1. O documento discute o Realismo brasileiro e a obra de Machado de Assis no contexto deste movimento literário.
2. Apresenta as origens e características do Realismo no Brasil, influenciado pelo determinismo e positivismo.
3. Destaca a importância de Machado de Assis como o maior escritor brasileiro, conhecido por obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marcou o início do Realismo Literário no Brasil.
1. ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ
Título: Perfil das obras machadianas dentro do Realismo brasileiro
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Maria Piedade Teodoro da Silva
Alunos: Beatriz Campos nº 5
Higor Souza nº21
Série: 2º Ensino Médio A
Jacareí
Novembro/2014
2. SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
2. REALISMO: O DISSIMULADO OLHAR DA SOCIEDADE ............................................ 2
2.1 Origem Do Movimento Literário Realismo no Brasil ........................................... 2
2.2 Realismo no Brasil e suas características ............................................................ 3
2.3 Conhecendo um pouco Machado de Assis .......................................................... 4
2.3.1 A linguagem machadiana que revoluciona ............................................ .....6
2.3.2 Obras relevantes de Machado de Assis ......................................................6
2.3.3 A importância de Machado dentro do cenário literário brasileiro ................7
2.4 4 Ao abrigo da dissimulação...........................................................................8
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................... ................................9
4. REFERÊNCIAS ...................................................................... ...............................10
3. 1. INTRODUÇÃO
O projeto de pesquisa sobre o Movimento Literário Realismo foi proposto pela
professora Maria Piedade Teodoro da Silva, mestra em Linguística Aplicada, no
entanto com ênfase na temática Machado de Assis dentro do contexto do
Movimento Literário Realismo no Brasil. É necessário, para isso se estabeleceu os
objetivos a serem alcançados com esse projeto: Conhecer sobre o assunto
abordado; Divulgar ao leitor os conhecimentos aprendidos acerca do tema; Expor o
projeto ao público de forma clara e de fácil compreensão e Conhecer mais sobre o
escritor Machado de Assis.
Para adentrar ao tema, esse estudo visa responder as seguintes perguntas de
pesquisa, sendo elas, em relação ao surgimento e proposta do Movimento Literário
Realismo no Brasil, a relevância do escritor Machado de Assis dentro do cenário
Realismo brasileiro.
A expectativa ao realizar este projeto é de adquirir conhecimento, desenvolver
habilidades na área de língua portuguesa e apresentar de forma clara ao público.
4. 2. REALISMO: O DISSIMULADO OLHAR DA SOCIEDADE
2.1 Origens do Movimento Literário Realismo no Brasil
Ao final do século XIX, houve uma forte reação ao modelo estético romântico
na Europa, levando os artistas e escritores a procurar uma linguagem mais real da
vida, que mostrasse a diferença entre ricos e pobres. Esse novo movimento literário
da arte trouxe à tona a vida como ela é, se “maquia-la” mostrando assim seus
aspectos mais duros e cruéis.
No último quarto do século XIX, no Brasil, ocorreram vários acontecimentos,
que foram importantes tanto na esfera política quanto na social do país. Com a
Abolição da Escravatura, o fim da Monarquia e o começo da Republica, surge um
período com grande produção intelectual e crítica literária, surgimento de novos
pensamentos filosóficos que analisaram a cultura divididas em grupos.
O Brasil acompanhou esta série de transformações trazendo, assim, grande
repertório intelectual brasileiro com um ponto crítico europeu.
A grande proposta que trouxe ênfase ao Movimento Literário Realismo se
iniciou em Portugal, mediante um confronto entre os jovens escritores adeptas a
chamada nova ideia contra os últimos representantes do Romantismo.
Isso ocorreu em 1860 quando um grupo de intelectuais jovens criticavam a
concepção estética de Portugal. Eles achavam que o Romantismo pelo seu
esgotamento formal não tinha a capacidade de entender as diversas transformações
políticas da época. De forma mais clara, eles queriam condenar a economia ruralista
da época, a dependência de importações de produtos manufaturados e a corrupção
das instituições do país.
5. Essa nova geração de autores eram antimonarquistas e anticlericais,
defendiam a “evolução social”, não apontando a idealização da história ou da vida
burguesa, mais sim novas alternativas de política e sociedade.
A nova proposta consistia na busca de uma leitura objetiva, onde o que se
destaca é a realidade do mundo. Tornou-se a bandeira estética e política da
mudança que se espalhou por toda a Europa.
2.2. Realismo no Brasil e suas características
No Brasil, o início do Realismo ocorre em duas direções. A primeira é
relacionada aos problemas sociais, ambiente urbano e elementos do cotidiano. Já a
segunda, aconteceu na junção do Realismo com o Naturalismo
Entre as principais características do Realismo brasileiro, influenciado pelo
Determinismo de Taine (historiador Frances, marcado pelo positivismo) e pelo pai
do Positivismo Augusto Comte , existem duas vertentes, a primeira é marcada por
Machado de Assis que analisou as classes mais abastadas da sociedade carioca da
época, com foco na política do século XIX. Já a segunda é marcada com ênfase na
análise comportamental dos seres humanos menos privilegiados
Entre os escritores de ficção realista brasileiros estão: Manuel Antônio de
Almeida, Aluísio Azevedo, Inglês de Souza, Adolfo Caminha, Júlio Ribeiro, Machado
de Assis e Raul Pompéia.
