3. • A situação de miséria e descaso político fez
nascer no sertão nordestino, no final do
século XIX, um movimento messiânico de
grande importância.
• Liderados por Antônio Conselheiro, o grupo
de miseráveis fundou em uma fazenda
abandonada às margens do rio Vaza Barris,
um arraial (vila).
8. • Este arraial (Vila) era chamado pelos
habitantes e pelo Conselheiro de Arraial de
Belo Monte. A população das cidades
próximas ao Arraial chamavam-no de
Canudos, por causa do antigo nome da
fazenda abandonada, onde ficava.
13. • Os grandes fazendeiros nordestinos
(coronéis)viam Canudos como uma ameaça,
porque muitos trabalhadores deixaram o
campo para seguir o Conselheiro, que
prometia uma vida melhor neste mundo.
Antônio Conselheiro era contra a República;
se recusava a pagar impostos; acusava a Igreja
Católica de colaborar para a exploração dos
pobres.
14.
15. • Por estas razões eles eram vistos como uma
ameaça à ordem estabelecida pela República.
Logo, os habitantes de Canudos foram
atacados com toda força pelas tropas do
governo da Bahia.
16.
17.
18.
19. • As duas primeiras expedições enviadas pelo
governo baiano contra o arraial entre 1896 e
1897 fracassaram. De março a outubro de
1897, outras duas expedições enviadas pelo
governo federal e organizadas pelo Exército, a
última com 6 mil homens e artilharia pesada,
consegue finalmente tomar e destruir
Canudos.
27. • Junto com Conselheiro morrem
aproximadamente 20 mil pessoas. Só
sobrevivem cerca de 400 prisioneiros, entre
velhos, mulheres e crianças.
• Ao primeiro sinal de novas ideias, a República
Brasileira ataca com extrema violência.
31. A Guerra do Contestado
1912 - 1916
• A Guerra do Contestado foi um conflito
armado que ocorreu na região Sul do Brasil,
entre outubro de 1912 e agosto de 1916. O
conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses
que enfrentaram forças militares dos poderes
federal e estadual.
32.
33. • Foi chamado de Guerra do Contestado, pois
os conflitos ocorrem numa área de disputa
territorial entre os estados do Paraná e Santa
Catarina.
34.
35.
36. Causas da Guerra do Contestado:
• A estrada de ferro entre São Paulo e Rio
Grande do Sul estava sendo construída por
uma empresa norte-americana, com apoio
dos coronéis (grandes proprietários rurais
com força política) da região e do governo.
37.
38.
39. • Para que a estrada de ferro fosse construída,
milhares de família de camponeses perderam
suas terras. Isso criou muito desemprego
entre os camponeses da região, que ficaram
sem terras para trabalhar.
40.
41.
42. • Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande
área da região por de um grupo de pessoas ligadas à
empresa construtora da estrada de ferro. Esta
propriedade foi adquirida para o estabelecimento de
uma grande empresa madeireira, voltada para a
exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas
de suas terras.
43. • O clima ficou mais tenso quando a estrada de
ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que
atuaram em sua construção tinham sido
trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram
desempregados com o fim da obra. Eles
permaneceram na região sem qualquer apoio
por parte da empresa norte-americana ou do
governo.
44.
45. • Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil
eram terreno fértil para o aparecimento de
lideranças religiosas de caráter messiânico. Na
área do Contestado não foi diferente, pois,
diante da crise e insatisfação popular, ganhou
força a figura do beato José Maria.
48. • Ele pregava a criação de um mundo novo,
regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam
em paz, com prosperidade justiça e terras
para trabalhar. José Maria conseguiu reunir
milhares de seguidores, principalmente de
camponeses sem terras.
49. • Os coronéis da região e os governos (federal e
estadual) começaram a ficar preocupados
com a liderança de José Maria e sua
capacidade de atrair os camponeses.
50. • O governo passou a acusar o beato de ser um
inimigo da República, que tinha como objetivo
desestruturar o governo e a ordem da região.
Com isso, policiais e soldados do exército
foram enviados para o local, com o objetivo
de desarticular o movimento.
51.
52.
53. • Os soldados e policiais começaram a perseguir
o beato e seus seguidores. Armados de
espingardas de caça, facões e enxadas, os
camponeses resistiram e enfrentaram as
forças oficiais que estavam bem armadas.
54. • Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil
rebeldes, na maioria camponeses, morreram.
Alguns historiadores chegam a afirmar que o
número de mortes chegou à 20 mil. As baixas
do lado das tropas oficiais foram bem
menores.
55.
56. • A guerra terminou somente em 1916, quando
as tropas oficiais conseguiram prender
Adeodato, que era um dos chefes do último
reduto de rebeldes da revolta. Ele foi
condenado a trinta anos de prisão.
