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Aletheia (ἀλήθεια) é uma palavra grega, que pode ser traduzida como
"desocultação“ *
* Heidegger fez uma análise etimológica da aletheia, e tirou um entendimento
do termo como "desocultação".
Gil Ferreira © 2013
3. Como Praticar (Guitarra)
O Processo de Ensino-Aprendizagem
O processo de Ensino-Aprendizagem envolve três elementos essenciais:
•Professor
•Aluno
•Conhecimento/Competências [Competências Auditivas, Competências Motoras,
Competências Expressivas, Competências Expressivas e Competências de Leitura]
Chama-se processo de Ensino-Aprendizagem porque não é um processo com um sentido
unívoco (P<C<A ou A<P<C). Os três elementos articulam-se de uma forma dinâmica.
Gil Ferreira © 2013
4. Apenas os que têm a paciência de fazer as
coisas simples com perfeição adquirem a
capacidade de fazer coisas difíceis com
facilidade.
Friedrich von Schiller
Trabalho
Disciplina
Organização
Prioridades
Andrés Segóvia 5 horas de prática diária
http://www.youtube.com/watch?v=n76ZCq9w94Y
Christopher Parkening
Gil Ferreira © 2013
5. Como Praticar (Guitarra)
A aprendizagem de um instrumento musical (competências e conteúdos) implica a
necessária prática das competências que dependem, obviamente, de uma rotina de
prática diária.
A aprendizagem tem por base a REPETIÇÃO
O hábito de organizar um plano de prática diário (uma agenda) é benéfico e
transversal a todos processos de aprendizagem que o indivíduo, enquanto aluno, irá
experimentar ao longo do percurso académico e vivencial.
Não é lesivo “tocar muitas horas”. É lesivo tocar muitas horas a mesma coisa e da
mesma forma.
Gil Ferreira © 2013
6. Organização da Prática Instrumental (ou estudo como alguns denominam)
Trabalho pesado é geralmente a acumulação de tarefas pequenas que não foram feitas a tempo.
(Henry Cooke)
- Praticar sempre com a postura corporal correcta (verificar a postura sempre) é
aconselhável que o aluno tenha apoio de pé, ou outro dispositivo (como, por exemplo, o
Ergoplay), e estante de música;
Ergoplay
Gil Ferreira © 2013
8. -Praticar sempre lentamente, relaxado e sem tensões (devagar sobretudo quando se
está a trabalhar / ler material novo) para que o cérebro possa actuar mais rapidamente
que os dedos;
Escolher sempre um lugar calmo e confortável!
-Valorizar a prática diária em detrimento de uma prática mais alongada ou condensada
nas vésperas da aula. Os alunos devem praticar, preferencialmente, em todos os dias
da semana. No entanto se - por motivos de horário escolar ou prática de actividades
extracurriculares - tal não for possível devem praticar, pelo menos, em 6 dos 7 dias da
semana, retirando apenas um dia para "férias do instrumento".
É fulcral que logo no dia em que o aluno teve a aula faça uma revisão do
que foi trabalhado na aula!
Nunca perder o sentido de diversão / alegria de tocar
Técnica diária
Aquecimento
Rotina
Preservar as peças que tocamos bem
Começar o dia com a guitarra
David Russell
http://www.youtube.com/watch?v=X75eQIzBe_4
Gil Ferreira © 2013
9. -NUNCA DESVALORIZAR O TRABALHO TÉCNICO, só com uma boa técnica (e desenvolta) é
possível fazer e tirar proveito da Música.
Exemplo:
Exercícios com cordas soltas e diferentes combinações de dedos de mão direita [ataque, articulação,
dinâmica, timbre]
Acordes, Escalas, Arpejos, Intervalos, Tríades, Transportes, Ligados; Recursos: Vibrato, Pizzicato,
Harmónicos naturais / artificiais, etc
"Não pudemos acelerar o crescimento de uma árvore puxando-a pelos seus
ramos."
Ricardo Iznaola, Guitarrista
Aprender um instrumento, é um processo individual e incomparável entre alunos
(mesmo dentro dos mesmos níveis).
-Criar o hábito do aluno tocar em casa para os pais e outros familiares é uma óptima
forma de o motivar para a prática.
Treino para a performance pública e antecipação de cenários que é
cumulativamente bom para a memorização das obras e para a motivação!
