(Mar/2002) Logo após a implosão das Torres Gêmeas em NY, que ampliou a turbulência global já experimentada no setor de TI em razão do estouro da bolha das ".COM", o artigo trouxe uma análise sobre o papel das Tecnologias da Informação com vistas a apoiar a retomada da Paz e da Prosperidade na sociedade global.
Publicado na Revista da Sociedade Digital, edição 02, em Março de 2002.
Emerging Services - CIPA Colloquium - Cornell University
Tempos Impensáveis (Mar/2002)
1. MARÇO DE 2002 - ANO I, NÚMERO 2
Comprasnet: sistema de compras governamentais brasileiro é reconhecido mundialmente
R E V I S T A D A
S O C I E D A D E
D I G I T A L
45,
2. sites de interesse na contracapa
O GOVERNO QUE FUNCIONA
COMPRASNET: REFERÊNCIA INTERNACIONAL
página 04
O TAL DO LINUX
SAIBA TUDO SOBRE ELE
página 10
CIDADE DO CONHECIMENTO
REVOLUCIONANDO A FORMA DE ENSINAR
página 12
PORTAL DA SÁUDE
TECNOLOGIA DO OIAPOQUE AO CHUÍ
página 14
DOS RÉIS AOS REAIS
PERNAMBUCO REFAZ A HISTÓRIA
página 16
SENAI
60 ANOS DE EDUCAÇÃO E TRABALHO
página 20
II FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
TICs E DEMOCRACIA
página 23
PROGRAMA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
POR UM FUTURO DIGITAL
página 24
PREFEITURA DE UBERLÂNDIA
TECNOLOGIA NO TRIÂNGULO MINEIRO
página 26
SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA INFORMAÇÃO
BRASÍLIA, CAPITAL DIGITAL
página 30
IDENTIDADE PELA INTERNET
PROJETO FACILITA VIDA DO CIDADÃO
página 31
ENFIM, UMA LUZ PARA O FUST
DEBATE NA CÂMARA FORTALECE DEMOCRACIA
página 34
MAS A LUZ PODE SE APAGAR
LIBERAÇÃO DE VERBAS DO FUST ESTÁ COMPROMETIDA
página 36
TEMPOS IMPENSÁVEIS
O QUE O MEIO DIGITAL PODE FAZER PARA MELHORAR O MUNDO?
página 38
REDE NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA
A HISTÓRIA DA INTERNET BRASILEIRA COMEÇA COM A RNP
página 40
PORTUGAL DIGITAL
O PAÍS SE FAZ POR AVANÇOS PROGRESSIVOS
página 44
A PIZZA DA INFORMAÇÃO
VIVEMOS O FIM DAS UTOPIAS
página 46
45,R E V I S T A D A
S O C I E D A D E
D I G I T A L
3. 38•artigo•temposimpensáveis
Tempos impensáveis
Humberto Ribeiro
Sócio-Diretor do Portal SuperObra.com
Vice-presidente da Confederação Nacional dos Empresários
A primeira resposta vem sendo buscada por líderes
empresariais, religiosos, políticos e intelectuais, em con-
junto. Os desafios da economia global nos trazem opor-
tunidades decisivas de utilizar a criatividade e o esforço
colaborativo para reforçar alianças e traçar novas dire-
ções para as políticas públicas e privadas que viabilizem a
retomada do desenvolvimento sócio-econômico.
Buscando a resposta positiva para a primeira ques-
tão, temos que encarar que o resgate de valores essenciais
do ser humano, como a transparência, a ética, a compai-
xão e a criatividade são pilares de construção de um novo
cenário mundial. Há de se ter líderes campeões da ética e
defensores de objetivos sociais. Porém, agora, decidimos
refletir sobre as contribuições dos mecanismos digitais
para essa conquista.
Como temos observado nas últimas décadas, as na-
ções desenvolvidas têm passado por uma profunda trans-
formação de sociedades industriais para sociedades da
informação, nas quais o conhecimento substituiu a pro-
dução em massa, como base de poder, riqueza e interação
social. Com tal transformação, as classes sociais de me-
nor grau de educação e os países menos desenvolvidos
foram expostos à falta de oportunidades, ampliação da
criminalidade e queda da confiança, com o triunfo do
individualismo sobre o bem comunitário.
A chamada divisão digital, que serve de apelido para
a disparidade de acesso a informações e tecnologias de
comunicação entre países e classes sociais, é sintoma de
uma disfunção global que, se encarada de forma otimis-
ta, pode ser agora a grande oportunidade de um salto
social para as sociedades mais pobres. Essencialmente, o
objetivo macro é o de trazer para a nação os dois princi-
pais benefícios da nova economia: maior velocidade e
abrangência realmente global.
Ao passo em que a omissão quanto à eliminação da
divisão digital é o maior dos erros estruturais que pode-
ríamos cometer neste momento, inserir um país geogra-
ficamente enorme como o Brasil neste novo paradigma
divulgação
4. 39•artigo•temposimpensáveis
Aviões se chocam em prédios, um falso líder trucida
povos nos Bálcãs, um grupo extremista cerceia a
liberdade das almas afegãs, panelas protestam
contra a crise na Argentina. Os trágicos problemas
de corrupção, credibilidade institucional e
criminalidade enfrentados pelo Brasil nos últimos
tempos se tornam pequenos arranhões quando
comparados aos sofrimentos vividos por outros
povos. As grandes economias mundiais encaram a
recessão e um novo conceito de risco para
investimentos de capital. O princípio do novo
(apesar de ser um processo de evolução cultural que de-
mandará anos para atingir seu ciclo completo), também
traz chances de se atingir algumas metas importantes no
curto prazo, com alto impacto na qualidade de vida de
cada indivíduo e da sociedade como um todo. Mais que
o voto eletrônico ou o imposto digitalizado, benefícios
de inclusão nas decisões e informações serão entregues
ao cidadão, respeitando o ser humano como parte da
sociedade democrática.
