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Características, atitudes,
comportamentos e estratégias
para se liderar no século XXI

Novos Lideres para
Enfrentar a Crise
João Ferraz de Almeida
Licenciado: Gestão e Administração de Empresas
Pós-Graduado: MBA Finanças e Fiscalidade

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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Índice…

Introdução….................................................................................................................................. 3
Liderança e a sua importância no Sucesso da Empresarial… ...................................................... 4
Conclusão… ................................................................................................................................. 18
Bibliografia e Cibergrafia… ......................................................................................................... 20

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Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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"Acredito muito na sorte;
Verifico que quanto mais trabalho mais a sorte me sorri."
Thomas Jefferson

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Introdução…

A liderança não é um desafio do séc. XXI. A liderança sempre foi um desafio…
Porém, o enfoque dado a esta questão, principalmente nos últimos anos, mostra a sua
crescente importância, sobretudo ao nível do mundo dos negócios.
Este trabalho visa obter uma resposta à questão “características, atitudes, comportamentos e
estratégias para se liderar no século XXI”.
Assim, o objectivo passa por obter um melhor conhecimento dos estilos de liderança, da sua
evolução, do seu papel e preponderância para o sucesso empresarial.
Que a liderança é fundamental na vida das empresas, pensamos que ninguém põe em causa.
Ela é a responsável pela participação efectiva de todas as pessoas da empresa, motivando-as e
inspirando-as a trabalharem em conjunto com uma visão e objectivos comuns.
Mas será a liderança um processo colectivo ou será que existem pessoas especializadas que
assumem o papel de líder?
Depende do tipo de liderança existente e do papel dos diversos “players” no processo de
liderança. Ao longo dos tempos vários foram os autores que se dedicaram a este assunto, cada
um com a sua visão e a sua opinião sobre o tema. Porém, até hoje não conseguiram uma
definição consensual e paradigmática de liderança.
Em suma, com este trabalho tenho o objectivo de contribuir para evidenciar algumas certezas
relacionadas com o tema da liderança, tendo sempre presente que liderar não é tarefa fácil e
que motivar pessoas não é para todos.

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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Liderança e a sua importância no Sucesso da Empresarial…

O tema da liderança tem sido discutido frequentemente nos últimos anos, entre os estudiosos,
instituições educacionais e organizações empresariais. Um crescente número de artigos e
livros são publicados, havendo também uma oferta significativa de seminários, palestras e
conferências. Assim, a liderança tem sido caracterizada como um elemento importante no
mundo empresarial.
Evidentemente, as grandes transformações ocorridas especialmente a partir dos anos 80, tais
como: a globalização, a terceirização, o declínio do emprego, o aumento do emprego e a
expansão da internet, entre outros, levou à ebulição do assunto.
Como resultado dessas mudanças, precisamos de uma nova realidade para as empresas, que
necessitam de novas formas inovadoras de agir, estruturas mais flexíveis e optimização do
capital humano. Contudo, para conseguir efectuar o processo de mudança nas organizações é
necessário que as pessoas que delas fazem parte estejam comprometidas com a mudança. E
aqui, o papel da liderança é fundamental, uma vez que é responsável pela valorização da
participação efectiva de todas as pessoas na empresa, motivando e inspirando-os a trabalhar
em conjunto com uma visão e um objectivo comuns.

A pesquisa etimológica do termo liderança ajuda a esclarecer o significado e a utilização desse
conceito, nomeadamente, no seu emprego mais usual e prático.
A palavra “liderar” vem do inglês, “to lead”, que significa, entre outras coisas, conduzir, dirigir,
guiar, comandar, persuadir, encaminhar, encabeçar e atravessar. Os diversos conceitos a ela
ligados relacionam-se com os do latim, “ducere”, que significa conduzir.
No século 13, documentou-se “leader” como: condutor, capitanear, como sendo aquele que
exerce a função de conduzir. Também nessa época surge “leading”, substantivo de “to lead”,
traduzido por acção de conduzir.
Já no século 19 surge a palavra “leadership” como sendo dignidade, função ou posição de guia,
de condutor, de chefe.
Na segunda metade do século 19, surge na língua portuguesa o vocábulo “lead” que no início
do século 20, por volta dos anos 30, é adaptado para a língua portuguesa: líder, liderança,
liderar. Várias outras línguas incorporaram “lead” e alguns dos seus derivados ao seu
vocabulário, sempre preservando o seu significado.

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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No Dicionário Aurélio a palavra liderança é considerada também como uma “forma de
dominação baseada no prestígio pessoal e aceite pelos dirigidos”.
Variados autores tratam como sendo sinónimos as palavras “liderança” e “gestão”. A palavra
“gestão”, deriva do latim “gestio”, “gestionis”, “de gerere”, e atribui-se o sentido de
“gerência”, “administração”, o “acto de gerir”.
É usual presumir-se que a liderança é um processo mais emocional e quente do que a gestão.
Tendencialmente considerar-se que os líderes tomam riscos, são carismáticos e inspiradores,
são dinâmicos e criativos, sabem lidar com a mudança, são visionários; enquanto os gestores
são mais racionais, trabalham mais com a cabeça do que com o coração, lidam com a
eficiência, o planeamento, o procedimento, o controlo e os regulamentos.
A liderança é, sem dúvida, muito importante e a liderança não é, em si, boa ou desejável, ela é
um meio e a sua essência é o desempenho. A base da liderança eficaz passa por identificar
qual a missão da organização, definindo-a e estabelecendo-a com clareza e visibilidade.
O líder deverá estabelecer as metas, deverá definir os objectivos e deverá também estabelecer
as prioridades. Esta base da liderança, não é mais nem menos do que o primeiro requisito
fundamental para se ser líder.
O líder, entre outras tarefas, deverá: definir estratégias, tarefas e funções; planear; controlar;
avaliar; motivar; organizar; bem como ser um exemplo a seguir.
A realidade actual é que tudo acontece muito rápido; o dia-a-dia está confuso e cheio de
dificuldades, com sucessivas mudanças e incertezas. No entanto, esse panorama não é uma
novidade. São elementos que sempre existiram, inerentes à história da humanidade.
Conforme já referi, a liderança não é um desafio do século 21, sempre foi um desafio.
Contudo, muitos autores defendem que a função de liderança talvez seja a principal busca da
sociedade actual.
Antigos governantes dedicaram muito do seu tempo a estudar a liderança. Todos os líderes,
em qualquer tempo, tiveram de lidar com a mudança e procurar saídas para problemas
causados por imprevistos, desde fenómenos da natureza, guerras, fome, pestes e revoltas
sociais. Talvez o que seja diferente hoje em dia sejam os intervalos de tempo entre a
tempestade e a bonança. Hoje, o espaço entre esses dois fenómenos é cada vez menor.
É certo que os desafios do líder não são novos pois não são apenas os modelos de referências
que são históricos, existindo muitos manuais que se perpetuam no tempo, como “O príncipe”,
de Maquiavel, escrito no século 15 e a “Arte da Guerra”, de Sun Tzu com cerca de 2.500 anos.
Assim, ser príncipe, chefe ou líder, ou seja, assumir a responsabilidade por coordenar grupos,
não é tarefa fácil, pois quando se está a trabalhar, conviver e interagir com pessoas, pessoas
essas cheias de expectativas, vontades e costumes, que se podem chocar com o desempenho
João Ferraz de Almeida
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daquele que se atreve mandar e mudar antigas regras, mas que tem autoridade sobre as
pessoas, devemos ter a capacidade de comandar, de ser o exemplo, de assumir e de motivar.
Os líderes que chegaram ao poder por meio da criminalidade, como matar pessoas, trair
amigos, sem fé, piedade ou religião, podem até alcançar o poder, mas não a glória.
As ofensas devem ser feitas todas de uma vez, com o objectivo de ofenderem menos,
enquanto que os benefícios devem ser distribuídos lentamente, aos poucos, para que possam
ser bem digeridos.
Os líderes devem ser flexíveis para lidarem com diferentes situações, não devendo escolher
nem um estilo de liderança estritamente autocrático nem democrático.
Muitos líderes ignoram os meios utilizados, o que importa são os fins, e se o objectivo final for
conveniente, é possível valerem-se de quaisquer recursos para chegar ao resultado. O lema foi
imortalizado: “os fins justificam os meios”.
Nesses casos, não há muita preocupação na conduta ética de grande parte das pessoas, sejam
elas funcionários de uma organização, sejam elas cidadãos. Já para as pessoas conscientes e
consequentes, a ética faz parte das suas vidas de uma maneira tão natural quanto
indispensável, que resultam numa responsabilidade maior, a responsabilidade social. Esta
consciência social tem levado muitas pessoas e muitas organizações a reverem os seus papéis
na sociedade e na comunidade em que actuam.
Os líderes facilitadores pensam e agem com o fim de promover o desenvolvimento pessoal dos
colaboradores, pois estão certos de que eles possuem plena capacidade de aprendizagem. Os
líderes que se colocam como catalisadores, e não como manipuladores do poder, geram
indivíduos responsáveis e independentes que prestam serviços, mas não subserviência.
Nas organizações, encontramos líderes que são respeitados mesmo sendo repreensivos em
alguns momentos e sendo noutros mais condescendentes. O líder deve personificar os
objectivos traçados, fazendo com que a sua presença lembre os seus colaboradores das metas
a cumprir e do compromisso estabelecido. Não há razão para se fazer temer pelos seus
colaboradores, estratégia muito usada até pelo sistema de ensino. Quando os indivíduos têm
maturidade, não há motivo para a aplicação de punições e sanções. Tais indivíduos possuem
consciência de que a dedicação com que realizam as suas actividades traz enorme retorno à
organização, mas em primeiro lugar esse retorno recai sobre eles mesmos, pois a satisfação e a
motivação são intrínsecas.
Acresce ainda que o mercado está atento aos bons profissionais e a competitividade,
naturalmente, selecciona os mais empregáveis. Já os erros são vistos como uma oportunidade
de aprendizagem e servem de laboratório para o surgimento de novas ideias.

