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Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.028 – Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016
Bloco 1 – Almanaque
Bloco 2 – IrVidigal de Andrade Vieira – Um dia nós vamos morrer...
Bloco 3 – IrJosé Maurício Guimarães – Política e Religião na Maçonaria do Século XXI
Bloco 4 - IrJoão Anatalino Rodrigues – Tiradentes o Bode de Coração Valente
Bloco 5 - IrJosé Anselmo Cícero de Sá – Ao encontro do “melhor”
Bloco 6 - IrPedro Juk - Alferes José Joaquim da Silva Xavier (reedição de artigo)
Bloco 7 - Destaques JB: Homenagem da ALSC à GLSC pelos 60 anos;
Versos do Ir e Poeta Adilson Zotovici sobre Tiradentes
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 2/36
O Brasil tem histórias incríveis, que a maioria dos brasileiros cada vez conhece menos.
Nossas bandeiras são muito mais do que simples panos coloridos. Têm significados e contam
histórias que nos ajudam a entender o que somos e porque somos. Um povo sem memória não
tem raízes e torna-se presa fácil dos demagogos e embusteiros.
Bandeiras que Contam Histórias ganhou formato bem maior e tornou-se muito mais
abrangente.
Em 182 páginas a duas cores e 32 em policromia, desfilam, com suas histórias:
• as bandeiras históricas que tremularam no Brasil e em Portugal (até 1822);
• os símbolos das Forças Armadas e as e as insígnias de aviões e carros de combate;
• as bandeiras e brasões de todos os estados brasileiros, em novíssimas ilustrações;
• as bandeiras de todos os países lusófonos.
Para completar, há ainda:
• uma seção sobre a Bandeira Nacional, suas proporções e o modo correto de apresentá-la.
• uma seção sobre a Heráldica, a ciência dos brasões, para ajudar a compreender melhor de onde
vieram os fundamentos norteiam a criação das bandeiras desde a Idade Média.
São centenas de ilustrações cuja preparação exigiu anos de pesquisa e trabalho intenso de
ilustração, incluindo os brasões de cada um dos estados brasileiros, redesenhados com nitidez e
correção.
Mas valeu todo este trabalho, porque descobrimos coisas incríveis. Por exemplo, você sabia...
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 112º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Crescente)
Faltam 254 dias para terminar este ano bissexto
Dia de Tiradentes, dia do Metalúrgico, dia da Latinidade e dia do Policial Civil e Militar
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS
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… que a Bandeira do Brasil foi a primeira a homenagear a mulher?
… que a Bandeira Imperial foi criada por um francês e o Brasão da República, por um alemão?
… que o Brasil pode ser chamado, com justiça, de país Templário?
… que uma bandeira nacional brasileira já tremulou com uma estrela vermelha?
… que o primeiro a segurar a primeira Bandeira Nacional Brasileira seria o maior responsável
pela consolidação territorial do Brasil?
Veja em www.artedaleitura.com
1792: Enforcamento de Tiradentes
 753 a.C. - Data tradicional da fundação de Roma por Rômulo.
 1500 - Primeira vez que o Brasil foi avistado por Europeus (viagem de Pedro Álvares Cabral). O Evento
está registrado na Carta de Pêro Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel I, primeira literatura produzida
em solo brasileiro.
 1506 - O Massacre de Lisboa, que durou três dias, termina com a morte de 2000 pessoas, lançadas em
fogueiras, acusadas por "suspeita de praticar o judaísmo".
 1791 - A primeira das quarenta pedras delimitadoras do novo Distrito de Columbia é colocado no Jones
Point Light, em Alexandria, na Virgínia.
 1792 - Enforcamento histórico de Tiradentes no Largo da Lampadosa, na cidade do Rio de Janeiro.
 1863 - Bahá'u'lláh, Profeta da Fé Bahá'í, declarou sua missão a seus companheiros em Bagdá, no
Jardim de Ridván.
 1898 - Os Estados Unidos entram em guerra contra a Espanha.
 1927 - Inauguração do Estádio de São Januário com a partida Vasco x Santos
 1960 - Inaugurada Brasília, a nova capital do Brasil.
 1971 - Vai ao ar a primeira edição do Jornal Hoje, da Rede Globo, com Léo Batista e Luís Jatobá.
 1975 - O Presidente do Vietnã do Sul, Nguyen Van Thieu, renuncia.
 1985 - Ayrton Senna, piloto brasileiro, vence a primeira de suas 41 vitórias na Fórmula 1. A vitória
aconteceu em Estoril, Portugal.
 1994 - O astrônomo polonês Aleksander Wolszczan anuncia a descoberta dos primeiros exoplanetas.
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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1777 A frota portuguesa, do comandante MacDual, nesta data, na costa catarinense, apreende a nau
espanhola “Santo Agostinho”, de 72 peças, sob o comando do capitão D. José Fachaim.
1892 Decreto nr. 132, desta data, instituiu o Hino do Estado de Santa Catarina, com música de José
Brasilício de Souza e letra de Horácio Nunes Pires.
1962 Instalação do município de Itapema, criado pela Lei nr. 814 de 28 de fevereiro de 1962.
1956 Fundação da Grande Loja de Santa Catarina
1959 Fundação da Grande Loja de Queensland, Austrália.
1971 Fundado o Grande Oriente Estadual do Distrito Federal, federado ao GOB.
1979 Fundação da Colunas do Imbé – Imbituba (GOSC)
1979 Fundação da Loja Cruzeiro do Sul – nr. 05 – de Joaçaba (GLSC)
1980 Fundação do Grande Oriente Independente da Paraíba
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
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XXIII Encontro dE Estudos E Pesquisas Maçônicas
da loja fraternidade brazileira em Florianópolis
Estimado Irmão!
Nosso XXIII ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS MAÇÔNICAS será
realizado nos dias 14 e 15 de outubro do corrente ano, no Oriente de Florianópolis,
SC. O Encontro será realizado pelo Departamento de Membros Correspondentes da
Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas, Juiz de Fora – MG.
Os trabalhos para o XXIII ENCONTRO enfocarão o tema: "A MAÇONARIA NAS
REDES SOCIAIS". Os trabalhos a serem apresentados no Encontro, serão
publicados. Portanto, eles deverão ser enviados por e-mail, ou em CD, com as
seguintes especificações: digitação em Word, papel tamanho A4, fonte Arial,
tamanho 10, com títulos no mesmo tamanho, em negrito, e os subtítulos também em
fonte 10, porém em itálico. A apresentação dos trabalhos devem ser
preferencialmente com uso de recursos de multimídia, e não devem ultrapassar o
tempo de 15 (quinze) minutos. (Os trabalhos deverão ser enviados até o dia
30/09/2016).
Na sexta-feira, dia 14, teremos a tradicional reunião do Clube do Ganso e da Grelha,
às 20:00, onde será debatido o tema "COMO DEFINIR VOCAÇÃO MAÇÔNICA".
Em breve enviaremos informações adicionais.
Esperamos que, desde agora, o Irmão reserve na sua agenda estas datas para este
encontro e já prepare o seu trabalho.
Desde já agradecemos sua atenção.
Fraternalmente,
Miguel Simão Neto
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O Ir Vidigal de Andrade Vieira* é
Psicólogo em Carangola – MG e
Membro Correspondente da
Loja Brazileira de Estudos e Pesquisas
De Juiz de Fora – MG
vvidigal@ig.com.br
Um dia nós vamos morrer...
“A intensa e maciça presença dos aplicativos e mensagens de computadores e celulares, em
especial o WhatsApp, tem produzido uma verdadeira revolução nas formas das pessoas viverem e
se relacionarem, tanto pela amplitude das pessoas alcançadas quanto pela velocidade das
informações que circulam pelas redes. Claro que, como a maioria dos veículo de circulação de
massa, nem todas as mensagens podem ser consideradas ‘adequadas’ de acordo com diversos
pontos de vista. Também, é de notório saber que muitas considerações destas mensagens são
ideológicas e/ou tendenciosas, visando a algum tipo de manipulação de segmentos pessoais ou
sociais. No entanto, desconsiderando coerentes e pertinentes críticas mais refinadas e acadêmicas,
alguns conteúdos podem ser ‘filtrados’ e adaptados para possibilitar reflexões e considerações
sobre significativas dimensões de nossa vida cotidiana. O título acima, retirado de uma charge do
Snoopy (Charles Schutz), apresenta a seguinte complementação: ‘(Charlie Brown): Um dia nós
vamos morrer... (Snoopy): Sim, mas todos os outros dias a gente vai viver!’ Cada cultura
apresenta suas maneiras singulares de viver e de morrer, implicando diretamente nas perspectivas
e percepções, individuais e coletivas, da maneira de fazer escolhas durante a Vida. Em incontáveis
literaturas, escritas e musicais, a Vida e a morte são retratadas também como uma busca de
negação, de sublimação e, até mesmo, de superação. No texto de Vera Pinheiro – Se eu morrer
amanhã – ‘Se eu morrer amanhã, não me dêem elogios que não mereço, nem flores que nunca
recebi, tampouco lembranças que não tenham. Não me tragam lágrimas que não sintam, nem
mensagens que nunca me enviaram, muito menos cartas de amor que não me deram. Não me
entreguem afagos que jamais vivi, palavras de amor que não me disseram, nem preces e amizade
que não me dedicaram. Beijos que minha boca não conheceu, prazeres de que não compartilhei.
Guardem nos corações em que não entrei. Não inventem histórias comigo, se me excluíram.
Rechaço abraços que me sonegaram. Rejeito gestos ternos que me recusaram. Dêem sorrisos ao
meu rosto pálido, cantigas alegres ao meu redor. Comam, bebam e dancem. Celebrem a minha
morte! Enquanto me divirto com o patético cerimonial de quem não compartilhou da minha
história mas alega saudade do que não viveu. A quem não experimentou a alegria de participar da
2 – Opinião - Um dia nós vamos morrer...
Vidigal de Andrade Vieira
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minha vida, não permito que chore no meu funeral. Vou rir em silêncio, enquanto minha alma
vaga e retorna ao colo da Mãe que me gerou, agradecendo a indiferença e a incompreensão. O que
fui nesta vida não se esgota com a minha partida. Eu sou e sempre serei. Permaneço na memória
dos meus afetos. E na imensidão do desafio de viver, ainda que morra. Se é que vou morrer um
dia pois, essencial e insubstituível, sou imorredoura, eterna, imortal para quem ousou me
conhecer. E, apesar disso, conseguiu me amar.’ Também, algumas mensagens que circulam pelo
WhatsApp apresentam enfoques, muitas vezes de auto-ajuda, relacionados com a possibilidade de
aquisição da Felicidade e de superação de sofrimentos e da morte. Guardadas as devidas
proporções de sua aplicabilidade no cotidiano, seguem algumas destas mensagens, nem todas com
a indicação de seus autores: ‘E que seja sempre assim... Que eu deixe só o bem que existe em
mim, que ele se multiplique e contagie a todos.’ (Jardim Secreto); ‘Tudo o que você precisa é de
Amor. Mas, um pouco de chocolate agora e depois, não faz mal.’ (Snoopy); ‘Onde quer que vá, vá
com o coração!’ (Confúcio); ‘Viver sem fingir. Escutar sem julgar. Amar sem exigir. Falar sem
ofender. (Oásis); ‘Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas
palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes.
Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus
hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos,
porque seus valores... Tornam-se seu destino.’ (Mahatma Gandhi); ‘O hábito de agradecer libera o
fluxo de receber.’ (...); ‘A rotina pode até ser a mesma, mas a semana, com certeza, é nova. Assim
aproveite bem os dias e a Vida!’ (...); ‘Conheci homens pobres. Tão pobres que nada tinham além
do dinheiro.’ (Irmã Dulce); ‘Vá firme na direção da sua meta... Porque o pensamento cria, o
desejo atrai e a fé realiza!’ (...); ‘Ser Feliz é uma responsabilidade muito grande. E, poucas
pessoas têm coragem para assumir esta atitude.’ (...); ‘Troque a cara feia, por um sorriso. O mau
humor, por amor. A tristeza, pela alegria. O ódio, pelo perdão. O orgulho por gratidão.’ (Anna L.
Ramos); ‘A Vida e o Tempo são os dois maiores professores. A Vida nos ensina a fazer bom uso
do Tempo, enquanto o tempo nos ensina o valor da Vida.’ (...); ‘Cultivar com carinho as pessoas
que gostamos faz brotar flores.’ (...); ‘As mais lindas coisas da Vida não podem se vistas, nem
tocadas, mas apenas sentidas pelo Coração.’ (...); ‘De que são feitos os dias? De pequenos desejos,
vagarosas saudades e silenciosas lembranças.’ (Cecília Meireles); ‘A Vida é como uma câmera:
foque no que é importante e capture bons momentos. Revele-se a partir dos negativos. E, se as
coisas não derem certo, tire outra foto e comece de novo.’ (...); ‘ O que fazer para viver bem e ser
Feliz? Tenha tantas coisas boas em sua Vida que não sobrará espaço para nenhum sentimento
ruim!’ (...); ‘Para o caminho eu quero luz. Para a alma, força. Para o coração, fé. Para as lutas,
esperança. Para o tempo, paciência. Para o amanhã, confiança.’ (Yla Fernandes); ‘O Amor é a
força mais sutil do mundo.’ (Mahatma Gandhi); ‘Porque a Vida é fugaz, tão veloz, tão passageira.
A gente sofre demais por bobagens, por besteiras. Tudo um dia se desfaz, queiramos nós, ou não.
Importa é viver em paz, pois quando olhamos para trás, lá se foi a Vida inteira.’ (Jenário de
Fátima); ‘Tudo aquilo que você pensa, você cria. Tudo aquilo que você sente, você atrai. E, tudo
aquilo que você acredita, se torna realidade.’ (...); ‘Desejo que você inspire paz, e expire estresse;
inspire fé, e expire preocupação; inspire coragem, e expire medo; inspire amor, e expire gratidão;
inspire positivo e expire as sensações da alma. Simples assim: apenas Ser e respirar!’. (...);
‘Realizo os meus sonhos todos os dias. Nunca deixo o sonho para amanhã’. (Guilherme Moreira);
‘Venha como você é’. (Jeans Sixty Four); ‘Você nunca andará sozinho.’ (...)”
 * Psicólogo e Filósofo; Professor Titular da UEMG/Unidade Carangola; Mestre em Psicologia Social pela UFES / ES; Doutor em Ciência
e Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ/RJ.
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IrJosé Maurício Guimarães
Venerável Mestre e fundador da Loja Maçônica de
Pesquisas “Quatuor Coronati” Pedro Campos de Miranda
jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais.
Exerço o livre pensamento e a busca constante da Verdade,
pois não tenho compromisso com o erro.
POLÍTICA E RELIGIÃO NA MAÇONARIA DO SÉCULO XXI
Não paramos para pensar, questionar ou refletir sobre a
tradicional proibição de se discutirem assuntos sobre
religião e política nas Lojas maçônicas. A razão é muito
simples: a moderna Maçonaria (1717) foi estruturada
pelos súditos da Coroa Inglesa, uma estrutura monárquica
atrelada à Igreja Anglicana.
Explicando: A Igreja da Inglaterra separou-se da Igreja
Católica Romana em 1534 por iniciativa do rei Henrique
VIII e por causa de um desentendimento dele com o papa
Clemente VII que lhe negava o pedido de anulação do seu casamento com Catarina de Aragão. O
desejo do rei por Ana Bolena e a ideia de que, variando o leito conjugal pudesse gerar filhos
varões, motivou a cisão da Inglaterra com Roma e o confisco de todas as propriedades que a Igreja
Católica possuía na Inglaterra. E o Anglicanismo, nascido da concupiscência real, impera até hoje,
como Igreja e religião oficial dos ingleses.
Foi esse o cenário onde viviam os maçons de 1717, em Londres, ao estruturarem a Maçonaria da
Grande Loja da Inglaterra quando reinava George I da Grã-Bretanha (também rei da França e da
Irlanda, Arquitesoureiro e Príncipe-Eleitor do Sacro Império Romano-Germânico, idem Duque de
Brunsvique-Luneburgo) e expoente máximo da Igreja Anglicana.
Consequentemente, James Anderson (escocês, ministro da Igreja da Escócia e pastor presbiteriano
em Londres), juntamente com Jean Théophile Désaguliers (francês e pastor anglicano) cuidaram
de redigir os cânones da moderna Maçonaria como "negócio de Estado" submisso à linhagem
religiosa oficial. O texto completo das Constituições de Anderson (das quais só se divulga um
3 – Política e Religião na Maçonaria do Século XXI
José Maurício Guimarães
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 9/36
resumo para ser entregue aos neófitos) tem, como abertura, 48 páginas onde se descreve a história
Bíblica (desde Adão) e dos reis ingleses (desde Guilherme I até John de Montague) estabelecendo
assim o caráter monárquico da nova Maçonaria e a escolha de uma vertente religiosa: a Bíblia
judaico-cristã.
Assim sendo, falar sobre religião nas novas Lojas era visto como ameaça à Igreja Anglicana;
discutir sobre política, um malefício contra a monarquia e atentado à segurança da descendência
real. Os bispos ingleses e a nobreza bateram seus carimbos sobre a nascente sociedade de
"homens livres" para que assim permanecesse tudo em paz no país das maravilhas, naquela que é
a melhor das ilhas deste que é o melhor dos mundos possíveis. A Commonwealth of Nations, além
de seu caráter imperialista, colonialista e escravagista, prosseguiu sua caminhada explorando, sob
a égide da religião oficial e dos "homens livres", o Zimbabwe, Granada, Gâmbia, Fiji, Egito,
Costa do Ouro, Córsega, Chipre, Ceilão, Canadá, Camarões, Bornéu, Birmânia, Belize, Barbados,
Bahamas, Austrália, Antígua e Barbuda, Guiana, Hong Kong, Ilhas Gilbert e Ellice, Ilhas Salomão
e Tuvalu, Índia, Jamaica, Malásia, Nigéria, Nova Guiné, Nova Zelândia, Papua, Quênia, Rodésia,
Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Singapura, Territórios Árticos,
Trindade e Tobago, etc., etc., etc.
Desse modo e por herança histórica alheia à nossa cultura, carregamos sobre os ombros, até hoje,
passados trezentos anos daquelas proibições imperialistas, o incômodo fardo de nos silenciarmos
sobre os dois maiores pilares da civilização e do pensamento humano: a Política e a Religião.
Percebam que, no parágrafo anterior, escrevi Política e Religião com iniciais maiúsculas, não me
refiro à política nanica (politicagem) nem às igrejas cujo caráter é sectário. Política com "P"
maiúsculo vem do grego "politiké" e "politeía" relativos à "pólis", ou cidade-estado, isto é: a arte
ou a ciência do governo, o estudo dos comportamentos intersubjetivos, a doutrina do Direito e da
moral e a teoria do Estado, conforme exposto na Ética de Aristóteles. A Religião (ou melhor:
Religiosidade), com "R" maiúsculo, vem do latim "religio", conjunto de crenças na garantia
supernatural de salvação ou transformação humana.
Por outro lado, a política e a religião, com "p" e "r" minúsculos, quando aplicadas à metodologia
do estudo maçônico, dizem respeito aos fuxicos e arengas dos parlamentos e igrejas, ao conluio
entre Oficiais da Ordem e politiqueiros, assim como aos ajustes maléficos das Lojas com facções
clericais e mexericos da política partidária.
