SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 51
FILOSOFIA – 11º

              Instrumentos e Competências
                      (Revisão 10º Ano)




Jorge Barbosa, 2012                         Texto 1
FILOSOFIA – 11º

1. – PROBLEMAS
                                    A Filosofia é uma
     1. - Exemplos                  atividade de discussão
     2. - Competências              de problemas.




Se não percebermos ou se perdermos de vista os problemas que estão
 a ser discutidos, não conseguiremos compreender as matérias ou os
                          autores estudados
FILOSOFIA – 11º
Exemplos de Problemas filosóficos
• O que é agir livremente?
• Será que o bem e o mal dependem da sociedade?   Nem todos os problemas filosóficos são
• O que é o conhecimento?                         imediatamente compreensíveis e
                                                  mesmo os que são precisam de ser
• Será que Deus existe?                           esclarecidos.

• Qual é o valor da arte?                         Por exemplo, quando perguntamos o
                                                  que é o conhecimento, a que género de
• O que têm de especial as teorias científicas?   conhecimento nos estamos a referir?
• O que é uma sociedade justa?


Esclarecer os problemas a discutir é uma parte importante da atividade
                             filosófica.
FILOSOFIA – 11º

Competências relativas a problemas

   1. – Identificar problemas filosóficos
   2. – Formular problemas filosóficos
   3. – Relacionar problemas filosóficos
   4. – Justificar a relevância de um problema filosófico
       Para identificar um problema, basta apontar a sua
       designação filosófica habitual.
       Formular um problema exige que o apresentemos com
       clareza e rigor.
FILOSOFIA – 11º

Competências relativas a problemas
   Tomemos como exemplo o chamado “problema do mal”
   Quando se afirma: “Este texto é sobre o problema do mal”
                 Estamos a identificar o problema no texto
   Para o formular, poderíamos apresentá-lo de uma destas formas
   1. - Se o poder de Deus não tem limites e Ele é sumamente
   bom, por que razão existe tanto mal no mundo?
   2. – O problema do mal é a questão de saber se, num mundo em
   que há tanto mal, pode existir um ser omnipotente e sumamente
   bom
FILOSOFIA – 11º

Competências relativas a problemas
   Relacionar problemas é mostrar de que modo a forma como
   respondemos a um tem implicações para responder ao outro.
   Consideremos esta posição sobre o problema do mal:
   Se for verdade que a liberdade (ou livre-arbítrio) dos seres
   humanos implica a possibilidade de praticar o mal, então muito
   do mal que existe no mundo é uma consequência inevitável da
   nossa capacidade de agir livremente. Por isso, esse mal não é da
   responsabilidade de Deus
FILOSOFIA – 11º

Competências relativas a problemas
   Justificar a relevância de um problema filosófico consiste em:
   Apresentar razões que o tornem digno de atenção.
   Vejamos duas formas de justificar a relevância de um problema:
   1. – O problema do mal é relevante porque, se não conseguirmos
   resolvê-lo, ficaremos com boas razões para não acreditar em
   Deus.
   2. – O problema do mal tem importância, na medida em que nos
   leva a pensar na origem do mal e a procurar razões que o
   justifiquem
FILOSOFIA – 11º

2. – TESES
                                   As teses são respostas aos
   1. - Frases e Proposições
   2. – Proposições condicionais
                                 problemas. Podemos
                                 também usar termos como
   3. – Proposições universais
                                   “teorias” ou “perspetivas”
   4. – Contraexemplos
                                   para nos referirmos às
   5. – Consistência               teses
  Uma das características da filosofia é a ausência de respostas
          consensuais para os problemas discutidos.
FILOSOFIA – 11º
Se estivermos a discutir a existência de Deus, que teses poderemos
formular?
    Resposta:
                                       As teses mais importantes costumam
   A. Deus existe                      ser designadas por “ismos”.
   B. Deus não existe
                                       As teses A, B e C correspondem
   C. Não sabemos se Deus existe       respetivamente ao “teísmo”, ao
                                       “ateísmo”, e ao “agnosticismo”.



    Não devemos usar os “ismos” sem saber exatamente que tese
                            designam.
FILOSOFIA – 11º

Frases e Proposições
   As teses são proposições ou conjuntos de proposições.

   Uma proposição é aquilo que é expresso por uma frase
   declarativa que tem valor de verdade

   As frases que não são declarativas, como as perguntas e as
   ordens, não exprimem proposições.
   Uma frase exprime uma proposição, se, além de ser
   declarativa, fizer sentido classificá-la como verdadeira ou como
   falsa.
FILOSOFIA – 11º
As frases com valor de verdade são aquelas que são verdadeiras ou
falsas, mesmo que não saibamos se são uma coisa ou outra.

  As frases seguintes não exprimem proposições:

            •   Abre a porta.                 Perguntar pelo valor de verdade de
            •   A porta está aberta?
                                              uma frase ou da proposição que ela
                                              exprime é o mesmo que perguntar se
            •   Não abras a porta.            ela é verdadeira ou falsa.



        As teses são proposições ou conjuntos de proposições
FILOSOFIA – 11º
As frases com valor de verdade são aquelas que são verdadeiras ou
falsas, mesmo que não saibamos se são uma coisa ou outra.

  As frases seguintes exprimem proposições:

            •   A porta está aberta.            Perguntar pelo valor de verdade de
            •   A porta não está aberta.
                                                uma frase ou da proposição que ela
                                                exprime é o mesmo que perguntar se
            •   Se a porta está aberta, então   ela é verdadeira ou falsa.
                alguém a abriu



        As teses são proposições ou conjuntos de proposições
FILOSOFIA – 11º
As frases são a expressão linguística das proposições.

  Para clarificar a relação entre frase e proposição, devemos ter em
  atenção o seguinte:
                                                    As frases “Lisboa fica a sul do Porto” e
   1. Se duas frases diferentes significam o        “O Porto fica a norte de Lisboa”
      mesmo, então exprimem a mesma                 exprimem a mesma proposição
      proposição
   2. Se uma frase pode significar coisas           A frase “Joana viu o Miguel com os
      diferentes, então pode exprimir               binóculos” pode exprimir duas
      proposições diferentes                        proposições. Quais?


        As teses são proposições ou conjuntos de proposições
FILOSOFIA – 11º

Proposições condicionais
    Algumas teses filosóficas consistem em proposições
    condicionais.
    Exemplos de proposições condicionais:
    Se está a chover, então o chão está molhado.
    Se os animais não têm deveres, então não têm direitos.

