo está errado. O trabalho efetuado,
como pôde ser visto nesta análise, pode resultar num desempenho aquém do
esperado.
Por fim, se faz necessário aferir de que maneira a baixa participação dos
diretórios municipais nas redes sociais pode influenciar na quantidade de votos
destinados aos partidos. Outro fator preponderante para um bom uso da
ferramenta Twitter no futuro seria analisar quais tuites possuem mais chances
de virarem notícias nos grandes veículos de imprensa, aumentando assim a
exposição dos partidos políticos e dos candidatos.
59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFONSO, Carlos A. Internet no Brasil: o acesso para todos é possível? São
Paulo: ILDES/Fundação Friedrich Ebert, 2000.
BRASIL. Lei nº 9.504 de 30 de setembro de 1997. In: BRASIL. Tribunal
Superior Eleitoral. Código eleitoral anotado e legislação complementar.
Ed. Especial, rev. e. atual., a partir do texto do v. 1 da 8ª ed. de 2008. Brasília,
2009. art. 41-A, p. 30.
BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras,
2000.
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa.
Barueri: Manole, 2003.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia,
sociedade e cultura; v. 1). São Paulo: Paz e Terra, 1999.
__________. A Galáxia da Internet: Reflexões sobre Internet, Negócios e
Sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.
CHINEM, Rivaldo. Assessoria de Imprensa: como fazer. São Paulo: Summus,
2003.
FERRAZ, Francisco. Manual completo de campanha eleitoral. Porto Alegre:
L&PM, 2008.
FILIPPO, D. D. R. & Sztajnberg, A. Bem-vindo à Internet. Rio de Janeiro:
Brasport, 1996.
GOMES, Neusa Demartini. Formas persuasivas de comunicação política:
propaganda política e publicidade eleitoral. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2001.
GRAEFF, Antonio. Eleições 2.0: a internet e as mídias sociais no processo
eleitoral. São Paulo: Publifolha, 2009.
HAUSSEN, Doris Fagundes. Radio e Politica: Tempos de Vargas e Perón.
Porto Alegre: Edipucrs, 1997.
60
HUNT, Tara. Poder das Redes Sociais: como o fator Whuffie – seu valor no
mundo digital – pode maximizar o resultado dos seus negócios. São Paulo:
Gente. 2010.
KUNTZ, Ronald Anthony. Marketing político: manual de campanha eleitoral. 2
ed. São Paulo: Global, 1998.
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação de massa como extensões
do homem.3 ed. São Paulo: Cultrix, 1964.
PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005.
PUTNAM, R. D. Bowling Alone: The collapse and Revival of American
Community. New York: Simon e Schuster, 2000.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009a.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do - Comunicação empresarial,
comunicação institucional; conceitos, estratégias, sistemas, estrutura,
planejamento e técnicas - São Paulo: Summus, 1986.
TELLES, Helcimara de Souza (Org.) ; Antonio Lavareda (Org.) . Como o
eleitor escolhe o seu prefeito: voto e campanha em eleições municipais. 1.
ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2011.
VIEIRA¹, Eduardo. Os Bastidores da Internet no Brasil: As histórias de
sucesso e de fracasso que marcaram a Web brasileira. 1ª edição. Barueri: Ed.
Manole, 2003.
WOLF, Mauro. Teoria das comunicações de massa. São Paulo: Martins
Fontes, 2005.
ZAGO, Gabriela; RECUERO, Raquel. Jornalismo em Microblogs: Um estudo
das apropriações jornalísticas do Twitter – capítulo do livro “Jornalismo
Contemporâneo: figurações, impasses e perspectivas” – Compós/EDUFBA,
2011.

WEBGRAFIA

ARANTES, Thiago. Barack Obama: Case em mídias sociais. Disponível em:
http://www.slideshare.net/arantes/barack-obama-case-em-mdias-sociaispresentation. Acesso em 4/11/2012.
61

AGGIO, Camilo. As campanhas políticas no Twitter: Uma análise do padrão
de comunicação política dos três principais candidatos à presidência do Brasil
em 2010. Anais do IV Encontro da Compolítica. p. 1-24. Rio de Janeiro. Abr.
2011. Disponível em: <http://www.compolitica.org/home/wpcontent/uploads/2011/03/AGGIO-Camilo.pdf>. Acesso em 2 de abril de 2012.

AZEVEDO, Fernando Antonio ; RUBIM, A. C. . Mídia e Política no Brasil:
Estudos e Perspectivas. Disponível em: <http://bocc.ubi.pt/pag/rubim-albinomidia-politica-brasil.html> Akademia - Biblioteca On-Line de Ciências da
Comunicação, Lisboa, 1998. Acesso em 9 de novembro de 2012.
ACERVO ESTADÃO. O Estado de S. Paulo: páginas da edição de 08 de
setembro de 1957 - pag. 89. 2012. Disponível em:
<http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19570908-25262-nac-0089-999-89not/busca/barbas+sujas>. Acesso em 9 de novembro de 2012.
BARBOSA, Aline da Silva Néto. Orkut: o espaço que possibilita a Visibilidade e
a Imortalidade. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/premios/2009/AlineBarbosa.pdf> Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação (32. : 2009:Curitiba)., v. 1, p. 1-15,
2009. Acesso em 9 de novembro de 2012.
BESSA, Ana Paula. As redes sociais e os jornalistas. 2012. Disponível em
<http://www.midiaepolitica.unb.br/index.php?option=com_content&view=article
&id=90:as-redes-sociais-e-os-jornalistas&catid=14:edicao-022012>. Acesso em
4 de novembro de 2012.
BRANDÃO, Bruna Alencar. Marketing Político na Twittosfera Brasileira.
Fortaleza, 2010. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/37880946/54/Marketing-politico-na-Twittosferabrasileira>. Acesso em 9 de novembro de 2012.
BRITO, Ruan; SILVA, Tarcízio; SANTOS, Nina; CERQUEIRA, Renata; AYRES,
Marcel. (Orgs.). Mídias Sociais e Eleições 2010. Bookess Editora, Online,
2011. Disponível em: <http://www.slideshare.net/tarushijio/ebook-midiassociais-e-eleicoes-2010>. Acesso em 9 de novembro de 2012.
BUENO, Laís Cardozo; TERRA, Carolina Frazon. Os microblogs como
ferramenta de comunicação organizacional. In: III Simpósio Nacional
ABCiber, 16 a 18 de novembro de 2009. Disponível em:
<http://www.abciber.com.br/simposio2009/trabalhos/anais/pdf/artigos/1_redes/e
ixo1_art7.pdf>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
62

CANÁRIO, Duarte. Como Obama aproveitou as Redes sociais para gerar
$122 milhões em donativos. Disponível em:
<http://www.marketingtecnologico.com/marketingtecnologico/artigos/default.asp
?id=146> Acesso em 9 de novembro de 2012.
CANAVILHAS, João. A Comunicação Política na Era da Internet. Disponível
em:<http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-comunicacao-politica-na-erada-internet.pdf >. Acesso em 24 de outubro de 2012.
CASTILHO, Daniela. Novas tecnologias de ensino e aprendizagem: a
Internet, a tecnologia e os ambientes virtuais. 2005. Disponível em:
<http://www.oolhodahistoria.ufba.br/artigos/tecnologias-ensino-aprendizageminternet-daniela-castilho.pdf>. Acesso em 9 novembro de 2012.
CASTILHO, Carlos. O Twitter e o "jornalismo boca a boca". 2011. Disponível
em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/posts/view/o-twitter-e-ojornalismo-boca-a-boca> Acesso em 4 de novembro de 2012.
CHRISTOFOLETTI, Rogério; SILVA, Francisco Antônio Machado. Jornalismo
em 140 toques: análise de três contas do Twitter no Brasil. Intexto, Porto
Alegre: UFRGS, v.1, n.22, P. 65-80, janeiro/junho 2010. Disponível em:
<http://seer.ufrgs.br/intexto/article/view/13377/8695>. Acesso em 10 de
novembro de 2012.
COMUNIQUE-SE. Redes sociais servem de pauta para 80% dos
profissionais da imprensa. 2012. Disponível em: <http://portal.comuniquese.com.br/index.php/editorias/9-contra-ataque/70023-redes-sociais-servem-depauta-para-80-dos-profissionais-da-imprensa.html> Acesso em 4 de novembro
de 2012.
______________. Repórter comete “barriga" por falso perfil de Hebe
Camargo no Twitter. 2010. Disponível em <http://portal.comuniquese.com.br/index.php/editorias/3-imprensa-a-comunicacao-/65252-reportercomete-%E2%80%9Cbarriga-por-falso-perfil-de-hebe-camargo-no-twitter.html>
Acesso em 9 de novembro de 2012.
DATAFOLHA. Após anúncio de candidatura, Serra cresce e lidera.
Disponível em:
<http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=1183>. Acesso em 3
abril de 2012.
DEBIASI, Adam Esteves. Assessoria de Imprensa nas Redes Sociais: uma
análise da comunicação da Eletrobrás, Petrobrás, Tecnisa e Whole Foods
63
Market. 2010. Disponível em:
<http://www.slideshare.net/AdamEstevesDebiasi/assessoria-de-imprensa-nasredes-sociais-uma-anlise-da-comunicao-da-eletrobrs-petrobrs-tecnisa-e-wholefoods-market>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
DELO, Cotton. Connected Brazilians, Mexicans Prefer Internet to TV; Online
Penetration Climbs. 2012. Disponível em: <http://adage.com/article/globalnews/online-penetration-climbs-brazil-mexico/233292/>. Acesso em 9 de
novembro de 2012.
DIRCEU, José. Para levar Haddad ao 2º turno, tranquilidade e muita précampanha. 2012. Disponível em:
<http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&&id=1
5266&Itemid=2> Acesso em 9 de novembro de 2012.
DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT EM SÃO PAULO. 2012. Disponível em:
<http://www.dmptsp.org.br/>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
EXAME.COM. No Twitter, Soninha diz que Haddad é “menos pior”. 2012.
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/brasil/politica/noticias/no-twittersoninha-diz-que-haddad-e-menos-pior>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
FELISBERTO, Deize Liliane; RODRIGUES, Kellen Cardoso. A utilização do
marketing nas campanhas políticas. Tubarão, 2002. Disponível em:
<http://paginas.unisul.br/agcom/revistacientifica/artigos/artigo_kellendeize.pdf>.
Acesso em 23 ago 2010.
FOLHA ONLINE. Entenda o que é podcast. 2006. Informática. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19678.shtml> Acesso
em 9 de novembro de 2012.
FREITAS, Hélio Alberto de Oliveira. Nem tudo é notícia: o grupo Folha na
Internet. 1999. Disponível em: <
http://www2.metodista.br/unesco/helio/index.htm>. Acesso em 9 de novembro
de 2012.
GIARDELLI, Gil. eleições 2.0 e o palanque digital. 2008. Disponível em:
<http://www.gilgiardelli.com.br/blog/2008/02/21/eleicoes-20-e-o-palanquedigital/> Acesso em 9 de novembro de 2012.
_________, Gil. Essa tal da privacidade online. 2009. Disponível em:
<http://www.gilgiardelli.com.br/blog/2012/09/20/essa-tal-da-privacidade-online/>
Acesso em 9 de novembro de 2012.
64
GOMES, Wilson; FERNANDES, Breno; REIS, Lucas; SILVA, Tarcizio.
"POLITICS 2.0": A campanha on-line de Barack Obama em 2008. Revista de
Sociologia e Política, Curitiba, v. 17, n. 34, p. 29-43. 2009. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010444782009000300004&script=sci_arttext>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
IBGE. IBGE divulga as estimativas populacionais dos municípios em 2012.
2012. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noti
cia=2204&id_pagina=1> Acesso em 9 de novembro de 2012.
IBOPE. Número de brasileiros com acesso à internet chega a 83,4 milhões
de pessoas. 2012. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/ptbr/noticias/paginas/numero-de-brasileiros-com-acesso-a-internet-chega-a-83milhoes-de-pessoas.aspx> Acesso em 09 de nov. 2012.
JANOVIK, Carolina. Pré-campanha on-line de Dilma e Serra: O uso da
internet pelos candidatos às eleições presidenciais de 2010. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2010. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25585/000754162.pdf?seque
nce=1> Acesso em: 12 mai. 2012.
JESUS, Aline. História das redes sociais: do tímido ClassMates até o boom
do Facebook. 2012. Disponível em:
<http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/07/historia-das-redessociais.html> Acesso em 9 de novembro de 2012.
LÉVY, Pierre. A Revolução contemporânea em matéria de comunicação.
Revista Famecos, Porto Alegre, v. 9, n. , p.37-49, 01 dez. 1998. Semestral.
Tradução: Juremir Machado da Silva. Disponível em:
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile
/3009/2287>. Acesso em 9 de novembro de 2012.
LIMA, R. V. ; DE OLIVEIRA, Paulo Cristiano ; BAPTISTA, J. A. A. ; RABELLO,
M. H. . A utilização de redes sociais em empresas de pequeno porte da
cidade de São Paulo. In: VIII CNEG - Congresso Nacional de Excelência em
Gestão, 2012, Niterói. Disponível em:
<http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg8/anais/T12_05
36_2469.pdf>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
MEMÓRIA RODA VIVA. Gilberto Gil. 1996. Disponível em:
<http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/247/entrevistados/gilberto_gil_1996.htm
> Acesso em 9 de novembro de 2012.
65

MENEGHINI, Carla. Novo dicionário escolar reconhece termos como
'periguete' e 'tuitar'. 2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/bienal-dolivro/rio/2011/noticia/2011/09/novo-dicionario-escolar-reconhece-girias-comoperiguete-e-tuitar.html> Acesso em 9 de novembro de 2012
MIGUEL, Luis Felipe. Os meios de comunicação e a prática política. Lua
Nova, 55-56: 155-184. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n5556/a07n5556.pdf>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
MONTEIRO, Silvana Drumond Monteiro. O Ciberespaço: o termo, a definição
e o conceito. 2007. Disponível em: <http://www.dgz.org.br/jun07/Art_03.htm>.
Acesso em 4 de novembro de 2012.
O GLOBO. Serra divulga no Twitter primeiro clipe oficial de campanha.
2012. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/pais/serra-divulga-no-twitterprimeiro-clipe-oficial-de-campanha-5615450>. Acesso em 4 de novembro de
2012.
OLIVEIRA, Stéphani Paula Gomes de. Empresas no Twitter: a gestão das
marcas em 140 caracteres. 2010. Disponível em:
<http://www.aberje.com.br/monografias/Monografia%20Stephani%20Paula.pdf
>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
OLIVEIRA, Nelson. Jornalismo participativo e informação hiperlocal: o
papel de mashups e hashtags na construção da notícia em redes sociais.
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.
2009. Disponível em: <http://intercom.org.br/premios/2009/R4-0408-1.pdf>.
Acessado em 04 de novembro de 2012.
ORIELLA PR NETWORK 2011. 2011. Disponível em:
<http://www.vianews.com.br/PESQUISAORIELLA2011FINAL.pdf>. Acesso em
9 de novembro de 2012.
PERFIL SERRA JÁ NO TWITTER. Todos juntos. Pelo melhor para São
Paulo #SerraJa. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/SerraJa/status/216882585383600128>. Acesso em 04 de
novembro de 2012.
______ DE JOSÉ SERRA NO TWITTER. Recepção carinhosa e uma
oportunidade de apresentar propostas para aquela região da cidade. 2012.
Disponível em: <https://twitter.com/joseserra_/status/231092428617162752>.
Acesso em 04 de novembro de 2012.
66
______ DE FERNANDO HADDAD NO TWITTER. H13: nesta sexta-feira, 20
de julho, 19h, blogueiros e tuíteiros com Fernando Haddad no encontro
#haddadnasredes na Casa de Portugal. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/Haddad_Fernando/status/225702551960559616>. Acesso
em 04 de novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. "Meu
sonho é voltar a ser prefeito da cidade que eu amo", afirma @joseserra_ #
convencaoPSDB #SerraJa. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/Tucano_SP/status/216924987389517825>. Acesso em 04
de novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. “Hora H ao
vivo”: campanha de Fernando Haddad transmite hoje debate sobre o
„Arco do Futuro‟. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/dmptsp/status/237615029808156672>. Acesso em 04 de
novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. São Paulo,
9h. Tem início a Convenção do PSDB. Vamos, juntos, trabalhar pelo
futuro de São Paulo #SerraJa. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/Tucano_SP/status/216866683128774656>. Acesso em 04
de novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. Lucas, boa
tarde! Por favor, peço que nos siga para passar a informação. Abraços.
2012. Disponível em:
<https://twitter.com/Tucano_SP/status/217687457225912320>. Acesso em 04
de novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Fernando
Haddad quer bicicletas integradas ao Bilhete Único. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/dmptsp/status/223792654608105475>. Acesso em 04 de
novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. RT
@SerraJa na #ConvençaoPSDB defende a "cidade compacta" adensando
areas proximas do Centro para aproximar o trabalhador do trabalho. 2012.
Disponível em: <https://twitter.com/Tucano_SP/status/216930004834066432>.
Acesso em 04 de novembro de 2012.

