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Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
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Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.024 – Florianópolis (SC) – domingo, 17 de abril de 2016
Bloco 1 – Almanaque
Bloco 2 – IrNewton Agrella – A Estrela no Universo Maçônico (Editorial do domingo)
Bloco 3 – IrJoão Ivo Girardi – A Desordem é a Lei da Insânia (Coluna do Irmão João Gira)
Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Liberdade: conceito filosófico e maçônico ...
Bloco 5 - IrHercule Spoladore – Questão de Palmas (PR) – Limites territoriais Brasil-Argentina
Bloco 6 - IrJoão Anatalino Rodrigues –Psicanálise e Maçonaria
Bloco 7 - Destaques JB: versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira – Ato nr. 005 da GLEAC
nomeando o editor JB como seu Grande Representante junto à GLSC.
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Para Aprendizes Eternos, Pesquisadores Incansáveis, Cunhadas Curiosas,
Goteiras Incuráveis, Esotéricos de Plantão, Místicos Misteriosos e Festeiros de
Ágapes e Regabofes, este aqui é um site que está sempre de pé e à ordem!
www.artedaleitura.com
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 108º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Crescente)
Faltam 258 dias para terminar este ano bissexto
Dia Mundial do Portador de Homifilia.
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS
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 1080 — O rei da Dinamarca, Haroldo III morre e é sucedido por Canuto IV, que viria a ser o primeiro
dinamarquês a sercanonizado.
 1397 — Geoffrey Chaucer apresenta Os Contos de Cantuária pela primeira vez na corte de Ricardo II.
 1492 — Espanha e Cristóvão Colombo assinam as Capitulações de Santa Fé para sua viagem à Ásia
para adquirir especiarias.
 1521 — Começa o julgamento de Martinho Lutero sobre seus ensinamentos durante a Dieta de Worms.
Inicialmente intimidado, ele pede tempo para refletir antes de responder e é lhe concedido um dia.
 1524 — Giovanni da Verrazano descobre a baía de Nova Iorque.
 1555 — Após 18 meses de cerco, Siena se rende ao exército florentino-imperial. A República de Siena é
incorporada ao Grão-ducado da Toscana.
 1895 — Assinado o Tratado de Shimonoseki entre a China e o Japão. Isto marca o fim da Primeira
Guerra Sino-Japonesa, e o derrotado império Qingé forçado a renunciar a suas reivindicações sobre a
Coreia e a ceder a parte sul da província de Fengtien, Taiwan e as Ilhas Pescadores ao Japão.
 1897 — O incidente ufológico de Aurora.
 1912 — Tropas russas abrem fogo contra mineiros grevistas, no nordeste da Sibéria, matando pelo
menos 150 trabalhadores.
 1922 — É firmado o Pacto de Paris entre o rei D. Manuel II de Portugal e Dona Aldegundes de
Bragança.
 1941 — Segunda Guerra Mundial: o Reino da Iugoslávia se rende a Alemanha.
 1945 — Segunda Guerra Mundial: as forças brasileiras libertam dos nazistas a cidade de Montese, na
Itália.
 1946 — Síria obtém a sua independência da ocupação francesa.
 1949 — À meia-noite 26 condados irlandeses deixam oficialmente a Commonwealth britânica.
 1961 — Invasão da Baía dos Porcos: um grupo de exilados cubanos financiados e treinados
pela CIA desembarcam na baía dos Porcos, em Cuba com o objetivo de derrubar Fidel Castro.
 1964 — Lançamento do Ford Mustang.
 1969 — Alexander Dubček, líder do Partido Comunista da Tchecoslováquia, é destituído do cargo.
 1970 — Programa Apollo: a malfadada nave espacial Apollo 13 retorna à Terra em segurança.
 1971 — Fundação da República Popular do Bangladesh pelo Sheikh Mujibur Rahman em Mujibnagor.
 1975 — O Khmer Vermelho toma a capital do Camboja, Phnom Penh, e depõe o General Lon Nol. É
anunciado o "Ano Zero" e fundada a República da Kampuchea Democrática.
 1986 — Término da Guerra dos Trezentos e Trinta e Cinco Anos entre os Países Baixos e as Ilhas Scilly.
 1996 — Brasil: Massacre de Eldorado dos Carajás.
 2013 — Uma explosão em uma fábrica de fertilizantes na cidade de West, Texas, mata 15 pessoas e fere
outras 160.
 2014 — A sonda Kepler da NASA confirma a descoberta do primeiro planeta do tamanho da
Terra na zona habitável de uma outra estrela.
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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1856 Lei nº 411, desta data, criou a Comarca de Laguna, que seria extinta em 1869, passando a termo de
Lages, mas restaurada no ano seguinte.
1879 Assume a presidência da província de Santa Catarina o Dr. Antônio de Almeida Oliveira, recebendo o
cargo do 1º vice, Dr. Joaquim da Silva Ramalho
1728 A maioria das Lojas presentes à Assembleia trimestral da primeira Grande Loja inglesa entrega as
datas de sua fundação para determinar a ordem de antiguidade.
1787 Fundação da Grande Loja de Maryland, EUA.
1790 Falece o Maçom Benjamin Franklin, cientista, jornalista, diplomata estadista e filósofo americano.
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
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Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"A ESTRELA NO UNIVERSO MAÇÔNICO"
Romper pelos caminhos do Universo Maçônico, causa-nos algumas inquietudes na
concepção de expressões que ganham especial significado quando de suas variáveis
semânticas.
Um dos termos que na Maçonaria enseja elucubrações e pontos de vista alternativos é o
vocábulo "estrela".
Sob a ótica ritualística, e em especial no Rito Escocês Antigo e
Aceito, este substantivo que denota a ideia de reconhecimento no caso do 2o. Grau - é
invariavelmente objeto de indagações quando seguido do adjetivo "flamígera", posto que
em várias correntes literárias autores admitem a utilização do adjetivo "flamejante".
Cabe no entanto destacar que as qualificadoras : flamígera, flamejante, flamante ou
rutilante ensejam um grau sinônimo não absoluto, porém relativo. Isto posto, as
interpretações tornam-se aleatórias... se é que é possível valer-se dessa liberdade
interpretativa.
Para tornar essa questão ainda mais inquietante vide a assertiva: "... Contemplai a Estrela
Misteriosa e nunca a afastai de seu espírito" .
Estrela Misteriosa é mais uma expressão que designa o conteúdo desse Símbolo que
manifesta uma relação teística dos povos da antiguidade, posto que muitos deles
acreditavam que os deuses habitavam as Estrelas.
Judeus, Egípcios , e mesmo as civilizações ainda mais primórdias como Assírios,
Sumérios, Acádios e Caldeus reverenciavam as Estrelas como seus deuses maiores.
A lenda nos revela que o próprio Rei Salomão teria edificado um altar em honra ao deus
Moloch ao qual os "amonitas" , uma etnia de Canaã (povos que viviam na península
arábica e na região do Oriente Médio), prestavam adoração - cujo símbolo era uma estrela,
a qual que se constituía na mais brilhante do firmamento.
2 – Editorial de domingo – A Estrela no Universo Maçônico
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 6/40
E na dúvida entre a sua sabedoria e a contemplação da beleza Salomão teria mesclado
assuntos da matéria com assuntos do espírito. (Vide Compasso e Esquadro entrepostos).
Pelo fato de ser a estrela mais fulgurante do céu (daí o termo “flamígera”), isso leva-nos a
compreender o simbolismo que a Estrela Flamígera ocupa no grau de Companheiro
Maçom.
Cabe lembrar que a Estrela Flamígera em outros Ritos Maçônicos pode ser tanto de cinco
quando de seis pontas, contudo a pentagonal ou também intitulada Pentalfa -
(penta = cinco ) está presente na maioria dos ritos.
A estrela Pentalfa constitui-se a propósito, num dos símbolos da magia e já foi utilizada
como tal em diversos Ritos místicos.
Os simbolismos contidos na Estrela trazem uma bagagem histórica envolvendo inúmeros significados
e interpretações:
Alquimia, Magia e Ocultismo - especialmente na Idade Média e posteriormente adicionadas
a Sabedoria e Conhecimento - de acordo com as suas vertentes pitagóricas.
As interpretações ocultas foram introduzidas a partir da chamada Maçonaria Especulativa.
De qualquer maneira, a Estrela encerra em si um profundo significado tanto do ponto de
vista Físico quanto Espiritual, posto que a sua relação com o Universo e o Homem é o que
de maís intrínsico pode existir.
No tocante a estrela de cinco pontas cumpre-nos estabelecer uma metáfora que para o
Maçom pode ser simbolizado em seus cinco aspectos formais:
Físico, Emocional, Mental, Intuitivo e Espiritual. Ela ainda traz em si um aspecto Uno e
interativo com o Grande Arquiteto do Universo .
Se nos aventurarmos pelo campo esotérico constataremos que o significado da Estrela
constitui um grande segredo da Maçonaria, pois desde as civilizações mais antigas sua
interpretação sempre esteve associada a mensagens que repousam ocultas nos lençóis
dos tempos.
Elas denotam, segundo alguns filósofos como Jung por exemplo, imagens arquetípicas
que representam a união do mundo pessoal do indivíduo com a realidade impessoal e
intemporal, ou seja; o vínculo do homem com Deus.
A estrela que ilumina a abóboda celeste maçônica enseja a ideia do surgimento
do Universo, tanto em suas manifestações materiais, quanto espirituais.
Pautados por essa viagem e contemplando suas nuances esotéricas infindáveis, convido-os
a continuar trilhando o caminho de nossa Estrela-Guia, que é nossa Sublime
Ordem, instrumento perene de infinitas considerações.
Fraternalmente
Ir.´. Newton Agrella
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
A DESORDEM É A LEI DA INSÂNIA
“Das bocas desenfreadas, da insânia e da falta de lei, o fim é a desgraça”. (Eurípedes, século V
a.C.)
1. Desordem: Falta de ordem, desarranjo, desorganização. Confusão, tumulto, briga, motim.
Desvairamento, loucura, alucinação. (Aurélio).
2. Insânia: Insânia é o substantivo feminino que significa loucura, demência, doidice, insanidade.
Também pode servir para indicar a condição de uma pessoa insensata ou insana. Uma famosa citação
sobre a insanidade é da autoria de Albert Einstein, que afirmou: Insanidade é continuar fazendo
sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.
No âmbito da psicologia a insanidade mental consiste em um estado de fragilidade e confusão da
mente. A insanidade mental pode ser resultado de uma psicose e pode se manifestar através de
paranoia, depressão, melanconlia, etc. Na área do direito, em processos penais, alguns réus alegam
insanidade mental no momento do ato que está sendo julgado. Assim, essas pessoas afirmam que não
tinham noção da consequência da sua atitude. A insanidade mental pode ser permanente (alguém que
sempre teve um transtorno psicológico) ou temporária (que é fruto de algum acontecimento
traumático e ocorre durante um intervalo de tempo limitado). Nestes casos, psiquiatras e psicólogos
forenses estudam o caso para determinar se a inimputabilidade do indivíduo é justificada.
3. Cegueira ideológica leva a insânia para salvar jararacas: Depois de vociferar por vinte anos
contra a direita retrograda, a burguesia decadente, a elite insensível, o capitalista explorador, o
americano imperialista e outras enfermidades do cotidiano a esquerda verde amarela está
vociferando, hoje em dia, contra a Justiça, a Policia Federal, o Ministério Público, a lógica, a
decência. Faz isso justo no momento em que finalmente alguns princípios republicados - a lei é para
todo, por exemplo - ganham mais espaço na sociedade. Aqui também, infelizmente, o modelo
ideológico que alimentou a utopia universal escorreu pela sarjeta, levado pela falta de caráter de
quem se posicionava como salvador da Pátria.
Chega ser deprimente assistir mentes brilhantes, riquíssimas biografias, pessoas ilustradas,
intelectuais de respeito retransmitir, com perceptível ódio, o discurso de sarjeta arquitetado para jogar
lama em quem ousa desvendar quem está por trás do mais estrondoso jogo de corrupção já
3 – Coluna do Irmão João Gira ( A Desordem é a Lei da Insânia )
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 8/40
implantada no Brasil. Quando se trata de ideologia ou religião o gene tribal que nos escraviza tem
essa forte tendência de falar mais alto, ofuscar a razão, aprisionar o bom senso. O que vemos hoje é
típico. A histeria subjacente nas manifestações em defesa de acusados na Lava-Jato, especialmente
de Lula, é triste prova cabal de que a República que se lasque.
Será necessário o sofrimento de outra geração para esse novo se consolidar? Essa insânia para
salvar jararacas vai produzir algo de frutífero? Estamos condenados as ser, eternamente,
engenheiros de obra pronta? (Extraído e condensado do Jornal da Manhã, Passo Fundo, RS.
15/03/2016).
4. Damnatio memoriae: Na Roma antiga quando existia algum governante ou pessoa geralmente
ligada ao setor público que por alguma razão se disvirtuava de suas atribuições públicas em geral,
além de outras punições que geralmente terminava com a pena de morte, àquela pessoa sofria uma
sanção denominada justamente damnatio memoriae, que se resumia em apagar todos os traços da
existência do condenado. No caso de um governante todos os bustos eram destruídos, as moedas
cunhadas em sua homenagem eram recolhidas, propriedades eram confiscadas a família era
condenada a ficar ao relento. Não se ouvia mais falar no dito cujo. Simplesmente sumia da face da
terra.
5. Como você constrói o seu Templo? Há pessoas que constroem seus templos como tendas de
seda, muitas vezes estampadas com lindos e coloridos desenhos, segura por finas e curtas estacas de
valores, suscetíveis a qualquer vento vicioso, com paredes que brilham à luz do sol e da lua,
tornando-as belas, mas que permitem serem transpassadas por qualquer arremesso de desonra, de
luxuria ou falta de fé, e com cobertura igualmente bela e frágil, que as deixarão desabrigadas, mais
ou menos dia, e, principalmente, deixarão seus herdeiros, e futuras gerações de sua linhagem, ao
relento, sem nenhum ensinamento, a não ser a futilidade, a desonra, a insânia e a falta de fé.
Outras pessoas constroem seus templos como antigos castelos, alicerçados por sólidos valores
morais e éticos, não permitindo que sejam abalados pelos vícios mundanos, suas paredes com pedras
de honradez, dignidade e fé, para resistirem às tempestades de inveja, maldade e descrença, e com
telhado firme e resistente, a fim de suportarem as pedras do mau agouro, da maledicência e das más
influencias, assim, criam um lugar que protege a sí, aos seus, e passa aos seus herdeiros, futura
geração de construtores do mundo, ensinamentos que permitirão a eles viverem bem e serem dignos.
(Jeferson Alves Moraes).
MAÇONARIA
1. Da Desordem à Ordem: Todos os mitos da Criação insistem que o primeiro Ato da Divindade
Criadora, foi introduzir a Ordem, ali onde imperava o caos. Ordo ab Chao, é uma das divisas do
REAA: Da Desordem à Ordem. A Desordem é a Lei da Demência. A Ordem, o caminho da Razão,
da Justiça e da Concórdia. Não tem nada mais poderoso que a Palavra, nem explosivo mais temível
que as Ideias.
Vivemos em um Mundo cruel e em muitos aspectos demente. A Desordem, o Caos, a Confusão,
reinam em todos os âmbitos da vida. Da representação da realidade, que seja no exterior ou interior,
se tem passado a uma exteriorização - para não dizer culto - da violência, que chega até a
automutilação, verdadeira ou simulada. Mais grave ainda, é a confusão moral, a pobreza de
conceitos, que permite julgar no mesmo patamar vítimas e criminosos, que outorgam a mesma
legitimidade a agressor e agredido. Nenhuma pessoa que lê estas linhas tem por si só a capacidade de
melhorar a humanidade, nem salvá-la do holocausto final. Mas cada um de nós tem perfeita
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capacidade de determinar suas próprias ações, de dirigir seus passos, de escolher as palavras que usa,
declarar as cartas que escreve, os amigos que visita, os livros que lê, se seu irmão acaricia ou golpeia,
se oferecemos um sorriso ou um gesto de fastio. Ordenemos nossos pensamentos, nossas palavras e
nossos sentimentos. A Retidão de nossas ações e de nossas vidas deve constituir o catalisador que
logre mudar a sociedade profana em que vivemos, e se conseguirmos com um só gesto de amizade,
com uma palavra amável, com um minuto de nossa atenção, e tornar mais agradável e livre a nossa
tarefa como maçons e como seres humanos, e teremos contribuído para erigir esse grande Templo
Espiritual, representado simbolicamente em nossa Loja.
2. Ordo ab Chao: [lat.: a ordem saída do caos] Lema maçônico que significa que, assim como Deus
geometriza, fazendo nascer universos de nebulosas informes, assim a Arte maçônica transforma o
caos da matéria-prima em cosmo harmonioso, colocando a ordem onde reinava a confusão e
acendendo a luz onde imperava as trevas. Se as pedras brutas arrancadas de rochas disformes são
talhadas e polidas para a ereção de um edifício, também os homens comuns, os profanos, oriundos da
amorfa massa humana, constituída de todas as raças, nacionalidades e crenças, são escolhidos pela
Maçonaria e por ela preparados, instruídos e transfigurados em Iniciados, aptos para construir,
fortalecer, embelezar e aperfeiçoar o edifício social.
(...) É a máxima do REAA. Foi criada quando da fundação do primeiro Supremo Conselho do
mundo, a 31 de maio de 1801, em Charleston, na Carolina do Sul, já que este foi implantado para
concentrar o poder administrativo sobre os Altos Graus escoceses, pondo em ordem no caos em que
se haviam transformado esses Graus. Foi reforçado no Congresso de Lausanne para simplesmente
expressar o alívio dos delegados por terem conseguido colocar alguma ordem no caos que reinava
antes no REAA.
3. Rituais: (...) A desordem é a lei da insânia. A Régua é o símbolo da Lei, da ordem e da
inteligência, a determinar a direção e a regular a aplicação de vossos estudos. (RC).
Finalizando:
Corrija um sábio e ele se tornará ainda mais sábio.
Corrija um ignorante e ele se tornará seu inimigo.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
A LIBERDADE: CONCEITO FILOSÓFICO E MAÇÔNICO. O QUE
SIGNIFICA SER “LIVRE E DE BONS COSTUMES”? LIBERDADE,
IGUALDADE E FRATERNIDADE. O OBJETIVO DA MAÇONARIA É
A LIBERDADE DO HOMEM?
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“Por sua ação no meio social, diz Paul Naudon, transposição de sua essência
iniciática, a Maçonaria não pode ter senão um objetivo: a liberdade do homem, e
também como corolário moral, o respeito de sua dignidade, o que exclui toda
pressão exterior a esse respeito.
A Maçonaria, em seus princípios, só pode estar em conflito com aqueles que negam
ou que restringem esta liberdade de consciência e de pensamento, fundamental e
absoluta por ser o único valor de Ordem metafísica que ela afirma para a procura do
Conhecimento e da Verdade.” (Pág. 681, “Grande Dicionário Enciclopédico...”,
Aslan, 2012)
INTRODUÇÃO
Liberdade, este é mais um daqueles temas que exige que remontemos, no mínimo, à
Antiguidade, pois, ela é uma velha aspiração humana que vem acompanhando o homem em toda a
sua trajetória na Terra.
É um dos objetos de estudo da Filosofia também. Perguntas como, “O quanto o
homem é livre?” ou “O que significa ser livre?”, a exemplo de outras ligadas ao tema, desde há muito
tempo, vem dando algumas dores de cabeça aos pensadores, engendrando teorias filosóficas,
políticas, etc. Quando estudamos História, ela sempre surge como ideal em meio às lutas, às guerras,
em episódios sangrentos povoados de mártires, heróis, sacrifícios, atos de coragem e por aí vai. Muitos
foram aqueles que deram suas vidas em prol da liberdade, talvez, a mais nobre das causas, e hoje
ocupam o panteão dos heróis. Não sei se com essas palavras que foram utilizadas, um tanto que
propositalmente, podemos congelar as imagens a que elas remetem, e assim poder entender o quanto
ela, a liberdade, foi e é idealizada, adorada e defendida.
Um dos episódios mais relevantes e simbólicos da nossa própria história: o de
Tiradentes, que morreu em prol da liberdade da nossa pátria, que era parte de um movimento de
libertação, a Inconfidência Mineira”, e que tinha por lema, constando na bandeira “Libertas que Sera
Tamen”, ou seja, “Liberdade ainda que tardia”. Foi ele quem disse(independente das variações que
4 – A LIBERDADE: CONCEITO FILOSÓFICO E MAÇÔNICO. O QUE SIGNIFICA SER
“LIVRE E DE BONS COSTUMES”? LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE. O
OBJETIVO DA MAÇONARIA É A LIBERDADE DO HOMEM?
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 11/40
possamos encontrar): “Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria pela libertação da minha pátria.” Como
podemos ver, na medida em que fuçamos os fatos da História ela sobressai sempre.
Mas, há outros desdobramentos, quanto ao assunto liberdade, e o objetivo aqui é
tomarmos conhecimento do quanto ela é significativa para as nossas vidas, o quanto tem sido em
nossa história, em nosso mundo, em nossa instituição.
Se fossemos elencar, somente os principais acontecimentos históricos em que ela foi
motivação maior dos personagens envolvidos, já não haveria espaço suficiente. O que vale dizer então,
que fica o registro do quanto ela tem sido o farol da humanidade nestas lutas empreendidas pelo
homem. Podemos enveredar por outros caminhos, onde ainda vamos ouvir falar muito sobre a
liberdade, seja sobre as suas várias formas, ou que ela é subjetiva, ou que o desejo de liberdade não
pode ser livre em sua totalidade, pois, vivemos sob pressões que atuam em nós o tempo todo,
carregadas de valores sociais e religiosos. E há regras de convivência, além do mais, que devem ser
seguidas, modelos de comportamento, o que por si só, já demonstraria e limitaria a ideia de uma
liberdade maior. Então, o que podemos dizer, na verdade, sobre se somos livres ou não, nem deveria ir
muito além de um sonoro “mais ou menos livres”, pois, a oportunidade de ter o que poderíamos chamar
de uma genuína escolha livre, sem qualquer tipo de interferência de poderes ou forças externas e
principalmente, num mundo como o nosso de hoje em dia, fica bem imaginá-la na sua totalidade.
Mesmo havendo uma resposta para uma pergunta aparentemente simples, “Quando é
que um homem é um ser livre?”, e onde a resposta simples seria “O homem é livre quando as
condições sob as quais vive são de sua própria escolha.”, mesmo assim, ainda é possível arranjarmos
campo para discussões, do tipo: e se as pessoas forem educadas para aceitar um determinado tipo de
liberdade...
Liberdade: um tema de grande complexidade, de muitas variantes, e um tema muito caro
à Maçonaria, onde o seu estudo e a sua importância já fica definido logo que alguém passa a ser
candidato, pois, que “seja livre de e de bons costumes”, é a condição primeira para o seu ingresso na
Ordem. Quando estudamos a história da Maçonaria, vamos tomando conhecimento dos maçons que
se envolveram em movimentos libertários, sendo que muitos até foram liderados por eles. Nas lutas
pela independência de muitos países, na libertação dos escravos, em questões envolvendo justiça
social, sempre houve a presença de Maçons, e por aí já percebemos o quanto a Maçonaria esteve e
está alinhada com os ideais de liberdade. Será que essas lutas já terminaram, de vez?
O presente trabalho quer mostrar algumas das várias facetas da liberdade, abarcando
alguns dos conceitos filosóficos sobre a mesma, sobre a sua importância para a Maçonaria, e onde
fique evidente de uma vez por todas, que a liberdade é o grande objetivo da Maçonaria como bem
disse Paul Naudon lá no começo, assim como, sua preocupação com a liberdade individual dos seus
filiados e num plano maior a liberdade da própria humanidade.