 Todas as proposições condicionais podem ser expressas por frases
 com a forma “Se P, então Q”. No lugar de “P” e de “Q” encontramos
                       também proposições.
FILOSOFIA – 11º
Todas as proposições condicionais podem ser expressas por frases
com a forma “Se P, então Q”. No lugar de “P” e de “Q” encontramos
também proposições.

  A proposição condicional Se está a chover, então o chão está
  molhado é constituída pelas duas proposições expressas pelas
  frases está a chover e o chão está molhado .

                                           Numa frase com a forma “Se P, então
                                           Q”, a primeira proposição “P” é a
                                           antecedente, e a segunda proposição “Q”
                                           é a consequente.
FILOSOFIA – 11º
1. Numa proposição condicional, a antecedente é uma condição
   suficiente para a consequente.

  Na proposição condicional Se está a chover, então o chão está
  molhado, significa que estar a chover é uma condição
  suficiente para o chão estar molhado.

2. Numa proposição condicional, a consequente é uma condição
   necessária para a antecedente.
  Na proposição condicional Se está a chover, então o chão está
  molhado, é preciso que seja verdade que o chão está
  molhado, para que também seja verdade que está a chover.
FILOSOFIA – 11º
Vejamos as seguintes proposições condicionais:

          1.   Se está a chover, então o chão está molhado.

          2.   Se o chão está molhado, então está a chover.

Estas duas proposições condicionais são iguais?
  Não. São duas proposições diferentes.

   A primeira diz-nos que chover é condição suficiente para que o
   chão esteja molhado

   A segunda diz-nos que chover é condição necessária para que o
   chão esteja molhado.
FILOSOFIA – 11º
Proposições bicondicionais

         1.   Se está a chover, então o chão está molhado.

         2.   Se o chão está molhado, então está a chover.

Se estas duas proposições forem verdadeiras, então:
  A proposição “está a chover” é condição necessária e suficiente
  para “o chão está molhado”
  Para transformar as duas numa só proposição, devemos dizer:
  Está a chover se, e apenas se, o chão está molhado
FILOSOFIA – 11º
Proposições bicondicionais

  As proposições bicondicionais podem ser expressas por frases com a
      forma “P se, e apenas se, Q”


As bicondicionais são condicionais que funcionam nos dois sentidos.
   As duas proposições relacionadas numa bicondicional não são
   designadas de “antecedente” e “consequente”


 Numa proposição bicondicional, estabelece-se uma relação de
 equivalência entre as duas proposições que a constituem: cada
 uma delas é uma condição necessária e suficiente para a outra.
FILOSOFIA – 11º
Proposições bicondicionais

  Se quisermos apresentar a tese segundo a qual os alunos só passam
      de ano se estudarem todos os dias, utilizando duas proposições
      equivalentes (proposição bicondicional), como devemos formulá-
      la numa forma lógica?
Resposta: Os alunos passam de ano se, e apenas se, estudarem todos
   os dias.
 Se esta proposição for verdadeira, será que podemos dizer que “se os alunos
 estudarem todos os dias” é garantido que passam de ano?

Resposta: Sim, porque cada uma das proposições é considerada
   necessária e suficiente para a outra.
FILOSOFIA – 11º

Proposições universais
   Muitas teses filosóficas consistem em proposiçõesuniversais.

   Exemplos de proposições universais afirmativas:
    Todos os mamíferos são animais.
    Qualquer obra de arte imita a realidade.

  A forma mais comum das proposições universais afirmativas é
Todos os A são B; a forma mais comum das universais negativas é
                         Nenhum A é B
FILOSOFIA – 11º

Proposições universais
   Muitas teses filosóficas consistem em proposições universais.

   Exemplos de proposições universais negativas:
    Nenhum mamífero tem penas.
    Nenhuma ideia é inata.

  A forma mais comum das proposições universais afirmativas é
Todos os A são B; a forma mais comum das universais negativas é
                         Nenhum A é B
FILOSOFIA – 11º

Proposições universais
    As proposições universais, sejam elas afirmativas ou
    negativas, envolvem condicionais:
    Exemplo:
     Nenhum mamífero tem penas.
     Para qualquer objeto X, se X é um mamífero, então não tem
     penas
  Quer uma quer outra afirmação significa que ter a propriedade de ser um
mamífero é condição suficiente para ter a propriedade de não ter penas (não ter
             penas é condição necessária para se ser mamífero)
FILOSOFIA – 11º

Proposições não universais
    Consideremos proposições que não são universais
     Algumas aves não voam.
     Algumas ideias são inatas.
     Sócrates era um filósofo.
     Lisboa é uma cidade antiga.

     As duas primeiras são particulares (uma negativa, a outra
afirmativa) por dizerem respeito só a algumas coisas, as outras são
         singulares por dizerem respeito a uma única coisa.
FILOSOFIA – 11º

Contraexemplos
   Na atividade filosófica discutem-se as teses propostas. Tentamos
   defender certas teses e refutar outras.
   Quando se pretende refutar uma tese que consiste numa
   proposição universal, uma forma de o fazer é apresentar
   contraexemplos

   Um contraexemplo é um caso particular que contraria uma
   proposição universal.
FILOSOFIA – 11º

Contraexemplos
   Como se faz para apresentar um contraexemplo a uma proposição
   universal afirmativa com a forma “Todos os A são B”?
   Resposta: Indica-se algo que é A, mas que não é B.
  Suponhamos que queremos refutar a afirmação: “Todas as obras de
  arte imitam a realidade”. Como apresentamos o contraexemplo?

    Resposta: Uma sinfonia ou uma pintura abstrata podem servir de
    contraexemplos a esta afirmação, já que estes objetos são obras
    de arte, mas, aparentemente, não imitam a realidade.
FILOSOFIA – 11º

Contraexemplos
   Como se faz para apresentar um contraexemplo a uma proposição
   universal negativa com a forma “Nenhum A é B”?
   Resposta: Indica-se algo que é A, mas que também é B.
  Suponhamos que queremos refutar a afirmação: “Nenhuma obra de
  arte imita a realidade”. Como apresentamos o contraexemplo?

    Resposta: Um retrato ou um romance histórico podem servir de
    contraexemplos a esta afirmação, pois estes objetos são obras
    de arte, mas pretendem imitar a realidade e, aparentemente, é o
    que fazem.
FILOSOFIA – 11º

Contraexemplos
   Será possível refutar uma proposição particular com
   contraexemplos?
   Resposta: Não. As proposições particulares não são
   contrariadas por contraexemplos.