A Política, em sua expressão mais nobre e filosófica, é fundamental à atividade da Maçonaria. Foi
o pensamento Político dentro das Lojas que possibilitou o surgimento de propostas para o
aperfeiçoamento das instituições democráticas, republicanas, legislativas, judiciárias, e mesmo
àquelas revolucionárias. Cito como exemplos a Maçonaria norte-americana e a Independência dos
Estados Unidos liderada por maçons, notadamente George Washington; a Maçonaria francesa sob
cuja égide se desenvolveram os ideais republicanos na Europa e no resto do mundo. A partir de
l786, no Brasil, os "rebeldes" da Inconfidência Mineira eram maçons. Apesar da execução de
Tiradentes em 21 de abril de l792, o projeto de libertação cresceu dentro das Lojas. Em 17 de
junho de l822, no Rio de Janeiro, os obreiros da Loja Comércio e Artes criaram o Grande Oriente.
Com forte poder Político, o movimento maçônico conspirou para a Independência, movimento
esse fortalecido pela presença de D. Pedro I, eleito Grão-Mestre. A abolição da escravatura, a
imprensa livre no Brasil, a Proclamação da República e tantos outros movimentos, tiveram suas
origens nas DISCUSSÕES POLÍTICAS dentro das Loja maçônicas.
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 10/36
Na mesma esteira, as verificações, investigações e exames de temas levados ao debate sobre
questões psicológicas e de Religiosidade concernentes à formação cultural do povo e para seu
benefício tiveram origem nas Lojas da Europa e dos Estados Unidos. A defesa do Estado laico
(conquista da Maçonaria) partiu da boa polêmica sobre a intervenção ou não das igrejas (religiões
institucionalizadas) na condução dos negócios do Estado.
A palavra DISCUSSÃO, do latim 'discussio,onis', tanto pode significar perturbação, abalo,
agitação, desentendimento, briga e altercação como, por outro lado, o exame, a investigação e
verificação de assuntos postos em debate. A busca constante da verdade está na boa polêmica
onde cada participante defende pontos de vista opostos.
Não precisamos temer essas discussões, pois a qualidade, a boa educação e formação intelectual
dos membros das Lojas, assim como a competência de suas diretorias é que farão a diferença
entre balbúrdia e estudo. Se ainda não alcançamos essas boas condições... é outra questão, e vale a
pena questionarmos o que estamos fazendo aqui. Somos uma Ordem Iniciática ou um clube de
amigos? Onde estão os líderes que apregoamos serem formados entre colunas?, eis a questão.
Portanto, proibir a abordagem de temas Políticos ou de Religiosidade nas Lojas é castrar a
Maçonaria de sua missão prístina: a busca da verdade e o exercício do processo civilizatório da
sociedade.
Não paramos para pensar, questionar ou refletir, ainda mais, sobre um outro aspecto: a tal
proibição sobre Política e Religião só aparece entre os monarquistas Ingleses. Nos Landmarks,
compilados por Albert Mackey (1807-1881), não existe nenhuma objeção a tais assuntos. Claro,
Albert Galatin Mackey era norte-americano, republicano de Charleston, Carolina do Sul, e não
devia favores à Grande Loja Inglesa. Acompanhou o sistema de Grandes Lojas estaduais
independentes e confederadas conforme proposto por George Washington. Daí a liberalidade dos
Landmarks que compilou. Se a questão Religiosa ou Política fosse impeditiva, Mackey teria
cuidado de elencá-la nos Landmarks; no entanto ele apenas fez uma alusão, no Landmark XXI,
ao dizer: "É indispensável a existência, no Altar, de um Livro da Lei, o livro que, conforme a
crença, se supõe conter a Verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a
Maçonaria de intervir nas peculiaridades de fé religiosa dos seus membros, esses livros podem
variar de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark que um Livro da Lei seja parte
indispensável dos utensílios de uma Loja". O texto é claro: a Maçonaria não toma parte nas
peculiaridades religiosas dos seus membros; mas também não proíbe esses assuntos.
Não podemos permanecer submetidos apenas às iniciativas de consenso público, aplaudindo e
dizendo amém. Isso seria perpetuar uniformidades de opinião ou crenças de uma minoria que
pretende controlar a Ordem. Precisamos, com urgência, apresentar PROPOSTAS (ou projetos,
como queiram) para a saída dos impasses social, político e econômico no qual o Brasil está
mergulhado.
PERGUNTO: temos propostas para uma reforma eleitoral no Brasil? temos propostas para a
reforma fiscal ou tributária? temos propostas para a reformas judiciária, partidária, ou de
segurança pública? temos propostas para uma reforma educacional, que é a mais urgente de todas?
Não, não temos.
As Lojas, confinadas num modelo velho de três séculos, desperdiçam sessões e seu precioso
tempo na escolha do refrigerante e dos salgadinhos para as festinhas do fim de ano. Aliás, é
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 11/36
exatamente isso que alguns de nossos dirigentes querem: que as Lojas continuem simplesmente a
bater malhetes, inconscientes do drama e das angústias pessoais, ignorantes a respeito de nossa
missão individual, a tal ponto de tentarem nos transformar em autômatos sem a consciência de
sabermos o porquê e a finalidade de estarmos juntos, conforme já assinalou eminente escritor
maçônico transcrito por mim em diversas ocasiões.
O Brasil é hoje um país dividido pela intolerância, pela má formação educacional, pela péssima
distribuição de renda e pelos sofismas partidários. A Maçonaria brasileira, cuja missão consiste
em combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, glorificar o Direito, a Justiça e a
Verdade promovendo o bem estar da Pátria e da humanidade, também encontra-se dividida por
questões alheias aos interesses do povo maçônico, e vocês sabem do que estou falando.
Muitos parecem ansiar por uma "posição oficial" da Maçonaria sobre o atual momento político. A
rigor, nenhum de nós, maçons individualmente, pode se arvorar nesse terreno, uma vez que só os
Grão-Mestres, após ouvirem "o povo maçônico" em suas respectivas Potências, podem emitir a
"palavra oficial" sobre este ou aquele aspecto. Ou seja: os Grão-Mestres falam pela maçonaria
praticada em suas jurisdições, após uma consulta às bases, depois de os Obreiros, através de suas
respectivas Lojas, terem se manifestado sobre o assunto submetido à avaliações plenárias.
Por que ainda não criamos fóruns, seminários e mesas-redondas setoriais e gerais para
auscultarmos nossos membros e levantarmos projetos e propostas de governo? Haveria, por acaso,
o receio de que tais assembleias e debates acabassem apontando novas propostas para a
modificação política também no âmbito da Maçonaria?
As escolas maçônicas, as Lojas de pesquisas, as academias e círculos de estudos, de onde
deveriam brotar novas diretrizes condizentes com nossa realidade, são colocados em plano
secundário dentro do protagonismo maçônico, quando não sabotados em suas atividades.
Infelizmente, o que vemos em alguns segmentos da Ordem (felizmente poucos, mas
significativos) é uma pregação aberta pela democracia, sendo que, da porta para dentro,
prevalecem regimes nitidamente autoritários.
Talvez eu não esteja dizendo nada de novo. Mas, com certeza, estou expressando o anseio de
milhares de maçons imobilizados pela inércia geral.
Por onde começar?
Pelo estudo detalhado das Instruções do três Graus Simbólicos e pela identificação minuciosa das
claras posições e ensinamentos sobre a Política e a Religiosidade no pensamento maçônico. Tais
posições tornam-se ainda mais exigentes, contundentes e específicas, nos Graus além do Mestre
Maçom; mais exigentes e contundentes nos dias de hoje, para que possamos sair às ruas e
desfilarmos nossos paramentos com CONHECIMENTO DE CAUSA.
Convido você para conhecer o meu site - http://josemauricioguimaraes.com.br/index.html
e inscrever-se nele - http://josemauricioguimaraes.com.br/participar.html
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 12/36
O Irmão João Anatalino Rodrigues
produz a “Opinião” dominical
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
jjnatal@gmail.com
TIRADENTES─
O BODE DE CORAÇÃO VALENTE
Para defender um verdadeiro amigo,
Qualquer um dará um passo á frente;
Mas se isso lhe trouxer algum perigo,
Três para trás ele dá imediatamente.
Normal é que ninguém se apresente;
A autodefesa sempre fala mais forte;
Pois só quem tem o coração valente,
Apostará nesse jogo a própria sorte.
Só mesmo um verdadeiro Tiradentes,
Pode morrer por aquilo que acredita:
A leniência é desculpa dos descrentes.
Na dura prova só o mais forte resiste:
Mas o covarde foge e o fraco claudica,
O venal se vende e o delicado desiste.
QUEM FOI TIRADENTES
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu em 12 de Novembro de 1746 na Fazenda do
Pombal, Minas Gerais, e morreu enforcado dia 21 de abril de 1792 no Rio de Janeiro. Tinha 45
anos. Seus pais eram Domingos da Silva Santos e Maria Antônia da Encarnação Xavier, pequenos
proprietários rurais.
Em 1755, após o falecimento de sua mãe, mudou-se com a família para a Vila de São José, hoje
rebatizada com seu nome. Depois da morte do pai a família ficou sem recursos e os sete filhos do
casal se dispersaram. Joaquim José foi morar com um padrinho, que era cirurgião, o qual lhe
ensinou os ofícios de pratico farmacêutico e dentista.
Evidentemente, ele não era formado em nenhuma dessas profissões, como a maioria dos
profissionais da época. A alcunha “Tiradentes” lhe veio dessa prática, pela qual ficou conhecido
em toda a região das minas. Foi na execução dessa tarefa que Joaquim José começou a perceber o
quanto o país estava sendo dilapidado pela coroa portuguesa. Praticamente todo o ouro extraído
4 – Tiradentes – O Bode de Coração Valente
João Anatalino Rodrigues
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em Minas ia parar na Metrópole, mas o governo português não devolvia absolutamente nada na
forma de serviços públicos. Era pura atividade predatória, sem nenhum comprometimento com o
povo da colônia.
Nessa época, a população mineira já havia crescido bastante e as cidades da região aurífera
haviam se tornado importantes centros populacionais. Cidades como Vila Rica (atual Ouro Preto)
Mariana, São João Del Rey, Barbacena, demonstravam a pujança da região mineira, e para as
autoridades portuguesas elas eram a mais importante economicamente.
A insatisfação da população mineira com esse estado de coisas crescia dia a dia, mobilizando
principalmente as pessoas mais importantes da região, as quais, cientes do que estava acontecendo
em outros lugares ─ América do Norte e França, especialmente, onde revoluções libertárias e
populares estavam acontecendo─ começaram a pensar em fazer o mesmo por aqui. Entre esses
estavam principalmente os profissionais liberais da região mineira, os quais, em sua maioria,
tinham estudado na Europa e estavam a par dos movimentos que deram origem á chamada Idade
Moderna.
Joaquim José não conseguiu progredir muito na carreira militar. Em 1787 havia chegado apenas
ao posto de alferes, patente correspondente ao posto de primeiro sargento na atualidade. Por isso
resolveu tentar outra profissão. Pediu licença da cavalaria em 1787 e mudou-se para o Rio de
Janeiro, onde morou cerca de um ano. Na capital federal ele tentou vender alguns projetos de
saneamento básico para o governo da cidade, especialmente a canalização de córregos e a
construção de aquedutos, especialidade em que sua habilidade de mestre em obras, exercida antes
de entrar para a milícia, era bem reconhecida. Todavia, seus projetos não foram aprovados pelas
autoridades colônias, que estavam mais interessadas em extrair recursos da colônia do que provê-
la de serviços públicos básicos.
A irresponsabilidade e o descaso com que os portugueses administravam a colônia e tratavam as
necessidades do povo brasileiro devem ter despertado em Joaquim José um desejo ardente de
mudar esse estado de coisas. Assim, depois de um ano tentando a vida no Rio, ele resolveu voltar
para Minas Gerais e retomar sua carreira na milícia. Ao mesmo tempo deu inicio á uma atividade
política, começando uma pregação em favor da autonomia da província mineira.
INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Na época já havia um grupo de eminentes cidadãos em Vila Rica e cidades da re-gião trabalhando
a ideia da emancipação da região mineira. Esse grupo era composto por indivíduos influentes em
Vila Rica, dele fazendo parte os poetas Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo,
Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, Inácio José de Alvarenga Peixoto, rico
empresário minerador. Dele também participavam vários religiosos e militares. Entre
eles destacavam-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e
Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante
dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim Silvério dos Reis.
O movimento mineiro se inspirava na Revolução Americana e tinha planos para uma insurreição,
primeiro na região mineira e depois a nível nacional. Nos planos também uma constituição
semelhante à que os americanos haviam redigido para o seu jovem país, recém liberto do jugo
inglês.
A insatisfação dos mineiros com o governo português já vinha de longa data. Por volta de 1780 as
minas da região já davam sinais de esgotamento e as pessoas bem informadas da colônia sabiam
que as autoridades da metrópole simplesmente abandonariam as províncias mineiras á sua própria
sorte quando o ouro se esgotasse. As receitas provinciais estavam caindo vertiginosamente, e isso
desagradava a corte em Lisboa. Em face disso a coroa portuguesa impunha cada vez mais um
regime de tirania submetendo o povo brasileiro um regime tributário escorchante e injusto.
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Um desses odiados tributos era o chamado “quinto”, que obrigava a Província de Minas Gerais a
pagar anualmente um quinto do ouro extraído na colônia; além disso, foi acrescida a obrigação de
recolher anualmente cem arrobas de prata à coroa, independente de haver extração ou não. Face á
queda da atividade mineradora, que já se observava em fins do século XVIII, os mineiros não
conseguiam cumprir esse compromisso. Foi em razão dessa inadimplência que o governo
português decretou a chamada Derrama, ação de cobrança compulsória que deveria ser executada,
sem aviso, em determinado dia, a ser definido pelo Governador. Nesse dia, soldados do
Governador das Minas Gerais, o Conde de Barbacena, varejariam todas as propriedades da região
para efetuar a cobrança forçada. Os que não pagassem seriam presos e teriam suas propriedades
confiscadas.
Nessa altura a conspiração dos mineiros já havia se tornado um plano. Planejaram a insurreição
para o dia da Derrama. Nascia então a chamada Inconfidência Mineira, que recebeu esse nome
justamente pelo fato de que essa ação deveria ser conversada em segredo, mas não o foi. O plano
era sair às ruas de Vila Rica, a principal cidade da região, e proclamar à República, sublevando a
população, ocupando o Palácio do Governador e as principais repartições públicas. Após o
sucesso em Vila Rica, as ações seriam estendidas para as demais cidades mineiras, e logo,
pensavam os conspiradores, ela se tornaria uma revolução nacional.
Todavia, entre os conspiradores havia algumas pessoas que resolveram aproveitar a oportunidade
para barganhar com o governo português o perdão de suas dívidas. Entre eles o coronel Joaquim
Silvério dos Reis, o tenente-coronel Basílio de Brito Malheiro e Inácio Correia de Pamplona,
minerador luso-açoriano que tinha aderido ao grupo nos últimos dias. Esses traidores delataram ao
Visconde de Barbacena o complô dos mineiros.
A Derrama estava programada para o dia 15 de março de 1789. Mas um dia antes, 14 de março, o
Visconde de Barbacena, informado pelos delatores de que haveria muita resistência à ação, e que
daí poderia uma sublevação cujas consequências eram impossíveis de prever, havia suspendido a
operação. Isso esvaziou o movimento e obrigou os inconfidentes a abandonar, momentaneamente,
o plano.
O fato foi comunicado ao Vice-Rei, que ordenou imediatamente a abertura de uma investigação.
Essa operação, chamada Devassa, se transformou em um volumoso processo, que agora pode ser
lido na íntegra na Internet. Todos os conspiradores foram imediatamente presos e interrogados.
Joaquim José, que estava no Rio de Janeiro, provavelmente buscando apoio para a insurreição, foi
preso em 10 de maio de 1789.
O PROCESSO
No processo que foi movido contra os conspiradores (erroneamente chamado de inconfidentes,
pois inconfidentes foram os traidores), consta que eles pretendiam estabelecer um governo
republicano autônomo, redigir uma constituição semelhante áquela que os americanos estavam
adotando e impulsionar uma economia moderna, montando fábricas de tecidos, munições e outras
manufaturas. Queriam também fundar uma universidade em Vila Rica e transformar a cidade de
São João Del-Rei na capital da novel república. O primeiro presidente seria Tomás Antônio
Gonzaga, que governaria por um período de 3 anos, após o que se promoveriam eleições diretas
para o cargo. Na república dos insurgentes mineiros não deveria haver um exército, mas toda a
população seria autorizada a possuir armas, e teria treinamento para formar uma milícia quando
fosse preciso. Em principio, a ideia era lutar para obter a autonomia somente da província das
Minas Gerais. O restante do país deveria promover seus próprios movimentos, os quais seriam
apoiados pelos mineiros. Não se cogitava também, em princípio, em dar liberdade aos escravos,
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mas aqueles nascidos no Brasil poderiam ter sua liberdade concedida, principalmente se aderissem
ao movimento e lutassem por ele.
Consta das atas do processo que todos os conspiradores, com excessão de Joaquim José, negaram
a sua participação no movimento. Ele não só confessou, mas também assumiu a responsabilidade
pela liderança da conspiração, minorando a participação dos seus companheiros. Não se sabe por
que ele assumiu essa postura. Provavelmente o fez por questões pessoais, já que ele foi pintado
por algumas testemunhas como sendo uma pessoa vaidosa, que buscava promoção pessoal a
qualquer custo. Ao assumir a liderança da insurreição, Joaquim José estaria de olho na História.
Durante os três anos de instrução do processo, os conspiradores permaneceram presos. Alguns
deles, cuja participação foi comprovada, foram condenados à morte; outros, sobre os quais
pairavam dúvidas, foram condenados ao degredo. Mas por decisão de D. Maria I, regente de
Portugal na época, algumas horas antes da execução da sentença de morte, todas foram alteradas
para degredo. A única sentença de morte que foi mantida foi a de Joaquim José.
Tiradentes foi enforcado numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, em um pa-tíbulo erguido no
Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro. Consta que a prolação da sentença era tão longa que o
meirinho levou dezoito horas para lê-la por inteiro, como era praxe na época.
Após a execução seu corpo foi esquartejado. A cabeça foi pendurada em um poste em Vila Rica e
os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo,(estrada real que ligava o
Rio às Minas Gerais). Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul),
Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), são
lugares onde, segundo consta do processo, ele fizera seus discursos sediciosos. Nesses lugares,
partes do seu corpo ficaram expostas para mostrar ao povo da colônia como o governo português
tratava os seus opositores. A casa onde morava Tiradentes foi arrasada e o chão salgado, para que
nada ali mais nascesse.
O MITO
Historicamente, o personagem Joaquim José da Silva Xavier, chamado Tiradentes, só começou a
ter alguma importância depois da proclamação da República. Essa falta de notoriedade deve-se ao
fato de que durante o período monárquico, sendo o trono ocupado por uma família portuguesa, os
movimentos libertários de inspiração republicana eram propositalmente mantidos na obscuridade.
Assim, nenhuma referência á insurreição mineira era permitida na mídia da época nem nos livros
escolares.
Todavia, com a proclamação da República, seus inspiradores, todos de orientação positivista,
começaram um trabalho de recomposição da memória nacional e estavam em busca de figuras
heroicas que encarnassem o ideal republicano. Encontraram na figura de Tiradentes o personagem
ideal, dai a mitificação da sua biografia, fazendo dele o herói nacional. A sua representação visual,
de barba e camisolão, à beira do cadafalso, foi pintada com o propósito de apresentá-lo como um
Jesus Cristo brasileiro, ou seja, o mártir da nossa independência. Na verdade, ele jamais poderia se
apresentar assim na hora da sua execução, já que, na época era obrigatório que os presos tivessem
a barba e a cabeça raspadas para evitar a proliferação de piolhos.
