Após a morte de Carlos Magno, a Europa passou por um período de instabilidade política e invasões de exércitos estrangeiros. Neste contexto, o poder real diminuiu em favor dos senhores feudais, e a Igreja Católica fortaleceu sua influência. A arte românica, que dominou entre os séculos XI e XII, refletiu a fé e a busca por proteção deste período através da arquitetura monumental de igrejas e mosteiros.
2. • Depois da morte de Carlos Magno (724-814),
o Sacro Império Romano divide-se entre seus
três herdeiros. Pelo tratado de Verdun,
firmado em 843, a região que se estende dos
Alpes ao mar do Norte cabe a Lotário, a
Germânia a Luis e a Francônia a Carlos.
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4. • A Europa atravessa uma fase difícil: invasões
diversas assolam seu território em todas as
direções. Os exércitos reais não conseguem
deter os árabes, que, no século IX, atacaram
Roma e Campânia (na Itália) e Marselha e
Arles (na França atual).
5. • Pelo Norte atacam os normandos,
apoderando-se das costas setentrionais da
França, de parte da península Ibérica e da
Inglaterra. No século X, incursões húngaras
atingem a Lombardia, parte da França e
Roma. Tudo contribuía para a decomposição
das instituições monárquicas.
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7. • O poder real, diminuído em sua autoridade,
vai sendo substituído pelo poder dos nobres
castelões: o castelo feudal era a única
fortaleza que oferecia alguma resistência aos
invasores, e as populações apavoradas se
organizavam em torno dele.
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9. • Essa instabilidade colabora para a propagação
da crença de que o mundo acabaria no ano
1000. Os homens vivem aterrorizados com a
perspectiva do juízo final pregado pela Igreja:
temem o caos. A arte reflete o apocalipse, as
pinturas murais apavorantes retratam o
pânico que invade a Europa ocidental.
10. • Começou o ano 1001 e o mundo não acabou.
Oto I, que reunificara a Germânia e fora
coroado, pelo Papa João XII, imperador do
Sacro Império Romano-Germânico (962),
consegue dominar os húngaros e eslavos e
expandir suas conquistas para o
Norte.Ressurgem as atividades comerciais
antes freadas pelas invasões, e o aumento
demográfico é seguido pelo aumento de áreas
cultivadas.
11. • A Igreja fortalece seu poder temporal
aumentando as extensões de terra que
dominava até então: chega a possuir um terço
de todo o território francês. Crescem as ordens
monásticas, e a mais importante, a ordem de
Cluny, fundada em 910, na Borgonha (França
atual), vai estendendo sua autoridade a ponto
de congregar, no início do século XII, 10 mil
monges em 1.450 mosteiros espalhados por
toda a Europa.
13. • A Igreja é a maior instituição desta época: ela
domina, secular e culturalmente, o espírito
medieval.
• Nos anos que se seguiram ao ano 1000, viram-
se reconstruir igrejas em quase toda a Europa
cristã. Mesmo quando isso não era necessário,
cada comunidade cristã concorria para
construir santuários mais luxuosos que sua
vizinha.
14. • A febre de construção que invadiu a Europa
reflete o espírito da época, e o estilo
românico, que caracterizou as artes desde o
fim do século X até meados do século XII,
sintetiza em seus traços a histórica desse
período.
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18. • O feudalismo era a nova ordem da sociedade
então, enquanto o Sacro Império ia se
firmando politicamente. Até esse momento, a
arquitetura não diferenciava formalmente
palácios de igrejas, devido ao fato de o
imperador, de alguma forma, representar
tanto o poder religioso quanto o temporal.
19. • . Os beneditinos, logo após as primeiras
reformas monarcais, foram os primeiros a
propor em suas construções as formas
originais do românico. Surge assim uma
arquitetura abobadada, de paredes sólidas e
delicadas colunas terminadas em capitéis
cúbicos, que se distancia dos rústicos castelos
de pedra que davam sequência à linha pós-
romana.
23. • A Igreja é o único edifício onde se reúne a
população, e parte importante da vida social
se desenrola no seu interior. As ricas ordens
monásticas e os nobres poderosos procuram
elevar em louvor a Deus os testemunhos de
sua fé. Por isso, o estilo românico encontrará
sua expressão maior na arquitetura.
Considerada "arte sacra", ela está voltada à
construção de igrejas, monastérios, abadias e
mosteiros - as "fortalezas sagradas".