______ DO PSDB NO TWITTER. Um dia para o julgamento do mensalão!
Acompanhe amanhã o final da contagem regressiva. 2012. Disponível em:
67
<https://twitter.com/Rede45/status/230664396072972288>. Acesso em 04 de
novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Ibope diz que
Kassab tem pior avaliação desde que assumiu a prefeitura. 2012.
Disponível em: <https://twitter.com/dmptsp/status/232552948331315201>.
Acesso em 04 de novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Caminhada
da Arrancada com Haddad! Confira algumas fotos. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/dmptsp/status/221360948693307392>. Acesso em 10 de
novembro de 2012.
______ DE ANIBAL DE FREITAS NO TWITTER. Aníbal foi homenagiado
pelo pres da assoc de moradores do Jd Brasil por todo trabalho dedicado
aos moradores do bairro. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/anibalfreitas45/status/237922651128078337>. Acesso em
10 de novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. A
Convenção do PSDB-SP está chegando! Domingo, 24, vamos conclamar
José Serra nosso candidato a prefeito da capital. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/Tucano_SP/status/216189123248140289>. Acesso em 04
de novembro de 2012.
______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Lula e
Haddad terão agendas de campanha nesta semana. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/dmptsp/status/237934697005600768>. Acesso em 10 de
novembro de 2012.
______ DIÁRIO TUCANO PSDB NO TWITTER. Não deixe de conferir o
didático vídeo feito pela @Rede45 sobre o mensalão, o escândalo que
ninguém esquece. 2012. Disponível em:
<https://twitter.com/DiarioTucano/status/230291842640531456>. Acesso em 10
de novembro de 2012.
PRIMO, Alex. A Cobertura e o debate público sobre os casos Madeleine e
Isabella: encadeamento midiático de blogs, Twitter e mídia massiva. Galáxia:
revista transdisciplinar de comunicação, semiótica, cultura, São Paulo, n. 16, p.
43-59, dez. 2008. Disponível em: <
http://www.ufrgs.br/limc/PDFs/caso_Isabella_e_Madeleine.pdf>. Acesso em 10
de novembro de 2012.
PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER - Não revisado
PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER - Não revisado
PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER - Não revisado

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

La actualidad más candente (12)

Monografia
MonografiaMonografia
Monografia
 
PRÁTICAS DO JORNALISMO COLABORATIVO: Análise comparativa no processo de produ...
PRÁTICAS DO JORNALISMO COLABORATIVO: Análise comparativa no processo de produ...PRÁTICAS DO JORNALISMO COLABORATIVO: Análise comparativa no processo de produ...
PRÁTICAS DO JORNALISMO COLABORATIVO: Análise comparativa no processo de produ...
 
Monografia - Luiz Gonzaga: Uma visão publicitária
Monografia - Luiz Gonzaga: Uma visão publicitáriaMonografia - Luiz Gonzaga: Uma visão publicitária
Monografia - Luiz Gonzaga: Uma visão publicitária
 
Livroppj 2014-emilia-sandra-virginia-cp-140920214644-phpapp01-libre
Livroppj 2014-emilia-sandra-virginia-cp-140920214644-phpapp01-libreLivroppj 2014-emilia-sandra-virginia-cp-140920214644-phpapp01-libre
Livroppj 2014-emilia-sandra-virginia-cp-140920214644-phpapp01-libre
 
Vii pp n1 agência expresso
Vii pp n1  agência expressoVii pp n1  agência expresso
Vii pp n1 agência expresso
 
JORNALISMO PARTICIPATIVO E A MORTE DE MUAMMAR KADAFI: Uma análise dos Jornais...
JORNALISMO PARTICIPATIVO E A MORTE DE MUAMMAR KADAFI: Uma análise dos Jornais...JORNALISMO PARTICIPATIVO E A MORTE DE MUAMMAR KADAFI: Uma análise dos Jornais...
JORNALISMO PARTICIPATIVO E A MORTE DE MUAMMAR KADAFI: Uma análise dos Jornais...
 
O PROFISSIONAL DE RP E A GESTÃO DE COMUNICAÇÃO NO RELACIONAMENTO COM A COMUNI...
O PROFISSIONAL DE RP E A GESTÃO DE COMUNICAÇÃO NO RELACIONAMENTO COM A COMUNI...O PROFISSIONAL DE RP E A GESTÃO DE COMUNICAÇÃO NO RELACIONAMENTO COM A COMUNI...
O PROFISSIONAL DE RP E A GESTÃO DE COMUNICAÇÃO NO RELACIONAMENTO COM A COMUNI...
 
Comunicação política via internet nas eleições presidenciais da Costa do Marfim
Comunicação política via internet nas eleições presidenciais da Costa do MarfimComunicação política via internet nas eleições presidenciais da Costa do Marfim
Comunicação política via internet nas eleições presidenciais da Costa do Marfim
 
Cds balanço cds final
Cds   balanço cds finalCds   balanço cds final
Cds balanço cds final
 
A influência das Redes Sociais na Comunicação Organizacional
A influência das Redes Sociais na Comunicação OrganizacionalA influência das Redes Sociais na Comunicação Organizacional
A influência das Redes Sociais na Comunicação Organizacional
 
As Relações Públicas e o Personal Branding: O indivíduo como marca
As Relações Públicas e o Personal Branding: O indivíduo como marcaAs Relações Públicas e o Personal Branding: O indivíduo como marca
As Relações Públicas e o Personal Branding: O indivíduo como marca
 
Redes Sociais e a Comunicação Empresarial
Redes Sociais e a Comunicação EmpresarialRedes Sociais e a Comunicação Empresarial
Redes Sociais e a Comunicação Empresarial
 

Similar a PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER - Não revisado

Identidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo Caldeira
Identidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo CaldeiraIdentidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo Caldeira
Identidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo Caldeira
movimentosupernova
 
Gerenciamento de crise um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...
Gerenciamento de crise   um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...Gerenciamento de crise   um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...
Gerenciamento de crise um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...
Jess Gama
 
A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...
A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...
A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...
dierlisantos
 

Similar a PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER - Não revisado (20)

TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
 
ANÁLISE DE PONTOS DE PROPAGAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM REDES SOCIAIS COM O USO DO A...
ANÁLISE DE PONTOS DE PROPAGAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM REDES SOCIAIS COM O USO DO A...ANÁLISE DE PONTOS DE PROPAGAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM REDES SOCIAIS COM O USO DO A...
ANÁLISE DE PONTOS DE PROPAGAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM REDES SOCIAIS COM O USO DO A...
 
Identidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo Caldeira
Identidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo CaldeiraIdentidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo Caldeira
Identidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo Caldeira
 
TCC - Patrícia Martendal
TCC - Patrícia MartendalTCC - Patrícia Martendal
TCC - Patrícia Martendal
 
Monografia stephani paula
Monografia stephani paulaMonografia stephani paula
Monografia stephani paula
 
Gerenciamento de crise um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...
Gerenciamento de crise   um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...Gerenciamento de crise   um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...
Gerenciamento de crise um estudo de caso das estratégias de comunicação na ...
 
Jornalismo de 140 caracteres no Twitter
Jornalismo de 140 caracteres no TwitterJornalismo de 140 caracteres no Twitter
Jornalismo de 140 caracteres no Twitter
 
Spatti j tcc_bauru
Spatti j tcc_bauruSpatti j tcc_bauru
Spatti j tcc_bauru
 
A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...
A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...
A APROPRIAÇÃO DE IDENTIDADE NO AMBIENTE VIRTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE OS PERFI...
 
O resgate da interação face-a-face intermediada pela rede social Couchsurfing
O resgate da interação face-a-face intermediada pela rede social CouchsurfingO resgate da interação face-a-face intermediada pela rede social Couchsurfing
O resgate da interação face-a-face intermediada pela rede social Couchsurfing
 
Os efeitos da mídia jornalistica digital na construção da imagem do professor
Os efeitos da mídia jornalistica digital na construção da imagem do professorOs efeitos da mídia jornalistica digital na construção da imagem do professor
Os efeitos da mídia jornalistica digital na construção da imagem do professor
 
Comunicação e marketing em 140 caracteres: um estudo de caso sobre a atuação ...
Comunicação e marketing em 140 caracteres: um estudo de caso sobre a atuação ...Comunicação e marketing em 140 caracteres: um estudo de caso sobre a atuação ...
Comunicação e marketing em 140 caracteres: um estudo de caso sobre a atuação ...
 
Político 2.0 – Senadores (2011)
Político 2.0 – Senadores (2011)Político 2.0 – Senadores (2011)
Político 2.0 – Senadores (2011)
 
Pesquisa Medialogue Político 2.0 - Senadores (2011)
Pesquisa Medialogue Político 2.0 - Senadores (2011)Pesquisa Medialogue Político 2.0 - Senadores (2011)
Pesquisa Medialogue Político 2.0 - Senadores (2011)
 
Político 2.0 – Senadores (2011)
Político 2.0 – Senadores (2011)Político 2.0 – Senadores (2011)
Político 2.0 – Senadores (2011)
 
Cheila marques motivações da participação do cidadão nos media
Cheila marques motivações da participação do cidadão nos mediaCheila marques motivações da participação do cidadão nos media
Cheila marques motivações da participação do cidadão nos media
 
Monografia "A que velocidade você correria por um sonho?" • Agência Vintage
Monografia "A que velocidade você correria por um sonho?" • Agência VintageMonografia "A que velocidade você correria por um sonho?" • Agência Vintage
Monografia "A que velocidade você correria por um sonho?" • Agência Vintage
 
HÁBITOS DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MARCAS NA INTERNET: ANÁLISE DO...
HÁBITOS DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MARCAS NA  INTERNET:  ANÁLISE DO...HÁBITOS DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MARCAS NA  INTERNET:  ANÁLISE DO...
HÁBITOS DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MARCAS NA INTERNET: ANÁLISE DO...
 
PEC João Vitor Korc
PEC  João Vitor KorcPEC  João Vitor Korc
PEC João Vitor Korc
 
Monografia yago modesto alves - do impresso ao tablet análise do conteúdo d...
Monografia   yago modesto alves - do impresso ao tablet análise do conteúdo d...Monografia   yago modesto alves - do impresso ao tablet análise do conteúdo d...
Monografia yago modesto alves - do impresso ao tablet análise do conteúdo d...
 

Más de Leonardo Araujo (8)

Economia Brasileira 2012: DESAFIOS, OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
Economia Brasileira 2012: DESAFIOS, OPORTUNIDADES E AMEAÇASEconomia Brasileira 2012: DESAFIOS, OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
Economia Brasileira 2012: DESAFIOS, OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
 
5 voe alto - quinta edição
5   voe alto - quinta edição5   voe alto - quinta edição
5 voe alto - quinta edição
 
1 voe alto - primeira edição
1   voe alto - primeira edição1   voe alto - primeira edição
1 voe alto - primeira edição
 
Você acredita no brasil edição 47 - -(junho_2011_) - revista brasileiros
Você acredita no brasil    edição 47 - -(junho_2011_) - revista brasileirosVocê acredita no brasil    edição 47 - -(junho_2011_) - revista brasileiros
Você acredita no brasil edição 47 - -(junho_2011_) - revista brasileiros
 
Folha de s.paulo painel do leitor - 01 04-2009
Folha de s.paulo   painel do leitor - 01 04-2009Folha de s.paulo   painel do leitor - 01 04-2009
Folha de s.paulo painel do leitor - 01 04-2009
 
Folha de s.paulo painel do leitor - 21 06-2009
Folha de s.paulo   painel do leitor - 21 06-2009Folha de s.paulo   painel do leitor - 21 06-2009
Folha de s.paulo painel do leitor - 21 06-2009
 
Folha de s.paulo painel do leitor - 08 05-2010
Folha de s.paulo   painel do leitor - 08 05-2010Folha de s.paulo   painel do leitor - 08 05-2010
Folha de s.paulo painel do leitor - 08 05-2010
 
Folha de s.paulo diploma ou não - 21 06-2009
Folha de s.paulo   diploma ou não - 21 06-2009Folha de s.paulo   diploma ou não - 21 06-2009
Folha de s.paulo diploma ou não - 21 06-2009
 

PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER - Não revisado

  • 1. UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM JORNALISMO LEONARDO ARAUJO PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER: Análise dos perfis paulistanos dos diretórios municipais do PT e do PSDB São Paulo 2012
  • 2. 1 LEONARDO ARAUJO PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER: Análise dos perfis paulistanos dos diretórios municipais do PT e do PSDB Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo a Curso de Comunicação Social da Universidade de Santo Amaro – UNISA sob orientação do Prof. Ms. Wagner Belmonte. São Paulo 2012
  • 3. 2 LEONARDO ARAUJO PRÉ-CAMPANHA MUNICIPAL 2012 NO TWITTER: Análise dos perfis paulistanos dos diretórios municipais do PT e do PSDB Monografia apresentada para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo ao Curso de Comunicação Social da Universidade de Santo Amaro – UNISA sob orientação da Área de Concentração__________________________. Data de Aprovação: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA (nome do orientador e Titulação) (nome do professor e Titulação) CONCEITO FINAL:______________________________
  • 4. 3 Dedico este trabalho aos meus pais.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Quatro anos são quase mil e quinhentos dias. Nem se eu quisesse poderia colocar todos que me ajudaram durante este período. O que posso fazer é, no mínimo, tentar. Agradeço à minha família pelo amor, ajuda e paciência. À Fernanda, pois ela aguentou tudo ao meu lado. Agradeço aos professores Expedito Leandro, Clausia Antoneli, Márcia Lilla, Vera Cristina, Carlos Gonçalves, Fernando Morais, Rafael Sbarai, Paulo Lima, Carlos Cazuza, Marcelo Caldeira, Deise Oliveira, Eiko Enoki e Eric de Carvalho que, de alguma forma, contribuíram para minha formação. Pelos elogios e risos ao longo deste período, fica aqui meu abraço ao mestre e colega Edson Correia.Também agradeço aos colegas de profissão e mestres na arte de comunicar e ensinar: Anderson Gurgel e Marcelo Cardoso.Agradeço também ao sempre exigente Márcio Rodrigo, pelas elucidações quando o assunto era qualquer coisa. Agradecimentos especiais ao professor, orientador e mentor profissional Wagner Belmonte, pela força de sempre e também ao mestre Carlos Dias, pelos conselhos que só ele poderia dar. Um abraço aos colegas Gabriela Amaral, Cecília Aranda, Neise Belmonte, Tiago Machado, Erika Lopes, César Augusto, André Barreto, Vanessa Soares e Turkiewicz, Catia Cabral e Diogo Oliveira pelas risadas ao longo do curso.Um efusivo e especial agradecimento ao colega e irmão Rafael Barreto pelo apoio nos momentos mais conturbados. Um abraço a todos que, de alguma maneira, me ajudaram durante este curso e que, infelizmente, não incluí nesta lista. Obrigado.
  • 6. 5 “Para o medíocre, a mediocridade é uma felicidade” – Nietzsche, em “O Anticristo”
  • 7. 6 RESUMO O presente trabalho faz um estudo comparativo entre dois perfis do Twitter. As postagens dos diretórios municipais de São Paulo do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) foram analisadas durante período pré-campanha para o pleito municipal de 2012. Período este delimitado entre o dia 21 de junho e 21 de agosto do mesmo ano, pois, até a data informada, a propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão, primordial para o início da campanha oficial, ainda não estava no ar. Por meio de uma pesquisa qualitativa, as mensagens postadas na rede social supracitada foram avaliadas com o objetivo de descobrir se os partidos usariam ou não os preceitos do capital social em suas mensagens para que, dessa maneira, angariassem novos eleitores aos seus candidatos. Submetidos à analise, as mensagens se mostraram vazias e a interação entre os possíveis eleitores irrelevante se comparada à quantidade de dias analisados. Também foi analisada a relação do Twitter com o jornalismo e de que maneira ela apreendeu os perfis analisados. Palavras-chave: redes sociais, mídias sociais, internet, políticos, campanhas
  • 8. 7 ABSTRACT This paper makes a comparative study between two Twitter profiles. The posts of the São Paulo municipal directories of the Workers Party (PT) and the Party of Brazilian Social Democracy (PSDB) were analyzed during the pre-campaign for the municipal elections of 2012. This defined period between June 21 and August 21 of the same year, because until the date notified, the free electoral propaganda on radio and television, paramount to the official start of the campaign, was not in the air. Through qualitative research, the messages posted on the social network above were evaluated in order to find out whether or not the parties would use the precepts of social capital in their messages so that in this way collected new voters to its candidates. Submitted to analysis, messages were shown empty and interaction among likely voters is irrelevant compared to the amount of days analyzed. We also analyzed the relationship of journalism with Twitter and how she seized the profiles analyzed. Keywords: social networks, social media, internet, politicians, campaigns
  • 9. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - As principais redes de Obama ......................................................... 25 Figura 2 - O Globo utilizando o Twitter como fonte .......................................... 33 Figura 3 - Exame utilizando o Twitter como fonte ............................................ 34 Figura 4 - Periodicidade dos tuítes ................................................................... 39 Figura 5 - Um dos tuítes retransmitidos pelo PSDB ......................................... 40 Figura 6 - número de mensagens retuitadas pelo perfil do PSDB.................... 41 Figura 7 - Um dos tuítes de José Serra retransmitido pelo diretório tucano ..... 41 Figura 8 - Um dos tuites retransmitidos pelo diretório municipal do PT ........... 42 Figura 9 - Exemplo de tuíte do diretório do PSDB retransmitido ...................... 46 Figura 10 - Exemplo de tuíte do PT retransmitido ............................................ 46 Figura 11 - Tuíte com o nome do candidato ..................................................... 47 Figura 12 - Tuíte próprio com o nome do candidato ......................................... 48 Figura 13 - Único diálogo do diretório municipal do PSDB em 62 dias de análise ......................................................................................................................... 49 Figura 14 - Tuíte petista com proposta de Haddad .......................................... 50 Figura 15 - Tuíte com proposta de José Serra ................................................. 50 Figura 16 - PSDB ataca PT em tuíte ................................................................ 51 Figura 17 - PT ataca a oposição ...................................................................... 51 Figura 18 - Mensagem com conteúdo multimídia do PT .................................. 52 Figura 19 - Mensagem multimídia do PSDB .................................................... 53 Figura 20 - PSDB divulga agenda de Serra ..................................................... 54 Figura 21 - PT divulga agenda de Haddad ....................................................... 54 Figura 22 - PT mobiliza correligionários ........................................................... 55 Figura 23 - PSDB chama seus simpatizantes .................................................. 55
  • 10. 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PSDB .................................. 43 Tabela 2 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PT ........................................ 44
  • 11. 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12 CAPITULO I - COMUNICAÇÃO, TWITTER E JORNALISMO: A EPOPEIA... 15 1.1 Dos veículos de massa aos 140 caracteres: uma breve história .. 15 1.2 Redes sociais: velhas conhecidas ...................................................... 18 1.3 O nascimento do Twitter e suas implicações .................................... 20 1.4 O modelo Obama: a campanha conta-gotas ...................................... 22 1.5 O Twitter nas eleições de 2010 no Brasil............................................ 26 1.6 O embate digital entre PT e PSDB ....................................................... 27 1.7 Objetivos desta monografia ................................................................. 29 1.7.1 Geral ................................................................................................ 29 1.7.2 Específicos ..................................................................................... 29 CAPITULO II - JORNALISMO, COMUNICAÇÃO E TUITES: REFLEXÕES SOBRE UM NOVO MUNDO ............................................................................ 31 2.1 A comunicação política no Brasil e suas ligações com o jornalismo ...................................................................................................................... 31 2.2 Fontes jornalísticas se transformam em perfis no Twitter ............... 31 2.3 A fonte rasa do ciberespaço ............................................................ 34 CAPITULO III - A PESQUISA E SUAS NUANCES ......................................... 36 3.1 Metodologia ....................................................................................... 36 3.2 PT vs. PSDB: 2012, um ano de mudanças? .................................... 38 3.3 Quantidade total de tuites analisados ................................................ 38 3.4 O fator interação ................................................................................... 40 3.5 O capital social e a barganha de mensagens ..................................... 43 CAPÍTULO IV - A ANÁLISE CATEGORIA POR CATEGORIA....................... 47 4.1 I Nome dos Candidatos ........................................................................ 47 4.2 II Interação ............................................................................................. 48 4.3 III Retransmissões ................................................................................ 49 4.4 IV Propostas .......................................................................................... 49 4.5 V Ataques a adversários ...................................................................... 50 4.6 VI Conteúdo multimídia ........................................................................ 52 4.7 VII Divulgação de agenda..................................................................... 53 4.8 VIII Mobilização ..................................................................................... 54 4.9 IX Outros................................................................................................ 55 4.10 X Analisar a quantidade de tuítes retuitados de outros perfis ....... 56 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 57
  • 12. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 59 WEBGRAFIA ................................................................................................... 60
  • 13. 12 INTRODUÇÃO Este trabalho pretende responder se as postagens do PT e do PSDB de São Paulo, durante o período de pré-campanha eleitoral, utilizam o capital social de forma profícua. Este período foi escolhido pois as candidaturas ainda não haviam sido homologadas no inicio da pesquisa, portanto não seria possível analisar os perfis dos próprios candidatos, além disso, o foco municipalizado do estudo caracteriza uma atenção maior aos órgãos que representam os partidos em seus municípios. A pré-campanha também representa um momento de planejamento, onde o bojo da campanha principal está em formação. Na fase de pré campanha, três tarefas se apresentam como prioritárias: 1 A construção de alianças eleitorais; 2 A criação de um Programa de Governo; 3 A elaboração de plataformas de comunicação envolvendo assessores, coordenadores de área, lideranças comunitárias, políticas, simpatizantes e colaboradores (PARTIDO DOS TRABALHADORES PARANÁ.ORG.BR, 2012). Para o presente estudo, uma pesquisa qualitativa foi feita aplicada sobre as mensagens postadas pelos diretórios entre os dias 21 de junho e 21 de agosto de 2012. Depois de coletados, os tuites, como são chamados, passaram pelo crivo composto por dez categorias, são elas: nome dos candidatos; interações; retransmissões; propostas; ataques aos adversários; conteúdo multimídia; divulgação de agenda; mobilização; outros e quantidade de tuites retuitados. O uso destas categorias, hipoteticamente, auxiliaria para a construção sólida de uma boa gama de seguidores no microblog, ou seja, caso os diretórios utilizassem os componentes que compõem o capital social, estariam fadados ao êxito e arquitetariam uma boa base de seguidores na rede social, podendo angariar novos eleitores para seus respectivos candidatos: José Serra e Fernando Haddad. Para ilustrar a pesquisa e como ela alcançou os resultados, o trabalho possui imagens de alguns dos tuites, bem como tabelas que exibem como as principais interações se deram entre os diretórios municipais e seus pares.
  • 14. 13 O crescimento da internet no país e o número de usuários brasileiros no Twitter revelam a importância do estudo, bem como a análise de casos emblemáticos de alguns políticos que já utilizaram a ferramenta para compor suas campanhas políticas e buscar novos eleitores e simpatizantes. Vale lembrar que tal ferramenta também pode ser chamada de microblog, que seria uma forma reduzida de microblogging, faceta diminuta do blog tradicional, conforme explica artigo das pesquisadoras Carolina Frazon Terra e Laís Cardozo Bueno (2009). A fim de não haver conflito na definição dos termos, este estudo irá se basear no artigo de Raquel Recuero (2008), professora e pesquisadora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que relata toda a ferramenta utilizada para emergência de uma rede social como uma mídia social. Ou seja, o Twitter, sendo uma ferramenta, é uma mídia social. Mesmo que um usuário não tenha nenhum seguidor no microblog, ele ainda assim estará utilizando uma mídia social. Porém, a definição é diferente quando falamos de redes sociais. Os atores são o primeiro elemento da rede social, representados pelos nós (ou nodos). Trata-se das pessoas envolvidas na rede que se analisa. Como partes do sistema, os atores atuam de forma a moldar as estruturas sociais, através da interação e da constituição de laços sociais (RECUERO, 2009a, p. 25). Portanto, uma rede social é composta por mais de um elemento em ação. Mídia social é social porque permite a apropriação para a sociabilidade, a partir da construção do espaço social e da interação com outros atores (RECUERO, 2008). Em artigo de André Telles, publicitário formado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, ele diz que várias pessoas confundem os termos Redes Sociais com Mídias Sociais, quando na verdade, o primeiro é uma categoria do último (2010). Portanto, quando a referência no texto for o Twitter, o presente trabalho utilizará o termo mídia social. Para analisar o impacto dessas mídias no Brasil, se faz necessário observar estudos como o da Semiocast, consultoria francesa que analisa dados das mídias sociais. Ele mostra que o Brasil possui 41,1 milhões de usuários. Em termos de percentuais, o país possui 0.8% e, quando o assunto é o total de