Tiradentes foi o único executado nessa conspiração, provavelmente pelo fato de ser talvez o mais
humilde dos lideres dessa revolta e o único que, de fato, confessou ter tomado parte nela e até
assumido a liderança. Os demais conspiradores eram figuras proeminentes na colônia e tiveram
bons advogados, além do que, persistiram na sua inocência durante toda a fase do processo. A
coroa precisava deles em outras funções, razão pela qual suas vidas foram poupadas. De uma
forma geral a maioria deles foi reabilitada. O poeta Tomas Antônio Gonzaga, por exemplo,
terminou sua vida em Moçambique prestando relevantes serviços á coroa portuguesa.
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O QUE TERIA ACONTECIDO SE ...
O que teria acontecido se a conjuração mineira não fosse atropelada e desmantelada pela delação
premida de Joaquim Silvério dos Reis e seus amigos é um exercício de imaginação que pode ser
bastante atraente. Especialmente após quase dois séculos de independência e ver que quase nada
mudou em nosso país em termos de tradição e pensamento politico, econômico e social. Mudamos
o nosso status de colônia subjugada por outro de colônia independente, mas nossas tradições,
nesse sentido, continuam tão atrasadas quanto o eram no tempo de Tiradentes.
Especialmente em termos de Direito. Lendo o processo que foi movido contra os conjurados
mineiros não conseguimos ver muita diferença entre o que se fazia na época de Tiradentes e o que
acontece hoje, quando se trata de julgar políticos ou pessoas, de alguma forma, consideradas
importantes. Elas sempre escapam do castigo, enquanto os pobres coitados que se envolvem
nesses casos geralmente acabam como bodes do sacrifício. Ainda que seja um bode que se
prontificou a ir para o sacrifício, por conta própria como parece ter sido o nosso glorioso Joaquim
José da Silva Xavier. Um bode de coração valente.
Nesta semana, em que se comemora o aniversário do malogrado levante de Vila Rica, não custa
recordar o exemplo de Tiradentes, e perguntar: o que fizemos para merecer o sacrifício do
Joaquim?
TIRADENTES ERA MAÇOM?
Sempre se especulou se Tiradentes e os demais conjurados mineiros eram maçons. A bem da
verdade não há qualquer prova dessa circunstância. Nem se levantou, em Vila Rica ou em
qualquer outra cidade mineira a existência de Lojas maçônicas na época. Na verdade, o
movimento maçônico não era uma coisa muito bem vista pelas autoridades portuguesas da época.
Não havia muito tempo que o Marques de Pombal colocara na clandestinidade todas as
associações desse tipo, inclusive a Maçonaria e a Companhia de Jesus, por considerá-las
subversivas. Certamente o governo português não permitiria o livre exercício dessa atividade nas
colônias, o que afasta a possibilidade de que os chamados inconfidentes pudessem ser iniciados.
Isso não quer dizer que não professassem o ideal maçônico, ou que desconhecessem o movimento.
Afinal, a maioria dos conjurados e os simpatizantes de uma separação da colônia eram
funcionários e estudantes que viviam, ou tinham vivido na Europa e conheciam os ideais
libertários que inspiraram a Revolução francesa e a Guerra de libertação das colônias americanas.
E em ambos os movimentos os maçons exerceram papéis de fundamental importância. Pode-se
dizer que a república americana é obra de maçons e se ela servia de modelo para os inconfidentes
não é impossível que uma relação dessa ordem possa ter existido. Consta, inclusive que um dos
conspiradores mineiros, o bacharel Alvares Maciel, chegou a entrevistar-se com o embaixador
americano, o maçom Benjamin Franklin, buscando apoio para a revolução.
Fossem ou não irmãos, o que fica é o exemplo. O sacrifício de Joaquim José, a defesa de um ideal
de liberdade, igualdade e fraternidade, que é a divisa adotada pela Maçonaria. Nestes momentos
em que o país mergulha em uma crise ética onde esses valores foram esquecidos, é mais que
importante se lembrar desses nossos antecessores e reviver o seu exemplo.
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Irmão José Anselmo Cícero de Sá (33º. REAA)
VM da Loja Estrela da Distinção Maçônica Brasil nr. 953 (GOB/GOERJ)
Academia de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro
Cadeira nr. 29 - Patrono: Quintino Bocaiuva –
AO ENCONTRO DO “MELHOR”
“Pedi e se vos dará, buscai e achareis, batei à porta se vos abrirá”;
Porque todo aquele que pede recebe; quem procura acha, e se abrirá àquele que
bate à porta “... mas Deus lhe deu, a mais do que ao animal, o desejo incessante
do melhor, e é este desejo do melhor que o impele à procura dos meios de
melhorar sua posição”
(Mateus, Cap.XXV - ESE.)
SÓCRATES, filósofo grego (470–399 a.C.), nos legou a seguinte mensagem: “Ninguém que
saiba ou acredite que haja coisas melhores do que as que fazem, ou que estão ao seu alcance
continua a fazê-las, quando conhece a possibilidade de outras coisas melhores”. Quando o ser
humano age erroneamente, é porque opta pelo que lhe “pareça o melhor”, conforme a sua óptica,
isto porque o seu comportamento está alicerçado em sua própria maneira de perceber a vida. A
compreensão do “melhor” depende do desenvolvimento do raciocínio lógico de cada um para
cada situação, e se manifesta na criatura através de uma seqüência progressiva, onde se leva em
conta a maturidade espiritual adquirida em experiências evolutivas através dos tempos.
Todos nós acumulamos informações, instruções, noções em muitos aspectos através das
nossas vidas. A princípio passamos a vivenciá-los superficialmente, porém, aos poucos, vamos
analisando-os entre processo de reelaboração, para depois passar a integrá-los em definitivo em
nós mesmos, isto é, incorporá-los completamente.
Em “praticar o nosso melhor’ está contido o quanto de amadurecimento conseguimos
recolher nas experiências da vida e também como usamos e inter-relacionamos essas mesmas
experiências quando deparamos com fatos e situações no decorrer dos nossos caminhos. Sempre
optamos de acordo com a nossa “gradação evolutiva”, isto porque, somos agora o que de
“melhor” poderíamos ser, já que estamos fazendo conforme nossas possibilidades de
interpretação, junto aos outros e perante a vida. Podemos dizer que será considerado o “nosso
melhor’ o que sentimos em profundidade ou experimentando vivenciando e não o que lemos,
escutamos o que nos ensinam, ou mesmo o que os outros tentam nos mostrar, isto porque, estar na
“cabeça” não é o mesmo que estar na “alma inteira”.
5 – Ao encontro do “melhor”
José Anselmo Cícero de Sá
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Há ocasiões em que julgamos um ato praticado por uma pessoa como sendo negativo,
todavia para entendermos o que motivou a agir daquela forma e o porquê do seu padrão
comportamental, mister se faz atingirmos o âmago desta pessoa e observarmos, dentre outras
coisas, como ela foi educada, quais foram os valores que recebeu na infância, e o meio social em
que cresceu.
É evidente que o nosso “melhor” de hoje possa vir a sofrer profundas alterações amanhã,
isto porque a própria evolução é um processo que nos incita sempre ao “melhor”, pois é propósito
do Universo nos fazer progredir cada vez mais para nos aproximar da sabedoria plena. A natureza
humana tende sempre a compensar as suas faltas e insuficiências. Cientificamente consta que todo
organismo está buscando se atualizar, ou suprir, pois quando gasta energia a necessidade de
recompor esta carência energética, expressando-se em algumas ocasiões com as sensações de fome
e de sede.
Podemos observar que esta força que busca nos melhorar, ou mesmo nos contrabalancear, é
como se fosse uma “alavanca poderosa” que tende sempre a nos atualizar, mantendo-nos no
melhor equilíbrio possível. Assim quando, por exemplo, um pulmão deixa de funcionar, o outro
pulmão faz a função de ambos, podendo isto também pode ocorrer com o nosso rim. Em outros
casos, essa força interna tenta reparar os deficientes visuais e auditivos, compensando-os com
maior percepção, sensibilidade e tato. Por outro lado, estruturas ósseas fraturadas se recompõem e
se solidificam mais fortemente no local exato onde houve a lesão.
Por outro lado, observamos que o nosso sistema imunológico, que é essa mesma força de
ação, exerce grande influência sobre o organismo para mantê-lo no seu melhor desempenho,
conservando a própria subsistência orgânica através de mecanismos de autodefesa, com que
elimina todos e quaisquer elementos estranhos que possam vir comprometê-lo.
Também sob o aspecto psicológico, esse fenômeno ocorre para que todos nós possamos
nos ajustar diante da vida, de acordo com o nosso “melhor”. Ninguém consegue agir de modo
diferente do que assimilou como certo ou favorável, porque todo o nosso propósito é
fundamentalmente bom com o nosso “melhor”. A intenção dos seres humanos se baseia no
conjunto de bens morais e intelectuais de capacidades e habilidades próprias, porém os meios de
execução pelos quais eles atuam são sempre questionáveis, pois outros indivíduos, nas mesmas
situações, tomaram medidas diferentes, baseadas no seu “estágio evolutivo”.
Ainda discorrendo sobre esta questão, é imprescindível dizer que, quanto está fazendo o
nosso “melhor”, agimos de acordo com o que sabemos neste exato momento e, dessa forma, a
“Providência Divina” estará nos protegendo. Todavia, quando propositadamente não
correspondemos com atos e atitudes ao nosso grau de justiça e conhecimento, passamos a não mais
receber “condescendência espiritual” visto que transgredimos os limites das leis naturais que nos
amparam e sustentam.
O Apóstolo PEDRO escreveu que: “Deus julga a cada um de acordo com suas obras”.
Tal frase pode ser interpretada como a certeza de sermos avaliados pelo “Poder Divino” segundo
nossa capacidade de escolha, isto é, levando-se em conta nosso conjunto de funções mentais e
espirituais, bem como nossa aptidão racional de fazer, de decidir, analisar e tomar direções. As
nossas “obras” as quais são enunciadas pelo Apostolo Pedro no texto Evangélico, não são
edifícios de alvenaria, perecíveis e passageiros, mas sim as nossas construções íntimas – o “maior
potencial” que já conquistamos ou conseguimos atingir, em todos os sentidos da nossa vida.
Isto equivale a dizer que encontraremos no nosso “MELHOR” sempre o ponto chave na
apreciação e no cálculo da “Contabilidade Divina”, ao registrar se “obteremos o que pedimos”
,”se acharemos o que buscamos” e se “as portas se abrirão ou se fecharão para nós” .
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Ir. Pedro Juk, articulista do JB News,
É da Loja Estrela de Morretes, 3159 –
Morretes – PR
ALFERES JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER
TIRADENTES – MÁRTIR DA INDEPENDÊNCIA
É sempre importante lembrar que na nossa História seguramente episódios de caráter
pacifista, idealista e mesmo revolucionário muitas vezes foram arquitetados e amadurecidos por
aqueles que adquiriram conhecimentos hauridos dos ideais maçônicos. Desta forma não se pode
ignorar ou querer dissociar a influência da MAÇONARIA na evolução do contexto social,
histórico e político do Brasil e dentre estes o episódio conhecido como a Conjuração Mineira do
qual foi comparte o Alferes Joaquim José da silva Xavier.
Nesta iniciativa de promover a lembrança da conduta do mártir e herói Tiradentes e pela
magnitude de nossa Pátria, ousamos identificar que a própria História do Brasil, seus heróis e os
seus episódios foram condenados a um mórbido desterro injustificável, pois muitas vezes pela
desídia ou negligência das autoridades constituídas, nosso povo e, infelizmente, a nossa
juventude, palmilha um caminho de ignorância do passado, vivendo apenas o presente sem
qualquer preocupação com o futuro.
Citando Brecht, “Infeliz o povo que precisa de heróis. Mais infeliz ainda é o povo que
esquece os seus heróis”. É oportuno neste momento lembrar que também é infeliz a nação que
esquece o seu passado, ignorando a sua História, os seus costumes e as suas tradições, pois
certamente esta forma de agir comprometerá a construção do presente, assim como qualquer
projeto para o futuro.
OS ACONTECIMENTOS DA CONJURAÇÃO E O BRASIL DO SÉCULO XVIII
O domínio rígido da Metrópole Portuguesa controlava a economia colonial brasileira
por meio de um sistema monopolista, usualmente aplicado naquela época de acordo com o
contexto do capitalismo comercial então em vigor, fazendo com que a economia do Brasil-
Colônia viesse a completar o sistema econômico português exportando com exclusividade para
6 – Alferes José Joaquim da Silva Xavier
Pedro Juk
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Portugal matérias-primas e gêneros tropicais, enquanto importava produtos manufaturados.
Resumindo: O Brasil nada podia produzir em detrimento a qualquer concorrência com a
Metrópole Portuguesa. A exceção da produção açucareira, o algodão, o couro do gado abatido, as
folhas de tabaco, nada poderia ser manufaturado no Brasil, fato que levou à época uma relação de
exclusividade denominada “Pacto Colonial” que a bem da verdade travava o desenvolvimento
econômico da Colônia, não só pelo abuso dos monopólios, mas, sobretudo o rigor fiscal da
Metrópole que buscava uma solução à crise financeira que se instalara em Portugal no decorrer do
Século XVIII pelo fato de que a Coroa Portuguesa não possuía um lastro de capital suficiente para
concorrer com o processo de industrialização, já em franco desenvolvimento na Inglaterra.
Nesse sentido, incapaz de implantar o “Capitalismo Comercial” em oposição ao
“Capitalismo Industrial”, Portugal continuava ligado ao mercantilismo e por conseqüência ao
regime absolutista.
Em meados do Século XVIII na Capitania das Minas Gerais a mineração – grande fonte
que sustentava a Metrópole – já se encontrava em franca decadência, tornando-se, portanto, um
alvo da voracidade fiscal e tributária de Portugal.
É oportuno lembrar que a aversão do povo brasileiro ao colonizador português e o rigor
do fisco imposto pela Corte já se manifestava nas primeiras décadas do Século em questão por
movimentos rebeldes de caráter nativista a exemplo da Guerra dos Mascates, em Pernambuco
(1.710) e a insurreição de Vila Rica produzida por Filipe dos Santos em 1.720.
As absurdas exigências ditadas no Alvará Real de janeiro de 1.785 em prejuízo aos
brasileiros despertavam mais uma vez a idéia de Independência, principalmente na Capitania das
Minas Gerais.
Dentre outras, o Alvará Real determinava a proibição do uso das estradas do interior
para o litoral visando evitar o contrabando e o extravio do ouro; A proibição da entrada de livros
estrangeiros visando à propagação de ideais liberais no território
brasileiro e a DERRAMA, destinada a cobrança de impostos atrasados
devidos pelos mineiros à Coroa Portuguesa.
Embora o esgotamento do fastígio do ouro, a ambição
desmedida do fisco ignorava o quadro e onerava cada vez mais com
pesados tributos tornando a situação praticamente insustentável à
população da Capitania das Minas Gerais.
Estando o Brasil fechado para outras nações do mundo, tanto
no aspecto comercial por força dos monopólios, bem como no campo
cultural, pois até mesmo os livros estavam proibidos, julgava Portugal
que nos rincões brasileiros não soariam os acordes de liberdade que
ameaçavam as monarquias absolutistas européias, abaladas pelos
filósofos iluministas franceses como RUSSEAU, VOLTAIRE E
MONTESQUIEU, cujas idéias falavam de liberdade, igualdade e
fraternidade.
Estes ideais tomavam força e vigor pelo exemplo da independência dos Estados Unidos
da América alcançada em 1.776, não tardando a encantar a juventude intelectual, sonhadora e
visionária que nas Minas Gerais e, mais precisamente em Vila Rica, decidia-se em conquistar a
liberdade do Brasil do jugo da Coroa Portuguesa.
Os primeiros passos para esse movimento libertário foram dados na distante Europa,
quando o entusiasmo de brasileiros, filhos de famílias abastadas estudavam nas Universidades
européias de Coimbra, Montpellier e Bordeaux, justamente nos calor das idéias liberais que mais
tarde inflamariam a Revolução Francesa.
Há que se destacarem os maçons iniciados nas terras européias como José Joaquim
Maia e Barbalho e José Álvares Maciel, cujo entusiasmo pela causa levou a José Joaquim da Maia
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a se encontrar com Thomaz Jefferson, o redator da declaração da Independência dos Estados
Unidos e na época, embaixador na França. Em Nimes, Maia não titubeou a pedir apoio dos
Estados Unidos para os planos de um Brasil Independente.
José Joaquim Maia e Barbalho viria a falecer em Portugal quando se preparava para
regressar ao Brasil. Entretanto, seus companheiros José Álvares Maciel e Domingos Vidal
Barbosa de regresso ao Brasil viriam a se instalar em Vila Rica e a partir de 1.788 passavam a
arrebanhar adeptos no sentido de impulsionar a idéia de um Brasil independente.
Das idéias liberais trazidas da Europa pelos estudantes brasileiros, a voracidade do fisco
português e o temor pela cobrança dos impostos atrasados, reuniram às sombras dos princípios de
liberdade, igualdade e fraternidade, homens cujo objetivo era a conquista da Independência do
Brasil.
É dentre este grupo que surge a figura do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, alcunha
de Tiradentes que viria a se constituir mais tarde como figura principal e Mártir da Independência.
A CONJURAÇÃO.
As reuniões de objetivo libertário eram realizadas de forma alternada nas casas de
Cláudio Manoel da Costa e do Ten. Cel. Freire de Andrade, todavia nem sempre cautelosas
levando-se em conta a conspiração e os assuntos revolucionários. Devaneadores de um Brasil
independente, os bravos conjurados de forma até utópica, anteviam um Brasil como República
Democrática, sem escravos, onde haveria escolas e universidades para o povo, justiça tributária,
incentivo para instalação de indústrias, etc. Seria também concedida uma anistia fiscal, a
mineração e o comércio seriam livres e a capital seria transferida para São João Del Rey.
Dentre outros planos dos visionários conjurados, estes tinham convicção do apoio
popular, não se preocupando em preparar o povo para a rebelião. Para os conjurados, pois estes
eram reconhecidamente influenciados pela independência dos Estados Unidos da América do
Norte, o povo daria incontestável apoio tal qual ocorrera no continente norte-americano, onde os
colonos americanos pela criação de impostos sobre o chá, vidro, etc., rebelaram-se em busca da
independência que foi alcançada. A DERRAMA, aqui no Brasil seria suficiente para provocar
reação popular nas Minas Gerais. Neste sentido, os conjurados decidiram que a revolução
romperia quando fosse lançada a DERRAMA.
Talvez pela ação conspiratória um tanto quanto visionária e o ato covarde de Joaquim
Silvério dos Reis – integrante do grupo dos conjurados – denunciando a conjura ao governador da
Capitania, Visconde de Barbacena, levou ao malogro o projeto libertário do Brasil, sepultando os
anseios daqueles conjurados.
Com o ato traiçoeiro, é então suspendida a DERRAMA e ordenada à prisão dos
Conjurados residentes em Vila Rica e em outras localidades da Capitania, sendo comunicado ao
vice-rei D. Luiz de Vasconcelos o movimento conspiratório quando então fora ordenada a prisão
de TIRADENTES que se encontrava em atividade conspiratória no Rio de Janeiro.
Inicia-se então – em 1.789 – um longo e penoso procedimento investigatório
denominado de Autos da Devassa que durariam três anos, submetendo os conjurados a exaustivos
interrogatórios, seguidos de violência e invasão de domicílio em busca de provas e materiais
documentais que pudessem comprometer os conjurados.