MAÇONARIA E LIBERDADE: FRAGMENTOS DO PREÂMBULO DO RITUAL DE APRENDIZ
Leio seguidamente os rituais que me foram outorgados, e sempre são fontes de
descobertas. Essa afirmação poderia levar a muitos desdobramentos, mas, vamos deixar para outra
ocasião. O assunto, no momento, é a “liberdade”, e vou extrair do meu Ritual de Aprendiz, somente
sob o título de “Preâmbulo da Maçonaria” ( onde logo abaixo, quase um subtítulo diz “A ser lido e
explicado em Loja, frequentemente”, coisa que eu nunca vi, mas, que também não vou assumir
nenhuma discussão aqui) os termos “livre, liberdade” nas situações em que estão presentes no
mesmo, para reforçar assim essa importância que ela tem para a Maçonaria. Vejamos, são apenas
passagens:
“Irmãos livres, ligados por deveres de fraternidade...”
“A Maçonaria não impõe nenhum limite à livre investigação da Verdade.”
“A Maçonaria é, portanto, acessível aos homens de todas as classes sociais e de todas as crenças
religiosas e políticas, com exceção daqueles que privem o homem da liberdade de consciência,
restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana, exijam a submissão incondicional aos ditames
de seus chefes ou façam deles instrumento de combate aos princípios da Maçonaria.”
“Para elevar o Homem aos próprios olhos e para torná-lo digno de sua missão sobre a Terra, a
Maçonaria proclama que o Grande Arquiteto do Universo deu ao mesmo, como o mais precioso dos
bens, a LIBERDADE - patrimônio de toda a Humanidade, cintilação divina que nenhum poder tem o
direito de obscurecer ou de apagar e que é a fonte de todos os sentimentos de Honra e Dignidade.”
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“A Maçonaria não é uma religião, porém professa o culto ao Grande Arquiteto do Universo (DEUS):
quer a instrução livre.”
“Para quem teme as discussões políticas, a Maçonaria diz: Eu condeno qualquer discussão sectária
em minhas reuniões. Serve fiel e devotadamente à tua Pátria, sem esquecer os postulados de
LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE, e não indagarei de tuas preferências político –
partidárias.”
A mensagem é bem clara, portanto.
LIBERDADE: A DEFINIÇÃO DO DICIONÁRIO
Antes de começar a problematizar alguns aspectos envolvendo o significado de liberdade,
comecemos por uma definição simples sobre a mesma, daquelas que constam nos dicionários
comuns:
“LIBERDADE s.f. (lat.libertas, atis) 1. Estado em que se encontra uma pessoa que não está presa nem
sujeita à vontade dos outros. 2. Faculdade de fazer ou de não fazer qualquer coisa, de escolher. 3.
Estado oposto ao do cativeiro ou prisão, à escravidão, ao constrangimento. 4. Direito que alguém se
arroga. (...)”
A LIBERDADE: A VISÃO DA FILOSOFIA
Como já foi ventilado anteriormente, sobre a liberdade ser um dos objetos de estudo da
Filosofia, tratados foram escritos e longas discussões engoliram horas e horas sobre o tema, então, o
presente trabalho quer juntar alguns recortes sobre a liberdade, provindos das mentes de um ou outro
desses pensadores brilhantes que se debruçaram sobre a questão, já que há uma plêiade deles, e que
vão ilustrar o nosso trabalho ao mesmo tempo em que vão ajudar-nos no nosso próprio entendimento a
respeito do que ela realmente é.
Para Epicuro, “a liberdade é o poder que inicia ou impulsiona as causas.”
Martineau definiu a liberdade como “a capacidade de escolher entre diferentes
motivações.”
Jonathan Edwards, “fazia a liberdade tomar a feição de um determinismo (*) disfarçado,
assegurando-nos que os homens escolhem o que preferem, embora só escolham aquilo que Deus já
determinou que deve acontecer.”
Para Voltaire, a sua forma de pensar o assunto guardava certa semelhança com o
pensamento de Edwards: “Fazemos aquilo que preferimos: porém, escolhemos aquilo que
necessariamente deve ser escolhido.”
Outros filósofos se alongaram bem mais, e para exemplo, decidi por expor o pensamento
de Shopenhauer sobre a liberdade, ainda que de forma resumida. Ele destacava três sentidos múltiplos
de liberdade, onde a de agir, a de pensar e a de querer.
Na liberdade de agir, podemos dizer que qualquer um de nós somente será livre para agir,
quando, nada, nem ninguém puder impedir o nosso movimento. Podemos acrescentar ainda que a
liberdade aqui é a de poder agir, o objeto, portanto, é a ação. E em contrapartida, já podemos inferir
que essa liberdade não poderá ser absoluta, pois, ninguém pode fazer a todo o momento, tudo o que
quer fazer.
Sobre a liberdade de pensar, é o mesmo que falarmos de liberdade intelectual, da
condição do livre pensador, e que para outros pode ser liberdade de espírito. Nos estados
reconhecidamente democráticos, o direito, via liberdades públicas garantidas pela Constituição, já fez
uma parte. Isso tem a ver com liberdade de informação, de expressão, de culto, etc. Escolher o
queremos, está ligado diretamente ao pensamento livre, já que toda a escolha é o resultado de um
processo intelectivo, da utilização de um critério, ou do que chamamos de máxima de conduta.
E sobre a liberdade de querer? Para ser livre, ainda não basta a de agir e a de pensar,
pois, ainda é preciso ser livre para querer o que queremos. A vontade agora é o objeto. E quando se
fala de liberdade de ter vontade, é como se tivéssemos falando de tipos deferentes de liberdade.
Essa liberdade de querer é que mais intriga a Filosofia. Lógico, que não poderemos aqui
neste curto espaço incursionar além, pelos caminhos metafísicos que a questão sugere, e se
começamos com Shopenhauer para buscar mais das respostas ou dos desdobramentos que a última
forma que foi exposta sugeriu teríamos que em primeira instância, começar por revisitar alguns gregos,
além de outros filósofos ao longo da história. Mas, o convite está feito para quem quiser se aprofundar
mais: visite a Grécia.
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COMENTÁRIOS:
A primeira leitura que me impressionou, a primeira vez que parei para pensar sobre o
significado de liberdade, deveu-se a uma frase somente. Essa frase me levou a buscar mais desse
autor que era Jean Jacques Rousseau. A frase estava na última capa do livro intitulado “ROUSSEAU”
e que fazia parte de uma das melhores coleções que já foram editadas nesse país: OS
PENSADORES. A frase dizia: “o homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros”.
Li o livro citado e muito mais, tanto que acho que quando o assunto é liberdade, a leitura
de Rousseau é imprescindível. Para corroborar o que estou dizendo e a título de recomendação extraio
o seguinte parágrafo do capítulo “Vida e Obra” do livro que constou acima:
“O supremo bem: a liberdade – Em todas as obras de Rousseau, os processos educativos, tanto
quanto as relações sociais, são sempre encarados do ponto de vista centralizado na noção de
liberdade, entendida por ele como direito e dever ao mesmo tempo: ‘... todos nascem homens e livres’;
a liberdade lhes pertence e renunciar a ela é renunciar à própria qualidade de homem. Ao reformular tal
principio e dar-lhe o papel fundamental na moral e na política, Rousseau elevou-se muito acima dos
contemporâneos e dos precursores. Ninguém como ele afirmou o princípio da liberdade como direito
inalienável e exigência essencial da própria natureza espiritual do homem.“
A LIBERDADE E O IDEAL MAÇÔNICO
Vejamos o item 5 que está inserido na definição do verbete “Liberdade” e consta no
“Vade –Mécum Maçônico”, o que já permite distinguirmos em parte, o conceito filosófico de liberdade
do conceito maçônico:
“A liberdade, conceituada quanto a livre locomoção, pertence ao campo político e social. Outras
instituições que não a maçônica, tem em seus programas, também este propósito, de modo que, para
a Maçonaria não é uma questão filosófica. A luta pela liberdade é um sentimento inato no homem e
não dependerá no homem e não dependerá da Maçonaria, mantê-la, inspirá-la ou cultivá-la. Liberdade
para o maçom tem o significado de Libertação. A sua Liberdade está na dependência de sua própria
vontade. Há, porém, leis estabelecidas pelo Grande Arquiteto, definitivas, permanentes e perfeitas, pois
Ele é Justiça e Perfeição, o dualismo, sempre repetido e aceito, em todas as reuniões maçônicas. A
Liberdade filosófica deve ser conduzida neste sentido, isto é, libertar o homem de sua ignorância, a
respeito da real, é a Verdade maçônica.”
Agora vejamos um excerto do artigo “Conceito de Liberdade Maçônica” do sábio Irmão
Charles Evaldo Boller:
São três os aspectos onde se desfruta da mais ampla liberdade: consciência, espiritualidade e
pensamento. Nenhum déspota pode mudar ou censurar o que se passa na mente do cidadão.
Legisladores podem escrever as leis mais perfeitas que estas são nada perante a vontade
individual. Apenas o próprio cidadão pode sabotar-se ou libertar-se no recôndito de seus
processos mentais; é o trabalho na pedra bruta; o autoconhecimento. Daí ser lógico afirmar que
a maçonaria não dá nada para ninguém; todo progresso pessoal é resultado de esforço
individual e intransferível. A liberdade jaz dormente na memória das pessoas, é parte do projeto
da criatura, basta uma leve provocação para despertá-la; é o que ocorre nos debates entre os
obreiros na sublime instituição. A Maçonaria entra com o sistema, o local, as ferramentas; o
adepto com sua alma, coração e mente. Liberdade é resultado da convivência fraterna de
pessoas em busca de sua liberdade individual.”
PARA SER MAÇOM TEM QUE SER LIVRE E DE BONS COSTUMES
De acordo com o “Vade-Mécum Maçônico”, o significado de “livre e de bons costumes”,
exigência essa que é considerada indispensável a todo aquele que deseje ser Maçom, possui os
seguintes aspectos:
“LIVRE E DE BONS COSTUMES: 1. A liberdade em questão é um resquício de uma época em que
existiam escravos. A Maçonaria considera também que quando feito o convite para ingresso em nossa
Ordem, o profano deve gozar de sua plena capacidade jurídica para se comprometer validamente,
porque o compromisso é contratual. Este livre pensamento não pressupõe, entretanto que o profano
seja um homem anticlerical e anti-religioso. Bons costumes aludem ao valor moral exigido do futuro
Maçom, que uma sindicância prévia deve estabelecer, mas implica igualmente que determinados
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anormais são indesejáveis, o que é bem justificável numa sociedade exclusivamente masculina. 2. O
termo livre tem hoje uma interpretação muito mais nobre, sendo definida em sentido mais de liberdade
mental do que física; bons costumes não são um mero comportamento, uma moral de conduta, mas
sim um universo de práticas que conduzem o ser humano a uma vida espiritual. Ser livre e de bons
costumes constitui uma exigência de muito mais profundidade do que parece à primeira vista. A
liberdade exigida é ampla; sem restrições mentais. Todo o Maçom, mesmo antigo na Ordem, tem o
dever de se manter livre e bons costumes. 3. A Maçonaria não desenvolve campanhas em defesa dos
bons costumes, não fazem parte da atitude maçônica sair a público empunhando bandeiras (a
instituição em si, o que não impede que os maçons individualmente ou compondo organizações não-
maçônicas o façam). O Maçom deve atuar com firmeza no contexto em que estiver inserido, fazendo
valer os princípios elevados da Instituição. Cada dia torna-se mais necessária a ênfase nos valores
éticos e morais. 4. Todo homem é livre. Pode, porém, estar sujeito a entraves sociais, que o privem
momentaneamente de parte de sua liberdade e, que é pior, o tornem escravo de suas próprias paixões
e de seus preconceitos. É à nossa Ordem. Assim, o homem que voluntariamente abdica de sua
liberdade deve ser excluído de nosso Mistérios, porque, não sendo senhor de sua própria
individualidade, não pode contrair nenhum compromisso sério”. (RA)”
COMENTÁRIOS:
O item 4 é muito esclarecedor e, remete diretamente ao tema que se refere aos vícios,
onde o Maçom momentaneamente pode ter sucumbido a algum, o que o torna um escravo de suas
próprias paixões, portanto, o que teria a ver com a sua privação da liberdade. O Maçom não deve
medir esforços para sair desse regime, ainda que, provisório, e é o que se espera.
É POSSÍVEL SER LIVRE NO MUNDO MODERNO?
Vejamos uma mensagem do presidente norte-americano Roosevelt dirigida ao Congresso
Nacional, em janeiro de 1941 (importante considerar o fato de que em 7 de dezembro de 1941, o Japão
atacara a base americana de Pearl Harbor, num claro ato de guerra, sendo que a resposta dos EUA
não demorou mais que algumas horas, pois, um dia após, 8 de dezembro, o presidente norte-
americano Roosevelt assinou a declaração de guerra ao Japão), no mês seguinte à entrada dos EUA
na Segunda Grande Guerra:
“Ansiamos por um mundo baseado em quatro liberdades humanas essenciais. A primeira é a liberdade
de pensamento e expressão _ em qualquer lugar do mundo. A segunda é a liberdade de cada pessoa
venerar Deus de sua maneira _ em qualquer lugar do mundo. A terceira é estar livre do desejo... em
qualquer lugar do mundo. A quarta é estar livre do medo... em qualquer lugar do mundo.”
O que me levou a colocar essa mensagem tem a ver com uma reflexão sobre aquele
mundo que acabava de ingressar na Segunda Guerra Mundial e o nosso mundo atual, pois, em
primeira instância podemos dizer que as questões relativas à liberdade naquele dado momento não
evoluíram tanto assim de lá para cá.
E ainda num mundo anterior ainda à Segunda Guerra Mundial, tivemos grandes
diferenças de ordem social, ocasionadas pela tecnologia que começava a despontar e trazer o
progresso, mas, concomitantemente estabeleceram-se diferenças também: religião X secularismo,
feudalismo X finanças, e a pobreza comum X a satisfação em massa das necessidades.
Mas se falarmos em tecnologia em nosso mundo atual, e da sua dominação em várias
áreas, comunicações, por exemplo, e do quanto somos dependentes e do quanto estamos subjugados
aos parelhos tecnológicos de comunicação, caberia perguntar “É possível ser livre nessa sociedade
tecnológica e midiática?
A MAÇONARIA E O LEMA LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE
No intuito de mostrar tudo o que se relaciona ao quanto esse direito _ a liberdade _ é
preciosa e está inserida nos ideais maçônicos, mostremos algo sobre esse que era o lema da
revolução Francesa e que a Maçonaria adotou, aliás, vejamos um pouco de história num primeiro
momento, sobre o trinômio, com base no “Vade-Mécum Maçônico”, até mesmo para dirimir algumas
dúvidas que existem sobre o assunto:
“A divisa maçônica adotada pela Revolução Francesa era tríplice: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Segundo alguns autores, não foi a Revolução Francesa que adotou essa Trilogia, mas foi a Maçonaria
que a adotou em 1848, na Segunda república Francesa. A tríade da revolução Francesa de 89, era:
Liberdade, Igualdade, ou Morte _ não existe Revolução Fraterna ou com fraternidade. Na realidade, o
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grito de guerra era: Liberdade, Igualdade e Morte aos tiranos, sendo mesmo a aclamação do Rito
Francês.”
E para explicar sobre os significados maiores do trinômio em sua absorção pela
Maçonaria, vejamos as opiniões dos sábios Irmãos Eleutério Nicolau da Conceição e Walter Celso de
Lima, expostas no livro “Arte Real - Reflexões Históricas e Filosóficas”, do qual são autores:
“A trindade liberdade, igualdade, fraternidade estabelece uma aspiração maçônica notável e completa,
com significado distinto dos valores mundanos expostos neste ensaio. Liberdade é uma aspiração
pessoal, em especial liberdade de pensamento, sem limitações ao maçom que busca a verdade.
Igualdade entre maçons, fundamenta-se na concepção moral da identidade indispensável de todas as
pessoas humanas, em que pese o fato, paradoxal, de que não existem duas pessoas iguais. Orienta
pra uma exata conduta de equidade, lisura e integridade com todos os demais. Fraternidade, para os
maçons, representa tolerância cm respeito à liberdade e consenso em relação à igualdade do próximo.
A comunidade maçônica é pequena numa Loja, e como a tolerância é um princípio
cardeal das relações humanas na maçonaria, a liberdade de expressão, a igualdade de direitos e a
fraternidade são, frequentemente, alcançados. Em comunidades maiores, como numa grande
Obediência, muitas vezes, esses fins supremos não são atingidos. Liberdade, Igualdade e Fraternidade
são realizações de um ideal. Liberdade de pensamento numa instituição não dogmática, como a
maçonaria, com absoluta tolerância a respeito, tolerância às ideias contrárias e crenças diferentes
(nunca tolerância ao erro), leva a igualdade de direitos e convivência nessas bases, conduz à
fraternidade. Todos esses valores devem ser conscientizados e praticados no dia a ainda da vida de
uma Loja. Importante se faz que a teoria passe da linguagem oral e escrita para a vivência na família,
no trabalho e nos demais grupos aos quais se pertence, fora do Templo.”
CONCLUSÃO
O termo liberdade talvez em alguma parte deste nosso mundo esteja desgastado, pois,
em seu nome frequentemente, também se cometem barbaridades. Mas, a palavra liberdade é como a
Fênix, não? Sobre algumas Constituições de alguns países do mundo em que vivemos na atualidade,
alguns dos governantes resolvem fazer dela um adorno somente, e na prática tudo o que ela reza
acaba saindo bem diferente, tanto que a supressão da liberdade é uma das violações mais comuns, e
certamente a primeira a ser riscada. Poderíamos dizer que muitos governantes por aí, nada fazem
além de tergiversar, e o nosso mundo está sempre carecendo de liberdade.
Revejam o discurso de Roosevelt, e transportem-no para o quadro atual de muitos
países, regiões, comunidades, onde pessoas são privadas dela, se não em sua totalidade, em uma de
suas formas: liberdade de locomoção, liberdade de expressão, liberdade de crença ou mesmo
liberdade de viver, ou seja, não mudou muita coisa não. Embora seja um dos termos mais utilizados,
em todos os capítulos da história, e tenham corrido rios de sangue para conquistá-la, muitas vezes
entre a teoria e a prática ela acaba sendo completamente desfigurada. Ao longo da história da
humanidade, o termo liberdade adquiriu outros significados, mas, sem sombra de dúvidas, o seu gozo
pleno, na maior parte do tempo foi privilégio dos poderosos.
Por isso tantas lutas aconteceram e outras ainda vão acontecer. Aliás, é uma luta que
ainda vale a pena. O mundo moderno, isso não podemos esquecer, ainda não aboliu a escravidão em
sua totalidade, já que ela existe de modo ilegal em muitos países da África e da Ásia, e isso é somente
um dos exemplos.
E quando o tema é a liberdade, outros pontos de discussão sobre a liberdade, envolvendo
outros aspectos vão se insinuando, exatamente, por ser um tema de muitas nuances e que abrange
praticamente todas as áreas. Alguns dizem que não poderá existir liberdade num mundo dominado
pelas mídias, como é o mundo atual, outros dizem que a liberdade só pode ser encarada como relativa,
e ainda, quantos diriam que é impossível viver livremente numa sociedade regida por leis de todo o
tipo. Há quem diga que a liberdade é pura ilusão, e até pode ser que ela flua de verdade em alguns
momentos da nossa vida, enfim é uma discussão infindável.
Para além de todas essas discussões que podem ser geradas, quando o assunto é
liberdade, seja no campo social, seja no campo político, seja no campo jurídico, etc., para o Maçom, o
que ficou claro através dos excertos retirados do ritual, é que a liberdade é a libertação da ignorância,
do domínio das paixões, dos vícios. Para o Maçom a liberdade é o seu EU se emancipando, e um
caminho para as escolhas conscientes.
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E do Maçom consciente se espera que ele ao alcançar essa liberdade, a mesma que a
Maçonaria vem proclamar que o Grande Arquiteto do Universo deu ao homem como o mais precioso
dos bens, essa LIBERDADE, esse ideal da humanidade, ele, contribua conscientemente, com sua
parcela de contribuição, em sua luta diária, para instaurá-la no mundo, seja mesmo, no terrenos das
ideias.
Para o Maçom mudar o mundo, é preciso assimilar em toda a sua dimensão aquilo que
o Irmão Charles Evaldo Boller apontou, principalmente quando se refere ao fato de que ela jaz
dormente na memória das pessoas, e que basta uma provocação para despertá-la. Deve ser por aí
que se começa, incutindo a ideia de que a liberdade não pode ter limites quando é a do pensamento,
da consciência e da espiritualidade humanas. A liberdade é parte da natureza humana sim, por isso,
onde ela está ausente, sempre vai haver alguém querendo conquistá-la, pois, ela é ao mesmo tempo
um direito e uma benção.
. . .
(*) 1. Determinismo é a doutrina filosófico-teológica, segundo a qual tudo o que acontece está
condicionado ao meio e às circunstâncias. 4. O sucesso das teorias científicas, particularmente a da
gravidade de Newton, levou um cientista francês, o marquês de Laplace, no início do século XIX, a
argumentar que o universo era absolutamente determinístico. Laplace sugeriu que devia haver um
conjunto de leis científicas que permitiriam prever tudo o que acontecesse no universo, bastando para
tanto que se soubesse o estado completo do universo num determinado momento. (...)” (pág. 143,
Girardi, 2008)
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
Internet:
“Conceito de Liberdade Maçônica” – artigo de autoria do Irmão Charles Evaldo Boller. Disponível em:
orvalhodohermon.blogspot.com.br/
Revistas:
BBC HISTORY BRASIL – ANO 2, Nº5, 2015: “A Transformação do Mundo Através dos Séculos” –
Artigo de autoria de Ian Mortimer
FILOSOFIA – GRANDES TEMAS DO CONHECIMENTO. Nº 26: “O Que é Liberdade?” – Artigo de
autoria de Luiz C. Nascimento
Livros:
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Volume 2 – Editora
Maçônica “A Trolha” Ltda.- 3ª Edição - 2012
BARROS FILHO, Clóvis de & POMPEU, Júlio. “A Filosofia Explica as Grandes Questões da
Humanidade” – Editora Casa da Palavra – 1ª Edição – 2013
CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” - Editora Hagnos - 9ª Edição - 2008
CONCEIÇÃO, Eleutério Nicolau && LIMA, Walter Celso. “Arte Real Reflexões Históricas e Filosóficas”
– Editora Tribo da Ilha – 1ª Edição - 2014
DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA – LAROUSSE – Volume 14 – Editora Abril S/A –
1ª Edição -2006
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra gráfica e Editora
ltda. 2ª Edição – 2008
Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – GORGS – Porto
Alegre, RS (2010-2013)
ROUSSEAU, Jean Jacques. OS PENSADORES – Editor Victor Civita - 1983
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Transcorria o ano de 1895 no Paraná. Havia passado a bem pouco tempo o pesadelo da
Revolução Federalista, mas não o terror de suas conseqüências.
Era Presidente do Estado o maçom Francisco Xavier da Silva conhecido como o “Monge”
(fundador da Loja “Fraternidade Castrense” Castro - PR) e o Presidente do Brasil era o maçom
Prudente José de Moraes Barros (Loja “7 de Setembro” São Paulo e fundador da Loja
“Piracicaba” – Piracicaba-SP)
No Paraná tal como ocorrera com a sua Emancipação e mesmo por ocasião da Proclamação
da República, pouco se sabia o que se passava na esfera nacional.