Gil Ferreira © 2013
10. Organização de uma sessão de prática (“estudo”) de Guitarra
Esquema de trabalho,
proposto, pelo Guitarrista e
Professor Tomas Camacho
Alunos avançados / concertistas –
5 horas / diárias
Gil Ferreira © 2013
11. Organização de uma sessão de prática (“estudo”) de Guitarra
Valores, indicativos e sugeridos, de tempo de trabalho
Iniciação, 6 aos 7 anos: 10 a 15 minutos por dia
Iniciação, 8 aos 9 anos: 15 a 20 minutos por dia
1º Grau, 10 anos - 25 minutos por dia
2º Grau, 11 anos - 35 minutos por dia
3º Grau, 12 anos - 45 minutos por dia
4º Grau, 13 anos - 50 minutos por dia
5º Grau, 14 anos - 60 minutos por dia
6º Grau, 15 – 16 anos – 90 minutos dia*
7º Grau, 16 – 18 anos – 120 minutos dia*
8º Grau, 17 – 19 anos – 150 a 180 minutos dia*
* Com intervalo de 10 a 15 minutos por cada 45 / 50 minutos de trabalho
• Concentração e Relaxamento Muscular
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12. Divisão e Gestão do Tempo de Trabalho
Exemplo de uma sessão de 45 minutos:
- 10 min. aquecimento com exercícios de intensidade e dificuldade crescente [exe: exercícios
para a mobilidade / ataque do polegar; praticar uma escala / arpejo sentido descendente (na
vertical, horizontal e diagonal)];
-10 min. revisão do aprendido na sessão / aula anterior;
- 10 min. Identificação, selecção e trabalho de partes / tarefas com dificuldades específicas;
-15 min. tocar a obra / estudo / tarefa
1. Praticar o acompanhamento (baixos)
2. Praticar a melodia, seguido as
orientações de M.E. / M.D. Cantar ajuda a
memorizar a melodia bem como potencia o
desenvolvimento das competências
auditivas.
Gil Ferreira © 2013
13. Melhor que praticar uma obra do princípio ao fim (perspectiva holística) será
primeiro realizar trabalho sobre as passagens difíceis e as técnicas
associadas à obra / estudo / tarefa.
E como trabalhar uma dificuldade / problema?
“Resolver” uma dificuldade ou problema implica sempre a identificação do
problema, que compreende 3 fases:
a) existe um problema, b) qual é o problema, c) onde começa e onde termina;
Compreensão do que origina o problema: as aulas prevêem, identificam e
trabalham a origem das dificuldades, contudo o ensino visa gerar autonomia e o
aluno vai, progressivamente, sendo capaz de identificar os problemas associados
a uma tarefa / obra / estudo
ERROS:
Podem ser erros visuais, cinestésicos (coordenação e independência) ou auditivos
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16. Exemplo de erro visual: Associação a padrão / sucessão conhecido
Passagem escalar de: Cubanita, Flores Chaviano
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17. Exemplo de erro cinestésico: Coordenação e independência associada à simetria
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18. Exercícios recomendados para antes e depois da prática instrumental
Retirado de “Son tus músculos de hierro?” da Fundação Mapfre – www.conmayorcuidado.com
19. Factores (tangíveis) que afectam a prática:
Disciplina;
Organização;
Grau de dificuldade;
Quantidade de material;
Disponibilidade de tempo;
Tempo (velocidade metronómica);
A reflectir:
A prática de leitura à primeira vista é crucial, contudo, ler uma obra / estudo à primeira
vista não é o mesmo que praticar uma obra / estudo.
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20. Factores (intangíveis) que afectam a prática:
Expectativas e Comparações: Estarei pronto para tocar A, B, ou C no próximo mês. O
processo de crescimento técnico e musical não é comparável entre indivíduos.
Más experiências em contexto de performance: Todos carregamos memórias boas,
menos boas e más acerca de performances passadas. As boas devem servir de
incentivo às performances futuras. As menos boas e más devem ficar fora das portas da
sala de prática (estudo).
A reflectir:
Altruísmo: estamos apenas a competir com nós próprios, beneficiando da
generosidade, cooperação e colaboração com os outros.
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21. “[...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que,
enquanto educa, é educado em diálogo com o educando
que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se
tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em
que os <argumentos da autoridade> já não valem. Em que,
para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de
estar sendo com as liberdades e não contra elas. Já agora
ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa
a si mesmo: os homens se educam em comunhão,
mediatizados pelo mundo”.
Paulo Freire
Pedagogia do Oprimido.
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22. Ferramentas de apoio ao trabalho de competências auditivas e de leitura:
http://www.earmaster.com/
Dicas (de David Russell) para Guitarristas:
http://www.davidrussellguitar.com/index.php/home/tips-for-guitarists
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23. Num sistema ideal, aprender vale pela actividade em si, não por constituir-se um
mero agente de mudança mas sobretudo porque é um acrescento fundamental à
nossa existência social e cultural.
Resumindo os alunos não devem trabalhar porque vão realizar uma prova mas sim
pelo valor de aprender e por aquilo que os enriquece.
Gil Ferreira
Os dias prósperos não vêm por acaso;
nascem de muita fadiga e persistência.
Henri Ford
Gil Ferreira © 2013
24. Referências:
Crease, S. (2008). Lições de Música. Lisboa, Editorial Bizâncio
Ferreira, Manuela Saches & dos Santos, Milice Ribeiro (2000) Aprender a Ensinar, Ensinar
a Aprender; Ed. Afrontamento
Freire, P. (1970). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
Iznaola, R. (2000). Ricardo Iznaola on Practicing, Mel Bay Publications.
Parkening, C). Christopher Parkening: Practice acedido 22/01/2013, em
http://www.youtube.com/watch?v=n76ZCq9w94Y
Verdery, B.). Ben Verdery On Good Playing Posture acedido 22/01/2013, em
http://www.youtube.com/watch?v=Fkz2jnMJVlE
Russell, D.). David Russell on Preserving Enthusiasm acedido 22/01/2013, em
http://www.youtube.com/watch?v=X75eQIzBe_4
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