Ao longo deste período inquisitorial, surpreendentemente muitos dos conjurados
mostraram uma fraqueza de caráter, acusando-se mutuamente no sentido de dar provas de
arrependimento, o que acarretaria em um turbilhão de acusações a Tiradentes. Entretanto, para
toda regra existe uma exceção, o comportamento do Alferes Joaquim José da Silva Xavier durante
todo o período interrogatório foi o de nunca ter acusado os companheiros, nem mesmo
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 22/36
demonstrando arrependimento e fraqueza de caráter, pautando-se firme na convicção do propósito
de libertar o Brasil de Portugal.
Disse o alferes: “Se mil vidas tivesse, mil vidas daria”. Estas palavras encontram-se
registradas nos Autos da Devassa e são prova inconteste do seu firme propósito em lutar e morrer
pela soberania da Pátria Brasileira.
Concluída a “Devassa”, no dia 18 de abril de 1.792 exarou-se a sentença que no dia
seguinte era lida aos conjurados, donde onze foram condenados à morte na forca, cinco
condenados ao degredo perpétuo e os demais ao degredo temporário. Entretanto no dia 20 de abril
daquele ano nova sentença era lida, comutando a pena de morte pelo degredo perpétuo para dez
conjurados, mantendo-a apenas para Tiradentes, cuja sentença determinava por ser “o único que
se fez indigno da real piedade”.
Na manhã de sábado, 21 de abril de 1.792, na forca levantada no Campo de São
Domingos, ou Larga da Lâmpadosa, consumava-se o martírio de TIRADENTES.
A SAGA DE TIRADENTES.
Joaquim José da Silva Xavier nasceu a 12 de
novembro de 1.746 na Fazenda do Pombal, Freguesia de
Santa Rita do Rio Abaixo, em Minas Gerais, de pai português
e de mãe brasileira.
Cedo aprendeu com o seu padrinho, Sebastião
Pereira Leitão, o ofício de dentista prático, no qual se tornou
perito e que lhe rendeu a alcunha de “Tiradentes”. Aos 25
anos começa a realizar viagens com fins comerciais e
profissionais entre Minas Novas e o Rio de Janeiro, as quais
durariam aproximadamente cinco anos. Aos vinte e nove anos assenta praça na cavalaria da
Companhia dos Dragões de Vila Rica com o posto de alferes. Alferes (do árabe: al-
farc=cavaleiro) é um antigo posto do exército brasileiro correspondente ao atual segundo-tenente.
De perfil muito expansivo e falante, tornou-se bastante conhecido entre Vila Rica e o
Rio de Janeiro, nas estalagens, nas fazendas, nas casas comerciais e nos destacamentos militares.
Em 1781, comandava o posto de vigilância no caminho do Rio, com a missão de reprimir o
contrabando na serra da Mantiqueira. Dedicou-se também a construção de estradas, como a
ligação de Sete Lagoas a Paracatu e o melhoramento de variante do Caminho Novo do Rio de
Janeiro. Interessou-se pela descoberta de novas lavras e teve uma fracassada experiência agrícola.
Nunca se casou, porém teve uma filha de nome Joaquina, de sua ligação com Antonia
Maria do Espírito Santo.
Em face as suas permanentes movimentações, fizeram-no, além de conhecido, estimado,
ainda mais em consideração ao seu temperamento simpático e expansivo, à sua língua solta e à
sua personalidade pitoresca. Sendo recebido em todos os meios, logo iria se associar àqueles que
se queixavam da opressão fiscal, dos impostos extorsivos, dos peculatos, da corrupção e dos
desmandos das autoridades.
O ano de 1.788 marcou seus decisivos contatos no Rio de Janeiro com homens que
iriam marcar a sua vida e a sua atuação daí em diante. Em março ele se aproxima do padre Rolim
que era acusado de contrabando e expulso das Minas Gerais. A 23 de julho ocorre o famoso e
importante encontro dele com José Álvares Maciel que acabara de retornar da Europa. Este lhe dá
conta da correspondência entre José Joaquim Maia e Barbalhos e Thomas Jefferson. Deste
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 23/36
encontro Maia entrega a Tiradentes um exemplar do “Recueil”, coletânea dos princípios políticos
básicos do sistema constitucional norte-americano.
A partir daí, ele começou sua pregação, participando de conventículos e da importante
reunião dos principais ativistas do movimento, em 26 de dezembro de 1.788, na casa de Freire de
Andrade, para formalizar os planos de um levante armado contra a Coroa portuguesa.
Essa pregação do alferes, todavia, ao invés de se limitar ao segredo de recintos
fechados, como convém a revoltosos, acabou atingindo reuniões em locais públicos, nas ruas, nas
praças, nos quartéis, nas tabernas, ou seja, em qualquer lugar em que pudessem existir ouvintes
que poderiam aderir ao movimento. Suas fala sobre corrupção dos governadores, a exploração da
colônia pela metrópole, as riquezas da Capitania e a perfeição do regime republicano, que faria
emergir essas riquezas em benefício dos brasileiros, passavam de boca a boca e iam
comprometendo o futuro da revolta que, evidentemente, teria que ser absolutamente secreta para
ter êxito.
Era um entusiasta que expunha suas idéias com fervor e que ia articulando os planos
para o movimento, garantindo a todos que o levante seria apoiado por gente do Rio de Janeiro, do
Pará, da Bahia, de Pernambuco e até da França, que haveria de mandar naus de Bordéus. Graças a
isto, muitos dos seus companheiros o consideravam um visionário.
Quando parecia delineado o movimento, o Tiradentes volta ao Rio de Janeiro, a 11 de
março, depois de ter recebido licença no dia 10. A 14 do mesmo mês é suspensa a Derrama –
conforme carta enviada por Barbacena à Câmara de Vila Rica – e no dia seguinte, dia 15, o delator
do movimento Silvério dos Reis, apresentava verbalmente a sua denúncia, conforme atestado do
visconde de Barbacena, incluindo no Vol. I dos Autos da Devassa.
Denunciado o motim, ou o que restava dele, o Tiradentes passou a ser vigiado no Rio de
Janeiro, sendo preso no dia 10 de maio, três dias depois de instalada a Devassa do Rio de Janeiro.
Encarcerado na ilha das Cobras passou por vários interrogatórios entre 1789 e 1791. Em 18 de
janeiro de 1790 ele confessa ter sido cabeça do motim, justificando o fato de nada ter dito antes
por não querer perder ninguém, mas que, diante das evidências contra ele apresentadas, reconhece
que tramou tudo, sem que sofresse a influência de ninguém.
O espetáculo desta tragicomédia chegaria ao fim com o enforcamento do Alferes
Joaquim José na manhã de 21 de abril de 1.792, ao redor das 11 horas, numa ensolarada manhã de
sábado. Morria o homem que sonhou com a liberdade do Brasil, nascendo concomitantemente o
mito que estimularia a Independência de 1.822.
Cita Calógeras, “antes mesmo de nascer, a Inconfidência tinha morrido. Resumiam-se
em planos, projetos e conferências vagas. Nada fora feito para transformá-la em realidade. Sua
importância, entretanto, manifestou-se com o decorrer do tempo, não em execução, mas como
sintoma. Dera a medida da opinião pública, índice de hostilidade generalizada contra a
administração lusitana e seus métodos. Nela despontava a Independência”.
CONCLUSÃO.
Antes mesmo de nascer esse movimento sedicioso de Vila Rica tinha morrido. Talvez
lhe tenha faltado consistência ideológica, não sendo fácil a abordagem desta questão, pois tão
escassas e vagas são as idéias que transparecem nos registros que também eram raros.
Tiradentes, proclamado herói nacional quando foi implantada a república, e patrono
do Brasil em época mais recente, merece na realidade estas honrarias póstumas, pois foi um
entusiasta de uma causa de que outros se aproveitavam, assumiu todos os riscos, com o
estoicismo dos predestinados e enfrentou a morte com a serenidade e a dignidade que os demais
conjurados não souberam manter nos momentos mais cruciais.
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 24/36
Graças ao fato de ter sido levado ao degrau mais alto do altar da Pátria como mártir
da liberdade, a sua figura sempre seduziu a todas as camadas sociais e a todos os pesquisadores
da História nacional.
Neste momento de homenagem ao mártir da liberdade da nossa Pátria, é oportuno
uma reflexão sobre os dias atuais tão conturbados e abarrotados de péssimos exemplos por
parte de alguns partícipes de segmentos da política nacional.
Ao lembrarmos Tiradentes e o seu calvário na forca tendo o seu corpo esquartejado e
espalhado a servir de um tétrico exemplo, tão grave quanto esta execução sumária é o exemplo
deixado por aqueles que eleitos para representar os anseios do povo brasileiro, trocam este
objetivo por atos de corrupção e enriquecimento ilícito, roubando a nação e se escondendo
sobre o manto secreto do corporativismo onde acertos e acordos tomam o lugar da justiça e da
equidade.
Se o mártir fora sacrificado por lutar por justos ideais, quando a Derrama extorquia os
brasileiros com impostos descomunais, o que se poderia dizer atualmente com a pesada carga
de impostos auferidos pelos poderes constituídos, sacrificando uma nação cansada de lutar pelo
seu engrandecimento, mas sem a devida recompensa.
Num afã de neologismos criam-se adjetivos para qualificar as vias da corrupção.
Propinodudos, valeriodutos, mensalão são adágios do dia a dia de uma nação que tem um povo
simples, humilde e trabalhador, entretanto, extorquido.
A liberdade ainda que tardia desperta o povo, ergue a nação e exalta as sãs
consciências. A palavra liberdade inspira poetas, encoraja soldados, arma patriotas e produz
heróis.
O corpo repartido de Tiradentes arde até hoje exposto nas estradas do tempo da nossa
História, sangrando para que a liberdade seja lembrada todos os dias e todas às horas,
convidando-nos ao testemunho, à vigilância e ao exemplo.
Tomara que o exemplo do mártir na luta pela liberdade possa assegurar a cada
brasileiro as condições mínimas de subsistência como alimentação, educação, habitação e a
saúde. Que assegure o direito de não ser discriminado pela cor, pela condição social, pela idade
e pelas convicções políticas e religiosas. Que o suplício de Tiradentes lembre às autoridades
que o homem tem o direito a felicidade, ao trabalho e, sobretudo, a viver com dignidade.
E.T. No resumo histórico deste texto, em grande parte, tiveram por base apontamentos do
saudoso Irmão José Castellani, assim como bibliografia pertinente ao tema.
PEDRO JUK.
ABRIL/2006.
Revisado em abril de 2.014
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 25/36
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
07.04.1997 Expedicionário Nilson Vasco Gondin Florianópolis
12.04.1997 Lara Ribas Florianópolis
21.04.1979 Colunas do Imbé Imbituba
26.04.1979 Duque de Caxias Florianópolis
28.04.1990 Luz do Vale Rio do Sul
28.04.2008 Consensio Içara
Data Nome da Loja Oriente
02.04.2013 Sol do Oriente nr. 107 Balneário do Rincão
05.04.1983 Acácia Negra nr. 35 Mafra
08.04.2015 São Miguel da Terra Firme nr. 110 Biguaçú
09.04.1952 Fraternidade Tubaronense nr. 09 Tubarão
14.04.1956 Mozart nr. 08 Joinville
14.04.2014 Amadeus Mozart nr. 108 Joinville
15.04.2007 Acácia Riosulense nr. 95 Rio do Sul
18.04.1997 Padre Roma nr. 16 São José
21.04.1982 Inconfidência de Concórdia nr. 27 Concórdia
24.04.2001 Liberdade e Harmonia nr. 81 Florianópolis
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de abril
7 – Destaques (Resenha Final)
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 26/36
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
02.04.1860 Regeneração Catarinense - 0138 Florianópolis
03.04.1998 Pedra Da Fraternidade - 3149 Itapoá
04.04.1974 Hermann Blumenau - 1896 Blumenau
12.04.1973 Plácido O De Oliveira 2385 Rio do Sul
19.04.1996 Universo Da Arte Real - 2947 Penha
23.04.2012 Ética E Justiça Florianópolis
24.04.1995 Estrela Da Harmonia -2868 Criciúma
25.04.2003 Laelia Purpurata - 3496 Camboriú
28.04.2003 Harmonia E Fraternidade -3490 Florianópolis
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 27/36
Homenagem à Grande Loja de Santa Catarina pela
Assembleia Legislativa
Na noite desta terça-feira, 19 de abril, a Grande Loja de Santa Catarina foi
homenageada pelo Legislativo catarinense em Sessão Solene Especial no Plenário
daquela Casa. Uma exemplar cerimônia que deu início às comemorações da semana,
alusivas aos 60 anos de fundação da Grande Loja de Santa Catarina, que neste 21 de
abril
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 28/36
Histórico da Fundação
“A semente foi lançada nos idos de 1855, por imigrantes alemães e suíços, que desejavam ver em solo
catarinense as colunas da Maçonaria Universal. Fundaram, então, a Loja “DEUTSCH
FREUNDSCHAFT” (Amizade Alemã). Em 1856, Obreiros oriundos desta primeira Loja, fundaram a
Loja “ZUM SÜDLICHEN KREUZE” (Ao Cruzeiro do Sul), ambas no Oriente de Joinville. Logo em 1859,
houve uma fusão dessas Lojas, que passaram a adotar o título de “AMIZADE AO CRUZEIRO DO
SUL”. Estas Lojas estiveram filiadas à Grande Loja de Hamburgo-Alemanha, Grande Oriente do Brasil,
Rio de Janeiro e Grande Loja do Rio Grande do Sul. Com uma história quase centenária, 86 anos de
atividade maçônica no solo catarinense, e encorajados pelo profundo conhecimento que detinham da
Ordem , seus Obreiros participaram da fundação da Grande Loja de Santa Catarina, juntamente com
os Irmãos das Lojas Acácia Itajaiense, Presidente Roosevelt, 14 de Julho, Cruzeiro do Sul e
Fraternidade Blumenauense. Esse fato ocorreu em 21 de abril de 1956, em ato presidido pelo Irmão
Fernando Vieiro, então Grão-Mestre da Grande Loja do Rio Grande do Sul, durante sessão realizada
no templo da Loja 14 de Julho, em Florianópolis.
Sua primeira Administração foi eleita por aclamação e esteve assim constituída:
Grão-Mestre
Grão-Mestre Adjunto
1º Grande Vigilante
2º Grande Vigilante
Grande Orador
Grande Secretário
Grande Secretário Relações Exteriores
Grande Tesoureiro
Waldomiro Cascaes
Ruben Lyra
Dino Gorini
Xaver Arp Drolshagen
Brasílio Celestino Oliveira
Manoel Gomes
Alpheu Ferreira Linhares
Odilon Bartolomeu Vieira
Solenidade
A abertura dos trabalhos foi procedida pelo deputado Gelson Merísio e o deputado
proponente da Sessão especial que o sucedeu e que presidiu os trabalhos, foi o Irmão
Vicente Caropreso, incumbindo a este a formação da mesa, que foi constituída pelo
Deputado Leonel Pavan, Sereníssimo Grão-Mestre João Eduardo Noal Berbigier e ex-
Grão-Mestres da GLSC Airton Edmundo Alves e Wilson Filomeno, Grão-Mestre do
GOB/SC, Adalberto Aluízio Eyng e Representante do Grão Mestrado do Grande
Oriente de Santa Catarina, através de seu Grão-Mestre Adjunto, Sérgio Martinho
Nerbass.
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 29/36
O Deputado e Irmão Vicente Caropreso (foto) falou em nome do Legislativo de
Santa Catarina ressaltando a importância da Grande Loja no cenário Maçônico
brasileiro e mundial e saudando a Entidade pelos seus 60 anos.
Homenagens
Seguiram-se as homenagens com entregas distintivas, iniciando-se pela Grande Loja
de Santa Catarina representada pelo Grão-Mestre, João Eduardo Noal Berbigier.
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 30/36
Foram ainda homenageadas as seguintes entidades:
Fundação Hermon pelo seu presidente Francisco Vady Nozar Mello;
Associação Beneficente Mosaico pela sua presidente Maria Anita Jardim Berbigier;
Lar Nossa Senhora da Anunciação, de Mafra, pelo seu presidente Norton Luiz
Guenther;
Sociedade Beneficente e Cultural “A Romã” de Joinville pela sua presidente
Justina Inês Machado Shultz;
Sociedade Casa da Esperança, de Blumenau, pela sua presidente Elisabeth Weber
Rebellato;
Escola de Cães-Guias Helen Keller de Balneário Camboriú pelo seu presidente
Paulo Cesar Bernardi;
Associação Beneficente Seara do Bem, de Lages, pelo seu presidente Wilson
Ribeiro dos Santos;
Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira, de Chapecó, pelo seu Presidente
Severino Teixeira da Silva Filho; e
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Criciúma pelo presidente Luiz
Sidney Citadin .
Em nome das entidades filantrópicas homenageadas, falou o Irmão Francisco Vady
Nozar Mello, seu presidente, e ex-Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina
(foto).
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 31/36
Por fim, o Irmão João Eduardo Noal Berbigier discursou num belo improviso, sobre
os 60 anos da Grande Loja de Santa Catarina destacando a sua importância no cenário
maçônico universal.
A programação tem sequência neste dia 21 com a chegada e recepção das delegações
que cumprirão elaborado programa até sábado, dia 23, cujo encerramento se dará
através de um jantar comemorativo ao Jubileu de Diamante, no Salão de Eventos da
Grande Loja de Santa Catarina, no Campeche.
Acompanhe os demais registros fotográficos produzidos pelo Irmão Borbinha,
correspondente especial do JB News acessando o link a seguir:
https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/GLSC60AnosHomenage
mALSC?authkey=Gv1sRgCIydt8mDtLb5OQ
Agora assista o vídeo apresentado na abertura dos trabalhos,
sobre a visita virtual à Grande Loja de Santa Catarina:
http://www.mrglsc.org.br/visita-virtual/
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 32/36
Visita à cidade de Tiradentes, com fotos do JB News.
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 33/36
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 34/36
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 – Tiradentes:
https://www.youtube.com/watch?v=RwaY_mLuHoA
2 – História de Tiradentes:
https://www.youtube.com/watch?v=El163i6cCO8
3 – Cidade de Tiradentes – MG
https://www.youtube.com/watch?v=qf6qOtB6PsM
4 – Trenzinho de São João Del Rei a Tiradentes:
https://www.youtube.com/watch?v=VUt2Qvceu7o
5 – Pontos turísticos de Tiradentes – MG
https://www.youtube.com/watch?v=9MTcAvKxJ8o
6 – Locomotiva de Tiradentes – MG:
https://www.youtube.com/watch?v=Vcv36Qu67To
7 – Filme do dia: Tiradentes –
Sinopse: A trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Humberto Martins), líder da Inconfidência
Mineira, um movimento surgido em Vila Rica (Ouro Preto) em 1789. Tiradentes sonhou junto com amigos e
intelectuais ver o Brasil independente do domínio português, mas esbarrou na traição de Joaquim Silvério dos Reis
(Rodolfo Bottino).
Tiradentes é um filme brasileiro de 1998, do gênero drama biográfico-histórico, dirigido por Oswaldo Caldeira.
O filme foi produzido por Oswaldo Caldeira Produções Cinematográficas e Paula Martinez Mello; o roteiro é de
Oswaldo Caldeira; a música de Wagner Tiso; a direção da fotografia de Antônio Luiz Mendes; a direção de arte,
cenografia e figurino de Anísio Medeiros, e a edição de Amauri Alves.
