1. Ideias de Jeca Tatu – Monteiro
Lobato
Marlo Rodrigues
Lucas Venancio
Fernanda Rodrigues
Henrikael
Cleidyani
Ana Caroline
2°B
2. Introdução
Apoiada na narrativa oral, na técnica do contador-de-casos, fixa
flagrantes do homem e da paisagem, tomados em seus aspectos exteriores,
comunicando ao leitor, de modo eficiente, a sugestão de marasmo e
indolência reinantes.
A intenção didática, moralizante, que emerge da denúncia e da
ironia, levam Lobato a articular suas narrativas em torno do ridículo e do
patético em que desembocam quase todas as suas histórias, povoadas de
cretinos, idiotas, aleijados (dos quais o narrador extrai efeitos cômicos), e
arrematadas por finais trágicos m chocantes ou deprimentes.
Não há profundidade na colocação dos dramas morais; o que Lobato
buscou foi narrar com brilho um caso, uma anedota e sobretudo, um
desfecho feito de a caso ou violência.
A narrativa se interrompe, com freqüência, para que o Lobato-
doutrinador desenvolva suas digressões explicativas ou polêmicas.
3. Monteiro Lobato
Considerado o maior nome da Literatura Infantil Brasileira e um dos
maiores nomes da Literatura Geral, José Bento Monteiro
Lobato nasceu em 18 de abril em Taubaté (SP) e morreu em 1948.
Escreveu contos, ensaios, romances e muitos livros infantis que o
tornaram popular.
Formou-se em Direito e exerceu a promotoria pública em Areias,
porém seu maior sonho era ser pintor.
Fundou a Editora Monteiro Lobato (foi editor de novos talentos), mas
pouco tempo depois faliu. Foi adido comercial nos EUA entre 1927 e
1931, quando voltou ao Brasil.
4. Esteve preso durante a ditadura, recusou uma cadeira na Academia
Brasileira de Letras e em 1945 partiu para Argentina para cuidar das
traduções de seus livros.
Foi um eterno nacionalista e isso o fez rejeitar as novidades da
vanguarda européia: Futurismo, Cubismo, Surrealismo, Dadaísmo.
Monteiro Lobato foi um crítico social e até mesmo seu personagem -
Jeca Tatu (símbolo do caipira do interior) – não escapou de suas
críticas, só mais tarde, é que passou a ter uma outra visão do
personagem afirmando que o meio influenciou na miséria do jeca.
5. Algumas Obras
• Urupês
• Cidades mortas
• Idéias de Jeca Tatu
• Negrinha
• Ferro
• A menina do narizinho arrebitado
• Fábulas de Narizinho
• Narizinho arrebitado
• O Saci
• O marquês de Rabicó
• Peter Pan
6. Resumo da obra
Jeca Tatu era um pobre caboclo que morava no mato, numa casinha
de sapé. Vivia na maior pobreza, em companhia da mulher, muito magra
e feia e de vários filhinhos pálidos e tristes.
Jeca possuía algumas pequenas plantações que garantiam seu
próprio sustento. Havia também próximo a sua casa um ribeirão, onde
podia pescar.
As pessoas tinham uma péssima imagem do Jeca, bêbado e
preguiçoso. Quando perguntavam–lhe porque ele vivia desse jeito,
respondia:
- Não vale a pena fazer coisa alguma! Bebo para esquecer as
desgraças da vida.
Um dia um médico passou em frente a casa e espantou – se com
tanta miséria. Percebendo que o cabloco estava amarelado e muito
magro, resolveu examina – lo. Jeca disse a ele que sentia muito cansaço
e dores pelo corpo. O médico constatou que tratava – se de uma doença
chamada de ancilostomose, o amarelão.
7. Explicou que tal doença era causada por pequenos vermes que
entravam no seu corpo através da pele, principalmente da perna e dos
pés. Receitou – lhe então remédios e um par de botas.
