O documento descreve a história dos Persas desde 2000 a.C. até a queda do Império Persa para Alexandre, o Grande em 330 a.C. Detalha a formação do Império Persa sob Ciro, o Grande e seu auge sob Dario I, incluindo sua estrutura administrativa, economia, sociedade, religião e cultura. Também discute as rebeliões contra o domínio persa e sua derrota para os gregos.
6. • A partir de 2000 a.C., povos indo-europeus
(arianos ou iranianos) estabeleceram-se na
região. A região foi ocupada por povos de
pastores e agricultores, vindos do sul da atual
Rússia, que invadiram o planalto. Os medos
fixaram-se ao norte do planalto do Irã,
enquanto os persas se estabeleceram na parte
sudeste, próxima ao golfo Pérsico.
7. • Os primeiros habitantes desse planalto
dedicaram-se ao pastoreio e, nos vales férteis,
desenvolveram o cultivo de cereais, frutas e
hortaliças.
• A região era também rica em recursos
minerais, encontrados nas montanhas
vizinhas: ferro, cobre, prata etc.
8.
9. • Esse povo tinha duas grandes tribos, os medos
e os persas, que formara dois reinos
independentes no planalto iraniano. O reino
dos persas, governado por uma família com o
nome de Aquemênida, foi rapidamente
dominado pelos medos, sob liderança do rei
Ciaxares (625 a 585 a.C.).
10. • Esse soberano organizou um poderosos exército
de pesada infantaria e ágil cavalaria, e derrotou
os citas ( povos da região do mar negro), que
ameaçava suas fronteiras; em seguida, fez uma
aliança com os neobabilônicos e derrotou os
assírios, em 612 a.C. O sucessor de Ciaxares não
tinha as mesmas qualidades de liderança do rei
anterior. Essa foi uma das razões para que Ciro
( da família dos Aquemênidas ) tomasse o poder
em 559 a.C.
12. • Depois isso, Ciro foi aceito como o único imperador de
todos os povos da planície iraniana. Para obter riquezas
e desenvolvimento, Ciro deu início ao expansionismo
persa. Conquistou os reinos da Lídia e as cidades gregas
da Ásia Menor. Em 539 a.C., conquistou a Mesopotâmia.
Por sua ordem, nesse mesmo ano, os judeus retornaram
à Palestina, terminando assim o cativeiro da Babilônia.
Ciro incorporou ao império toda a Mesopotâmia, a
Fenícia e a Palestina.
13. • Ciro morreu em combate, em 529 a.C., e foi
sucedido pelo filho, Cambises, que com um
grande exército conquistou o Egito, em 525
a.C., na batalha de Pelusa. Ao voltar para a
Pérsia, Cambises morreu assassinado em uma
revolta interna. Foi sucedido por Dario I (521-
486 a .C.). As fronteiras do território persa,
que abrangeu desde o Egito ao norte da
Grécia até o vale do rio Indo.
14.
15.
16.
17.
18. • O sistema administrativo persa foi um dos mais eficientes
da Antiguidade Oriental. O Império Persa era governado
por uma monarquia absoluta teocrática. Possuía quatro
capitais: Susa, Persépolis, Babilônia e Ecbátana.
• Dario I enfrentou diversas rebeliões dos povos
dominados. A fim de combater as rebeliões, Dario I dividiu
o Império Persa em 20 províncias denominadas Satrápias, e
nomeou sátrapas, altos funcionários reais, para administrá-
las. Com a intenção de não dar poderes absolutos aos
sátrapas, nomeou para cada província um general e um
secretário subordinados diretamente ao sátrapa.
26. • O sátrapa era responsável pela arrecadação dos
impostos em seu território. Uma parte dos
tributos ele usava para manter a administração e
o exército, a outra, ele enviava para o rei.
• Para evitar traições, Dario I, enviava fiscais reais
às Satrápias, conhecidos como “os olhos e os
ouvidos do rei”, para fiscalizá-los. Para garantir o
controle do império, o rei possuía um poderoso
exército e mandou construir uma rede de
estradas ligando os grandes centros
27. • que lhe permitiram mandar seus funcionários
ou o exército de um extremo ao outro com
relativa facilidade. A mais famosa era estrada
real, que ia de Susa até Sardes, na Ásia Menor,
com uma extensão de 2500 quilômetros.
• Ele organizou um eficiente sistema de correios
e instituiu uma moeda, o dárico, cunhada em
prata ou ouro, para facilitar as atividades
comerciais.
30. • Apesar dos conquistadores persas respeitarem os
usos e costumes das regiões conquistadas, era
constante as rebeliões das populações
subjugadas contra a dominação persa. Isto é
facilmente explicável: era o excedente
econômico, produzido por estas populações, que
financiava as grandes construções e a expansão
militar persa. Com o aumento das guerras de
conquista, aumentavam constantemente os
tributos cobrados pela metrópole.
31. • Como no Egito, a agricultura (base de sua
economia) dependia das cheias dos rios Tigre
e Eufrates. O controle econômico era exercido
pelo Estado, conforme os padrões do “modo
de produção asiático”. Plantava-se a cevada, o
trigo e o centeio.
33. • O governo de Dario I não só marcou o apogeu
do império (período compreendido entre o
final do século VI a.C. e o início do século V
a.C), mas também o início de sua decadência.
O grande objetivo de Dario I era conquistar a
Grécia; mas, em 490 a.C., foi derrotado pelas
cidades gregas sob o comando de Atenas.
37. • Xerxes, filho de Dario que o sucedeu no
poder, também foi derrotado pelos gregos.
Em 330 a.C., o Império Persa caiu sob o
domínio de Alexandre, da Macedônia.
