CONCEITO
“De um modo geral a epidemiologia
descritiva vai se utilizar dos dados
existentes para examinar como taxas
(de mortalidade, morbidade) vão se
comportar de acordo com variáveis
demográficas (obtidas do censo, por
exemplo)”Szklo, 2000
“Estudo da distribuição da freqüência
das doenças e dos agravos à saúde
coletiva, em função de variáveis
ligadas ao tempo, ao espaço –
ambientais e populacionais – e à
pessoa, possibilitando o detalhamento
do perfil epidemiológico, com vistas à
promoção da saúde” (ROUQUAYROL, 2000)
“Um elemento essencial de um estudo descritivo
é uma clara, específica e mensurável definição da
doença ou agravo em questão”
O que está ocorrendo?
Um estudo descritivo responde às 3 questões
básicas:
Quem (quem tem a doença?)
Quando (como muda com o tempo?)
Onde(onde está ocorrendo o problema?)
E a uma outra, implícita
E aí, o que fazer?
Principais Usos
1. Avaliação das tendências em saúde e
doença, comparações entre diferentes
regiões, países... Inclui monitoramento de
doenças conhecidas bem como a
identificação de problemas emergentes
2. Fornecimento das bases para o
planejamento, organização e avaliação de
serviços de saúde
3. Identificação de problemas a serem
investigados por meio de estudos analíticos
(geração de hipóteses)
Epidemiologia descritiva - Pessoa
1) Características gerais
• Idade
• Sexo
2) Características familiares
• Estado civil
• Idade da mãe
• Posição na ordem de nascimentos
• Herança genética - morbidade familiar por
causas específicas
Epidemiologia descritiva - Pessoa
3) Características étnicas
• Raça/grupo étnico
• Cultura
• Religião
• Local de nascimento
Epidemiologia descritiva - Pessoa
4) Ocorrências acidentais
• Acidentes sofridos
• Exposição à violência
• Ocorrências estressantes
5) Comportamento e estilo de vida
• Atividades ocupacionais
• Uso de medicamentos ou drogas lícitas ou ilícitas
• Características da dieta
• Atividade física e repouso
Epidemiologia descritiva -
Tempo
Análise da distribuição dos eventos relacionados
à saúde no tempo fornece importante
contribuição para elucidar causas de doenças e
informações relevantes para o planejamento e
avaliação em saúde.
A escala de tempo a ser examinada varia com a
doença/evento, de décadas a horas.
Tendências na ocorrência de doenças infecciosas
em geral são distribuídas em períodos mais
curtos de tempo; assim como algumas não
infecciosas como as relacionadas com as
mudanças de clima
Epidemiologia descritiva –
Lugar/espaço
Lugar pode ser definido em termos geopolíticos
(divisão do território em países, regiões) ou em
termos das características geográficas.
Incluem-se no espaço o ambiente físico (clima,
água, ar), biológico (fauna e flora) bem como o
socioambiental (tradições culturais, tipo de
ocupação).
Apesar de poder ser fracionado em lugares que o
integram, cujos limites podem mudar, o espaço
jamais deixará de ser uma totalidade abrangente
Epidemiologia descritiva –
Lugar/espaço
Lugar pode ser definido em termos geopolíticos
(divisão do território em países, regiões) ou em
termos das características geográficas.
Incluem-se no espaço o ambiente físico (clima,
água, ar), biológico (fauna e flora) bem como o
socioambiental (tradições culturais, tipo de
ocupação).
Apesar de poder ser fracionado em lugares que o
integram, cujos limites podem mudar, o espaço
jamais deixará de ser uma totalidade abrangente
Epidemiologia descritiva –
Lugar/espaço
1) Variáveis Geopolíticas
Subdivisão do espaço em grandes áreas
segundo critérios geográficos e políticos:
países, grandes regiões, continentes, etc.
Permite análises comparativas
Conceitos Epidemiologicos
2) Variáveis geográficas
Estudo de fatores isolados que na realidade
compõem os Sistemas Ecológicos
O Espaço Geográfico: determinada porção
localizada da superfície terrestre, constituída pelo
relevo, águas, solo, clima, fauna e flora, ocupada
e modificada por uma população socialmente
estruturada, acrescida dos resultados objetivos da
intervenção humana
Diferenças entre os padrões de morbidade e
mortalidade urbana e rural
Estudos entre migrantes e padrões de morbidade
Epidemias e aglomerado de casos
Ocorrência de doenças/eventos em
determinado local e período, em número
maior que o esperado para tal local ou
período.
São detectadas por meio da análise da
incidência de doenças de acordo com
tempo, lugar e pessoa.