O filme mostra uma visão bem diferente da convencional, acerca dos fatos políticos que envolveram a
Inconfidência Mineira e a condenação dos conjurados. Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes,
teria sido condenado à morte por ser o único dos revoltosos que não tinha grandes posses. Por outro lado, grande
parte da elite de Ouro Preto estava envolvida no levante, inclusive o próprio visconde de Barbacena, mas a maioria
não foi processada e nem sequer presa. Uma visão intrigante, porém com respaldo em muitas pesquisas recentes.
https://www.youtube.com/watch?v=xtP7b-HlMcI
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 35/36
Irmão Adilson Zotovici,
Loja Chequer Nassif-169
de São Bernardo do Campo – GLESP
que escreve aos sábados neste espaço,
hoje homenageando Tiradentes.
adilsonzotovici@gmail.com
TIRADENTES
Vê do céu herói louvado
Mesmo face a violência
O teu sonho realizado
Por um grupo de excelência
Muito tempo já passado
Embora com tua ausência
Vivo e forte é o teu legado
De liberdade em essência !
Não fiques acabrunhado
Pois há ainda imprudência
Mas teu povo é arrojado
És mártir da Inconfidência
Brasileiro eternizado...
Esteio da Independência
JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 36/36

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  • 1. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.028 – Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Bloco 1 – Almanaque Bloco 2 – IrVidigal de Andrade Vieira – Um dia nós vamos morrer... Bloco 3 – IrJosé Maurício Guimarães – Política e Religião na Maçonaria do Século XXI Bloco 4 - IrJoão Anatalino Rodrigues – Tiradentes o Bode de Coração Valente Bloco 5 - IrJosé Anselmo Cícero de Sá – Ao encontro do “melhor” Bloco 6 - IrPedro Juk - Alferes José Joaquim da Silva Xavier (reedição de artigo) Bloco 7 - Destaques JB: Homenagem da ALSC à GLSC pelos 60 anos; Versos do Ir e Poeta Adilson Zotovici sobre Tiradentes
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 2/36 O Brasil tem histórias incríveis, que a maioria dos brasileiros cada vez conhece menos. Nossas bandeiras são muito mais do que simples panos coloridos. Têm significados e contam histórias que nos ajudam a entender o que somos e porque somos. Um povo sem memória não tem raízes e torna-se presa fácil dos demagogos e embusteiros. Bandeiras que Contam Histórias ganhou formato bem maior e tornou-se muito mais abrangente. Em 182 páginas a duas cores e 32 em policromia, desfilam, com suas histórias: • as bandeiras históricas que tremularam no Brasil e em Portugal (até 1822); • os símbolos das Forças Armadas e as e as insígnias de aviões e carros de combate; • as bandeiras e brasões de todos os estados brasileiros, em novíssimas ilustrações; • as bandeiras de todos os países lusófonos. Para completar, há ainda: • uma seção sobre a Bandeira Nacional, suas proporções e o modo correto de apresentá-la. • uma seção sobre a Heráldica, a ciência dos brasões, para ajudar a compreender melhor de onde vieram os fundamentos norteiam a criação das bandeiras desde a Idade Média. São centenas de ilustrações cuja preparação exigiu anos de pesquisa e trabalho intenso de ilustração, incluindo os brasões de cada um dos estados brasileiros, redesenhados com nitidez e correção. Mas valeu todo este trabalho, porque descobrimos coisas incríveis. Por exemplo, você sabia... 1 – ALMANAQUE Hoje é o 112º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Crescente) Faltam 254 dias para terminar este ano bissexto Dia de Tiradentes, dia do Metalúrgico, dia da Latinidade e dia do Policial Civil e Militar Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. LIVROS
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 3/36 … que a Bandeira do Brasil foi a primeira a homenagear a mulher? … que a Bandeira Imperial foi criada por um francês e o Brasão da República, por um alemão? … que o Brasil pode ser chamado, com justiça, de país Templário? … que uma bandeira nacional brasileira já tremulou com uma estrela vermelha? … que o primeiro a segurar a primeira Bandeira Nacional Brasileira seria o maior responsável pela consolidação territorial do Brasil? Veja em www.artedaleitura.com 1792: Enforcamento de Tiradentes  753 a.C. - Data tradicional da fundação de Roma por Rômulo.  1500 - Primeira vez que o Brasil foi avistado por Europeus (viagem de Pedro Álvares Cabral). O Evento está registrado na Carta de Pêro Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel I, primeira literatura produzida em solo brasileiro.  1506 - O Massacre de Lisboa, que durou três dias, termina com a morte de 2000 pessoas, lançadas em fogueiras, acusadas por "suspeita de praticar o judaísmo".  1791 - A primeira das quarenta pedras delimitadoras do novo Distrito de Columbia é colocado no Jones Point Light, em Alexandria, na Virgínia.  1792 - Enforcamento histórico de Tiradentes no Largo da Lampadosa, na cidade do Rio de Janeiro.  1863 - Bahá'u'lláh, Profeta da Fé Bahá'í, declarou sua missão a seus companheiros em Bagdá, no Jardim de Ridván.  1898 - Os Estados Unidos entram em guerra contra a Espanha.  1927 - Inauguração do Estádio de São Januário com a partida Vasco x Santos  1960 - Inaugurada Brasília, a nova capital do Brasil.  1971 - Vai ao ar a primeira edição do Jornal Hoje, da Rede Globo, com Léo Batista e Luís Jatobá.  1975 - O Presidente do Vietnã do Sul, Nguyen Van Thieu, renuncia.  1985 - Ayrton Senna, piloto brasileiro, vence a primeira de suas 41 vitórias na Fórmula 1. A vitória aconteceu em Estoril, Portugal.  1994 - O astrônomo polonês Aleksander Wolszczan anuncia a descoberta dos primeiros exoplanetas. Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 4/36 1777 A frota portuguesa, do comandante MacDual, nesta data, na costa catarinense, apreende a nau espanhola “Santo Agostinho”, de 72 peças, sob o comando do capitão D. José Fachaim. 1892 Decreto nr. 132, desta data, instituiu o Hino do Estado de Santa Catarina, com música de José Brasilício de Souza e letra de Horácio Nunes Pires. 1962 Instalação do município de Itapema, criado pela Lei nr. 814 de 28 de fevereiro de 1962. 1956 Fundação da Grande Loja de Santa Catarina 1959 Fundação da Grande Loja de Queensland, Austrália. 1971 Fundado o Grande Oriente Estadual do Distrito Federal, federado ao GOB. 1979 Fundação da Colunas do Imbé – Imbituba (GOSC) 1979 Fundação da Loja Cruzeiro do Sul – nr. 05 – de Joaçaba (GLSC) 1980 Fundação do Grande Oriente Independente da Paraíba Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia (Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 5/36 XXIII Encontro dE Estudos E Pesquisas Maçônicas da loja fraternidade brazileira em Florianópolis Estimado Irmão! Nosso XXIII ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS MAÇÔNICAS será realizado nos dias 14 e 15 de outubro do corrente ano, no Oriente de Florianópolis, SC. O Encontro será realizado pelo Departamento de Membros Correspondentes da Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas, Juiz de Fora – MG. Os trabalhos para o XXIII ENCONTRO enfocarão o tema: "A MAÇONARIA NAS REDES SOCIAIS". Os trabalhos a serem apresentados no Encontro, serão publicados. Portanto, eles deverão ser enviados por e-mail, ou em CD, com as seguintes especificações: digitação em Word, papel tamanho A4, fonte Arial, tamanho 10, com títulos no mesmo tamanho, em negrito, e os subtítulos também em fonte 10, porém em itálico. A apresentação dos trabalhos devem ser preferencialmente com uso de recursos de multimídia, e não devem ultrapassar o tempo de 15 (quinze) minutos. (Os trabalhos deverão ser enviados até o dia 30/09/2016). Na sexta-feira, dia 14, teremos a tradicional reunião do Clube do Ganso e da Grelha, às 20:00, onde será debatido o tema "COMO DEFINIR VOCAÇÃO MAÇÔNICA". Em breve enviaremos informações adicionais. Esperamos que, desde agora, o Irmão reserve na sua agenda estas datas para este encontro e já prepare o seu trabalho. Desde já agradecemos sua atenção. Fraternalmente, Miguel Simão Neto
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 6/36 O Ir Vidigal de Andrade Vieira* é Psicólogo em Carangola – MG e Membro Correspondente da Loja Brazileira de Estudos e Pesquisas De Juiz de Fora – MG vvidigal@ig.com.br Um dia nós vamos morrer... “A intensa e maciça presença dos aplicativos e mensagens de computadores e celulares, em especial o WhatsApp, tem produzido uma verdadeira revolução nas formas das pessoas viverem e se relacionarem, tanto pela amplitude das pessoas alcançadas quanto pela velocidade das informações que circulam pelas redes. Claro que, como a maioria dos veículo de circulação de massa, nem todas as mensagens podem ser consideradas ‘adequadas’ de acordo com diversos pontos de vista. Também, é de notório saber que muitas considerações destas mensagens são ideológicas e/ou tendenciosas, visando a algum tipo de manipulação de segmentos pessoais ou sociais. No entanto, desconsiderando coerentes e pertinentes críticas mais refinadas e acadêmicas, alguns conteúdos podem ser ‘filtrados’ e adaptados para possibilitar reflexões e considerações sobre significativas dimensões de nossa vida cotidiana. O título acima, retirado de uma charge do Snoopy (Charles Schutz), apresenta a seguinte complementação: ‘(Charlie Brown): Um dia nós vamos morrer... (Snoopy): Sim, mas todos os outros dias a gente vai viver!’ Cada cultura apresenta suas maneiras singulares de viver e de morrer, implicando diretamente nas perspectivas e percepções, individuais e coletivas, da maneira de fazer escolhas durante a Vida. Em incontáveis literaturas, escritas e musicais, a Vida e a morte são retratadas também como uma busca de negação, de sublimação e, até mesmo, de superação. No texto de Vera Pinheiro – Se eu morrer amanhã – ‘Se eu morrer amanhã, não me dêem elogios que não mereço, nem flores que nunca recebi, tampouco lembranças que não tenham. Não me tragam lágrimas que não sintam, nem mensagens que nunca me enviaram, muito menos cartas de amor que não me deram. Não me entreguem afagos que jamais vivi, palavras de amor que não me disseram, nem preces e amizade que não me dedicaram. Beijos que minha boca não conheceu, prazeres de que não compartilhei. Guardem nos corações em que não entrei. Não inventem histórias comigo, se me excluíram. Rechaço abraços que me sonegaram. Rejeito gestos ternos que me recusaram. Dêem sorrisos ao meu rosto pálido, cantigas alegres ao meu redor. Comam, bebam e dancem. Celebrem a minha morte! Enquanto me divirto com o patético cerimonial de quem não compartilhou da minha história mas alega saudade do que não viveu. A quem não experimentou a alegria de participar da 2 – Opinião - Um dia nós vamos morrer... Vidigal de Andrade Vieira
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 7/36 minha vida, não permito que chore no meu funeral. Vou rir em silêncio, enquanto minha alma vaga e retorna ao colo da Mãe que me gerou, agradecendo a indiferença e a incompreensão. O que fui nesta vida não se esgota com a minha partida. Eu sou e sempre serei. Permaneço na memória dos meus afetos. E na imensidão do desafio de viver, ainda que morra. Se é que vou morrer um dia pois, essencial e insubstituível, sou imorredoura, eterna, imortal para quem ousou me conhecer. E, apesar disso, conseguiu me amar.’ Também, algumas mensagens que circulam pelo WhatsApp apresentam enfoques, muitas vezes de auto-ajuda, relacionados com a possibilidade de aquisição da Felicidade e de superação de sofrimentos e da morte. Guardadas as devidas proporções de sua aplicabilidade no cotidiano, seguem algumas destas mensagens, nem todas com a indicação de seus autores: ‘E que seja sempre assim... Que eu deixe só o bem que existe em mim, que ele se multiplique e contagie a todos.’ (Jardim Secreto); ‘Tudo o que você precisa é de Amor. Mas, um pouco de chocolate agora e depois, não faz mal.’ (Snoopy); ‘Onde quer que vá, vá com o coração!’ (Confúcio); ‘Viver sem fingir. Escutar sem julgar. Amar sem exigir. Falar sem ofender. (Oásis); ‘Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino.’ (Mahatma Gandhi); ‘O hábito de agradecer libera o fluxo de receber.’ (...); ‘A rotina pode até ser a mesma, mas a semana, com certeza, é nova. Assim aproveite bem os dias e a Vida!’ (...); ‘Conheci homens pobres. Tão pobres que nada tinham além do dinheiro.’ (Irmã Dulce); ‘Vá firme na direção da sua meta... Porque o pensamento cria, o desejo atrai e a fé realiza!’ (...); ‘Ser Feliz é uma responsabilidade muito grande. E, poucas pessoas têm coragem para assumir esta atitude.’ (...); ‘Troque a cara feia, por um sorriso. O mau humor, por amor. A tristeza, pela alegria. O ódio, pelo perdão. O orgulho por gratidão.’ (Anna L. Ramos); ‘A Vida e o Tempo são os dois maiores professores. A Vida nos ensina a fazer bom uso do Tempo, enquanto o tempo nos ensina o valor da Vida.’ (...); ‘Cultivar com carinho as pessoas que gostamos faz brotar flores.’ (...); ‘As mais lindas coisas da Vida não podem se vistas, nem tocadas, mas apenas sentidas pelo Coração.’ (...); ‘De que são feitos os dias? De pequenos desejos, vagarosas saudades e silenciosas lembranças.’ (Cecília Meireles); ‘A Vida é como uma câmera: foque no que é importante e capture bons momentos. Revele-se a partir dos negativos. E, se as coisas não derem certo, tire outra foto e comece de novo.’ (...); ‘ O que fazer para viver bem e ser Feliz? Tenha tantas coisas boas em sua Vida que não sobrará espaço para nenhum sentimento ruim!’ (...); ‘Para o caminho eu quero luz. Para a alma, força. Para o coração, fé. Para as lutas, esperança. Para o tempo, paciência. Para o amanhã, confiança.’ (Yla Fernandes); ‘O Amor é a força mais sutil do mundo.’ (Mahatma Gandhi); ‘Porque a Vida é fugaz, tão veloz, tão passageira. A gente sofre demais por bobagens, por besteiras. Tudo um dia se desfaz, queiramos nós, ou não. Importa é viver em paz, pois quando olhamos para trás, lá se foi a Vida inteira.’ (Jenário de Fátima); ‘Tudo aquilo que você pensa, você cria. Tudo aquilo que você sente, você atrai. E, tudo aquilo que você acredita, se torna realidade.’ (...); ‘Desejo que você inspire paz, e expire estresse; inspire fé, e expire preocupação; inspire coragem, e expire medo; inspire amor, e expire gratidão; inspire positivo e expire as sensações da alma. Simples assim: apenas Ser e respirar!’. (...); ‘Realizo os meus sonhos todos os dias. Nunca deixo o sonho para amanhã’. (Guilherme Moreira); ‘Venha como você é’. (Jeans Sixty Four); ‘Você nunca andará sozinho.’ (...)”  * Psicólogo e Filósofo; Professor Titular da UEMG/Unidade Carangola; Mestre em Psicologia Social pela UFES / ES; Doutor em Ciência e Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ/RJ.