  • 15. 14 tuítes publicados, a nação é responsável por 6.6%. Os Estados Unidos da América lideram o ranking. Dos 517 milhões de tuiteiros apurados pela consultoria, 140 deles são norte-americanos. São Paulo e Rio de Janeiro estão entre as maiores cidades apontadas pelo estudo. Elas representam 4º e 16º posição, respectivamente (OLHAR DIGITAL, 2012). Será interessante observar se o presente estudo revela se a queda de audiência do Twitter no Brasil reflete na utilização dessa rede social. Um estudo da consultoria britânica comScore, divulgado em setembro, revelou que nos últimos doze meses anteriores à pesquisa, o Brasil perdeu 24% de usuários no site.Um dos motivos citados para tal queda, é que o Brasil estaria migrando para o Facebook, rede social que prioriza as imagens, ao contrário do Twitter (PORTAL EBC, 2012). Esta monografia pretende focar o que ocorre com os tuites dos diretórios municipais, como se estes estivessem numa redoma onde tudo que acontece em volta é importante para o presente estudo. Será possível observar que os partidos não trazem inovações no uso do site no período analisado. Não interação com os usuários e possíveis eleitores. Bem como não há nenhuma postagem que tenha se tornado uma notícia nos grandes veículos de comunicação, contrariando o caráter de fonte da rede social estudada. Este papel demonstra, por meio de sua análise, que grandes instituições, como os partidos aqui estudados, ainda encaram a rede social Twitter como uma via de mão única, onde o emissor e o receptor não dialogam, algo que vai definitivamente contra os preceitos do capital social, bem como um dos paradigmas do site Twitter, defendido por um de seus fundadores, Jack Dorsey: interação e aproximação (SBARAI, 2010). Outrora desprezada, a internet, como será visto nas próximas páginas, possui poder imensurável e necessita de análises profundas em relação ao seu uso nas mais variadas áreas.
  • 16. 15 CAPITULO I - COMUNICAÇÃO, TWITTER E JORNALISMO: A EPOPEIA 1.1 Dos veículos de massa aos 140 caracteres: uma breve história Comunicação política no Brasil é algo que se faz, quase que exclusivamente, em época de eleições, conforme explica Neusa Demartini Gomes (2001), Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidad Complutense de Madrid, em seu livro “Formas persuasivas de comunicação política: propaganda política e publicidade eleitoral”. É preciso lembrar também que a cada processo de escolha política surgem novos métodos de comunicação e persuasão utilizados por diversos candidatos a fim de surpreender o eleitorado. Segundo o trabalho de pesquisa “A Utilização Do Marketing Nas Campanhas Políticas”, feito por Deize Liliane Felisberto e Kellen Cardoso Rodrigues (2002), isso se deve ao fato de que, quanto melhor for a campanha eleitoral e quanto mais abusarem de artifícios e propagandas, mais fácil será obter a simpatia e os votos dos eleitores. Como bem lembra o professor do Instituto de Ciência Política Luis Felipe Miguel (2002) em seu artigo "Política em tempos de mídia", o rádio e o cinema surpreenderam os sujeitos políticos no início do século XX. Estes novos meios exigiam novos tipos de políticos, que soubessem como utilizá-los. Cada um à sua maneira, Franklin Roosevelt, nos Estados Unidos, e Hitler, na Alemanha, tornaram-se símbolos da política da era do rádio. Obviamente que o Brasil também teve seu representante como mentor político dos meios de comunicação que revolucionaram o mundo no século XX. Seu nome era Getúlio Vargas. Para a Doutora e Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, Doris Fagundes Haussen, Getúlio Dornelles Vargas, gaúcho de São Borja, cuidou para monopolizar os principais meios de comunicação à época de seu golpe de estado, ocorrido em 1937. Com o objetivo de mobilizar e controlar a opinião pública foi criado o DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda, em 1939. Entretanto, anteriormente, já em 1931, havia sido criado o DOP -
  • 17. 16 Departamento Oficial de Propaganda, agregado à Imprensa Nacional, tendo como atividades principais a elaboração de um programa oficial radio-fônico, precursor da "Hora do Brasil", retransmitido para todo o país (HAUSSEN, 1997, p.38). Portanto, é válido afirmar que os políticos, tanto no Brasil como fora dele, desde o advento dos meios de comunicação em massa, sempre buscaram transmitir informações a fim de manipular o pensamento vigente da população. Porém, a eleição direta “aparece como acontecimento detonador de um boom imediato e posterior de reflexões sobre o enlace mídia e política" (AZEVEDO; RUBIM, 1998). Kuntz já alertava para as mudanças em 1986: A descoberta desse novo e vigoroso mercado, representado pelo volume de materiais e serviços utilizados por candidatos em suas campanhas eleitorais, chegou como uma bomba para as empresas e os profissionais potencialmente aptos para entender à demanda desses materiais e serviços, que se defrontaram de repente com inúmeras perspectivas inéditas, sem que tivessem tempo suficiente de preparar-se para viabilizá-las e atendê-las (KUNTZ, 1986, p.11). À luz das reflexões dos autores citados acima, é possível perceber que as campanhas eleitorais ganharam força no Brasil já no fim do século XX. Em 1989, o ápice da importância se deu nas primeiras eleições diretas para presidente da república, como já fora citado. Porém, uma novidade que chegaria ao Brasil em meados dos anos 90 daria uma guinada na comunicação política e nas campanhas eleitorais. A Internet chegou ao Brasil, coincidentemente, em 1989, quando, segundo Carlos Afonso, cofundador e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômica (2000), o primeiro serviço brasileiro da rede começou a funcionar, operado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) no Rio de Janeiro. Mas antes, em suas origens, ela havia sido criada pelos norte-americanos para fins militares. A história da Internet começa em 1969 nos Estados Unidos, com o início do projeto ARPANet. Promovido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos através da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA – Advanced Research Projet Agency), este projeto visava a criação de uma rede experimental de computadores. Esta serviria tanto para interligar agências militares e centros de pesquisa que desenvolviam pesquisa militar, como também para promover o estudo de redes confiáveis. Uma rede confiável seria aquela que poderia ser danificada parcialmente – devido a um ataque militar como uma bomba – e ainda assim continuar operando. Nessa época, vivia-se a Guerra Fria (FILIPPO, 1996, p.19).
  • 18. 17 A rede se popularizou em 1994, com o início do uso comercial em grande escala do protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol) para a montagem de sites WWW (World Wide Web - teia de alcance mundial). Como bem lembra Eduardo Vieira, sócio fundador da agência Ideal, em sua obra “Os Bastidores da Internet no Brasil”, foi nesse ano que a revista TIME publicou a palavra "Internet" pela primeira vez em sua capa (VIEIRA, 2003, p. 65.). Foi também nesta época que os computadores ganharam os lares das classes médias urbanas de todo o planeta: [...] havia um esforço da indústria para aproximar as pessoas dessas máquinas, seja por intermédio da criação de telecentros, cibercafés ou bibliotecas virtuais, seja por conta dos financiamentos bancários, inclusive estatais (VIEIRA, 2010b). Posteriormente, já era possível vislumbrar o poder da rede mundial de computadores, conforme fez o cientista social Pierre Lévy, quando disse o seguinte, prevendo a capacidade da internet: "haverá espaço para todo o mundo, todas as culturas, todas as singularidades, ilimitadamente" (LEVY, 1998). É interessante observar o crescimento do meio separados por curtos períodos. Por exemplo, em 1995, o número de usuários na rede brasileira não passava de 110 mil. No fim de 1998, estimava-se que este número chegava a 4 milhões (TESTEZLAF, 1999). Em 2012, este número alcançou incríveis 83,4 milhões (IBOPE, 2012). Isto numa população de 193 milhões de habitantes. (IBGE, 2012). Nesse ínterim, a cultura brasileira se transformou. Em 1996, por exemplo, Gilberto Gil, de olho nessas mudanças latentes, lançou a canção “Pela Internet”, onde cantarolava sobre as novas atividades da então recente novidade (MEMÓRIA RODA VIVA, 1996). O jornalismo também foi afetado. O mundo que migrava para a internet levava junto seus periódicos da imprensa. Com bem resume Francisco Antônio Machado da Silva, em sua monografia para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo pela Universidade do Vale de Itajaí:
  • 19. 18 Publicar notícias através da internet não é algo novo: mesmo desconsiderando os primeiros blogueiros, as empresas da área jornalística estão presentes na rede desde meados da década de 90. Os primeiros portais noticiosos online foram os americanos The NandO Times (de 1994, hoje extinto) e o The San Jose Mercury News54 (de 1995). No Brasil, a primazia coube ao Jornal do Brasil55, no ar desde maio de 1995. Desde então, todos os grandes periódicos nacionais criaram suas versões virtuais (SILVA, 2009). Os precursores do jornalismo online no Brasil apostaram no meio em meados de 1995, muito pelo sucesso de periódicos norte-americanos e ingleses. Foi em fevereiro deste ano, conforme relata Hélio Freitas em sua dissertação de mestrado (1999), que foi lançado o primeiro jornal brasileiro com uma edição completa na rede, o Jornal do Brasil. Alguns meses mais tarde, foi a vez da revista Isto É publicar uma edição online na rede. Diversas publicações em todo o país seguiram a tendência, nem sempre com as mesmas características técnicas e editoriais, como o jornal Zero Hora, do Grupo RBS, O Estado de S. Paulo, do Grupo OESP, e O Globo, das Organizações Globo. 1.2 Redes sociais: velhas conhecidas As redes sociais também acompanhavam o crescimento. Mas, assim como a internet, elas já eram antigas. Os pesquisadores Vinicius Kenji Shimazaki e Maria Márcia Matos Pinto relatam o início destas redes datado em meados de 1970. Os autores descrevem que as primeiras foram os “E-mail lists” e “Bulletin Board Systems (BBS)”, que surgiram na década de 1970. Posteriormente, a Internet Relay Chat (IRC) e a Usenet apareceram. Tais ferramentas seguiam o conceito de mensagens no qual as pessoas se ajuntavam por interesses em comum. “Mas para que estas ferramentas funcionassem era necessária a conexão com a rede e um software em comum para todos os usuários.” (SHIMAZAKI; PINTO, 2011). Segundo Cenidalva Miranda de Sousa Teixeira (1997), professora adjunta do Departamento de Biblioteconomia e Assessora de Interiorização da Universidade Federal do Maranhão, o IRC era um local de bate-papos para conversações sobre assuntos diversos com pessoas espalhadas pelo mundo,
  • 20. 19 já o Usenet era formado por grupos de discussão com foco na troca de mensagens, tais grupos eram organizados hierarquicamente, por tópicos e subtópicos. Posteriormente, a chegada de ferramentas como AOL Instant Messenger e ICQ contribuiu para a disseminação dos programas de mensagens instantâneas. Ambas as ferramentas mantinham listas de pessoas com as quais o usuário se comunicava ou mantinha alguma relação, seja de amizade ou de interesses em comum. Esta ferramenta já possuía algumas opções novas, como a de adicionar ou restringir algum usuário e realizar um “multi-chat” no qual havia a conversa de 3 ou mais usuários em um mesmo bate-papo (SHIMAZAKI; PINTO, 2011). Porém, a primeira rede social na época da internet popularizada em computadores pessoais nasceu em 1995, seu nome era ClassMates, seu objetivo era possibilitar reencontros entre amigos que estudaram juntos, seja no colégio ou na faculdade. O serviço era pago, porém conseguiu fazer sucesso e está online até hoje. Algo bem parecido com o que temos hoje, com envio de mensagens privadas e publicações em murais, por exemplo, foi inaugurado em 1997: era o site Six Degrees. O conceito deste último foi copiado por diversos sites, mas apenas um deles, o Friendster, obteve êxito, tanto que seu sucesso, em 2002, gerou uma proposta de compra do Google pela bagatela de US$ 30 milhões. O Myspace veio posteriormente apostando no conceito multimídia, ou seja, o perfil do usuário nesta rede poderia compartilhar fotos e músicas com quem interagisse. Em 2004, a rede já havia ultrapassado o Friendster e se tornado a grande mania da época. Foi então que surgiu o Orkut, a primeira grande rede social que fez sucesso no Brasil (JESUS, 2012). Conforme relata artigo de Daniela Castilho (2005), designer formada em Artes Plásticas pela Universidade Mackenzie, o sucesso do Orkut se deu devido ao fato de que era uma ferramenta muito fácil de utilizar. O site foi criado em 22 de janeiro de 2004, com o objetivo de ajudar seus membros a encontrarem novas amizades e manterem relacionamentos. Recebeu este nome em homenagem ao seu criador, o engenheiro Orkut Buyukkokten, segundo artigo de Aline Barbosa (2009), coordenadora de pesquisa e professora da Faculdade Interamericana de Porto Velho dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda.
  • 21. 20 E é pouco depois de tais afirmações que surge a ferramenta que incorpora o objeto de pesquisa deste estudo: o Twitter. 1.3 O nascimento do Twitter e suas implicações Com a Internet em franca ascensão mundo afora, dois empresários do setor tecnológico têm a ideia que permeia este trabalho. Evan Williams e Biz Stone precisavam, segundo Tiago Ribas (2011), criar uma ferramenta de comunicação para facilitar o contato entre os funcionários da empresa pela empresa Odeo Inc. de São Francisco, Estados Unidos da América (EUA), especializada em podcasts, que também são chamados de podcastings e são arquivos de áudio transmitidos via internet (FOLHA UOL INFORMÁTICA, 2006). Os executivos estavam com dificuldades para contatar os colaboradores e juntá-los para reuniões. Foi no início de 2006 que Jack Dorsey desenvolveu o software. Ainda segundo Ribas, a ideia do funcionário era a seguinte: Inspirado no sistema de mensagens instantâneas de celular SMS, que possibilitava o envio de mensagens com até 160 caracteres, Dorsey desenvolveu um software de envio de mensagens curtas, que poderiam ser lidas pelo celular, com até 140 caracteres (de maneira a caber também a informação do nome do autor da mensagem). Na tela inicial, uma pergunta que se tornaria a alma do Twitter: “What are you doing?” ou “O que você está fazendo?” (RIBAS, 2011). Segundo pesquisa de Paulo Oliveira, José Baptista, Marcelo Henrique e Renan Lima (2012), “twttr” foi o primeiro nome dado à rede oficial, pois as mensagens via celular norte-americanas tinham como padronização códigos de cinco dígitos, como as cinco letras que compõem a denominação. Anteriormente, o pré-twitter foi chamado de “Status” e, como já relatado, tinha como conceito do envio de mensagens curtas através do celular, nas quais você receberia um twich (vibração, em tradução livre) no seu bolso quando uma mensagem fosse enviada. O título não agradou, pois não deixava claro o que era o serviço. Procurando por nomes parecidos no dicionário, Dorsey e os outros encontraram a palavra "twitter", que em inglês tem dois significados: uma pequena explosão de informações inconsequentes” e “pios