As características dos romances realistas da primeira fase, influenciada pelo
romantismo, são: vocabulário claro e simples, tonalidade natural à prosa, estudo da
psicologia dos personagens e narrativa linear e imaginativa. Na segunda fase,
simbolizada por Machado de Assis, o estilo fica maleável, rompe-se com a
linearidade, acrescenta-se o humor ligado ao pessimismo e ao desencanto.
6. 2.3 Conhecendo um pouco Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu dia 21 de junho de 1839, na cidade
do Rio de Janeiro. O garoto pobre, filho de um operário mestiço chamado Francisco
José de Assis e de Maria Leopoldina Machado de Assis, marcou a história da
literatura brasileira. Ao contrário do que se imagina, a trajetória de Machado de Assis
não o conduziu naturalmente para o mundo das letras. Ainda na infância o jovem
Machadinho, como era carinhosamente chamado, perdeu sua mãe.
Durante sua infância e adolescência foi criado por Maria Inês, sua madrasta.
A falta de recursos financeiros o obrigou a dividir seu tempo entre os estudos e o
trabalho de vendedor de doces. Ainda sobre condições não muito favoráveis,
Machado de Assis demonstrava possuir grande facilidade de aprendizado. Segundo
alguns relatos – no tempo em que morou em São Cristóvão – aprendeu a falar
francês com a dona de uma padaria da região.
Já aos 16 anos conseguiu publicar sua primeira obra literária na revista
Marmota Fluminense, onde registrou as linhas do poema Ela. No ano seguinte,
Machado conseguiu um cargo como tipógrafo na Imprensa Nacional e dividiu seu
tempo com a criação de novos textos. Durante sua estadia na Imprensa Nacional, o
escritor iniciante teve a oportunidade de conhecer Manuel Antônio de Almeida,
diretor da instituição e autor do romance Memórias de um sargento de milícias.
O contato com o diretor lhe concedeu novas oportunidades no campo da
literatura e o alcance de outros postos de trabalho. Aos 19 anos de idade, Machado
de Assis se tornou colaborador e revisor do Jornal Marmota Fluminense. Nesse
período conheceu outros expressivos escritores de seu tempo, como José de
Alencar, Gonçalves Dias, Manoel de Macedo e Manoel Antônio de Almeida. Nesse
tempo ainda se dedicou à escrita de obras românticas e ao trabalho jornalístico.
Entre 1859 e 1860, conseguiu emprego como colaborador e revisor de diferentes
meios de comunicação da época. Entre outros jornais e revistas, Machado de Assis
escreveu para o Correio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro, O Espelho, A Semana
Ilustrada e Jornal das Famílias. A primeira obra impressa de Machado de Assis foi o
7. livro Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. Na
década de 1860, consolidou sua carreira profissional como revisor e editor.
Na mesma época conheceu Faustino Xavier de Novais, diretor da revista O
futuro e irmão de sua futura esposa. Seu casamento com Carolina foi bem sucedido
e marcado pela afinidade que sua companheira também possuía com o mundo da
literatura. Em 1867, Machado de Assis publicou seu primeiro livro de poesias,
intitulado Crisálidas. O sucesso da carreira literária teve sequência com a publicação
do romance Ressurreição, de 1872.
A vida de intelectual foi amparada por uma promissora carreira constituída no
funcionalismo público. A conquista do cargo de primeiro oficial da Secretaria de
Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas ofereceu uma
razoável condição de vida. No ano de 1874, produziu o romance A mão e a luva em
uma sequência de publicações realizadas dentro do jornal O Globo, na época,
mantido por Quintino Bocaiúva.
O prestígio artístico de Machado de Assis o tornou um autor de grande
popularidade. Durante as comemorações do tricentenário de Luís de Camões,
produziu uma peça de teatro encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II. Entre 1881
e 1897, o jornal Gazeta de Notícias abrigou grande parte daquelas que seriam
consideradas suas melhores crônicas.
O ano de 1881 foi marcante para a carreira artística e burocrática de Machado
de Assis. Naquele mesmo ano, Machado tornou-se oficial de gabinete do ministério
em que trabalhava e publicou o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas,
considerado de suma importância para o realismo na literatura brasileira.
A ampla rede de relações e amizades de Machado de Assis lhe abriu portas
para um outro importante passo na história da literatura brasileira. Em reuniões com
seu amigo, e também escritor, José Veríssimo confabulou as primeiras medidas para
a criação da Academia Brasileira de Letras. Participando ativamente das reuniões de
escritores que apoiavam tal projeto, Machado de Assis tornou-se o primeiro
presidente da instituição. Com a sua morte, em 1908, foi sucedido por Rui Barbosa.