O número de casos que caracteriza uma
epidemia varia com a doença e sua
ocorrência no passado
Epidemiologia descritiva: o
exemplo da AIDS
Tempo: Número acumulado de casos
notificados (1980-jun 2007): 474.273
Taxa de Incidência (2005): 19.5/100.000
habitantes; 2006 * – 17.5
Número de casos novos por ano
(2000-2006): 34.627
Óbitos por AIDS (1980-2006): 192.709
Taxa de mortalidade (2006): 5.1/100.000
habitantes
Epidemiologia descritiva: o
exemplo da AIDS
Epidemiologia descritiva da AIDS no
Brasil
Lugar: Municípios com pelo menos 1
caso de Aids notificado, Brasil, 2006.
Fonte: BrasilMS. PN DST/AIDS
Epidemiologia descritiva da AIDS
no Brasil
Pessoa e Lugar:
.Taxas médias de incidência segundo sexo e faixas
etárias: maiores taxas estão nas faixas etárias de adulto
jovem (20 a 49 anos) em todas as regiões do Brasil. Além
disso, evidencia-se crescimento na faixa etária dos 50 a
59 anos, entre 1994 e 2005.
No Brasil, observa-se diminuição nos coeficientes médios
de incidência no sexo masculino, de 13 a 39 anos,
principalmente na região Sudeste.
No sexo feminino observa-se crescimento em todas . as
faixas etárias. A razão M:F é de 1,5:1.
Epidemiologia descritiva da AIDS
no Brasil
Pessoa: .
- A população de Homens que Fazem Sexo com Homens
(HSH) foi a mais severamente afetada no início da
epidemia. Em 2004, enquanto a incidência de aids na
população de HSH foi de 226,5 por 100.000 HSH, na
população geral foi de 19,5 casos de aids por 100.000
habitantes.
Lugar: .
- Essa taxa varia de 133 por 100.000 HSH na região
Nordeste a 475 por 100.000 no Centro-Oeste. Os dados
mostram, de 1980 a junho de 2007, que dos 85.444
homens que fazem sexo com homens diagnosticados com
aids, cerca de 35% estão incluídos na subcategoria de
exposição bissexual
Epidemiologia descritiva da
AIDS no Brasil
Pessoa (idade e sexo)
- Nos casos de aids em maiores de 13 anos,
sexo masculino, observa-se tendência ao
crescimento proporcional da subcategoria
de exposição heterossexual, estabilização
entre homo/bissexuais.
No sexo feminino há maior transmissão é
devida a relações heterossexuais.
Epidemiologia descritiva da
AIDS no Brasil
Pessoa:
Tabela - Estimativa da prevalência de HIV na
população de 15-49 anos. Brasil, 1998, 2000 e
2004.
Ano Sexo Total
Masculino (%) Feminino (%) (%)
1998 0,82 0,41 0,61
2000 0,84 0,47 0,65
2004 0,80 0,42 0,61
Fonte: PN-DST/Aids. MONITORAIDS, 2005
Epidemiologia descritiva permite uma análise
da situação da AIDS no Brasil
Mortalidade por AIDS decresceu 50% entre 1996 e 2005.
Sobrevida aumentou mais de 10 vezes desde o
diagnóstico por AIDS.
Pacientes com AIDS são hospitalizados ~25% vezes
menos.
A incidência de TB entre pessoas infectadas pelo HIV
caiu pela metade
Epidemiologia descritiva do Câncer de mam
Câncer de mama: crescimento anormal das glândulas
mamárias caracterizado por invadir os tecidos subjacentes
e se espalhar para outras localizações.
Em geral muitos anos se passam entre o o início do
câncer e o seu diagnóstico. No caso do câncer de mama
este período pode ser de 20 a 30 anos.
Características individuais como idade, raça, religião e
estatus socioeconômico estão associados com risco de
câncer de mama
Epidemiologia descritiva do Câncer de mam
Tempo: (Estados Unidos)
- A incidência, ajustada por idade, cresceu de
82/100.000 em 1973 para 118/100.000 em
1998.
Tempo e pessoa:
- Desde 1973 a mortalidade caiu em 18,1%
entre mulheres brancas e aumentou em
12,5% entre as negras.
Epidemiologia descritiva do Câncer de mam
Pessoa:
- Incidência aumenta drasticamente com a idade,
entre os 40 e os 74 anos, quando começa a cair.
- Mulheres com idade de menarca precoce e
menopausa tardia apresentam riscos aumentados ,
enquanto a remoção de ambos os ovários está
associada a uma diminuição de risco.
Epidemiologia descritiva do Câncer de mam
Lugar:
- Taxas de incidência são mais elevadas na
América do Norte e Europa, intermediárias na
América do Sul e mais baixas na Africa e na
Asia.
- Incidência de câncer de mama é 4 vezes mais alta
nos Estados Unidos do que no Japão (embora
tenham se elevado nos últimos anos)
- Mulheres migrantes assumem as taxas do novo
país, em uma velocidade que depende do grau de
aculturação.