  • 22. 21 de pássaros (SMAAL, 2012). Ambos combinavam perfeitamente com o conceito. O primeiro protótipo do Twitter era usado internamente na Odeo, sendo lançado em escala pública e completa (também para computadores) em julho de 2006. Em agosto, os três fundadores e outros membros da Odeo fundaram a Obvious Corporation, que incluía o domínio Twitter.com. Não demorou para que a ferramenta ganhasse adeptos fora da empresa para o qual ela havia sido criada. No fim do seu primeiro dia de vida, a ferramenta que havia sido desenvolvida para uma equipe de 12 pessoas já contava com 20 usuários. Os funcionários da empresa acabaram repassando o programa para amigos e familiares, começando a expansão da nova rede social (RIBAS, 2011). Em março de 2007, o site foi lançado durante a feira de tecnologia South by Southwest (SXSW), um festival de música e filmes para novos talentos, que atraiu muitos criadores e empresários do ramo tecnológico para mostrar suas ideias, conforme noticiou o jornalista Mitch Wagner (2007) à época. O Twitter, em seu primeiro dia como produto oficial, alcançara 20 mil usuários. O site se tornou o assunto mais comentado do evento e recebeu o prêmio de melhor produto da SXSW 2007. A ferramenta alcançou 32 milhões de usuários em pouco mais de três anos. Tudo isso sem investir em publicidade, conforme ressalta Ribas (2011). O Twitter pode ser definido como uma rede de informação em tempo real que conecta você às últimas histórias, ideias, opiniões e notícias sobre o que há de mais interessante. Basta encontrar as contas que você mais se identifica e seguir as conversas (TWITTER, 2012). Segundo artigo dos pesquisadores Mariana Valente e Maurílio da Silva (2010), cada mensagem é chamada de Tuíte, um substantivo derivado do verbo tuitar (MENEGHINI, 2011) e é composta por 140 caracteres. Para mencionar um perfil (mention), é preciso adicionar o símbolo “@” e o nome de usuário do perfil que se pretende citar (Ex: @Twitter). Utilizando este recurso é possível comentar o que outro usuário disse, mencioná-lo ou iniciar uma conversa. O retweet, ou apenas RT, permite retransmitir a mensagem de outro perfil, tornando-a visível a todos os seus seguidores. Este recurso pode ser ativado
  • 23. 22 por um botão situado abaixo da postagem ou adicionando as letras RT em frente ao nome de usuário precedido por “@” (Ex: RT @Twitter Mensagem). Outro recurso são as hashtags, que servem para marcar um assunto. Ao inserir o símbolo “#” antes de uma palavra (#Twitter, por exemplo), ela se torna um tópico. Os mais citados (Trending Topics ) em conversações entram em classificações (em ordem decrescente) por região numa lista que apura quais os assuntos mais falados no momento. Os usuários do Twitter recebem informações que são relevantes para eles, que dizem respeito ou interessam a pessoas e empresas que estão próximas. Isso, associado à possibilidade de facilmente reenviar (ou retuitar) mensagens que eles, os usuários, acharem pertinentes, o que torna essa rede social uma nova forma de navegar na internet. Com ele, é possível realizar a visita a diversos sites com base na indicação de pessoas conhecidas, o que vai muito além do “mero uso de uma ferramenta de busca ou da seleção de um portal. É uma indicação tão mais pessoal” (RIBAS, 2011). Desde o advento da internet, os políticos vêm utilizando as ferramentas que ela dispõe para campanhas eleitorais. Desde os sites, passando pelos blogs e chegando às redes sociais, muito se discutiu sobre o uso da grande rede mundial de computadores em campanhas políticas. É profícuo para o estudo que se propõe esta monografia repassar casos emblemáticos de uso da ferramenta em campanhas políticas. 1.4 O modelo Obama: a campanha conta-gotas Em 2008, o então candidato à presidência dos Estados Unidos da América, Barack Obama, utilizou as redes sociais como forma de se aproximar de seus eleitores.
  • 24. 23 A campanha de Barack Obama não se destacou exatamente pelo pioneirismo em geral, apenas pelo pioneirismo político. Todas as práticas usadas por sua equipe já haviam sido testadas com sucesso por anunciantes via publicidade digital. O grande diferencial da campanha democrata, entretanto, foi a amplitude das ações e o fato de todas as possibilidades da comunicação digital terem sido exploradas de maneira eficiente (GOMES et al, 2009). E ainda, segundo Antonio Graeff (2009), especialista em tecnologia, a grande mudança dessa nova era não tem a ver só com o uso das mídias sociais pelos candidatos; tem a ver com o uso dessas novas mídias pelos cidadãos. A imagem de alguém perto dos eleitores, a um clique de ouvi-los, foram variáveis de peso na campanha que elegeu Obama. Nos Estados Unidos da América, ao contrário do Brasil, o voto é facultativo, o que significa que, quanto mais engajados, mais os jovens e não votantes serão compelidos a exercerem seu direito (GOMES et al, 2009). O website oficial do candidato não é mais tão “principal”, distribuindo o tráfego para diversos outros sites de compartilhamento de conteúdo e mídias sociais que maximizam a visibilidade. A campanha constrói-se de forma colaborativa. Em relação ao Twitter, Obama comunicava, principalmente, sua agenda do dia para a campanha. Ele também fornecia informações sobre o processo de votação e direcionava seguidores para seu site oficial. Um dos maiores destaques na estratégia de campanha norteamericana, Barack Obama - o político com o maior número de seguidores do mundo - se tornou referência de boas práticas no uso da ferramenta – e não só entre os políticos. A integração com outras redes sociais também fez do Twitter um dos principais agregadores de notícias sobre a campanha: nos posts do microblog, eram referenciadas as fotos do Flickr, os vídeos do Youtube, a página oficial no Facebook, fazendo que os outros canais também se fortalecessem (BRITO, 2011).
  • 25. 24 Na interpretação do autor supracitado, houve um diferencial que merece destaque entre Obama e os candidatos brasileiros à presidência em 2010: Declarações dos candidatos em seus perfis acabavam ultrapassando os limites da internet: apareceram como tópicos em entrevistas televisivas e ganharam páginas em jornais e revistas. Comparativamente falando, no sentido de conversar com o eleitor, os candidatos brasileiros deram um passo além da estratégia Obama, que raramente respondia eleitores e se limitava a distribuir 1 informação em formato de broadcasting (BRITO, 2011). . O então candidato à presidência dos Estados Unidos conseguiu alavancar mais de 100 milhões de dólares em donativos para sua campanha por meio das redes sociais (CANÁRIO, 2012). O especialista em redes sociais Gil Giardelli, executivo-chefe da Gaia Creative, empresa especializada em soluções tecnológicas para o relacionamento digital através das mídias sociais, afirma que, ao contrário de sua adversária à época Hilary Clinton, Obama não precisou derrubar árvores e imprimir panfletos para causar uma boa impressão em seu eleitorado jovem e ganhar votos importantes (GIARDELLI, 2008). O documentário Obama Digital (SORREN, 2009), afirma que em determinados momentos, o meio de comunicação teve muita importância para o sucesso de seu candidato. John F. Kennedy usou dos artifícios da televisão. Com Franklin Roosevelt, o rádio fez a diferença. Obama é o primeiro presidente digital bem sucedido. Segundo Gomes (2009), Obama gastou mais de U$16 milhões em sua campanha on-line. O dinheiro foi investido em anúncios da campanha veiculados em sites com grande número de visitantes. Além da criação de uma rede social própria, a MyBarackObama.com, o candidato democrata possuía links para outros 16 perfis em redes sociais (Ver Figura 1). 1 Termo utilizado para designar a transmissão de informações, principalmente, em rádio e TV.
  • 26. 25 Figura 1 - As principais redes de Obama Fonte: Barack Obama: Case em mídias sociais:
  • 27. 26 1.5 O Twitter nas eleições de 2010 no Brasil Antes de dar início às reflexões voltadas ao pleito de 2012, vale ressaltar que não houve a utilização do Twitter pelos candidatos à prefeitura de São Paulo em 2008. A disputa, polarizada entre Marta Suplicy e Gilberto Kassab não ocorreu porque ambos não tinham perfis no microblog. Kassab criou sua página em 20 de junho de 2009, Marta abriu sua conta em julho de 20102. Segundo análise de Camilo Aggio (2011), Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (UFB), nas eleições de 2010 para a presidência do Brasil, os candidatos que polarizaram a disputa, Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB, utilizaram o Twitter para angariar votos. Segundo Aggio (2011), a interação com os seguidores é uma das armas mais poderosas que os candidatos devem utilizar em se tratando de redes sociais. Porém, em 2010, dos três casos analisados pelo autor, apenas dois foram bem direcionados: Marina Silva e José Serra compreenderam, basicamente, o funcionamento do Twitter enquanto ferramenta de comunicação política singular que os aproxima de seus eleitores de variadas maneiras. A candidata Dilma Rousseff isola-se num padrão e comunicação ultra-discreto, ínfimo, que reflete a completa incompreensão do funcionamento do Twitter ou a simples opção de não fazer campanha através desse canal (AGGIO, 2011). A conclusão do autor se deu por meio de pesquisa quantitativa 3 em que foram mensurados 15 indicadores de interação e comportamento dos perfis supracitados, entre 02 de agosto de 2010 e 02 de outubro do mesmo ano. Diante destes fatos, é possível observar que a utilização das redes sociais, especificamente do Twitter, deve ser conduzida com a preocupação de engajar o seguidor, para que este dissemine a filosofia do candidato ou partido. Não menos importantes são as possibilidades de engajar os eleitores em mobilizações em prol da campanha dentro dos ambientes digitais ou deles para fora em ações presenciais. O poder de disseminação 2 Informações retiradas de http://www.whendidyoujointwitter.com/. A análise quantitativa aplicada por AGGIO permitiu identificar as apropriações diferenciadas de cada um dos candidatos, explorando de forma distinta os recursos do Twitter e evidenciando níveis de entendimento particulares de como o instrumento deve ser empregado como artifício de campanha. 3
  • 28. 27 de informações e conteúdos ao longo das centenas de redes sociais construídas dentro do Twitter são terrenos férteis para uma posição qualificada e salutar das campanhas (AGGIO, 2011). Em seu TCC, Carolina Janovik (2010) diz que os políticos encontraram na internet uma alternativa aos meios de comunicação tradicionais, controladores das mensagens, para retomar o contato direto com o eleitorado, enquanto este último encontra na rede, alternativas de acesso à informação4. Na grande mídia isso geralmente é controlado de acordo com o que convém aos interesses da instituição de comunicação. O conteúdo exposto nas redes sociais passa a ser controlado pelo candidato ou pelos assessores, uma vez que a informação está livre dos filtros impostos pela mídia. A autora também ressalta a importância das redes sociais para uma comunicação mais aberta e multidirecional baseada em diálogo e interação, reaproximando cidadãos e esfera política. Para ela, “o advento da web no jogo político traz a possibilidade do diálogo também no que diz respeito à campanha eleitoral, assim como em qualquer outro assunto, tornando-a, além de didática, dialógica” (JANOVIK, 2010). O pleito de 2010, segundo Brito (2011), foi tratado como um caldeirão experimental, onde algumas ações dos candidatos foram positivas e uma grande parcela tiveram uma performance sofrível. As estratégias de envolvimento e construção de imagem de Dilma, a militância engajada de Marina Silva, o tuiteiro de sucesso José Serra e o “hacker” Plínio Sampaio foram, sem dúvida, pontos de destaque das campanhas majoritárias. E, em todos eles, houve o envolvimento do eleitor (BRITO, 2011) Portanto, antes de adentrar ao estudo que se propõe esta monografia para o pleito de 2012, é necessário relevar as eleições em 2010 no âmbito digital. É preciso analisar a disputa entre PT e PSDB ocorrida na disputa daquele ano. 1.6 O embate digital entre PT e PSDB 4 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do Diploma de Graduação em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob orientação: Profª. Drª. Maria Berenice Machado, no ano de 2010.
  • 29. 28 Em 2010, a internet, especificamente o microblog (BUENO; TERRA, 2009) Twitter, foi palco de uma disputa eleitoral fora das urnas. O embate entre a então candidata Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB, não pôde passar de 140 caracteres. A vitória levaria um deles para o posto da República Federativa do Brasil. O que poucos esperavam, era que a contenda por votos ganharia ares de batalha digital. Num mundo invisível, os dois se digladiaram para ver quem usaria melhor uma ferramenta nunca antes utilizada por um candidato à presidência da república. Foi o momento definitivo em que políticos brasileiros insurgiram numa nova era. Período que a pesquisadora Lucia Santaella relata da seguinte forma: A entrada do século XXI deverá ser lembrada no futuro como a entrada dos meios de comunicação em uma nova era: a da transformação de todas as mídias em transmissão digital, como se o mundo inteiro estivesse, de repente, virando digital (SANTAELLA, 2001) A dúvida era de como se portariam os candidatos partindo do principio de que “a internet dá voz ao seu público em uma comunicação mais horizontal (de todos para todos), flexível (sem barreiras geográficas e temporais e com certa proteção de identidade), interativa (ações conjuntas)” (JANOVIK, 2010). A disputa aconteceu e a candidata do PT sagrou-se campeã. O acontecimento confirmou que o Twitter estava, definitivamente, presente na vida dos cidadãos. Uma ferramenta indispensável, de uma rede que se transformou numa espécie de segunda existência dos internautas. A Internet é o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informação é hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em nossa época, a Internet poderia ser equiparada tanto a uma rede elétrica quanto ao motor elétrico, em razão de sua capacidade de distribuir a força da informação por todo o domínio da atividade humana (CASTELLS, 2004, p. 7). De acordo com Aggio (2010), Dilma teve média de postagens abaixo de seus principais rivais, além disso, a candidata parece ter utilizado a ferramenta apenas mudar sua imagem de intransigente. A curiosidade dos comunicólogos ficou em saber como se comportará os candidatos do próximo pleito, no caso, este de 2012.
  • 30. 29 1.7 Objetivos desta monografia O presente trabalho propõe a análise dos perfis da rede social Twitter dos diretórios municipais de São Paulo do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), já que os dois, assim como revelam pesquisas (TELLES, 2012), polarizam a disputa eleitoral desde 1994 nos 100 maiores municípios brasileiros e, em 2012, como anteciparam pesquisas lançadas antes do pleito (DATAFOLHA, 2012), o embate aconteceu de novo este ano. 1.7.1 Geral Analisar se os tuítes dos perfis dos diretórios municipais do PT e do PSDB em São Paulo observando se eles agregam o chamado capital social no conteúdo postado. Pretendo discutir que o capital social é mais importante para os perfis no Twitter na construção de uma gama de seguidores sólida. 1.7.2 Específicos Verificar qual a frequência de postagens relacionadas à eleição municipal de São Paulo. Averiguar se a boa utilização do capital social intrínseco às mensagens faz diferença no aumento de seguidores. Analisar quais as principais palavras utilizadas nas postagens. Buscar postagens ilegais no período pré-eleitoral, demonstrando assim que a internet é usada ilegalmente pelos partidos políticos. Ainda segundo Telles, na década de 1980, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) contava com a maior identificação na capital paulista. Contudo, nas décadas seguintes, o PT se consolidou como partido
  • 31. 30 com maior identificação, enquanto o PMDB caiu para 4%. Os dados fazem parte da pesquisa de Identidade partidária em São Paulo, realizada em 2008 pelo Datafolha. A mesma pesquisa indica que o PSDB passou dos 3% para 11% no mesmo período. Para Brito, (2011), o futuro das campanhas políticas terá muito mais importância nos meios on-line. O Brasil de 2010 ainda é um país em que a penetração da internet é baixa, apesar da vocação do brasileiro para a rede e do seu potencial de crescimento explosivo. Sendo assim, não houve qualquer episódio nas redes que modificasse de modo claro e decisivo as tendências do processo eleitoral. No futuro, no entanto, não deverá ser assim (BRITO, 2011). Em sua monografia para obtenção do título de Bacharel em Publicidade e Propaganda, Bruna Brandão (2010)5 observa que o eleitor brasileiro gosta de se sentir o próprio produtor de conteúdo e tal posicionamento fortalece ainda mais o segmento como um mercado relevante a ser conquistado pelos candidatos, visto que esses não estarão somente alcançando mais um voto, como também potenciais formadores de opiniões nas redes sociais. 5 Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito para obtenção do título de bacharel em Publicidade e Propaganda, sob orientação da Professora Dra. Karla Regina M. P Patriota, no ano de 2010.