57. • A Guerra do Contestado mostra a forma com
que os políticos e os governos tratavam as
questões sociais no início da República. Os
interesses financeiros de grandes empresas e
proprietários rurais ficavam sempre acima das
necessidades da população mais pobre
58. • Não havia espaço para a tentativa de
solucionar os conflitos com negociação.
Quando havia organização daqueles que eram
injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos
coronéis, combatiam os movimentos com
repressão e força militar.
59. O Cangaço
1870 - 1930
• Foi uma onda de banditismo, crime e violência
que se alastrou por quase todo o sertão do
Nordeste brasileiro entre o século XVIII e
meados do século XX. Para alguns
especialistas, o cangaço teria nascido como
uma forma de defesa dos sertanejos diante da
ineficiência do governo em manter a ordem e
aplicar a lei.
60. • Mas o fato é que os bandos de cangaceiros
logo se transformaram em quadrilhas que
aterrorizaram o sertão, pilhando,
assassinando e estuprando.
61.
62.
63.
64. • O Cangaço pode ser dividido em três
subgrupos: os que prestavam serviços
temporários para os latifundiários; os
"políticos", expressão de poder dos grandes
fazendeiros; e os cangaceiros independentes,
com características de banditismo.
65. • Os cangaceiros conheciam a caatinga e o
território nordestino muito bem, e por isso,
era tão difícil serem capturados pelas
autoridades. Estavam sempre preparados
para enfrentar todo o tipo de situação.
• Conheciam as plantas medicinais, as fontes de
água, locais com alimento, rotas de fuga e
lugares de difícil acesso.
69. • O primeiro bando de cangaceiros que se tem
conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo
Calado, "Jesuíno Brilhante", que agiu por volta
de 1870. E o último foi de "Corisco" (Cristino
Gomes da Silva Cleto), que foi assassinado em
25 de maio de 1940.
72. • O cangaceiro mais famoso foi Virgulino
Ferreira da Silva, o "Lampião", denominado o
"Senhor do Sertão" e também "O Rei do
Cangaço". Atuou durante as décadas de 1920
e 1930 em praticamente todos os estados do
Nordeste brasileiro.
77. • As primeiras mulheres juntaram-se ao
cangaço a partir de 1930 - a pioneira foi Maria
Bonita, companheira de Lampião.
• Estima-se que o bando de Lampião chegou a
matar mais de mil pessoas.
78.
79. • Para combater os cangaceiros, o governo
reagia com as "volantes", grupos de policiais
disfarçados de cangaceiros, que muitas vezes
eram mais brutais que os próprios
cangaceiros.
83. • . Em 1938, Lampião e Maria Bonita foram
mortos por uma volante. Um dos
sobreviventes, Corisco, tentou assumir o lugar
do chefe, mas foi morto pela polícia em 1940,
num ataque que encerra o cangaço.
91. Padre Cícero
• Cícero Romão Batista (Crato, 24 de março de 1844
— Juazeiro do Norte, 20 de julho de 1934) foi um
padre brasileiro. Na devoção popular é conhecido
como Padre Cícero ou Padim Ciço.
• Proprietário de terras, gado e dono de diversos
imóveis, o Padre Cícero fazia parte da sociedade e
política conservadora do sertão do Cariri.
93. • O médico Floro Bartolomeu seu braço direito
e integrava o sistema político cearense que
ficou sob o controle da família Accioli durante
mais de duas décadas. Carismático, obteve
grande prestígio e influência sobre a vida
social, política e religiosa do Ceará e da Região
Nordeste do Brasil.
94.
95. • Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era
devoto de padre Cícero e respeitava as suas
crenças e conselhos. Os dois se encontraram
uma única vez, em Juazeiro do Norte, no ano
de 1926. Naquele ano, a Coluna Prestes,
liderada por Luís Carlos Prestes, percorria o
interior do Brasil desafiando o Governo
Federal.
96. • Para combatê-la foram criados os chamados
Batalhões Patrióticos, comandados por líderes
regionais que muitas vezes convocavam
cangaceiros.
97. • O certo é que ao chegarem em Juazeiro,
Lampião e os quarenta e nove cangaceiros
que o acompanhavam, ouviram padre Cícero
aconselhá-los a abandonar o cangaço.
98. • Como Lampião exigia receber a patente que
lhe fora prometida, Pedro de Albuquerque
Uchoa, único funcionário público federal no
município, escreveu em uma folha de papel
que Lampião seria, a partir daquele momento,
Capitão e receberia anistia por seus crimes. O
bando deixou Juazeiro sem enfrentar a Coluna
Prestes.