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Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Infante D. Henrique
Concurso 'Eu Conto!'
Jorge Gil
Nº10
9ºC
Desde a sua ascendência, o Homem como espécie superior a outras espécies, sempre
precisou de se entreajudar para assegurar a sua própria existência. Quando duas ou mais pessoas
têm o mesmo objetivo, a mesma aspiração, é fácil uma ajudar a outra e unirem-se para lutarem pela
sua vontade. A cooperação e a solidariedade sempre estiveram presentes na Humanidade.
Era algures em janeiro. Estava a jogar, como sempre sozinho, pois não conhecia ninguém
em quem pudesse confiar. Até esse dia.
Tinha encontrado uma pessoa com a bandeira de Portugal como símbolo. Presumindo que
era português, mandei-lhe uma mensagem:
'Olá, também sou português...'
Ele respondeu:
'Oi, temos Grupo às 20:00, alinhas?'
'Sim'
Isto tudo aconteceu na Xbox 360, uma consola que possuo e aprecio. Então, às oito, como
combinado, juntei-me ao grupo deles.
Comecei a jogar com eles e a falar, e todos eram da minha faixa etária. Apercebi-me que
eram pessoas muito porreiras e tornei-me amigo deles.
Tudo continuou assim. Quando ia jogar, estavam lá eles, e juntávamo-nos para jogarmos
todos juntos, pois cooperando as coisas são, de longe, mais fáceis.
E quando, um dia, estávamos no meio de um jogo, conhecemos outro grupo de pessoas,
também portugueses. Todos muito porreiros e simpáticos, fui conhecendo mais cada um deles, pois
cada indivíduo que conhecia tinha a personalidade que se adapta ao que eu, incapacitado de vê-los,
criava como imagem que caracterizava e compactava tudo o que ouvia sobre eles numa só imagem
que pudesse associar ao seu comportamento. É engraçado como a mente humana trabalha quando
privada da capacidade de observação.
Eu hoje em dia, relaciono-me com Arkon, Fábio, Rui Silva, Metaldrag e DCSlamer, que são
os seus pseudónimos, que vivem no Porto; Danie e Mafarrico em Coimbra.
Mas naquela altura, há cerca de 10 meses, só estava a conhecê-los. Pouco sabia deles, mas
era uma coisa espetacular. Em todos os jogos que jogávamos, ganhávamos, pois juntos, somos mais
fortes, mais poderosos, e é possível atingir patamares que nem a sonhar se conseguem alcançar
quando sozinhos.
O impacto que eles tinham na minha vida crescia, estava no oitavo ano, a minha vida tinha
certos aspetos negativos que eu gostava de ver atenuados e, tal como muitas pessoas têm, aquela era
a minha escapatória da vida real. De facto, a minha amizade com eles não era irreal, mas era
utópica. Podia ter dias horríveis, mas sempre que pensava que, no final do dia, havia aquela malta
espetacular, fenomenal à minha espera, eu sentia-me melhor.
Se calhar, para muita gente, isto faz confusão, o facto de eu confiar em pessoas que nunca vi
na minha vida. Mas aí, eu respondo com a frase 'Não julgues alguém pelo seu aspeto'. As pessoas
dizem isso, mas nunca o fazem, pois o ser humano é mesmo assim: as aparências são sempre a
primeira impressão, e a primeira impressão é fundamental para decidir se confiamos em alguém ou
não. Mas quando não há aparências, a pessoa resume-se ao seu instinto.
E continuámos a jogar juntos durante longos dias.
Outra grande memória que tenho, foi numa terça-feira, de manhã livre, em que tinha teste
oral a Espanhol, à tarde. Fui à Xbox e estava lá o Metaldrag que, por sorte, sabia bastantes coisas de
Espanhol. Durante essa manhã, revi toda a matéria com ele e foi um dos exemplos de cooperação
mais efetivos que já vi.
Quando estava no teste, lembrava-me dos assuntos pois relacionava-os com momentos que
tínhamos passado. Foi excelente.
Já neste ano, decidi ir ao Porto visitar os meus amigos, ver as pessoas com quem tanto
falava, tanto “conhecia”, mas nunca tinha visto. Foi um dos melhores fins de semana da minha vida.
Conheci a rotina, um bocado frenética, da vida de um adolescente numa metrópole como o
Porto. Certas atitudes que eram justificadas por esta vida, mas para as quais eu não encontrava
explicação anteriormente.
Foi uma experiência que serviu para o meu crescimento psicológico, ao comparar estes
estilos de vida tão contrastantes. E a seguir, quando jogávamos, melhorámos o nosso nível de jogo,
pois respeitávamos mais as nossas decisões e as dos nossos companheiros de equipa. Tornámo-nos
mais solidários com os outros, e até connosco próprios.
E isto trouxe-nos aos dias de hoje. Aqui estou eu a escrever um texto sobre solidariedade e
cooperação. Uma matéria que aparentemente ainda sei um bocado.
A cooperação é uma parte tão importante para todos nós, mas muitas vezes subestimada e
desrespeitada. Mas eu sei que não seria o mesmo sem esse valor. O dia em que aprendi que a
cooperação é um atributo do qual, felizmente, o Homem pode orgulhar-se mudou a maneira como
eu olho para a vida, e espero que a leitura deste conto por parte de alguém também possa mudar a
sua opinião.
Mas a vida é mesmo assim. Uma sequência de acontecimentos aleatórios que se
condicionam uns aos outros, e originam novos desafios a cada instante.
A grandeza do Universo ainda está para ser compreendida, pois a possibilidade da existência
de tanta vida, e a sua interligação é uma parte ainda por descobrir.
Com tantas possibilidades, é estranho que tenha sido o Homem a perdurar e a resistir ao
teste do Tempo. Mas talvez isso tenha uma explicação.
Afinal, o Homem possui duas grandes capacidades que outros seres não têm: a
Solidariedade e a Cooperação.

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Eu conto 3º ciclo

  • 1. Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Infante D. Henrique Concurso 'Eu Conto!' Jorge Gil Nº10 9ºC
  • 2. Desde a sua ascendência, o Homem como espécie superior a outras espécies, sempre precisou de se entreajudar para assegurar a sua própria existência. Quando duas ou mais pessoas têm o mesmo objetivo, a mesma aspiração, é fácil uma ajudar a outra e unirem-se para lutarem pela sua vontade. A cooperação e a solidariedade sempre estiveram presentes na Humanidade. Era algures em janeiro. Estava a jogar, como sempre sozinho, pois não conhecia ninguém em quem pudesse confiar. Até esse dia. Tinha encontrado uma pessoa com a bandeira de Portugal como símbolo. Presumindo que era português, mandei-lhe uma mensagem: 'Olá, também sou português...' Ele respondeu: 'Oi, temos Grupo às 20:00, alinhas?' 'Sim' Isto tudo aconteceu na Xbox 360, uma consola que possuo e aprecio. Então, às oito, como combinado, juntei-me ao grupo deles. Comecei a jogar com eles e a falar, e todos eram da minha faixa etária. Apercebi-me que eram pessoas muito porreiras e tornei-me amigo deles. Tudo continuou assim. Quando ia jogar, estavam lá eles, e juntávamo-nos para jogarmos todos juntos, pois cooperando as coisas são, de longe, mais fáceis. E quando, um dia, estávamos no meio de um jogo, conhecemos outro grupo de pessoas, também portugueses. Todos muito porreiros e simpáticos, fui conhecendo mais cada um deles, pois cada indivíduo que conhecia tinha a personalidade que se adapta ao que eu, incapacitado de vê-los, criava como imagem que caracterizava e compactava tudo o que ouvia sobre eles numa só imagem que pudesse associar ao seu comportamento. É engraçado como a mente humana trabalha quando privada da capacidade de observação. Eu hoje em dia, relaciono-me com Arkon, Fábio, Rui Silva, Metaldrag e DCSlamer, que são