  • 32. 31 CAPITULO II - JORNALISMO, COMUNICAÇÃO E TUITES: REFLEXÕES SOBRE UM NOVO MUNDO 2.1 A comunicação política no Brasil e suas ligações com o jornalismo Em diferentes ocasiões, a comunicação exerceu forte influência sobre os eleitores quando se trata de eleições no Brasil. Em 1989, em nossa primeira eleição direta, o país percebeu que eleger um candidato era tarefa que, se houvesse a vontade e a necessidade, poderia ser responsabilidade de um meio de comunicação. “O eleito foi Fernando Collor de Mello, cuja candidatura contou com o apoio do Jornal Nacional, do Fantástico e dos outros programas jornalístico da Rede Globo de Televisão.” (BUCCI, 2000, p. 30). Além do famoso exemplo de 1989, o passado do país também presenciou grandes manipulações políticas e destemperos midiáticos feitos pelos grandes meios de comunicação. Em 1897, por exemplo, o Estado de S. Paulo publicou um artigo de Olavo Bilac onde o autor dizia o seguinte: “Enfim, arrasada a cidadela maldita! Enfim, dominado o antro negro, cavado no centro do adusto sertão, onde o profeta das longas barbas sujas concentrava sua força diabólica”, em referência à Guerra de Canudos (ACERVO ESTADÃO, 2012). Todo meio ou veículo de comunicação também “é uma arma poderosa para abater outros meios e veículos e outros grupos.” (MCLUHAN, 1964, P.35). Neste sentido, cabe ressaltar que a internet no Brasil demonstra sinais de que substituirá grandes meios de comunicação como a televisão, conforme mostra reportagem de Cotton Delo (2012). 2.2 Fontes jornalísticas se transformam em perfis no Twitter Diversos autores apontam as ligações das redes sociais com o jornalismo. É o caso da jornalista Gabriela Zago (2011a e 2011b). Num dos trabalhos, intitulado “Jornalismo em Microblogs: Um estudo das apropriações jornalísticas
  • 33. 32 do Twitter”, que é um capítulo do livro “Jornalismo Contemporâneo: figurações, impasses e perspectivas”, a autora faz, em parceria com Recuero, uma análise empírica sobre alguns perfis de caráter noticiosos. Analisando as apropriações para o jornalismo, foram identificadas três fases na produção de notícias: a mera transposição do conteúdo para outros meios; a adaptação do conteúdo; a criação de produtos inovadores. Essas diferentes apropriações da ferramenta e do formato podem resultar em novas formas de se fazer jornalismo, podendo até mesmo modificar os modos de circulação e de consumo das informações, uma vez que o jornalismo passa a estar disponível em outros lugares da web, além de poder ser acessado a partir de dispositivos móveis (ZAGO, 2011). Outros autores também relatam a utilização do microblog pelos veículos jornalísticos enfatizando suas características (CHRISTOFOLETTI; SILVA, 2010; CARVALHO, 2011; RIBAS, 2011). Porém, este capítulo pretende mostrar como as fontes jornalísticas estão surgindo no microblog. Antes, é preciso lembrar que "a tarefa de apuração jornalística se baseia na obtenção de dados e opiniões provenientes de fontes" (OLIVEIRA, 2009). [...] o twitter também provê jornalistas de meios tradicionais e da própria web com informações e novas pautas. Logo, os microblogs podem ser considerados como uma nova fonte de informação, legítima e potencialmente diversificadora de “vozes” na cobertura jornalística (VIEIRA, 2010a). Até mesmo o New York Times, reconhecido periódico norte-americano, já se rendeu ao Twitter. Assim como acontece com os blogs, os microblogs também podem ser apropriados para o jornalismo. E as próprias empresas jornalísticas estão, aos poucos, percebendo esse potencial. O jornal The New York Times, por exemplo, utilizou o termo microjornalismo (“microjournalism”) em 2008 para se referir à utilização do Twitter para divulgação de acontecimentos relacionados às prévias das eleições norte-americanas (ZAGO, 2009). A explicação para este tipo de comportamento se deve muito ao fato de que o “Twitter consegue divulgar notícias com muito mais rapidez que qualquer meio jornalístico tradicional.” (PRIMO, 2008, p. 47). A divulgação de notícias em primeira mão, a facilidade para encontrar fontes de informação e para monitorar a repercussão e os desdobramentos de suas matérias bem como a de veículos concorrentes, são algumas características do microblog como meio
  • 34. 33 jornalístico. “O Twitter é usado para buscar fontes e também para jornalistas retirarem declarações de tuiteiros famosos para suas matérias, como aconteceu após a morte do cantor Michael Jackson.” (SPYER, 2009). Com isto em mente, esta monografia analisou se algum dos tuites avaliados foi utilizado por algum veículo da imprensa para pautar uma matéria. Para ilustrar o que buscamos durante os dias analisados, a Figura 2 exibe a versão online do jornal carioca “O Globo” noticiando um fato ocorrido no Twitter: a divulgação de um vídeo da campanha feita pelo candidato José Serra. A Figura 3 também demonstra outra matéria que utilizou o microblog como fonte de informação quando a versão online da revista “Exame” noticiou uma manifestação da então candidata Soninha Francine. Figura 2 - O Globo utilizando o Twitter como fonte Fonte: O GLOBO.
  • 35. 34 Figura 3 - Exame utilizando o Twitter como fonte Fonte: EXAME.COM. 2.3 A fonte rasa do ciberespaço Um estudo da Oriella PR Network, uma rede de 15 agências de comunicação em 20 países ao redor do mundo, demonstra o poder das mídias sociais quando o assunto é sua invasão nas redações jornalísticas. No Brasil [...] o twitter, com 66,67%, é o meio preferido como fonte; o Facebook, com 58,33%, aparece em segundo lugar, muito perto dos blogs, com 57,14%. Já as agências de PR aparecem como fonte para 50% dos entrevistados (ORIELLA PR NETWORK, 2011). Outra pesquisa, esta de 2012 e realizada pela Deloitte, em parceira com o portal Comunique-se (2012), mostra que 80% dos jornalistas entrevistados usam as redes sociais para obter informações e, entre eles, a ferramenta mais requisitada como fonte de informação é o Twitter, com 19,3%. No microblog, é preciso muito cuidado na escolha das fontes, pois elas serão fatores determinantes para a qualidade da informação produzida, conforme explica a obra de Mauro Wolf (2005). Para Ana Paula Bessa (2012), jornalista Consultora em Mídias Sociais no Grupo Máquina da Notícia, antigos
  • 36. 35 critérios na escolha das fontes precisam ser rememorados pelos jornalistas para uma boa utilização das fontes localizadas nas redes sociais. Este cenário de multiplicação de difusores de informação altera a relação do jornalista com a fonte, principalmente no ciberespaço. O ciberespaço é definido como um mundo virtual porque está presente em potência, é um espaço desterritorializante. Esse mundo não é palpável, mas existe de outra forma, outra realidade. O ciberespaço existe em um local indefinido, desconhecido, cheio de devires e possibilidades (MONTEIRO, 2012). E é aí, no local supracitado, que há um perigo na apuração, pois, conforme relata o escritor Felipe Pena: "no ciberespaço, a relação com as fontes complica-se muito, pois elas também podem ser produtoras diretas de conteúdo" (PENA, 2005, p. 62). Em termos informativos, o Twitter estaria mais próximo do sistema boca a boca do que de uma página de jornal ou noticiário na TV. E é assim que o sistema deve ser visto, porque não segue a lógica do jornalismo profissional. A circulação de notícias no Twitter é desorganizada, descentralizada, horizontal e quase caótica (CASTILHO, 2011). Mesmo que o microblog represente uma quantidade de informações pessoais grande, como analisa a citação suprarreproduzida, outro problema do Twitter e sua relação com o jornalismo é a veracidade ou não dos fatos publicados naquela mídia social. Diferentemente dos perfis analisados por este estudo, o site permite a criação e a constância de diversos perfis falsos. O que acarreta numa ameaça aos jornalistas, como relata notícia publicada no portal Comunique-se. A repórter da rádio Jovem Pan AM/SP Izilda Alves consultou o perfil falso de Hebe Camargo no Twitter e acabou cometendo uma “barriga” no ar. Na reportagem, a jornalista contou que, com base no perfil da apresentadora no microblog, Hebe se divertia correndo pelo hospital de cadeira de rodas e agradecia o apoio da população (COMUNIQUE-SE, 2010). Quando analisados apenas os tuites averiguados no período entre 21 de junho e 21 de agosto que foram considerados por este estudo, nenhum deles foi citado por algum veículo de imprensa como fonte.
  • 37. 36 CAPITULO III - A PESQUISA E SUAS NUANCES 3.1 Metodologia Tomando como base a pesquisa realizada por Aggio (2011), para analisar os perfis de três presidenciáveis durante o pleito de 2010, iremos criar 10 categorias para a análise do universo de publicações no Twitter dos dois diretórios municipais dos principais partidos que terão candidatos à eleição de prefeito na cidade. São eles o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido dos Trabalhadores (PT). A análise qualitativa das postagens, que a partir de agora chamaremos de tuítes, permitirá identificar como os diretórios utilizam a ferramenta para angariar novos eleitores e seguidores e de que maneira tal postura afeta a receptividade das tuitadas no microblog. A análise será feita durante o período de pré-campanha, que aqui, no presente estudo, compete ao período entre 21 de junho a 21 de agosto, pois é neste último que se inicia a campanha em rádio e TV. Inicialmente, este papel iria analisar o período entre 21 de junho e 5 de julho, pois a propaganda eleitoral somente é permitida após este dia no ano da eleição (BRASIL, 2009). Porém, a análise incial dos dados revelou que os dados coletados até a data citada seriam insuficientes para uma pesquisa sólida. Por isso decidiu-se por alongar o período de análise até o inicio do programa eleitoral em rádio e TV. A pré-campanha é a fase mais adequada para o planejamento em sua essência, conforme explica o cientista político Francisco Ferraz (2008) e a TV possui suma importância para a decisão do eleitor em relação ao seu candidato. Porém, as ações no meio televisivo precisam agora de uma integração com outras mídias, “com destaque para a internet e as redes sociais” (TELLES, 2012, p. 19). Com base no conceito de Estruturação, onde “o objetivo da análise é filtrar determinados aspectos do material; estabelecer um recorte do material na base de critérios pré-estabelecidos; ou avaliar o material na base de determinados
  • 38. 37 critérios” (TÉCNICAS DE ANÁLISE QUALITATIVA, p.115), existe a necessidade de esclarecer e justificar as categorias de análise adotadas. Estabelecer um recorte do material na base de critérios pré-estabelecidos. Abaixo é possível observar as nomenclaturas e descrições de cada um destes critérios: I. Nome dos candidatos: iremos analisar com qual frequência o nome dos candidatos aparecem nas postagens durante o período citado. II. Interação: a análise irá levantar se, nos dias que antecedem a campanha, há um aumento da interação dos diretórios com seus seguidores e de que maneira isso ocorre. III. Retransmissões: este critério irá analisar se há retransmissões de mensagens dos diretórios e quais são os perfis que recebem as transmissões. IV. Propostas: este item irá avaliar quantos tuítes no período avaliado irão falar sobre propostas de governo e de que maneira isso irá acontecer. V. Ataques a adversários: mesmo que velados, eles poderão existir e será interessante saber se há um aumento deles com a proximidade da propaganda eleitoral. VI. Conteúdo multimídia: vídeos, fotos, áudios e qualquer outro tipo de conteúdo multimídia. VII. Divulgação de agenda: consiste na publicação, em forma de texto, de algum evento que o candidato participará. VIII. Mobilização: consiste em publicações, com ou sem links, para que os eleitores se mobilizem em algum tipo de atividade de campanha, desde as presenciais até aquelas circunscritas aos ambientes digitais.
  • 39. 38 IX. Outros: se referem a posts triviais como agradecimentos, comentários sobre gostos pessoais, etc. As categorias foram criadas com embasamento na definição teórica do chamado capital social (HUNT, 2003; RECUERO, 2009a). É preciso ressaltar que a veracidade dos perfis foi comprovada, pois ambos são ligados aos sites oficiais dos diretórios. A comprovação pode ser feita por meio de visita nos seguintes endereços: http://www.dmptsp.org.br/ (PT) e http://psdbmunicipal.com.br/ (PSDB). 3.2 PT vs. PSDB: 2012, um ano de mudanças? Com Obama em 2008, Dilma, Marina e Serra em 2010, teoricamente, 2012 seria um ano de mutações consideráveis na maneira de se usar o Twitter para as campanhas eleitorais, já que a utilização de outrora serviria de exemplo para as ações futuras. Porém, o que a análise a seguir, baseada na apreciação à luz dos critérios estabelecidos no capítulo anterior, é que o Brasil ainda vive numa infância digital, termo criado por Giardelli (2009). Com o objetivo de esmiuçar os dados obtidos ao longo dos 62 dias analisados, esta monografia se propõe a separar os resultados em subcapítulos e utilizar tabelas, gráficos e reproduções dos próprios tuites para uma fácil compreensão do que é mostrado. 3.3 Quantidade total de tuites analisados Entre os dias 21 de junho e 21 de agosto, os perfis do PT e do PSDB produziram um total de 49 tuítes próprios e 134 mensagens retuitadas. Juntando todas as postagens, os perfis dos diretórios municipais dos partidos produziram uma média de 2,9 tuítes por dia. O número pode representar uma falsa periodicidade em relação às postagens. Como é possível observar na Figura 4, os perfis passavam dias
  • 40. 39 sem postar nenhuma mensagem. De 21 de julho a 5 de agosto, por exemplo, o perfil do diretório municipal do PT não fez uma atualização sequer. Figura 4 - Periodicidade dos tuítes Se o capital social é alimentado “por fortalecimento através de relações recíprocas” (RECUERO, 2009a, p.45), não há qualquer possibilidade de haver afinidade se a ferramenta proposta para a comunicação fica inutilizada pelos sujeitos políticos e seus partidos por mais de 15 dias. Nas palavras de José Dirceu (2012), ex-ministro chefe da Casa Civil e baluarte do Partido dos Trabalhadores, seria necessário “muita pré-campanha” para alcançar objetivos maiores nas eleições de 2012. A falta de atualizações também não é desculpa se levado em conta a facilidade com que a ferramenta Twitter oferece maneiras diferentes para as postagens. Outra especificidade da ferramenta Twitter é a possibilidade de atualização automática, a partir das inúmeras ferramentas automatizadas criadas a partir da manipulação da API do Twitter que possibilitam a mera transposição do conteúdo de RSS feeds produzidos em outros espaços da web para contas do Twitter (ZAGO, 2008). O PSDB também não demonstra desempenho eficaz no quesito analisado. Entre 7 e 16 de julho e entre 20 e 29 do mesmo mês, o diretório municipal do Partido da Social Democracia Brasileira não atualizou seu perfil no Twitter uma
  • 41. 40 vez sequer. Não é possível provocar eleitores para participarem de uma rede social com o Diretório citado se o mesmo não se manifesta. Não será possível que isso aconteça, pois os indivíduos desejam “fazer parte de uma rede social para seu próprio benefício” (RECUERO, 2009a, p. 45). Para a escritora e pesquisadora Tara Hunt (2010), quanto mais você interage no Twitter, mais as pessoas irão interagir com você, o que atrairá novos usuários. Segundo a autora, é isso que ajuda a construir o chamado capital social. 3.4 O fator interação Capital Social significa reciprocidade (RECUERO, 2009a). Em relação aos perfis estudados por esta monografia, é possível afirmar que apenas o PSDB obteve êxito, já que retransmitiu 131 mensagens, contra 3 do PT. Na Figura 5, é possível observar uma dessas mensagens retransmitidas. Um tuite do perfil Serra Já. Os dados demonstram que o Partido de José Serra possui uma média de 2,1 tuítes retransmitidos por dia, enquanto o PT possui índice de 0,04/dia. Os maiores agraciados com as retransmissões de tuites do PSDB foram o perfil oficial do partido e o perfil estadual da entidade (Ver Figura 6). Figura 5 - Um dos tuítes retransmitidos pelo PSDB Fonte: PERFIL SERRA JÁ NO TWITTER