O mesmo ocorreu com a famosa “Questão de Palmas”, cujo problema já se arrastava desde
os tempos da Monarquia.
É provável que a maioria dos brasileiros não soubesse o que o Barão do Rio Branco, que
sempre optou por morar fora do Brasil, estivesse fazendo em Nova Iorque.
O Barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior, havia sido iniciado na
Maçonaria em 03/12/1872 na Loja “Estrela do Norte” no Rio de Janeiro e chegou ao grau 33.
Ele ficou dois anos e meio mais ou menos em um apartamento em Nova Iorque, onde
trabalhou sem cessar dia e noite, escrevendo laudas e mais laudas, estudando mapas e
estabelecendo estratégias.
Até que então, o mundo soube através da imprensa, que o Presidente dos Estados Unidos no
dia 05/02/1895 havia dado o veredicto final a favor dos brasileiros, tornando o Território de
Palmas para sempre nosso.
Este território era contestado pelos argentinos como sendo deles.
Havia uma questão antiga de limites territoriais entre o Brasil e a Argentina.
A controvérsia se baseava no fato do Brasil reivindicar suas linhas de limites nos cursos dos
Rios Pepery Guaçú ou Pequeri Guaçú, afluente do Rio Uruguai e o Rio Santo Antônio afluente do
Rio Iguaçu.
A Argentina entendia que estas linhas eram traçadas pelos Rios Chopim, afluente do Iguaçu
e Rio Chapecó, afluente do Rio Uruguai.
Esta área em litígio media a superfície de 30.621 quilômetros quadrados.
A história desta disputa é longa, complexa e própria de países vizinhos, mas que no caso do
Brasil e Argentina tudo acabou em paz sendo resolvida através de uma arbitragem internacional.
5 – Questão de Palmas – Limites Territoriais Brasil-Argentina
Hercule Spoladore
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Em 1720 uma expedição de bandeirantes chefiada por Zacharias Dias Cortes descobriu os
Campos de Palmas.
O Tratado de Madri de 1750 estabeleceu o domínio português na parte ocidental do
território que um dia se tornaria Paraná.
Em 1759, Espanha e Portugal houveram por bem através de uma Comissão Mista de
Limites, demarcarem os lindes entre os dois Impérios e neste local foram justamente os Rios
Pepery Guaçu e Santo Antônio, os quais já estavam assinalados.
Em 1779 o Tratado de Santo Ildefonso ratificou estas linhas divisórias.
Após a Independência da Argentina ocorrida em 1810 e até o ano de 1877 ela não havia
manifestado qualquer pretensão com relação ao referido território.
O Brasil tornou-se independente em 1822 e foi ocupando gradativamente aquela área que
considerava sua.
Em 1839 duas expedições chefiadas por José Ferreira dos Santos e Pedro Siqueira Cortes,
ocuparam definitivamente a região iniciando o povoamento na região de Palmas que culminou
com a criação da freguesia. Precedendo a estes dois, considera-se que em 1836 José Souto Maior
já havia penetrado neste território e que possivelmente tenha sido trucidado pelos bugres indo
posteriormente ao mesmo local uma expedição comandada pelo sargento-mór José de Andrade
Pereira que foi até esta região e não encontrou Souto Maior.
O próprio Visconde do Rio Branco José Maria da Silva Paranhos pai do Barão, (grau 33,
Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil 1870-1880), outro grande diplomata brasileiro, tinha em
1857 negociado um tratado com os argentinos a este respeito e pelo qual se reconhecia o direito
do Império sobre esta área. Este direito era fundamentado no princípio do ut possidetis (posse)
pelo qual um país tem direito sobre o território por ele ocupado efetivamente.
Entretanto, este tratado com a Argentina tornou-se letra morta.
O próprio D.Pedro II a seu tempo estava convencido dos direitos brasileiros sobre o
Território de Palmas, pois este é geo-historicamente o mais brasileiro das terras da região austral,
onde a luta pela fixação das fronteiras veio desde as expedições vicentinas de Pero Lobo em 1532.
Este território jamais fez parte da antiga Província de Missiones, como os argentinos
quiseram argumentar posteriormente. Interessante que escritores brasileiros e até escritores
maçons fizeram a mesma confusão.
O Território de Palmas é composto pelos altiplanos de Palmas e Campo Erê, de um e de
outro lado, ao norte e ao sul do divisor das águas, formada pelos rios Uruguai, Iguaçu, Pepery
Guaçu e Santo Antônio.
É preciso estabelecer-se corretamente o nome dos dois povoados fundados neste território
para não causar confusão de denominação. Estão situados próximos um do outro e tiveram nomes
semelhantes no inicio de sua história.
Trata-se da Freguesia de Palmas criada pela Lei n° 22 de 28/02/1855 que a tornava vila
conhecida como Vila do Senhor Bom Jesus dos Campos de Palmas (Palmas de cima) e que pela
Lei Provincial n.º 484 de 13/04/1877 a tornava comarca. A primeira loja maçônica de Palmas só
seria fundada em 10/071899 com o nome de “Caridade Palmense”.
Durante a Guerra do Paraguai os soldados da Guarda Nacional sendo a maioria formada
pelos Batalhões de Guarapuava, onde havia nas fileiras inúmeros maçons, transitavam pelo
território com a finalidade de proteger nossas fronteiras de uma possível invasão paraguaia por
este lado.
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Em um dos acampamentos, situado cerca de mais ou menos quarenta quilômetros da
Freguesia de Palmas, após a guerra tornou-se um povoado que posteriormente pela Lei Provincial
n.º 789 de 16/10/1884 tornou-se Freguesia de Bela Vista de Palmas (Palmas de baixo), tornada
município pela Lei n.º 28 de 28/061892.
Posteriormente, para homenagear o Presidente Grover Cleveland dos Estados Unidos pela
sua honesta decisão de dar ganho de causa ao Brasil no litígio do Território de Palmas, pela Lei n.º
862 de 29/03/1909 a cidade passou a se chamar Clevelandia.
A preocupação brasileira em relação com as fronteiras com a Argentina e Paraguai era
antiga. Uma das causas que se argumentava na Corte lá pelos idos de 1843 a 1853 para que se
desmembrasse a então 10ª (antes 5ª) Comarca da Província de São Paulo, tese levantada pelos
Ministros de Estado, Deputados e Senadores, era justamente para que se criasse uma nova
Província, pois assim aquela área seria logo povoada, evitando assim a penetração de outros povos
estrangeiros.
Entre as varias suposições de como a Argentina poderia se comportar, uma delas seria a
invasão armada.
Com o surgimento da Guerra do Paraguai entre 1864-1870, o Brasil aliou-se à Argentina e
Uruguai, esquecendo-se momentaneamente a “Questão de Palmas”.
A situação no sul do país e em especial no Paraná urgia que se estabelecessem meios de
comunicação e ligação entre esta Província e os chamados grandes centros como São Paulo e Rio
de Janeiro e dentro da Província com o território contestado.
O único caminho por terra que existia entre o Rio Grande do Sul e São Paulo era o antigo
caminho das tropas que passava pelo Paraná o qual alem de ineficaz era moroso.
Em 1881 o Presidente da Província, o paranaense João José Pedrosa, informava ao
Conselho de Ministros que a situação era de intranqüilidade em Palmas, devido aos criminosos
dos ervais de Corrientes e da vizinhança do Campo Erê, que infestavam aquela região.
O Governo Imperial tomou algumas medidas estratégicas com relação à Província do
Paraná.
Para encontrar uma forma para facilitar o povoamento mais rápido do território contestado,
pôs em prática soluções tais como uma estrada de ferro que viesse do litoral em direção ao
interior, aproveitando os trechos navegáveis do Rio Iguaçu, bem como a criação de colônias agro-
militares.
O início da construção da primeira fase da estrada de ferro que veio do Porto de Paranaguá
à Curitiba foi oficialmente inaugurado em 05.06.1880, contando com a presença de D.Pedro II e
da Imperatriz Teresa Cristina Maria e o término da estrada foi inaugurado em 02/02/1885.
De Curitiba, a estrada de ferro foi levada até Porto Amazonas, ponto inicial onde o Rio
Iguaçu torna-se navegável.
Em 1882 iniciou-se a navegação fluvial que foi confiada ao maçom, Coronel Amazonas
Araújo Marcondes (Loja “União 3ª” de Rio de Negro) político de grande prestígio na região, o
qual lançou em águas, o primeiro e lendário vapor “Cruzeiro”.
De Porto Amazonas até União da Vitória não existia um povoado sequer.
Para povoar este trecho, a partir de 1880 iniciou-se a fixação de imigrantes, quando foram
fundadas inúmeras colônias especialmente de poloneses e ucranianos.
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De Porto União (Porto Vitoria) até Palmas a ligação foi programada através de estradas de
terra para trânsito de comboios de muares.
Foram finalmente instaladas as colônias agro-militares que haviam sido criadas por Decreto
Imperial n.º 2052 em 16/11/1859. A de Chapecó instalada em 14/03/1882 e a de Chopim em
27/12/1882.
Em 1877, pela primeira vez os argentinos levantaram dúvidas quanto à demarcação de
nossas fronteiras. Ato continuo, começaram a penetrar em nosso território para extrair erva-mate
que ali existia em abundância.
Em 1881 a Argentina criou o “Gobernacion Missiones” que tratava exclusivamente dos
antigos Territórios de Missiones, tornando ainda mais tensa a situação na região.
Mas ao que tudo indica os dois países não queriam uma solução militar para o caso.
Ressalte-se que naquela época a Argentina estava mais bem armada que o Brasil.
Em 1885 criaram os dois países, uma Comissão Mista, para estudar de maneira bastante
detalhada a questão. Todavia, esta Comissão deu em nada.
Em 1888 os argentinos criaram mais confusão. Pretendiam aumentar ainda mais o território
contestado, afirmando que o Rio Chopim era na realidade o Rio Jangada, outro afluente do Rio
Iguaçu, localizado mais para dentro do território brasileiro.
Foi proposto pelos argentinos em 1889 ao Conselheiro Rodrigo Silva (maçom), Ministro
dos Negócios Exteriores, uma divisão salamônica. Em face da rejeição do governo brasileiro
concordaram com um arbitramento internacional. Foi assinado um tratado em 07/09/1889 e
ratificado 04/11/1889, pelo qual o Presidente dos Estados Unidos seria o mediador.
Cerca de dois meses após a Proclamação da República, o Chefe do Governo Provisório, o
maçom Marechal Deodoro da Fonseca, governo por sinal bastante instável naquele momento
histórico, não querendo problemas com a república vizinha, apesar de ambas as partes já terem
aceitado um arbítrio internacional nomeia seu Ministro das Relações Exteriores o maçom
Quintino Bocaiúva(Grão-Mestre do Grande oriente do Brasil em 1901/1904) para tratar
diretamente a Questão de Palmas com a Argentina.
Pelo Tratado de Montevidéu de 25/01/1890, o Ministro Quintino aceitava a proposta dos
argentinos e concordava com a divisão do território contestado ao meio.
Movimentos populares e intelectuais argentinos elogiaram muito a posição do nosso
Ministro e a sua posição foi tida como uma vitória argentina.
Alguns autores chegam a afirmar que o antimonarquismo de Quintino Bocaiúva o levou a
uma situação de quase sacrificar parte do território brasileiro, em nome de uma fraternidade
republicana das Américas.
A própria Argentina jogava com a instabilidade transitória da política do Brasil, apostando
que o mesmo não manteria a unidade nacional, se fragmentando em mais de um país.
Entretanto, a opinião pública brasileira, a imprensa e o Parlamento rejeitaram de modo
veemente a ratificação do Tratado de Montevidéu.
Em sessão especial o Congresso repudiou por 142 a 5 o referido tratado, apoiando na
integra o parecer redigido pelo General Dioniso Cerqueira.
Devido a posição brasileira, Quintino Bocaiúva recuou ante a reação do Congresso e do
povo.
Um recenseamento terminado em 30/12/1890 mostrou 5.793 habitantes no território, sendo
5.763 brasileiros, e 30 estrangeiros, nenhum argentino.
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O Barão Aguiar Andrada foi escolhido para defender o Brasil, porém vem a falecer logo no
início da missão. Foi então lembrado o nome do Barão do Rio Branco.
Entretanto, o convite oficial só lhe chega às mãos no final de 1893.
Nesta época ele era cônsul em Liverpool. Em carta particular ao Presidente da República,
da época, o Marechal Floriano Peixoto (maçom), assim ele se refere: “Mas V.Excia. arrancou-me
do meu retiro, colocou-me neste posto de confiança e o meu dever é dizer lealmente o que penso,
consultando apenas os interesses da Nação... Nunca tivemos questão de limites mais importantes
que esta, e o maior prazer da minha vida será o que terei no dia em que puder anunciar a V. Excia.
pelo telégrafo que o nosso Brasil saiu vencedor neste pleito secular. Depois recolher-me-ei à
obscuridade de minha vida anterior, contente por ter podido fazer alguma coisa pela nossa terra,
graças unicamente à V. Excia a quem sempre serei grato por ter querido que eu concluísse a obra
começada em 1857 por meu Pai”.
Rio Branco tinha pouco tempo. Instalou-se em Nova Iorque. É nomeado em 1894, Ministro
Plenipotenciário junto ao Governo dos Estados Unidos, encarregado de defender o Brasil na
questão de divisas com a Argentina.
Começou a trabalhar febrilmente dia e noite, comandou as pesquisas arquivais e
documentais, foi a fundo nas origens históricas do problema, consultou inúmeros documentos
antigos, conferiu traduções, provas de imprensa, consultou cartógrafos. Enfim estava preparado.
Reviu as provas de mais de 60 mapas e planos.
Sua certeza de que seria vencedor se baseava no mesmo ponto de vista de seu Pai o
Visconde do Rio Branco, ou seja, no direito do ut possidetis.
Escreveu uma longa Memória, na qual provava que os Rios Pepery Guaçu e Santo Antônio,
já eram fronteiras do Brasil sacramentadas pelo Tratado de 1750.
Provou ainda que os Rios Chapecó e Chopim só foram descobertos em 1778.
Provou ainda que o território em disputa nunca pertenceu ou fez parte da antiga Província
de Missiones da Companhia de Jesus no Paraguai, à qual depois os espanhóis dariam o nome de
Província de Missiones.
A descrição histórica feita pelo Barão do Rio Branco do Território de Palmas enfatizava os
seguintes aspectos.
A penetração do Território de Palmas foi feita por bandeirantes paulistas e por mais
ninguém.
A construção de fortificações pelos bandeirantes em Campo Erê e Apeteribe provava a
presença brasileira, e provava também que a ocupação do Território de Palmas, foi feita
exclusivamente por brasileiros.
Os argentinos nas suas pretensões levantaram um absurdo histórico e geográfico,
impossível de num arbitramento internacional de ganharem a questão.
A peça principal da defesa apresentada pelo Barão foi uma cópia fiel do Mapa das Côrtes de
1749, desencravado de velhos arquivos na França.
Por ironia, o Ministro Plenipotenciário argentino, o grande jurista Dr. Don Estanislao
Zaballos fundamentou-se no mesmo mapa.
O Barão provou que o argentino, apesar de sua suposta boa fé, estava usando um mapa
adulterado. Zeballos estava repetindo o que estava escrito em antigos mapas e memórias feitos por
espanhóis no final do século XVIII e início do século XIX, os quais estavam alterados com a
finalidade de confundir a questão dos limites.
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Rio Branco tendo em seu poder as cópias do verdadeiro mapa, portanto do autêntico,
demonstrou claramente que os Rios Pepery Guaçu ou Pequeri Guaçu e Santo Antônio eram os rios
que já demarcavam a fronteira desde há séculos atrás.
No dia 05/02/1.895 foi marcado para ser dada a decisão do Presidente Grover Stephen
Cleveland. O Barão do Rio Branco e o Dr. Zeballos aguardavam nervosos na sala de espera da
Secretaria de Estado dos Estados Unidos. O Secretário de Estado apareceu e proferiu a sentença
“The word is in favour of Brasil”.
Caiu um pesado silêncio no recinto. Ambos os adversários estavam constrangidos.
Entretanto, Zeballos voltou-se elegantemente para o Barão e exclamou: “Mis felicitaciones, senõr
Ministro”. O Barão encabuladíssimo disse-lhe que a causa era extremamente difícil e que Zeballos
era o mais ilustrado dos adversários que o Brasil encontrara na Questão de Palmas.
Alguns dias após, Zeballos em entrevista pela imprensa, informou que o Governo Argentino
desconhecia o trunfo apresentado pelo Barão, ou seja, o tal mapa das Cortes e que a decisão do
Presidente dos Estados Unidos não poderia ter sido diferente.
Em 07/07/1895, escrevia o Barão à Rui Barbosa (iniciado na Loja “América” de São Paulo)
“Senti tão somente não ter podido dizer tudo o quanto desejava e que podia ter dito na defesa de
nosso direito”.
Segundo o escritor Araújo Jorge, o Barão disse:” Queria tratar desenvolvidamente das
primitivas Missões Jesuíticas, das suas mudanças de lugar e das expedições dos paulistas e
escrever um capítulo especial com a história das Missões até nossos dias, mostrando com
autoridade e documentos argentinos que o Território de Missiones entre o Rio Paraná e o Uruguai,
só depois de 1876 começou a ser ocupado efetivamente pela República Argentina”.
“Ele tencionava provar que toda a Província e Missiones criada pela Real Cédula de
17/05/1803, estava incorporada ao Paraguai desde 1806”.
A Província de Missiones e a sua integração à Argentina foi resultante do esforço de guerra
brasileiro na Guerra do Paraguai.
O Barão mesmo antes de assumir o caso em 11/05/1893 escrevia ao General Dionísio
Cerqueira, então plenipotenciário da Comissão Mista: “Desde muitos anos, ao estudar a questão
adquiri a certeza de que os argumentos de nossos adversários podem ser destruídos com a maior
facilidade até com documentos e testemunhas espanhóis. Nunca duvidei do nosso direito Estou
convencido de que nenhum árbitro poderia resolver contra o Brasil esta questão e se, aceitando o
recurso ao juízo arbitral tivéssemos reclamado e obtido a condição de arriscar também a
República Argentina alguma coisa a mais, isto é, o seu atual Território de Missiones, ganho após a
Guerra do Paraguai, estou persuadido de que os argentinos perderiam todo esse território sobre o
que o Paraguai tinha direito incontestável e que, por muitas razões deveria ser paraguaio ou
brasileiro”.
Muito interessante a opinião do Barão do Rio Branco.
Para Ruy Christovam Wachowicz, historiador paranaense a Questão de Palmas teria sido
um grande blefe, muito bem urdido pelo Governo Argentino.
Se olharmos atentamente para um mapa da América do Sul que nos mostre estes detalhes,
veremos que as terras que compõem a mesopotâmia dos Rios Paraná e Uruguai, não formam uma
fronteira natural, especialmente para a Argentina.
Veremos que a Província de Missiones deveria pertencer ao Paraguai ou ao Brasil. A linha
que seria o divisor natural seria a margem esquerda do Rio Paraná e a margem direita do Rio
Uruguai, num local onde os dois rios mais se aproximam, ou seja, ligando São Borja no Brasil e
Encarnacion no Paraguai.
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Durante a Guerra do Paraguai a Argentina reivindicou o território de Missiones. Perdida a guerra
este país exigiu que o Paraguai desistisse dessas terras.
Os brasileiros desde a década de 1860 estavam se aprofundando neste território, chegando
mesmo a fundar vilas. Era óbvio que se o Brasil tivesse pretensões sobre Missiones, acabaria por
reivindica-las.
Entretanto, a Argentina tomou uma iniciativa diferente. A manobra estratégica arquitetada
pela diplomacia do país vizinho, que, aliás, conhecia muito bem o problema da área foi criar uma
situação em que o Brasil ficasse na retaguarda e não tomasse nenhuma atitude. Em realidade o seu
grande objetivo geo-político era conservar para si o Território de Missiones.
E para que o Brasil não reivindicasse o Território de Missiones, partiram para a ofensiva
reivindicando o Território de Palmas, fazendo com que o Brasil passasse para a defensiva e ainda
foram mais além, talvez para criar mais confusão, pretenderam recuar ainda mais a fronteira
brasileira até o Rio Jangada, afluente do Rio Iguaçu, avançando mais profundamente no território
brasileiro.
O Brasil do invés de lutar pelo Território de Missiones teve que defender o Território de
Palmas.
Teria sido por esta razão que os argentinos perderam a Questão de Palmas e até
reconheceram, após o veredicto de Cleveland que o Brasil tinha razão.
Não se empenharam a fundo, de maneira mais efetiva. Sabiam antecipadamente que
perderiam a questão.
Perderam Palmas, onde cometeram confusões e verdadeiros absurdos históricos,
geográficos e até políticos, mas conservaram para si o Território de Missiones, que historicamente
deveria pertencer mesmo era ao Paraguai.
Mas quando tudo terminou de certa forma ambos os países ficaram satisfeitos.
Resolveu-se finalmente o problema de fronteiras com a Argentina. Só que paralelamente
havia desde há muito outro problema de fronteiras e por coincidência na mesma região entre o
Paraná desde o tempo em que era Comarca da Província de São Paulo e Santa Catarina, questão
esta conhecida como o Contestado Paraná versus Santa Catarina. Esta pendência só foi resolvida
em 1916 após muita negociação e até ameaça de litígio armado por grupos de descontentes de
ambos os lados. O Presidente do Brasil, Wenceslau Brás (maçom iniciado em 07/031906 na Loja
Caridade Mocoquense de Mocóca – SP) foi o árbitro da questão.
O Paraná acabou cedendo para Santa Catarina, parte das terras que o grande Barão do Rio
Branco havia conquistado diplomaticamente. Só que o Barão conquistou-as ao Brasil e problemas
internos de fronteiras entre estados são resolvidos mais facilmente.
O Barão do Rio Branco foi chamado para intervir em outros problemas de fronteiras, a
saber, com as Guianas Francesas em 1901, Território do Acre conseguido da Bolívia em 1903 e
Guianas Inglesas em 1904.
Como Ministro de Negócios Estrangeiros do Brasil durante quatro governos obteve vitórias
nas limitações das fronteiras com a Colômbia, Peru, Equador e Uruguai.
E o Governo do Paraná estava a par de toda a negociação durante a Questão de Palmas? Em
sua parte final é provável que não. Não há referências.
Talvez soubesse que o assunto estava sendo tratado de país para país, e ficou sabendo apenas
depois da decisão histórica de Cleveland.
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O panorama político do Paraná em fevereiro de 1895 ainda era de intranqüilidade. Há menos de
um ano havia terminado a Revolução Federalista, mas ainda havia focos de insurreição no Rio
Grande do Sul. Muitos paranaenses federalistas estavam refugiados na Argentina. O ódio entre
pica-paus e maragatos continuava, e persistiu por muito tempo.
A Maçonaria paranaense estava parada. Somente a partir de 1897 é que foram fundadas
novas lojas sendo fundadas cerca de 14 até o final do século sob a jurisdição do Grande Oriente do
Brasil. Na Assembléia Legislativa Estadual apreciam os seguintes deputados maçons: José Correia
Defreitas, José Carvalho de Oliveira, Manoel Alencar Guimarães, Joaquim Antônio de Loyola e
Leoncio Correia.
Era tempo de reconstrução do Estado.
Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil –Londriona - PR
REFERÊNCIAS
ASLAN, Nicola “Pequenas Biografias de Grandes Maçons .