  • 3. os seus pseudónimos, que vivem no Porto; Danie e Mafarrico em Coimbra. Mas naquela altura, há cerca de 10 meses, só estava a conhecê-los. Pouco sabia deles, mas era uma coisa espetacular. Em todos os jogos que jogávamos, ganhávamos, pois juntos, somos mais fortes, mais poderosos, e é possível atingir patamares que nem a sonhar se conseguem alcançar quando sozinhos. O impacto que eles tinham na minha vida crescia, estava no oitavo ano, a minha vida tinha certos aspetos negativos que eu gostava de ver atenuados e, tal como muitas pessoas têm, aquela era a minha escapatória da vida real. De facto, a minha amizade com eles não era irreal, mas era utópica. Podia ter dias horríveis, mas sempre que pensava que, no final do dia, havia aquela malta espetacular, fenomenal à minha espera, eu sentia-me melhor. Se calhar, para muita gente, isto faz confusão, o facto de eu confiar em pessoas que nunca vi na minha vida. Mas aí, eu respondo com a frase 'Não julgues alguém pelo seu aspeto'. As pessoas dizem isso, mas nunca o fazem, pois o ser humano é mesmo assim: as aparências são sempre a primeira impressão, e a primeira impressão é fundamental para decidir se confiamos em alguém ou não. Mas quando não há aparências, a pessoa resume-se ao seu instinto. E continuámos a jogar juntos durante longos dias. Outra grande memória que tenho, foi numa terça-feira, de manhã livre, em que tinha teste oral a Espanhol, à tarde. Fui à Xbox e estava lá o Metaldrag que, por sorte, sabia bastantes coisas de Espanhol. Durante essa manhã, revi toda a matéria com ele e foi um dos exemplos de cooperação mais efetivos que já vi. Quando estava no teste, lembrava-me dos assuntos pois relacionava-os com momentos que tínhamos passado. Foi excelente. Já neste ano, decidi ir ao Porto visitar os meus amigos, ver as pessoas com quem tanto falava, tanto “conhecia”, mas nunca tinha visto. Foi um dos melhores fins de semana da minha vida. Conheci a rotina, um bocado frenética, da vida de um adolescente numa metrópole como o Porto. Certas atitudes que eram justificadas por esta vida, mas para as quais eu não encontrava
  • 4. explicação anteriormente. Foi uma experiência que serviu para o meu crescimento psicológico, ao comparar estes estilos de vida tão contrastantes. E a seguir, quando jogávamos, melhorámos o nosso nível de jogo, pois respeitávamos mais as nossas decisões e as dos nossos companheiros de equipa. Tornámo-nos mais solidários com os outros, e até connosco próprios. E isto trouxe-nos aos dias de hoje. Aqui estou eu a escrever um texto sobre solidariedade e cooperação. Uma matéria que aparentemente ainda sei um bocado. A cooperação é uma parte tão importante para todos nós, mas muitas vezes subestimada e desrespeitada. Mas eu sei que não seria o mesmo sem esse valor. O dia em que aprendi que a cooperação é um atributo do qual, felizmente, o Homem pode orgulhar-se mudou a maneira como eu olho para a vida, e espero que a leitura deste conto por parte de alguém também possa mudar a sua opinião. Mas a vida é mesmo assim. Uma sequência de acontecimentos aleatórios que se condicionam uns aos outros, e originam novos desafios a cada instante. A grandeza do Universo ainda está para ser compreendida, pois a possibilidade da existência de tanta vida, e a sua interligação é uma parte ainda por descobrir. Com tantas possibilidades, é estranho que tenha sido o Homem a perdurar e a resistir ao teste do Tempo. Mas talvez isso tenha uma explicação. Afinal, o Homem possui duas grandes capacidades que outros seres não têm: a Solidariedade e a Cooperação.