João Ferraz de Almeida
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Antes da explosão do mercado de massa, os operários eram agrupados em células, e o grupo
era responsável por montar o equipamento: o automóvel, o sapato, o móvel inteiro. Com a
necessidade do aumento da produtividade, incentivada pelo início da concorrência, apostou-se
pela especialização do trabalho, e cada funcionário especializava-se numa tarefa. Esse
procedimento agilizava a consecução da actividade, mesmo que fragmentada e ínfima. No
caso do automóvel diminuíam os custos, o tempo de formação do indivíduo e o tempo de
montagem. Em compensação, a rotatividade e o absentismo aumentaram.
O elevado índice de rotatividade dos empregados levou à adopção de recompensas financeiras
que estimulassem os trabalhadores a não faltarem ao trabalho.
Desta forma, a filosofia era dar aos trabalhadores melhores condições de vida através de um
salário maior. Seguindo essa premissa, eram direccionados esforços no sentido de pagar
salários melhores para ter melhor eficiência e produtividade.
O destaque dado aos relacionamentos interpessoais estimulou muitos estudos acerca da
liderança. As pesquisas realizadas sobre como os “líderes deveriam ser” não foram suficientes
para delinear uma teoria efectiva sobre liderança. Mas, no início da década de 50, partiu-se
para outro pressuposto: “como os líderes eficazes agiam”. Daí surgiu a Teoria dos Estilos de
Liderança. Este é um factor diferente da Teoria dos Traços de Personalidade, em que o líder
possui características que lhe são inatas. O estilo é compreendido como o conjunto de
comportamentos relativamente longos que caracterizam uma pessoa, independentemente da
situação.
Algumas consultas apontam para um conjunto de traços desejáveis nos líderes:
- Vontade: vontade de tomar iniciativa (energia e busca de realização);
- Motivação: Desejo de liderar e influenciar os outros;
- Integridade: Decisão, segurança e confiança;
- Autoconfiança: Ser decidido, seguro e confiante;
- Inteligência: Competência matemática e de processamento de informação;
- Conhecimentos: Compreensão do cargo, da organização e da actividade.
Outra teoria de liderança classifica os Estilos de Liderança, que englobam o estilo de
tratamento despendido aos colaboradores. Varia do mais autocrático ao mais liberal,
intermediado pelo estilo democrático.
Convém ressalvar que, neste período da história, a maioria dos estudos sobre liderança está
concentrado nos Estados Unidos, e as análises realizadas sobre a expectativa dos liderados
possuem características derivadas da cultura local. Esta realidade pode ser evidenciada
quando foi verificado que os americanos consideram um bom líder aquele que é basicamente
João Ferraz de Almeida
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estruturador ou basicamente atencioso; já os iranianos preferem um líder benévolo, paternal,
que lhes diga exactamente o que fazer.
O tema liderança foi bastante discutido na sua relação de influência com os grupos, tendo sido
percepcionado que o estilo democrático é considerado o mais apropriado, mas isso não exclui
a necessidade dos demais estilos em outros momentos.
Ficou evidenciado que esta teoria deu grande relevo aos relacionamentos interpessoais.
Permitiu a convivência entre a organização formal e a informal, pois havia importantes reflexos
na produtividade dos trabalhadores.
A questão da autoridade é definida como o exercício do poder no sentido de alcançar um
objectivo específico. O poder pode ser exercido de duas formas, com ou sobre as pessoas.
O “poder-sobre” é baseado na coacção enquanto o “poder-com” é resultante da cooperação.
O líder deve estar mais preocupado na coesão do grupo do que em exercer o seu poder
pessoal. Existem características decisivas que compõem a liderança. Um dos requisitos é
referente às habilidades técnicas com conhecimentos específicos para possuir proficiência. Os
líderes devem ter devem ter o domínio de técnicas, um profundo conhecimento sobre o seu
trabalho, aprendendo tudo o que vai ao encontro do cargo que eles ocupam ou desejam
alcançar. Outro ponto importante, ao nível dos elementos da liderança, é a habilidade de
compreender uma situação global. O principal erro, ao pensar na liderança apenas como traço
de personalidade, está provavelmente no facto de o líder executivo não ser apenas um líder de
homens, mas sim da situação global. Isso inclui factos, presente e potencial, objectivos,
propósitos e homens. A partir de uma confusão de factos, experiência, desejos, objectivos, o
líder deve encontrar o fio de união. Deve ser visto e observado o todo. Deve ver a relação
entre os diferentes factores de uma situação. Quanto mais alto se conseguir chegar, mais
habilidade desse tipo é necessário possuir, porque se passa a ter uma ampla gama de factos a
partir dos quais se estabelecem as relações.
Essa habilidade pode ser relacionada com as habilidades cognitivas, de pensar sistemicamente,
com o poder de síntese e de observar a situação global. Com efeito, ver a situação
integralmente inter-relacionada não é suficiente, mas o líder deve vê-la também em evolução.
Assim, poderá antecipar o que virá pela frente, para poder influenciar em situações futuras. É
por isso que a tarefa do líder é tão difícil, porque o grande líder precisa das grandes qualidades
e ao mesmo tempo necessita de coragem e fé. De destacar ainda características como o
espírito de aventura, de pioneirismo, de desbravador, da coragem em experimentar novos
caminhos e fazer o julgamento necessário para medir os resultados. É o que actualmente se
chama de espírito empreendedor.

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Por outro lado, há também as habilidades interpessoais exercidas pelo líder. Ele precisa de
gerir as forças da organização, de modo a convergirem a um propósito comum. É a criação do
poder do grupo, ao invés do seu poder pessoal.
A aprendizagem do líder é muito mais que o conhecimento e a experiência acumulados. Ela vai
além da reunião da sabedoria do grupo. A liderança convertida em talento tem a capacidade
de transformação, a experiência é transformada em poder, tão bem criado quanto
direccionado, que irá criar o controlo.
Deve ainda ser dada importância aos seguidores no exercício da liderança, pois ela não
depende exclusivamente do líder; muito pelo contrário, são os seguidores que mantêm o líder
como tal, no controlo da situação.
Para manter o líder no controlo, dois factores são necessários: Primeiro, existir sinceridade
entre as pessoas, ou seja, entre líder e seguidor. Encobrir dificuldades ou fracassos não é o
melhor caminho a seguir. Há que partilhar os problemas, não só as vitórias. Segundo,
reconhecer os erros cometidos.
Os colaboradores devem estar cientes da sua responsabilidade no cumprimento das ordens,
mas sobretudo, devem questioná-las, fugindo da obediência cega.
Uma vez que a liderança depende da profundidade de convicção e do pode, deve haver a
habilidade de compartilhar essa convicção com os demais, a habilidade de articular o
propósito. Então o propósito comum torna-se o líder. Daí provém a obediência obstinada,
inteligente e alerta. Assim, depreende-se a importância de pontos de vista divergentes,
pessoas que pensam de forma diferente e que são incitadas a participar e a dar opinião,
contribuindo de forma real no processo de tomada de decisão.
De valorizar a capacidade e esforço do líder em desenvolver os seus seguidores para se
tornarem líderes. O resultado é ser líder de líderes. É o oposto de alguns chefes que tentam
cercar-se de seguidores dóceis. Isso não significa que renunciem a uma parte do poder. Mas o
grande líder tenta também desenvolver o poder onde lhe seja possível, entre aqueles que
trabalham com ele. Então, reúne todo esse poder, usando-o como força energética de uma
empresa em constante evolução.

A Teoria Estruturalista está relacionada com os estudos da estrutura da organização. Por isso,
introduz conceitos e abordagens das escolas Clássica, de Relações Humanas e da Burocracia.
Os autores da abordagem estruturalista analisam os conhecimentos de modo mais global.
Foram os estruturalistas que tiveram o mérito de serem os primeiros a incluírem o ambiente
externo na vida organizacional, bem como o facto de perceberem a interdependência de
factores antes considerados isoladamente no todo organizacional. Apropriam-se do conceito
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de sinergia, em que o todo é mais do que a soma das partes. Estes contribuíram em grande
escala para o surgimento desta teoria, cujo princípio estrutural exige analisar várias formas de
organizações – formais e informais, lucrativas e não lucrativas, públicas e privadas, produtoras
de bens ou serviços.
A sua primeira classificação separa as organizações pelo tipo de conhecimento: especializadas,
não-especializadas e de serviços. Nas organizações especializadas, como universidades e
hospitais, a liderança é exercida pelo técnico, e a estrutura administrativa serve de apoio
subsidiário, pois o conhecimento é criado e aplicado numa organização criada para este fim.
Nas organizações não-especializadas, como empresas e até nos exércitos, o conhecimento é
instrumental e subsidiário para o cumprimento dos objectivos. Aqui é o administrador,
identificado com os objectivos globais, quem exerce a liderança, e a estrutura técnica tem
função subsidiária.
Por último, nas organizações de serviços, como assessorias especializadas e centros de
pesquisa, os especialistas recebem instrumentos e recursos necessários, têm autonomia de
acção, sem estarem ligados à organização ou receberem ordens do administrador, dando a
entender que exercem a auto liderança.
A tipologia das organizações segundo o tipo de obediência é separada em organizações
utilitárias, coercitivas e normativas. Nas organizações utilitárias impera o tipo de obediência
baseado na aplicação de recompensas materiais, porque há interesse nas vantagens e
incentivos económicos.
Nas organizações coercitivas existe o controlo físico, pois aplicam sanções e ameaças físicas
aos seus funcionários.
Nas organizações normativas tendo em vista o controle moral e ético, e a fé, a convicção e a
filosofia empregadas, envolvem os funcionários, sem que precisem os mesmos de serem
coagidos ou receberem algo em troca para que se comprometam com o empreendimento.
As actividades da liderança são determinadas pelas necessidades da organização, sendo a
actividade socio-emocional mais eficaz para as organizações normativas, e a actividade de
tarefa ou instrumental, para as organizações utilitárias.
Existe a necessidade de se fazer a diferenciação entre os líderes que se concentram nos níveis
superiores daqueles que estão no nível intermédio e no mais baixo da hierarquia. Ao contrário
das ideias da Teoria de Relações Humanas, conclui-se que as tentativas de melhorar as
qualidades de liderança socio-emocional dos supervisores de primeira linha tendem a
fracassar, já que esses esforços concentram-se no líder socio-emocional existente num nível
mais elevado.