  • 42. 41 Figura 6 – número de mensagens retuitadas pelo perfil do PSDB Vale observar também que o candidato José Serra aparece em terceiro lugar nas mensagens mais retransmitidas do diretório tucano (Ver exemplo de mensagem retransmitida na Figura 7). Figura 7 - Um dos tuítes de José Serra retransmitido pelo diretório tucano Fonte: PERFIL JOSÉ SERRA NO TWITTER.
  • 43. 42 O PT ficou devendo no quesito analisado, já que apenas três mensagens (Uma delas representada na Figura 8) foram retransmitidas pelo perfil do diretório municipal da instituição no período de 62 dias. Resta saber se a hipótese de que o capital social como moeda de troca realmente se fez válida. Figura 8 – Um dos tuites retransmitidos pelo diretório municipal do PT Fonte: PERFIL DE FERNANDO HADDAD NO TWITTER.
  • 44. 43 3.5 O capital social e a barganha de mensagens Separando os 49 tuítes próprios de PT e PSDB durante o período analisado, temos o número de 13 postagens tucanas e 36 petistas. O maior volume de mensagens propiciou ao PT um maior número de interações quando tratadas apenas as retransmissões. Foram 47 RTs para o perfil do diretório municipal do partido de Fernando Haddad contra 35 do partido de José Serra (ver Tabela 1). É possível observar que o candidato tucano não retransmitiu nenhuma vez sequer alguma postagem de seu diretório municipal paulistano. O perfil nacional e o estadual do partido de José Serra deram três retransmissões de mensagens cada um para o perfil do diretório municipal. Se comparado com os 30 e 26 retuítes direcionados aos dois perfis pelo diretório municipal, não houve uma troca justa. O PT por sua vez obteve 47 (Ver Tabela 2.) retransmissões, porém, apenas uma delas adveio de um perfil oficial da campanha, o pensenovo.tv, diferentemente do partido rival, que contabilizou retransmissões do próprio candidato José Serra, do perfil oficial da campanha, o Serra Já, além do perfil representativo da entidade em Indianópolis, entre outros. Porém, bem como o tucano, o candidato petista, Fernando Haddad, também não retransmitiu nenhuma mensagem de seu diretório municipal. Na imagem abaixo, é possível observar o teor de um dos tuites do Partido de Haddad que obteve retransmissões. Tabela 1 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PSDB NOME DO PERFIL Nº DE RETRANSMISSÕES PSDB SP - Estadual 3 Marcia (marciateixeirao) 3 PSDB 3 PSDB Indianópolis 2 Daniel Lima 2 Fran (@FranJPSDB45) 2
  • 45. 44 Luiz Eduardo Cardia 2 Mara Kramer 2 André Pomba Cagni 2 Augusto Miranda 1 Beatriz Rodrigues 1 Dani Schwery 1 Daniel Simões Coelho 1 Geraldo Morais 1 João Marcelo 1 João Melo 1 Kamyla Castro 1 Márcia Burgarelli 1 Matheus Leone PSDB 1 Thiago Silva PSDB 1 Tião Farias 1 Valeria Nobrega 1 Valeria Nobrega 1 TOTAL 35 Tabela 2 – Quem retransmitiu os tuítes próprios do PT NOME DO PERFIL Nº DE RETRANSMISSÕES Paulo Fiorilo 3 Avelina Martinez 2 AmigosdoGiba13130 2 Bobcontroversista 2 Cris Bibiano 2 ECOSOL em Movimento 2 MH2R 2 Moinho Vivo 2 AILTON (Cidadaodopovo) 1 A. Donato Madormo 1 Antonio Pedro 1
  • 46. 45 Aparecido (cidoli) 1 Beatriz Amorim 1 Benedito Possamai 1 biosbug 1 Camilo Barbosa 1 Cesar Ogata 1 Chiquinho Maciel 1 Danilo Oliveira 1 Emidio Matos 1 Eugenio Costa 1 Ivanovitch (@ivanovitchstos) 1 João Campos 1 Juliana Borges 1 Julio Cesar M Amorim 1 Júnior Galdino 1 Luiz (@DrPuodzius) 1 Maria Luiza Vieira 1 Maria Luzia Gomes Fonseca 1 Natália Haydú 1 Pedro Igor Mantoan 1 pensenovo.tv 1 Pilar Lacerda 1 Sandra Moon 1 Sergio Pecci 1 SomosHaddad 1 Stanley Burburinho 1 Virtuais Haddad 1 TOTAL 47
  • 47. 46 Um exemplo de mensagem própria do diretório do PSDB que foi retransmitida pode ser vista abaixo na Figura 9. Já na Figura 10, um exemplo de mensagem do PT que obteve RT. Figura 9 - Exemplo de tuíte do diretório do PSDB retransmitido Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. Figura 10 - Exemplo de tuíte do PT retransmitido Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER.
  • 48. 47 CAPÍTULO IV - A ANÁLISE CATEGORIA POR CATEGORIA Este capítulo pretende abordar como as categorias que ainda não foram citadas no resultado do estudo se apresentaram durante o período analisado. As dez categorias estão distribuídas em intertítulos para uma melhor compreensão da análise. As próximas páginas exibem os dados que a presente monografia levantou ao longo dos dias analisados. 4.1 I Nome dos Candidatos Dentre as 131 mensagens retuitadas pelo diretório municipal do PSDB, 15 delas traziam o nome do candidato José Serra (ver Figura 11). Entre os 13 tuítes próprios, 7 deles tinham o nome do político (ver Figura 12). Figura 11 - Tuíte com o nome do candidato Fonte: PERFIL SERRA JÁ
  • 49. 48 Figura 12 - Tuíte próprio com o nome do candidato Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. Apenas uma das três mensagens retuitadas pelo PT citava o nome de Haddad. Entre os 36 tuítes próprios, 30 apresentavam o nome do candidato. O Twitter dispõe de uma ferramenta que demonstra quais os assuntos mais falados no momento. Ele pode ser dividido por cidades e países. Ao longo das campanhas presidenciais em 2010, os candidatos e suas equipes, associados a simpatizantes, se mobilizaram em torno de ações intituladas “twitaços” (uma referência às manifestações chamadas de panelaço) cujo objetivo elementar era alavancar a visibilidade da campanha a atrair novos usuários para os conteúdos e mensagens dos candidatos, explorando o mecanismo dos tópicos mais comentados (AGGIO, 2010). Se a ferramenta supracitada tivesse sido utilizada pelos perfis analisados neste trabalho, poderia gerar visibilidade aos partidos. 4.2 II Interação Para este estudo, todas as mensagens retransmitidas foram consideradas interações, já que os perfis municipais reproduziam os tuítes de outros perfis. Ou seja, 131 interações do PSDB contra 3 do PT. Quando analisados apenas os diálogos entre um perfil e outro, o desempenho foi de cinco citações pelo PSDB e nenhuma do PT, ou seja, o Partido da Social Democracia Brasileira não dialogou com nenhum usuário,
  • 50. 49 apenas citou quatro perfis e respondeu a um tuite que solicitava informações sobre a assessoria de imprensa do partido (Figura 13). O PT não respondeu ou citou nenhum perfil. É possível verificar o capital social através da interação na rede, que, como tem custo para os usuários, uma vez que necessita investimento de tempo, procura pelos diálogos na rede e discussão, tende a formar, em sua repetição, laços mais fortes. Trata-se degrupos que necessitam de ação entre seus membros para manter a coesão (RECUERO, 2009a, p.152). Figura 13 – Único diálogo do diretório municipal do PSDB em 62 dias de análise Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. 4.3 III Retransmissões Item analisado no subtítulo 3.4 4.4 IV Propostas Dos 13 tuítes próprios do PSDB, nenhum foi direcionado às propostas do candidato José Serra. Das 36 postagens próprias do PT, 13 foram direcionadas às alvitradas de Haddad (ver figura 14).
  • 51. 50 Figura 14 - Tuíte petista com proposta de Haddad Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER Em compensação, entre os tuites retransmitidos, nenhuma das três mensagens reproduzidas pelo PT falavam de propostas para a prefeitura de SP. Os 131 tuítes retransmitidos pelo PSDB contabilizaram 11 mensagens falando de propostas (Ver figura 15), porém, apenas sete citavam o plano de governo de Serra. Figura 15 - Tuíte com proposta de José Serra Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER 4.5 V Ataques a adversários O diretório municipal do PSDB não atacou o PT em seus tuites próprios. Das mensagens retransmitidas, pelo contrário, direcionadas a ataques ao partido rival (ver figura 16). 32 postagens foram
  • 52. 51 Figura 16 - PSDB ataca PT em tuíte Fonte: PERFIL DO PSDB NO TWITTER O PT por sua vez atacou o partido de Serra três vezes em suas mensagens próprias (ver Figura 17). Entre as mensagens retransmitidas, nenhuma fazia ataques ao PSDB. Figura 17 - PT ataca a oposição Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER
  • 53. 52 4.6 VI Conteúdo multimídia Entre fotos, vídeos, e outros materiais multimídia, o PT tuitou seis mensagens próprias (ver Figura 18), mas não retransmitiu nenhuma postagem com tal classificação. Figura 18 - Mensagem com conteúdo multimídia do PT Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER O PSDB tuitou cinco mensagens multimídia e retransmitiu 24 (Ver Figura 19).
  • 54. 53 Figura 19 - Mensagem multimídia do PSDB Fonte: PERFIL DE ANIBAL DE FREITAS NO TWITTER 4.7 VII Divulgação de agenda O PSDB divulgou oito vezes algum evento em que José Serra participaria (Ver Figura 20). O partido retransmitiu 19 mensagens com agenda de campanha, o que variou entre eventos com Serra e eventos de outros candidatos (ou do próprio partido). O PT postou 14 mensagens com eventos de Haddad e não retransmitiu nenhuma do tipo (Ver Figura 21).
  • 55. 54 Figura 20 - PSDB divulga agenda de Serra Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. Figura 21 - PT divulga agenda de Haddad Fonte: PERFIL DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER 4.8 VIII Mobilização Quando o intuito foi invocar simpatizantes do partido para alguma ação de campanha, presencial ou online, o PT destinou apenas uma mensagem própria para tal. Bem como apenas um tuite retransmitido com este assunto (ver figura 22). O PSDB retransmitiu oito mensagens proclamando a presença de eleitores em algum evento e produziu quatro postagens deste cunho (ver figura 23). A discrepância entre um partido e outro, neste quesito, se deve muito ao fato do PSDB ter comemorado o aniversário do partido durante o período de análise.
  • 56. 55 Figura 22 - PT mobiliza correligionários Fonte: PERFIL DE FERNANDO HADDAD NO TWITTER. Figura 23 - PSDB chama seus simpatizantes Fonte: PERFIL DIÁRIO TUCANO PSDB NO TWITTER. 4.9 IX Outros Em relação aos posts triviais (agradecimentos, mensagens pessoais, etc.), o PSDB retransmitiu 52 tuítes que se encaixavam na classificação. O PT apenas um. Quando analisados os tuites prórprios, o partido de Serra produziu apenas uma mensagem trivial, contra quatro do PT.
  • 57. 56 4.10 X Analisar a quantidade de tuítes retuitados de outros perfis Item analisado no subtítulo 3.4.
  • 58. 57 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo analisou centenas de mensagens dos diretórios municipais do PT e do PSDB no Twitter. Foram 183 tuítes, entre próprios e retuitados, aferidos conforme dez categorias criadas com base teórica para medir o capital social das mensagens. Esta monografia conclui que os perfis de ambos os partidos possuem caráter ambíguo e objetivos escusos. As interações entre os perfis considerados com os possíveis eleitores dos candidatos foram fracas, pressupondo que os responsáveis pelas tuitadas tanto de PSDB quanto de PT ainda sejam adeptos de uma espécie de comunicação ao estilo século XX, resumida da seguinte forma: do emissor para o receptor. Pressupondo que quando postassem as mensagens os seguidores leriam os tuites, a periodicidade aplicada aos perfis por seus organizadores também decepciona, já que revela falta de atualizações durante praticamente metade de um mês. Os esforços de ambos os partidos em pleno ano de 2012 ainda se concentram mais em meios tradicionais como a televisão e o rádio. Mesmo antes da data oficial para a propaganda política de rádio e TV os partidos já utilizavam os meios citados para inserção de pequenas propagandas, enquanto isso, o Twitter representativo dos diretórios municipais das entidades focavam seus esforços em tuitar esporadicamente informações sobre os candidatos e suas ações. Quando analisadas as fontes jornalísticas e se algum dos tuites teria se transformando em pauta para a imprensa, a resposta foi negativa, porém, foi possível perceber que tuites de alguns candidatos se transformaram em notícia em grandes portais. As reflexões feitas sobre as mudanças de certos paradigmas da imprensa denotam que é preciso cautela no processo de produção das notícias relacionadas ao microblog Twitter, já que, conforme análise, alguns profissionais da imprensa já cometeram equívocos quando colheram dados do site citado. Mesmo com o poder do microblog Twitter na formação do imaginário dos internautas brasileiros e do constante crescimento do número de usuários da internet brasileira, o presente trabalho demonstra que algumas instituições,
  • 59. 58 como os partidos analisados neste papel, ainda não utilizam o poder da rede em sua totalidade. Os diretórios municipais dos partidos analisados, possivelmente, não possuem uma equipe para gerir as redes sociais. Um erro costumeiro em quem está adentrando neste mundo pela primeira vez. Porém, o Twitter é uma ferramenta existente desde 2006, sendo que em 2008, ele teve grande destaque nos noticiários brasileiros devido ao seu uso pelo candidato à presidência dos EUA, Barack Obama. Diretórios de instituições representativas no cenário político nacional deveriam analisar melhor sua entrada nestes meios, por meio de estratégia e planejamento. Fazer um perfil no Twitter apenas porque todos os outros estão fazendo está errado. O trabalho efetuado, como pôde ser visto nesta análise, pode resultar num desempenho aquém do esperado. Por fim, se faz necessário aferir de que maneira a baixa participação dos diretórios municipais nas redes sociais pode influenciar na quantidade de votos destinados aos partidos. Outro fator preponderante para um bom uso da ferramenta Twitter no futuro seria analisar quais tuites possuem mais chances de virarem notícias nos grandes veículos de imprensa, aumentando assim a exposição dos partidos políticos e dos candidatos.
  • 60. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AFONSO, Carlos A. Internet no Brasil: o acesso para todos é possível? São Paulo: ILDES/Fundação Friedrich Ebert, 2000. BRASIL. Lei nº 9.504 de 30 de setembro de 1997. In: BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Código eleitoral anotado e legislação complementar. Ed. Especial, rev. e. atual., a partir do texto do v. 1 da 8ª ed. de 2008. Brasília, 2009. art. 41-A, p. 30. BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa. Barueri: Manole, 2003. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1). São Paulo: Paz e Terra, 1999. __________. A Galáxia da Internet: Reflexões sobre Internet, Negócios e Sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. CHINEM, Rivaldo. Assessoria de Imprensa: como fazer. São Paulo: Summus, 2003. FERRAZ, Francisco. Manual completo de campanha eleitoral. Porto Alegre: L&PM, 2008. FILIPPO, D. D. R. & Sztajnberg, A. Bem-vindo à Internet. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. GOMES, Neusa Demartini. Formas persuasivas de comunicação política: propaganda política e publicidade eleitoral. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2001. GRAEFF, Antonio. Eleições 2.0: a internet e as mídias sociais no processo eleitoral. São Paulo: Publifolha, 2009. HAUSSEN, Doris Fagundes. Radio e Politica: Tempos de Vargas e Perón. Porto Alegre: Edipucrs, 1997.