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 8/36 IrJosé Maurício Guimarães Venerável Mestre e fundador da Loja Maçônica de Pesquisas “Quatuor Coronati” Pedro Campos de Miranda jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais. Exerço o livre pensamento e a busca constante da Verdade, pois não tenho compromisso com o erro. POLÍTICA E RELIGIÃO NA MAÇONARIA DO SÉCULO XXI Não paramos para pensar, questionar ou refletir sobre a tradicional proibição de se discutirem assuntos sobre religião e política nas Lojas maçônicas. A razão é muito simples: a moderna Maçonaria (1717) foi estruturada pelos súditos da Coroa Inglesa, uma estrutura monárquica atrelada à Igreja Anglicana. Explicando: A Igreja da Inglaterra separou-se da Igreja Católica Romana em 1534 por iniciativa do rei Henrique VIII e por causa de um desentendimento dele com o papa Clemente VII que lhe negava o pedido de anulação do seu casamento com Catarina de Aragão. O desejo do rei por Ana Bolena e a ideia de que, variando o leito conjugal pudesse gerar filhos varões, motivou a cisão da Inglaterra com Roma e o confisco de todas as propriedades que a Igreja Católica possuía na Inglaterra. E o Anglicanismo, nascido da concupiscência real, impera até hoje, como Igreja e religião oficial dos ingleses. Foi esse o cenário onde viviam os maçons de 1717, em Londres, ao estruturarem a Maçonaria da Grande Loja da Inglaterra quando reinava George I da Grã-Bretanha (também rei da França e da Irlanda, Arquitesoureiro e Príncipe-Eleitor do Sacro Império Romano-Germânico, idem Duque de Brunsvique-Luneburgo) e expoente máximo da Igreja Anglicana. Consequentemente, James Anderson (escocês, ministro da Igreja da Escócia e pastor presbiteriano em Londres), juntamente com Jean Théophile Désaguliers (francês e pastor anglicano) cuidaram de redigir os cânones da moderna Maçonaria como "negócio de Estado" submisso à linhagem religiosa oficial. O texto completo das Constituições de Anderson (das quais só se divulga um 3 – Política e Religião na Maçonaria do Século XXI José Maurício Guimarães
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 9/36 resumo para ser entregue aos neófitos) tem, como abertura, 48 páginas onde se descreve a história Bíblica (desde Adão) e dos reis ingleses (desde Guilherme I até John de Montague) estabelecendo assim o caráter monárquico da nova Maçonaria e a escolha de uma vertente religiosa: a Bíblia judaico-cristã. Assim sendo, falar sobre religião nas novas Lojas era visto como ameaça à Igreja Anglicana; discutir sobre política, um malefício contra a monarquia e atentado à segurança da descendência real. Os bispos ingleses e a nobreza bateram seus carimbos sobre a nascente sociedade de "homens livres" para que assim permanecesse tudo em paz no país das maravilhas, naquela que é a melhor das ilhas deste que é o melhor dos mundos possíveis. A Commonwealth of Nations, além de seu caráter imperialista, colonialista e escravagista, prosseguiu sua caminhada explorando, sob a égide da religião oficial e dos "homens livres", o Zimbabwe, Granada, Gâmbia, Fiji, Egito, Costa do Ouro, Córsega, Chipre, Ceilão, Canadá, Camarões, Bornéu, Birmânia, Belize, Barbados, Bahamas, Austrália, Antígua e Barbuda, Guiana, Hong Kong, Ilhas Gilbert e Ellice, Ilhas Salomão e Tuvalu, Índia, Jamaica, Malásia, Nigéria, Nova Guiné, Nova Zelândia, Papua, Quênia, Rodésia, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Singapura, Territórios Árticos, Trindade e Tobago, etc., etc., etc. Desse modo e por herança histórica alheia à nossa cultura, carregamos sobre os ombros, até hoje, passados trezentos anos daquelas proibições imperialistas, o incômodo fardo de nos silenciarmos sobre os dois maiores pilares da civilização e do pensamento humano: a Política e a Religião. Percebam que, no parágrafo anterior, escrevi Política e Religião com iniciais maiúsculas, não me refiro à política nanica (politicagem) nem às igrejas cujo caráter é sectário. Política com "P" maiúsculo vem do grego "politiké" e "politeía" relativos à "pólis", ou cidade-estado, isto é: a arte ou a ciência do governo, o estudo dos comportamentos intersubjetivos, a doutrina do Direito e da moral e a teoria do Estado, conforme exposto na Ética de Aristóteles. A Religião (ou melhor: Religiosidade), com "R" maiúsculo, vem do latim "religio", conjunto de crenças na garantia supernatural de salvação ou transformação humana. Por outro lado, a política e a religião, com "p" e "r" minúsculos, quando aplicadas à metodologia do estudo maçônico, dizem respeito aos fuxicos e arengas dos parlamentos e igrejas, ao conluio entre Oficiais da Ordem e politiqueiros, assim como aos ajustes maléficos das Lojas com facções clericais e mexericos da política partidária. A Política, em sua expressão mais nobre e filosófica, é fundamental à atividade da Maçonaria. Foi o pensamento Político dentro das Lojas que possibilitou o surgimento de propostas para o aperfeiçoamento das instituições democráticas, republicanas, legislativas, judiciárias, e mesmo àquelas revolucionárias. Cito como exemplos a Maçonaria norte-americana e a Independência dos Estados Unidos liderada por maçons, notadamente George Washington; a Maçonaria francesa sob cuja égide se desenvolveram os ideais republicanos na Europa e no resto do mundo. A partir de l786, no Brasil, os "rebeldes" da Inconfidência Mineira eram maçons. Apesar da execução de Tiradentes em 21 de abril de l792, o projeto de libertação cresceu dentro das Lojas. Em 17 de junho de l822, no Rio de Janeiro, os obreiros da Loja Comércio e Artes criaram o Grande Oriente. Com forte poder Político, o movimento maçônico conspirou para a Independência, movimento esse fortalecido pela presença de D. Pedro I, eleito Grão-Mestre. A abolição da escravatura, a imprensa livre no Brasil, a Proclamação da República e tantos outros movimentos, tiveram suas origens nas DISCUSSÕES POLÍTICAS dentro das Loja maçônicas.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 10/36 Na mesma esteira, as verificações, investigações e exames de temas levados ao debate sobre questões psicológicas e de Religiosidade concernentes à formação cultural do povo e para seu benefício tiveram origem nas Lojas da Europa e dos Estados Unidos. A defesa do Estado laico (conquista da Maçonaria) partiu da boa polêmica sobre a intervenção ou não das igrejas (religiões institucionalizadas) na condução dos negócios do Estado. A palavra DISCUSSÃO, do latim 'discussio,onis', tanto pode significar perturbação, abalo, agitação, desentendimento, briga e altercação como, por outro lado, o exame, a investigação e verificação de assuntos postos em debate. A busca constante da verdade está na boa polêmica onde cada participante defende pontos de vista opostos. Não precisamos temer essas discussões, pois a qualidade, a boa educação e formação intelectual dos membros das Lojas, assim como a competência de suas diretorias é que farão a diferença entre balbúrdia e estudo. Se ainda não alcançamos essas boas condições... é outra questão, e vale a pena questionarmos o que estamos fazendo aqui. Somos uma Ordem Iniciática ou um clube de amigos? Onde estão os líderes que apregoamos serem formados entre colunas?, eis a questão. Portanto, proibir a abordagem de temas Políticos ou de Religiosidade nas Lojas é castrar a Maçonaria de sua missão prístina: a busca da verdade e o exercício do processo civilizatório da sociedade. Não paramos para pensar, questionar ou refletir, ainda mais, sobre um outro aspecto: a tal proibição sobre Política e Religião só aparece entre os monarquistas Ingleses. Nos Landmarks, compilados por Albert Mackey (1807-1881), não existe nenhuma objeção a tais assuntos. Claro, Albert Galatin Mackey era norte-americano, republicano de Charleston, Carolina do Sul, e não devia favores à Grande Loja Inglesa. Acompanhou o sistema de Grandes Lojas estaduais independentes e confederadas conforme proposto por George Washington. Daí a liberalidade dos Landmarks que compilou. Se a questão Religiosa ou Política fosse impeditiva, Mackey teria cuidado de elencá-la nos Landmarks; no entanto ele apenas fez uma alusão, no Landmark XXI, ao dizer: "É indispensável a existência, no Altar, de um Livro da Lei, o livro que, conforme a crença, se supõe conter a Verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a Maçonaria de intervir nas peculiaridades de fé religiosa dos seus membros, esses livros podem variar de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark que um Livro da Lei seja parte indispensável dos utensílios de uma Loja". O texto é claro: a Maçonaria não toma parte nas peculiaridades religiosas dos seus membros; mas também não proíbe esses assuntos. Não podemos permanecer submetidos apenas às iniciativas de consenso público, aplaudindo e dizendo amém. Isso seria perpetuar uniformidades de opinião ou crenças de uma minoria que pretende controlar a Ordem. Precisamos, com urgência, apresentar PROPOSTAS (ou projetos, como queiram) para a saída dos impasses social, político e econômico no qual o Brasil está mergulhado. PERGUNTO: temos propostas para uma reforma eleitoral no Brasil? temos propostas para a reforma fiscal ou tributária? temos propostas para a reformas judiciária, partidária, ou de segurança pública? temos propostas para uma reforma educacional, que é a mais urgente de todas? Não, não temos. As Lojas, confinadas num modelo velho de três séculos, desperdiçam sessões e seu precioso tempo na escolha do refrigerante e dos salgadinhos para as festinhas do fim de ano. Aliás, é
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 11/36 exatamente isso que alguns de nossos dirigentes querem: que as Lojas continuem simplesmente a bater malhetes, inconscientes do drama e das angústias pessoais, ignorantes a respeito de nossa missão individual, a tal ponto de tentarem nos transformar em autômatos sem a consciência de sabermos o porquê e a finalidade de estarmos juntos, conforme já assinalou eminente escritor maçônico transcrito por mim em diversas ocasiões. O Brasil é hoje um país dividido pela intolerância, pela má formação educacional, pela péssima distribuição de renda e pelos sofismas partidários. A Maçonaria brasileira, cuja missão consiste em combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade promovendo o bem estar da Pátria e da humanidade, também encontra-se dividida por questões alheias aos interesses do povo maçônico, e vocês sabem do que estou falando. Muitos parecem ansiar por uma "posição oficial" da Maçonaria sobre o atual momento político. A rigor, nenhum de nós, maçons individualmente, pode se arvorar nesse terreno, uma vez que só os Grão-Mestres, após ouvirem "o povo maçônico" em suas respectivas Potências, podem emitir a "palavra oficial" sobre este ou aquele aspecto. Ou seja: os Grão-Mestres falam pela maçonaria praticada em suas jurisdições, após uma consulta às bases, depois de os Obreiros, através de suas respectivas Lojas, terem se manifestado sobre o assunto submetido à avaliações plenárias. Por que ainda não criamos fóruns, seminários e mesas-redondas setoriais e gerais para auscultarmos nossos membros e levantarmos projetos e propostas de governo? Haveria, por acaso, o receio de que tais assembleias e debates acabassem apontando novas propostas para a modificação política também no âmbito da Maçonaria? As escolas maçônicas, as Lojas de pesquisas, as academias e círculos de estudos, de onde deveriam brotar novas diretrizes condizentes com nossa realidade, são colocados em plano secundário dentro do protagonismo maçônico, quando não sabotados em suas atividades. Infelizmente, o que vemos em alguns segmentos da Ordem (felizmente poucos, mas significativos) é uma pregação aberta pela democracia, sendo que, da porta para dentro, prevalecem regimes nitidamente autoritários. Talvez eu não esteja dizendo nada de novo. Mas, com certeza, estou expressando o anseio de milhares de maçons imobilizados pela inércia geral. Por onde começar? Pelo estudo detalhado das Instruções do três Graus Simbólicos e pela identificação minuciosa das claras posições e ensinamentos sobre a Política e a Religiosidade no pensamento maçônico. Tais posições tornam-se ainda mais exigentes, contundentes e específicas, nos Graus além do Mestre Maçom; mais exigentes e contundentes nos dias de hoje, para que possamos sair às ruas e desfilarmos nossos paramentos com CONHECIMENTO DE CAUSA. Convido você para conhecer o meu site - http://josemauricioguimaraes.com.br/index.html e inscrever-se nele - http://josemauricioguimaraes.com.br/participar.html
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 12/36 O Irmão João Anatalino Rodrigues produz a “Opinião” dominical www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br jjnatal@gmail.com TIRADENTES─ O BODE DE CORAÇÃO VALENTE Para defender um verdadeiro amigo, Qualquer um dará um passo á frente; Mas se isso lhe trouxer algum perigo, Três para trás ele dá imediatamente. Normal é que ninguém se apresente; A autodefesa sempre fala mais forte; Pois só quem tem o coração valente, Apostará nesse jogo a própria sorte. Só mesmo um verdadeiro Tiradentes, Pode morrer por aquilo que acredita: A leniência é desculpa dos descrentes. Na dura prova só o mais forte resiste: Mas o covarde foge e o fraco claudica, O venal se vende e o delicado desiste. QUEM FOI TIRADENTES Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu em 12 de Novembro de 1746 na Fazenda do Pombal, Minas Gerais, e morreu enforcado dia 21 de abril de 1792 no Rio de Janeiro. Tinha 45 anos. Seus pais eram Domingos da Silva Santos e Maria Antônia da Encarnação Xavier, pequenos proprietários rurais. Em 1755, após o falecimento de sua mãe, mudou-se com a família para a Vila de São José, hoje rebatizada com seu nome. Depois da morte do pai a família ficou sem recursos e os sete filhos do casal se dispersaram. Joaquim José foi morar com um padrinho, que era cirurgião, o qual lhe ensinou os ofícios de pratico farmacêutico e dentista. Evidentemente, ele não era formado em nenhuma dessas profissões, como a maioria dos profissionais da época. A alcunha “Tiradentes” lhe veio dessa prática, pela qual ficou conhecido em toda a região das minas. Foi na execução dessa tarefa que Joaquim José começou a perceber o quanto o país estava sendo dilapidado pela coroa portuguesa. Praticamente todo o ouro extraído 4 – Tiradentes – O Bode de Coração Valente João Anatalino Rodrigues
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 13/36 em Minas ia parar na Metrópole, mas o governo português não devolvia absolutamente nada na forma de serviços públicos. Era pura atividade predatória, sem nenhum comprometimento com o povo da colônia. Nessa época, a população mineira já havia crescido bastante e as cidades da região aurífera haviam se tornado importantes centros populacionais. Cidades como Vila Rica (atual Ouro Preto) Mariana, São João Del Rey, Barbacena, demonstravam a pujança da região mineira, e para as autoridades portuguesas elas eram a mais importante economicamente. A insatisfação da população mineira com esse estado de coisas crescia dia a dia, mobilizando principalmente as pessoas mais importantes da região, as quais, cientes do que estava acontecendo em outros lugares ─ América do Norte e França, especialmente, onde revoluções libertárias e populares estavam acontecendo─ começaram a pensar em fazer o mesmo por aqui. Entre esses estavam principalmente os profissionais liberais da região mineira, os quais, em sua maioria, tinham estudado na Europa e estavam a par dos movimentos que deram origem á chamada Idade Moderna. Joaquim José não conseguiu progredir muito na carreira militar. Em 1787 havia chegado apenas ao posto de alferes, patente correspondente ao posto de primeiro sargento na atualidade. Por isso resolveu tentar outra profissão. Pediu licença da cavalaria em 1787 e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde morou cerca de um ano. Na capital federal ele tentou vender alguns projetos de saneamento básico para o governo da cidade, especialmente a canalização de córregos e a construção de aquedutos, especialidade em que sua habilidade de mestre em obras, exercida antes de entrar para a milícia, era bem reconhecida. Todavia, seus projetos não foram aprovados pelas autoridades colônias, que estavam mais interessadas em extrair recursos da colônia do que provê- la de serviços públicos básicos. A irresponsabilidade e o descaso com que os portugueses administravam a colônia e tratavam as necessidades do povo brasileiro devem ter despertado em Joaquim José um desejo ardente de mudar esse estado de coisas. Assim, depois de um ano tentando a vida no Rio, ele resolveu voltar para Minas Gerais e retomar sua carreira na milícia. Ao mesmo tempo deu inicio á uma atividade política, começando uma pregação em favor da autonomia da província mineira. INCONFIDÊNCIA MINEIRA Na época já havia um grupo de eminentes cidadãos em Vila Rica e cidades da re-gião trabalhando a ideia da emancipação da região mineira. Esse grupo era composto por indivíduos influentes em Vila Rica, dele fazendo parte os poetas Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, Inácio José de Alvarenga Peixoto, rico empresário minerador. Dele também participavam vários religiosos e militares. Entre eles destacavam-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim Silvério dos Reis. O movimento mineiro se inspirava na Revolução Americana e tinha planos para uma insurreição, primeiro na região mineira e depois a nível nacional. Nos planos também uma constituição semelhante à que os americanos haviam redigido para o seu jovem país, recém liberto do jugo inglês. A insatisfação dos mineiros com o governo português já vinha de longa data. Por volta de 1780 as minas da região já davam sinais de esgotamento e as pessoas bem informadas da colônia sabiam que as autoridades da metrópole simplesmente abandonariam as províncias mineiras á sua própria sorte quando o ouro se esgotasse. As receitas provinciais estavam caindo vertiginosamente, e isso desagradava a corte em Lisboa. Em face disso a coroa portuguesa impunha cada vez mais um regime de tirania submetendo o povo brasileiro um regime tributário escorchante e injusto.
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 14/36 Um desses odiados tributos era o chamado “quinto”, que obrigava a Província de Minas Gerais a pagar anualmente um quinto do ouro extraído na colônia; além disso, foi acrescida a obrigação de recolher anualmente cem arrobas de prata à coroa, independente de haver extração ou não. Face á queda da atividade mineradora, que já se observava em fins do século XVIII, os mineiros não conseguiam cumprir esse compromisso. Foi em razão dessa inadimplência que o governo português decretou a chamada Derrama, ação de cobrança compulsória que deveria ser executada, sem aviso, em determinado dia, a ser definido pelo Governador. Nesse dia, soldados do Governador das Minas Gerais, o Conde de Barbacena, varejariam todas as propriedades da região para efetuar a cobrança forçada. Os que não pagassem seriam presos e teriam suas propriedades confiscadas. Nessa altura a conspiração dos mineiros já havia se tornado um plano. Planejaram a insurreição para o dia da Derrama. Nascia então a chamada Inconfidência Mineira, que recebeu esse nome justamente pelo fato de que essa ação deveria ser conversada em segredo, mas não o foi. O plano era sair às ruas de Vila Rica, a principal cidade da região, e proclamar à República, sublevando a população, ocupando o Palácio do Governador e as principais repartições públicas. Após o sucesso em Vila Rica, as ações seriam estendidas para as demais cidades mineiras, e logo, pensavam os conspiradores, ela se tornaria uma revolução nacional. Todavia, entre os conspiradores havia algumas pessoas que resolveram aproveitar a oportunidade para barganhar com o governo português o perdão de suas dívidas. Entre eles o coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente-coronel Basílio de Brito Malheiro e Inácio Correia de Pamplona, minerador luso-açoriano que tinha aderido ao grupo nos últimos dias. Esses traidores delataram ao Visconde de Barbacena o complô dos mineiros. A Derrama estava programada para o dia 15 de março de 1789. Mas um dia antes, 14 de março, o Visconde de Barbacena, informado pelos delatores de que haveria muita resistência à ação, e que daí poderia uma sublevação cujas consequências eram impossíveis de prever, havia suspendido a operação. Isso esvaziou o movimento e obrigou os inconfidentes a abandonar, momentaneamente, o plano. O fato foi comunicado ao Vice-Rei, que ordenou imediatamente a abertura de uma investigação. Essa operação, chamada Devassa, se transformou em um volumoso processo, que agora pode ser lido na íntegra na Internet. Todos os conspiradores foram imediatamente presos e interrogados. Joaquim José, que estava no Rio de Janeiro, provavelmente buscando apoio para a insurreição, foi preso em 10 de maio de 1789. O PROCESSO No processo que foi movido contra os conspiradores (erroneamente chamado de inconfidentes, pois inconfidentes foram os traidores), consta que eles pretendiam estabelecer um governo republicano autônomo, redigir uma constituição semelhante áquela que os americanos estavam adotando e impulsionar uma economia moderna, montando fábricas de tecidos, munições e outras manufaturas. Queriam também fundar uma universidade em Vila Rica e transformar a cidade de São João Del-Rei na capital da novel república. O primeiro presidente seria Tomás Antônio Gonzaga, que governaria por um período de 3 anos, após o que se promoveriam eleições diretas para o cargo. Na república dos insurgentes mineiros não deveria haver um exército, mas toda a população seria autorizada a possuir armas, e teria treinamento para formar uma milícia quando fosse preciso. Em principio, a ideia era lutar para obter a autonomia somente da província das Minas Gerais. O restante do país deveria promover seus próprios movimentos, os quais seriam apoiados pelos mineiros. Não se cogitava também, em princípio, em dar liberdade aos escravos,
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 15/36 mas aqueles nascidos no Brasil poderiam ter sua liberdade concedida, principalmente se aderissem ao movimento e lutassem por ele. Consta das atas do processo que todos os conspiradores, com excessão de Joaquim José, negaram a sua participação no movimento. Ele não só confessou, mas também assumiu a responsabilidade pela liderança da conspiração, minorando a participação dos seus companheiros. Não se sabe por que ele assumiu essa postura. Provavelmente o fez por questões pessoais, já que ele foi pintado por algumas testemunhas como sendo uma pessoa vaidosa, que buscava promoção pessoal a qualquer custo. Ao assumir a liderança da insurreição, Joaquim José estaria de olho na História. Durante os três anos de instrução do processo, os conspiradores permaneceram presos. Alguns deles, cuja participação foi comprovada, foram condenados à morte; outros, sobre os quais pairavam dúvidas, foram condenados ao degredo. Mas por decisão de D. Maria I, regente de Portugal na época, algumas horas antes da execução da sentença de morte, todas foram alteradas para degredo. A única sentença de morte que foi mantida foi a de Joaquim José. Tiradentes foi enforcado numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, em um pa-tíbulo erguido no Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro. Consta que a prolação da sentença era tão longa que o meirinho levou dezoito horas para lê-la por inteiro, como era praxe na época. Após a execução seu corpo foi esquartejado. A cabeça foi pendurada em um poste em Vila Rica e os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo,(estrada real que ligava o Rio às Minas Gerais). Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), são lugares onde, segundo consta do processo, ele fizera seus discursos sediciosos. Nesses lugares, partes do seu corpo ficaram expostas para mostrar ao povo da colônia como o governo português tratava os seus opositores. A casa onde morava Tiradentes foi arrasada e o chão salgado, para que nada ali mais nascesse. O MITO Historicamente, o personagem Joaquim José da Silva Xavier, chamado Tiradentes, só começou a ter alguma importância depois da proclamação da República. Essa falta de notoriedade deve-se ao fato de que durante o período monárquico, sendo o trono ocupado por uma família portuguesa, os movimentos libertários de inspiração republicana eram propositalmente mantidos na obscuridade. Assim, nenhuma referência á insurreição mineira era permitida na mídia da época nem nos livros escolares. Todavia, com a proclamação da República, seus inspiradores, todos de orientação positivista, começaram um trabalho de recomposição da memória nacional e estavam em busca de figuras heroicas que encarnassem o ideal republicano. Encontraram na figura de Tiradentes o personagem ideal, dai a mitificação da sua biografia, fazendo dele o herói nacional. A sua representação visual, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, foi pintada com o propósito de apresentá-lo como um Jesus Cristo brasileiro, ou seja, o mártir da nossa independência. Na verdade, ele jamais poderia se apresentar assim na hora da sua execução, já que, na época era obrigatório que os presos tivessem a barba e a cabeça raspadas para evitar a proliferação de piolhos. Tiradentes foi o único executado nessa conspiração, provavelmente pelo fato de ser talvez o mais humilde dos lideres dessa revolta e o único que, de fato, confessou ter tomado parte nela e até assumido a liderança. Os demais conspiradores eram figuras proeminentes na colônia e tiveram bons advogados, além do que, persistiram na sua inocência durante toda a fase do processo. A coroa precisava deles em outras funções, razão pela qual suas vidas foram poupadas. De uma forma geral a maioria deles foi reabilitada. O poeta Tomas Antônio Gonzaga, por exemplo, terminou sua vida em Moçambique prestando relevantes serviços á coroa portuguesa.
