1) O documento discute a origem da vida na Terra e as condições atmosféricas primitivas que teriam levado ao surgimento das primeiras moléculas orgânicas e células.
2) Também apresenta uma proposta de sequência didática sobre a célula para o ensino médio, abordando a evolução dos seres vivos, adaptação e especialização celular.
3) Apesar de muitas hipóteses, os cientistas ainda buscam respostas definitivas sobre como a vida surgiu, ilustrando que a ciência é dinâ
2. 1 INTRODUÇÃO
Foram várias as hipóteses propostas com objetivo de explicar a origem da vida,
sendo que a mais aceita é a da evolução gradual dos sistemas químicos. Aceitando-
se esta hipótese e as supostas condições da atmosfera primitiva da Terra, formada
de metano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio (H2) e vapores de água (H2O), concorda-
se com as ideias de que os primeiros seres vivos foram heterotróficos anaeróbicos,
porque a atmosfera primitiva não apresentava oxigênio e gás carbônico, os quais são
essenciais para a respiração aeróbica e a fotossíntese.
3. 2 DESENVOLVIMENTO
Dentre as várias proposições acerca da origem da vida a da hipótese
heterotrófica é a mais aceita. Essa hipótese foi proposta com base na suposição de
que tenha se formado uma sopa orgânica na terra primitiva. Uma das condições
presentes na atmosfera primitiva, sem a qual não haveria abundância de nutrientes
nos oceanos primitivos era a presença de uma atmosfera redutora, onde Metano,
Amônia e Vapor d’água estariam entre os principais componentes. As condições
atmosféricas da Terra primitiva, eram diversas das condições atuais. É provável a
inexistência de oxigênio livre (O2). Todo o oxigênio existente se apresentava ligado a
outros compostos químicos, a Terra possuía uma atmosfera redutora, ou seja,
doadora de elétrons. Não há consenso sobre a formação atmosférica terrestre, mas a
suposição mais aceita é de que a atmosfera primitiva consistia em sua maior parte de
metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), amônia (NH3), gás hidrogênio (H2) e
vapor d’água (H2O). A terra passava por um período de resfriamento o que possibilitou
a acumulação de água nas depressões do relevo da costa, formação assim os mares
primitivos.
Na atmosfera haviam descargas elétricas e radiações intensas que forneceram
energia para que as moléculas presentes se unissem formando outras maiores e mais
complexas, as moléculas orgânicas.
Nos dias contemporâneos há duas hipóteses sobre a origem da vida na terra:
a panspermia, com a vida se originando a partir de outros planetas e outra, supondo
que presume a vida teria se desenvolvido gradativamente, num longo processo de
mudança, seleção e evolução.
São muitos os estudiosos que, ao longo do tempo, têm se dedicado às
pesquisas científicas em busca de respostas mais convincentes sobre como teria se
originado a vida na terra. Do Criacionismo ao Big Bang, da abiogênese á biogênese,
de Redi, Needham, Spallanzani, Pasteur a Oparin e Haldane. A partir de Louis Pasteur
a biogênese passou a ser mundialmente aceita pelos cientistas.
Oparin e Haldane, com hipóteses levemente diferentes e pesquisando
separadamente, propuseram a formação de seres vivos a partir das moléculas
4. complexas (orgânicas) que teriam se formado na atmosfera primitiva e depois nos
oceanos partindo de substâncias inorgânicas.
Em se tratando da evolução gradual, especializações e adaptações da célula,
as suposições são de que houve a formação das primeiras células no ambiente
primitivo atmosférico acima descrito.
Com base no conhecimento científico disponível pretende-se elaborar uma
sequência didática visando facilitar o ensino e aprendizagem de alunos que estudam
a célula, tema importante e fundamental para entendimento do processo da vida.
UNIDADE DIDÁTICA
Conteúdo a ser ministrado
Origem da célula
Evolução
Condições ambientais
Adaptação
Especialização celular
Organização atual do mundo vivos
1. ACELULARES: vírus, viróides e príons.
2. CELULARES:
2.1. PROCARIONTES: bactérias.
2.2. EUCARIONTES:
2.2.1. UNICELULARES: protistas.
2.2.2. PLURICELULARES:
2.2.2.1. SEM TECIDOS: fungos.
2.2.2.2. COM TECIDOS:
2.2.2.2.1. ACLOROFILADOS: animais.
2.2.2.2.2. CLOROFILADOS: plantas.
Ano: 1º ano do Ensino Médio
Nº de aulas: 6
Objetivos
Abordar o conceito de célula, tamanhos, tipos, formas e constituição interna;
Entender a origem dos seres vivos a partir da célula;
5. Compreender o processo evolutivo gradual dos seres vivos;
Realizar o contato com o microscópio, seus componentes, funcionamento e
manipulação;
Aplicar os conhecimentos construídos e explorar a criatividade dos
estudantes através da elaboração de células com materiais disponíveis.