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O estilo de liderar do gestor é em primeiro lugar influenciado pelo seu passado, pelo seu
conhecimento, pelos seus valores e pela sua experiência. Em segundo lugar há a influência do
comportamento dos liderados, se eles desejam maior responsabilidade na tomada de decisão,
se se identificam com os objectivos da organização, se resolvem de forma eficaz os problemas
e anseiam por assumir mais responsabilidades numa administração participativa e, assim, o
gestor tende a assumir uma atitude mais favorável e orientada para as pessoas. Finalmente, o
gestor tem de levar em consideração as forças situacionais envolvidas, como as expectativas
organizacionais, o estilo preferido pelo grupo de trabalho específico, a natureza das tarefas, o
tempo disponível e, até mesmo, factores ambientais. Tudo que possa afectar as atitudes dos
membros da organização em relação à autoridade.
O líder ideal é descrito como sendo o homem livre, mas não à margem do sistema orgânico.
Este homem deve estar envolvido na organização a 100% para que realize a sua plena e
verdadeira capacidade, desempenhando um papel activo e agressivo, confrontando-se
directamente com os impedimentos da realidade, sem se deixar absorver por eles. Este líder
usa todos os recursos pessoais disponíveis para atingir os seus objectivos. Dedicar-se a outras
actividades que não as relacionadas com a organização por vezes é considerada uma fuga às
responsabilidades principais.
O líder é considerado como um herói, aquele que vencerá o sentimento de alienação e
impotência, reconhecendo que esta luta começa dentro de si mesmo. Ele põe a sua casa em
ordem; gradual e cuidadosamente desenvolve os valores, a coragem e o controle de si mesmo,
graças aos quais poderá identificar-se com a sua organização sem que ela o absorva. Dessa
forma terá poder sobre os outros, porque será uma pessoa superior. A partir das mudanças
que esse líder vier a promover, as portas para líderes melhores estarão abertas à espera
daquelas pessoas superiores.
O líder, no total exercício do seu papel, usufrui do poder para alcançar os objectivos por
intermédio das pessoas. Para isso, deve-se tomar consciência de que os conceitos de poder,
influência e autoridade são distintos, uma vez que usualmente, esses conceitos são
confundidos.
O poder do líder é o que resta depois de subtraídas as influências extrínsecas, como por
exemplo, o poder dos subordinados, a tarefa e os factores externos à organização. Vários
autores identificaram as bases de poder para legitimar a execução do papel do líder.
Começaram pela responsabilidade e pela função que as pessoas possuem sobre o assunto; a
autoridade formal para tomar decisões a respeito; o controlo de recursos; o poder de
manipulação da pessoa para que seja tomada a decisão desejada; a omissão ou fuga da
pessoa, com consequente disponibilidade para se resolver o problema; normas hierárquicas e
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normas tradicionais, que definem a quem se deve recorrer; a idoneidade da pessoa e se as
decisões são tomadas acertadamente e por fim a pessoa que possui competência, para melhor
entender o assunto.
Há uma relação directa e proporcional entre as bases de poder e o nível de maturidade dos
funcionários. À medida que a maturidade aumenta, as bases de poder são utilizadas na
sequência: conexão, recompensa, legitimidade, referência, informação e competência.
De outro modo, constata-se que a percepção sobrepõe-se à realidade pura e simples. Existe
uma verdade para cada pessoa em relação a um mesmo facto, pessoa ou objecto, pois a
interpretação da realidade é individual e subjectiva, carregada das percepções individuais.
Além de conhecer o estilo comportamental dos funcionários, os seus hábitos, dedicação em
prol dos objectivos e nível de maturidade, o líder deve desenvolver o amadurecimento do
corpo funcional, para que sejam alcançados níveis elevados de maturidade.
O desempenho do funcionário está intimamente relacionado com o grau de expectativa que o
líder tem dele. Quando se espera muito de um funcionário e ele tem consciência dessa
expectativa, a sua resposta a essa expectativa tende a ser positiva, mostrando um bom
desempenho. O reconhecimento do esforço de um funcionário estimula e encoraja novas
tentativas de melhoria no desempenho de determinada tarefa e do crescimento de um modo
geral.
A mudança de um comportamento só se torna realmente efectiva se houver um reforço ao
longo do tempo. Ele pode ser contínuo ou intermitente, até que o novo comportamento esteja
bem operacionalizado pelo colaborador. O conceito de reforço sugere o acompanhamento do
líder na evolução do subordinado, oferecendo recompensas para ele passar de um
comportamento dedicado à tarefa para um comportamento voltado ao relacionamento,
estimulando assim o alcance de um alto nível de maturidade.
A maturidade dos subordinados é factor chave para identificar o melhor modo para se dirigir
uma situação, pois o comportamento do líder depende directamente do nível de exigência por
parte dos funcionários, desde os diversos estilos de comportamento e expectativas, havendo
assim, uma interacção efectiva entre ambos. Maturidade seria a capacidade e disposição dos
funcionários de assumir a responsabilidade de dirigir o seu próprio comportamento.
É importante ressalvar, que o nível de maturidade pode variar conforme a tarefa que se
apresente, ou seja, a maturidade identificada é relativa a uma tarefa específica.
A liderança depende sempre do contexto, mas este é estabelecido pelos relacionamentos que
valorizamos. Não podemos ter esperança de influenciar alguma situação sem levar em conta a
complexa rede de pessoas que contribuem para as organizações.

João Ferraz de Almeida
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Nos dias de hoje, fala-se em ter visão de futuro e da dificuldade em prever acontecimentos e
desenhar esquemas de defesa.
Contudo, os líderes devem facilitar os processos de mudança, devendo também ser os guias
nos períodos bons e maus, tendo a capacidade de dar significado às coisas, sendo que uma das
suas funções primordiais é reduzir a incerteza, mostrar qual é o caminho, as escolhas que
devem ser feitas e ter a capacidade de traçar caminhos para o grupo. Por outro lado, não deve
pensar somente no sucesso de curto prazo, mas também no longo prazo. Outro aspecto do
carácter do processo da liderança está relacionado com o facto de que ele pode comportar as
mãos de muitas pessoas. Como é um processo, a liderança pode ser exercida por várias
pessoas, e não necessariamente ou exclusivamente por aqueles que estão em funções de
chefia.
E é aqui que entra uma questão fundamental. O que é mais importante: a liderança ou o líder?
As equipas e organizações ganham porque os treinadores são bons! Na realidade, ganham ou
perdem em função do modo como os líderes coordenam, mas também como resultado do
modo como seus seguidores trabalham.
Há muitas dificuldades em se analisar o comportamento da liderança e uma delas corresponde
em primeiro lugar à identificação do líder.
Quem são então os líderes numa organização? Qual o estilo de quem deve ser analisado
tratando-se de liderança?
Os líderes estariam em todos os níveis da organização e seriam o presidente, os directores, os
gestores intermédios, os supervisores de linha, até alcançar os líderes informais. Eles são os
responsáveis pela eficiência em todos os níveis de uma organização, pois a eficiência ocorre
em função do rendimento mais ou menos brilhante do líder.
Havendo dependência entre as partes que se inserem na relação social, o poder é um aspecto
incontornável das relações humanas encontrando-se em praticamente todas as suas
actividades. O termo poder tem muitos significados, podendo ser abordado e entendido de
várias formas.
O poder pode ser definido como sendo a produção de efeitos pretendidos, distinguindo duas
formas:
1) A que pretende transformar a natureza “poder de mudar” as coisas;
2) A que pretende modificar o comportamento dos homens.
A transformação da natureza é o motor do desenvolvimento e mudança do mundo moderno,
traduzindo-se esta transformação, de forma segura numa manifestação de poder sobre os
outros, pois o poder do homem sobre a natureza é um acto contínuo desde há muito tempo e
que determinaram o poder do homem sobre o homem.
João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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Olhando o poder enquanto capacidade de alteração do comportamento humano não é
possível esquecer a possibilidade do homem intervir sobre ele próprio ou ainda sobre a
possibilidade dele intervir junto dos outros homens.
É de facto normal dizer que determinada pessoa, família, empresa ou organização, têm poder,
podendo daqui deduzir-se que o poder está directamente relacionado com a posse de algo. No
entanto poder também pode ser compreendido como a capacidade de coagir, baseando-se
essa coacção na diferença de estatuto ou mesmo em características próprias.
Esta autoridade é atribuída pela via do consenso implicando a obediência por parte de outros,
ao se reconhecer autoridade obedecendo contratualiza-se uma troca entre o detentor do
poder e os que obedecem, onde uns oferecem a obediência recebendo em troca os benefícios
que o detentor do poder pode garantir, que se manifestam na segurança da comunidade, dos
seus valores e regras de funcionamento.
A autoridade resulta na obediência pelo consentimento, decorrente do reconhecimento da
legitimidade de quem manda e poder significa a capacidade de os governantes forçarem à
obediência pelo temor, independentemente do reconhecimento da legitimidade.
Poder significa também toda a possibilidade de impor a própria vontade numa relação social,
mesmo contra resistências, no entanto faz uma distinção relativamente à autoridade a
possibilidade de encontrar pessoas determináveis prontas a obedecer a uma ordem de
determinado conteúdo. A autoridade é um poder oficialmente reconhecido ou
institucionalizado.

O conceito de liderança percorreu, percorre e continuará a percorrer um longo caminho, dado
que existem tantas definições como autores que sobre ela se debruçaram, dando cada um
deles a sua definição e caracterização do que significa a liderança, dai decorrendo a existência
de uma infinidade de definições e significados associados.
Liderança é definida como a capacidade de suscitar a participação voluntária das pessoas ou
grupos na prossecução de objectivos definidos e para que a Liderança seja exercida, o grupo,
explicita ou implicitamente, necessita de consentir a influência do líder, de admitir ser
influenciado decorrendo daqui que existe o exercício da autoridade de determinado indivíduo
relativamente ao grupo e que esse exercício é aceite pelos outros.
A liderança tem diversos conceitos associados e cada um deles implica um significado
diferente, existindo sempre questões onde se pretende saber se a liderança é um processo
colectivo ou se pelo contrário existe alguém que se especializa e assume o papel de líder.

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É difícil escolher uma definição e verificando-se esta dificuldade surge a necessidade de
recolher características de algumas delas. As definições de Liderança são por vezes difíceis de
se operacionalizar, no entanto, algumas conclusões podem ser retiradas:
• Existem pelo menos duas maneiras pelas quais a liderança pode ser definida:
- a partir da definição do que é um líder;
- a partir dos comportamentos ou funções de liderança.
• A liderança é uma relação entre pessoas em que a influência e o poder estão distribuídos de
forma desigual mas de forma legítima, ainda que o tipo de legitimidade possa variar bastante.
Não há líderes sem liderados; o conceito de liderança pressupõe que os liderados reconheçam
de forma explícita ou implícita essa relação de influência.
• Um grupo pode eventualmente não ter líder mas um líder tem forçosamente que ter
liderados. Não sendo tanto necessário perceber o que significa, mas antes o que personifica, o
líder é aquele que vai à frente, conduz, faz-se obedecer, concretiza e faz concretizar projectos,
cria espírito de equipa, motiva, sendo fundamental que assuma posições, decida, dê ordens e
verifique a sua execução.
Ao líder estão sempre associadas diversas características nomeadamente traços: por um lado,
os atributos físicos, traços de personalidade, necessidades/motivos e por outro, os valores e
competências, capacidades individuais que permitem levar a cabo diversos tipos de
actividades cognitivas e comportamentais, é aceite que um Líder deve ter qualidades, que lhe
são inatas, porque as aprendeu ou ainda porque as desenvolveu.

O sucesso é uma tarefa difícil de alcançar, mas não é impossível. O importante é cada um
conhecer a sua situação de chefia e as condições em que tem maiores hipóteses de conseguir
um bom desempenho, sendo também importante que saiba como actuar em condições
adversas. Evidentemente, se essas situações adversas puderem ser evitadas, melhor, pois
aumentam-se as hipóteses de êxito profissional.
Um líder pode ser energético ou não, dominador ou não, facilitador ou não, assertivo ou não,
interessado ou não. Seja como for, uma certeza existe, a sua personalidade afecta a forma
como se relaciona com os seus colaboradores e, e como consequência, o desempenho destes.
De acordo com diversos autores pode-se apontar algumas das qualidades inerentes ao líder:
Coragem; Apresentação; Capacidade de Decisão; Confiança; Capacidade de Resistência;
Entusiasmo; Iniciativa; Integridade; Discernimento; Espírito de Justiça; Competência; Lealdade;
Generosidade; Determinação; Conhecimento; Autoconfiança; Entusiasmo; Capacidade de
Comunicação; Comunicação Assertiva, Frontalidade, Verdade, Solidariedade, Amizade;
Lealdade, Decisão, Senso Comum, Alegria, Entusiasmo, Humanidade, Auto-Domínio, Fé e Boas
João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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maneiras. Essas qualidades podem ser de três tipos de competências: Técnicas, Interpessoais e
Conceptuais.
É, no entanto, a coragem, a qualidade humana mais necessária à liderança, sendo mesmo
apontada não como uma qualidade, mas sim como “A Qualidade”.
Mas será que os estilos de liderança condicionam o estilo de gestão?
No cumprimento da sua função o responsável deverá ter genericamente dois níveis de
preocupação voltados para a produtividade e para o relacionamento.
O responsável que melhor exerce as suas funções é aquele que as consegue equilibrar de um
modo harmonioso, obtendo os melhores resultados, quer na produtividade, quer no
relacionamento. Estes dois factores são independentes entre si, isto é, a extensão em que um
é usado não ajuda a prever a extensão do outro; ou seja, um indivíduo pode usar uma grande
quantidade de ambos, os dois em pequena quantidade, ou qualquer outra combinação
quantitativa entre eles.
E será que existe uma liderança ou um líder eficaz?
Ao longo de muitos anos, tem-se pesquisado muito para tentar encontrar aquilo que permite a
um indivíduo tornar-se um líder eficaz.
Um líder pode surgir de duas formas diferentes. Do interior do grupo, seja ele qual for, mas
onde não existam condicionantes externas ou internas que instituam relações de poder,
estando por isso no interior de uma relação onde os elementos são por natureza iguais, ou
numa situação onde o grupo já tem previamente definido alguém que é responsável pelas
actividades a desenvolver.
Assim, um dos aspectos essenciais do comportamento do líder é a forma como lida com as
emoções. Um líder perfeitamente amorfo ou racional em demasia não entusiasma o seu
grupo, não cria nenhum tipo de incentivo. Para entusiasmar um grupo é necessário que esteja
empolgado e exteriorize as emoções, sobretudo as positivas.
Por outro lado, no que respeita à resolução de conflitos, é claro que se deve assumir um
comportamento assertivo. Tal significa ser honesto em termos da comunicação daquilo que
sente, mas também ter cuidado de respeitar os sentimentos do interlocutor. Nunca deve
tomar uma atitude agressiva. Esta é uma forma de comunicar mais racional do que emocional.
De facto, para resolver diferendos internos deve fazer uso da sua racionalidade e para unir o
grupo em situações de conflito com o exterior, deve fazer uso das suas emoções. Mesmo que
um colaborador seja agressivo, ser agressivo com ele é pôr-se no mesmo nível, o que contraria
o princípio de que o líder deve manter sempre um certo distanciamento para ser respeitado e
admirado.

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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O líder que não é assertivo ou é passivo ou agressivo. O líder passivo é aquele que vai
absorvendo tudo até que um dia rebenta com tudo e com todos e o líder agressivo encara
tudo como ataques pessoais e tem a filosofia de que a melhor defesa é o ataque.
Enquanto líder, é importante ter em conta que se pode vir a ser contestado e deve-se lidar
com isso de forma não emocional, pelo que se deve encarar todas as situações de conflito
como um desafio a resolver e não como ameaças ao poder e prestígio.
Por último, e no que respeita ao processo de comunicação, há algo que nunca deve ser
esquecido por parte de qualquer líder: nunca se deve repreender em público e também não se
deve perder uma oportunidade para elogiar em público. Criticar ou repreender em público é
ferir o amor-próprio das pessoas. Uma pessoa pode esquecer uma injustiça mas dificilmente
ou nunca esquece uma humilhação.

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

Página 17 / 20
Conclusão…

Não existe uma definição de liderança absolutamente aceite ou universal. Para a maioria das
pessoas, a liderança acaba por ser um conceito que não consegue dizer o que é mas que se
sabe identificar. Na vida, ora somos líderes ora somos liderados em todas as situações que
vivemos. A vida é constituída por uma relação de influência interferente, onde servo e senhor,
dominador e dominado, colaborador e patrão, subordinado e chefe são ao mesmo tempo
causa e efeito de um processo de realização.
Este trabalho procurou contribuir para um melhor conhecimento dos estilos de liderança e do
seu papel.
A importância da liderança no sucesso da gestão é um dado garantido e por todos aceite.
É condição necessária e determinante que o líder tenha efectivamente capacidade de
liderança. Não existe um líder perfeito porque como ser humano tem as suas fraquezas e
defeitos. Por um lado, não precisa de ser um super-herói e por outro, não pode ter
deformações comprometedoras do ser humano. O desejável é que possua as qualidades
essenciais de exemplo profissional, demonstrado pela sua competência, carácter, pelos seus
valores éticos e morais. Saber coordenar as actividades, criar, orientar os participantes,
relacionando-se com respeito mútuo com os colaboradores da sua equipa. O líder deve
exercer a sua acção de autoridade pela força da racionalidade e não pela irracionalidade da
força. Para isso, é necessário que todas estas qualidades sejam adquiridas e/ou aperfeiçoadas
através de educação e formação. Um líder não se improvida nem se faz do dia para a noite.
O líder deve conter atributos tais como competência técnica, habilidade para lidar com
pessoas, capacidade de elaboração intelectual, julgamento e carácter. De facto, quando se fala
em liderança estamos perante um conjunto de características predominantes e que devem
fazer parte do dia-a-dia do líder.
No meu entender, no desempenho das acções, o líder inicialmente deve ter boa aparência,
alegria, deve estar descontraído e ser espontâneo. Por outro lado, o que se apresenta com má
cara, de mau humor, fechado, dificilmente terá condições de conduzir um grupo rumo ao
sucesso.
A preocupação com a tarefa refere-se à focalização dada pelo líder nos resultados, no
desempenho e na conquista dos objectivos. O líder com este tipo de preocupação empenha-se
na medição da quantidade e da qualidade do trabalho dos seus colaboradores. Noutra

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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vertente, a preocupação com as pessoas diz respeito aos pressupostos e atitudes do líder para
com os seus colaboradores. Este tipo de preocupação revela-se de diversas formas, desde o
esforço em assegurar a estima dos subordinados, passando pelo facto de obter a confiança e
respeito, até ao empenho em garantir boas condições de trabalho, benefícios sociais, entre
outras vantagens.
A pressão exercida pela concorrência do mercado exige eficiência, eficácia e inovação, pois os
mercados por todo o Mundo modificam-se drasticamente dia após dia. As empresas têm,
inevitavelmente, de se adaptar rapidamente às pressões do mercado e à inovação dos
concorrentes, controlando e reduzindo os custos dos seus produtos/serviços. O declínio das
empresas tradicionais gerou uma nova mentalidade nas organizações. Muitas empresas
entraram em processos de mudança radicais durante os últimos anos. É necessário aproveitar
os pontos de ruptura e dar saltos qualitativos e não simplesmente melhorar processos que se
vão tornando inadequados na economia actual. Há que antecipar as mudanças e actuar hoje
sobre o futuro.
O líder do presente e do futuro tem de saber ler as tendências macroeconómicas, os impactos
tecnológicos, os desenvolvimentos sociais, as transformações demográficas e as
transformações culturais, gerindo a empresa em função dessas alterações. Os líderes do
presente e do futuro são mais um gestor do saber do que um gestor das coisas, no sentido de
responder à globalização de processos, inovação e instabilidade dos mercados.

Seguramente que liderar não é tarefa fácil e motivar pessoas não é para todos!
Espero ter dado uma ajuda para liderar no século XXI…

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

Página 19 / 20
Bibliografia e Cibergrafia…

Bibliografia

Adair, John; Reed, Peter (2006) – “Liderança para o Sucesso”, 1ª Edição, Lisboa, Editorial
Presença.

Almeida, Fernando Neves (1996) – “A Arte de Liderar”, 1ª Edição, Lisboa, Editorial Presença.

Krause, Donald G., (1999) – “A Arte da Liderança para Executivos”, Mem Martins, Lyon
Edições.

Rego, Arménio (1998) – “Liderança nas Organizações”, Aveiro, Universidade de Aveiro.

Roebuck, Chris (2001) – “Liderança Eficaz - Manual de Auto-Formação”, Lisboa Livros e Livros.

Yukl, Gary (1998) – “Leadership in Organizations”, Englewood Cliffs, New Jersey, Prentice-Hall.

Cibergrafia

www.wikipedia.com

www.priberam.pt

www.dicionariodoaurelio.com

www.portaldalideranca.sapo.pt

www.ideiasedesafios.com

João Ferraz de Almeida
Novos Líderes para Enfrentar a Crise

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Novos Lideres Para Enfrentar a Crise

  • 1. Características, atitudes, comportamentos e estratégias para se liderar no século XXI Novos Lideres para Enfrentar a Crise João Ferraz de Almeida Licenciado: Gestão e Administração de Empresas Pós-Graduado: MBA Finanças e Fiscalidade João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 0 / 20
  • 2. Índice… Introdução….................................................................................................................................. 3 Liderança e a sua importância no Sucesso da Empresarial… ...................................................... 4 Conclusão… ................................................................................................................................. 18 Bibliografia e Cibergrafia… ......................................................................................................... 20 João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 1 / 20
  • 3. "Acredito muito na sorte; Verifico que quanto mais trabalho mais a sorte me sorri." Thomas Jefferson João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 2 / 20
  • 4. Introdução… A liderança não é um desafio do séc. XXI. A liderança sempre foi um desafio… Porém, o enfoque dado a esta questão, principalmente nos últimos anos, mostra a sua crescente importância, sobretudo ao nível do mundo dos negócios. Este trabalho visa obter uma resposta à questão “características, atitudes, comportamentos e estratégias para se liderar no século XXI”. Assim, o objectivo passa por obter um melhor conhecimento dos estilos de liderança, da sua evolução, do seu papel e preponderância para o sucesso empresarial. Que a liderança é fundamental na vida das empresas, pensamos que ninguém põe em causa. Ela é a responsável pela participação efectiva de todas as pessoas da empresa, motivando-as e inspirando-as a trabalharem em conjunto com uma visão e objectivos comuns. Mas será a liderança um processo colectivo ou será que existem pessoas especializadas que assumem o papel de líder? Depende do tipo de liderança existente e do papel dos diversos “players” no processo de liderança. Ao longo dos tempos vários foram os autores que se dedicaram a este assunto, cada um com a sua visão e a sua opinião sobre o tema. Porém, até hoje não conseguiram uma definição consensual e paradigmática de liderança. Em suma, com este trabalho tenho o objectivo de contribuir para evidenciar algumas certezas relacionadas com o tema da liderança, tendo sempre presente que liderar não é tarefa fácil e que motivar pessoas não é para todos. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 3 / 20
  • 5. Liderança e a sua importância no Sucesso da Empresarial… O tema da liderança tem sido discutido frequentemente nos últimos anos, entre os estudiosos, instituições educacionais e organizações empresariais. Um crescente número de artigos e livros são publicados, havendo também uma oferta significativa de seminários, palestras e conferências. Assim, a liderança tem sido caracterizada como um elemento importante no mundo empresarial. Evidentemente, as grandes transformações ocorridas especialmente a partir dos anos 80, tais como: a globalização, a terceirização, o declínio do emprego, o aumento do emprego e a expansão da internet, entre outros, levou à ebulição do assunto. Como resultado dessas mudanças, precisamos de uma nova realidade para as empresas, que necessitam de novas formas inovadoras de agir, estruturas mais flexíveis e optimização do capital humano. Contudo, para conseguir efectuar o processo de mudança nas organizações é necessário que as pessoas que delas fazem parte estejam comprometidas com a mudança. E aqui, o papel da liderança é fundamental, uma vez que é responsável pela valorização da participação efectiva de todas as pessoas na empresa, motivando e inspirando-os a trabalhar em conjunto com uma visão e um objectivo comuns. A pesquisa etimológica do termo liderança ajuda a esclarecer o significado e a utilização desse conceito, nomeadamente, no seu emprego mais usual e prático. A palavra “liderar” vem do inglês, “to lead”, que significa, entre outras coisas, conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir, encaminhar, encabeçar e atravessar. Os diversos conceitos a ela ligados relacionam-se com os do latim, “ducere”, que significa conduzir. No século 13, documentou-se “leader” como: condutor, capitanear, como sendo aquele que exerce a função de conduzir. Também nessa época surge “leading”, substantivo de “to lead”, traduzido por acção de conduzir. Já no século 19 surge a palavra “leadership” como sendo dignidade, função ou posição de guia, de condutor, de chefe. Na segunda metade do século 19, surge na língua portuguesa o vocábulo “lead” que no início do século 20, por volta dos anos 30, é adaptado para a língua portuguesa: líder, liderança, liderar. Várias outras línguas incorporaram “lead” e alguns dos seus derivados ao seu vocabulário, sempre preservando o seu significado. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 4 / 20
  • 6. No Dicionário Aurélio a palavra liderança é considerada também como uma “forma de dominação baseada no prestígio pessoal e aceite pelos dirigidos”. Variados autores tratam como sendo sinónimos as palavras “liderança” e “gestão”. A palavra “gestão”, deriva do latim “gestio”, “gestionis”, “de gerere”, e atribui-se o sentido de “gerência”, “administração”, o “acto de gerir”. É usual presumir-se que a liderança é um processo mais emocional e quente do que a gestão. Tendencialmente considerar-se que os líderes tomam riscos, são carismáticos e inspiradores, são dinâmicos e criativos, sabem lidar com a mudança, são visionários; enquanto os gestores são mais racionais, trabalham mais com a cabeça do que com o coração, lidam com a eficiência, o planeamento, o procedimento, o controlo e os regulamentos. A liderança é, sem dúvida, muito importante e a liderança não é, em si, boa ou desejável, ela é um meio e a sua essência é o desempenho. A base da liderança eficaz passa por identificar qual a missão da organização, definindo-a e estabelecendo-a com clareza e visibilidade. O líder deverá estabelecer as metas, deverá definir os objectivos e deverá também estabelecer as prioridades. Esta base da liderança, não é mais nem menos do que o primeiro requisito fundamental para se ser líder. O líder, entre outras tarefas, deverá: definir estratégias, tarefas e funções; planear; controlar; avaliar; motivar; organizar; bem como ser um exemplo a seguir. A realidade actual é que tudo acontece muito rápido; o dia-a-dia está confuso e cheio de dificuldades, com sucessivas mudanças e incertezas. No entanto, esse panorama não é uma novidade. São elementos que sempre existiram, inerentes à história da humanidade. Conforme já referi, a liderança não é um desafio do século 21, sempre foi um desafio. Contudo, muitos autores defendem que a função de liderança talvez seja a principal busca da sociedade actual. Antigos governantes dedicaram muito do seu tempo a estudar a liderança. Todos os líderes, em qualquer tempo, tiveram de lidar com a mudança e procurar saídas para problemas causados por imprevistos, desde fenómenos da natureza, guerras, fome, pestes e revoltas sociais. Talvez o que seja diferente hoje em dia sejam os intervalos de tempo entre a tempestade e a bonança. Hoje, o espaço entre esses dois fenómenos é cada vez menor. É certo que os desafios do líder não são novos pois não são apenas os modelos de referências que são históricos, existindo muitos manuais que se perpetuam no tempo, como “O príncipe”, de Maquiavel, escrito no século 15 e a “Arte da Guerra”, de Sun Tzu com cerca de 2.500 anos. Assim, ser príncipe, chefe ou líder, ou seja, assumir a responsabilidade por coordenar grupos, não é tarefa fácil, pois quando se está a trabalhar, conviver e interagir com pessoas, pessoas essas cheias de expectativas, vontades e costumes, que se podem chocar com o desempenho João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 5 / 20
  • 7. daquele que se atreve mandar e mudar antigas regras, mas que tem autoridade sobre as pessoas, devemos ter a capacidade de comandar, de ser o exemplo, de assumir e de motivar. Os líderes que chegaram ao poder por meio da criminalidade, como matar pessoas, trair amigos, sem fé, piedade ou religião, podem até alcançar o poder, mas não a glória. As ofensas devem ser feitas todas de uma vez, com o objectivo de ofenderem menos, enquanto que os benefícios devem ser distribuídos lentamente, aos poucos, para que possam ser bem digeridos. Os líderes devem ser flexíveis para lidarem com diferentes situações, não devendo escolher nem um estilo de liderança estritamente autocrático nem democrático. Muitos líderes ignoram os meios utilizados, o que importa são os fins, e se o objectivo final for conveniente, é possível valerem-se de quaisquer recursos para chegar ao resultado. O lema foi imortalizado: “os fins justificam os meios”. Nesses casos, não há muita preocupação na conduta ética de grande parte das pessoas, sejam elas funcionários de uma organização, sejam elas cidadãos. Já para as pessoas conscientes e consequentes, a ética faz parte das suas vidas de uma maneira tão natural quanto indispensável, que resultam numa responsabilidade maior, a responsabilidade social. Esta consciência social tem levado muitas pessoas e muitas organizações a reverem os seus papéis na sociedade e na comunidade em que actuam. Os líderes facilitadores pensam e agem com o fim de promover o desenvolvimento pessoal dos colaboradores, pois estão certos de que eles possuem plena capacidade de aprendizagem. Os líderes que se colocam como catalisadores, e não como manipuladores do poder, geram indivíduos responsáveis e independentes que prestam serviços, mas não subserviência. Nas organizações, encontramos líderes que são respeitados mesmo sendo repreensivos em alguns momentos e sendo noutros mais condescendentes. O líder deve personificar os objectivos traçados, fazendo com que a sua presença lembre os seus colaboradores das metas a cumprir e do compromisso estabelecido. Não há razão para se fazer temer pelos seus colaboradores, estratégia muito usada até pelo sistema de ensino. Quando os indivíduos têm maturidade, não há motivo para a aplicação de punições e sanções. Tais indivíduos possuem consciência de que a dedicação com que realizam as suas actividades traz enorme retorno à organização, mas em primeiro lugar esse retorno recai sobre eles mesmos, pois a satisfação e a motivação são intrínsecas. Acresce ainda que o mercado está atento aos bons profissionais e a competitividade, naturalmente, selecciona os mais empregáveis. Já os erros são vistos como uma oportunidade de aprendizagem e servem de laboratório para o surgimento de novas ideias. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 6 / 20
  • 8. Antes da explosão do mercado de massa, os operários eram agrupados em células, e o grupo era responsável por montar o equipamento: o automóvel, o sapato, o móvel inteiro. Com a necessidade do aumento da produtividade, incentivada pelo início da concorrência, apostou-se pela especialização do trabalho, e cada funcionário especializava-se numa tarefa. Esse procedimento agilizava a consecução da actividade, mesmo que fragmentada e ínfima. No caso do automóvel diminuíam os custos, o tempo de formação do indivíduo e o tempo de montagem. Em compensação, a rotatividade e o absentismo aumentaram. O elevado índice de rotatividade dos empregados levou à adopção de recompensas financeiras que estimulassem os trabalhadores a não faltarem ao trabalho. Desta forma, a filosofia era dar aos trabalhadores melhores condições de vida através de um salário maior. Seguindo essa premissa, eram direccionados esforços no sentido de pagar salários melhores para ter melhor eficiência e produtividade. O destaque dado aos relacionamentos interpessoais estimulou muitos estudos acerca da liderança. As pesquisas realizadas sobre como os “líderes deveriam ser” não foram suficientes para delinear uma teoria efectiva sobre liderança. Mas, no início da década de 50, partiu-se para outro pressuposto: “como os líderes eficazes agiam”. Daí surgiu a Teoria dos Estilos de Liderança. Este é um factor diferente da Teoria dos Traços de Personalidade, em que o líder possui características que lhe são inatas. O estilo é compreendido como o conjunto de comportamentos relativamente longos que caracterizam uma pessoa, independentemente da situação. Algumas consultas apontam para um conjunto de traços desejáveis nos líderes: - Vontade: vontade de tomar iniciativa (energia e busca de realização); - Motivação: Desejo de liderar e influenciar os outros; - Integridade: Decisão, segurança e confiança; - Autoconfiança: Ser decidido, seguro e confiante; - Inteligência: Competência matemática e de processamento de informação; - Conhecimentos: Compreensão do cargo, da organização e da actividade. Outra teoria de liderança classifica os Estilos de Liderança, que englobam o estilo de tratamento despendido aos colaboradores. Varia do mais autocrático ao mais liberal, intermediado pelo estilo democrático. Convém ressalvar que, neste período da história, a maioria dos estudos sobre liderança está concentrado nos Estados Unidos, e as análises realizadas sobre a expectativa dos liderados possuem características derivadas da cultura local. Esta realidade pode ser evidenciada quando foi verificado que os americanos consideram um bom líder aquele que é basicamente João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 7 / 20
  • 9. estruturador ou basicamente atencioso; já os iranianos preferem um líder benévolo, paternal, que lhes diga exactamente o que fazer. O tema liderança foi bastante discutido na sua relação de influência com os grupos, tendo sido percepcionado que o estilo democrático é considerado o mais apropriado, mas isso não exclui a necessidade dos demais estilos em outros momentos. Ficou evidenciado que esta teoria deu grande relevo aos relacionamentos interpessoais. Permitiu a convivência entre a organização formal e a informal, pois havia importantes reflexos na produtividade dos trabalhadores. A questão da autoridade é definida como o exercício do poder no sentido de alcançar um objectivo específico. O poder pode ser exercido de duas formas, com ou sobre as pessoas. O “poder-sobre” é baseado na coacção enquanto o “poder-com” é resultante da cooperação. O líder deve estar mais preocupado na coesão do grupo do que em exercer o seu poder pessoal. Existem características decisivas que compõem a liderança. Um dos requisitos é referente às habilidades técnicas com conhecimentos específicos para possuir proficiência. Os líderes devem ter devem ter o domínio de técnicas, um profundo conhecimento sobre o seu trabalho, aprendendo tudo o que vai ao encontro do cargo que eles ocupam ou desejam alcançar. Outro ponto importante, ao nível dos elementos da liderança, é a habilidade de compreender uma situação global. O principal erro, ao pensar na liderança apenas como traço de personalidade, está provavelmente no facto de o líder executivo não ser apenas um líder de homens, mas sim da situação global. Isso inclui factos, presente e potencial, objectivos, propósitos e homens. A partir de uma confusão de factos, experiência, desejos, objectivos, o líder deve encontrar o fio de união. Deve ser visto e observado o todo. Deve ver a relação entre os diferentes factores de uma situação. Quanto mais alto se conseguir chegar, mais habilidade desse tipo é necessário possuir, porque se passa a ter uma ampla gama de factos a partir dos quais se estabelecem as relações. Essa habilidade pode ser relacionada com as habilidades cognitivas, de pensar sistemicamente, com o poder de síntese e de observar a situação global. Com efeito, ver a situação integralmente inter-relacionada não é suficiente, mas o líder deve vê-la também em evolução. Assim, poderá antecipar o que virá pela frente, para poder influenciar em situações futuras. É por isso que a tarefa do líder é tão difícil, porque o grande líder precisa das grandes qualidades e ao mesmo tempo necessita de coragem e fé. De destacar ainda características como o espírito de aventura, de pioneirismo, de desbravador, da coragem em experimentar novos caminhos e fazer o julgamento necessário para medir os resultados. É o que actualmente se chama de espírito empreendedor. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 8 / 20
  • 10. Por outro lado, há também as habilidades interpessoais exercidas pelo líder. Ele precisa de gerir as forças da organização, de modo a convergirem a um propósito comum. É a criação do poder do grupo, ao invés do seu poder pessoal. A aprendizagem do líder é muito mais que o conhecimento e a experiência acumulados. Ela vai além da reunião da sabedoria do grupo. A liderança convertida em talento tem a capacidade de transformação, a experiência é transformada em poder, tão bem criado quanto direccionado, que irá criar o controlo. Deve ainda ser dada importância aos seguidores no exercício da liderança, pois ela não depende exclusivamente do líder; muito pelo contrário, são os seguidores que mantêm o líder como tal, no controlo da situação. Para manter o líder no controlo, dois factores são necessários: Primeiro, existir sinceridade entre as pessoas, ou seja, entre líder e seguidor. Encobrir dificuldades ou fracassos não é o melhor caminho a seguir. Há que partilhar os problemas, não só as vitórias. Segundo, reconhecer os erros cometidos. Os colaboradores devem estar cientes da sua responsabilidade no cumprimento das ordens, mas sobretudo, devem questioná-las, fugindo da obediência cega. Uma vez que a liderança depende da profundidade de convicção e do pode, deve haver a habilidade de compartilhar essa convicção com os demais, a habilidade de articular o propósito. Então o propósito comum torna-se o líder. Daí provém a obediência obstinada, inteligente e alerta. Assim, depreende-se a importância de pontos de vista divergentes, pessoas que pensam de forma diferente e que são incitadas a participar e a dar opinião, contribuindo de forma real no processo de tomada de decisão. De valorizar a capacidade e esforço do líder em desenvolver os seus seguidores para se tornarem líderes. O resultado é ser líder de líderes. É o oposto de alguns chefes que tentam cercar-se de seguidores dóceis. Isso não significa que renunciem a uma parte do poder. Mas o grande líder tenta também desenvolver o poder onde lhe seja possível, entre aqueles que trabalham com ele. Então, reúne todo esse poder, usando-o como força energética de uma empresa em constante evolução. A Teoria Estruturalista está relacionada com os estudos da estrutura da organização. Por isso, introduz conceitos e abordagens das escolas Clássica, de Relações Humanas e da Burocracia. Os autores da abordagem estruturalista analisam os conhecimentos de modo mais global. Foram os estruturalistas que tiveram o mérito de serem os primeiros a incluírem o ambiente externo na vida organizacional, bem como o facto de perceberem a interdependência de factores antes considerados isoladamente no todo organizacional. Apropriam-se do conceito João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 9 / 20
  • 11. de sinergia, em que o todo é mais do que a soma das partes. Estes contribuíram em grande escala para o surgimento desta teoria, cujo princípio estrutural exige analisar várias formas de organizações – formais e informais, lucrativas e não lucrativas, públicas e privadas, produtoras de bens ou serviços. A sua primeira classificação separa as organizações pelo tipo de conhecimento: especializadas, não-especializadas e de serviços. Nas organizações especializadas, como universidades e hospitais, a liderança é exercida pelo técnico, e a estrutura administrativa serve de apoio subsidiário, pois o conhecimento é criado e aplicado numa organização criada para este fim. Nas organizações não-especializadas, como empresas e até nos exércitos, o conhecimento é instrumental e subsidiário para o cumprimento dos objectivos. Aqui é o administrador, identificado com os objectivos globais, quem exerce a liderança, e a estrutura técnica tem função subsidiária. Por último, nas organizações de serviços, como assessorias especializadas e centros de pesquisa, os especialistas recebem instrumentos e recursos necessários, têm autonomia de acção, sem estarem ligados à organização ou receberem ordens do administrador, dando a entender que exercem a auto liderança. A tipologia das organizações segundo o tipo de obediência é separada em organizações utilitárias, coercitivas e normativas. Nas organizações utilitárias impera o tipo de obediência baseado na aplicação de recompensas materiais, porque há interesse nas vantagens e incentivos económicos. Nas organizações coercitivas existe o controlo físico, pois aplicam sanções e ameaças físicas aos seus funcionários. Nas organizações normativas tendo em vista o controle moral e ético, e a fé, a convicção e a filosofia empregadas, envolvem os funcionários, sem que precisem os mesmos de serem coagidos ou receberem algo em troca para que se comprometam com o empreendimento. As actividades da liderança são determinadas pelas necessidades da organização, sendo a actividade socio-emocional mais eficaz para as organizações normativas, e a actividade de tarefa ou instrumental, para as organizações utilitárias. Existe a necessidade de se fazer a diferenciação entre os líderes que se concentram nos níveis superiores daqueles que estão no nível intermédio e no mais baixo da hierarquia. Ao contrário das ideias da Teoria de Relações Humanas, conclui-se que as tentativas de melhorar as qualidades de liderança socio-emocional dos supervisores de primeira linha tendem a fracassar, já que esses esforços concentram-se no líder socio-emocional existente num nível mais elevado. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 10 / 20
  • 12. O estilo de liderar do gestor é em primeiro lugar influenciado pelo seu passado, pelo seu conhecimento, pelos seus valores e pela sua experiência. Em segundo lugar há a influência do comportamento dos liderados, se eles desejam maior responsabilidade na tomada de decisão, se se identificam com os objectivos da organização, se resolvem de forma eficaz os problemas e anseiam por assumir mais responsabilidades numa administração participativa e, assim, o gestor tende a assumir uma atitude mais favorável e orientada para as pessoas. Finalmente, o gestor tem de levar em consideração as forças situacionais envolvidas, como as expectativas organizacionais, o estilo preferido pelo grupo de trabalho específico, a natureza das tarefas, o tempo disponível e, até mesmo, factores ambientais. Tudo que possa afectar as atitudes dos membros da organização em relação à autoridade. O líder ideal é descrito como sendo o homem livre, mas não à margem do sistema orgânico. Este homem deve estar envolvido na organização a 100% para que realize a sua plena e verdadeira capacidade, desempenhando um papel activo e agressivo, confrontando-se directamente com os impedimentos da realidade, sem se deixar absorver por eles. Este líder usa todos os recursos pessoais disponíveis para atingir os seus objectivos. Dedicar-se a outras actividades que não as relacionadas com a organização por vezes é considerada uma fuga às responsabilidades principais. O líder é considerado como um herói, aquele que vencerá o sentimento de alienação e impotência, reconhecendo que esta luta começa dentro de si mesmo. Ele põe a sua casa em ordem; gradual e cuidadosamente desenvolve os valores, a coragem e o controle de si mesmo, graças aos quais poderá identificar-se com a sua organização sem que ela o absorva. Dessa forma terá poder sobre os outros, porque será uma pessoa superior. A partir das mudanças que esse líder vier a promover, as portas para líderes melhores estarão abertas à espera daquelas pessoas superiores. O líder, no total exercício do seu papel, usufrui do poder para alcançar os objectivos por intermédio das pessoas. Para isso, deve-se tomar consciência de que os conceitos de poder, influência e autoridade são distintos, uma vez que usualmente, esses conceitos são confundidos. O poder do líder é o que resta depois de subtraídas as influências extrínsecas, como por exemplo, o poder dos subordinados, a tarefa e os factores externos à organização. Vários autores identificaram as bases de poder para legitimar a execução do papel do líder. Começaram pela responsabilidade e pela função que as pessoas possuem sobre o assunto; a autoridade formal para tomar decisões a respeito; o controlo de recursos; o poder de manipulação da pessoa para que seja tomada a decisão desejada; a omissão ou fuga da pessoa, com consequente disponibilidade para se resolver o problema; normas hierárquicas e João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 11 / 20
  • 13. normas tradicionais, que definem a quem se deve recorrer; a idoneidade da pessoa e se as decisões são tomadas acertadamente e por fim a pessoa que possui competência, para melhor entender o assunto. Há uma relação directa e proporcional entre as bases de poder e o nível de maturidade dos funcionários. À medida que a maturidade aumenta, as bases de poder são utilizadas na sequência: conexão, recompensa, legitimidade, referência, informação e competência. De outro modo, constata-se que a percepção sobrepõe-se à realidade pura e simples. Existe uma verdade para cada pessoa em relação a um mesmo facto, pessoa ou objecto, pois a interpretação da realidade é individual e subjectiva, carregada das percepções individuais. Além de conhecer o estilo comportamental dos funcionários, os seus hábitos, dedicação em prol dos objectivos e nível de maturidade, o líder deve desenvolver o amadurecimento do corpo funcional, para que sejam alcançados níveis elevados de maturidade. O desempenho do funcionário está intimamente relacionado com o grau de expectativa que o líder tem dele. Quando se espera muito de um funcionário e ele tem consciência dessa expectativa, a sua resposta a essa expectativa tende a ser positiva, mostrando um bom desempenho. O reconhecimento do esforço de um funcionário estimula e encoraja novas tentativas de melhoria no desempenho de determinada tarefa e do crescimento de um modo geral. A mudança de um comportamento só se torna realmente efectiva se houver um reforço ao longo do tempo. Ele pode ser contínuo ou intermitente, até que o novo comportamento esteja bem operacionalizado pelo colaborador. O conceito de reforço sugere o acompanhamento do líder na evolução do subordinado, oferecendo recompensas para ele passar de um comportamento dedicado à tarefa para um comportamento voltado ao relacionamento, estimulando assim o alcance de um alto nível de maturidade. A maturidade dos subordinados é factor chave para identificar o melhor modo para se dirigir uma situação, pois o comportamento do líder depende directamente do nível de exigência por parte dos funcionários, desde os diversos estilos de comportamento e expectativas, havendo assim, uma interacção efectiva entre ambos. Maturidade seria a capacidade e disposição dos funcionários de assumir a responsabilidade de dirigir o seu próprio comportamento. É importante ressalvar, que o nível de maturidade pode variar conforme a tarefa que se apresente, ou seja, a maturidade identificada é relativa a uma tarefa específica. A liderança depende sempre do contexto, mas este é estabelecido pelos relacionamentos que valorizamos. Não podemos ter esperança de influenciar alguma situação sem levar em conta a complexa rede de pessoas que contribuem para as organizações. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 12 / 20
  • 14. Nos dias de hoje, fala-se em ter visão de futuro e da dificuldade em prever acontecimentos e desenhar esquemas de defesa. Contudo, os líderes devem facilitar os processos de mudança, devendo também ser os guias nos períodos bons e maus, tendo a capacidade de dar significado às coisas, sendo que uma das suas funções primordiais é reduzir a incerteza, mostrar qual é o caminho, as escolhas que devem ser feitas e ter a capacidade de traçar caminhos para o grupo. Por outro lado, não deve pensar somente no sucesso de curto prazo, mas também no longo prazo. Outro aspecto do carácter do processo da liderança está relacionado com o facto de que ele pode comportar as mãos de muitas pessoas. Como é um processo, a liderança pode ser exercida por várias pessoas, e não necessariamente ou exclusivamente por aqueles que estão em funções de chefia. E é aqui que entra uma questão fundamental. O que é mais importante: a liderança ou o líder? As equipas e organizações ganham porque os treinadores são bons! Na realidade, ganham ou perdem em função do modo como os líderes coordenam, mas também como resultado do modo como seus seguidores trabalham. Há muitas dificuldades em se analisar o comportamento da liderança e uma delas corresponde em primeiro lugar à identificação do líder. Quem são então os líderes numa organização? Qual o estilo de quem deve ser analisado tratando-se de liderança? Os líderes estariam em todos os níveis da organização e seriam o presidente, os directores, os gestores intermédios, os supervisores de linha, até alcançar os líderes informais. Eles são os responsáveis pela eficiência em todos os níveis de uma organização, pois a eficiência ocorre em função do rendimento mais ou menos brilhante do líder. Havendo dependência entre as partes que se inserem na relação social, o poder é um aspecto incontornável das relações humanas encontrando-se em praticamente todas as suas actividades. O termo poder tem muitos significados, podendo ser abordado e entendido de várias formas. O poder pode ser definido como sendo a produção de efeitos pretendidos, distinguindo duas formas: 1) A que pretende transformar a natureza “poder de mudar” as coisas; 2) A que pretende modificar o comportamento dos homens. A transformação da natureza é o motor do desenvolvimento e mudança do mundo moderno, traduzindo-se esta transformação, de forma segura numa manifestação de poder sobre os outros, pois o poder do homem sobre a natureza é um acto contínuo desde há muito tempo e que determinaram o poder do homem sobre o homem. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 13 / 20
  • 15. Olhando o poder enquanto capacidade de alteração do comportamento humano não é possível esquecer a possibilidade do homem intervir sobre ele próprio ou ainda sobre a possibilidade dele intervir junto dos outros homens. É de facto normal dizer que determinada pessoa, família, empresa ou organização, têm poder, podendo daqui deduzir-se que o poder está directamente relacionado com a posse de algo. No entanto poder também pode ser compreendido como a capacidade de coagir, baseando-se essa coacção na diferença de estatuto ou mesmo em características próprias. Esta autoridade é atribuída pela via do consenso implicando a obediência por parte de outros, ao se reconhecer autoridade obedecendo contratualiza-se uma troca entre o detentor do poder e os que obedecem, onde uns oferecem a obediência recebendo em troca os benefícios que o detentor do poder pode garantir, que se manifestam na segurança da comunidade, dos seus valores e regras de funcionamento. A autoridade resulta na obediência pelo consentimento, decorrente do reconhecimento da legitimidade de quem manda e poder significa a capacidade de os governantes forçarem à obediência pelo temor, independentemente do reconhecimento da legitimidade. Poder significa também toda a possibilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, no entanto faz uma distinção relativamente à autoridade a possibilidade de encontrar pessoas determináveis prontas a obedecer a uma ordem de determinado conteúdo. A autoridade é um poder oficialmente reconhecido ou institucionalizado. O conceito de liderança percorreu, percorre e continuará a percorrer um longo caminho, dado que existem tantas definições como autores que sobre ela se debruçaram, dando cada um deles a sua definição e caracterização do que significa a liderança, dai decorrendo a existência de uma infinidade de definições e significados associados. Liderança é definida como a capacidade de suscitar a participação voluntária das pessoas ou grupos na prossecução de objectivos definidos e para que a Liderança seja exercida, o grupo, explicita ou implicitamente, necessita de consentir a influência do líder, de admitir ser influenciado decorrendo daqui que existe o exercício da autoridade de determinado indivíduo relativamente ao grupo e que esse exercício é aceite pelos outros. A liderança tem diversos conceitos associados e cada um deles implica um significado diferente, existindo sempre questões onde se pretende saber se a liderança é um processo colectivo ou se pelo contrário existe alguém que se especializa e assume o papel de líder. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 14 / 20
  • 16. É difícil escolher uma definição e verificando-se esta dificuldade surge a necessidade de recolher características de algumas delas. As definições de Liderança são por vezes difíceis de se operacionalizar, no entanto, algumas conclusões podem ser retiradas: • Existem pelo menos duas maneiras pelas quais a liderança pode ser definida: - a partir da definição do que é um líder; - a partir dos comportamentos ou funções de liderança. • A liderança é uma relação entre pessoas em que a influência e o poder estão distribuídos de forma desigual mas de forma legítima, ainda que o tipo de legitimidade possa variar bastante. Não há líderes sem liderados; o conceito de liderança pressupõe que os liderados reconheçam de forma explícita ou implícita essa relação de influência. • Um grupo pode eventualmente não ter líder mas um líder tem forçosamente que ter liderados. Não sendo tanto necessário perceber o que significa, mas antes o que personifica, o líder é aquele que vai à frente, conduz, faz-se obedecer, concretiza e faz concretizar projectos, cria espírito de equipa, motiva, sendo fundamental que assuma posições, decida, dê ordens e verifique a sua execução. Ao líder estão sempre associadas diversas características nomeadamente traços: por um lado, os atributos físicos, traços de personalidade, necessidades/motivos e por outro, os valores e competências, capacidades individuais que permitem levar a cabo diversos tipos de actividades cognitivas e comportamentais, é aceite que um Líder deve ter qualidades, que lhe são inatas, porque as aprendeu ou ainda porque as desenvolveu. O sucesso é uma tarefa difícil de alcançar, mas não é impossível. O importante é cada um conhecer a sua situação de chefia e as condições em que tem maiores hipóteses de conseguir um bom desempenho, sendo também importante que saiba como actuar em condições adversas. Evidentemente, se essas situações adversas puderem ser evitadas, melhor, pois aumentam-se as hipóteses de êxito profissional. Um líder pode ser energético ou não, dominador ou não, facilitador ou não, assertivo ou não, interessado ou não. Seja como for, uma certeza existe, a sua personalidade afecta a forma como se relaciona com os seus colaboradores e, e como consequência, o desempenho destes. De acordo com diversos autores pode-se apontar algumas das qualidades inerentes ao líder: Coragem; Apresentação; Capacidade de Decisão; Confiança; Capacidade de Resistência; Entusiasmo; Iniciativa; Integridade; Discernimento; Espírito de Justiça; Competência; Lealdade; Generosidade; Determinação; Conhecimento; Autoconfiança; Entusiasmo; Capacidade de Comunicação; Comunicação Assertiva, Frontalidade, Verdade, Solidariedade, Amizade; Lealdade, Decisão, Senso Comum, Alegria, Entusiasmo, Humanidade, Auto-Domínio, Fé e Boas João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 15 / 20
  • 17. maneiras. Essas qualidades podem ser de três tipos de competências: Técnicas, Interpessoais e Conceptuais. É, no entanto, a coragem, a qualidade humana mais necessária à liderança, sendo mesmo apontada não como uma qualidade, mas sim como “A Qualidade”. Mas será que os estilos de liderança condicionam o estilo de gestão? No cumprimento da sua função o responsável deverá ter genericamente dois níveis de preocupação voltados para a produtividade e para o relacionamento. O responsável que melhor exerce as suas funções é aquele que as consegue equilibrar de um modo harmonioso, obtendo os melhores resultados, quer na produtividade, quer no relacionamento. Estes dois factores são independentes entre si, isto é, a extensão em que um é usado não ajuda a prever a extensão do outro; ou seja, um indivíduo pode usar uma grande quantidade de ambos, os dois em pequena quantidade, ou qualquer outra combinação quantitativa entre eles. E será que existe uma liderança ou um líder eficaz? Ao longo de muitos anos, tem-se pesquisado muito para tentar encontrar aquilo que permite a um indivíduo tornar-se um líder eficaz. Um líder pode surgir de duas formas diferentes. Do interior do grupo, seja ele qual for, mas onde não existam condicionantes externas ou internas que instituam relações de poder, estando por isso no interior de uma relação onde os elementos são por natureza iguais, ou numa situação onde o grupo já tem previamente definido alguém que é responsável pelas actividades a desenvolver. Assim, um dos aspectos essenciais do comportamento do líder é a forma como lida com as emoções. Um líder perfeitamente amorfo ou racional em demasia não entusiasma o seu grupo, não cria nenhum tipo de incentivo. Para entusiasmar um grupo é necessário que esteja empolgado e exteriorize as emoções, sobretudo as positivas. Por outro lado, no que respeita à resolução de conflitos, é claro que se deve assumir um comportamento assertivo. Tal significa ser honesto em termos da comunicação daquilo que sente, mas também ter cuidado de respeitar os sentimentos do interlocutor. Nunca deve tomar uma atitude agressiva. Esta é uma forma de comunicar mais racional do que emocional. De facto, para resolver diferendos internos deve fazer uso da sua racionalidade e para unir o grupo em situações de conflito com o exterior, deve fazer uso das suas emoções. Mesmo que um colaborador seja agressivo, ser agressivo com ele é pôr-se no mesmo nível, o que contraria o princípio de que o líder deve manter sempre um certo distanciamento para ser respeitado e admirado. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 16 / 20
  • 18. O líder que não é assertivo ou é passivo ou agressivo. O líder passivo é aquele que vai absorvendo tudo até que um dia rebenta com tudo e com todos e o líder agressivo encara tudo como ataques pessoais e tem a filosofia de que a melhor defesa é o ataque. Enquanto líder, é importante ter em conta que se pode vir a ser contestado e deve-se lidar com isso de forma não emocional, pelo que se deve encarar todas as situações de conflito como um desafio a resolver e não como ameaças ao poder e prestígio. Por último, e no que respeita ao processo de comunicação, há algo que nunca deve ser esquecido por parte de qualquer líder: nunca se deve repreender em público e também não se deve perder uma oportunidade para elogiar em público. Criticar ou repreender em público é ferir o amor-próprio das pessoas. Uma pessoa pode esquecer uma injustiça mas dificilmente ou nunca esquece uma humilhação. João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 17 / 20
  • 19. Conclusão… Não existe uma definição de liderança absolutamente aceite ou universal. Para a maioria das pessoas, a liderança acaba por ser um conceito que não consegue dizer o que é mas que se sabe identificar. Na vida, ora somos líderes ora somos liderados em todas as situações que vivemos. A vida é constituída por uma relação de influência interferente, onde servo e senhor, dominador e dominado, colaborador e patrão, subordinado e chefe são ao mesmo tempo causa e efeito de um processo de realização. Este trabalho procurou contribuir para um melhor conhecimento dos estilos de liderança e do seu papel. A importância da liderança no sucesso da gestão é um dado garantido e por todos aceite. É condição necessária e determinante que o líder tenha efectivamente capacidade de liderança. Não existe um líder perfeito porque como ser humano tem as suas fraquezas e defeitos. Por um lado, não precisa de ser um super-herói e por outro, não pode ter deformações comprometedoras do ser humano. O desejável é que possua as qualidades essenciais de exemplo profissional, demonstrado pela sua competência, carácter, pelos seus valores éticos e morais. Saber coordenar as actividades, criar, orientar os participantes, relacionando-se com respeito mútuo com os colaboradores da sua equipa. O líder deve exercer a sua acção de autoridade pela força da racionalidade e não pela irracionalidade da força. Para isso, é necessário que todas estas qualidades sejam adquiridas e/ou aperfeiçoadas através de educação e formação. Um líder não se improvida nem se faz do dia para a noite. O líder deve conter atributos tais como competência técnica, habilidade para lidar com pessoas, capacidade de elaboração intelectual, julgamento e carácter. De facto, quando se fala em liderança estamos perante um conjunto de características predominantes e que devem fazer parte do dia-a-dia do líder. No meu entender, no desempenho das acções, o líder inicialmente deve ter boa aparência, alegria, deve estar descontraído e ser espontâneo. Por outro lado, o que se apresenta com má cara, de mau humor, fechado, dificilmente terá condições de conduzir um grupo rumo ao sucesso. A preocupação com a tarefa refere-se à focalização dada pelo líder nos resultados, no desempenho e na conquista dos objectivos. O líder com este tipo de preocupação empenha-se na medição da quantidade e da qualidade do trabalho dos seus colaboradores. Noutra João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 18 / 20
  • 20. vertente, a preocupação com as pessoas diz respeito aos pressupostos e atitudes do líder para com os seus colaboradores. Este tipo de preocupação revela-se de diversas formas, desde o esforço em assegurar a estima dos subordinados, passando pelo facto de obter a confiança e respeito, até ao empenho em garantir boas condições de trabalho, benefícios sociais, entre outras vantagens. A pressão exercida pela concorrência do mercado exige eficiência, eficácia e inovação, pois os mercados por todo o Mundo modificam-se drasticamente dia após dia. As empresas têm, inevitavelmente, de se adaptar rapidamente às pressões do mercado e à inovação dos concorrentes, controlando e reduzindo os custos dos seus produtos/serviços. O declínio das empresas tradicionais gerou uma nova mentalidade nas organizações. Muitas empresas entraram em processos de mudança radicais durante os últimos anos. É necessário aproveitar os pontos de ruptura e dar saltos qualitativos e não simplesmente melhorar processos que se vão tornando inadequados na economia actual. Há que antecipar as mudanças e actuar hoje sobre o futuro. O líder do presente e do futuro tem de saber ler as tendências macroeconómicas, os impactos tecnológicos, os desenvolvimentos sociais, as transformações demográficas e as transformações culturais, gerindo a empresa em função dessas alterações. Os líderes do presente e do futuro são mais um gestor do saber do que um gestor das coisas, no sentido de responder à globalização de processos, inovação e instabilidade dos mercados. Seguramente que liderar não é tarefa fácil e motivar pessoas não é para todos! Espero ter dado uma ajuda para liderar no século XXI… João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 19 / 20
  • 21. Bibliografia e Cibergrafia… Bibliografia Adair, John; Reed, Peter (2006) – “Liderança para o Sucesso”, 1ª Edição, Lisboa, Editorial Presença. Almeida, Fernando Neves (1996) – “A Arte de Liderar”, 1ª Edição, Lisboa, Editorial Presença. Krause, Donald G., (1999) – “A Arte da Liderança para Executivos”, Mem Martins, Lyon Edições. Rego, Arménio (1998) – “Liderança nas Organizações”, Aveiro, Universidade de Aveiro. Roebuck, Chris (2001) – “Liderança Eficaz - Manual de Auto-Formação”, Lisboa Livros e Livros. Yukl, Gary (1998) – “Leadership in Organizations”, Englewood Cliffs, New Jersey, Prentice-Hall. Cibergrafia www.wikipedia.com www.priberam.pt www.dicionariodoaurelio.com www.portaldalideranca.sapo.pt www.ideiasedesafios.com João Ferraz de Almeida Novos Líderes para Enfrentar a Crise Página 20 / 20