   Porquê?
FILOSOFIA – 11º

Consistência
    As proposições estão relacionadas entre si de várias formas. Uma
    das relações mais importantes é a de consistência. O termo
    “coerência” também é usado para referir esta relação.

    Um conjunto de proposições é consistente se, e apenas se, é
    possível que todas sejam verdadeiras


  Quando se diz que “é possível que todas as proposições sejam
verdadeiras” não se quer dizer que o sejam, mas que nenhuma das
  proposições consideradas contraria ou falsifica outra qualquer.
FILOSOFIA – 11º

Consistência
   As seguintes proposições formam um conjunto inconsistente:

   As sinfonias de Beethoven não imitam a realidade.
   Todas as obras de arte imitam a realidade.
   As sinfonias de Beethoven são obras de arte.
   Estas proposições são logicamente incompatíveis entre si. Não precisamos
   de saber nada a respeito de Beethoven, sobre sinfonias ou sobre obras de
     arte para concluir que é impossível que todas estas proposições sejam
               verdadeiras. Pelo menos uma delas tem de ser falsa.
FILOSOFIA – 11º

Consistência
   Quem defende teses inconsistentes está de certeza enganado em
   algum aspeto, pois pelo menos uma dessas teses é falsa.
   No entanto:
  Se um conjunto de proposições é consistente, isso não
  garante que alguma delas seja verdadeira.
   A consistência garante a possibilidade de verdade, mas não a verdade das
   proposições. Podemos ter conjuntos consistentes constituídos apenas por
     proposições falsas. As hipóteses numa investigação científica são um
   exemplo de conjuntos de proposições consistentes que ainda é necessário
                          verificar se são verdadeiras.
FILOSOFIA – 11º

Competências relativas a Teses

   1. – Identificar teses e teorias que sejam respostas a problemas
   filosóficos
   2. – Reconhecer o alcance e os limites de teses e teorias
   3. – Formular teses que constituam ou se integrem em teorias
   filosóficas
   4. – Comparar teses relativas a um mesmo problema filosófico.
FILOSOFIA – 11º

1. – Identificar teses e teorias que sejam
respostas a problemas filosóficos
    Identificar uma tese é reconhecer a proposição que está a ser
    defendida
    Quando se diz “Neste texto, o autor defende que a ética é
    relativa à sociedade”, está-se a identificar a tese no texto em
    questão.
   Pergunta a fazer: “O que está o autor a tentar defender neste
   texto”?
FILOSOFIA – 11º

2. – Reconhecer o alcance e os limites de
teses e teorias
    Para reconhecer o alcance – e assim, os limites – de uma
    tese, importa perceber o problema ou problemas a que pode
    responder.
    Por exemplo, a tese de que a existência de Deus é compatível
    com o mal é uma das respostas possíveis ao problema do mal.
    No entanto, não responde ao problema da própria existência de
    Deus.
   Pergunta a fazer: “Que problemas são resolvidos e que
   problemas não são; que novos problemas levanta”?
FILOSOFIA – 11º

3. – Formular teses que constituam ou se
integrem em teorias filosóficas
    É preciso ser capaz de formular, com clareza e rigor, as teses
    mais importantes em discussão.
   Por exemplo, se o problema for o da “origem do
   conhecimento”, é preciso não só saber reconhecer:
   1. Que o racionalismo e o empirismo são duas respostas rivais
      a este problema;
   2. Mas também saber explicar corretamente o que caracteriza
      cada uma das respostas.
FILOSOFIA – 11º

4. – Comparar teses relativas a um mesmo
problema filosófico.
    Comparar teses distintas relativas a um problema filosófico
    consiste em mostrar como elas se relacionam logicamente
    entre si
   Por exemplo, dizer que o racionalismo e o empirismo são
   inconsistentes entre si é dizer que entre estas teses existe uma
   relação lógica de incompatibilidade.
   Existem outras relações entre teses:
    Uma pode ser mais geral do que outra;
    Uma pode apoiar outra, etc.
FILOSOFIA – 11º

Conceitos
As proposições são constituídas por conceitos.

Por exemplo: a proposição “Os
mamíferos são animais” inclui os
conceitos de “mamífero” e de
“animal”.
Que conceitos estão incluídos na
proposição “O conhecimento
científico é incerto”?
FILOSOFIA – 11º

Termos e Conceitos
Do mesmo modo que usamos frases para
exprimir as proposições, usamos termos
para exprimir conceitos.


Os conceitos são os significados
dos termos
FILOSOFIA – 11º

Termos e Conceitos

   Se dois termos significam o mesmo, então exprimem os
   mesmo conceito
   Por exemplo, “encarnado” e “vermelho”

   Se um termo pode ter mais de um significado, então exprime
   mais de um conceito
   Por exemplo, “banco” como mobiliário ou como instituição
   financeira
FILOSOFIA – 11º

Definições

   A clarificação de conceitos é uma parte importante da atividade
   filosófica
   Por exemplo: “O que é o conhecimento?”

    Para elucidar o significado de um termo, recorre-se a
    definições
   Por exemplo, Uma pessoa é um ser racional, autónomo e
   consciente de si.
FILOSOFIA – 11º

Definições Explícitas

    Neste tipo de definições, estamos a dizer que o termo a definir
    (pessoa) significa o mesmo que outra expressão (ser
    racional, autónomo e consciente de si.)

   Para definir explicitamente C de uma forma correta, é preciso
   apresentar condições necessárias e suficientes para que algo
   seja C.
FILOSOFIA – 11º

Definições Explícitas

    Uma definição explícita é errada se aquilo que pretende definir
    se encontra na expressão definidora
   Por exemplo: “Um ato livre é aquele que realizamos livremente”

   Por exemplo: “A ciência é a investigação científica”

    Por exemplo: “As divindades são os seres divinos”
FILOSOFIA – 11º

Definições Explícitas
   Uma definição explícita é errada se a expressão definidora for
   mais obscura do que a que se pretende definir.
   Por exemplo: “Um ato livre é uma manifestação imediata da
   transcendência”
   Por exemplo: “As divindades são os fantasmas do inconsciente
   humano”
    De facto é mais difícil compreender o que é uma “manifestação imediata da
     transcendência” do que o que é um ato livre, do mesmo modo que não é
    nada claro o que se pode entender por “fantasmas do consciente humano”
FILOSOFIA – 11º

Argumentos
Os filósofos não se limitam a apresentar
teses em resposta aos problemas
colocados


Propõem também argumentos para
defender as teses em que acreditam.
FILOSOFIA – 11º

Premissas e Conclusão

   Argumentar a favor de uma tese é
   apresentar razões para a
   aceitarmos


   Por exemplo: “Os animais têm
   direitos porque são capazes de
   sofrer, e um ser tem direitos se tiver
   essa capacidade”
FILOSOFIA – 11º

Premissas e Conclusão

   A tese defendida no argumento anterior é a de que os animais
   têm direitos. Para justificar ou sustentar esta tese apresentam-
   se duas razões:
   1. Se um ser tem a capacidade de sofrer, então tem direitos;
   2. Os animais têm capacidade de sofrer.