Metodologia
A sequência didática compreenderá momentos de aulas expositivas com
auxílio de imagens sobre as condições ambientais de quando as primeiras
moléculas foram formadas. As imagens serão exibidas com uso de data show,
expondo os slides, da mesma forma serão mostradas imagens dos tipos de células
e seus componentes, bem como será exibido o vídeo “Nós os seres vivos: uma
breve história sobre evolução” (disponível em <www.genesetal.igc.pt>. Duas aulas
(geminadas) serão dedicadas a uma atividade em que os alunos explorarão o
conceito de célula: morfologia, função e relação com os órgãos do corpo. Nessas
aulas os alunos poderão fazer correspondência entre diferentes órgãos e células
que os constituem com sua respectiva localização no corpo humano, poderão
observar ao microscópio algumas preparações celulares e ainda poderão construir
células de diferentes órgãos com massa plástica para modelar. Antes da atividade
será exibido outro vídeo “Eu e meu corpo”, disponível em www.genesetal.igc.pt
que servirá de orientação para a atividade.
Avaliação
Ao final de cada duas aulas, de acordo com o avanço dos conteúdos serão
aplicados testes nos quais haverá figuras para identificação, imagens para colorir,
questões de múltipla escolha e um pequeno texto para interpretação. Nas duas
últimas aulas, após a atividade prática-experimental será solicitado um relatório
escrito no qual os estudantes deverão explicar a experiência correlacionando-a com
os conteúdos vistos.
O critério avaliativo será processual e somativo, aspectos qualitativos e atitudinais
serão considerados.
Bibliografia
6. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito se especulou sobre como se deu a origem da vida na Terra e mesmo
com tantas hipóteses e teorias os cientistas continuam em busca de uma resposta
definitiva, contudo o conhecimento científico não é definitivo e é passível de
mudanças. A busca de formas de vida em nosso sistema solar tem direcionado os
olhares dos pesquisadores para Lo, um dos satélites de júpiter, o qual encontra-se
coberto por oceanos congelados e pelo fato das condições serem similares ao bioma
abissal da terra há conjecturas sobre o desenvolvimento de bactérias
quimiossintéticas. A teoria da evolução molecular aceita que reações químicas
sucessivas entre os gases da primitiva atmosfera originaram moléculas orgânicas
simples que ao se combinarem produziram outras mais complexas, como proteínas e
ácidos nucleicos. Quando Oparin propôs o modelo de como a vida poderia ter surgido
ainda não se sabia que os ácidos nucleicos são os portadores das informações
genéticas presentes em todos seres vivos. Já Miller, bioquímico americano, na década
de 1950, experimentou circular num aparelho fechado uma mistura composta por
vapor d’água, metano, amônia e hidrogênio e submeteu-a a descargas elétricas
simulando a atmosfera primitiva terrestre. Ao final do experimento comprovou que
além de outras moléculas orgânicas, havia alguns aminoácidos que são as matérias
primas das proteínas.
A Ciência é dinâmica e os cientistas continuam a pesquisar sobre a evolução
dos seres vivos, sobre a vida de um modo geral, suas transformações, adaptações,
enfim sobre a origem da vida que por si só continua se constituindo num mistério.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMABIS, José Mariano. MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das células. 3ª ed.
Moderna: São Paulo, 2010.
BRUCE, Albert. Biologia molecular da célula. Artmed: Porto Alegre, 2009.
OSÓRIO, Teresa Costa. Biologia. Manual do Professor. 2ª ed. Edições SM Ltda:
São Paulo, 2013
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia, genética, evolução, ecologia. Ática: São
Paulo, 2009.
SOBOTTA, Johannes. Atlas de histologia, citologia e anatomia microscópica.
Guanabara Koogan:
Sites visitados:
www.sobiologia.com.br acesso em 20/10/2014
www.genesetal.igc.pt qcesso em 20/10/2014