Brasileiros”
E. Maçônica - Rio de Janeiro, 1973
CASTELLANI, José “Os Maçons que fizeram a História do Brasil”
Ed. Gazeta Maçônica – São Paulo
FERREIRA, João Carlos Vicente “O Paraná e seus Municípios”
Ed. Memória do Brasil –2ª ed. 1993
FREITAS. A. F. Alcântara “Geo-política Bandeirante”
Porto Alegre, 1975 – 2 volumes
WACHOWICZ, Ruy Christovan......... “História do Paraná”
Ed.Gráfica Vicentina Ltda. Curitiba, 1988
Dicionário Histórico Biográfico do Estado do Paraná
Ed. Livraria do Chain – Banco do Estado do Paraná, 1991
Historia do Paraná – Grafipar
Ed. Paraná Cultural – Curitiba – l969 – 4 volumes
Grandes Personagens da nossa História
Ed. Abril Cultural – São Paulo, 1969 – 5 volumes
“100 anos de República” “Um relato ilustrado da História do Brasil”
Ed. Nova Cultural São Paulo – 1989
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O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
PSICANÁLISE E MAÇONARIA
Que as modernas técnicas de psicanálise, e a psicologia em particular,
devem muito aos filósofos gnósticos, todos os profissionais e estudiosos
desse ramo do conhecimento humano sabem. Afinal, os dois mais famosos
pesquisadores do inconsciente humano, Sigmund Freud e Carl Gustav Jung,
foram buscar nas produções desses estranhos filósofos uma boa parte da
inspiração para desenvolver suas próprias pesquisas nesse campo. Como se sabe, esses dois
grandes exploradores das profundezas da mente viveram e trabalharam em um ambiente
intelectual onde os mitos e as crenças que influenciam o comportamento humano eram estudados
á luz do arcabouço filosófico e científico á disposição dos pesquisadores na época. Nesse
complexo situavam-se os escritores e poetas do movimento conhecido como idealismo alemão,
produtores de obras que investigaram, pela primeira vez, a vida e a personalidade de Jesus,
abstraindo a questão religiosa e o conteúdo ideológico e emocional que ela naturalmente carrega,
para situá-lo em um contexto histórico, onde apenas o personagem e sua obra contam.1
Grande parte dessa febre intelectual pelas raízes do pensamento religioso foi provida pelos
filósofos gnósticos dos primeiros séculos do cristianismo. Jung, principalmente, sempre
demonstrou um grande interesse no pensamento gnóstico, Desde o início da sua carreira como
psicanalista ele trabalhou com a possibilidade de encontrar um elo entre as concepções gnósticas e
as inspirações da psicanálise, conforme estavam sendo desenvolvidas por Freud e ele próprio. É
nesse sentido que ele viu nas complicadas teorias desenvolvidas por esses estranhos pensadores
1
O termo idealismo alemão designa um sistema filosófico desenvolvido por famosos pensadores alemães do calibre de Kant, Fichte,
Hegel e Schelling que influenciou toda a cultura europeia da época e continua até hoje a mostrar a sua força. Na literatura influenciou um
grupo de escritores na busca pelo Jesus histórico. Entre estes os conhecidos Hermann Samuel Reimarus, David Friedrich Strauss, Ernest
Renan e o grande médico e humanista Albert Schwuartz, entre outros.
6 – Psicanálise e Maçonaria
João Anatalino Rodrigues
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uma clara relação entre os símbolos utilizados por eles e a fauna inconsciente da psique humana,
em relação aos mitos e lendas que a influenciavam na escolha de suas crenças.
Todos os biógrafos de Jung informam seu profundo interesse por assuntos gnósticos. Uma de
suas colaboradoras, Bárbara Hannah, ao escrever uma biografia do seu mestre, salienta o grande
apreço que ele tinha pelo gnosticismo: "Senti como se finalmente tivesse um círculo de amigos
que me entendessem", disse ele, pois as concepções que eles tinham a respeito de certas teses,
como o sofrimento do mundo e a sua vinculação a um mecanismo de “vontade e representação”
eram as mesmas que ele esposava. 2
O grande problema, apontado por Jung em relação ao seu interesse por esses assuntos, era a
falta de uma literatura original. Em sua época, no início do século XX, ainda não haviam sido
descobertos os pergaminhos da biblioteca de Nag Hammadi. Dessa forma ele teve que se valer das
poucas referências até então conhecidas, particularmente dos relatos fragmentados e parciais,
distorcidos pelos padres da Igreja Romana, em particular os bispos Irineu e Hipólito, que eram
inimigos figadais da experiência gnóstica. Na época Jung tinha em mãos apenas os três códices
redigidos em língua copta, o Codex Agnew, o Codex Bruce e o Codex Askew, que continham as
análises feitas pelos bispos da igreja ortodoxa, e eles continham, todos, pesadas críticas ao
gnosticismo, que era por eles considerado nada mais do que puras heresias. Ainda assim, Jung foi
capaz de dar uma importante contribuição aos estudos sobre o assunto, através da esclarecida
interpretação que ele fez sobre o tema, isolando o seu conteúdo filosófico da parte religiosa,
fazendo com que as concepções desses estranhos filósofos passassem a ser vistas de um ângulo
diferente daquele que sempre foi enfocado. O gnosticismo, com Jung passou a ser um assunto que
interessava, não apenas á história da religião, mas também a psicologia.
Embora não tenha constituído a razão principal, foi em grande parte por causa dos trabalhos de
Jung, associando as concepções gnósticas ás descobertas que a moderna psicologia fez acerca do
conteúdo inconsciente da mente humana, que a descoberta dos manuscritos da Biblioteca de Nag
Hammadi assumiu tanta importância no estudo do fenômeno cristão. Eles situaram a experiência
cristã no contexto histórico-filosófico da época, como assunto de verdadeiro interesse político e
sociológico e não apenas no sentido religioso. A Biblioteca de Nag Hammadi, como se sabe,
constitui o maior acervo de escritos gnósticos originais já descobertos na história. Contém escritos
produzidos nos três primeiros séculos do cristianismo, e que serviram, muitos deles, de base para
a implantação de diversas igrejas cristãs pelo mundo todo. Esses escritos foram condenados pelo
Vaticano, no Conselho de Nicéia, e simplesmente foram banidos do mundo cristão. Mas muitos
foram salvos e escondidos por monges da seita cenobita em um mosteiro do Alto Egito, na região
de Nag Hammadi, sendo redescobertos em 1945.3
2
Teses que eram, também, esposadas por Schopenhauer, para quem o mundo era composto por vontade e representação (o que ele é e o
que pensamos que ele é). É um pensamento que tem muito a ver com as teses gnósticas, até porque ambas carregam uma grande
influência do chamado neoplatonismo.
3
A Biblioteca de Nag Hammadi contém um conjunto de escritos feitos por cristãos dos três primeiros séculos da era cristã, que revelam
uma visão esotérica e mística acerca de Jesus e sua doutrina. São diversos “evangelhos” atribuídos a discípulos, como Filipe, Tiago, Judas
etc, e outras pessoas que conviveram com Jesus, tais como Maria Madalena, Nicodemos, José de Arimatéia, Pôncio Pilatos e outros. A
esse respeito, ver Os Evangelhos Gnósticos, publicado pela Editora Mercúryo, 1986.
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Jung, como era de se esperar, demonstrou, desde o início, um grande interesse pelas descobertas
feitas em Nag Hammadi. Aliás, foi um de seus amigos e colaboradores, o professor Gilles
Quispel, que tomou a iniciativa de traduzir e publicar os livros de Nag Hammadi, colocando a
disposição dos leitores a vasta literatura que o achado dos pastores árabes continha. Essa
publicação recebeu o nome bem sugestivo de Jung Codex, em homenagem ao cientista que foi o
responsável pelo renascimento de um assunto que havia sido sepultado pela ditadura que a Igreja
Católica impôs ao espírito ocidental durante quinze séculos.
Muito se tem perguntado sobre as verdadeiras opiniões de Jung a respeito do gnosticismo. Ao
que parece, bem antes dos modernos comentadores dessa disciplina terem chegado á conclusão de
que o gnosticismo nunca foi uma heresia, como queria a Igreja Romana, mas sim uma experiência
espiritual individual que se propôs justificar a doutrina cristã a partir dos ensinamentos da
filosofia defendida pelos neoplatônicos, Jung já se recusava a classificar as ideias gnósticas como
heréticas ou destinadas a contradizer o credo cristão na sua forma original. Para Jung os filósofos
gnósticos eram apenas pessoas de grande sensibilidade, videntes que “pescavam” no inconsciente
coletivo da humanidade uma gama de símbolos e arquétipos compartilhados por todos os povos
do mundo, em todos os tempos, para dar sentido ás suas inspirações. Por isso, quando lhe
perguntaram se o gnosticismo era uma filosofia ou simplesmente um conjunto de mitos e
concepções esotéricas sem sentido, ele respondeu que, na sua opinião, os gnósticos não eram
místicos que compunham meras fantasias religiosas, mas que eles trabalhavam com coisas muito
reais, existentes nas experiências interiores das pessoas. Assim, ele identificou nas bizarras teses
do gnosticismo uma forma original e poderosa de expressão da mente humana, naquilo que ela
tem de mais profundo e primordial, que é a sua estrutura arquetípica. O gnosticismo, dizia Jung,
em contraponto com o aristotelismo, admitido pelo Vaticano como a única formulação filosófica
que se adaptava ao cristianismo, era uma experiência psíquica na qual o homem procurava
vivenciar a plenitude do Ser, sem cogitar da forma, ou do caminho que essa experiência que
adotasse. Por isso a oposição, que desde logo lhe fez a Igreja de Roma, cujo credo tinha
pretensões de ser o único caminho certo para a união do homem com Deus.
Jung pagou caro por essas opiniões a respeito do gnosticismo. Afinal, na altura em que ele as
manifestou, ainda era de temer a opinião oficial, defendida pela ortodoxia cristã, de que o
gnosticismo era uma heresia, ou quando muito, delírios metafísicos de uma plêiade de escritores
místicos, inspirados pelo neoplatonismo. Até hoje existe quem carimbe o trabalho de Jung de “não
científico” em razão de suas opiniões a respeito dessa matéria, pois segundo os ortodoxos, o
gnosticismo não era coisa séria; em consequência, quem o tomasse para base em qualquer
trabalho científico também não o seria.
Na verdade, Jung não era um gnóstico no sentido comum do termo, ou seja, um místico.
Inclusive os seus próprios seguidores sempre negaram essa evidência, face ao uso pejorativo que
essa expressão tem sido usada nos meios acadêmicos. É justificável que os simpatizantes de Jung
não gostassem muito de ver o seu mestre sendo chamado de místico, esotérico e termos afins. Até
porque a psicologia, que era a disciplina com a qual ele trabalhava, ainda hoje é malvista em
alguns círculos médicos como uma ciência muito duvidosa em seus resultados. E ao vinculá-la á
outra que se convencionou catalogar como “misticismo”, ou filosofia oculta, como faz Sarane
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Alexandrian, por exemplo, muitos dos seguidores de Jung preferem negar que ele fosse um
gnóstico. 4
,
Isso, em nossa visão, constitui uma falha de interpretação, pois o gnosticismo não se define
como um conjunto de doutrinas, mas sim como expressão simbólica de uma experiência psíquica,
vivida em clima de intensa religiosidade. A psicologia junguiana encontrou nessa experiência uma
vivência espiritual, descrita em linguagem poética e mitológica, que não obstante a dificuldade de
traduzi-la em termos lógicos, inteligíveis á maioria das pessoas, ainda assim traduz experiências
perceptivas da mais alta significação para o entendimento do comportamento humano. Como o
próprio Jung reconheceu, os gnósticos não descreveram apenas os aspectos conscientes e
inconscientes da psique humana, mas também, e principalmente, exploraram de forma empírica o
inconsciente coletivo da humanidade e forneceram descrições e formulações das várias imagens e
forças arquetípicas que moldam esse inconsciente. Nesse sentido os gnósticos se aproximaram
mais da “alma coletiva” do mundo do que os cristãos ortodoxos, que ao trabalhar com as
expressões mais constrangedoras da psique humana, ou seja, os componentes de defesa presentes
no ego (egoísmo, procura pelo prazer, luxúria, conforto, etc) os colocaram na categoria de
“vícios” que tinham que ser combatidos com comportamentos que mais mutilavam o espírito e o
corpo das pessoas do que os salvava.
Já os gnósticos procuraram entendê-los para aprender a lidar com eles. E foi nessa atitude dos
gnósticos que Jung encontrou uma expressão particularmente valiosa da luta universal do homem
para readquirir a plenitude como Ser, através de um protagonismo ativo que tinha muito mais a
ver com o livre arbítrio, que segundo eles, Jesus tinha trazido á humanidade, do que com o
atavismo dogmático que a Igreja de Roma tinha imposto ao cristianismo oficial.5
.
Segundo o pesquisador Morton Smith, que descobriu do Evangelho Secreto de Marcos, um dos
mais importantes escritos gnósticos, os antigos seguidores da filosofia de Pitágoras e Platão eram
chamados de gnósticos. Destarte, a palavra Gnose, que significa Iluminação, Insigh,
Conhecimento, Descoberta, sempre ligada á experiência psíquica ou religiosa, aparece nos escritos
de vários autores ligados á diversas escolas filosóficas, que incluíam até padres ortodoxos
como Orígenes e Clemente de Alexandria, por exemplo. Daí acreditar-se que os monges
cenobitas, supostos organizadores da Biblioteca de Nag Hammadi fossem estudiosos ecléticos e
ecumênicos, pois a Biblioteca continha não só cópias dos tratados gnósticos e herméticos, mas
também da República de Platão e de obras de outros escritores neoplatônicos. Os membros da
4
História da Filosofia Oculta- Saraiva Ed. 1986
5
O gnosticismo era uma doutrina bem mais democrática do que o cristianismo ortodoxo. A Igreja Romana, que no Concílio de Nicéia
adotou o chamado “credo paulino”, transformou Jesus em uma espécie de ditador espiritual. Só através da fé em Jesus, na doutrina da sua
morte e ressurreição, dizia Paulo, o homem podia ser salvo. No paraíso cristão só entrariam os batizados no sangue de Cristo. Já os
cristãos gnósticos abriam essa possibilidade para todas as pessoas, independente da religião que professassem. A salvação se dava pelo
conhecimento das coisas divinas e não pela fé. Através desse conhecimento, o homem podia libertar sua alma (centelha divina) da prisão
da matéria em que ela fora posta pelo “Deus mau” e se unir com seu Criador. Eram várias as formas de gnosticismo, mas a que mais
encantou os cristãos dos primeiros séculos foi aquela que via uma contradição entre o Deus do Velho Testamento (o Deus dos judeus) e o
Deus do Novo Testamento (o que Jesus pregou). O primeiro, Deus dos judeus, era um Deus mau, que fez o mundo material. Por isso o
mundo era cheio de crimes, injustiças, dores e tragédias. Já o outro Deus, que Jesus revelou, era bom, compassivo, tolerante. Mas este
Deus era desconhecido, não tinha nome, era inacessível e não intervinha nas ações humanas. Só podia ser atingido pelo conhecimento
(gnosis) e pela prática de uma vida virtuosa e desapegada dos bens materiais. Coisa que incomodava bastante os líderes católicos, que em
sua maioria, estavam profundamente envolvidos com o poder e as riquezas materiais.
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suposta comunidade gnóstica do Alto Egito provavelmente teriam definido a literatura gnóstica
como qualquer escritura de valor espiritual, capaz de produzir iluminação (gnosis) no leitor, como
hoje faz a Maçonaria e a Rosa-Cruz.
Esse é o interesse que ainda hoje, move os homens de espírito puro e de bons costumes a
estudar o gnosticismo. Pois, como diz o professor Samael Aun Weor, “enquanto existir uma luz
na individualidade mais recôndita da natureza humana, enquanto existirem homens e mulheres
que se sintam semelhantes a essa luz, sempre haverá gnósticos no mundo.”
A que eu saiba, não há nenhuma prova de que Jung tenha sido iniciado maçom. As pesquisas
que fiz a respeito não me deram informações que confirmassem essa assertiva, já aventada por
outros autores, de que tanto Freud quanto Jung tenham sido Irmãos. Há, entretanto, algumas
ilações bastante interessantes a esse respeito que levam a suspeitar alguma filiação desses grandes
estudiosos da mente humana com a tradição maçônica. Pois ela está bem presente nos trabalhos
por eles desenvolvidos, através da forte ligação que eles têm com a Gnose, principalmente em
relação á sua simbologia, que também está presente, de uma maneira bem visível, na Maçonaria.
A propósito, o avô de Jung foi, comprovadamente, maçom regular, tendo sido, inclusive, Grão
Mestre da Loja da cidade onde vivia, na Suíça.6
E nesse sentido é que apontamos para o interesse de todo maçom que queira realmente
aprender no que consiste a base espiritual da sua arte, que se aprofunde um pouco no estudo da
obra do gnóstico Carl Gustav Jung. Na sua teoria dos arquétipos se encontra uma substancial parte
da estrutura espiritual da tradição maçônica. E nela uma excelente ferramenta para viver a
Maçonaria como uma grande experiência gnóstica.7
6
Vide o livro de Jean-Luc Maxence “Jung é a aurora da maçonaria” publicado pela Ed. Madras, 2010.
7
Aos interessados no tema sugerimos a leitura da nossa obra “O Tesouro Arcano”, publicado pela Editora Madras.
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 30/40
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
07.04.1997 Expedicionário Nilson Vasco Gondin Florianópolis
12.04.1997 Lara Ribas Florianópolis
21.04.1979 Colunas do Imbé Imbituba
26.04.1979 Duque de Caxias Florianópolis
28.04.1990 Luz do Vale Rio do Sul
28.04.2008 Consensio Içara
Data Nome da Loja Oriente
02.04.2013 Sol do Oriente nr. 107 Balneário do Rincão
05.04.1983 Acácia Negra nr. 35 Mafra
08.04.2015 São Miguel da Terra Firme nr. 110 Biguaçú
09.04.1952 Fraternidade Tubaronense nr. 09 Tubarão
14.04.1956 Mozart nr. 08 Joinville
14.04.2014 Amadeus Mozart nr. 108 Joinville
15.04.2007 Acácia Riosulense nr. 95 Rio do Sul
18.04.1997 Padre Roma nr. 16 São José
21.04.1982 Inconfidência de Concórdia nr. 27 Concórdia
24.04.2001 Liberdade e Harmonia nr. 81 Florianópolis
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de abril
7 – Destaques (Resenha Final)
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 31/40
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
02.04.1860 Regeneração Catarinense - 0138 Florianópolis
03.04.1998 Pedra Da Fraternidade - 3149 Itapoá
04.04.1974 Hermann Blumenau - 1896 Blumenau
12.04.1973 Plácido O De Oliveira 2385 Rio do Sul
19.04.1996 Universo Da Arte Real - 2947 Penha
23.04.2012 Ética E Justiça Florianópolis
24.04.1995 Estrela Da Harmonia -2868 Criciúma
25.04.2003 Laelia Purpurata - 3496 Camboriú
28.04.2003 Harmonia E Fraternidade -3490 Florianópolis
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 32/40
Observação
Segue abaixo o Ato nr. 005, exarado pelo Sereníssimo Grão-Mestre
da Grande Loja do Estado do Acre, onde nomeia este editor
como Grande Representante daquela Potência junto à Grande Loja
de Santa Catarina.
Foi com surpresa e alegria que recebemos tal honraria.
Para quem desconhece, fomos iniciados em Rio Branco no início da
década de 1990, quando estávamos ativamente em nossas
atividades profissionais naquela Capital. Assim, a nossa ligação é
estreita e antiga com a Maçonaria daquele Estado.
Com muita honra, já estaremos nas festividades dos 60 anos da
Grande Loja de Santa Catarina, que cumprirá extensa programação,
na semana que se aproxima, representando oficialmente o
Sereníssimo Grão-Mestre Fernando Zamora, que não poderá estar
presente em Florianópolis.
Fernando Zamora, o conhecemos, como um MAÇOM com todas as
letras maiúsculas, homem de caráter, probo, de princípios,
trabalhador e justo.
Agradecido por esta tão nobre distinção.
Dentro de nossas naturais limitações, estaremos envidando os
melhores de nossos esforços.
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 33/40
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 34/40
Sagrado o Templo da
Loja Filadélfia (Vitória da Conquista – BA)
(do Irmão Glauber Santos Soares – correspondente JB News) - A Loja Maçonica
Filadélfia realizou na noite de ontem 15 de Abril de 2016 a sagração do seu novo
templo, situado na rua Ulisses do Prado N.80 Alameda Morada dos Pássaros
Bairro Felicia - Vitória da Conquista BA. Os trabalhos foram presididos pelo
Poderoso Irmão Delegado Litúrgico do Rito Brasileiro Joselito Soares e com a
presença de várias autoridades maçônicas da BA e MG. Com mais de 100 irmãos
presentes a sessão entrou para os anais da maçonaria Conquistense
demonstrando a força da Instituição no sudoeste baiano.
(Veja os demais registros fotográficos)
https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/LojaFiladelfia?authkey=Gv1sRgCN
SolZuinNO63AE
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 35/40
ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS
FUNDADA EM 21/04/1989
FLORIANÓPOLIS – SANTA CATARINA
Convite
A ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS através de seu Presidente Acadêmico
Edy Genovez Luft e as Augustas e Respeitáveis Lojas Simbólicas “Professor Mâncio da Costa”, N.
1.977, “Universitária Álcio Antunes”, N. 3.778 e “Alvorada da Sabedoria”, N. 4.285, (GOB / SC) do
Oriente de Florianópolis/SC, através de seus Veneráveis Mestres Irmãos Paulo Roberto Velloso,
Rogério de Souza Versage e Marcos de Oliveira, tem o prazer de convidar os Caríssimos Irmãos,
distintas famílias, Maçons independente de Obediência ou Ritos, Acadêmicos e a Sociedade, para a
Solenidade Pública de posse de dois novos Acadêmicos, a realizar-se no Templo Maçônico da
Fundação da Arte Real, sito a Rua Presidente Gama Rosa, N. 36, Bairro Trindade, nesta capital no:
Dia 18 de abril do ano de 2.016 (segunda feira), no horário das 20:00hs.
Tomarão posse como novos Acadêmicos os Irmãos JOSÉ BALTAZAR SALGUEIRINHO
OSÓRIO DE ANDRADE GUERRA (Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Universitária Álcio
Antunes”, N. 3.778), na Cadeira N. 39, cujo Patrono é o pranteado Irmão Sérgio Boppré, e MARCOS
DE OLIVEIRA, (Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Alvorada da Sabedoria”, N. 4.285), na
Cadeira N. 32, cujo Patrono é o pranteado Irmão Brasilicio Celestino de Oliveira.
Antecipadamente agradecemos sua indispensável e honrosa presença.
Oriente de Florianópolis, 29 de fevereiro de 2.016
Acadêmico Edy Genovez Luft
Presidente
OBS:- 1. Para os Maçaons traje social sem Paramentos
2. Informações: (048) 3333.6095 / 9972.5934 – e-mail: rubenluzcosta@gmail.com
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 36/40
Ontem o JB News publicou a primeira foto como sendo o Templo da Loja “Ordem e Trabalho” quando na
realidade, aquela é da Loja “Otávio Rosa” de São Pedro de Alcântara e a debaixo, esta sim, da Loja
“Ordem e Trabalho” do GOSC, em Florianópolis.
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 37/40
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 – A história de um piloto de caça: http://www.youtube.com/watch?v=cQ2ZqUCKDow
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 38/40
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 –Minha Neta Luísa (Ir Ailton Elisiário)
MINHA NETE LUISA..ppsx
2 – O QUE SOMOS:
994.-_!Que_pequenos_y_que_GRANDES_somos! (2).pps
3 – Antiga Cervejaria:
Antiga cervejaria.mp4
4 – Arsen Kurbanov:
Arsen_Kurbanov_Genial Pintor.pps
5 – O Rio que queria ser Paris:
O Rio que queria ser Paris.pps
6 – Imagens que são um assombro:
https://www.youtube.com/embed/mMq1FqiM8Qc
7 - Filme do dia: “101 Dálmatas” – Um dos clássicos do cinema - Dublado (Para quem teve
a memória marcada por esse fim e da Disney)
https://www.youtube.com/watch?v=JLZx54Or0o0
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 39/40
O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Esta madrugada, vou pintar o Céu, para
presentear a minha amada !