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 16/36 O QUE TERIA ACONTECIDO SE ... O que teria acontecido se a conjuração mineira não fosse atropelada e desmantelada pela delação premida de Joaquim Silvério dos Reis e seus amigos é um exercício de imaginação que pode ser bastante atraente. Especialmente após quase dois séculos de independência e ver que quase nada mudou em nosso país em termos de tradição e pensamento politico, econômico e social. Mudamos o nosso status de colônia subjugada por outro de colônia independente, mas nossas tradições, nesse sentido, continuam tão atrasadas quanto o eram no tempo de Tiradentes. Especialmente em termos de Direito. Lendo o processo que foi movido contra os conjurados mineiros não conseguimos ver muita diferença entre o que se fazia na época de Tiradentes e o que acontece hoje, quando se trata de julgar políticos ou pessoas, de alguma forma, consideradas importantes. Elas sempre escapam do castigo, enquanto os pobres coitados que se envolvem nesses casos geralmente acabam como bodes do sacrifício. Ainda que seja um bode que se prontificou a ir para o sacrifício, por conta própria como parece ter sido o nosso glorioso Joaquim José da Silva Xavier. Um bode de coração valente. Nesta semana, em que se comemora o aniversário do malogrado levante de Vila Rica, não custa recordar o exemplo de Tiradentes, e perguntar: o que fizemos para merecer o sacrifício do Joaquim? TIRADENTES ERA MAÇOM? Sempre se especulou se Tiradentes e os demais conjurados mineiros eram maçons. A bem da verdade não há qualquer prova dessa circunstância. Nem se levantou, em Vila Rica ou em qualquer outra cidade mineira a existência de Lojas maçônicas na época. Na verdade, o movimento maçônico não era uma coisa muito bem vista pelas autoridades portuguesas da época. Não havia muito tempo que o Marques de Pombal colocara na clandestinidade todas as associações desse tipo, inclusive a Maçonaria e a Companhia de Jesus, por considerá-las subversivas. Certamente o governo português não permitiria o livre exercício dessa atividade nas colônias, o que afasta a possibilidade de que os chamados inconfidentes pudessem ser iniciados. Isso não quer dizer que não professassem o ideal maçônico, ou que desconhecessem o movimento. Afinal, a maioria dos conjurados e os simpatizantes de uma separação da colônia eram funcionários e estudantes que viviam, ou tinham vivido na Europa e conheciam os ideais libertários que inspiraram a Revolução francesa e a Guerra de libertação das colônias americanas. E em ambos os movimentos os maçons exerceram papéis de fundamental importância. Pode-se dizer que a república americana é obra de maçons e se ela servia de modelo para os inconfidentes não é impossível que uma relação dessa ordem possa ter existido. Consta, inclusive que um dos conspiradores mineiros, o bacharel Alvares Maciel, chegou a entrevistar-se com o embaixador americano, o maçom Benjamin Franklin, buscando apoio para a revolução. Fossem ou não irmãos, o que fica é o exemplo. O sacrifício de Joaquim José, a defesa de um ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, que é a divisa adotada pela Maçonaria. Nestes momentos em que o país mergulha em uma crise ética onde esses valores foram esquecidos, é mais que importante se lembrar desses nossos antecessores e reviver o seu exemplo.
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 17/36 Irmão José Anselmo Cícero de Sá (33º. REAA) VM da Loja Estrela da Distinção Maçônica Brasil nr. 953 (GOB/GOERJ) Academia de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro Cadeira nr. 29 - Patrono: Quintino Bocaiuva – AO ENCONTRO DO “MELHOR” “Pedi e se vos dará, buscai e achareis, batei à porta se vos abrirá”; Porque todo aquele que pede recebe; quem procura acha, e se abrirá àquele que bate à porta “... mas Deus lhe deu, a mais do que ao animal, o desejo incessante do melhor, e é este desejo do melhor que o impele à procura dos meios de melhorar sua posição” (Mateus, Cap.XXV - ESE.) SÓCRATES, filósofo grego (470–399 a.C.), nos legou a seguinte mensagem: “Ninguém que saiba ou acredite que haja coisas melhores do que as que fazem, ou que estão ao seu alcance continua a fazê-las, quando conhece a possibilidade de outras coisas melhores”. Quando o ser humano age erroneamente, é porque opta pelo que lhe “pareça o melhor”, conforme a sua óptica, isto porque o seu comportamento está alicerçado em sua própria maneira de perceber a vida. A compreensão do “melhor” depende do desenvolvimento do raciocínio lógico de cada um para cada situação, e se manifesta na criatura através de uma seqüência progressiva, onde se leva em conta a maturidade espiritual adquirida em experiências evolutivas através dos tempos. Todos nós acumulamos informações, instruções, noções em muitos aspectos através das nossas vidas. A princípio passamos a vivenciá-los superficialmente, porém, aos poucos, vamos analisando-os entre processo de reelaboração, para depois passar a integrá-los em definitivo em nós mesmos, isto é, incorporá-los completamente. Em “praticar o nosso melhor’ está contido o quanto de amadurecimento conseguimos recolher nas experiências da vida e também como usamos e inter-relacionamos essas mesmas experiências quando deparamos com fatos e situações no decorrer dos nossos caminhos. Sempre optamos de acordo com a nossa “gradação evolutiva”, isto porque, somos agora o que de “melhor” poderíamos ser, já que estamos fazendo conforme nossas possibilidades de interpretação, junto aos outros e perante a vida. Podemos dizer que será considerado o “nosso melhor’ o que sentimos em profundidade ou experimentando vivenciando e não o que lemos, escutamos o que nos ensinam, ou mesmo o que os outros tentam nos mostrar, isto porque, estar na “cabeça” não é o mesmo que estar na “alma inteira”. 5 – Ao encontro do “melhor” José Anselmo Cícero de Sá
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 18/36 Há ocasiões em que julgamos um ato praticado por uma pessoa como sendo negativo, todavia para entendermos o que motivou a agir daquela forma e o porquê do seu padrão comportamental, mister se faz atingirmos o âmago desta pessoa e observarmos, dentre outras coisas, como ela foi educada, quais foram os valores que recebeu na infância, e o meio social em que cresceu. É evidente que o nosso “melhor” de hoje possa vir a sofrer profundas alterações amanhã, isto porque a própria evolução é um processo que nos incita sempre ao “melhor”, pois é propósito do Universo nos fazer progredir cada vez mais para nos aproximar da sabedoria plena. A natureza humana tende sempre a compensar as suas faltas e insuficiências. Cientificamente consta que todo organismo está buscando se atualizar, ou suprir, pois quando gasta energia a necessidade de recompor esta carência energética, expressando-se em algumas ocasiões com as sensações de fome e de sede. Podemos observar que esta força que busca nos melhorar, ou mesmo nos contrabalancear, é como se fosse uma “alavanca poderosa” que tende sempre a nos atualizar, mantendo-nos no melhor equilíbrio possível. Assim quando, por exemplo, um pulmão deixa de funcionar, o outro pulmão faz a função de ambos, podendo isto também pode ocorrer com o nosso rim. Em outros casos, essa força interna tenta reparar os deficientes visuais e auditivos, compensando-os com maior percepção, sensibilidade e tato. Por outro lado, estruturas ósseas fraturadas se recompõem e se solidificam mais fortemente no local exato onde houve a lesão. Por outro lado, observamos que o nosso sistema imunológico, que é essa mesma força de ação, exerce grande influência sobre o organismo para mantê-lo no seu melhor desempenho, conservando a própria subsistência orgânica através de mecanismos de autodefesa, com que elimina todos e quaisquer elementos estranhos que possam vir comprometê-lo. Também sob o aspecto psicológico, esse fenômeno ocorre para que todos nós possamos nos ajustar diante da vida, de acordo com o nosso “melhor”. Ninguém consegue agir de modo diferente do que assimilou como certo ou favorável, porque todo o nosso propósito é fundamentalmente bom com o nosso “melhor”. A intenção dos seres humanos se baseia no conjunto de bens morais e intelectuais de capacidades e habilidades próprias, porém os meios de execução pelos quais eles atuam são sempre questionáveis, pois outros indivíduos, nas mesmas situações, tomaram medidas diferentes, baseadas no seu “estágio evolutivo”. Ainda discorrendo sobre esta questão, é imprescindível dizer que, quanto está fazendo o nosso “melhor”, agimos de acordo com o que sabemos neste exato momento e, dessa forma, a “Providência Divina” estará nos protegendo. Todavia, quando propositadamente não correspondemos com atos e atitudes ao nosso grau de justiça e conhecimento, passamos a não mais receber “condescendência espiritual” visto que transgredimos os limites das leis naturais que nos amparam e sustentam. O Apóstolo PEDRO escreveu que: “Deus julga a cada um de acordo com suas obras”. Tal frase pode ser interpretada como a certeza de sermos avaliados pelo “Poder Divino” segundo nossa capacidade de escolha, isto é, levando-se em conta nosso conjunto de funções mentais e espirituais, bem como nossa aptidão racional de fazer, de decidir, analisar e tomar direções. As nossas “obras” as quais são enunciadas pelo Apostolo Pedro no texto Evangélico, não são edifícios de alvenaria, perecíveis e passageiros, mas sim as nossas construções íntimas – o “maior potencial” que já conquistamos ou conseguimos atingir, em todos os sentidos da nossa vida. Isto equivale a dizer que encontraremos no nosso “MELHOR” sempre o ponto chave na apreciação e no cálculo da “Contabilidade Divina”, ao registrar se “obteremos o que pedimos” ,”se acharemos o que buscamos” e se “as portas se abrirão ou se fecharão para nós” . ================================================================================
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 19/36 Ir. Pedro Juk, articulista do JB News, É da Loja Estrela de Morretes, 3159 – Morretes – PR ALFERES JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER TIRADENTES – MÁRTIR DA INDEPENDÊNCIA É sempre importante lembrar que na nossa História seguramente episódios de caráter pacifista, idealista e mesmo revolucionário muitas vezes foram arquitetados e amadurecidos por aqueles que adquiriram conhecimentos hauridos dos ideais maçônicos. Desta forma não se pode ignorar ou querer dissociar a influência da MAÇONARIA na evolução do contexto social, histórico e político do Brasil e dentre estes o episódio conhecido como a Conjuração Mineira do qual foi comparte o Alferes Joaquim José da silva Xavier. Nesta iniciativa de promover a lembrança da conduta do mártir e herói Tiradentes e pela magnitude de nossa Pátria, ousamos identificar que a própria História do Brasil, seus heróis e os seus episódios foram condenados a um mórbido desterro injustificável, pois muitas vezes pela desídia ou negligência das autoridades constituídas, nosso povo e, infelizmente, a nossa juventude, palmilha um caminho de ignorância do passado, vivendo apenas o presente sem qualquer preocupação com o futuro. Citando Brecht, “Infeliz o povo que precisa de heróis. Mais infeliz ainda é o povo que esquece os seus heróis”. É oportuno neste momento lembrar que também é infeliz a nação que esquece o seu passado, ignorando a sua História, os seus costumes e as suas tradições, pois certamente esta forma de agir comprometerá a construção do presente, assim como qualquer projeto para o futuro. OS ACONTECIMENTOS DA CONJURAÇÃO E O BRASIL DO SÉCULO XVIII O domínio rígido da Metrópole Portuguesa controlava a economia colonial brasileira por meio de um sistema monopolista, usualmente aplicado naquela época de acordo com o contexto do capitalismo comercial então em vigor, fazendo com que a economia do Brasil- Colônia viesse a completar o sistema econômico português exportando com exclusividade para 6 – Alferes José Joaquim da Silva Xavier Pedro Juk
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 20/36 Portugal matérias-primas e gêneros tropicais, enquanto importava produtos manufaturados. Resumindo: O Brasil nada podia produzir em detrimento a qualquer concorrência com a Metrópole Portuguesa. A exceção da produção açucareira, o algodão, o couro do gado abatido, as folhas de tabaco, nada poderia ser manufaturado no Brasil, fato que levou à época uma relação de exclusividade denominada “Pacto Colonial” que a bem da verdade travava o desenvolvimento econômico da Colônia, não só pelo abuso dos monopólios, mas, sobretudo o rigor fiscal da Metrópole que buscava uma solução à crise financeira que se instalara em Portugal no decorrer do Século XVIII pelo fato de que a Coroa Portuguesa não possuía um lastro de capital suficiente para concorrer com o processo de industrialização, já em franco desenvolvimento na Inglaterra. Nesse sentido, incapaz de implantar o “Capitalismo Comercial” em oposição ao “Capitalismo Industrial”, Portugal continuava ligado ao mercantilismo e por conseqüência ao regime absolutista. Em meados do Século XVIII na Capitania das Minas Gerais a mineração – grande fonte que sustentava a Metrópole – já se encontrava em franca decadência, tornando-se, portanto, um alvo da voracidade fiscal e tributária de Portugal. É oportuno lembrar que a aversão do povo brasileiro ao colonizador português e o rigor do fisco imposto pela Corte já se manifestava nas primeiras décadas do Século em questão por movimentos rebeldes de caráter nativista a exemplo da Guerra dos Mascates, em Pernambuco (1.710) e a insurreição de Vila Rica produzida por Filipe dos Santos em 1.720. As absurdas exigências ditadas no Alvará Real de janeiro de 1.785 em prejuízo aos brasileiros despertavam mais uma vez a idéia de Independência, principalmente na Capitania das Minas Gerais. Dentre outras, o Alvará Real determinava a proibição do uso das estradas do interior para o litoral visando evitar o contrabando e o extravio do ouro; A proibição da entrada de livros estrangeiros visando à propagação de ideais liberais no território brasileiro e a DERRAMA, destinada a cobrança de impostos atrasados devidos pelos mineiros à Coroa Portuguesa. Embora o esgotamento do fastígio do ouro, a ambição desmedida do fisco ignorava o quadro e onerava cada vez mais com pesados tributos tornando a situação praticamente insustentável à população da Capitania das Minas Gerais. Estando o Brasil fechado para outras nações do mundo, tanto no aspecto comercial por força dos monopólios, bem como no campo cultural, pois até mesmo os livros estavam proibidos, julgava Portugal que nos rincões brasileiros não soariam os acordes de liberdade que ameaçavam as monarquias absolutistas européias, abaladas pelos filósofos iluministas franceses como RUSSEAU, VOLTAIRE E MONTESQUIEU, cujas idéias falavam de liberdade, igualdade e fraternidade. Estes ideais tomavam força e vigor pelo exemplo da independência dos Estados Unidos da América alcançada em 1.776, não tardando a encantar a juventude intelectual, sonhadora e visionária que nas Minas Gerais e, mais precisamente em Vila Rica, decidia-se em conquistar a liberdade do Brasil do jugo da Coroa Portuguesa. Os primeiros passos para esse movimento libertário foram dados na distante Europa, quando o entusiasmo de brasileiros, filhos de famílias abastadas estudavam nas Universidades européias de Coimbra, Montpellier e Bordeaux, justamente nos calor das idéias liberais que mais tarde inflamariam a Revolução Francesa. Há que se destacarem os maçons iniciados nas terras européias como José Joaquim Maia e Barbalho e José Álvares Maciel, cujo entusiasmo pela causa levou a José Joaquim da Maia
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 21/36 a se encontrar com Thomaz Jefferson, o redator da declaração da Independência dos Estados Unidos e na época, embaixador na França. Em Nimes, Maia não titubeou a pedir apoio dos Estados Unidos para os planos de um Brasil Independente. José Joaquim Maia e Barbalho viria a falecer em Portugal quando se preparava para regressar ao Brasil. Entretanto, seus companheiros José Álvares Maciel e Domingos Vidal Barbosa de regresso ao Brasil viriam a se instalar em Vila Rica e a partir de 1.788 passavam a arrebanhar adeptos no sentido de impulsionar a idéia de um Brasil independente. Das idéias liberais trazidas da Europa pelos estudantes brasileiros, a voracidade do fisco português e o temor pela cobrança dos impostos atrasados, reuniram às sombras dos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, homens cujo objetivo era a conquista da Independência do Brasil. É dentre este grupo que surge a figura do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, alcunha de Tiradentes que viria a se constituir mais tarde como figura principal e Mártir da Independência. A CONJURAÇÃO. As reuniões de objetivo libertário eram realizadas de forma alternada nas casas de Cláudio Manoel da Costa e do Ten. Cel. Freire de Andrade, todavia nem sempre cautelosas levando-se em conta a conspiração e os assuntos revolucionários. Devaneadores de um Brasil independente, os bravos conjurados de forma até utópica, anteviam um Brasil como República Democrática, sem escravos, onde haveria escolas e universidades para o povo, justiça tributária, incentivo para instalação de indústrias, etc. Seria também concedida uma anistia fiscal, a mineração e o comércio seriam livres e a capital seria transferida para São João Del Rey. Dentre outros planos dos visionários conjurados, estes tinham convicção do apoio popular, não se preocupando em preparar o povo para a rebelião. Para os conjurados, pois estes eram reconhecidamente influenciados pela independência dos Estados Unidos da América do Norte, o povo daria incontestável apoio tal qual ocorrera no continente norte-americano, onde os colonos americanos pela criação de impostos sobre o chá, vidro, etc., rebelaram-se em busca da independência que foi alcançada. A DERRAMA, aqui no Brasil seria suficiente para provocar reação popular nas Minas Gerais. Neste sentido, os conjurados decidiram que a revolução romperia quando fosse lançada a DERRAMA. Talvez pela ação conspiratória um tanto quanto visionária e o ato covarde de Joaquim Silvério dos Reis – integrante do grupo dos conjurados – denunciando a conjura ao governador da Capitania, Visconde de Barbacena, levou ao malogro o projeto libertário do Brasil, sepultando os anseios daqueles conjurados. Com o ato traiçoeiro, é então suspendida a DERRAMA e ordenada à prisão dos Conjurados residentes em Vila Rica e em outras localidades da Capitania, sendo comunicado ao vice-rei D. Luiz de Vasconcelos o movimento conspiratório quando então fora ordenada a prisão de TIRADENTES que se encontrava em atividade conspiratória no Rio de Janeiro. Inicia-se então – em 1.789 – um longo e penoso procedimento investigatório denominado de Autos da Devassa que durariam três anos, submetendo os conjurados a exaustivos interrogatórios, seguidos de violência e invasão de domicílio em busca de provas e materiais documentais que pudessem comprometer os conjurados. Ao longo deste período inquisitorial, surpreendentemente muitos dos conjurados mostraram uma fraqueza de caráter, acusando-se mutuamente no sentido de dar provas de arrependimento, o que acarretaria em um turbilhão de acusações a Tiradentes. Entretanto, para toda regra existe uma exceção, o comportamento do Alferes Joaquim José da Silva Xavier durante todo o período interrogatório foi o de nunca ter acusado os companheiros, nem mesmo
