2. Desde sempre o ser humano se fascinou pela representação
da Terra.
Desde as civilizações mais antigas até aos tempos modernos,
a informação espacial tem sido reunida por navegadores,
geógrafos e geodesistas e tomado a forma gráfica através do
trabalho dos cartógrafos produtores de mapas.
Inicialmente, os mapas eram utilizados para descrever regiões
distantes e usados como apoio à navegação e/ou a
estratégias militares.
Ao longo do tempo, foi sendo desenvolvido um conjunto de
técnicas que permitissem representar o espaço geográfico, o
que deu origem à .
3. É a ciência de “criar” mapas. Envolve a
recolha de informação geográfica, o
armazenamento, o processamento e a
edição desta informação, assim como a
sua representação em forma de mapas
ou de cartas.
Vista aérea e planta
de Matosinhos sul
O que é a cartografia?
4. Um dos mapas mais antigos foi
encontrado nas escavações das
ruínas da cidade de Ga-Sur, a
cerca de 300 km a norte da
Babilónia e data de 2500 a.C.
Consiste numa placa de barro
cozido onde se encontra
representado o vale de um rio,
provavelmente o Eufrates, com
uma montanha de cada lado,
simbolizadas em forma de
escama de peixe.
A Cartografia ao longo dos tempos…
5. Este mapa representa o Mundo conhecido pelos gregos
no século V a.C. A Terra era considerada como um disco,
ao redor do qual corriam as águas dos oceanos. O Mundo
conhecido era constituído por dois continentes (Europa e
Ásia) separados pelo Mar Mediterrâneo, pelo Mar Negro
(Euxino) e pelo Mar Cáspio.
Mapa de Hecateu de
Mileto, 560-480 a.C.
6. Este mapa aparece no livro “Memórias Geográficas” de
Eratóstenes. Este procurou dar à Terra uma imagem
geométrica. Utilizou todos os dados que pôde reunir: posições
astronomicamente determinadas, direções de rotas, itinerários
cujas distâncias foram medidas, indicações dos sábios que
acompanharam Alexandre.
Mapa-Mundi de Eratóstenes
7. Às conceções gregas da forma da Terra e das suas grandes
divisões, juntaram-se outras hipóteses, respeitantes à
repartição das Terras e dos Mares.
Com base na ideia da esfericidade da Terra, os sábios gregos
admitiram que, além da ecúmena, deveriam existir outros
continentes para estabelecer o equilíbrio do planeta. Surgiu
o conceito de antípodas, ou continente austral, simétrico da
ecúmena (parte habitada pelo ser humano).
8. Este mapa tem a particularidade de representar os graus de
latitude num dos lados do mapa e do outro lado apresentar o
sistema de climas.
A rede cartográfica é constituída por meridianos e os paralelos
são representados por círculos concêntricos equidistantes, o
que constitui a prefiguração da projeção cónica.
9. Depois de Ptolomeu, houve
um declínio na exatidão dos
mapas do mundo que
perdurou até ao século XIV.
10. Na Orbis Terrarum, os
cartógrafos romanos
representaram o Mundo que
conheciam. Os três continentes
aparecem dispostos mais ou
menos simetricamente com a
Ásia a leste, na parte superior
do mapa. A Itália está bastante
evidenciada, bem como Roma
e as províncias romanas. Cerca
de 4/5 do mapa são dedicados
ao Império Romano. A Índia, a
China (Seres) e a Rússia
(Samárcia) estão reduzidas a
pequenas regiões periféricas.
Orbis Terrarum dos romanos
11. No ano de 776, São Beato adaptou o mapa romano
à Teologia cristã. Note-se a grande extensão da
Terra Santa e o Paraíso, com os seus quatro rios.
Os limites da Terra estão simplificados para dar ao
mapa um aspeto mais regular e decorativo.
Mapa de São Beato, 776 d.C.
12. O mapa-múndi típico da Idade
Média era um disco conhecido com
o nome de T no O (Orbis Terrarum).
Utilizou-se de novo o Orbis Terrarum
dos Romanos, mas com tais
modificações que perdeu a sua
exatidão geográfica.