Meses depois do tratamento, Jeca já era outra pessoa. A moleza
tinha desaparecido e ele passava o dia inteiro trabalhando. Arrumava a
casa, plantava, pescava, carregava madeira, cuidava do gado. Não
exagerava mais na bebida. Ninguém mais o reconhecia, trabalhava
tanto que até preocupava as pessoas. Ele, a mulher e os filhos
andavam agora calçados, para evitarem a doença.
Com isso, a fazenda prosperou e Jeca – Tatu tornou – se um
homem muito respeitado.
8. Analise da obra
Idéias de Jeca Tatú é um espetacular livro de contos, da época de 1930 à 1940
- que ridicularizava a "macaquice" brasileira, cuja elite social e política, em
tudo e por tudo, imitava a nobreza, a côrte, a gíria e as artes dos franceses.
Qualquer pessoa importante na sociedade brasileira, tinha estudado na França,
falava ou lia fluentemente o francês, ou quando não fosse muito culto,
simplesmente imitava os costumes dos franceses. Tanto que se criou a
expressão "francesismo". Para contrapor a isso, Monteiro Lobato trouxe as
suas "Idéias de Jeca Tatu", onde o que prevalecia era um nacionalismo - talvez
- exacerbado, através do personagem brasileiríssimo Jeca. Por isso a expressão
"jeca" que era utilizada como designativa de coisa sem gosto, sem
refinamento, grosseira, cafona ou deseducada, passou a ser designativa -
apenas - de caipira. Embora, até os dias atuais a figura do caipira não é querida
pela sociedade.
9. Caipira não é respeitado como o homem da roça, criador de riquezas,
antecedente do homem da cidade, orgulho de todos. Pelo contrário, caipira
ainda é uma figura ridícula e simplória, conforme o demonstram as festas
juninas. Cada um dos contos, ou crônicas do livro, traça uma caricatura do
Brasil de então, passando pelo estilo, estética, arte e principalmente pelo
idioma, tanto na forma falada, como também na forma escrita. Após a leitura
do Idéias do Jeca Tatu, cabe a reflexão se não estaríamos precisando de um
novo Monteiro Lobato, atualizado - combativo, brigão, respeitado - para a era
da linguagem da informática, e que pudesse combater o "digitalizar", o
"inicializar", o "salvar", o "marketing", o "customizar" o "personal banking" do
Banco do Brasil, o "protocolizar", o "teclar" - tantos e tantos outros - além do
abominável gerúndio, tipo "estar enviando", "vou estar escrevendo".
10. Conclusão
Jeca Tatu é uma das figuras geradas pelo escritor Monteiro Lobato, muito
conhecido por suas histórias infanto-juvenis, as quais giram em torno dos
famosos personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Algumas de suas obras,
porém, são de cunho social, de natureza crítica e denunciam questões como o
contexto arcaico do universo rural e o descaso com doenças como o amarelão,
então sério problema de saúde pública.
A questão da saúde transparece no enredo quando um médico, ao cruzar o
seu caminho, passa diante de sua tosca residência e se assusta com tanta
pobreza. Notando sua coloração amarela e a intensa magreza, decide examinar
o caboclo.
11. O paciente se queixa de muita fadiga e dores corporais. O doutor então
diagnostica a presença de uma enfermidade tecnicamente conhecida como
ancilostomose, o famoso amarelão. Ele orienta Jeca a usar sapatos e a tomar
os remédios necessários, pois os vermes que provocam este distúrbio orgânico
introduzem-se no corpo através da pele dos pés e das pernas.
A vida de Jeca muda radicalmente. Ele se cura, volta a trabalhar, reduz a
bebida, sua pequena plantação prospera e o trabalhador se torna um homem
honrado pelas outras pessoas. A família Tatu agora só anda calçada e,
portanto, saudável. É assim que Monteiro Lobato denuncia a precária situação
do trabalhador rural; ele revela que medidas simples poderiam transformar
este cenário sombrio. Este personagem se torna o símbolo do brasileiro que
vive no campo.