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 22/36 demonstrando arrependimento e fraqueza de caráter, pautando-se firme na convicção do propósito de libertar o Brasil de Portugal. Disse o alferes: “Se mil vidas tivesse, mil vidas daria”. Estas palavras encontram-se registradas nos Autos da Devassa e são prova inconteste do seu firme propósito em lutar e morrer pela soberania da Pátria Brasileira. Concluída a “Devassa”, no dia 18 de abril de 1.792 exarou-se a sentença que no dia seguinte era lida aos conjurados, donde onze foram condenados à morte na forca, cinco condenados ao degredo perpétuo e os demais ao degredo temporário. Entretanto no dia 20 de abril daquele ano nova sentença era lida, comutando a pena de morte pelo degredo perpétuo para dez conjurados, mantendo-a apenas para Tiradentes, cuja sentença determinava por ser “o único que se fez indigno da real piedade”. Na manhã de sábado, 21 de abril de 1.792, na forca levantada no Campo de São Domingos, ou Larga da Lâmpadosa, consumava-se o martírio de TIRADENTES. A SAGA DE TIRADENTES. Joaquim José da Silva Xavier nasceu a 12 de novembro de 1.746 na Fazenda do Pombal, Freguesia de Santa Rita do Rio Abaixo, em Minas Gerais, de pai português e de mãe brasileira. Cedo aprendeu com o seu padrinho, Sebastião Pereira Leitão, o ofício de dentista prático, no qual se tornou perito e que lhe rendeu a alcunha de “Tiradentes”. Aos 25 anos começa a realizar viagens com fins comerciais e profissionais entre Minas Novas e o Rio de Janeiro, as quais durariam aproximadamente cinco anos. Aos vinte e nove anos assenta praça na cavalaria da Companhia dos Dragões de Vila Rica com o posto de alferes. Alferes (do árabe: al- farc=cavaleiro) é um antigo posto do exército brasileiro correspondente ao atual segundo-tenente. De perfil muito expansivo e falante, tornou-se bastante conhecido entre Vila Rica e o Rio de Janeiro, nas estalagens, nas fazendas, nas casas comerciais e nos destacamentos militares. Em 1781, comandava o posto de vigilância no caminho do Rio, com a missão de reprimir o contrabando na serra da Mantiqueira. Dedicou-se também a construção de estradas, como a ligação de Sete Lagoas a Paracatu e o melhoramento de variante do Caminho Novo do Rio de Janeiro. Interessou-se pela descoberta de novas lavras e teve uma fracassada experiência agrícola. Nunca se casou, porém teve uma filha de nome Joaquina, de sua ligação com Antonia Maria do Espírito Santo. Em face as suas permanentes movimentações, fizeram-no, além de conhecido, estimado, ainda mais em consideração ao seu temperamento simpático e expansivo, à sua língua solta e à sua personalidade pitoresca. Sendo recebido em todos os meios, logo iria se associar àqueles que se queixavam da opressão fiscal, dos impostos extorsivos, dos peculatos, da corrupção e dos desmandos das autoridades. O ano de 1.788 marcou seus decisivos contatos no Rio de Janeiro com homens que iriam marcar a sua vida e a sua atuação daí em diante. Em março ele se aproxima do padre Rolim que era acusado de contrabando e expulso das Minas Gerais. A 23 de julho ocorre o famoso e importante encontro dele com José Álvares Maciel que acabara de retornar da Europa. Este lhe dá conta da correspondência entre José Joaquim Maia e Barbalhos e Thomas Jefferson. Deste
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 23/36 encontro Maia entrega a Tiradentes um exemplar do “Recueil”, coletânea dos princípios políticos básicos do sistema constitucional norte-americano. A partir daí, ele começou sua pregação, participando de conventículos e da importante reunião dos principais ativistas do movimento, em 26 de dezembro de 1.788, na casa de Freire de Andrade, para formalizar os planos de um levante armado contra a Coroa portuguesa. Essa pregação do alferes, todavia, ao invés de se limitar ao segredo de recintos fechados, como convém a revoltosos, acabou atingindo reuniões em locais públicos, nas ruas, nas praças, nos quartéis, nas tabernas, ou seja, em qualquer lugar em que pudessem existir ouvintes que poderiam aderir ao movimento. Suas fala sobre corrupção dos governadores, a exploração da colônia pela metrópole, as riquezas da Capitania e a perfeição do regime republicano, que faria emergir essas riquezas em benefício dos brasileiros, passavam de boca a boca e iam comprometendo o futuro da revolta que, evidentemente, teria que ser absolutamente secreta para ter êxito. Era um entusiasta que expunha suas idéias com fervor e que ia articulando os planos para o movimento, garantindo a todos que o levante seria apoiado por gente do Rio de Janeiro, do Pará, da Bahia, de Pernambuco e até da França, que haveria de mandar naus de Bordéus. Graças a isto, muitos dos seus companheiros o consideravam um visionário. Quando parecia delineado o movimento, o Tiradentes volta ao Rio de Janeiro, a 11 de março, depois de ter recebido licença no dia 10. A 14 do mesmo mês é suspensa a Derrama – conforme carta enviada por Barbacena à Câmara de Vila Rica – e no dia seguinte, dia 15, o delator do movimento Silvério dos Reis, apresentava verbalmente a sua denúncia, conforme atestado do visconde de Barbacena, incluindo no Vol. I dos Autos da Devassa. Denunciado o motim, ou o que restava dele, o Tiradentes passou a ser vigiado no Rio de Janeiro, sendo preso no dia 10 de maio, três dias depois de instalada a Devassa do Rio de Janeiro. Encarcerado na ilha das Cobras passou por vários interrogatórios entre 1789 e 1791. Em 18 de janeiro de 1790 ele confessa ter sido cabeça do motim, justificando o fato de nada ter dito antes por não querer perder ninguém, mas que, diante das evidências contra ele apresentadas, reconhece que tramou tudo, sem que sofresse a influência de ninguém. O espetáculo desta tragicomédia chegaria ao fim com o enforcamento do Alferes Joaquim José na manhã de 21 de abril de 1.792, ao redor das 11 horas, numa ensolarada manhã de sábado. Morria o homem que sonhou com a liberdade do Brasil, nascendo concomitantemente o mito que estimularia a Independência de 1.822. Cita Calógeras, “antes mesmo de nascer, a Inconfidência tinha morrido. Resumiam-se em planos, projetos e conferências vagas. Nada fora feito para transformá-la em realidade. Sua importância, entretanto, manifestou-se com o decorrer do tempo, não em execução, mas como sintoma. Dera a medida da opinião pública, índice de hostilidade generalizada contra a administração lusitana e seus métodos. Nela despontava a Independência”. CONCLUSÃO. Antes mesmo de nascer esse movimento sedicioso de Vila Rica tinha morrido. Talvez lhe tenha faltado consistência ideológica, não sendo fácil a abordagem desta questão, pois tão escassas e vagas são as idéias que transparecem nos registros que também eram raros. Tiradentes, proclamado herói nacional quando foi implantada a república, e patrono do Brasil em época mais recente, merece na realidade estas honrarias póstumas, pois foi um entusiasta de uma causa de que outros se aproveitavam, assumiu todos os riscos, com o estoicismo dos predestinados e enfrentou a morte com a serenidade e a dignidade que os demais conjurados não souberam manter nos momentos mais cruciais.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 24/36 Graças ao fato de ter sido levado ao degrau mais alto do altar da Pátria como mártir da liberdade, a sua figura sempre seduziu a todas as camadas sociais e a todos os pesquisadores da História nacional. Neste momento de homenagem ao mártir da liberdade da nossa Pátria, é oportuno uma reflexão sobre os dias atuais tão conturbados e abarrotados de péssimos exemplos por parte de alguns partícipes de segmentos da política nacional. Ao lembrarmos Tiradentes e o seu calvário na forca tendo o seu corpo esquartejado e espalhado a servir de um tétrico exemplo, tão grave quanto esta execução sumária é o exemplo deixado por aqueles que eleitos para representar os anseios do povo brasileiro, trocam este objetivo por atos de corrupção e enriquecimento ilícito, roubando a nação e se escondendo sobre o manto secreto do corporativismo onde acertos e acordos tomam o lugar da justiça e da equidade. Se o mártir fora sacrificado por lutar por justos ideais, quando a Derrama extorquia os brasileiros com impostos descomunais, o que se poderia dizer atualmente com a pesada carga de impostos auferidos pelos poderes constituídos, sacrificando uma nação cansada de lutar pelo seu engrandecimento, mas sem a devida recompensa. Num afã de neologismos criam-se adjetivos para qualificar as vias da corrupção. Propinodudos, valeriodutos, mensalão são adágios do dia a dia de uma nação que tem um povo simples, humilde e trabalhador, entretanto, extorquido. A liberdade ainda que tardia desperta o povo, ergue a nação e exalta as sãs consciências. A palavra liberdade inspira poetas, encoraja soldados, arma patriotas e produz heróis. O corpo repartido de Tiradentes arde até hoje exposto nas estradas do tempo da nossa História, sangrando para que a liberdade seja lembrada todos os dias e todas às horas, convidando-nos ao testemunho, à vigilância e ao exemplo. Tomara que o exemplo do mártir na luta pela liberdade possa assegurar a cada brasileiro as condições mínimas de subsistência como alimentação, educação, habitação e a saúde. Que assegure o direito de não ser discriminado pela cor, pela condição social, pela idade e pelas convicções políticas e religiosas. Que o suplício de Tiradentes lembre às autoridades que o homem tem o direito a felicidade, ao trabalho e, sobretudo, a viver com dignidade. E.T. No resumo histórico deste texto, em grande parte, tiveram por base apontamentos do saudoso Irmão José Castellani, assim como bibliografia pertinente ao tema. PEDRO JUK. ABRIL/2006. Revisado em abril de 2.014
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 25/36 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 07.04.1997 Expedicionário Nilson Vasco Gondin Florianópolis 12.04.1997 Lara Ribas Florianópolis 21.04.1979 Colunas do Imbé Imbituba 26.04.1979 Duque de Caxias Florianópolis 28.04.1990 Luz do Vale Rio do Sul 28.04.2008 Consensio Içara Data Nome da Loja Oriente 02.04.2013 Sol do Oriente nr. 107 Balneário do Rincão 05.04.1983 Acácia Negra nr. 35 Mafra 08.04.2015 São Miguel da Terra Firme nr. 110 Biguaçú 09.04.1952 Fraternidade Tubaronense nr. 09 Tubarão 14.04.1956 Mozart nr. 08 Joinville 14.04.2014 Amadeus Mozart nr. 108 Joinville 15.04.2007 Acácia Riosulense nr. 95 Rio do Sul 18.04.1997 Padre Roma nr. 16 São José 21.04.1982 Inconfidência de Concórdia nr. 27 Concórdia 24.04.2001 Liberdade e Harmonia nr. 81 Florianópolis Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de abril 7 – Destaques (Resenha Final)
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 26/36 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 02.04.1860 Regeneração Catarinense - 0138 Florianópolis 03.04.1998 Pedra Da Fraternidade - 3149 Itapoá 04.04.1974 Hermann Blumenau - 1896 Blumenau 12.04.1973 Plácido O De Oliveira 2385 Rio do Sul 19.04.1996 Universo Da Arte Real - 2947 Penha 23.04.2012 Ética E Justiça Florianópolis 24.04.1995 Estrela Da Harmonia -2868 Criciúma 25.04.2003 Laelia Purpurata - 3496 Camboriú 28.04.2003 Harmonia E Fraternidade -3490 Florianópolis
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 27/36 Homenagem à Grande Loja de Santa Catarina pela Assembleia Legislativa Na noite desta terça-feira, 19 de abril, a Grande Loja de Santa Catarina foi homenageada pelo Legislativo catarinense em Sessão Solene Especial no Plenário daquela Casa. Uma exemplar cerimônia que deu início às comemorações da semana, alusivas aos 60 anos de fundação da Grande Loja de Santa Catarina, que neste 21 de abril
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 28/36 Histórico da Fundação “A semente foi lançada nos idos de 1855, por imigrantes alemães e suíços, que desejavam ver em solo catarinense as colunas da Maçonaria Universal. Fundaram, então, a Loja “DEUTSCH FREUNDSCHAFT” (Amizade Alemã). Em 1856, Obreiros oriundos desta primeira Loja, fundaram a Loja “ZUM SÜDLICHEN KREUZE” (Ao Cruzeiro do Sul), ambas no Oriente de Joinville. Logo em 1859, houve uma fusão dessas Lojas, que passaram a adotar o título de “AMIZADE AO CRUZEIRO DO SUL”. Estas Lojas estiveram filiadas à Grande Loja de Hamburgo-Alemanha, Grande Oriente do Brasil, Rio de Janeiro e Grande Loja do Rio Grande do Sul. Com uma história quase centenária, 86 anos de atividade maçônica no solo catarinense, e encorajados pelo profundo conhecimento que detinham da Ordem , seus Obreiros participaram da fundação da Grande Loja de Santa Catarina, juntamente com os Irmãos das Lojas Acácia Itajaiense, Presidente Roosevelt, 14 de Julho, Cruzeiro do Sul e Fraternidade Blumenauense. Esse fato ocorreu em 21 de abril de 1956, em ato presidido pelo Irmão Fernando Vieiro, então Grão-Mestre da Grande Loja do Rio Grande do Sul, durante sessão realizada no templo da Loja 14 de Julho, em Florianópolis. Sua primeira Administração foi eleita por aclamação e esteve assim constituída: Grão-Mestre Grão-Mestre Adjunto 1º Grande Vigilante 2º Grande Vigilante Grande Orador Grande Secretário Grande Secretário Relações Exteriores Grande Tesoureiro Waldomiro Cascaes Ruben Lyra Dino Gorini Xaver Arp Drolshagen Brasílio Celestino Oliveira Manoel Gomes Alpheu Ferreira Linhares Odilon Bartolomeu Vieira Solenidade A abertura dos trabalhos foi procedida pelo deputado Gelson Merísio e o deputado proponente da Sessão especial que o sucedeu e que presidiu os trabalhos, foi o Irmão Vicente Caropreso, incumbindo a este a formação da mesa, que foi constituída pelo Deputado Leonel Pavan, Sereníssimo Grão-Mestre João Eduardo Noal Berbigier e ex- Grão-Mestres da GLSC Airton Edmundo Alves e Wilson Filomeno, Grão-Mestre do GOB/SC, Adalberto Aluízio Eyng e Representante do Grão Mestrado do Grande Oriente de Santa Catarina, através de seu Grão-Mestre Adjunto, Sérgio Martinho Nerbass.
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 29/36 O Deputado e Irmão Vicente Caropreso (foto) falou em nome do Legislativo de Santa Catarina ressaltando a importância da Grande Loja no cenário Maçônico brasileiro e mundial e saudando a Entidade pelos seus 60 anos. Homenagens Seguiram-se as homenagens com entregas distintivas, iniciando-se pela Grande Loja de Santa Catarina representada pelo Grão-Mestre, João Eduardo Noal Berbigier.
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 30/36 Foram ainda homenageadas as seguintes entidades: Fundação Hermon pelo seu presidente Francisco Vady Nozar Mello; Associação Beneficente Mosaico pela sua presidente Maria Anita Jardim Berbigier; Lar Nossa Senhora da Anunciação, de Mafra, pelo seu presidente Norton Luiz Guenther; Sociedade Beneficente e Cultural “A Romã” de Joinville pela sua presidente Justina Inês Machado Shultz; Sociedade Casa da Esperança, de Blumenau, pela sua presidente Elisabeth Weber Rebellato; Escola de Cães-Guias Helen Keller de Balneário Camboriú pelo seu presidente Paulo Cesar Bernardi; Associação Beneficente Seara do Bem, de Lages, pelo seu presidente Wilson Ribeiro dos Santos; Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira, de Chapecó, pelo seu Presidente Severino Teixeira da Silva Filho; e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Criciúma pelo presidente Luiz Sidney Citadin . Em nome das entidades filantrópicas homenageadas, falou o Irmão Francisco Vady Nozar Mello, seu presidente, e ex-Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina (foto).
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 31/36 Por fim, o Irmão João Eduardo Noal Berbigier discursou num belo improviso, sobre os 60 anos da Grande Loja de Santa Catarina destacando a sua importância no cenário maçônico universal. A programação tem sequência neste dia 21 com a chegada e recepção das delegações que cumprirão elaborado programa até sábado, dia 23, cujo encerramento se dará através de um jantar comemorativo ao Jubileu de Diamante, no Salão de Eventos da Grande Loja de Santa Catarina, no Campeche. Acompanhe os demais registros fotográficos produzidos pelo Irmão Borbinha, correspondente especial do JB News acessando o link a seguir: https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/GLSC60AnosHomenage mALSC?authkey=Gv1sRgCIydt8mDtLb5OQ Agora assista o vídeo apresentado na abertura dos trabalhos, sobre a visita virtual à Grande Loja de Santa Catarina: http://www.mrglsc.org.br/visita-virtual/
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 32/36 Visita à cidade de Tiradentes, com fotos do JB News.
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 33/36
  • 34. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 34/36 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 – Tiradentes: https://www.youtube.com/watch?v=RwaY_mLuHoA 2 – História de Tiradentes: https://www.youtube.com/watch?v=El163i6cCO8 3 – Cidade de Tiradentes – MG https://www.youtube.com/watch?v=qf6qOtB6PsM 4 – Trenzinho de São João Del Rei a Tiradentes: https://www.youtube.com/watch?v=VUt2Qvceu7o 5 – Pontos turísticos de Tiradentes – MG https://www.youtube.com/watch?v=9MTcAvKxJ8o 6 – Locomotiva de Tiradentes – MG: https://www.youtube.com/watch?v=Vcv36Qu67To 7 – Filme do dia: Tiradentes – Sinopse: A trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Humberto Martins), líder da Inconfidência Mineira, um movimento surgido em Vila Rica (Ouro Preto) em 1789. Tiradentes sonhou junto com amigos e intelectuais ver o Brasil independente do domínio português, mas esbarrou na traição de Joaquim Silvério dos Reis (Rodolfo Bottino). Tiradentes é um filme brasileiro de 1998, do gênero drama biográfico-histórico, dirigido por Oswaldo Caldeira. O filme foi produzido por Oswaldo Caldeira Produções Cinematográficas e Paula Martinez Mello; o roteiro é de Oswaldo Caldeira; a música de Wagner Tiso; a direção da fotografia de Antônio Luiz Mendes; a direção de arte, cenografia e figurino de Anísio Medeiros, e a edição de Amauri Alves. O filme mostra uma visão bem diferente da convencional, acerca dos fatos políticos que envolveram a Inconfidência Mineira e a condenação dos conjurados. Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, teria sido condenado à morte por ser o único dos revoltosos que não tinha grandes posses. Por outro lado, grande parte da elite de Ouro Preto estava envolvida no levante, inclusive o próprio visconde de Barbacena, mas a maioria não foi processada e nem sequer presa. Uma visão intrigante, porém com respaldo em muitas pesquisas recentes. https://www.youtube.com/watch?v=xtP7b-HlMcI
  • 35. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 35/36 Irmão Adilson Zotovici, Loja Chequer Nassif-169 de São Bernardo do Campo – GLESP que escreve aos sábados neste espaço, hoje homenageando Tiradentes. adilsonzotovici@gmail.com TIRADENTES Vê do céu herói louvado Mesmo face a violência O teu sonho realizado Por um grupo de excelência Muito tempo já passado Embora com tua ausência Vivo e forte é o teu legado De liberdade em essência ! Não fiques acabrunhado Pois há ainda imprudência Mas teu povo é arrojado És mártir da Inconfidência Brasileiro eternizado... Esteio da Independência
  • 36. JB News – Informativo nr. 2.028– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 21 de abril de 2016 Pág. 36/36