Neste mapa a Ásia ocupava sempre
a parte superior do O, com a Europa
e a África ocupando cada uma, a
metade da parte inferior. O
Mediterrâneo tinha uma posição
meridiana entre os dois continentes.
Jerusalém estava no centro do
círculo, de acordo com a Bíblia.
Orbis Terrarum - Idade Média
13. As fontes cartográficas
foram os portulanos, cartas
traçadas sem projeções,
que se limitavam ao
desenho do litoral.
Até ao século XV
14. Mapa dos fins da Idade Média, caracterizado por
estar orientado ao norte magnético, representar
portos, cabos e outros acidentes costeiros, e por ser
um minucioso sistema de rosas dos ventos e de
rumos que se entrecruzam sobre todo o mapa.
Portulano
16. Primeiro Mapa de Portugal conhecido, datado de
1561, da autoria de Fernando Álvaro Seco. Durante
um século foi a base de todas as cartas nacionais.
17. Juan de la Cosa (1512-1594) elaborou um mapa em que,
pela primeira vez, são representadas as terras americanas
conhecidas no momento: a área das Caraíbas.
Mapa-Mundi de Juan de la Cosa
18. Mercator (1512-1594) é considerado
o fundador da cartografia holandesa.
O seu principal mérito foi o de libertar
a cartografia da influência de Ptolomeu.
Mercator utilizou pela primeira vez a
projeção cilíndrica no seu mapa-mundi
de 1549.
20. Ortelius (1570) publicou a obra “Theatrum
Orbis Terrarum” que é considerado o primeiro
atlas moderno do Mundo.
21. No século XVIII desenvolveram-se na Europa grandes
potências cujos exércitos necessitavam de mapas
detalhados e precisos. Assistiu-se ao desenvolvimento
da cartografia de grande escala, primeiro em França,
com a publicação, a partir de 1746, da “Carte
Geometrique de la France”.
22. No início do século XVIII foram
encontrados em Istambul mapas
muito antigos pertencentes a um
oficial da marinha turca, o
Almirante Piri Reis (século XVI).
Os mapas mostram as
Américas, o oeste da África e a
Região Antártica. Esta,
representada na parte inferior do
mapa, corresponde quase
perfeitamente à massa de terra
que jaz há milénios sob espessa
camada de gelo e que só
recentemente foi revelada por
meio de equipamentos especiais
(Sonares).
23. Atualmente a Cartografia relaciona-se com
diversas outras áreas, como a Geodesia, a
Topografia, o Posicionamento e Navegação
por Satélite, a Deteção Remota e os
Sistemas de Informação Geográfica.
24. A Geodesia baseia-se, fundamentalmente,
no estudo da forma e das dimensões da
Terra e das suas alterações.
25. O significado da palavra Topografia é "descrição do lugar".
A Topografia é uma ciência aplicada, baseada na Geometria
e na Trigonometria, e estuda os instrumentos, métodos de
operação no terreno, cálculos e desenhos necessários ao
levantamento e representação gráfica, com maior ou menor
detalhe de uma parte da superfície terrestre.
26. A Deteção Remota consiste na recolha de informação sobre
objetos à distância. Uma vasta gama de informação sobre a
superfície e atmosfera do planeta Terra pode ser obtida usando
dados e imagens recolhidos por sensores a bordo de satélites
artificiais ou de plataformas aéreas.
27. A Componente Espacial de um Sistema
Global de Posicionamento
e de Navegação por Satélite (Global
Navigation Satellite System – GNSS) é
constituída por uma constelação com
um mínimo de 24 satélites ativos, a
altitudes de ordem dos 20 000 km,
uniformemente distribuídos no espaço.
Esta distribuição é tal que, a qualquer
hora do dia e em qualquer lugar da
Terra, um recetor dos sinais,
eletromagnéticos, enviados pelos
satélites, pode registar informações
vindas de, pelo menos, quatro satélites.
28. Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um
sistema computacional para aquisição, manipulação,
consulta e análise de dados geográficos.