Um cacho de rosas amarelas, para iluminar
a face dela, quando o sol for embora.
A prata do luar, pelo brilho do ouro, vou
trocar !
As cores do arco-íris serão, somente, as
dos olhos dela.
JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 40/40
A luz do horizonte, onde o sonho dos
amantes se esconde, terá a cor da alma
da minha amada.
Quero o mar diferente, da cor do fogo para
assustar os lobisomens, que espreitam a
casa dela.
As estrelas serão verdes, da cor da mata,
habitadas por passarinhos gorjeando, a
embalar o sono dela.
O vento terá cor, e sempre será suave, para
não desalinhar os cabelos do meu amor.
E a boca da noite, terá o desenho dos
lindos lábios dela...
Ah, poeta, somente tu poderás mudar o que
Deus criou, com a força do teu amor !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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  • 1. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.024 – Florianópolis (SC) – domingo, 17 de abril de 2016 Bloco 1 – Almanaque Bloco 2 – IrNewton Agrella – A Estrela no Universo Maçônico (Editorial do domingo) Bloco 3 – IrJoão Ivo Girardi – A Desordem é a Lei da Insânia (Coluna do Irmão João Gira) Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Liberdade: conceito filosófico e maçônico ... Bloco 5 - IrHercule Spoladore – Questão de Palmas (PR) – Limites territoriais Brasil-Argentina Bloco 6 - IrJoão Anatalino Rodrigues –Psicanálise e Maçonaria Bloco 7 - Destaques JB: versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira – Ato nr. 005 da GLEAC nomeando o editor JB como seu Grande Representante junto à GLSC.
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 2/40 Para Aprendizes Eternos, Pesquisadores Incansáveis, Cunhadas Curiosas, Goteiras Incuráveis, Esotéricos de Plantão, Místicos Misteriosos e Festeiros de Ágapes e Regabofes, este aqui é um site que está sempre de pé e à ordem! www.artedaleitura.com 1 – ALMANAQUE Hoje é o 108º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Crescente) Faltam 258 dias para terminar este ano bissexto Dia Mundial do Portador de Homifilia. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. LIVROS
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 3/40  1080 — O rei da Dinamarca, Haroldo III morre e é sucedido por Canuto IV, que viria a ser o primeiro dinamarquês a sercanonizado.  1397 — Geoffrey Chaucer apresenta Os Contos de Cantuária pela primeira vez na corte de Ricardo II.  1492 — Espanha e Cristóvão Colombo assinam as Capitulações de Santa Fé para sua viagem à Ásia para adquirir especiarias.  1521 — Começa o julgamento de Martinho Lutero sobre seus ensinamentos durante a Dieta de Worms. Inicialmente intimidado, ele pede tempo para refletir antes de responder e é lhe concedido um dia.  1524 — Giovanni da Verrazano descobre a baía de Nova Iorque.  1555 — Após 18 meses de cerco, Siena se rende ao exército florentino-imperial. A República de Siena é incorporada ao Grão-ducado da Toscana.  1895 — Assinado o Tratado de Shimonoseki entre a China e o Japão. Isto marca o fim da Primeira Guerra Sino-Japonesa, e o derrotado império Qingé forçado a renunciar a suas reivindicações sobre a Coreia e a ceder a parte sul da província de Fengtien, Taiwan e as Ilhas Pescadores ao Japão.  1897 — O incidente ufológico de Aurora.  1912 — Tropas russas abrem fogo contra mineiros grevistas, no nordeste da Sibéria, matando pelo menos 150 trabalhadores.  1922 — É firmado o Pacto de Paris entre o rei D. Manuel II de Portugal e Dona Aldegundes de Bragança.  1941 — Segunda Guerra Mundial: o Reino da Iugoslávia se rende a Alemanha.  1945 — Segunda Guerra Mundial: as forças brasileiras libertam dos nazistas a cidade de Montese, na Itália.  1946 — Síria obtém a sua independência da ocupação francesa.  1949 — À meia-noite 26 condados irlandeses deixam oficialmente a Commonwealth britânica.  1961 — Invasão da Baía dos Porcos: um grupo de exilados cubanos financiados e treinados pela CIA desembarcam na baía dos Porcos, em Cuba com o objetivo de derrubar Fidel Castro.  1964 — Lançamento do Ford Mustang.  1969 — Alexander Dubček, líder do Partido Comunista da Tchecoslováquia, é destituído do cargo.  1970 — Programa Apollo: a malfadada nave espacial Apollo 13 retorna à Terra em segurança.  1971 — Fundação da República Popular do Bangladesh pelo Sheikh Mujibur Rahman em Mujibnagor.  1975 — O Khmer Vermelho toma a capital do Camboja, Phnom Penh, e depõe o General Lon Nol. É anunciado o "Ano Zero" e fundada a República da Kampuchea Democrática.  1986 — Término da Guerra dos Trezentos e Trinta e Cinco Anos entre os Países Baixos e as Ilhas Scilly.  1996 — Brasil: Massacre de Eldorado dos Carajás.  2013 — Uma explosão em uma fábrica de fertilizantes na cidade de West, Texas, mata 15 pessoas e fere outras 160.  2014 — A sonda Kepler da NASA confirma a descoberta do primeiro planeta do tamanho da Terra na zona habitável de uma outra estrela. Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 4/40 1856 Lei nº 411, desta data, criou a Comarca de Laguna, que seria extinta em 1869, passando a termo de Lages, mas restaurada no ano seguinte. 1879 Assume a presidência da província de Santa Catarina o Dr. Antônio de Almeida Oliveira, recebendo o cargo do 1º vice, Dr. Joaquim da Silva Ramalho 1728 A maioria das Lojas presentes à Assembleia trimestral da primeira Grande Loja inglesa entrega as datas de sua fundação para determinar a ordem de antiguidade. 1787 Fundação da Grande Loja de Maryland, EUA. 1790 Falece o Maçom Benjamin Franklin, cientista, jornalista, diplomata estadista e filósofo americano. Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia (Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 5/40 Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "A ESTRELA NO UNIVERSO MAÇÔNICO" Romper pelos caminhos do Universo Maçônico, causa-nos algumas inquietudes na concepção de expressões que ganham especial significado quando de suas variáveis semânticas. Um dos termos que na Maçonaria enseja elucubrações e pontos de vista alternativos é o vocábulo "estrela". Sob a ótica ritualística, e em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito, este substantivo que denota a ideia de reconhecimento no caso do 2o. Grau - é invariavelmente objeto de indagações quando seguido do adjetivo "flamígera", posto que em várias correntes literárias autores admitem a utilização do adjetivo "flamejante". Cabe no entanto destacar que as qualificadoras : flamígera, flamejante, flamante ou rutilante ensejam um grau sinônimo não absoluto, porém relativo. Isto posto, as interpretações tornam-se aleatórias... se é que é possível valer-se dessa liberdade interpretativa. Para tornar essa questão ainda mais inquietante vide a assertiva: "... Contemplai a Estrela Misteriosa e nunca a afastai de seu espírito" . Estrela Misteriosa é mais uma expressão que designa o conteúdo desse Símbolo que manifesta uma relação teística dos povos da antiguidade, posto que muitos deles acreditavam que os deuses habitavam as Estrelas. Judeus, Egípcios , e mesmo as civilizações ainda mais primórdias como Assírios, Sumérios, Acádios e Caldeus reverenciavam as Estrelas como seus deuses maiores. A lenda nos revela que o próprio Rei Salomão teria edificado um altar em honra ao deus Moloch ao qual os "amonitas" , uma etnia de Canaã (povos que viviam na península arábica e na região do Oriente Médio), prestavam adoração - cujo símbolo era uma estrela, a qual que se constituía na mais brilhante do firmamento. 2 – Editorial de domingo – A Estrela no Universo Maçônico Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 6/40 E na dúvida entre a sua sabedoria e a contemplação da beleza Salomão teria mesclado assuntos da matéria com assuntos do espírito. (Vide Compasso e Esquadro entrepostos). Pelo fato de ser a estrela mais fulgurante do céu (daí o termo “flamígera”), isso leva-nos a compreender o simbolismo que a Estrela Flamígera ocupa no grau de Companheiro Maçom. Cabe lembrar que a Estrela Flamígera em outros Ritos Maçônicos pode ser tanto de cinco quando de seis pontas, contudo a pentagonal ou também intitulada Pentalfa - (penta = cinco ) está presente na maioria dos ritos. A estrela Pentalfa constitui-se a propósito, num dos símbolos da magia e já foi utilizada como tal em diversos Ritos místicos. Os simbolismos contidos na Estrela trazem uma bagagem histórica envolvendo inúmeros significados e interpretações: Alquimia, Magia e Ocultismo - especialmente na Idade Média e posteriormente adicionadas a Sabedoria e Conhecimento - de acordo com as suas vertentes pitagóricas. As interpretações ocultas foram introduzidas a partir da chamada Maçonaria Especulativa. De qualquer maneira, a Estrela encerra em si um profundo significado tanto do ponto de vista Físico quanto Espiritual, posto que a sua relação com o Universo e o Homem é o que de maís intrínsico pode existir. No tocante a estrela de cinco pontas cumpre-nos estabelecer uma metáfora que para o Maçom pode ser simbolizado em seus cinco aspectos formais: Físico, Emocional, Mental, Intuitivo e Espiritual. Ela ainda traz em si um aspecto Uno e interativo com o Grande Arquiteto do Universo . Se nos aventurarmos pelo campo esotérico constataremos que o significado da Estrela constitui um grande segredo da Maçonaria, pois desde as civilizações mais antigas sua interpretação sempre esteve associada a mensagens que repousam ocultas nos lençóis dos tempos. Elas denotam, segundo alguns filósofos como Jung por exemplo, imagens arquetípicas que representam a união do mundo pessoal do indivíduo com a realidade impessoal e intemporal, ou seja; o vínculo do homem com Deus. A estrela que ilumina a abóboda celeste maçônica enseja a ideia do surgimento do Universo, tanto em suas manifestações materiais, quanto espirituais. Pautados por essa viagem e contemplando suas nuances esotéricas infindáveis, convido-os a continuar trilhando o caminho de nossa Estrela-Guia, que é nossa Sublime Ordem, instrumento perene de infinitas considerações. Fraternalmente Ir.´. Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 7/40 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. A DESORDEM É A LEI DA INSÂNIA “Das bocas desenfreadas, da insânia e da falta de lei, o fim é a desgraça”. (Eurípedes, século V a.C.) 1. Desordem: Falta de ordem, desarranjo, desorganização. Confusão, tumulto, briga, motim. Desvairamento, loucura, alucinação. (Aurélio). 2. Insânia: Insânia é o substantivo feminino que significa loucura, demência, doidice, insanidade. Também pode servir para indicar a condição de uma pessoa insensata ou insana. Uma famosa citação sobre a insanidade é da autoria de Albert Einstein, que afirmou: Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. No âmbito da psicologia a insanidade mental consiste em um estado de fragilidade e confusão da mente. A insanidade mental pode ser resultado de uma psicose e pode se manifestar através de paranoia, depressão, melanconlia, etc. Na área do direito, em processos penais, alguns réus alegam insanidade mental no momento do ato que está sendo julgado. Assim, essas pessoas afirmam que não tinham noção da consequência da sua atitude. A insanidade mental pode ser permanente (alguém que sempre teve um transtorno psicológico) ou temporária (que é fruto de algum acontecimento traumático e ocorre durante um intervalo de tempo limitado). Nestes casos, psiquiatras e psicólogos forenses estudam o caso para determinar se a inimputabilidade do indivíduo é justificada. 3. Cegueira ideológica leva a insânia para salvar jararacas: Depois de vociferar por vinte anos contra a direita retrograda, a burguesia decadente, a elite insensível, o capitalista explorador, o americano imperialista e outras enfermidades do cotidiano a esquerda verde amarela está vociferando, hoje em dia, contra a Justiça, a Policia Federal, o Ministério Público, a lógica, a decência. Faz isso justo no momento em que finalmente alguns princípios republicados - a lei é para todo, por exemplo - ganham mais espaço na sociedade. Aqui também, infelizmente, o modelo ideológico que alimentou a utopia universal escorreu pela sarjeta, levado pela falta de caráter de quem se posicionava como salvador da Pátria. Chega ser deprimente assistir mentes brilhantes, riquíssimas biografias, pessoas ilustradas, intelectuais de respeito retransmitir, com perceptível ódio, o discurso de sarjeta arquitetado para jogar lama em quem ousa desvendar quem está por trás do mais estrondoso jogo de corrupção já 3 – Coluna do Irmão João Gira ( A Desordem é a Lei da Insânia ) João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 8/40 implantada no Brasil. Quando se trata de ideologia ou religião o gene tribal que nos escraviza tem essa forte tendência de falar mais alto, ofuscar a razão, aprisionar o bom senso. O que vemos hoje é típico. A histeria subjacente nas manifestações em defesa de acusados na Lava-Jato, especialmente de Lula, é triste prova cabal de que a República que se lasque. Será necessário o sofrimento de outra geração para esse novo se consolidar? Essa insânia para salvar jararacas vai produzir algo de frutífero? Estamos condenados as ser, eternamente, engenheiros de obra pronta? (Extraído e condensado do Jornal da Manhã, Passo Fundo, RS. 15/03/2016). 4. Damnatio memoriae: Na Roma antiga quando existia algum governante ou pessoa geralmente ligada ao setor público que por alguma razão se disvirtuava de suas atribuições públicas em geral, além de outras punições que geralmente terminava com a pena de morte, àquela pessoa sofria uma sanção denominada justamente damnatio memoriae, que se resumia em apagar todos os traços da existência do condenado. No caso de um governante todos os bustos eram destruídos, as moedas cunhadas em sua homenagem eram recolhidas, propriedades eram confiscadas a família era condenada a ficar ao relento. Não se ouvia mais falar no dito cujo. Simplesmente sumia da face da terra. 5. Como você constrói o seu Templo? Há pessoas que constroem seus templos como tendas de seda, muitas vezes estampadas com lindos e coloridos desenhos, segura por finas e curtas estacas de valores, suscetíveis a qualquer vento vicioso, com paredes que brilham à luz do sol e da lua, tornando-as belas, mas que permitem serem transpassadas por qualquer arremesso de desonra, de luxuria ou falta de fé, e com cobertura igualmente bela e frágil, que as deixarão desabrigadas, mais ou menos dia, e, principalmente, deixarão seus herdeiros, e futuras gerações de sua linhagem, ao relento, sem nenhum ensinamento, a não ser a futilidade, a desonra, a insânia e a falta de fé. Outras pessoas constroem seus templos como antigos castelos, alicerçados por sólidos valores morais e éticos, não permitindo que sejam abalados pelos vícios mundanos, suas paredes com pedras de honradez, dignidade e fé, para resistirem às tempestades de inveja, maldade e descrença, e com telhado firme e resistente, a fim de suportarem as pedras do mau agouro, da maledicência e das más influencias, assim, criam um lugar que protege a sí, aos seus, e passa aos seus herdeiros, futura geração de construtores do mundo, ensinamentos que permitirão a eles viverem bem e serem dignos. (Jeferson Alves Moraes). MAÇONARIA 1. Da Desordem à Ordem: Todos os mitos da Criação insistem que o primeiro Ato da Divindade Criadora, foi introduzir a Ordem, ali onde imperava o caos. Ordo ab Chao, é uma das divisas do REAA: Da Desordem à Ordem. A Desordem é a Lei da Demência. A Ordem, o caminho da Razão, da Justiça e da Concórdia. Não tem nada mais poderoso que a Palavra, nem explosivo mais temível que as Ideias. Vivemos em um Mundo cruel e em muitos aspectos demente. A Desordem, o Caos, a Confusão, reinam em todos os âmbitos da vida. Da representação da realidade, que seja no exterior ou interior, se tem passado a uma exteriorização - para não dizer culto - da violência, que chega até a automutilação, verdadeira ou simulada. Mais grave ainda, é a confusão moral, a pobreza de conceitos, que permite julgar no mesmo patamar vítimas e criminosos, que outorgam a mesma legitimidade a agressor e agredido. Nenhuma pessoa que lê estas linhas tem por si só a capacidade de melhorar a humanidade, nem salvá-la do holocausto final. Mas cada um de nós tem perfeita
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 9/40 capacidade de determinar suas próprias ações, de dirigir seus passos, de escolher as palavras que usa, declarar as cartas que escreve, os amigos que visita, os livros que lê, se seu irmão acaricia ou golpeia, se oferecemos um sorriso ou um gesto de fastio. Ordenemos nossos pensamentos, nossas palavras e nossos sentimentos. A Retidão de nossas ações e de nossas vidas deve constituir o catalisador que logre mudar a sociedade profana em que vivemos, e se conseguirmos com um só gesto de amizade, com uma palavra amável, com um minuto de nossa atenção, e tornar mais agradável e livre a nossa tarefa como maçons e como seres humanos, e teremos contribuído para erigir esse grande Templo Espiritual, representado simbolicamente em nossa Loja. 2. Ordo ab Chao: [lat.: a ordem saída do caos] Lema maçônico que significa que, assim como Deus geometriza, fazendo nascer universos de nebulosas informes, assim a Arte maçônica transforma o caos da matéria-prima em cosmo harmonioso, colocando a ordem onde reinava a confusão e acendendo a luz onde imperava as trevas. Se as pedras brutas arrancadas de rochas disformes são talhadas e polidas para a ereção de um edifício, também os homens comuns, os profanos, oriundos da amorfa massa humana, constituída de todas as raças, nacionalidades e crenças, são escolhidos pela Maçonaria e por ela preparados, instruídos e transfigurados em Iniciados, aptos para construir, fortalecer, embelezar e aperfeiçoar o edifício social. (...) É a máxima do REAA. Foi criada quando da fundação do primeiro Supremo Conselho do mundo, a 31 de maio de 1801, em Charleston, na Carolina do Sul, já que este foi implantado para concentrar o poder administrativo sobre os Altos Graus escoceses, pondo em ordem no caos em que se haviam transformado esses Graus. Foi reforçado no Congresso de Lausanne para simplesmente expressar o alívio dos delegados por terem conseguido colocar alguma ordem no caos que reinava antes no REAA. 3. Rituais: (...) A desordem é a lei da insânia. A Régua é o símbolo da Lei, da ordem e da inteligência, a determinar a direção e a regular a aplicação de vossos estudos. (RC). Finalizando: Corrija um sábio e ele se tornará ainda mais sábio. Corrija um ignorante e ele se tornará seu inimigo.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 10/40 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. A LIBERDADE: CONCEITO FILOSÓFICO E MAÇÔNICO. O QUE SIGNIFICA SER “LIVRE E DE BONS COSTUMES”? LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE. O OBJETIVO DA MAÇONARIA É A LIBERDADE DO HOMEM? *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. “Por sua ação no meio social, diz Paul Naudon, transposição de sua essência iniciática, a Maçonaria não pode ter senão um objetivo: a liberdade do homem, e também como corolário moral, o respeito de sua dignidade, o que exclui toda pressão exterior a esse respeito. A Maçonaria, em seus princípios, só pode estar em conflito com aqueles que negam ou que restringem esta liberdade de consciência e de pensamento, fundamental e absoluta por ser o único valor de Ordem metafísica que ela afirma para a procura do Conhecimento e da Verdade.” (Pág. 681, “Grande Dicionário Enciclopédico...”, Aslan, 2012) INTRODUÇÃO Liberdade, este é mais um daqueles temas que exige que remontemos, no mínimo, à Antiguidade, pois, ela é uma velha aspiração humana que vem acompanhando o homem em toda a sua trajetória na Terra. É um dos objetos de estudo da Filosofia também. Perguntas como, “O quanto o homem é livre?” ou “O que significa ser livre?”, a exemplo de outras ligadas ao tema, desde há muito tempo, vem dando algumas dores de cabeça aos pensadores, engendrando teorias filosóficas, políticas, etc. Quando estudamos História, ela sempre surge como ideal em meio às lutas, às guerras, em episódios sangrentos povoados de mártires, heróis, sacrifícios, atos de coragem e por aí vai. Muitos foram aqueles que deram suas vidas em prol da liberdade, talvez, a mais nobre das causas, e hoje ocupam o panteão dos heróis. Não sei se com essas palavras que foram utilizadas, um tanto que propositalmente, podemos congelar as imagens a que elas remetem, e assim poder entender o quanto ela, a liberdade, foi e é idealizada, adorada e defendida. Um dos episódios mais relevantes e simbólicos da nossa própria história: o de Tiradentes, que morreu em prol da liberdade da nossa pátria, que era parte de um movimento de libertação, a Inconfidência Mineira”, e que tinha por lema, constando na bandeira “Libertas que Sera Tamen”, ou seja, “Liberdade ainda que tardia”. Foi ele quem disse(independente das variações que 4 – A LIBERDADE: CONCEITO FILOSÓFICO E MAÇÔNICO. O QUE SIGNIFICA SER “LIVRE E DE BONS COSTUMES”? LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE. O OBJETIVO DA MAÇONARIA É A LIBERDADE DO HOMEM? José Ronaldo Viega Alves
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 11/40 possamos encontrar): “Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria pela libertação da minha pátria.” Como podemos ver, na medida em que fuçamos os fatos da História ela sobressai sempre. Mas, há outros desdobramentos, quanto ao assunto liberdade, e o objetivo aqui é tomarmos conhecimento do quanto ela é significativa para as nossas vidas, o quanto tem sido em nossa história, em nosso mundo, em nossa instituição. Se fossemos elencar, somente os principais acontecimentos históricos em que ela foi motivação maior dos personagens envolvidos, já não haveria espaço suficiente. O que vale dizer então, que fica o registro do quanto ela tem sido o farol da humanidade nestas lutas empreendidas pelo homem. Podemos enveredar por outros caminhos, onde ainda vamos ouvir falar muito sobre a liberdade, seja sobre as suas várias formas, ou que ela é subjetiva, ou que o desejo de liberdade não pode ser livre em sua totalidade, pois, vivemos sob pressões que atuam em nós o tempo todo, carregadas de valores sociais e religiosos. E há regras de convivência, além do mais, que devem ser seguidas, modelos de comportamento, o que por si só, já demonstraria e limitaria a ideia de uma liberdade maior. Então, o que podemos dizer, na verdade, sobre se somos livres ou não, nem deveria ir muito além de um sonoro “mais ou menos livres”, pois, a oportunidade de ter o que poderíamos chamar de uma genuína escolha livre, sem qualquer tipo de interferência de poderes ou forças externas e principalmente, num mundo como o nosso de hoje em dia, fica bem imaginá-la na sua totalidade. Mesmo havendo uma resposta para uma pergunta aparentemente simples, “Quando é que um homem é um ser livre?”, e onde a resposta simples seria “O homem é livre quando as condições sob as quais vive são de sua própria escolha.”, mesmo assim, ainda é possível arranjarmos campo para discussões, do tipo: e se as pessoas forem educadas para aceitar um determinado tipo de liberdade... Liberdade: um tema de grande complexidade, de muitas variantes, e um tema muito caro à Maçonaria, onde o seu estudo e a sua importância já fica definido logo que alguém passa a ser candidato, pois, que “seja livre de e de bons costumes”, é a condição primeira para o seu ingresso na Ordem. Quando estudamos a história da Maçonaria, vamos tomando conhecimento dos maçons que se envolveram em movimentos libertários, sendo que muitos até foram liderados por eles. Nas lutas pela independência de muitos países, na libertação dos escravos, em questões envolvendo justiça social, sempre houve a presença de Maçons, e por aí já percebemos o quanto a Maçonaria esteve e está alinhada com os ideais de liberdade. Será que essas lutas já terminaram, de vez? O presente trabalho quer mostrar algumas das várias facetas da liberdade, abarcando alguns dos conceitos filosóficos sobre a mesma, sobre a sua importância para a Maçonaria, e onde fique evidente de uma vez por todas, que a liberdade é o grande objetivo da Maçonaria como bem disse Paul Naudon lá no começo, assim como, sua preocupação com a liberdade individual dos seus filiados e num plano maior a liberdade da própria humanidade. MAÇONARIA E LIBERDADE: FRAGMENTOS DO PREÂMBULO DO RITUAL DE APRENDIZ Leio seguidamente os rituais que me foram outorgados, e sempre são fontes de descobertas. Essa afirmação poderia levar a muitos desdobramentos, mas, vamos deixar para outra ocasião. O assunto, no momento, é a “liberdade”, e vou extrair do meu Ritual de Aprendiz, somente sob o título de “Preâmbulo da Maçonaria” ( onde logo abaixo, quase um subtítulo diz “A ser lido e explicado em Loja, frequentemente”, coisa que eu nunca vi, mas, que também não vou assumir nenhuma discussão aqui) os termos “livre, liberdade” nas situações em que estão presentes no mesmo, para reforçar assim essa importância que ela tem para a Maçonaria. Vejamos, são apenas passagens: “Irmãos livres, ligados por deveres de fraternidade...” “A Maçonaria não impõe nenhum limite à livre investigação da Verdade.” “A Maçonaria é, portanto, acessível aos homens de todas as classes sociais e de todas as crenças religiosas e políticas, com exceção daqueles que privem o homem da liberdade de consciência, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana, exijam a submissão incondicional aos ditames de seus chefes ou façam deles instrumento de combate aos princípios da Maçonaria.” “Para elevar o Homem aos próprios olhos e para torná-lo digno de sua missão sobre a Terra, a Maçonaria proclama que o Grande Arquiteto do Universo deu ao mesmo, como o mais precioso dos bens, a LIBERDADE - patrimônio de toda a Humanidade, cintilação divina que nenhum poder tem o direito de obscurecer ou de apagar e que é a fonte de todos os sentimentos de Honra e Dignidade.”