  • 61. 60 HUNT, Tara. Poder das Redes Sociais: como o fator Whuffie – seu valor no mundo digital – pode maximizar o resultado dos seus negócios. São Paulo: Gente. 2010. KUNTZ, Ronald Anthony. Marketing político: manual de campanha eleitoral. 2 ed. São Paulo: Global, 1998. MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação de massa como extensões do homem.3 ed. São Paulo: Cultrix, 1964. PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005. PUTNAM, R. D. Bowling Alone: The collapse and Revival of American Community. New York: Simon e Schuster, 2000. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009a. REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do - Comunicação empresarial, comunicação institucional; conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas - São Paulo: Summus, 1986. TELLES, Helcimara de Souza (Org.) ; Antonio Lavareda (Org.) . Como o eleitor escolhe o seu prefeito: voto e campanha em eleições municipais. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2011. VIEIRA¹, Eduardo. Os Bastidores da Internet no Brasil: As histórias de sucesso e de fracasso que marcaram a Web brasileira. 1ª edição. Barueri: Ed. Manole, 2003. WOLF, Mauro. Teoria das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2005. ZAGO, Gabriela; RECUERO, Raquel. Jornalismo em Microblogs: Um estudo das apropriações jornalísticas do Twitter – capítulo do livro “Jornalismo Contemporâneo: figurações, impasses e perspectivas” – Compós/EDUFBA, 2011. WEBGRAFIA ARANTES, Thiago. Barack Obama: Case em mídias sociais. Disponível em: http://www.slideshare.net/arantes/barack-obama-case-em-mdias-sociaispresentation. Acesso em 4/11/2012.
  • 62. 61 AGGIO, Camilo. As campanhas políticas no Twitter: Uma análise do padrão de comunicação política dos três principais candidatos à presidência do Brasil em 2010. Anais do IV Encontro da Compolítica. p. 1-24. Rio de Janeiro. Abr. 2011. Disponível em: <http://www.compolitica.org/home/wpcontent/uploads/2011/03/AGGIO-Camilo.pdf>. Acesso em 2 de abril de 2012. AZEVEDO, Fernando Antonio ; RUBIM, A. C. . Mídia e Política no Brasil: Estudos e Perspectivas. Disponível em: <http://bocc.ubi.pt/pag/rubim-albinomidia-politica-brasil.html> Akademia - Biblioteca On-Line de Ciências da Comunicação, Lisboa, 1998. Acesso em 9 de novembro de 2012. ACERVO ESTADÃO. O Estado de S. Paulo: páginas da edição de 08 de setembro de 1957 - pag. 89. 2012. Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19570908-25262-nac-0089-999-89not/busca/barbas+sujas>. Acesso em 9 de novembro de 2012. BARBOSA, Aline da Silva Néto. Orkut: o espaço que possibilita a Visibilidade e a Imortalidade. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/premios/2009/AlineBarbosa.pdf> Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (32. : 2009:Curitiba)., v. 1, p. 1-15, 2009. Acesso em 9 de novembro de 2012. BESSA, Ana Paula. As redes sociais e os jornalistas. 2012. Disponível em <http://www.midiaepolitica.unb.br/index.php?option=com_content&view=article &id=90:as-redes-sociais-e-os-jornalistas&catid=14:edicao-022012>. Acesso em 4 de novembro de 2012. BRANDÃO, Bruna Alencar. Marketing Político na Twittosfera Brasileira. Fortaleza, 2010. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/37880946/54/Marketing-politico-na-Twittosferabrasileira>. Acesso em 9 de novembro de 2012. BRITO, Ruan; SILVA, Tarcízio; SANTOS, Nina; CERQUEIRA, Renata; AYRES, Marcel. (Orgs.). Mídias Sociais e Eleições 2010. Bookess Editora, Online, 2011. Disponível em: <http://www.slideshare.net/tarushijio/ebook-midiassociais-e-eleicoes-2010>. Acesso em 9 de novembro de 2012. BUENO, Laís Cardozo; TERRA, Carolina Frazon. Os microblogs como ferramenta de comunicação organizacional. In: III Simpósio Nacional ABCiber, 16 a 18 de novembro de 2009. Disponível em: <http://www.abciber.com.br/simposio2009/trabalhos/anais/pdf/artigos/1_redes/e ixo1_art7.pdf>. Acesso em 10 de novembro de 2012.
  • 63. 62 CANÁRIO, Duarte. Como Obama aproveitou as Redes sociais para gerar $122 milhões em donativos. Disponível em: <http://www.marketingtecnologico.com/marketingtecnologico/artigos/default.asp ?id=146> Acesso em 9 de novembro de 2012. CANAVILHAS, João. A Comunicação Política na Era da Internet. Disponível em:<http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-comunicacao-politica-na-erada-internet.pdf >. Acesso em 24 de outubro de 2012. CASTILHO, Daniela. Novas tecnologias de ensino e aprendizagem: a Internet, a tecnologia e os ambientes virtuais. 2005. Disponível em: <http://www.oolhodahistoria.ufba.br/artigos/tecnologias-ensino-aprendizageminternet-daniela-castilho.pdf>. Acesso em 9 novembro de 2012. CASTILHO, Carlos. O Twitter e o "jornalismo boca a boca". 2011. Disponível em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/posts/view/o-twitter-e-ojornalismo-boca-a-boca> Acesso em 4 de novembro de 2012. CHRISTOFOLETTI, Rogério; SILVA, Francisco Antônio Machado. Jornalismo em 140 toques: análise de três contas do Twitter no Brasil. Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v.1, n.22, P. 65-80, janeiro/junho 2010. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/intexto/article/view/13377/8695>. Acesso em 10 de novembro de 2012. COMUNIQUE-SE. Redes sociais servem de pauta para 80% dos profissionais da imprensa. 2012. Disponível em: <http://portal.comuniquese.com.br/index.php/editorias/9-contra-ataque/70023-redes-sociais-servem-depauta-para-80-dos-profissionais-da-imprensa.html> Acesso em 4 de novembro de 2012. ______________. Repórter comete “barriga" por falso perfil de Hebe Camargo no Twitter. 2010. Disponível em <http://portal.comuniquese.com.br/index.php/editorias/3-imprensa-a-comunicacao-/65252-reportercomete-%E2%80%9Cbarriga-por-falso-perfil-de-hebe-camargo-no-twitter.html> Acesso em 9 de novembro de 2012. DATAFOLHA. Após anúncio de candidatura, Serra cresce e lidera. Disponível em: <http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=1183>. Acesso em 3 abril de 2012. DEBIASI, Adam Esteves. Assessoria de Imprensa nas Redes Sociais: uma análise da comunicação da Eletrobrás, Petrobrás, Tecnisa e Whole Foods
  • 64. 63 Market. 2010. Disponível em: <http://www.slideshare.net/AdamEstevesDebiasi/assessoria-de-imprensa-nasredes-sociais-uma-anlise-da-comunicao-da-eletrobrs-petrobrs-tecnisa-e-wholefoods-market>. Acesso em 10 de novembro de 2012. DELO, Cotton. Connected Brazilians, Mexicans Prefer Internet to TV; Online Penetration Climbs. 2012. Disponível em: <http://adage.com/article/globalnews/online-penetration-climbs-brazil-mexico/233292/>. Acesso em 9 de novembro de 2012. DIRCEU, José. Para levar Haddad ao 2º turno, tranquilidade e muita précampanha. 2012. Disponível em: <http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&&id=1 5266&Itemid=2> Acesso em 9 de novembro de 2012. DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT EM SÃO PAULO. 2012. Disponível em: <http://www.dmptsp.org.br/>. Acesso em 10 de novembro de 2012. EXAME.COM. No Twitter, Soninha diz que Haddad é “menos pior”. 2012. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/brasil/politica/noticias/no-twittersoninha-diz-que-haddad-e-menos-pior>. Acesso em 10 de novembro de 2012. FELISBERTO, Deize Liliane; RODRIGUES, Kellen Cardoso. A utilização do marketing nas campanhas políticas. Tubarão, 2002. Disponível em: <http://paginas.unisul.br/agcom/revistacientifica/artigos/artigo_kellendeize.pdf>. Acesso em 23 ago 2010. FOLHA ONLINE. Entenda o que é podcast. 2006. Informática. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19678.shtml> Acesso em 9 de novembro de 2012. FREITAS, Hélio Alberto de Oliveira. Nem tudo é notícia: o grupo Folha na Internet. 1999. Disponível em: < http://www2.metodista.br/unesco/helio/index.htm>. Acesso em 9 de novembro de 2012. GIARDELLI, Gil. eleições 2.0 e o palanque digital. 2008. Disponível em: <http://www.gilgiardelli.com.br/blog/2008/02/21/eleicoes-20-e-o-palanquedigital/> Acesso em 9 de novembro de 2012. _________, Gil. Essa tal da privacidade online. 2009. Disponível em: <http://www.gilgiardelli.com.br/blog/2012/09/20/essa-tal-da-privacidade-online/> Acesso em 9 de novembro de 2012.
  • 65. 64 GOMES, Wilson; FERNANDES, Breno; REIS, Lucas; SILVA, Tarcizio. "POLITICS 2.0": A campanha on-line de Barack Obama em 2008. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 17, n. 34, p. 29-43. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010444782009000300004&script=sci_arttext>. Acesso em 10 de novembro de 2012. IBGE. IBGE divulga as estimativas populacionais dos municípios em 2012. 2012. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noti cia=2204&id_pagina=1> Acesso em 9 de novembro de 2012. IBOPE. Número de brasileiros com acesso à internet chega a 83,4 milhões de pessoas. 2012. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/ptbr/noticias/paginas/numero-de-brasileiros-com-acesso-a-internet-chega-a-83milhoes-de-pessoas.aspx> Acesso em 09 de nov. 2012. JANOVIK, Carolina. Pré-campanha on-line de Dilma e Serra: O uso da internet pelos candidatos às eleições presidenciais de 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25585/000754162.pdf?seque nce=1> Acesso em: 12 mai. 2012. JESUS, Aline. História das redes sociais: do tímido ClassMates até o boom do Facebook. 2012. Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/07/historia-das-redessociais.html> Acesso em 9 de novembro de 2012. LÉVY, Pierre. A Revolução contemporânea em matéria de comunicação. Revista Famecos, Porto Alegre, v. 9, n. , p.37-49, 01 dez. 1998. Semestral. Tradução: Juremir Machado da Silva. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile /3009/2287>. Acesso em 9 de novembro de 2012. LIMA, R. V. ; DE OLIVEIRA, Paulo Cristiano ; BAPTISTA, J. A. A. ; RABELLO, M. H. . A utilização de redes sociais em empresas de pequeno porte da cidade de São Paulo. In: VIII CNEG - Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 2012, Niterói. Disponível em: <http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg8/anais/T12_05 36_2469.pdf>. Acesso em 10 de novembro de 2012. MEMÓRIA RODA VIVA. Gilberto Gil. 1996. Disponível em: <http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/247/entrevistados/gilberto_gil_1996.htm > Acesso em 9 de novembro de 2012.
  • 66. 65 MENEGHINI, Carla. Novo dicionário escolar reconhece termos como 'periguete' e 'tuitar'. 2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/bienal-dolivro/rio/2011/noticia/2011/09/novo-dicionario-escolar-reconhece-girias-comoperiguete-e-tuitar.html> Acesso em 9 de novembro de 2012 MIGUEL, Luis Felipe. Os meios de comunicação e a prática política. Lua Nova, 55-56: 155-184. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n5556/a07n5556.pdf>. Acesso em 10 de novembro de 2012. MONTEIRO, Silvana Drumond Monteiro. O Ciberespaço: o termo, a definição e o conceito. 2007. Disponível em: <http://www.dgz.org.br/jun07/Art_03.htm>. Acesso em 4 de novembro de 2012. O GLOBO. Serra divulga no Twitter primeiro clipe oficial de campanha. 2012. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/pais/serra-divulga-no-twitterprimeiro-clipe-oficial-de-campanha-5615450>. Acesso em 4 de novembro de 2012. OLIVEIRA, Stéphani Paula Gomes de. Empresas no Twitter: a gestão das marcas em 140 caracteres. 2010. Disponível em: <http://www.aberje.com.br/monografias/Monografia%20Stephani%20Paula.pdf >. Acesso em 10 de novembro de 2012. OLIVEIRA, Nelson. Jornalismo participativo e informação hiperlocal: o papel de mashups e hashtags na construção da notícia em redes sociais. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. 2009. Disponível em: <http://intercom.org.br/premios/2009/R4-0408-1.pdf>. Acessado em 04 de novembro de 2012. ORIELLA PR NETWORK 2011. 2011. Disponível em: <http://www.vianews.com.br/PESQUISAORIELLA2011FINAL.pdf>. Acesso em 9 de novembro de 2012. PERFIL SERRA JÁ NO TWITTER. Todos juntos. Pelo melhor para São Paulo #SerraJa. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/SerraJa/status/216882585383600128>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DE JOSÉ SERRA NO TWITTER. Recepção carinhosa e uma oportunidade de apresentar propostas para aquela região da cidade. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/joseserra_/status/231092428617162752>. Acesso em 04 de novembro de 2012.
  • 67. 66 ______ DE FERNANDO HADDAD NO TWITTER. H13: nesta sexta-feira, 20 de julho, 19h, blogueiros e tuíteiros com Fernando Haddad no encontro #haddadnasredes na Casa de Portugal. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/Haddad_Fernando/status/225702551960559616>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. "Meu sonho é voltar a ser prefeito da cidade que eu amo", afirma @joseserra_ # convencaoPSDB #SerraJa. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/Tucano_SP/status/216924987389517825>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. “Hora H ao vivo”: campanha de Fernando Haddad transmite hoje debate sobre o „Arco do Futuro‟. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/dmptsp/status/237615029808156672>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. São Paulo, 9h. Tem início a Convenção do PSDB. Vamos, juntos, trabalhar pelo futuro de São Paulo #SerraJa. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/Tucano_SP/status/216866683128774656>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. Lucas, boa tarde! Por favor, peço que nos siga para passar a informação. Abraços. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/Tucano_SP/status/217687457225912320>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Fernando Haddad quer bicicletas integradas ao Bilhete Único. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/dmptsp/status/223792654608105475>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. RT @SerraJa na #ConvençaoPSDB defende a "cidade compacta" adensando areas proximas do Centro para aproximar o trabalhador do trabalho. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/Tucano_SP/status/216930004834066432>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO PSDB NO TWITTER. Um dia para o julgamento do mensalão! Acompanhe amanhã o final da contagem regressiva. 2012. Disponível em:
  • 68. 67 <https://twitter.com/Rede45/status/230664396072972288>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Ibope diz que Kassab tem pior avaliação desde que assumiu a prefeitura. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/dmptsp/status/232552948331315201>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Caminhada da Arrancada com Haddad! Confira algumas fotos. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/dmptsp/status/221360948693307392>. Acesso em 10 de novembro de 2012. ______ DE ANIBAL DE FREITAS NO TWITTER. Aníbal foi homenagiado pelo pres da assoc de moradores do Jd Brasil por todo trabalho dedicado aos moradores do bairro. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/anibalfreitas45/status/237922651128078337>. Acesso em 10 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB-SP NO TWITTER. A Convenção do PSDB-SP está chegando! Domingo, 24, vamos conclamar José Serra nosso candidato a prefeito da capital. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/Tucano_SP/status/216189123248140289>. Acesso em 04 de novembro de 2012. ______ DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PT-SP NO TWITTER. Lula e Haddad terão agendas de campanha nesta semana. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/dmptsp/status/237934697005600768>. Acesso em 10 de novembro de 2012. ______ DIÁRIO TUCANO PSDB NO TWITTER. Não deixe de conferir o didático vídeo feito pela @Rede45 sobre o mensalão, o escândalo que ninguém esquece. 2012. Disponível em: <https://twitter.com/DiarioTucano/status/230291842640531456>. Acesso em 10 de novembro de 2012. PRIMO, Alex. A Cobertura e o debate público sobre os casos Madeleine e Isabella: encadeamento midiático de blogs, Twitter e mídia massiva. Galáxia: revista transdisciplinar de comunicação, semiótica, cultura, São Paulo, n. 16, p. 43-59, dez. 2008. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/limc/PDFs/caso_Isabella_e_Madeleine.pdf>. Acesso em 10 de novembro de 2012.