44. • Com dificuldades para manter seu poder
interno, a Pérsia enfraqueceu-se, sendo alvo
de vários golpes políticos. Alexandre, o
Grande, da Macedônia, conquista a Pérsia em
330 a.C.
•
45. A Economia:
• Baseava-se na agropecuária, com irrigação pela
água das montanhas, na criação de gado e na
exploração de minérios. A moeda era o dárico,
cunhada em ouro, que estimulou o comércio e o
artesanato. Com a formação do império, o
comércio passou a ser uma atividade importante,
dando origem a uma camada de ricos
comerciantes. Por ele passavam rotas de
caravanas comerciais ligando a Índia e a China ao
mar Mediterrâneo. O comércio impulsionou a
indústria de tecidos de luxo, jóias, mosaicos e
tapetes de rara beleza.
46. A Sociedade:
• A sociedade persa era dividida em rígidas
camadas sociais. No topo da sociedade estava
o rei, abaixo do rei estavam os aristocratas
(sacerdotes, nobreza e os grandes
comerciantes). Depois, a camada média da
população (pequenos comerciantes, artesãos
e soldados).
47. • Os camponeses, considerados homens livres,
formavam outra classe social. Estes viviam
miseravelmente, muito explorados eram
obrigados a entregar quase tudo o que
produziam para os donos das terras. Eram
obrigados também a prestar serviços na
construção de palácios e de obras públicas
(canais de irrigação, estradas, etc.). Por último,
vinham os escravos, aprisionados nas conquistas
militares, formavam um grupo numeroso, que
executavam os trabalhos mais pesados na
construção de palácios e obras públicas.
48. A religião:
• O profeta Zoroastro ou Zaratustra criou uma
religião dualista, que afirmava ser o universo
dividido entre um deus mau, Arimã; e um
deus bom, Ormuz, que lutam até a vitória final
do bem. Zoroastro viveu entre 628 e 551 a. C.
Seus princípios estão contidos no livro
sagrado denominado Zend-Avesta.
50. • De acordo com os princípios básicos do
zoroastrismo, existem duas forças em
constante luta: o bem e o mal. O deus do bem
é Ormuz, que não é representado por imagens
e tem como símbolo o fogo; o deus do mal é
Arimã, representado por uma serpente.
51. • Segundo o zoroastrismo, o dever das pessoas
é praticar o bem e a justiça, para que, no dia
do Juízo Final, Ormuz seja vitorioso e, assim o
bem prevaleça sobre o mal. Além disso, aos
bons estava reservada a vida eterna no
paraíso.
52. • Muitos dos valores do zoroastrismo acabaram
sendo adotados por outras religiões. No
cristianismo, por exemplo, encontram-se
presentes as idéias de Juízo Final e paraíso e a
dicotomia entre bem e mal.
53. • Essa religião baseava-se na sinceridade entre
as pessoas e foi transcrita no livro sagrado
Avesta. O imperador era quase um deus , pois,
segundo a crença , governava por ordem de
deus.
54. • Acreditavam também na imortalidade da
alma, na ressurreição dos mortos e no juízo
final. Na Pérsia não existiam templos ou
cultos. Zoroastro acabou com as crenças nos
antigos ídolos ao demonstrar que a verdade e
a pureza eram expressões do próprio culto.
55. • Muita característica do zoroastrismo influenciou
outras religiões, como o cristianismo e o judaísmo.
Algumas virtudes recomendadas pelo zoroastrismo,
como o cumprimento às obrigações de trabalho,
obediência aos governantes, criação de muitos filhos e
cultivo da terra, serviam também para convencer a
camada mais inferior da sociedade persa a não se
revoltar contra a situação de exploração a que vivia
submetida. Essa concepção religiosa acabou por se
transformar em importante fator de controle político e
social por parte dos reis e da aristocracia persa.
56. A Cultura:
• As criações artísticas e intelectuais sofreram influência das
culturas dos povos vizinhos. Os persas optaram a princípio
pela escrita cuneiforme, inventada pelos sumérios, que
depois foi substituída por uma escrita alfabética. Adotaram
o uso de moeda (o dárico), visando ao desenvolvimento do
comércio.
• Na arquitetura, os persas usaram como modelo as
construções babilônicas e egípcias, embora os grandes
monumentos persas não fossem templos – como no Egito e
na Mesopotâmia – e sim palácios reais.
• A grande herança cultural deixada pelos persas foi a
religião, diferente de todas as outras existentes no Oriente
Próximo.
63. • O Escafismo, também conhecido como
suplício dos botes, foi um método de
execução praticado na Pérsia antiga.
A pessoa era deitada, nua, em um bote e
coberta por outra embarcação ajustável a
esta, ficando de fora sua cabeça, mãos e pés.
64. • Era então forçada a ingerir leite e mel a ponto
de desenvolver diarréia, enquanto mais mel
era jogado em seu corpo para atrair insetos aos
membros expostos. O condenado era então
deixado flutuando em águas paradas ou
exposto ao sol. Os vermes que surgiam em
seus excrementos, junto às formigas e moscas
atraídas pelo mel, iam então devorando aos
poucos a carne que fica exposta e ia aos
poucos apodrecendo.
65.
66. • A ingestão de mel e leite era repetida
diariamente para prolongar a tortura e evitar
a morte por desidratação ou fome. A morte,
quando eventualmente ocorresse, era
consequência provável de uma combinação
de desidratação, fome e infecção.
67. • A morte por escafismo era dolorosa,
humilhante e demorada. O historiador grego
Plutarco conta que um homem chamado
Mitríades, foi condenado à morte por
escafismo porque assassinou um homem,
sobreviveu durante 17 dias, antes de morrer.