   Logo, os animais têm direitos.
FILOSOFIA – 11º

Premissas e Conclusão

   A ordem pela qual se apresentam as premissas (as razões que
   sustentam a conclusão) é irrelevante; a conclusão surge no
   fim, precedida por logo ou pelo símbolo lógico ∴
   1. Se um ser tem a capacidade de sofrer, então tem direitos;
      (premissa)
   2. Os animais têm capacidade de sofrer. (premissa)
   Logo, os animais têm direitos. (conclusão)
FILOSOFIA – 11º

Avaliar Argumentos

   Nem todos os argumentos são bons ou sólidos (para usar o
   termo técnico)
   Um argumento é sólido se, e apenas se, (1) tiver premissas
      verdadeiras, (2) for válido.
   Um argumento é válido se, e apenas se, as premissas apoiam
   logicamente a conclusão
FILOSOFIA – 11º

Avaliar Argumentos

   Consideremos os seguintes argumentos:

   Todas as aves voam         Todos os seres vivos são animais
   Os pombos são aves         As árvores são seres vivos
   ∴ Os pombos voam           ∴ As árvores são animais

    Estes dois argumentos são válidos. As suas premissas apoiam
    a conclusão. Mas não são sólidos (não são bons argumentos).
                             Porquê?
FILOSOFIA – 11º

Avaliar Argumentos

    Consideremos os seguintes argumentos:

 Todos os mamíferos são animais    Todas as árvores são plantas
 As aves não são mamíferos         Todas as plantas são seres vivos
 ∴ Os gatos não são plantas        ∴ Todos os seres vivos são
                                       árvores
      Todas as premissas destes argumentos são verdadeiras. No
               entanto, nenhum deles é sólido. Porquê?
FILOSOFIA – 11º


Atenção!
Vai ser necessário fazer os
exercícios.

Consultar o “Moodle”




 JB, 2012

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Iniciação à atividade filosófica
Iniciação à atividade filosóficaIniciação à atividade filosófica
Iniciação à atividade filosóficaFilazambuja
 
Karl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoKarl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoFilipaFonseca
 
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio InesTeixeiraDuarte
 
Teorias estéticas
Teorias estéticas Teorias estéticas
Teorias estéticas Paulo Gomes
 
Conhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - KuhnConhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - KuhnJorge Barbosa
 
3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvjIsabel Moura
 
Quadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartesQuadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartesIsabel Moura
 
Cantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumoCantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumoGijasilvelitz 2
 
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusIsabel Moura
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaVanda Sousa
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaDina Baptista
 
Argumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivosArgumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivosIsabel Moura
 

La actualidad más candente (20)

DESCARTES 11ANO
DESCARTES 11ANODESCARTES 11ANO
DESCARTES 11ANO
 
Iniciação à atividade filosófica
Iniciação à atividade filosóficaIniciação à atividade filosófica
Iniciação à atividade filosófica
 
Karl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoKarl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º ano
 
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
 
Teorias estéticas
Teorias estéticas Teorias estéticas
Teorias estéticas
 
Cap vi
Cap viCap vi
Cap vi
 
Conhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - KuhnConhecimento Científico - Kuhn
Conhecimento Científico - Kuhn
 
Formação de palavras
Formação de palavrasFormação de palavras
Formação de palavras
 
3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj
 
Quadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartesQuadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartes
 
Cantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumoCantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumo
 
Rede Concetual da Ação
Rede Concetual da AçãoRede Concetual da Ação
Rede Concetual da Ação
 
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
 
Da dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogitoDa dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogito
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Libertismo
Libertismo Libertismo
Libertismo
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
 
As cantigas de amigo
As cantigas de amigoAs cantigas de amigo
As cantigas de amigo
 
Argumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivosArgumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivos
 

Similar a Filosofia Nº 1 - 11º Ano

Período composto coordenação e subordinação
Período composto coordenação e subordinaçãoPeríodo composto coordenação e subordinação
Período composto coordenação e subordinaçãoJosé Luis Müller
 
Dicionario de Filosofia, de José Ferrater Mora
Dicionario de Filosofia, de José Ferrater MoraDicionario de Filosofia, de José Ferrater Mora
Dicionario de Filosofia, de José Ferrater Moraluvico
 
Lógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).ppt
Lógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).pptLógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).ppt
Lógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).pptAntonio Gilberto De Aquino e Silva
 
Ficha trab. 2 10º
Ficha trab. 2 10ºFicha trab. 2 10º
Ficha trab. 2 10ºFilipe Prado
 
Silogismo categórico - As mais importantes falácias formais
Silogismo categórico    -  As mais importantes falácias formaisSilogismo categórico    -  As mais importantes falácias formais
Silogismo categórico - As mais importantes falácias formaisLuis De Sousa Rodrigues
 
Lógica Aristotélica
Lógica AristotélicaLógica Aristotélica
Lógica AristotélicaMunis Pedro
 
111580394 103649915-dicionario-de-filosofia
111580394 103649915-dicionario-de-filosofia111580394 103649915-dicionario-de-filosofia
111580394 103649915-dicionario-de-filosofiaCarlos Alê
 
A sintaxe da gramatica normativa ii
A sintaxe da gramatica normativa iiA sintaxe da gramatica normativa ii
A sintaxe da gramatica normativa iiIury Alberth
 
Introdução-à-Filosofia.pptx
Introdução-à-Filosofia.pptxIntrodução-à-Filosofia.pptx
Introdução-à-Filosofia.pptxssusera1ec45
 
Resumo 2º teste
Resumo 2º testeResumo 2º teste
Resumo 2º testeInês Mota
 
Argumentação e Lógica Formal (introdução)
Argumentação e Lógica Formal (introdução)Argumentação e Lógica Formal (introdução)
Argumentação e Lógica Formal (introdução)Jorge Barbosa
 
Pronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdf
Pronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdfPronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdf
Pronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdfdanielsouzasza1991
 
Lógia Powerpoint 10ºA ano.pptx
Lógia Powerpoint 10ºA ano.pptxLógia Powerpoint 10ºA ano.pptx
Lógia Powerpoint 10ºA ano.pptxFreiheit Ribeiro
 

Similar a Filosofia Nº 1 - 11º Ano (20)

É LÓGICO?
É LÓGICO?É LÓGICO?
É LÓGICO?
 
