17. A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica é uma área
protegida criada a 22 de Maio de 1984, que abrange ma área total de 1570
hectares ao longo da arriba litoral Oeste da Península de Setúbal,
estendendo-se pelo concelho de Almada e o de Sesimbra, na faixa litoral
entre a Costa da Caparica (a Norte) e a Lagoa de Albufeira (a Sul), passando
pelos Capuchos e pela Fonte da Telha.
A arriba litoral da Costa de Caparica é denominada arriba fóssil não por
serem fossilíferas as camadas de idade miocénica que compõem a sua maior
parte, mas por já não se encontrar em contacto direto com o oceano, não
sofrendo erosão marinha. As arribas ativas (ou arribas vivas), pelo contrário,
como as que podem ser observadas a Sul da Lagoa de Albufeira ou no litoral
de Cascais, são as que se encontram sob influência direta da erosão
marinha, apresentando o perfil anguloso e o recuo típico deste tipo de
arribas.
18. Nos estratos geológicos de idade miocénica que constituem a Arriba Fóssil
podem encontrar-se vários exemplares de fósseis, sobretudo fósseis de
organismos invertebrados marinhos, predominando os fósseis de bivalves,
de gastrópodes e de equinodermes. Também podem ser encontrados fósseis
de vertebrados, fundamentalmente fósseis de dentes de peixes miocénicos.
A área de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, como
seu nome indica, é uma zona protegida, onde a captura de animais e a
recolha de plantas e de fósseis é proibida, sob pena de aplicação de sanções.
Junto a esta área situam-se a Mata dos Medos e o Pinhal da Aroeira,
povoados por pinheiro manso com sabina-das-areias e aroeira.
19. Principais unidades de vegetação são:
Vegetação dunar;
Vegetação Acacial;
Pinhal
A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica alberga um
conjunto faunístico bastante diversificado. Da avifauna característica do
ecossistema de pinhal, destacam-se a perdiz comum, a pega-rabuda e a
coruja-das-torres, associada a inúmeras espécies migratórias como o
peneireiro-cinzento, o andorinhão preto e a gaivota-argêntea, que
sazonalmente por aqui passam, encontrando as condições necessárias para
nidificação, repouso e alimento.
Os mamíferos encontram-se bem representados, com destaque para o
coelho, a raposa e a gineta, verificando-se também a presença de
numerosos micromamíferos.
A rã-verde, o sapo-corredor, a salamandra-de-pintas-amarelas, o sardão, a
lagartixa-de-dentes-dentados, a lagartixa-do-mato-ibérica, a víbora cornuda
e a cobra-rateira, entre outros, também povoam esta região.
20. A Mata Nacional dos Medos é um espaço verde localizado no concelho de
Almada, com 340 hectares de área.
Devido à deslocação das areias das dunas existentes a Oeste, o rei D.
João V mandou plantar esta mata, no século XVIII, para evitar que essas
areias dunares invadissem os terrenos de génese agrícola situados a
leste. Devido a ter sido mandada plantar pelo rei, esta zona era ainda
conhecida pela designação Pinhal do Rei.
O local foi classificado como Reserva Botânica, em 1971.
21. A mata é sobretudo caracterizada pela presença de pinheiro-manso, sendo
constituída por comunidades de arbustos característicos de zonas
mediterrânicas onde se faz sentir a influência do Atlântico. Outras espécies
de ocorrência significativa incluem o pinheiro-bravo, a aroeira, o carrasco, o
medronheiro, o rosmaninho e o tomilho. Ocorrem matagais de sabina-das-
praias juntamente com pinheiros, matagais de carrasco, e também zonas de
matos constituídos por tojo-chamusco e camarinha.
Ocorrem ainda, com uma menos distribuição, a joina-das-areias e o sargaço.
A mata possui 3 espécies que só existem em Portugal e 15 que só existem
na Península Ibérica.
Aqui ocorrem e nidificam aves como a águia-de-asa-redonda, o mocho-
galego e a coruja-do-mato. Em termos de mamíferos, ocorre o texugo, o
ouriço-cacheiro e a gineta.
Em termos de répteis e anfíbios ocorrem a salamandra-de-pintas-amarelas e
a lagartixa-ibérica.