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 12/40 “A Maçonaria não é uma religião, porém professa o culto ao Grande Arquiteto do Universo (DEUS): quer a instrução livre.” “Para quem teme as discussões políticas, a Maçonaria diz: Eu condeno qualquer discussão sectária em minhas reuniões. Serve fiel e devotadamente à tua Pátria, sem esquecer os postulados de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE, e não indagarei de tuas preferências político – partidárias.” A mensagem é bem clara, portanto. LIBERDADE: A DEFINIÇÃO DO DICIONÁRIO Antes de começar a problematizar alguns aspectos envolvendo o significado de liberdade, comecemos por uma definição simples sobre a mesma, daquelas que constam nos dicionários comuns: “LIBERDADE s.f. (lat.libertas, atis) 1. Estado em que se encontra uma pessoa que não está presa nem sujeita à vontade dos outros. 2. Faculdade de fazer ou de não fazer qualquer coisa, de escolher. 3. Estado oposto ao do cativeiro ou prisão, à escravidão, ao constrangimento. 4. Direito que alguém se arroga. (...)” A LIBERDADE: A VISÃO DA FILOSOFIA Como já foi ventilado anteriormente, sobre a liberdade ser um dos objetos de estudo da Filosofia, tratados foram escritos e longas discussões engoliram horas e horas sobre o tema, então, o presente trabalho quer juntar alguns recortes sobre a liberdade, provindos das mentes de um ou outro desses pensadores brilhantes que se debruçaram sobre a questão, já que há uma plêiade deles, e que vão ilustrar o nosso trabalho ao mesmo tempo em que vão ajudar-nos no nosso próprio entendimento a respeito do que ela realmente é. Para Epicuro, “a liberdade é o poder que inicia ou impulsiona as causas.” Martineau definiu a liberdade como “a capacidade de escolher entre diferentes motivações.” Jonathan Edwards, “fazia a liberdade tomar a feição de um determinismo (*) disfarçado, assegurando-nos que os homens escolhem o que preferem, embora só escolham aquilo que Deus já determinou que deve acontecer.” Para Voltaire, a sua forma de pensar o assunto guardava certa semelhança com o pensamento de Edwards: “Fazemos aquilo que preferimos: porém, escolhemos aquilo que necessariamente deve ser escolhido.” Outros filósofos se alongaram bem mais, e para exemplo, decidi por expor o pensamento de Shopenhauer sobre a liberdade, ainda que de forma resumida. Ele destacava três sentidos múltiplos de liberdade, onde a de agir, a de pensar e a de querer. Na liberdade de agir, podemos dizer que qualquer um de nós somente será livre para agir, quando, nada, nem ninguém puder impedir o nosso movimento. Podemos acrescentar ainda que a liberdade aqui é a de poder agir, o objeto, portanto, é a ação. E em contrapartida, já podemos inferir que essa liberdade não poderá ser absoluta, pois, ninguém pode fazer a todo o momento, tudo o que quer fazer. Sobre a liberdade de pensar, é o mesmo que falarmos de liberdade intelectual, da condição do livre pensador, e que para outros pode ser liberdade de espírito. Nos estados reconhecidamente democráticos, o direito, via liberdades públicas garantidas pela Constituição, já fez uma parte. Isso tem a ver com liberdade de informação, de expressão, de culto, etc. Escolher o queremos, está ligado diretamente ao pensamento livre, já que toda a escolha é o resultado de um processo intelectivo, da utilização de um critério, ou do que chamamos de máxima de conduta. E sobre a liberdade de querer? Para ser livre, ainda não basta a de agir e a de pensar, pois, ainda é preciso ser livre para querer o que queremos. A vontade agora é o objeto. E quando se fala de liberdade de ter vontade, é como se tivéssemos falando de tipos deferentes de liberdade. Essa liberdade de querer é que mais intriga a Filosofia. Lógico, que não poderemos aqui neste curto espaço incursionar além, pelos caminhos metafísicos que a questão sugere, e se começamos com Shopenhauer para buscar mais das respostas ou dos desdobramentos que a última forma que foi exposta sugeriu teríamos que em primeira instância, começar por revisitar alguns gregos, além de outros filósofos ao longo da história. Mas, o convite está feito para quem quiser se aprofundar mais: visite a Grécia.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 13/40 COMENTÁRIOS: A primeira leitura que me impressionou, a primeira vez que parei para pensar sobre o significado de liberdade, deveu-se a uma frase somente. Essa frase me levou a buscar mais desse autor que era Jean Jacques Rousseau. A frase estava na última capa do livro intitulado “ROUSSEAU” e que fazia parte de uma das melhores coleções que já foram editadas nesse país: OS PENSADORES. A frase dizia: “o homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros”. Li o livro citado e muito mais, tanto que acho que quando o assunto é liberdade, a leitura de Rousseau é imprescindível. Para corroborar o que estou dizendo e a título de recomendação extraio o seguinte parágrafo do capítulo “Vida e Obra” do livro que constou acima: “O supremo bem: a liberdade – Em todas as obras de Rousseau, os processos educativos, tanto quanto as relações sociais, são sempre encarados do ponto de vista centralizado na noção de liberdade, entendida por ele como direito e dever ao mesmo tempo: ‘... todos nascem homens e livres’; a liberdade lhes pertence e renunciar a ela é renunciar à própria qualidade de homem. Ao reformular tal principio e dar-lhe o papel fundamental na moral e na política, Rousseau elevou-se muito acima dos contemporâneos e dos precursores. Ninguém como ele afirmou o princípio da liberdade como direito inalienável e exigência essencial da própria natureza espiritual do homem.“ A LIBERDADE E O IDEAL MAÇÔNICO Vejamos o item 5 que está inserido na definição do verbete “Liberdade” e consta no “Vade –Mécum Maçônico”, o que já permite distinguirmos em parte, o conceito filosófico de liberdade do conceito maçônico: “A liberdade, conceituada quanto a livre locomoção, pertence ao campo político e social. Outras instituições que não a maçônica, tem em seus programas, também este propósito, de modo que, para a Maçonaria não é uma questão filosófica. A luta pela liberdade é um sentimento inato no homem e não dependerá no homem e não dependerá da Maçonaria, mantê-la, inspirá-la ou cultivá-la. Liberdade para o maçom tem o significado de Libertação. A sua Liberdade está na dependência de sua própria vontade. Há, porém, leis estabelecidas pelo Grande Arquiteto, definitivas, permanentes e perfeitas, pois Ele é Justiça e Perfeição, o dualismo, sempre repetido e aceito, em todas as reuniões maçônicas. A Liberdade filosófica deve ser conduzida neste sentido, isto é, libertar o homem de sua ignorância, a respeito da real, é a Verdade maçônica.” Agora vejamos um excerto do artigo “Conceito de Liberdade Maçônica” do sábio Irmão Charles Evaldo Boller: São três os aspectos onde se desfruta da mais ampla liberdade: consciência, espiritualidade e pensamento. Nenhum déspota pode mudar ou censurar o que se passa na mente do cidadão. Legisladores podem escrever as leis mais perfeitas que estas são nada perante a vontade individual. Apenas o próprio cidadão pode sabotar-se ou libertar-se no recôndito de seus processos mentais; é o trabalho na pedra bruta; o autoconhecimento. Daí ser lógico afirmar que a maçonaria não dá nada para ninguém; todo progresso pessoal é resultado de esforço individual e intransferível. A liberdade jaz dormente na memória das pessoas, é parte do projeto da criatura, basta uma leve provocação para despertá-la; é o que ocorre nos debates entre os obreiros na sublime instituição. A Maçonaria entra com o sistema, o local, as ferramentas; o adepto com sua alma, coração e mente. Liberdade é resultado da convivência fraterna de pessoas em busca de sua liberdade individual.” PARA SER MAÇOM TEM QUE SER LIVRE E DE BONS COSTUMES De acordo com o “Vade-Mécum Maçônico”, o significado de “livre e de bons costumes”, exigência essa que é considerada indispensável a todo aquele que deseje ser Maçom, possui os seguintes aspectos: “LIVRE E DE BONS COSTUMES: 1. A liberdade em questão é um resquício de uma época em que existiam escravos. A Maçonaria considera também que quando feito o convite para ingresso em nossa Ordem, o profano deve gozar de sua plena capacidade jurídica para se comprometer validamente, porque o compromisso é contratual. Este livre pensamento não pressupõe, entretanto que o profano seja um homem anticlerical e anti-religioso. Bons costumes aludem ao valor moral exigido do futuro Maçom, que uma sindicância prévia deve estabelecer, mas implica igualmente que determinados
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 14/40 anormais são indesejáveis, o que é bem justificável numa sociedade exclusivamente masculina. 2. O termo livre tem hoje uma interpretação muito mais nobre, sendo definida em sentido mais de liberdade mental do que física; bons costumes não são um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de práticas que conduzem o ser humano a uma vida espiritual. Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de muito mais profundidade do que parece à primeira vista. A liberdade exigida é ampla; sem restrições mentais. Todo o Maçom, mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter livre e bons costumes. 3. A Maçonaria não desenvolve campanhas em defesa dos bons costumes, não fazem parte da atitude maçônica sair a público empunhando bandeiras (a instituição em si, o que não impede que os maçons individualmente ou compondo organizações não- maçônicas o façam). O Maçom deve atuar com firmeza no contexto em que estiver inserido, fazendo valer os princípios elevados da Instituição. Cada dia torna-se mais necessária a ênfase nos valores éticos e morais. 4. Todo homem é livre. Pode, porém, estar sujeito a entraves sociais, que o privem momentaneamente de parte de sua liberdade e, que é pior, o tornem escravo de suas próprias paixões e de seus preconceitos. É à nossa Ordem. Assim, o homem que voluntariamente abdica de sua liberdade deve ser excluído de nosso Mistérios, porque, não sendo senhor de sua própria individualidade, não pode contrair nenhum compromisso sério”. (RA)” COMENTÁRIOS: O item 4 é muito esclarecedor e, remete diretamente ao tema que se refere aos vícios, onde o Maçom momentaneamente pode ter sucumbido a algum, o que o torna um escravo de suas próprias paixões, portanto, o que teria a ver com a sua privação da liberdade. O Maçom não deve medir esforços para sair desse regime, ainda que, provisório, e é o que se espera. É POSSÍVEL SER LIVRE NO MUNDO MODERNO? Vejamos uma mensagem do presidente norte-americano Roosevelt dirigida ao Congresso Nacional, em janeiro de 1941 (importante considerar o fato de que em 7 de dezembro de 1941, o Japão atacara a base americana de Pearl Harbor, num claro ato de guerra, sendo que a resposta dos EUA não demorou mais que algumas horas, pois, um dia após, 8 de dezembro, o presidente norte- americano Roosevelt assinou a declaração de guerra ao Japão), no mês seguinte à entrada dos EUA na Segunda Grande Guerra: “Ansiamos por um mundo baseado em quatro liberdades humanas essenciais. A primeira é a liberdade de pensamento e expressão _ em qualquer lugar do mundo. A segunda é a liberdade de cada pessoa venerar Deus de sua maneira _ em qualquer lugar do mundo. A terceira é estar livre do desejo... em qualquer lugar do mundo. A quarta é estar livre do medo... em qualquer lugar do mundo.” O que me levou a colocar essa mensagem tem a ver com uma reflexão sobre aquele mundo que acabava de ingressar na Segunda Guerra Mundial e o nosso mundo atual, pois, em primeira instância podemos dizer que as questões relativas à liberdade naquele dado momento não evoluíram tanto assim de lá para cá. E ainda num mundo anterior ainda à Segunda Guerra Mundial, tivemos grandes diferenças de ordem social, ocasionadas pela tecnologia que começava a despontar e trazer o progresso, mas, concomitantemente estabeleceram-se diferenças também: religião X secularismo, feudalismo X finanças, e a pobreza comum X a satisfação em massa das necessidades. Mas se falarmos em tecnologia em nosso mundo atual, e da sua dominação em várias áreas, comunicações, por exemplo, e do quanto somos dependentes e do quanto estamos subjugados aos parelhos tecnológicos de comunicação, caberia perguntar “É possível ser livre nessa sociedade tecnológica e midiática? A MAÇONARIA E O LEMA LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE No intuito de mostrar tudo o que se relaciona ao quanto esse direito _ a liberdade _ é preciosa e está inserida nos ideais maçônicos, mostremos algo sobre esse que era o lema da revolução Francesa e que a Maçonaria adotou, aliás, vejamos um pouco de história num primeiro momento, sobre o trinômio, com base no “Vade-Mécum Maçônico”, até mesmo para dirimir algumas dúvidas que existem sobre o assunto: “A divisa maçônica adotada pela Revolução Francesa era tríplice: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Segundo alguns autores, não foi a Revolução Francesa que adotou essa Trilogia, mas foi a Maçonaria que a adotou em 1848, na Segunda república Francesa. A tríade da revolução Francesa de 89, era: Liberdade, Igualdade, ou Morte _ não existe Revolução Fraterna ou com fraternidade. Na realidade, o
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 15/40 grito de guerra era: Liberdade, Igualdade e Morte aos tiranos, sendo mesmo a aclamação do Rito Francês.” E para explicar sobre os significados maiores do trinômio em sua absorção pela Maçonaria, vejamos as opiniões dos sábios Irmãos Eleutério Nicolau da Conceição e Walter Celso de Lima, expostas no livro “Arte Real - Reflexões Históricas e Filosóficas”, do qual são autores: “A trindade liberdade, igualdade, fraternidade estabelece uma aspiração maçônica notável e completa, com significado distinto dos valores mundanos expostos neste ensaio. Liberdade é uma aspiração pessoal, em especial liberdade de pensamento, sem limitações ao maçom que busca a verdade. Igualdade entre maçons, fundamenta-se na concepção moral da identidade indispensável de todas as pessoas humanas, em que pese o fato, paradoxal, de que não existem duas pessoas iguais. Orienta pra uma exata conduta de equidade, lisura e integridade com todos os demais. Fraternidade, para os maçons, representa tolerância cm respeito à liberdade e consenso em relação à igualdade do próximo. A comunidade maçônica é pequena numa Loja, e como a tolerância é um princípio cardeal das relações humanas na maçonaria, a liberdade de expressão, a igualdade de direitos e a fraternidade são, frequentemente, alcançados. Em comunidades maiores, como numa grande Obediência, muitas vezes, esses fins supremos não são atingidos. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são realizações de um ideal. Liberdade de pensamento numa instituição não dogmática, como a maçonaria, com absoluta tolerância a respeito, tolerância às ideias contrárias e crenças diferentes (nunca tolerância ao erro), leva a igualdade de direitos e convivência nessas bases, conduz à fraternidade. Todos esses valores devem ser conscientizados e praticados no dia a ainda da vida de uma Loja. Importante se faz que a teoria passe da linguagem oral e escrita para a vivência na família, no trabalho e nos demais grupos aos quais se pertence, fora do Templo.” CONCLUSÃO O termo liberdade talvez em alguma parte deste nosso mundo esteja desgastado, pois, em seu nome frequentemente, também se cometem barbaridades. Mas, a palavra liberdade é como a Fênix, não? Sobre algumas Constituições de alguns países do mundo em que vivemos na atualidade, alguns dos governantes resolvem fazer dela um adorno somente, e na prática tudo o que ela reza acaba saindo bem diferente, tanto que a supressão da liberdade é uma das violações mais comuns, e certamente a primeira a ser riscada. Poderíamos dizer que muitos governantes por aí, nada fazem além de tergiversar, e o nosso mundo está sempre carecendo de liberdade. Revejam o discurso de Roosevelt, e transportem-no para o quadro atual de muitos países, regiões, comunidades, onde pessoas são privadas dela, se não em sua totalidade, em uma de suas formas: liberdade de locomoção, liberdade de expressão, liberdade de crença ou mesmo liberdade de viver, ou seja, não mudou muita coisa não. Embora seja um dos termos mais utilizados, em todos os capítulos da história, e tenham corrido rios de sangue para conquistá-la, muitas vezes entre a teoria e a prática ela acaba sendo completamente desfigurada. Ao longo da história da humanidade, o termo liberdade adquiriu outros significados, mas, sem sombra de dúvidas, o seu gozo pleno, na maior parte do tempo foi privilégio dos poderosos. Por isso tantas lutas aconteceram e outras ainda vão acontecer. Aliás, é uma luta que ainda vale a pena. O mundo moderno, isso não podemos esquecer, ainda não aboliu a escravidão em sua totalidade, já que ela existe de modo ilegal em muitos países da África e da Ásia, e isso é somente um dos exemplos. E quando o tema é a liberdade, outros pontos de discussão sobre a liberdade, envolvendo outros aspectos vão se insinuando, exatamente, por ser um tema de muitas nuances e que abrange praticamente todas as áreas. Alguns dizem que não poderá existir liberdade num mundo dominado pelas mídias, como é o mundo atual, outros dizem que a liberdade só pode ser encarada como relativa, e ainda, quantos diriam que é impossível viver livremente numa sociedade regida por leis de todo o tipo. Há quem diga que a liberdade é pura ilusão, e até pode ser que ela flua de verdade em alguns momentos da nossa vida, enfim é uma discussão infindável. Para além de todas essas discussões que podem ser geradas, quando o assunto é liberdade, seja no campo social, seja no campo político, seja no campo jurídico, etc., para o Maçom, o que ficou claro através dos excertos retirados do ritual, é que a liberdade é a libertação da ignorância, do domínio das paixões, dos vícios. Para o Maçom a liberdade é o seu EU se emancipando, e um caminho para as escolhas conscientes.