A trajetória de Machado de Assis é alvo de interesse dos apreciadores da
literatura e de vários pesquisadores. A sua obra conta com um leque temático e
8. estilístico bastante variado, dificultando bastante o enquadramento de seu legado
em um único gênero. O impacto da sua obra chegou a figurá-lo entre os principais
nomes da literatura internacional.
2.3.1 A linguagem machadiana que revoluciona
Usando a metalinguagem, Machado convida o leitor a refletir sobre a estrutura
da obra e perceber dois níveis de leitura: a que revela diretamente o personagem e
a que o faz objeto de crítica do autor.
A digressão é outro elemento importante da linguagem machadiana. Consiste
na interrupção do fluxo narrativo, que envereda por assuntos desvinculados do tema
inicial, mas mantendo com ele alguma analogia criada pela mente de quem conta.
O mais importante da obra certamente não é o enredo e sim a linguagem
utilizada por Machado de Assis. A denúncia tácita da sociedade, por meio do humor
e de uma leve ironia.
Machado introduz o Realismo não só como uma linguagem, mas como uma
apreciação pelo desenvolvimento científico impulsionado com a nova revolução
industrial.
2.3.2 Obras relevantes de Machado
O caráter inovador de Memórias Póstumas de Brás Cubas não está na
sequência cronológica dos fatos ou na história propriamente dita. A melhor chave
para compreender a obra são as reflexões do personagem, como elas se encadeiam
e se misturam aos eventos que ele vive.
Existem críticos que apontam Machado como uma ponte entre estilos.
Entendemos que a leitura de Memórias Póstumas de Brás Cubas elucida alguns
fatos e nos mostra um escritor que luta incansavelmente para furar o bloqueio do
9. preconceito e que defende um estilo literário ligado ao momento histórico e as
demandas sociais e políticas.
2.3.3 A importância de Machado dentro do cenário literário brasileiro
Dentre tantos escritores brasileiros deste movimento, destaca-se Machado de
Assis, considerado pela crítica como o maior escritor brasileiro de todos os tempos.
Escreveu romances, peças de teatro, poesias, contos e crônicas, sem contar
a sua importância no jornalismo. Suas obras se caracterizam pela adesão a estética,
como uma mistura de classes com intrigas amorosas e disputas por prestígio e
poder. A grande importância da literatura machadiana para o Realismo no Brasil foi
a publicação da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marcou o início do
Realismo Literário no Brasil em 1881.
2.4 Ao abrigo da dissimulação: a crítica machadiana e o mundo das aparências
As obras de Machado de Assis se apresentam de maneira singular, na
medida em que lança, ocultamente, uma crítica a sociedade; desse modo, por meio
de uma estrutura de dissimulação, os contornos nítidos da poética de Machado se
diluem, é preciso, portanto, adentrar em um contexto mais profundo para
compreender a essência de sua obra.
A análise das obras de Machado de Assis nos faz refletir acerca do modo
peculiar com que ele organiza sua crítica a sociedade brasileira do século XIX. É na
ordem da dissimulação que a ficção machadiana se configura. Nada está dado de
antemão, é partir de um jogo de disfarces que seus escritos se constituem.
As ideias colocadas, algumas vezes, podem não significar o que aparenta
destacando assim a necessidade de se “ler nas entrelinhas”: (Assis, 1899) Capitu,
apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... você já reparou nos olhos dela? São
10. assim de cigana oblíquo e dissimulada. (Assis, 1899) Este mal ou este perigo
começa na mocidade, cresce na madureza e atinge o maior grau na velhice.
Como vês, Capitu, aos quatorze anos, tinha já ideias atrevidas,
muito menos que as outras que lhe vieram depois; mas eram
só atrevidas em si, na pratica faziam-se hábeis, sinuosas,
surdas, e alcançavam o fim proposto, não de salto, mas aos
saltinhos. (Assis, 1899)
11. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Assim como de costume, o Brasil acompanhou as mudanças que ocorreu na
literatura mundial e europeia. O abandono do Romantismo e a ascensão do
Realismo, os avanços da ciência, o surgimento da nova ideia e a crescente
influência do positivismo passaram a fazer parte dos diálogos intelectuais brasileiros.
Como todos os outros movimentos literários anteriores, o Realismo trouxe
para a nossa cultura modelos de elites, referências e postura intelectual muito a
frente a realidade social brasileira, ajudando a derrubar a Monarquia e erguer a
República.
O desenvolvimento deste projeto trouxe grande conhecimento acerca do
Movimento Literário Realismo, os objetivos foram todos concluídos com êxito e será
postado no devido espaço determinado.
12. 4. REFERÊNCIAS
A Nova Democracia. (s.d.). Fonte: A Nova Democracia:
http://www.anovademocracia.com.br/no-42/1630-a-vida-no-romance-machadiano
Assis, M. d. (1899). Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Martin Claret.
Barreto, R. G. (2010). Ser Protagonista. São Paulo: SM.
Brasil Escola. (s.d.). Fonte: Brasil Escola:
http://www.brasilescola.com/literatura/biografia-machado-assis.htm
Info Escola. (s.d.). Fonte: Info Escola: http://www.infoescola.com/literatura/realismo-no-
brasil/