Num primeiro momento, o passo de se distribuir
computadores e conectividade nas instituições de ensi-
no, postos de saúde, pontos de concentração populacional
etc, representará, além do preparo da infra-estrutura físi-
ca necessária, também o início da cultura de um novo
modelo mental na sociedade menos favorecida. Será ven-
cido o vácuo que afasta uma enorme massa de brasileiros
da tecnologia e o cidadão exercerá os novos verbos teclar,
clicar e navegar. Fatalmente serão necessárias expansões,
modernizações e reposições desses equipamentos e qui-
osques digitais, o que não diferencia em nada esse macro-
projeto de tantos outros que utilizam tecnologia.
Sincronizados a essa disponibilização de infra-estru-
tura, há que se propiciar, também, serviços de interesse
imediato da sociedade. Práticas simples, como o
agendamento de consultas médicas na rede pública hos-
pitalar, a solicitação de matrículas para crianças e a
disponibilização de material didático on-line nas escolas
públicas, o acesso a páginas web na internet, entre ou-
tros tantos, incluirão o indivíduo na nova economia. O
cartão-cidadão (ou outros instrumentos de poder pesso-
al que evoluam os benefícios de uma carteira de identi-
dade ou de um CPF para cada um de nós) será a forma
de se manter uma relação proativa entre o ser humano e
toda a gama de ofertas propiciadas pelo seu governo, nos
níveis municipal, estadual e federal. Como crianças apren-
dendo a caminhar, cada um terá o direito de errar no
uso, porém logo estará tentando novamente até ganhar
intimidade com o novo meio.
A expansão desses serviços resultará na solução de
problemas mais complexos, como a questão da segu-
rança pública e da educação. Temos de estar, em pouco
tempo, criando uma nova escola conectada ao mundo
e propiciando não somente às crianças matriculadas,
mas também a seus pais, o bem da liberdade do apren-
dizado. O resultado final nessa nova escola não será o
professor ensinar, e sim o aluno aprender, independen-
temente de sua atual classe social, o que será a maior
mudança estrutural na sociedade brasileira, caso consi-
ga ser implementada.
Os famosos radares espalhados pelas cidades e estra-
das não servirão apenas como guichês automáticos de
multas e sim como pontos de rastreamento e persegui-
ção a veículos roubados ou casos de seqüestro. E, falan-
do de veículos, as filas do Detran serão coisa da anti-
güidade e os problemas de trânsito se reduzirão pelo
simples fato de não precisarmos mais nos deslocar tan-
to para realizar nossas atividades do cotidiano. Estare-
mos on-line.
O segmento empresarial baseado em conhecimento
florescerá forte, gerando emprego local e terminando com
o ciclo de exportação de talentos vivido pelo Brasil. Al-
guns de nossos talentos que se encontram distantes vol-
tarão a se preocupar com as soluções deste país e terão
formas de interagir e se unir às causas desta nação, de
onde quer que estejam.
Portanto, encontramos o papel do meio digital na
consolidação de uma melhor sociedade global. Ele é o
desabilitador da bomba-relógio gerada pelo cerceamen-
to dos direitos de conhecer, inerentes ao ser humano.
Este é o formador de um novo indivíduo, rico pela habi-
lidade de acessar, pesquisar e interagir; inserido social-
mente pela condição de criar e contando com a liberda-
de de ir e vir, digitalmente. Ousados e preparados,
visualizaremos novas oportunidades e enfrentaremos de-
safios de todos em conjunto, consolidando a cada dia a
sonhada qualidade de vida para nossa sociedade.
milênio surpreendeu até mesmo os mais
pessimistas. Trazendo consigo uma sensação de
incerteza permanente para toda a humanidade, este
momento se caracteriza como um divisor de águas
para a sociedade global. Acabamos de entrar em
uma era de fragilidade na qual nem os mais altos
muros, as mais avançadas tecnologias ou os mais
poderosos armamentos são suficientes para a
garantia da segurança e da paz. Poderemos
sobreviver a essa provação histórica? O que o meio
digital pode fazer para melhorar esse cenário?
5. Cidade do Conhecimento www.cidade.usp.br
Comprasnet www.comprasnet.gov.br
Fórum Social Mundial www.forumsocialmundial.org.br
Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco www.facepe.br
Linux www.linux.com
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão www.planejamento.gov.br
Portal da Saúde www.saude.gov.br
Porto Alegre 2002 www.portoalegre2002.net
Programa Operacional Sociedade da Informação em Portugal www.posi.mct.pt
Programa Sociedade da Informação www.socinfo.org.br
Rede Nacional de Ensino e Pesquisa www.rnp.br
Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal www.sinfor.org.br
Uberlândia www.uberlandia.mg.gov.br
Para maiores informações sobre os assuntos tratados nesta edição consulte:
45,www.agenciaeletronica.net