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 16/40 E do Maçom consciente se espera que ele ao alcançar essa liberdade, a mesma que a Maçonaria vem proclamar que o Grande Arquiteto do Universo deu ao homem como o mais precioso dos bens, essa LIBERDADE, esse ideal da humanidade, ele, contribua conscientemente, com sua parcela de contribuição, em sua luta diária, para instaurá-la no mundo, seja mesmo, no terrenos das ideias. Para o Maçom mudar o mundo, é preciso assimilar em toda a sua dimensão aquilo que o Irmão Charles Evaldo Boller apontou, principalmente quando se refere ao fato de que ela jaz dormente na memória das pessoas, e que basta uma provocação para despertá-la. Deve ser por aí que se começa, incutindo a ideia de que a liberdade não pode ter limites quando é a do pensamento, da consciência e da espiritualidade humanas. A liberdade é parte da natureza humana sim, por isso, onde ela está ausente, sempre vai haver alguém querendo conquistá-la, pois, ela é ao mesmo tempo um direito e uma benção. . . . (*) 1. Determinismo é a doutrina filosófico-teológica, segundo a qual tudo o que acontece está condicionado ao meio e às circunstâncias. 4. O sucesso das teorias científicas, particularmente a da gravidade de Newton, levou um cientista francês, o marquês de Laplace, no início do século XIX, a argumentar que o universo era absolutamente determinístico. Laplace sugeriu que devia haver um conjunto de leis científicas que permitiriam prever tudo o que acontecesse no universo, bastando para tanto que se soubesse o estado completo do universo num determinado momento. (...)” (pág. 143, Girardi, 2008) CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS: Internet: “Conceito de Liberdade Maçônica” – artigo de autoria do Irmão Charles Evaldo Boller. Disponível em: orvalhodohermon.blogspot.com.br/ Revistas: BBC HISTORY BRASIL – ANO 2, Nº5, 2015: “A Transformação do Mundo Através dos Séculos” – Artigo de autoria de Ian Mortimer FILOSOFIA – GRANDES TEMAS DO CONHECIMENTO. Nº 26: “O Que é Liberdade?” – Artigo de autoria de Luiz C. Nascimento Livros: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Volume 2 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.- 3ª Edição - 2012 BARROS FILHO, Clóvis de & POMPEU, Júlio. “A Filosofia Explica as Grandes Questões da Humanidade” – Editora Casa da Palavra – 1ª Edição – 2013 CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” - Editora Hagnos - 9ª Edição - 2008 CONCEIÇÃO, Eleutério Nicolau && LIMA, Walter Celso. “Arte Real Reflexões Históricas e Filosóficas” – Editora Tribo da Ilha – 1ª Edição - 2014 DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA – LAROUSSE – Volume 14 – Editora Abril S/A – 1ª Edição -2006 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra gráfica e Editora ltda. 2ª Edição – 2008 Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – GORGS – Porto Alegre, RS (2010-2013) ROUSSEAU, Jean Jacques. OS PENSADORES – Editor Victor Civita - 1983
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 17/40 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br Transcorria o ano de 1895 no Paraná. Havia passado a bem pouco tempo o pesadelo da Revolução Federalista, mas não o terror de suas conseqüências. Era Presidente do Estado o maçom Francisco Xavier da Silva conhecido como o “Monge” (fundador da Loja “Fraternidade Castrense” Castro - PR) e o Presidente do Brasil era o maçom Prudente José de Moraes Barros (Loja “7 de Setembro” São Paulo e fundador da Loja “Piracicaba” – Piracicaba-SP) No Paraná tal como ocorrera com a sua Emancipação e mesmo por ocasião da Proclamação da República, pouco se sabia o que se passava na esfera nacional. O mesmo ocorreu com a famosa “Questão de Palmas”, cujo problema já se arrastava desde os tempos da Monarquia. É provável que a maioria dos brasileiros não soubesse o que o Barão do Rio Branco, que sempre optou por morar fora do Brasil, estivesse fazendo em Nova Iorque. O Barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior, havia sido iniciado na Maçonaria em 03/12/1872 na Loja “Estrela do Norte” no Rio de Janeiro e chegou ao grau 33. Ele ficou dois anos e meio mais ou menos em um apartamento em Nova Iorque, onde trabalhou sem cessar dia e noite, escrevendo laudas e mais laudas, estudando mapas e estabelecendo estratégias. Até que então, o mundo soube através da imprensa, que o Presidente dos Estados Unidos no dia 05/02/1895 havia dado o veredicto final a favor dos brasileiros, tornando o Território de Palmas para sempre nosso. Este território era contestado pelos argentinos como sendo deles. Havia uma questão antiga de limites territoriais entre o Brasil e a Argentina. A controvérsia se baseava no fato do Brasil reivindicar suas linhas de limites nos cursos dos Rios Pepery Guaçú ou Pequeri Guaçú, afluente do Rio Uruguai e o Rio Santo Antônio afluente do Rio Iguaçu. A Argentina entendia que estas linhas eram traçadas pelos Rios Chopim, afluente do Iguaçu e Rio Chapecó, afluente do Rio Uruguai. Esta área em litígio media a superfície de 30.621 quilômetros quadrados. A história desta disputa é longa, complexa e própria de países vizinhos, mas que no caso do Brasil e Argentina tudo acabou em paz sendo resolvida através de uma arbitragem internacional. 5 – Questão de Palmas – Limites Territoriais Brasil-Argentina Hercule Spoladore
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 18/40 Em 1720 uma expedição de bandeirantes chefiada por Zacharias Dias Cortes descobriu os Campos de Palmas. O Tratado de Madri de 1750 estabeleceu o domínio português na parte ocidental do território que um dia se tornaria Paraná. Em 1759, Espanha e Portugal houveram por bem através de uma Comissão Mista de Limites, demarcarem os lindes entre os dois Impérios e neste local foram justamente os Rios Pepery Guaçu e Santo Antônio, os quais já estavam assinalados. Em 1779 o Tratado de Santo Ildefonso ratificou estas linhas divisórias. Após a Independência da Argentina ocorrida em 1810 e até o ano de 1877 ela não havia manifestado qualquer pretensão com relação ao referido território. O Brasil tornou-se independente em 1822 e foi ocupando gradativamente aquela área que considerava sua. Em 1839 duas expedições chefiadas por José Ferreira dos Santos e Pedro Siqueira Cortes, ocuparam definitivamente a região iniciando o povoamento na região de Palmas que culminou com a criação da freguesia. Precedendo a estes dois, considera-se que em 1836 José Souto Maior já havia penetrado neste território e que possivelmente tenha sido trucidado pelos bugres indo posteriormente ao mesmo local uma expedição comandada pelo sargento-mór José de Andrade Pereira que foi até esta região e não encontrou Souto Maior. O próprio Visconde do Rio Branco José Maria da Silva Paranhos pai do Barão, (grau 33, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil 1870-1880), outro grande diplomata brasileiro, tinha em 1857 negociado um tratado com os argentinos a este respeito e pelo qual se reconhecia o direito do Império sobre esta área. Este direito era fundamentado no princípio do ut possidetis (posse) pelo qual um país tem direito sobre o território por ele ocupado efetivamente. Entretanto, este tratado com a Argentina tornou-se letra morta. O próprio D.Pedro II a seu tempo estava convencido dos direitos brasileiros sobre o Território de Palmas, pois este é geo-historicamente o mais brasileiro das terras da região austral, onde a luta pela fixação das fronteiras veio desde as expedições vicentinas de Pero Lobo em 1532. Este território jamais fez parte da antiga Província de Missiones, como os argentinos quiseram argumentar posteriormente. Interessante que escritores brasileiros e até escritores maçons fizeram a mesma confusão. O Território de Palmas é composto pelos altiplanos de Palmas e Campo Erê, de um e de outro lado, ao norte e ao sul do divisor das águas, formada pelos rios Uruguai, Iguaçu, Pepery Guaçu e Santo Antônio. É preciso estabelecer-se corretamente o nome dos dois povoados fundados neste território para não causar confusão de denominação. Estão situados próximos um do outro e tiveram nomes semelhantes no inicio de sua história. Trata-se da Freguesia de Palmas criada pela Lei n° 22 de 28/02/1855 que a tornava vila conhecida como Vila do Senhor Bom Jesus dos Campos de Palmas (Palmas de cima) e que pela Lei Provincial n.º 484 de 13/04/1877 a tornava comarca. A primeira loja maçônica de Palmas só seria fundada em 10/071899 com o nome de “Caridade Palmense”. Durante a Guerra do Paraguai os soldados da Guarda Nacional sendo a maioria formada pelos Batalhões de Guarapuava, onde havia nas fileiras inúmeros maçons, transitavam pelo território com a finalidade de proteger nossas fronteiras de uma possível invasão paraguaia por este lado.
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 19/40 Em um dos acampamentos, situado cerca de mais ou menos quarenta quilômetros da Freguesia de Palmas, após a guerra tornou-se um povoado que posteriormente pela Lei Provincial n.º 789 de 16/10/1884 tornou-se Freguesia de Bela Vista de Palmas (Palmas de baixo), tornada município pela Lei n.º 28 de 28/061892. Posteriormente, para homenagear o Presidente Grover Cleveland dos Estados Unidos pela sua honesta decisão de dar ganho de causa ao Brasil no litígio do Território de Palmas, pela Lei n.º 862 de 29/03/1909 a cidade passou a se chamar Clevelandia. A preocupação brasileira em relação com as fronteiras com a Argentina e Paraguai era antiga. Uma das causas que se argumentava na Corte lá pelos idos de 1843 a 1853 para que se desmembrasse a então 10ª (antes 5ª) Comarca da Província de São Paulo, tese levantada pelos Ministros de Estado, Deputados e Senadores, era justamente para que se criasse uma nova Província, pois assim aquela área seria logo povoada, evitando assim a penetração de outros povos estrangeiros. Entre as varias suposições de como a Argentina poderia se comportar, uma delas seria a invasão armada. Com o surgimento da Guerra do Paraguai entre 1864-1870, o Brasil aliou-se à Argentina e Uruguai, esquecendo-se momentaneamente a “Questão de Palmas”. A situação no sul do país e em especial no Paraná urgia que se estabelecessem meios de comunicação e ligação entre esta Província e os chamados grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro e dentro da Província com o território contestado. O único caminho por terra que existia entre o Rio Grande do Sul e São Paulo era o antigo caminho das tropas que passava pelo Paraná o qual alem de ineficaz era moroso. Em 1881 o Presidente da Província, o paranaense João José Pedrosa, informava ao Conselho de Ministros que a situação era de intranqüilidade em Palmas, devido aos criminosos dos ervais de Corrientes e da vizinhança do Campo Erê, que infestavam aquela região. O Governo Imperial tomou algumas medidas estratégicas com relação à Província do Paraná. Para encontrar uma forma para facilitar o povoamento mais rápido do território contestado, pôs em prática soluções tais como uma estrada de ferro que viesse do litoral em direção ao interior, aproveitando os trechos navegáveis do Rio Iguaçu, bem como a criação de colônias agro- militares. O início da construção da primeira fase da estrada de ferro que veio do Porto de Paranaguá à Curitiba foi oficialmente inaugurado em 05.06.1880, contando com a presença de D.Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina Maria e o término da estrada foi inaugurado em 02/02/1885. De Curitiba, a estrada de ferro foi levada até Porto Amazonas, ponto inicial onde o Rio Iguaçu torna-se navegável. Em 1882 iniciou-se a navegação fluvial que foi confiada ao maçom, Coronel Amazonas Araújo Marcondes (Loja “União 3ª” de Rio de Negro) político de grande prestígio na região, o qual lançou em águas, o primeiro e lendário vapor “Cruzeiro”. De Porto Amazonas até União da Vitória não existia um povoado sequer. Para povoar este trecho, a partir de 1880 iniciou-se a fixação de imigrantes, quando foram fundadas inúmeras colônias especialmente de poloneses e ucranianos.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 20/40 De Porto União (Porto Vitoria) até Palmas a ligação foi programada através de estradas de terra para trânsito de comboios de muares. Foram finalmente instaladas as colônias agro-militares que haviam sido criadas por Decreto Imperial n.º 2052 em 16/11/1859. A de Chapecó instalada em 14/03/1882 e a de Chopim em 27/12/1882. Em 1877, pela primeira vez os argentinos levantaram dúvidas quanto à demarcação de nossas fronteiras. Ato continuo, começaram a penetrar em nosso território para extrair erva-mate que ali existia em abundância. Em 1881 a Argentina criou o “Gobernacion Missiones” que tratava exclusivamente dos antigos Territórios de Missiones, tornando ainda mais tensa a situação na região. Mas ao que tudo indica os dois países não queriam uma solução militar para o caso. Ressalte-se que naquela época a Argentina estava mais bem armada que o Brasil. Em 1885 criaram os dois países, uma Comissão Mista, para estudar de maneira bastante detalhada a questão. Todavia, esta Comissão deu em nada. Em 1888 os argentinos criaram mais confusão. Pretendiam aumentar ainda mais o território contestado, afirmando que o Rio Chopim era na realidade o Rio Jangada, outro afluente do Rio Iguaçu, localizado mais para dentro do território brasileiro. Foi proposto pelos argentinos em 1889 ao Conselheiro Rodrigo Silva (maçom), Ministro dos Negócios Exteriores, uma divisão salamônica. Em face da rejeição do governo brasileiro concordaram com um arbitramento internacional. Foi assinado um tratado em 07/09/1889 e ratificado 04/11/1889, pelo qual o Presidente dos Estados Unidos seria o mediador. Cerca de dois meses após a Proclamação da República, o Chefe do Governo Provisório, o maçom Marechal Deodoro da Fonseca, governo por sinal bastante instável naquele momento histórico, não querendo problemas com a república vizinha, apesar de ambas as partes já terem aceitado um arbítrio internacional nomeia seu Ministro das Relações Exteriores o maçom Quintino Bocaiúva(Grão-Mestre do Grande oriente do Brasil em 1901/1904) para tratar diretamente a Questão de Palmas com a Argentina. Pelo Tratado de Montevidéu de 25/01/1890, o Ministro Quintino aceitava a proposta dos argentinos e concordava com a divisão do território contestado ao meio. Movimentos populares e intelectuais argentinos elogiaram muito a posição do nosso Ministro e a sua posição foi tida como uma vitória argentina. Alguns autores chegam a afirmar que o antimonarquismo de Quintino Bocaiúva o levou a uma situação de quase sacrificar parte do território brasileiro, em nome de uma fraternidade republicana das Américas. A própria Argentina jogava com a instabilidade transitória da política do Brasil, apostando que o mesmo não manteria a unidade nacional, se fragmentando em mais de um país. Entretanto, a opinião pública brasileira, a imprensa e o Parlamento rejeitaram de modo veemente a ratificação do Tratado de Montevidéu. Em sessão especial o Congresso repudiou por 142 a 5 o referido tratado, apoiando na integra o parecer redigido pelo General Dioniso Cerqueira. Devido a posição brasileira, Quintino Bocaiúva recuou ante a reação do Congresso e do povo. Um recenseamento terminado em 30/12/1890 mostrou 5.793 habitantes no território, sendo 5.763 brasileiros, e 30 estrangeiros, nenhum argentino.
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 21/40 O Barão Aguiar Andrada foi escolhido para defender o Brasil, porém vem a falecer logo no início da missão. Foi então lembrado o nome do Barão do Rio Branco. Entretanto, o convite oficial só lhe chega às mãos no final de 1893. Nesta época ele era cônsul em Liverpool. Em carta particular ao Presidente da República, da época, o Marechal Floriano Peixoto (maçom), assim ele se refere: “Mas V.Excia. arrancou-me do meu retiro, colocou-me neste posto de confiança e o meu dever é dizer lealmente o que penso, consultando apenas os interesses da Nação... Nunca tivemos questão de limites mais importantes que esta, e o maior prazer da minha vida será o que terei no dia em que puder anunciar a V. Excia. pelo telégrafo que o nosso Brasil saiu vencedor neste pleito secular. Depois recolher-me-ei à obscuridade de minha vida anterior, contente por ter podido fazer alguma coisa pela nossa terra, graças unicamente à V. Excia a quem sempre serei grato por ter querido que eu concluísse a obra começada em 1857 por meu Pai”. Rio Branco tinha pouco tempo. Instalou-se em Nova Iorque. É nomeado em 1894, Ministro Plenipotenciário junto ao Governo dos Estados Unidos, encarregado de defender o Brasil na questão de divisas com a Argentina. Começou a trabalhar febrilmente dia e noite, comandou as pesquisas arquivais e documentais, foi a fundo nas origens históricas do problema, consultou inúmeros documentos antigos, conferiu traduções, provas de imprensa, consultou cartógrafos. Enfim estava preparado. Reviu as provas de mais de 60 mapas e planos. Sua certeza de que seria vencedor se baseava no mesmo ponto de vista de seu Pai o Visconde do Rio Branco, ou seja, no direito do ut possidetis. Escreveu uma longa Memória, na qual provava que os Rios Pepery Guaçu e Santo Antônio, já eram fronteiras do Brasil sacramentadas pelo Tratado de 1750. Provou ainda que os Rios Chapecó e Chopim só foram descobertos em 1778. Provou ainda que o território em disputa nunca pertenceu ou fez parte da antiga Província de Missiones da Companhia de Jesus no Paraguai, à qual depois os espanhóis dariam o nome de Província de Missiones. A descrição histórica feita pelo Barão do Rio Branco do Território de Palmas enfatizava os seguintes aspectos. A penetração do Território de Palmas foi feita por bandeirantes paulistas e por mais ninguém. A construção de fortificações pelos bandeirantes em Campo Erê e Apeteribe provava a presença brasileira, e provava também que a ocupação do Território de Palmas, foi feita exclusivamente por brasileiros. Os argentinos nas suas pretensões levantaram um absurdo histórico e geográfico, impossível de num arbitramento internacional de ganharem a questão. A peça principal da defesa apresentada pelo Barão foi uma cópia fiel do Mapa das Côrtes de 1749, desencravado de velhos arquivos na França. Por ironia, o Ministro Plenipotenciário argentino, o grande jurista Dr. Don Estanislao Zaballos fundamentou-se no mesmo mapa. O Barão provou que o argentino, apesar de sua suposta boa fé, estava usando um mapa adulterado. Zeballos estava repetindo o que estava escrito em antigos mapas e memórias feitos por espanhóis no final do século XVIII e início do século XIX, os quais estavam alterados com a finalidade de confundir a questão dos limites.
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 22/40 Rio Branco tendo em seu poder as cópias do verdadeiro mapa, portanto do autêntico, demonstrou claramente que os Rios Pepery Guaçu ou Pequeri Guaçu e Santo Antônio eram os rios que já demarcavam a fronteira desde há séculos atrás. No dia 05/02/1.895 foi marcado para ser dada a decisão do Presidente Grover Stephen Cleveland. O Barão do Rio Branco e o Dr. Zeballos aguardavam nervosos na sala de espera da Secretaria de Estado dos Estados Unidos. O Secretário de Estado apareceu e proferiu a sentença “The word is in favour of Brasil”. Caiu um pesado silêncio no recinto. Ambos os adversários estavam constrangidos. Entretanto, Zeballos voltou-se elegantemente para o Barão e exclamou: “Mis felicitaciones, senõr Ministro”. O Barão encabuladíssimo disse-lhe que a causa era extremamente difícil e que Zeballos era o mais ilustrado dos adversários que o Brasil encontrara na Questão de Palmas. Alguns dias após, Zeballos em entrevista pela imprensa, informou que o Governo Argentino desconhecia o trunfo apresentado pelo Barão, ou seja, o tal mapa das Cortes e que a decisão do Presidente dos Estados Unidos não poderia ter sido diferente. Em 07/07/1895, escrevia o Barão à Rui Barbosa (iniciado na Loja “América” de São Paulo) “Senti tão somente não ter podido dizer tudo o quanto desejava e que podia ter dito na defesa de nosso direito”. Segundo o escritor Araújo Jorge, o Barão disse:” Queria tratar desenvolvidamente das primitivas Missões Jesuíticas, das suas mudanças de lugar e das expedições dos paulistas e escrever um capítulo especial com a história das Missões até nossos dias, mostrando com autoridade e documentos argentinos que o Território de Missiones entre o Rio Paraná e o Uruguai, só depois de 1876 começou a ser ocupado efetivamente pela República Argentina”. “Ele tencionava provar que toda a Província e Missiones criada pela Real Cédula de 17/05/1803, estava incorporada ao Paraguai desde 1806”. A Província de Missiones e a sua integração à Argentina foi resultante do esforço de guerra brasileiro na Guerra do Paraguai. O Barão mesmo antes de assumir o caso em 11/05/1893 escrevia ao General Dionísio Cerqueira, então plenipotenciário da Comissão Mista: “Desde muitos anos, ao estudar a questão adquiri a certeza de que os argumentos de nossos adversários podem ser destruídos com a maior facilidade até com documentos e testemunhas espanhóis. Nunca duvidei do nosso direito Estou convencido de que nenhum árbitro poderia resolver contra o Brasil esta questão e se, aceitando o recurso ao juízo arbitral tivéssemos reclamado e obtido a condição de arriscar também a República Argentina alguma coisa a mais, isto é, o seu atual Território de Missiones, ganho após a Guerra do Paraguai, estou persuadido de que os argentinos perderiam todo esse território sobre o que o Paraguai tinha direito incontestável e que, por muitas razões deveria ser paraguaio ou brasileiro”. Muito interessante a opinião do Barão do Rio Branco. Para Ruy Christovam Wachowicz, historiador paranaense a Questão de Palmas teria sido um grande blefe, muito bem urdido pelo Governo Argentino. Se olharmos atentamente para um mapa da América do Sul que nos mostre estes detalhes, veremos que as terras que compõem a mesopotâmia dos Rios Paraná e Uruguai, não formam uma fronteira natural, especialmente para a Argentina. Veremos que a Província de Missiones deveria pertencer ao Paraguai ou ao Brasil. A linha que seria o divisor natural seria a margem esquerda do Rio Paraná e a margem direita do Rio Uruguai, num local onde os dois rios mais se aproximam, ou seja, ligando São Borja no Brasil e Encarnacion no Paraguai.