O que é discutir argumentos
O que é discutir argumentosO que é discutir argumentos
O que é discutir argumentos
 
Período composto coordenação e subordinação
Período composto coordenação e subordinaçãoPeríodo composto coordenação e subordinação
Período composto coordenação e subordinação
 
Síntese1
Síntese1Síntese1
Síntese1
 
Dicionario de Filosofia, de José Ferrater Mora
Dicionario de Filosofia, de José Ferrater MoraDicionario de Filosofia, de José Ferrater Mora
Dicionario de Filosofia, de José Ferrater Mora
 
Lógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).ppt
Lógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).pptLógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).ppt
Lógica formal e Dialética e a Organização dos Argumentos (1).ppt
 
Ficha trab. 2 10º
Ficha trab. 2 10ºFicha trab. 2 10º
Ficha trab. 2 10º
 
Portugues sujeito e predicado
Portugues  sujeito e predicadoPortugues  sujeito e predicado
Portugues sujeito e predicado
 
Lógica
LógicaLógica
Lógica
 
Silogismo categórico - As mais importantes falácias formais
Silogismo categórico    -  As mais importantes falácias formaisSilogismo categórico    -  As mais importantes falácias formais
Silogismo categórico - As mais importantes falácias formais
 
Lógica Aristotélica
Lógica AristotélicaLógica Aristotélica
Lógica Aristotélica
 
111580394 103649915-dicionario-de-filosofia
111580394 103649915-dicionario-de-filosofia111580394 103649915-dicionario-de-filosofia
111580394 103649915-dicionario-de-filosofia
 
A sintaxe da gramatica normativa ii
A sintaxe da gramatica normativa iiA sintaxe da gramatica normativa ii
A sintaxe da gramatica normativa ii
 
Introdução-à-Filosofia.pptx
Introdução-à-Filosofia.pptxIntrodução-à-Filosofia.pptx
Introdução-à-Filosofia.pptx
 
Popper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcaçãoPopper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcação
 
Resumo 2º teste
Resumo 2º testeResumo 2º teste
Resumo 2º teste
 
InglêS
InglêSInglêS
InglêS
 
Argumentação e Lógica Formal (introdução)
Argumentação e Lógica Formal (introdução)Argumentação e Lógica Formal (introdução)
Argumentação e Lógica Formal (introdução)
 
Pronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdf
Pronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdfPronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdf
Pronouns Aula 01 Cursinho Pré-Vestibular.pdf
 
Lógia Powerpoint 10ºA ano.pptx
Lógia Powerpoint 10ºA ano.pptxLógia Powerpoint 10ºA ano.pptx
Lógia Powerpoint 10ºA ano.pptx
 

Más de Jorge Barbosa

Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação PrioritáriaIdeias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação PrioritáriaJorge Barbosa
 
Assuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na EducaçãoAssuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na EducaçãoJorge Barbosa
 
Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14Jorge Barbosa
 
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaProposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaJorge Barbosa
 
Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Jorge Barbosa
 
Relatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao EspecialRelatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao EspecialJorge Barbosa
 
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaSentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaJorge Barbosa
 
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosAfetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosJorge Barbosa
 
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...Jorge Barbosa
 
Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014Jorge Barbosa
 
guião reforma estado
guião reforma estadoguião reforma estado
guião reforma estadoJorge Barbosa
 
Revolução kantiana
Revolução kantianaRevolução kantiana
Revolução kantianaJorge Barbosa
 
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesO Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesJorge Barbosa
 
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recenteEstado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recenteJorge Barbosa
 
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MECComunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MECJorge Barbosa
 
Introdução a Espinosa
Introdução a EspinosaIntrodução a Espinosa
Introdução a EspinosaJorge Barbosa
 
Comunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteComunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteJorge Barbosa
 

Más de Jorge Barbosa (20)

Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação PrioritáriaIdeias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
 
Assuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na EducaçãoAssuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na Educação
 
Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14
 
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaProposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
 
Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015
 
Relatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao EspecialRelatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao Especial
 
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaSentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
 
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosAfetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
 
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
 
Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014
 
guião reforma estado
guião reforma estadoguião reforma estado
guião reforma estado
 
A Ética - Espinosa
A Ética - EspinosaA Ética - Espinosa
A Ética - Espinosa
 
A Cidade
A CidadeA Cidade
A Cidade
 
Velha do Postigo
Velha do PostigoVelha do Postigo
Velha do Postigo
 
Revolução kantiana
Revolução kantianaRevolução kantiana
Revolução kantiana
 
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesO Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
 
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recenteEstado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
 
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MECComunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MEC
 
Introdução a Espinosa
Introdução a EspinosaIntrodução a Espinosa
Introdução a Espinosa
 
Comunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteComunicacão do Presidente
Comunicacão do Presidente
 

Último

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfLuizaAbaAba
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 

Último (20)

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 

Filosofia Nº 1 - 11º Ano

  • 1. FILOSOFIA – 11º Instrumentos e Competências (Revisão 10º Ano) Jorge Barbosa, 2012 Texto 1
  • 2. FILOSOFIA – 11º 1. – PROBLEMAS A Filosofia é uma 1. - Exemplos atividade de discussão 2. - Competências de problemas. Se não percebermos ou se perdermos de vista os problemas que estão a ser discutidos, não conseguiremos compreender as matérias ou os autores estudados
  • 3. FILOSOFIA – 11º Exemplos de Problemas filosóficos • O que é agir livremente? • Será que o bem e o mal dependem da sociedade? Nem todos os problemas filosóficos são • O que é o conhecimento? imediatamente compreensíveis e mesmo os que são precisam de ser • Será que Deus existe? esclarecidos. • Qual é o valor da arte? Por exemplo, quando perguntamos o que é o conhecimento, a que género de • O que têm de especial as teorias científicas? conhecimento nos estamos a referir? • O que é uma sociedade justa? Esclarecer os problemas a discutir é uma parte importante da atividade filosófica.
  • 4. FILOSOFIA – 11º Competências relativas a problemas 1. – Identificar problemas filosóficos 2. – Formular problemas filosóficos 3. – Relacionar problemas filosóficos 4. – Justificar a relevância de um problema filosófico Para identificar um problema, basta apontar a sua designação filosófica habitual. Formular um problema exige que o apresentemos com clareza e rigor.
  • 5. FILOSOFIA – 11º Competências relativas a problemas Tomemos como exemplo o chamado “problema do mal” Quando se afirma: “Este texto é sobre o problema do mal” Estamos a identificar o problema no texto Para o formular, poderíamos apresentá-lo de uma destas formas 1. - Se o poder de Deus não tem limites e Ele é sumamente bom, por que razão existe tanto mal no mundo? 2. – O problema do mal é a questão de saber se, num mundo em que há tanto mal, pode existir um ser omnipotente e sumamente bom
  • 6. FILOSOFIA – 11º Competências relativas a problemas Relacionar problemas é mostrar de que modo a forma como respondemos a um tem implicações para responder ao outro. Consideremos esta posição sobre o problema do mal: Se for verdade que a liberdade (ou livre-arbítrio) dos seres humanos implica a possibilidade de praticar o mal, então muito do mal que existe no mundo é uma consequência inevitável da nossa capacidade de agir livremente. Por isso, esse mal não é da responsabilidade de Deus
  • 7. FILOSOFIA – 11º Competências relativas a problemas Justificar a relevância de um problema filosófico consiste em: Apresentar razões que o tornem digno de atenção. Vejamos duas formas de justificar a relevância de um problema: 1. – O problema do mal é relevante porque, se não conseguirmos resolvê-lo, ficaremos com boas razões para não acreditar em Deus. 2. – O problema do mal tem importância, na medida em que nos leva a pensar na origem do mal e a procurar razões que o justifiquem
  • 8. FILOSOFIA – 11º 2. – TESES As teses são respostas aos 1. - Frases e Proposições 2. – Proposições condicionais problemas. Podemos também usar termos como 3. – Proposições universais “teorias” ou “perspetivas” 4. – Contraexemplos para nos referirmos às 5. – Consistência teses Uma das características da filosofia é a ausência de respostas consensuais para os problemas discutidos.
  • 9. FILOSOFIA – 11º Se estivermos a discutir a existência de Deus, que teses poderemos formular? Resposta: As teses mais importantes costumam A. Deus existe ser designadas por “ismos”. B. Deus não existe As teses A, B e C correspondem C. Não sabemos se Deus existe respetivamente ao “teísmo”, ao “ateísmo”, e ao “agnosticismo”. Não devemos usar os “ismos” sem saber exatamente que tese designam.
  • 10. FILOSOFIA – 11º Frases e Proposições As teses são proposições ou conjuntos de proposições. Uma proposição é aquilo que é expresso por uma frase declarativa que tem valor de verdade As frases que não são declarativas, como as perguntas e as ordens, não exprimem proposições. Uma frase exprime uma proposição, se, além de ser declarativa, fizer sentido classificá-la como verdadeira ou como falsa.
  • 11. FILOSOFIA – 11º As frases com valor de verdade são aquelas que são verdadeiras ou falsas, mesmo que não saibamos se são uma coisa ou outra. As frases seguintes não exprimem proposições: • Abre a porta. Perguntar pelo valor de verdade de • A porta está aberta? uma frase ou da proposição que ela exprime é o mesmo que perguntar se • Não abras a porta. ela é verdadeira ou falsa. As teses são proposições ou conjuntos de proposições
  • 12. FILOSOFIA – 11º As frases com valor de verdade são aquelas que são verdadeiras ou falsas, mesmo que não saibamos se são uma coisa ou outra. As frases seguintes exprimem proposições: • A porta está aberta. Perguntar pelo valor de verdade de • A porta não está aberta. uma frase ou da proposição que ela exprime é o mesmo que perguntar se • Se a porta está aberta, então ela é verdadeira ou falsa. alguém a abriu As teses são proposições ou conjuntos de proposições
  • 13. FILOSOFIA – 11º As frases são a expressão linguística das proposições. Para clarificar a relação entre frase e proposição, devemos ter em atenção o seguinte: As frases “Lisboa fica a sul do Porto” e 1. Se duas frases diferentes significam o “O Porto fica a norte de Lisboa” mesmo, então exprimem a mesma exprimem a mesma proposição proposição 2. Se uma frase pode significar coisas A frase “Joana viu o Miguel com os diferentes, então pode exprimir binóculos” pode exprimir duas proposições diferentes proposições. Quais? As teses são proposições ou conjuntos de proposições
  • 14. FILOSOFIA – 11º Proposições condicionais Algumas teses filosóficas consistem em proposições condicionais. Exemplos de proposições condicionais: Se está a chover, então o chão está molhado. Se os animais não têm deveres, então não têm direitos. Todas as proposições condicionais podem ser expressas por frases com a forma “Se P, então Q”. No lugar de “P” e de “Q” encontramos também proposições.
  • 15. FILOSOFIA – 11º Todas as proposições condicionais podem ser expressas por frases com a forma “Se P, então Q”. No lugar de “P” e de “Q” encontramos também proposições. A proposição condicional Se está a chover, então o chão está molhado é constituída pelas duas proposições expressas pelas frases está a chover e o chão está molhado . Numa frase com a forma “Se P, então Q”, a primeira proposição “P” é a antecedente, e a segunda proposição “Q” é a consequente.
  • 16. FILOSOFIA – 11º 1. Numa proposição condicional, a antecedente é uma condição suficiente para a consequente. Na proposição condicional Se está a chover, então o chão está molhado, significa que estar a chover é uma condição suficiente para o chão estar molhado. 2. Numa proposição condicional, a consequente é uma condição necessária para a antecedente. Na proposição condicional Se está a chover, então o chão está molhado, é preciso que seja verdade que o chão está molhado, para que também seja verdade que está a chover.
  • 17. FILOSOFIA – 11º Vejamos as seguintes proposições condicionais: 1. Se está a chover, então o chão está molhado. 2. Se o chão está molhado, então está a chover. Estas duas proposições condicionais são iguais? Não. São duas proposições diferentes. A primeira diz-nos que chover é condição suficiente para que o chão esteja molhado A segunda diz-nos que chover é condição necessária para que o chão esteja molhado.
  • 18. FILOSOFIA – 11º Proposições bicondicionais 1. Se está a chover, então o chão está molhado. 2. Se o chão está molhado, então está a chover. Se estas duas proposições forem verdadeiras, então: A proposição “está a chover” é condição necessária e suficiente para “o chão está molhado” Para transformar as duas numa só proposição, devemos dizer: Está a chover se, e apenas se, o chão está molhado
  • 19. FILOSOFIA – 11º Proposições bicondicionais As proposições bicondicionais podem ser expressas por frases com a forma “P se, e apenas se, Q” As bicondicionais são condicionais que funcionam nos dois sentidos. As duas proposições relacionadas numa bicondicional não são designadas de “antecedente” e “consequente” Numa proposição bicondicional, estabelece-se uma relação de equivalência entre as duas proposições que a constituem: cada uma delas é uma condição necessária e suficiente para a outra.
  • 20. FILOSOFIA – 11º Proposições bicondicionais Se quisermos apresentar a tese segundo a qual os alunos só passam de ano se estudarem todos os dias, utilizando duas proposições equivalentes (proposição bicondicional), como devemos formulá- la numa forma lógica? Resposta: Os alunos passam de ano se, e apenas se, estudarem todos os dias. Se esta proposição for verdadeira, será que podemos dizer que “se os alunos estudarem todos os dias” é garantido que passam de ano? Resposta: Sim, porque cada uma das proposições é considerada necessária e suficiente para a outra.
  • 21. FILOSOFIA – 11º Proposições universais Muitas teses filosóficas consistem em proposiçõesuniversais. Exemplos de proposições universais afirmativas: Todos os mamíferos são animais. Qualquer obra de arte imita a realidade. A forma mais comum das proposições universais afirmativas é Todos os A são B; a forma mais comum das universais negativas é Nenhum A é B
  • 22. FILOSOFIA – 11º Proposições universais Muitas teses filosóficas consistem em proposições universais. Exemplos de proposições universais negativas: Nenhum mamífero tem penas. Nenhuma ideia é inata. A forma mais comum das proposições universais afirmativas é Todos os A são B; a forma mais comum das universais negativas é Nenhum A é B
  • 23. FILOSOFIA – 11º Proposições universais As proposições universais, sejam elas afirmativas ou negativas, envolvem condicionais: Exemplo: Nenhum mamífero tem penas. Para qualquer objeto X, se X é um mamífero, então não tem penas Quer uma quer outra afirmação significa que ter a propriedade de ser um mamífero é condição suficiente para ter a propriedade de não ter penas (não ter penas é condição necessária para se ser mamífero)
  • 24. FILOSOFIA – 11º Proposições não universais Consideremos proposições que não são universais Algumas aves não voam. Algumas ideias são inatas. Sócrates era um filósofo. Lisboa é uma cidade antiga. As duas primeiras são particulares (uma negativa, a outra afirmativa) por dizerem respeito só a algumas coisas, as outras são singulares por dizerem respeito a uma única coisa.
  • 25. FILOSOFIA – 11º Contraexemplos Na atividade filosófica discutem-se as teses propostas. Tentamos defender certas teses e refutar outras. Quando se pretende refutar uma tese que consiste numa proposição universal, uma forma de o fazer é apresentar contraexemplos Um contraexemplo é um caso particular que contraria uma proposição universal.
  • 26. FILOSOFIA – 11º Contraexemplos Como se faz para apresentar um contraexemplo a uma proposição universal afirmativa com a forma “Todos os A são B”? Resposta: Indica-se algo que é A, mas que não é B. Suponhamos que queremos refutar a afirmação: “Todas as obras de arte imitam a realidade”. Como apresentamos o contraexemplo? Resposta: Uma sinfonia ou uma pintura abstrata podem servir de contraexemplos a esta afirmação, já que estes objetos são obras de arte, mas, aparentemente, não imitam a realidade.
  • 27. FILOSOFIA – 11º Contraexemplos Como se faz para apresentar um contraexemplo a uma proposição universal negativa com a forma “Nenhum A é B”? Resposta: Indica-se algo que é A, mas que também é B. Suponhamos que queremos refutar a afirmação: “Nenhuma obra de arte imita a realidade”. Como apresentamos o contraexemplo? Resposta: Um retrato ou um romance histórico podem servir de contraexemplos a esta afirmação, pois estes objetos são obras de arte, mas pretendem imitar a realidade e, aparentemente, é o que fazem.
  • 28. FILOSOFIA – 11º Contraexemplos Será possível refutar uma proposição particular com contraexemplos? Resposta: Não. As proposições particulares não são contrariadas por contraexemplos. Porquê?
  • 29. FILOSOFIA – 11º Consistência As proposições estão relacionadas entre si de várias formas. Uma das relações mais importantes é a de consistência. O termo “coerência” também é usado para referir esta relação. Um conjunto de proposições é consistente se, e apenas se, é possível que todas sejam verdadeiras Quando se diz que “é possível que todas as proposições sejam verdadeiras” não se quer dizer que o sejam, mas que nenhuma das proposições consideradas contraria ou falsifica outra qualquer.
  • 30. FILOSOFIA – 11º Consistência As seguintes proposições formam um conjunto inconsistente: As sinfonias de Beethoven não imitam a realidade. Todas as obras de arte imitam a realidade. As sinfonias de Beethoven são obras de arte. Estas proposições são logicamente incompatíveis entre si. Não precisamos de saber nada a respeito de Beethoven, sobre sinfonias ou sobre obras de arte para concluir que é impossível que todas estas proposições sejam verdadeiras. Pelo menos uma delas tem de ser falsa.
  • 31. FILOSOFIA – 11º Consistência Quem defende teses inconsistentes está de certeza enganado em algum aspeto, pois pelo menos uma dessas teses é falsa. No entanto: Se um conjunto de proposições é consistente, isso não garante que alguma delas seja verdadeira. A consistência garante a possibilidade de verdade, mas não a verdade das proposições. Podemos ter conjuntos consistentes constituídos apenas por proposições falsas. As hipóteses numa investigação científica são um exemplo de conjuntos de proposições consistentes que ainda é necessário verificar se são verdadeiras.
  • 32. FILOSOFIA – 11º Competências relativas a Teses 1. – Identificar teses e teorias que sejam respostas a problemas filosóficos 2. – Reconhecer o alcance e os limites de teses e teorias 3. – Formular teses que constituam ou se integrem em teorias filosóficas 4. – Comparar teses relativas a um mesmo problema filosófico.
  • 33. FILOSOFIA – 11º 1. – Identificar teses e teorias que sejam respostas a problemas filosóficos Identificar uma tese é reconhecer a proposição que está a ser defendida Quando se diz “Neste texto, o autor defende que a ética é relativa à sociedade”, está-se a identificar a tese no texto em questão. Pergunta a fazer: “O que está o autor a tentar defender neste texto”?
  • 34. FILOSOFIA – 11º 2. – Reconhecer o alcance e os limites de teses e teorias Para reconhecer o alcance – e assim, os limites – de uma tese, importa perceber o problema ou problemas a que pode responder. Por exemplo, a tese de que a existência de Deus é compatível com o mal é uma das respostas possíveis ao problema do mal. No entanto, não responde ao problema da própria existência de Deus. Pergunta a fazer: “Que problemas são resolvidos e que problemas não são; que novos problemas levanta”?
  • 35. FILOSOFIA – 11º 3. – Formular teses que constituam ou se integrem em teorias filosóficas É preciso ser capaz de formular, com clareza e rigor, as teses mais importantes em discussão. Por exemplo, se o problema for o da “origem do conhecimento”, é preciso não só saber reconhecer: 1. Que o racionalismo e o empirismo são duas respostas rivais a este problema; 2. Mas também saber explicar corretamente o que caracteriza cada uma das respostas.
  • 36. FILOSOFIA – 11º 4. – Comparar teses relativas a um mesmo problema filosófico. Comparar teses distintas relativas a um problema filosófico consiste em mostrar como elas se relacionam logicamente entre si Por exemplo, dizer que o racionalismo e o empirismo são inconsistentes entre si é dizer que entre estas teses existe uma relação lógica de incompatibilidade. Existem outras relações entre teses:  Uma pode ser mais geral do que outra;  Uma pode apoiar outra, etc.
  • 37. FILOSOFIA – 11º Conceitos As proposições são constituídas por conceitos. Por exemplo: a proposição “Os mamíferos são animais” inclui os conceitos de “mamífero” e de “animal”. Que conceitos estão incluídos na proposição “O conhecimento científico é incerto”?
  • 38. FILOSOFIA – 11º Termos e Conceitos Do mesmo modo que usamos frases para exprimir as proposições, usamos termos para exprimir conceitos. Os conceitos são os significados dos termos
  • 39. FILOSOFIA – 11º Termos e Conceitos Se dois termos significam o mesmo, então exprimem os mesmo conceito Por exemplo, “encarnado” e “vermelho” Se um termo pode ter mais de um significado, então exprime mais de um conceito Por exemplo, “banco” como mobiliário ou como instituição financeira
  • 40. FILOSOFIA – 11º Definições A clarificação de conceitos é uma parte importante da atividade filosófica Por exemplo: “O que é o conhecimento?” Para elucidar o significado de um termo, recorre-se a definições Por exemplo, Uma pessoa é um ser racional, autónomo e consciente de si.
  • 41. FILOSOFIA – 11º Definições Explícitas Neste tipo de definições, estamos a dizer que o termo a definir (pessoa) significa o mesmo que outra expressão (ser racional, autónomo e consciente de si.) Para definir explicitamente C de uma forma correta, é preciso apresentar condições necessárias e suficientes para que algo seja C.
  • 42. FILOSOFIA – 11º Definições Explícitas Uma definição explícita é errada se aquilo que pretende definir se encontra na expressão definidora Por exemplo: “Um ato livre é aquele que realizamos livremente” Por exemplo: “A ciência é a investigação científica” Por exemplo: “As divindades são os seres divinos”
  • 43. FILOSOFIA – 11º Definições Explícitas Uma definição explícita é errada se a expressão definidora for mais obscura do que a que se pretende definir. Por exemplo: “Um ato livre é uma manifestação imediata da transcendência” Por exemplo: “As divindades são os fantasmas do inconsciente humano” De facto é mais difícil compreender o que é uma “manifestação imediata da transcendência” do que o que é um ato livre, do mesmo modo que não é nada claro o que se pode entender por “fantasmas do consciente humano”
  • 44. FILOSOFIA – 11º Argumentos Os filósofos não se limitam a apresentar teses em resposta aos problemas colocados Propõem também argumentos para defender as teses em que acreditam.
  • 45. FILOSOFIA – 11º Premissas e Conclusão Argumentar a favor de uma tese é apresentar razões para a aceitarmos Por exemplo: “Os animais têm direitos porque são capazes de sofrer, e um ser tem direitos se tiver essa capacidade”
  • 46. FILOSOFIA – 11º Premissas e Conclusão A tese defendida no argumento anterior é a de que os animais têm direitos. Para justificar ou sustentar esta tese apresentam- se duas razões: 1. Se um ser tem a capacidade de sofrer, então tem direitos; 2. Os animais têm capacidade de sofrer. Logo, os animais têm direitos.
  • 47. FILOSOFIA – 11º Premissas e Conclusão A ordem pela qual se apresentam as premissas (as razões que sustentam a conclusão) é irrelevante; a conclusão surge no fim, precedida por logo ou pelo símbolo lógico ∴ 1. Se um ser tem a capacidade de sofrer, então tem direitos; (premissa) 2. Os animais têm capacidade de sofrer. (premissa) Logo, os animais têm direitos. (conclusão)
  • 48. FILOSOFIA – 11º Avaliar Argumentos Nem todos os argumentos são bons ou sólidos (para usar o termo técnico) Um argumento é sólido se, e apenas se, (1) tiver premissas verdadeiras, (2) for válido. Um argumento é válido se, e apenas se, as premissas apoiam logicamente a conclusão
  • 49. FILOSOFIA – 11º Avaliar Argumentos Consideremos os seguintes argumentos: Todas as aves voam Todos os seres vivos são animais Os pombos são aves As árvores são seres vivos ∴ Os pombos voam ∴ As árvores são animais Estes dois argumentos são válidos. As suas premissas apoiam a conclusão. Mas não são sólidos (não são bons argumentos). Porquê?
  • 50. FILOSOFIA – 11º Avaliar Argumentos Consideremos os seguintes argumentos: Todos os mamíferos são animais Todas as árvores são plantas As aves não são mamíferos Todas as plantas são seres vivos ∴ Os gatos não são plantas ∴ Todos os seres vivos são árvores Todas as premissas destes argumentos são verdadeiras. No entanto, nenhum deles é sólido. Porquê?
  • 51. FILOSOFIA – 11º Atenção! Vai ser necessário fazer os exercícios. Consultar o “Moodle” JB, 2012