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 23/40 Durante a Guerra do Paraguai a Argentina reivindicou o território de Missiones. Perdida a guerra este país exigiu que o Paraguai desistisse dessas terras. Os brasileiros desde a década de 1860 estavam se aprofundando neste território, chegando mesmo a fundar vilas. Era óbvio que se o Brasil tivesse pretensões sobre Missiones, acabaria por reivindica-las. Entretanto, a Argentina tomou uma iniciativa diferente. A manobra estratégica arquitetada pela diplomacia do país vizinho, que, aliás, conhecia muito bem o problema da área foi criar uma situação em que o Brasil ficasse na retaguarda e não tomasse nenhuma atitude. Em realidade o seu grande objetivo geo-político era conservar para si o Território de Missiones. E para que o Brasil não reivindicasse o Território de Missiones, partiram para a ofensiva reivindicando o Território de Palmas, fazendo com que o Brasil passasse para a defensiva e ainda foram mais além, talvez para criar mais confusão, pretenderam recuar ainda mais a fronteira brasileira até o Rio Jangada, afluente do Rio Iguaçu, avançando mais profundamente no território brasileiro. O Brasil do invés de lutar pelo Território de Missiones teve que defender o Território de Palmas. Teria sido por esta razão que os argentinos perderam a Questão de Palmas e até reconheceram, após o veredicto de Cleveland que o Brasil tinha razão. Não se empenharam a fundo, de maneira mais efetiva. Sabiam antecipadamente que perderiam a questão. Perderam Palmas, onde cometeram confusões e verdadeiros absurdos históricos, geográficos e até políticos, mas conservaram para si o Território de Missiones, que historicamente deveria pertencer mesmo era ao Paraguai. Mas quando tudo terminou de certa forma ambos os países ficaram satisfeitos. Resolveu-se finalmente o problema de fronteiras com a Argentina. Só que paralelamente havia desde há muito outro problema de fronteiras e por coincidência na mesma região entre o Paraná desde o tempo em que era Comarca da Província de São Paulo e Santa Catarina, questão esta conhecida como o Contestado Paraná versus Santa Catarina. Esta pendência só foi resolvida em 1916 após muita negociação e até ameaça de litígio armado por grupos de descontentes de ambos os lados. O Presidente do Brasil, Wenceslau Brás (maçom iniciado em 07/031906 na Loja Caridade Mocoquense de Mocóca – SP) foi o árbitro da questão. O Paraná acabou cedendo para Santa Catarina, parte das terras que o grande Barão do Rio Branco havia conquistado diplomaticamente. Só que o Barão conquistou-as ao Brasil e problemas internos de fronteiras entre estados são resolvidos mais facilmente. O Barão do Rio Branco foi chamado para intervir em outros problemas de fronteiras, a saber, com as Guianas Francesas em 1901, Território do Acre conseguido da Bolívia em 1903 e Guianas Inglesas em 1904. Como Ministro de Negócios Estrangeiros do Brasil durante quatro governos obteve vitórias nas limitações das fronteiras com a Colômbia, Peru, Equador e Uruguai. E o Governo do Paraná estava a par de toda a negociação durante a Questão de Palmas? Em sua parte final é provável que não. Não há referências. Talvez soubesse que o assunto estava sendo tratado de país para país, e ficou sabendo apenas depois da decisão histórica de Cleveland.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 24/40 O panorama político do Paraná em fevereiro de 1895 ainda era de intranqüilidade. Há menos de um ano havia terminado a Revolução Federalista, mas ainda havia focos de insurreição no Rio Grande do Sul. Muitos paranaenses federalistas estavam refugiados na Argentina. O ódio entre pica-paus e maragatos continuava, e persistiu por muito tempo. A Maçonaria paranaense estava parada. Somente a partir de 1897 é que foram fundadas novas lojas sendo fundadas cerca de 14 até o final do século sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil. Na Assembléia Legislativa Estadual apreciam os seguintes deputados maçons: José Correia Defreitas, José Carvalho de Oliveira, Manoel Alencar Guimarães, Joaquim Antônio de Loyola e Leoncio Correia. Era tempo de reconstrução do Estado. Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil –Londriona - PR REFERÊNCIAS ASLAN, Nicola “Pequenas Biografias de Grandes Maçons . Brasileiros” E. Maçônica - Rio de Janeiro, 1973 CASTELLANI, José “Os Maçons que fizeram a História do Brasil” Ed. Gazeta Maçônica – São Paulo FERREIRA, João Carlos Vicente “O Paraná e seus Municípios” Ed. Memória do Brasil –2ª ed. 1993 FREITAS. A. F. Alcântara “Geo-política Bandeirante” Porto Alegre, 1975 – 2 volumes WACHOWICZ, Ruy Christovan......... “História do Paraná” Ed.Gráfica Vicentina Ltda. Curitiba, 1988 Dicionário Histórico Biográfico do Estado do Paraná Ed. Livraria do Chain – Banco do Estado do Paraná, 1991 Historia do Paraná – Grafipar Ed. Paraná Cultural – Curitiba – l969 – 4 volumes Grandes Personagens da nossa História Ed. Abril Cultural – São Paulo, 1969 – 5 volumes “100 anos de República” “Um relato ilustrado da História do Brasil” Ed. Nova Cultural São Paulo – 1989
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 25/40 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br PSICANÁLISE E MAÇONARIA Que as modernas técnicas de psicanálise, e a psicologia em particular, devem muito aos filósofos gnósticos, todos os profissionais e estudiosos desse ramo do conhecimento humano sabem. Afinal, os dois mais famosos pesquisadores do inconsciente humano, Sigmund Freud e Carl Gustav Jung, foram buscar nas produções desses estranhos filósofos uma boa parte da inspiração para desenvolver suas próprias pesquisas nesse campo. Como se sabe, esses dois grandes exploradores das profundezas da mente viveram e trabalharam em um ambiente intelectual onde os mitos e as crenças que influenciam o comportamento humano eram estudados á luz do arcabouço filosófico e científico á disposição dos pesquisadores na época. Nesse complexo situavam-se os escritores e poetas do movimento conhecido como idealismo alemão, produtores de obras que investigaram, pela primeira vez, a vida e a personalidade de Jesus, abstraindo a questão religiosa e o conteúdo ideológico e emocional que ela naturalmente carrega, para situá-lo em um contexto histórico, onde apenas o personagem e sua obra contam.1 Grande parte dessa febre intelectual pelas raízes do pensamento religioso foi provida pelos filósofos gnósticos dos primeiros séculos do cristianismo. Jung, principalmente, sempre demonstrou um grande interesse no pensamento gnóstico, Desde o início da sua carreira como psicanalista ele trabalhou com a possibilidade de encontrar um elo entre as concepções gnósticas e as inspirações da psicanálise, conforme estavam sendo desenvolvidas por Freud e ele próprio. É nesse sentido que ele viu nas complicadas teorias desenvolvidas por esses estranhos pensadores 1 O termo idealismo alemão designa um sistema filosófico desenvolvido por famosos pensadores alemães do calibre de Kant, Fichte, Hegel e Schelling que influenciou toda a cultura europeia da época e continua até hoje a mostrar a sua força. Na literatura influenciou um grupo de escritores na busca pelo Jesus histórico. Entre estes os conhecidos Hermann Samuel Reimarus, David Friedrich Strauss, Ernest Renan e o grande médico e humanista Albert Schwuartz, entre outros. 6 – Psicanálise e Maçonaria João Anatalino Rodrigues
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 26/40 uma clara relação entre os símbolos utilizados por eles e a fauna inconsciente da psique humana, em relação aos mitos e lendas que a influenciavam na escolha de suas crenças. Todos os biógrafos de Jung informam seu profundo interesse por assuntos gnósticos. Uma de suas colaboradoras, Bárbara Hannah, ao escrever uma biografia do seu mestre, salienta o grande apreço que ele tinha pelo gnosticismo: "Senti como se finalmente tivesse um círculo de amigos que me entendessem", disse ele, pois as concepções que eles tinham a respeito de certas teses, como o sofrimento do mundo e a sua vinculação a um mecanismo de “vontade e representação” eram as mesmas que ele esposava. 2 O grande problema, apontado por Jung em relação ao seu interesse por esses assuntos, era a falta de uma literatura original. Em sua época, no início do século XX, ainda não haviam sido descobertos os pergaminhos da biblioteca de Nag Hammadi. Dessa forma ele teve que se valer das poucas referências até então conhecidas, particularmente dos relatos fragmentados e parciais, distorcidos pelos padres da Igreja Romana, em particular os bispos Irineu e Hipólito, que eram inimigos figadais da experiência gnóstica. Na época Jung tinha em mãos apenas os três códices redigidos em língua copta, o Codex Agnew, o Codex Bruce e o Codex Askew, que continham as análises feitas pelos bispos da igreja ortodoxa, e eles continham, todos, pesadas críticas ao gnosticismo, que era por eles considerado nada mais do que puras heresias. Ainda assim, Jung foi capaz de dar uma importante contribuição aos estudos sobre o assunto, através da esclarecida interpretação que ele fez sobre o tema, isolando o seu conteúdo filosófico da parte religiosa, fazendo com que as concepções desses estranhos filósofos passassem a ser vistas de um ângulo diferente daquele que sempre foi enfocado. O gnosticismo, com Jung passou a ser um assunto que interessava, não apenas á história da religião, mas também a psicologia. Embora não tenha constituído a razão principal, foi em grande parte por causa dos trabalhos de Jung, associando as concepções gnósticas ás descobertas que a moderna psicologia fez acerca do conteúdo inconsciente da mente humana, que a descoberta dos manuscritos da Biblioteca de Nag Hammadi assumiu tanta importância no estudo do fenômeno cristão. Eles situaram a experiência cristã no contexto histórico-filosófico da época, como assunto de verdadeiro interesse político e sociológico e não apenas no sentido religioso. A Biblioteca de Nag Hammadi, como se sabe, constitui o maior acervo de escritos gnósticos originais já descobertos na história. Contém escritos produzidos nos três primeiros séculos do cristianismo, e que serviram, muitos deles, de base para a implantação de diversas igrejas cristãs pelo mundo todo. Esses escritos foram condenados pelo Vaticano, no Conselho de Nicéia, e simplesmente foram banidos do mundo cristão. Mas muitos foram salvos e escondidos por monges da seita cenobita em um mosteiro do Alto Egito, na região de Nag Hammadi, sendo redescobertos em 1945.3 2 Teses que eram, também, esposadas por Schopenhauer, para quem o mundo era composto por vontade e representação (o que ele é e o que pensamos que ele é). É um pensamento que tem muito a ver com as teses gnósticas, até porque ambas carregam uma grande influência do chamado neoplatonismo. 3 A Biblioteca de Nag Hammadi contém um conjunto de escritos feitos por cristãos dos três primeiros séculos da era cristã, que revelam uma visão esotérica e mística acerca de Jesus e sua doutrina. São diversos “evangelhos” atribuídos a discípulos, como Filipe, Tiago, Judas etc, e outras pessoas que conviveram com Jesus, tais como Maria Madalena, Nicodemos, José de Arimatéia, Pôncio Pilatos e outros. A esse respeito, ver Os Evangelhos Gnósticos, publicado pela Editora Mercúryo, 1986.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 27/40 Jung, como era de se esperar, demonstrou, desde o início, um grande interesse pelas descobertas feitas em Nag Hammadi. Aliás, foi um de seus amigos e colaboradores, o professor Gilles Quispel, que tomou a iniciativa de traduzir e publicar os livros de Nag Hammadi, colocando a disposição dos leitores a vasta literatura que o achado dos pastores árabes continha. Essa publicação recebeu o nome bem sugestivo de Jung Codex, em homenagem ao cientista que foi o responsável pelo renascimento de um assunto que havia sido sepultado pela ditadura que a Igreja Católica impôs ao espírito ocidental durante quinze séculos. Muito se tem perguntado sobre as verdadeiras opiniões de Jung a respeito do gnosticismo. Ao que parece, bem antes dos modernos comentadores dessa disciplina terem chegado á conclusão de que o gnosticismo nunca foi uma heresia, como queria a Igreja Romana, mas sim uma experiência espiritual individual que se propôs justificar a doutrina cristã a partir dos ensinamentos da filosofia defendida pelos neoplatônicos, Jung já se recusava a classificar as ideias gnósticas como heréticas ou destinadas a contradizer o credo cristão na sua forma original. Para Jung os filósofos gnósticos eram apenas pessoas de grande sensibilidade, videntes que “pescavam” no inconsciente coletivo da humanidade uma gama de símbolos e arquétipos compartilhados por todos os povos do mundo, em todos os tempos, para dar sentido ás suas inspirações. Por isso, quando lhe perguntaram se o gnosticismo era uma filosofia ou simplesmente um conjunto de mitos e concepções esotéricas sem sentido, ele respondeu que, na sua opinião, os gnósticos não eram místicos que compunham meras fantasias religiosas, mas que eles trabalhavam com coisas muito reais, existentes nas experiências interiores das pessoas. Assim, ele identificou nas bizarras teses do gnosticismo uma forma original e poderosa de expressão da mente humana, naquilo que ela tem de mais profundo e primordial, que é a sua estrutura arquetípica. O gnosticismo, dizia Jung, em contraponto com o aristotelismo, admitido pelo Vaticano como a única formulação filosófica que se adaptava ao cristianismo, era uma experiência psíquica na qual o homem procurava vivenciar a plenitude do Ser, sem cogitar da forma, ou do caminho que essa experiência que adotasse. Por isso a oposição, que desde logo lhe fez a Igreja de Roma, cujo credo tinha pretensões de ser o único caminho certo para a união do homem com Deus. Jung pagou caro por essas opiniões a respeito do gnosticismo. Afinal, na altura em que ele as manifestou, ainda era de temer a opinião oficial, defendida pela ortodoxia cristã, de que o gnosticismo era uma heresia, ou quando muito, delírios metafísicos de uma plêiade de escritores místicos, inspirados pelo neoplatonismo. Até hoje existe quem carimbe o trabalho de Jung de “não científico” em razão de suas opiniões a respeito dessa matéria, pois segundo os ortodoxos, o gnosticismo não era coisa séria; em consequência, quem o tomasse para base em qualquer trabalho científico também não o seria. Na verdade, Jung não era um gnóstico no sentido comum do termo, ou seja, um místico. Inclusive os seus próprios seguidores sempre negaram essa evidência, face ao uso pejorativo que essa expressão tem sido usada nos meios acadêmicos. É justificável que os simpatizantes de Jung não gostassem muito de ver o seu mestre sendo chamado de místico, esotérico e termos afins. Até porque a psicologia, que era a disciplina com a qual ele trabalhava, ainda hoje é malvista em alguns círculos médicos como uma ciência muito duvidosa em seus resultados. E ao vinculá-la á outra que se convencionou catalogar como “misticismo”, ou filosofia oculta, como faz Sarane
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 28/40 Alexandrian, por exemplo, muitos dos seguidores de Jung preferem negar que ele fosse um gnóstico. 4 , Isso, em nossa visão, constitui uma falha de interpretação, pois o gnosticismo não se define como um conjunto de doutrinas, mas sim como expressão simbólica de uma experiência psíquica, vivida em clima de intensa religiosidade. A psicologia junguiana encontrou nessa experiência uma vivência espiritual, descrita em linguagem poética e mitológica, que não obstante a dificuldade de traduzi-la em termos lógicos, inteligíveis á maioria das pessoas, ainda assim traduz experiências perceptivas da mais alta significação para o entendimento do comportamento humano. Como o próprio Jung reconheceu, os gnósticos não descreveram apenas os aspectos conscientes e inconscientes da psique humana, mas também, e principalmente, exploraram de forma empírica o inconsciente coletivo da humanidade e forneceram descrições e formulações das várias imagens e forças arquetípicas que moldam esse inconsciente. Nesse sentido os gnósticos se aproximaram mais da “alma coletiva” do mundo do que os cristãos ortodoxos, que ao trabalhar com as expressões mais constrangedoras da psique humana, ou seja, os componentes de defesa presentes no ego (egoísmo, procura pelo prazer, luxúria, conforto, etc) os colocaram na categoria de “vícios” que tinham que ser combatidos com comportamentos que mais mutilavam o espírito e o corpo das pessoas do que os salvava. Já os gnósticos procuraram entendê-los para aprender a lidar com eles. E foi nessa atitude dos gnósticos que Jung encontrou uma expressão particularmente valiosa da luta universal do homem para readquirir a plenitude como Ser, através de um protagonismo ativo que tinha muito mais a ver com o livre arbítrio, que segundo eles, Jesus tinha trazido á humanidade, do que com o atavismo dogmático que a Igreja de Roma tinha imposto ao cristianismo oficial.5 . Segundo o pesquisador Morton Smith, que descobriu do Evangelho Secreto de Marcos, um dos mais importantes escritos gnósticos, os antigos seguidores da filosofia de Pitágoras e Platão eram chamados de gnósticos. Destarte, a palavra Gnose, que significa Iluminação, Insigh, Conhecimento, Descoberta, sempre ligada á experiência psíquica ou religiosa, aparece nos escritos de vários autores ligados á diversas escolas filosóficas, que incluíam até padres ortodoxos como Orígenes e Clemente de Alexandria, por exemplo. Daí acreditar-se que os monges cenobitas, supostos organizadores da Biblioteca de Nag Hammadi fossem estudiosos ecléticos e ecumênicos, pois a Biblioteca continha não só cópias dos tratados gnósticos e herméticos, mas também da República de Platão e de obras de outros escritores neoplatônicos. Os membros da 4 História da Filosofia Oculta- Saraiva Ed. 1986 5 O gnosticismo era uma doutrina bem mais democrática do que o cristianismo ortodoxo. A Igreja Romana, que no Concílio de Nicéia adotou o chamado “credo paulino”, transformou Jesus em uma espécie de ditador espiritual. Só através da fé em Jesus, na doutrina da sua morte e ressurreição, dizia Paulo, o homem podia ser salvo. No paraíso cristão só entrariam os batizados no sangue de Cristo. Já os cristãos gnósticos abriam essa possibilidade para todas as pessoas, independente da religião que professassem. A salvação se dava pelo conhecimento das coisas divinas e não pela fé. Através desse conhecimento, o homem podia libertar sua alma (centelha divina) da prisão da matéria em que ela fora posta pelo “Deus mau” e se unir com seu Criador. Eram várias as formas de gnosticismo, mas a que mais encantou os cristãos dos primeiros séculos foi aquela que via uma contradição entre o Deus do Velho Testamento (o Deus dos judeus) e o Deus do Novo Testamento (o que Jesus pregou). O primeiro, Deus dos judeus, era um Deus mau, que fez o mundo material. Por isso o mundo era cheio de crimes, injustiças, dores e tragédias. Já o outro Deus, que Jesus revelou, era bom, compassivo, tolerante. Mas este Deus era desconhecido, não tinha nome, era inacessível e não intervinha nas ações humanas. Só podia ser atingido pelo conhecimento (gnosis) e pela prática de uma vida virtuosa e desapegada dos bens materiais. Coisa que incomodava bastante os líderes católicos, que em sua maioria, estavam profundamente envolvidos com o poder e as riquezas materiais.
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 29/40 suposta comunidade gnóstica do Alto Egito provavelmente teriam definido a literatura gnóstica como qualquer escritura de valor espiritual, capaz de produzir iluminação (gnosis) no leitor, como hoje faz a Maçonaria e a Rosa-Cruz. Esse é o interesse que ainda hoje, move os homens de espírito puro e de bons costumes a estudar o gnosticismo. Pois, como diz o professor Samael Aun Weor, “enquanto existir uma luz na individualidade mais recôndita da natureza humana, enquanto existirem homens e mulheres que se sintam semelhantes a essa luz, sempre haverá gnósticos no mundo.” A que eu saiba, não há nenhuma prova de que Jung tenha sido iniciado maçom. As pesquisas que fiz a respeito não me deram informações que confirmassem essa assertiva, já aventada por outros autores, de que tanto Freud quanto Jung tenham sido Irmãos. Há, entretanto, algumas ilações bastante interessantes a esse respeito que levam a suspeitar alguma filiação desses grandes estudiosos da mente humana com a tradição maçônica. Pois ela está bem presente nos trabalhos por eles desenvolvidos, através da forte ligação que eles têm com a Gnose, principalmente em relação á sua simbologia, que também está presente, de uma maneira bem visível, na Maçonaria. A propósito, o avô de Jung foi, comprovadamente, maçom regular, tendo sido, inclusive, Grão Mestre da Loja da cidade onde vivia, na Suíça.6 E nesse sentido é que apontamos para o interesse de todo maçom que queira realmente aprender no que consiste a base espiritual da sua arte, que se aprofunde um pouco no estudo da obra do gnóstico Carl Gustav Jung. Na sua teoria dos arquétipos se encontra uma substancial parte da estrutura espiritual da tradição maçônica. E nela uma excelente ferramenta para viver a Maçonaria como uma grande experiência gnóstica.7 6 Vide o livro de Jean-Luc Maxence “Jung é a aurora da maçonaria” publicado pela Ed. Madras, 2010. 7 Aos interessados no tema sugerimos a leitura da nossa obra “O Tesouro Arcano”, publicado pela Editora Madras.
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 30/40 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 07.04.1997 Expedicionário Nilson Vasco Gondin Florianópolis 12.04.1997 Lara Ribas Florianópolis 21.04.1979 Colunas do Imbé Imbituba 26.04.1979 Duque de Caxias Florianópolis 28.04.1990 Luz do Vale Rio do Sul 28.04.2008 Consensio Içara Data Nome da Loja Oriente 02.04.2013 Sol do Oriente nr. 107 Balneário do Rincão 05.04.1983 Acácia Negra nr. 35 Mafra 08.04.2015 São Miguel da Terra Firme nr. 110 Biguaçú 09.04.1952 Fraternidade Tubaronense nr. 09 Tubarão 14.04.1956 Mozart nr. 08 Joinville 14.04.2014 Amadeus Mozart nr. 108 Joinville 15.04.2007 Acácia Riosulense nr. 95 Rio do Sul 18.04.1997 Padre Roma nr. 16 São José 21.04.1982 Inconfidência de Concórdia nr. 27 Concórdia 24.04.2001 Liberdade e Harmonia nr. 81 Florianópolis Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de abril 7 – Destaques (Resenha Final)
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 31/40 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 02.04.1860 Regeneração Catarinense - 0138 Florianópolis 03.04.1998 Pedra Da Fraternidade - 3149 Itapoá 04.04.1974 Hermann Blumenau - 1896 Blumenau 12.04.1973 Plácido O De Oliveira 2385 Rio do Sul 19.04.1996 Universo Da Arte Real - 2947 Penha 23.04.2012 Ética E Justiça Florianópolis 24.04.1995 Estrela Da Harmonia -2868 Criciúma 25.04.2003 Laelia Purpurata - 3496 Camboriú 28.04.2003 Harmonia E Fraternidade -3490 Florianópolis
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 32/40 Observação Segue abaixo o Ato nr. 005, exarado pelo Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja do Estado do Acre, onde nomeia este editor como Grande Representante daquela Potência junto à Grande Loja de Santa Catarina. Foi com surpresa e alegria que recebemos tal honraria. Para quem desconhece, fomos iniciados em Rio Branco no início da década de 1990, quando estávamos ativamente em nossas atividades profissionais naquela Capital. Assim, a nossa ligação é estreita e antiga com a Maçonaria daquele Estado. Com muita honra, já estaremos nas festividades dos 60 anos da Grande Loja de Santa Catarina, que cumprirá extensa programação, na semana que se aproxima, representando oficialmente o Sereníssimo Grão-Mestre Fernando Zamora, que não poderá estar presente em Florianópolis. Fernando Zamora, o conhecemos, como um MAÇOM com todas as letras maiúsculas, homem de caráter, probo, de princípios, trabalhador e justo. Agradecido por esta tão nobre distinção. Dentro de nossas naturais limitações, estaremos envidando os melhores de nossos esforços.
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 33/40
  • 34. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 34/40 Sagrado o Templo da Loja Filadélfia (Vitória da Conquista – BA) (do Irmão Glauber Santos Soares – correspondente JB News) - A Loja Maçonica Filadélfia realizou na noite de ontem 15 de Abril de 2016 a sagração do seu novo templo, situado na rua Ulisses do Prado N.80 Alameda Morada dos Pássaros Bairro Felicia - Vitória da Conquista BA. Os trabalhos foram presididos pelo Poderoso Irmão Delegado Litúrgico do Rito Brasileiro Joselito Soares e com a presença de várias autoridades maçônicas da BA e MG. Com mais de 100 irmãos presentes a sessão entrou para os anais da maçonaria Conquistense demonstrando a força da Instituição no sudoeste baiano. (Veja os demais registros fotográficos) https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/LojaFiladelfia?authkey=Gv1sRgCN SolZuinNO63AE
  • 35. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 35/40 ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS FUNDADA EM 21/04/1989 FLORIANÓPOLIS – SANTA CATARINA Convite A ACADEMIA CATARINENSE MAÇÔNICA DE LETRAS através de seu Presidente Acadêmico Edy Genovez Luft e as Augustas e Respeitáveis Lojas Simbólicas “Professor Mâncio da Costa”, N. 1.977, “Universitária Álcio Antunes”, N. 3.778 e “Alvorada da Sabedoria”, N. 4.285, (GOB / SC) do Oriente de Florianópolis/SC, através de seus Veneráveis Mestres Irmãos Paulo Roberto Velloso, Rogério de Souza Versage e Marcos de Oliveira, tem o prazer de convidar os Caríssimos Irmãos, distintas famílias, Maçons independente de Obediência ou Ritos, Acadêmicos e a Sociedade, para a Solenidade Pública de posse de dois novos Acadêmicos, a realizar-se no Templo Maçônico da Fundação da Arte Real, sito a Rua Presidente Gama Rosa, N. 36, Bairro Trindade, nesta capital no: Dia 18 de abril do ano de 2.016 (segunda feira), no horário das 20:00hs. Tomarão posse como novos Acadêmicos os Irmãos JOSÉ BALTAZAR SALGUEIRINHO OSÓRIO DE ANDRADE GUERRA (Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Universitária Álcio Antunes”, N. 3.778), na Cadeira N. 39, cujo Patrono é o pranteado Irmão Sérgio Boppré, e MARCOS DE OLIVEIRA, (Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Alvorada da Sabedoria”, N. 4.285), na Cadeira N. 32, cujo Patrono é o pranteado Irmão Brasilicio Celestino de Oliveira. Antecipadamente agradecemos sua indispensável e honrosa presença. Oriente de Florianópolis, 29 de fevereiro de 2.016 Acadêmico Edy Genovez Luft Presidente OBS:- 1. Para os Maçaons traje social sem Paramentos 2. Informações: (048) 3333.6095 / 9972.5934 – e-mail: rubenluzcosta@gmail.com
  • 36. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 36/40 Ontem o JB News publicou a primeira foto como sendo o Templo da Loja “Ordem e Trabalho” quando na realidade, aquela é da Loja “Otávio Rosa” de São Pedro de Alcântara e a debaixo, esta sim, da Loja “Ordem e Trabalho” do GOSC, em Florianópolis.
  • 37. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 37/40 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 – A história de um piloto de caça: http://www.youtube.com/watch?v=cQ2ZqUCKDow
  • 38. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 38/40 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 –Minha Neta Luísa (Ir Ailton Elisiário) MINHA NETE LUISA..ppsx 2 – O QUE SOMOS: 994.-_!Que_pequenos_y_que_GRANDES_somos! (2).pps 3 – Antiga Cervejaria: Antiga cervejaria.mp4 4 – Arsen Kurbanov: Arsen_Kurbanov_Genial Pintor.pps 5 – O Rio que queria ser Paris: O Rio que queria ser Paris.pps 6 – Imagens que são um assombro: https://www.youtube.com/embed/mMq1FqiM8Qc 7 - Filme do dia: “101 Dálmatas” – Um dos clássicos do cinema - Dublado (Para quem teve a memória marcada por esse fim e da Disney) https://www.youtube.com/watch?v=JLZx54Or0o0
  • 39. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 39/40 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Esta madrugada, vou pintar o Céu, para presentear a minha amada ! Um cacho de rosas amarelas, para iluminar a face dela, quando o sol for embora. A prata do luar, pelo brilho do ouro, vou trocar ! As cores do arco-íris serão, somente, as dos olhos dela.
  • 40. JB News – Informativo nr. 2.024 – Florianópolis (SC) –domingo, 17 de abril de 2016 Pág. 40/40 A luz do horizonte, onde o sonho dos amantes se esconde, terá a cor da alma da minha amada. Quero o mar diferente, da cor do fogo para assustar os lobisomens, que espreitam a casa dela. As estrelas serão verdes, da cor da mata, habitadas por passarinhos gorjeando, a embalar o sono dela. O vento terá cor, e sempre será suave, para não desalinhar os cabelos do meu amor. E a boca da noite, terá o desenho dos lindos lábios dela... Ah, poeta, somente tu poderás mudar o que Deus criou, com a força do teu amor ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis