1) A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul derrubou o veto da governadora à lei que torna obrigatório o diploma de jornalismo para servidores públicos.
2) O jornal Versão dos Jornalistas, publicado pelo sindicato da categoria, chega à edição 100 defendendo causas dos jornalistas e movimentos sociais negligenciados pela grande mídia.
3) O jornal surgiu em 1990 para dar voz a versões alternativas negligenciadas pela mídia e se consolidou em 1991 ao cobrir a Guerra do
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Assembleia gaúcha confirma exigência de diploma de Jornalismo
1. Versão Publicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS
Rua dos Andradas, 1270/133 - CEP 90.020-008
Ano 20 - Nº 100 - Maio de 2010 - Porto Alegre
dos Jornalistas
Fotos/Arfio Mazzei
Assembleia gaúcha Acompanhe os
debates e as
confirma PL do diploma resoluções do
34º Congresso
Estadual dos
Jornalistas
E
m uma decisão histórica, a Assembleia gaúcha ao derrubar o veto
da governadora Yeda Crusius ao projeto de lei 236/09, colocou o
Rio Grande do Sul, como o primeiro Estado a garantir a obrigato-
riedade do diploma de Jornalismo para servidores públicos na adminis-
tração direta e indireta. Por 35 votos a três, os deputados gaúchos
derrubaram a ação da chefe do Executivo, confirmando a postura ante-
rior do Legislativo, que tinha aprovado por unanimidade o projeto do
deputado Sandro Boka (PMDB). Jornalistas e sindicalistas acompanha-
ram a votação e vibraram com o resultado, que dará respaldo para
outras ações no Brasil. Por isso, representantes de entidades como a
FENAJ consideram a decisão a mais importante desde a extinção do
diploma de Jornalismo pela Supremo Tribunal Federal (STF) no ano
passado. /2 /4 a 8
Versão dos Jornalistas chega ao número 100 Eleições da Fenaj
defendendo a categoria e os movimentos sociais em julho
/3 /9 a 11
2. 2 Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010
OPINIÃO HUMOR DE TACHO
Rio Grande do Sul
reafirma sua
vocação histórica
José Maria Rodrigues Nunes *
“Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.’’
Muitos podem questionar, mas achei oportuno
começar o editorial deste mês com o estribilho do
Hino Rio-Grandense, de autoria de Francisco Pin-
to da Fontoura. Se essa letra é entoada nos nossos
estádios, para demonstrar a bravura e a paixão aos
nossos clubes, ela também pode ser usada para
mostrar o valor que damos à educação e, acima de
tudo, nossa firmeza de ânimo. A decisão do Supre-
mo Tribunal Federal (STF), em junho do ano pas-
sado, foi cruel e injusta e seu ex-presidente Gilmar
Mendes declarou guerra contra nossa categoria. Aos
poucos e com o apoio de quem ainda acredita que a
Deputados gaúchos honram
educação é o principal fator para o desenvolvimen-
to de um país, estamos vencendo as batalhas e nada
mais justo do que mostrar a todos, para que verda-
compromisso com jornalistas
deiramente sirvam de modelo a toda terra.
É importante destacar aqui o empenho do de- A histórica votação na Assembleia Le- O vice-presidente da Federação Naci-
putado Sandro Boka, incansável na busca de apoio gislativa, que derrubou o veto da governado- onal dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schrö-
e também todos os 35 deputados, que não titubea- ra ao projeto de lei 236/09, foi prestigiada der, saudou a iniciativa do deputado Boka
ram e disseram sim à educação e a qualidade da por um bom número de jornalistas e sindica- de apresentar o projeto e também a res-
informação. Esse foi um passo importante e que listas. No plenário, votaram 38 deputados ponsabilidade das bancadas, que honraram
terá de continuar a ser trilhado nos demais esta- (35 contra o veto, e três fa-
dos. Não tenho dúvida que isso vai acontecer nas voráveis). Eram necessári- Foto/Paulo Nunes
demais assembléias legislativas do país e também
os 28 votos para que a exi-
no Congresso Nacional, por isso é necessário nos
mantermos firmes na luta. gência do diploma de
Aos poucos a categoria vai recuperando sua Jornalismo nos poderes pú-
auto-estima, o que nos fortalece e nos dá constân- blicos fosse mantida.
cia para seguir na luta. Boka disse que a derru-
Nem bem acabamos de sair de uma batalha bada do veto significa uma
estamos começando outra, a da busca de melhoria vitória do povo gaúcho e dos
no piso salarial e qualidade de vida dos jornalistas
jornalistas, salientando que
gaúchos. Mas, neste caso, infelizmente não posso
cantar o estribilho do nosso hino. Tudo porque sinto a Assembléia Legislativa é
falta de uma participação maior da categoria. É mais uma vez precursora,
importante estarmos unidos para que no final pos- dando demonstração que
samos exaltar mais uma vitória. A direção do Sin- quer qualidade no serviço
dicato vai continuar lutando por mais esta con- público. ''Essa aprovação pe-
quista, porém vale lembrar que o piso da catego- los deputados fortalece os Parlamento decidiu que o Jornalismo só pode ser exercido com diploma
ria é do tamanho de sua mobilização. projetos em tramitação no
Por último, e não menos importante, quero
lembrar a todos que no mês de agosto estaremos Congresso Nacional e também em outros Es- a decisão anterior da Assembleia. "Esta vi-
realizando o 34º Congresso Nacional dos Jorna- tados. O Rio Grande do Sul mostra que a soci- tória dos jornalistas gaúchos servirá de li-
listas, que depois de 14 anos retorna a Porto Ale- edade quer qualidade de informação'', desta- ção para todo o Brasil", avaliou o presiden-
gre. Esse será um momento de discutir o futuro cou o parlamentar. te do Sindicato dos Jornalistas Profissionais
da nossa profissão e quem sabe comemorar mais Satisfeito com o placar obtido na votação, do Rio Grande do Sul, José Maria Rodri-
conquistas. Espero que no final todos os congres- Boka argumentou que não esperava o veto da gues Nunes.
sistas tenham o orgulho de cantar: “Sirvam nos- governadora, pois o projeto havia passado por No final,os jornalistas e diretores presen-
sas façanhas de modelo a toda terra”.
unanimidade. Como ocorreu, ele passou a per- tes na plenária comemoraram a decisão com
* Presidente do Sindicato dos Jornalistas correr os gabinetes em busca dos votos neces- palavras de ordem. "Ão, ão, assembleia deu
Profissionais do Rio Grande do Sul sários para a derrubada. lição!" foi a mais entoada.
Versão dos Jornalistas é uma publicação do Sindicato D'Avila, Mauro Saraiva Júnior, Duca Lessa, Celso Sgorla, Ludwig Larré, Endil de
dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul Mello, Chana Cecchin, Antônio Barcellos, Cláudio Garcia, Márcia Martins, Elisa
Rua dos Andradas, 1270, 13º andar, sala 133, fones/fax Pereira, Robinson Estrasulas, Cleber Moreira, Milton Simas
51-3228-8146, 3226-1735 e 3226-0664, CEP 90020- Comissão de Ética: Antonio Hohlfeldt, Ercy Torma, Vera Daisy Barcellos,
008, Porto Alegre - RS - www.jornalistas-rs.org.br Pedro Osório, José Antônio Dios Vieira da Cunha
Diretoria Executiva Suplentes: Renato Gianuca, Sérgio Endler, James Görgen, José Weis, Celestino
Presidente: José Nunes, vice-presidente: Marcia Meneghini
Camarano, segundo vice-presidente: Jorge Correa, Edição: Jorge Correa (MTb 5524)
primeiro secretário: Salvador Tadeo, segundo secretário: Reportagem: Jorge Correa e José Weis (MTb 6925)
Léo Nuñez, primeiro tesoureiro: Marco Antônio Chagas, Revisão: Antonio Barcellos e Árfio Mazzei
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Conselho Fiscal Impressão: Correio do Povo
Arfio Mazzei, Cláudio Fachel, Graziela Gandolfi, Luiz
Armando Vaz, Neusa Nunes, Roberto Santos
Diretoria Geral As opiniões expostas nos textos assinados são de responsabilidade dos autores e
Renato Bohusch, Jeanice Ramos, Celso Schröder, Thaís não correspondem necessariamente à posição do jornal ou do Sindicato.
3. Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010 3
VERSÃO DOS JORNALISTAS
O espaço dos que não tem
voz na grande mídia
Indignação. Foi com este dos movimentos sociais. Fiel ao esquecendo a defesa da categoria,
sentimento de justiça que jor- ideário do Jornalismo, o veícu- como foi o caso do diploma nos
nalistas gaúchos resolveram cri- lo do Sindicato dos Jornalistas últimos anos.
ar um veículo que chega ao seu Profissionais do Rio Grande do A importância do Versão dos
número 100 exibindo notícias Sul ouviu todos os lados envol- Jornalistas é tão grande que sua
que continuam não sendo pu- vidos na reportagem, alguns história ganhará as páginas de um
blicadas pela grande mídia. discordantes. A conclusão ficou livro, que está sendo escrito pelo
Como em agosto de 1990, as com o leitor, como não aconte- jornalista José Antônio Silva. A pu-
edições do jornal Versão do Jor- ceu em 1990. Na ocasião, a blicação da obra será possível gra-
nalista trilham o caminho da grande mídia mostrou a sua ças à liberação de recursos da Lei
combatividade, tanto da cate- versão parcial, enquanto os jor- Rouanet, já aprovados.
goria como dos movimentos so- nalistas independentes apre-
ciais carentes de um veículo que sentaram a sua para um públi-
lhes dê espaço. A edição zero foi co mais limitado do que a
publicada quando jornalistas de primeira.
grandes veículos de comunica- Mas a ideia de criar um jor-
ção - especialmente das sucur- nal que apresentasse a versão
sais - decidiram restabelecer a dos profissionais prosperou em
verdade em torno do confronto abril de 1991, quando o Versão
entre trabalhadores rurais sem- dos Jornalistas fez uma cober-
terra e a Brigada Militar. Era o tura sobre o trabalho da mídia
contraponto à posição de pro- na Guerra do Golfo. Era um
fissionais de veículos gaúchos, período em que as notícias
que usaram a morto de um bri- eram censuradas e os veículos
gadiano para firmaram a posição discutiu com profundidade o uso faziam de conta de que nada exis-
ideológica e política de seus pro- de subterfúgio como o anonimato tia, nem mesmo mortos. Desde
prietários. e a câmara oculta na obtenção de então, a política de edição da pu-
Na última edição do Versão dos uma reportagem. Mais uma vez, blicação foi dar voz para colegas
Jornalistas, de número 99, que cir- os envolvidos são profissionais da ou entidades que não encontra-
culou em abril último, o Versão grande mídia e as manifestações vam espaço na mídia. Mas nunca
Alguns títulos nestas 100 edições ilustram o objetivo do jornal:
- Jun/91 - nº 3 - O privilégio da dupla ção do Pólo tem participação da imprensa e Mar- dos jornalistas
tribuna - crítica à dupla função dos jor- - Mai-jun/96 - nº 28 - Pesquisa Naci- cha dos Sem irrita os "Com" - Mai/ 2008 - nº 82 - Brigada Mili-
nalistas, que escreviam no jornal e onal revela: desemprego é o mais pro- - Fev/2000 - nº 54 - Mídia explora tar constrange profissionais
prestavam serviço para políticos e en- blema dos jornalistas violência - Jul/2008 - nº 83 - Uma marcha
tidades. - Jun/96 - nº 29 - Retrocesso na de- - Abr/2000 - nº 55 - Manchetes po- em defesa do diploma
- Ago/91 - nº 4 - Imprensa alternativa mocratização da mídia pulares manipulam informação - Ago/2008 - nº 84 - Mobilização
contra o monopólio da informação - Ago/96 -nº 30 - PDV: demissões no - Abr/2001 - nº 60 - FSM é contra a cresce
- Out-nov/91 - nº 6 - Questão agrária: funcionalismo atingem a jornalistas e concentração da informação e Polícia - Set/2008 - nº 85 - Voz do povo:
para a imprensa, caso de polícia prejudicam a TVE Civil constrange jornalistas e fere Cons- 74,3% dos brasileiros defendem o
- Mar-abr/92 - nº 9 - A (falta de) ética - Out/96 - nº 32 - Free-lancer: autô- tituição diploma para os jornalistas
da imprensa e Terror na Zero Hora: 50 nomos querem regras na terra selva- - Jun/2001 - nº 61 - Procurador de- - Out/2008 - nº 86 - Trabalhadores
jornalistas na rua gem da terceirização nuncia corrupção no Governo agredidos
- Ago-set/92 - nº 11 - Reportagem per- - Dez/96 - nº 35 - Mercosul: Imprensa - Fev/2002 - nº 64 - A estranha crise - Nov-dez/2008 - nº 87 - Na estra-
de espaço no rádio gaúcho deixa integração cultural e trabalha- da imprensa da, pelo diploma
- Dez/92 - nº 12 - Política: a falsa isen- dores fora do noticiário - Abr/2002 - nº 65 - Greve da Caldas - Mar/2009 - nº 88 Diploma e de-
ção da imprensa - Mar/97 - nº 36 - Reforma agrária: Júnior mobiliza sociedade gaúcha mocracia a perigo. Defenda-os
- Mai-jun/94 - nº 16 - Soja,mentiras e sem terra, nem noticiário imparcial - Mai/2002 - nº 66 - Ministério Públi- - Mai/2009 - nº 90 - Agência de-
censura no Correio - Mai/97 - nº 38 - Caderno de Zero co analisa ética da RBS nuncia espionagem de fotógrafo em
- Mar/95 - nº 17 - Correio faz cem Hora omitiu informações sobre o acor- - Mar/2003 - nº 69 - Jornal Meridio- manifestação
anos sem dividir o bolo com os jorna- do entre governo e GM nal: uma vítima da pressão política - Jun-jul/2009 - nº 91 - STF cas-
listas - Ago/97 - nº 41 - Imprensa: a má - Jun/2003 - nº 70 - Guerra no Ira- sou o diploma, mas não nos calou
- Jun/95 - nº 19 - A decadência da qualidade que ninguém controla que: cobertura possível - Ago/2009 - nº 92 - Sindicato
notícia na era dos fascículos - Set/97 - nº 42 - Detran: repórter - Set/2003 - nº 72 - As relações som- questiona detenção de jornalista
- Ago/95 - nº 20 - O jornalismo que faz que publicou denúncias vem sofren- brias da Rede Globo com o poder e pela Brigada
o jogo do poder do pressões Memória resgata confronto da Praça - Nov/2009 - nº 95 - Denuncie a
- Set/95 - nº 21 - Irregulares atuam - Nov/97 - nº 44 - Estresse e baixos da Matriz violência na mídia e nas assessorias
aproveitando as brechas da lei salários: o coquetel envenenado das - Jul/2004 - nº 74 - Cale-se. E quando - Dez/2009 - nº 96 - Condenado,
- Nov/95 - nº 22 - Imprensa silencia redações a censura parte da mídia Jornal Já está sob intervenção
sobre acordo que beneficia grande de- - Set/98 - nº 48 - RBS: a crise que abala - Mar/2006 - nº 76 - A ética da Im- - Mar/2010 - nº 98 - Livro sobre
vedores do INSS o império prensa na cobertura da ocupação da sequestro leva jornalista ao ban-
- Fev/96 - nº 25 - Ética: os crimes - Nov/98 - nº 49 - Eleições 98: mani- Aracruz co de réus
cotidianos da imprensa pulação e erros comprometem a ima- - Set/2006 - nº 78 - Nas eleições, mí- - Abr/2010 - nº 99 - Os limites da
- Mar/96 - nº 26 - Imprensa não gem da mídia e das pesquisas dia oscila entre isenção e adesão e Pla- reportagem investigativa em de-
aborda danos ecológicos na duplica- - Ago/99 - nº 52 - Violência no futebol nalto decreta: patrões mandam nas leis bate
4. 4 Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010
34º CONGRESSO ESTADUAL DOS JORNALISTAS
União em defesa da
profissão e da sociedade
A sintonia de ideias e a disposição para
Fotos/Arfio Mazzei
lutar em defesa da formação acadêmica mar-
caram os dois dias do 34º Congresso Estadual
dos Jornalistas, realizado na Fenac, em Novo
Hamburgo. No período de 14 a 15 de maio,
jornalistas, professores, acadêmicos, sindica-
listas e políticos convergiram para um ponto
de onde se afastaram os ministros do Supre-
mo Tribunal Federal (STF) ao extinguirem a
exigência do diploma para o exercício da pro-
fissional em junho de 2009. Na abertura do
evento, o presidente do Sindicato dos Jorna-
listas Profissionais do Rio Grande do Sul, José
Maria Rodrigues Nunes, chamava a atenção
para a decisão arbitrária comandada pelo mi-
nistro Gilmar Mendes e defendia as ações em
curso no Congresso Nacional e nos legislativos
estaduais, visando a valorização do diploma.
"O Sindicato fará 68 anos em setembro, mas
mantém o espírito jovem para lutar por uma
regulamentação que foi arduamente conquis-
tada por colegas ao longo de décadas", disse.
O fala do dirigente encontrou eco nas ma-
nifestações dos demais convidados. Para o pre-
feito de Novo Hamburgo, Tarcisio Zimmer-
man (PT), a exigência do diploma para o
Jornalistas, professores e políticos fizeram discursos similares em defesa do diploma para o exercício do Jornalismo
exercício do Jornalismo não é uma questão
meramente corporativa, mas uma exigência
da sociedade em função da qualidade da infor- manutenção representava um ataque à liber- o Rio Grande do Sul tem uma história de luta,
mação. Criticou a concentração da mídia nas dade de expressão. "Na época da ditadura em que o jornalismo é essencialmente produ-
mãos de poucos donos e conclamou os jorna- militar, lutávamos pelas liberdades, entre elas zido por jornalistas. E destacou a reação da
listas a lutarem para mudar a situação. "Não a da Imprensa. Agora, este Supremo conser- categoria à decisão desastrosa do STF, que
há democracia que resista a tanto monopólio. vador toma uma decisão que certamente não mexe com a vida de todos os brasileiros. Tam-
Só vocês podem mudar o rumo", pediu. encontra eco na sociedade", afirmou. bém o presidente da Associação Riograndense
Na avaliação do prefeito de Porto Alegre, O vice-presidente de Federação Nacional de Imprensa (ARI), Ercy Torma, disse que o
José Fortunatti (PDT), a cassação do diploma dos Jornalistas (FENAJ) e presidente da Fe- fim da exigência do diploma - aliado à extinção
de Jornalismo representou um grande retro- deração de Jornalistas da América Latina e da Lei de Imprensa - deixa o país a mercê de
cesso, pois o STF vendeu a ideia de que a sua Caribe (Fepalc), Celso Schröder, lembrou que decisões estapafúrdias.
As decisões da plenária
de encerramento
Durante a plenária de encerramento do 34º Congres-
so Estadual dos Jornalistas foram aprovadas as teses
ao 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, que se
realiza de 18 a 22 de agosto de 2010 em Porto Alegre.
Também foi lida e aprovada a Carta de Novo Ham-
burgo e escolhidos os delegados gaúchos ao evento
nacional.
Delegados eleitos
- Jeanice Ramos
- Milton Simas
- Luiz Armando Vaz
- Márcia Carvalho
- Cândido Otto da Luz
- Ana Rita Marini
O teor da carta está no site do Sindicato:
www.jornalistas-rs.org.br
Schröder destacou a história de luta dos jornalistas gaúchos em defesa da qualidade editorial
5. Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010 5
O tempo de Matrix na
visão de Rezende
Natural de Campo Grande (MS), o Foto/Bibiana Nunes
jornalista Sidney Rezende é um apaixo-
nado pela web e pelas oportunidades que
ela oferece, além de ser reconhecido naci-
onalmente como apresentador dos tele-
jornais da Rede Globo e Globo News. Este
lado do profissional formado em 1983 pela
PUC-Rio - é professor atualmente - foi
exibido na abertura do 34º Congresso
Estadual dos Jornalistas, no dia 14 de
maio, na Fenac, em Novo Hamburgo. An-
tes de falar da carreira durante a Confe-
rência de abertura do evento organizado
pelo Sindicato dos Jornalistas Profissio-
nais do Rio Grande do Sul, fez questão de
dizer que defende o ensino e apoia o sin-
dicalismo. O ambiente era propício para
Legenda
isso. “Abusando” de projeções com ima-
gens e dados, disse que o mundo hoje
vive o "tempo de Matrix", numa alusão à
produção cinematográfica norte-ameri-
cana e australiana, dos gêneros ação e
ficção científica.
"Vivemos atualmente a maior revo-
lução nas comunicações. As informações
vêm de todos os lugares do planeta. No
mundo assimétrico, tudo está aconte-
cendo ao mesmo tempo", defendeu, lem- Apresentador global foi o conferencista na abertura do evento
brando que hoje o computador oferece
todas as possibilidades de transmitir con-
teúdo. Um exemplo seria o site criado
veículos de massa e buscando ou-
tras ferramentas, especialmente a
Flash". A seu ver,
hoje tudo é muito
O que é mais
por ele - o SRZD -, que está completan- internet. "Na web, a verdade per- rápido, mas o jor- acessado na internet
do quatro anos, tem 4 milhões de leito- seguida pelos jornalistas aparece- nalista precisa
res e é acessado em quase 150 países, rá. O mundo abriu de tal ordem conciliar isso com
segundo dados do próprio jornalista. este efeito Matrix que estamos di- qualidade de vida. E-mail 90%
Também mostrou, por meio de pesqui- ante de uma nova linguagem", de- Ao ser questiona-
sa, que a troca de e-mail é o que os fendeu. No entanto, o vice-presi- do sobre o tempo Informações gerais 77%
usuários mais fazem quando navegam dente da Federação Nacional dos que os profissio- Navegando 69%
na internet (90%). Jornalistas (FENAJ), Celso Schrö- nais multimídia
Na avaliação do convidado, o Jorna- der, questionou a falta de exatidão passam em seus Leitura 67%
lismo como fim já era. "Agora, é um do material publicado na internet veículos, sem tem- Hobbie 63%
meio", destacou, enfatizando que o jor- e a importância da presença dos po para outras ati- Informações de produtos 62%
nalista não ouve a sociedade, é "profun- jornalistas nas buscas pela preci- vidades, foi sim-
damente arrogante" e precisa ser mais são e a verdade. plista: "Temos Informações de viagens 54%
humilde. Rezende destacou que os usu- Outro termo de efeito utiliza- que mudar a ca- Work/bussines 46%
ários da Internet estão abandonando os do pelo profissional foi a "Era The beça do patrão".
Entretenimento 36%
Mas reconheceu:
Foto/Arfio Mazzei
"O medo é um ali- Compras 36%
ado do patrão". Mercado de ações 27%
O apresenta-
dor global pergun- Procura de emprego 26%
tou aos partici- Salas de bate-papo 24%
pantes do Con- Dever da casa 13%
gresso: "Por que
não fazemos pro- Banco 12%
dutos alternativos Mercado de ações 12%
ao deles (pa-
trões)? Por que
não procuramos Fonte: Sidney Rezende
parceiros comer-
ciais pequenos?".
Para ele, os pequenos empreen- invista. Você pode ganhar
dedores precisam parar de re- dinheiro na internet, sendo
Para o jornalista, os profissionais tem que buscar meios alternativos de emprego na web
clamar, criando um modelo al- ao mesmo tempo imparci-
ternativo. "Não precisa ter medo, al, isento e correto", disse.
6. 6 Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010 7
34º CONGRESSO ESTADUAL DOS JORNALISTAS
Nova realidade muda papel da academia
Estudante critica o
Poucas vezes nos últimos anos a
Foto/ Arfio Mazzei
o Brasil está entrando em um período dos saberes da sociedade. "Assim, os
academia assumiu um papel im- perigoso. "Estamos diante a ditadura jornalistas poderão se ver como cida-
portante na formação do jornalista. do Judiciário. Estamos sem lei especí- dãos, desempenhando o papel de par-
culto à celebridade
Com a extinção do diploma pelo fica e muita gente saúda o fim da Lei ticipantes do mundo", destacou
STF em junho de 2009, as escolas de Imprensa. Mas tudo fica nas mãos Para Edelberto Behs, da Unisinos,
de comunicação são lembradas e do Judiciário", frisou, apontando como o jornalista terá que se reinventar. E
até questionadas. Algumas fecha- exemplo a censura imposta por juízes citou recente palestra do diretor-exe-
ao Diário do ABC. "Nem na época da cutivo do setor do Globo Esportes, Uma estudante pediu a palavra
Fotos/ Bibiana Nunes
ram as portas. No painel "O papel
da academia e sua influência para o ditadura isso aconteceu", destacou. João Pedro Paes leme, para quem a durante o 34º Congresso Estadual
Jornalismo a serviço da socieda- Na avaliação da Neusa Ribeiro, da Globo busca o perfil de um novo jor- dos Jornalistas, pegou o microfone e
de", três importantes professores Feevale, a formação acadêmica se tor- nalista. Com um detalhe: talvez ele não mediu palavras para expor o
debateram com profissionais e es- na um elemento-chave nas polêmicas nem seja jornalista. Esse profissional seu sentimento em relação a muitos
tudantes esta nova realidade. An- que existem entre empresários da co- deve ser um profissional atento aos colegas e profissionais. "O jornalista
tônio Hohlfeldt, da PUCRS, foi pro- municação, movimentos sociais, uni- novos tipos de relacionamento entre está se achando que é celebridade e
vocador ao afirmar que não se pode versidades e entidades de defesa da o produtor e o exibidor de conteúdos. não cidadão. Entra na faculdade para
exigir do Jornalismo o que o país profissão, como a FENAJ e os sindica- Precisaria ser versátil e ansioso por se mostrar", afirmou Itatiaia Matti,
não possui. "Se o Brasil não é de- tos. "Devemos pensar em uma nova experimentação, atento às mudanças 22 anos, acadêmica de Jornalismo
mocrático, como o seu Jornalismo perspectiva acadêmica, em que nos- tecnológicas, disposto a contar histó- da Feevale desde 2006 e formanda
vai ser? Vamos melhorar o exercí- sos cursos sejam cada vez mais aber- rias de formas diferentes e garimpei- no final deste ano. Os professores
cio da profissão na medida em que tos à comunidade. Se tornariam real- ro em diversos canais. da bancada concordaram em parte
a sociedade melhorar", disse, enfa- mente da sociedade e para a sociedade, Para Behs, as escolas de jornalismo - Antônio Hohlfeldt disse que existe
tizando que não estava querendo pois "como o próprio termo diz, a co- terão que participar desse processo de uma certa ingenuidade e um apego Itatiaia lamenta que muitos desistam
limpar as mãos e sim mostrar que municação é social," defendeu. reinvenção e precisarão trabalhar em à mitologia que envolve à profissão balho até o momento mostram
um é reflexo do outro. Na visão da professora, o papel sinergia para encarar essa revolução -, mas a estudante se manteve irre- isso. Trabalhou no Diário do ABC,
Holhfeldt (em pé) e demais colegas de cursos defenderam a aproximação das escolas com a sociedade e entidades
Para o catedrático, o desenvolvi- das universidades e das escolas de no jornalismo. "Antes de costas entre dutível ao falar para o Versão após o do Grupo Sinos, durante três anos,
mento de políticas de comunicação no século XIX e no ínicio do século XX seph Pulitzer nos EUA e Casper Líbe- gresso. Ou seja, empresários foram comunicação deve ser o de formar si, empresas e academia vão ter que se debate. "Desde que entrei vi muita e atualmente é estagiária na As-
não pode buscar partidarismos, nem quem mais defendeu a idéia de uma ro no Brasil. "E hoje?", perguntou, os patrocinadores da ação que moti- novos cidadãos, com a criação de no- encarar de frente nesse processo. A gente desistindo quando descobriu sessoria de Imprensa da Caixa Eco-
protecionismos a grupos econômicos escola de Jornalismo foram justamen- sabendo que a resposta estava na ca- vou a extinção do diploma no STF. vos elementos intelectuais, de estudo sinergia terá que ser ampliada: esco- que não é fácil entrar na RBS. Jor- nômica Federal. "Tem gente que
ou políticos. Como exemplo, citou que, te dois empresários/jornalistas: Jo- beça de cada participante do Con- Hohlfeldt foi além, afirmando que e de tecnologia, com aproveitamento las, empresas e sindicatos. " destacou. nalismo não é só glamour, ou ban- pergunta porque faço Jornalismo.
cada em frente às câmaras de tele- Respondo que busco a convivên-
Grandes veículos não têm compromisso social visão", defendeu a garota,
apaixonada pelo Jornalismo.
Itatiaia não se vê como futura
celebridade e suas opções de tra-
cia social e tenho paixão por con-
tar as histórias de pessoas. O jor-
nalista tem que ter função social",
defendeu.
Será que os meios de comuni- tuações vexatórias em al- geralmente se diz que os meios de ráter econômico e po-
cação desempenham um jornalismo guns grupos empresariais",comunicação são o espelho da so- lítico e está na contra-
a serviço da sociedade? Para o jor- denunciou. ciedade. Mas, na sua avaliação, o mão do que a socieda-
nalista Elmar Bones, do Jornal Já, Para Bones, a liberdade
espelho está ofuscado, embaçado e de quer. "A mídia pas-
os grandes grupos de comunicação de imprensa é defendida hoje
não reflete o que está acontecen- sa mais tempo falando
representados pela Associação Na- pelos grandes grupos por- do. Os grandes veículos de comu- de si mesmo e para a
cional dos Jornais (ANJ) ainda não que, na verdade, estão de-nicação têm todo o aparato elite do que para o pú-
entenderam a pergunta. Ou não fendendo a empresa. O re- tecnológico, são capazes de fazer blico", lamentou.
lhes interessa. Um exemplo citado sultado disso, segundo o pro-
uma cobertura ampla e correta. Outro exemplo
por ele foi quando o Já conseguiu fissional, é a existência de
Mas não atingem as questões fun- citado pelo jornalista é
em 2006 um inédito Prêmio Esso, poucos projetos editoriaisdamentais solicitadas pela socieda- o caso de algumas
a maior premiação do Jornalismo fora do guarda-chuva da de, segundo o profissional. "O caso emissoras de rádio,
brasileiro. ANJ. "Por isso, a estrutura
do Plano Diretor, tão importante que ampliam seus es-
Os veículos da grande mídia de comunicação no Brasil não
para a população hoje e no futuro, paços. “A Rádio Gaú-
costumam noticiar com destaque o atende às demandas de de- é solenemente ignorado pela gran- cha não se contentou
Esso até quando uma matéria de mocratização e as necessida-
de mídia. Os jogos da dupla Gre- com o amplo público
seus profissionais é finalista. "Mas, des sociais", explicou. Nal ganham um destaque imensa- que tem na frequencia
naquele ano, não houve Prêmio mente superior. Os interesses dos AM e passou a trans-
Esso para a grande mídia. Quem ti- Espelho Embaçado donos não são os mesmos da soci- mitir o mesmo conteú-
nha vencido era um veículo peque- edade", criticou. do também em FM.
no. Isso mostra que de fato há res- O jornalista Antonio Para Vieira da Cunha, não Não há interesse soci-
trição da liberdade de imprensa. Os Vieira da Cunha, da existe compromisso social porque o al neste atitude, mas
profissionais estão submetidos a si- Para Bones, ainda existe restrição à liberdade Coletiva.Net, apontou que interesse da grande mídia é de ca- apenas da RBS”, disse. Vieira diz que sociedade não é atendida pela mídia
7. 8 Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010
34º CONGRESSO ESTADUAL DOS JORNALISTAS
Ibsen reafirma que STF
cometeu erro jurídico
O deputado federal Ibsen Fotos/ Bibiana Nunes belece a competência empresários e o próprio STF destacaram, mas a
Pinheiro (PMDB-RS) afirmou do Congresso Nacio- luta de uma categoria. O profissional, que não
durante o 34º Congresso Es- nal, por meio do Se- tem formação superior na área - quando come-
tadual dos Jornalistas que a nado da República, çou não havia a exigência - disse que o STF
liberdade de expressão não para suspender a esqueceu do processo civilizatório na hora de de-
tem relação direta com a exi- execução de lei consi- cidirem pelo fim do diploma: "O que me deixa
gência do diploma e com o derada inconstitucio-
registro profissional, como nal, por decisão defi-
defendeu o ministro Gilmar nitiva do Supremo.
Mendes em seu voto. E lem- Exclui-se, é claro, a
brou o Artigo 5, inciso XIII, decisão em ação dire-
da Constituição Federal, que ta, uma vez que esta
diz: "É livre o exercício de produz o efeito ime-
qualquer trabalho, ofício ou diato. “Qualquer ou-
profissão, atendidas as quali- tra decisão, como esta
ficações profissionais que a lei que ocorre no bojo de
estabelecer". Para o parla- uma ação civil públi-
mentar, quem decide sobre a ca, não se completa
exigibilidade do diploma de Legenda sem apreciação pelo
jornalista é o mesmo órgão Congresso Nacional,
que decide sobre a exigência através do Senado
da carteira para dirigir. "Isso Parlamentar defendeu intervenção do Legislativo Federal", disse o de-
é perigoso pela competência putado. E ironizou: "O
que o Poder Judiciário está se auto-atribuindo. STF tem que preencher o cargo de jornalista e
O STF tomou a decisão nos autos de uma ação não sabe como fazê-lo. Talvez decida por uma Copstein disse que o cohecimento é essencial
civil pública", afirmou. saída: ser maior de idade.
Para ele, se impõe a manifestação do Con- O jornalista Jayme Copsten, da Rede Pampa, indignado é que 10 homens e uma mulher ainda
gresso Nacional com fundamento no inciso X disse que o processo do diploma de Jornalismo acham que os humanos não saíram das cavernas
do art. 52 da Constituição Federal, que esta- não foi uma exigência do governo militar, como os e não precisa de conhecimento".
“Nada mudou nas redações
depois da decisão do Supremo”
"Faz um ano que a exigência do diploma explicou que possivelmente a Comissão Espe-
foi derrubada pelo STF. Foi uma fantástica cial que vai proferir parecer à Proposta de
decisão, pois a sociedade ganhou. Está todo Emenda à Constituição 386/09 - conhecida
mundo escrevendo nos jornais e falando nas como a PEC dos Jornalistas - poderá ser ins-
televisões e rádios". Com esta fina ironia, o talada nos próximos dias na Câmara dos De-
presidente da Federação Nacional dos Jorna- putados. Estariam faltando indicações de al-
listas (FENAJ), Sérgio Murillo, fez ver que guns partidos, como o PSDB. A instalação vai
nada mudou nas redações, embora os empre- acontecer, qualquer que seja a composição",
sários continuem patrocinando campanhas em disse Pimenta, relembrando o compromisso
defesa da democratização e promovendo al- do presidente da Câmara neste sentido.O par-
guns absurdos, como pretender incluir cláu- lamentar confia que, após a instalação, a agili-
sulas em acordos coletivos um piso inferior zação será rápida. " Possivelmente no final de
para quem não tem diploma. O dirigente disse junho teremos uma resposta positiva", disse.
que não há nada para ser comemorado por- Na avaliação do vice-presidente da FE-
que, com a decisão do STF, vários cursos de NAJ, Celso Schröder, as entidades que de-
Jornalismo foram fechados no Brasil. "De 2001 fendem a retomada do diploma devem reto-
para cá, 20 mil pessoas sem qualquer qualifi- mar seu lobby em direção ao Legislativo,
cação foram registradas como jornalistas no retirando o espaço do Judiciário, que é con-
Brasil. A decisão do STF foi muito agressiva, servador e aberto ao trânsito da elite. "O
não deixou nenhuma porta aberta", apontou. momento político é de defesa e de ataque. É
O deputado Federal Paulo Pimenta (PT) propício para a luta", defendeu. Pimenta defende a Comissão Especial da PEC
8. Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010 9
SINDICALISMO
Eleição da FENAJ terá duas chapas
A direção da Federação Nacional sua conformidade com os Estatutos e o para o dia 28 de maio, a Comissão deve- que a Comissão Eleitoral Nacional de-
dos Jornalistas (FENAJ) será disputa- Edital de convocação da eleição da Fe- rá se debruçar sobre aspectos organi- verá iniciar a partir do dia 28 está a
da por duas chapas na eleição marcada deração, e sem a ocorrência de pedido zativos do processo eleitoral, como a composição das Comissões Eleitorais
para o período entre 27 e 29 de julho. de impugnação de nenhuma candidatu- relação completa dos associados aos 31 Locais, que se encarregarão da coor-
No dia 7 de maio, a Comissão Eleitoral ra, a Comissão Eleitoral Nacional homo- Sindicatos de Jornalistas do país, com denação do processo nas bases de seus
homologou as nominatas. A chapa 1, logou-as integralmente. Além da nova seus respectivos endereços e data de Sindicatos. Estas deverão ser desig-
"Virar o Jogo! Em Defesa do Jornalis- diretoria e Conselho Fiscal da FENAJ, filiação. A listagem dos jornalistas ap- nadas pelos presidentes dos Sindica-
mo e do Jornalista", é encabeçada por no mesmo período será eleita, também, tos a votar deverá ser elaborada até o tos, ouvidas suas respectivas direto-
Celso Schröder (RS) e organizada pela a nova Comissão Nacional de Ética. Em- dia 16 de julho. Ainda assim, associado rias e consultadas as chapas
atual gestão da FENAJ. A chapa 2, de bora as candidaturas à CNE possam ser que ficar em dia no momento do voto, concorrentes. A composição das Co-
oposição, é encabeçada por Pedro Po- avulsas, a Chapa 1 foi a única que inscre- exclusivamente na base a que perten- missões Eleitorais Locais deverá ser
mar (SP). veu cinco candidatos para concorrerem ce, com comprovação prévia perante à comunicada à Comissão Eleitoral Na-
Na reunião do dia 7 de maio, após às cinco vagas da Comissão. mesa receptora, poderá votar. cional no máximo até 15 dias antes do
analisar a composição das duas chapas e Para uma nova reunião marcada Também entre os procedimentos início da eleição.
Confira a nominata dos dois grupos:
Chapa nº 1, "Virar o Jogo!"
Executiva Departamentos: Relações Internacionais
Presidente - Celso Schröder (RS) Educação e Aperfeiçoamento Ayoub Ayoub (LD)
Primeira vice-presidente - Maria José Braga (GO) Profissional Claylson Martins (CE)
Segunda vice-presidente - Suzana Blass (MRJ) Alcimir Carmo (SP)
Carmen Pereira (MRJ)
Secretário-geral - Guto Camargo (SP) César Wanderley (AM) Mobilização Jornalistas de Produção
Primeiro secretário - Antônio Paulo Santos (AM) Patrícia Bandeira de Melo (PE) e Imagem
Tesoureira - Déborah Lima (CE) Relações Institucionais André Freire (SP)
Segunda tesoureira - Valci Zuculoto (SC) Beth Costa (MRJ) Luiz Vaz (RS)
Primeira suplente - Sheila Faro (PA) Sérgio Murillo de Andrade (SC) Milton Alves (MG)
Segundo suplente - José Carlos Torves (RS) Luiz Spada (GO) Saúde e Previdência
Mobilização, Negociação Salarial Regina Maria Ferreira de Oliveira (BA)
Vice Presidencias Regionais e Direito Autoral Gláucia Regina Loriato do Nascimento (ES)
Lúcia Figueiredo (PB)
Vice-Presidente Centro-Oeste - Luiz Carlos Luciano Sônia Regina Gomes (MRJ)
(Dourados) Valdice Gomes (AL) Conselho Fiscal
Osnaldo Moraes (PE) Carlos Fernandez (MG)
Vice-Presidente Sul - José Nunes (RS)
Edson Verber da Silva (PB)
Vice-Presidente Sudeste - Márcia Quintanilha (SP) Cultura e Eventos
Luiz Carlos de Oliveira Silva (PI)
Vice-Presidente Nordeste I - Rafael Freire (PB) Nelly Carlos (RN)
Ângela Marinho (CE) Comissão Nacional de Ética
Vice-Presidente Nordeste II - Marjorie Moura (BA)
José Gilvan da Costa (RR) Regina Deliberai (MT)
Vice-Presidente Norte I - Jane Vasconcelos (AC) Júlio Tarnowski Júnior (PR)
Vice-Presidente Norte II - Volney Oliveira (AP) Mobilização em Assessoria Rossini Barreira (PE)
de Comunicação Suzana Tatagiba (ES)
Douglas Dantas (ES) Gerson Martins (MS)
Júnior Veras (TO)
Flávio Peixoto (AL)
Chapa nº 2, "Luta, Fenaj!"
Departamentos: Luis Gustavo Mesquita (SP)
Executiva Relações Institucionais Adriano Boaventura (MG)
Presidente: Pedro Pomar (SP) Juliana Nunes (DF)
Primeira vice-presidente: George Washington (SE) Daniel Hammes (RS) Mobilização em Assessoria
Segunda vice-presidente: Cláudia de Abreu (RJ) Ana Angélica Werneck (MT) de Comunicação
Secretária-geral: Elaine Tavares (SC) Álvaro Britto (RJ)
Primeira secretária: Leonor Costa (DF) Relações Internacionais Caroline Santos (SE)
Segunda tesoureira: Bia Barbosa (SP) Mário Augusto Jakobskind (RJ) Pedro Carrano (PR)
Segundo tesoureiro: Dilamar Machado (RS) Lúcia Rodrigues (SP)
Primeiro suplente: Leovegildo Leal (MG) Jonas Valente (DF) Mobilização dos Jornalistas
Segunda suplente: Élida Miranda (AL) de Produção e Imagem
Educ. e aperfeiçoamento profissional Wellington Inácio (SP)
Vice Presidencias Regionais Emília Magalhães (DF) Fátima Gonçalves (PA)
Vice-Presidente Norte I - Evelyn Morales (RO) Gibran Lachowski (MT) Juliano Nery (MG)
Vice-Presidente Norte II - Rosemary Gomes (PA) Ernesto Marques (BA)
Vice-Presidente Nordeste I - Iano Flávio Maia (RN) Saúde e Previdência
Vice-Presidente Nordeste II - Flávia A. Azevedo (BA) Cultura e Eventos Luiz Edmundo Continentino Porto (RJ)
Vice-Presidente Sudeste - João Montenegro (SP) Elisângela Valença (SE)
Bernardete Travassos (RJ)
Marcos Erlan (MG)
Vice-Presidente Centro-Oeste - Alcione dos Anjos (MT) Valnísia Mangueira (PR)
Vice-Presidente Sul - Lenise Klenk (PR) Luiza de Sá Monteiro (MG)
Conselho Fiscal
Mobilização, Negociação Salarial Najla Passos (DF) (RS)
Cláudio Sommacal
e Direito Autoral Márcia Raquel (MT)
Míriam Santini de Abreu (SC)
9. 10 Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010
SINDICALISMO
Murillo: “Enfrentamos
os barões da mídia” Foto/ Árfio Mazzei
O jornalista catarinense Sérgio
Murillo de Andrade, 49 anos, dos
quais 25 no exercício profissional
e na militância pelas suas causas.
Ao final do seu segundo mandato,
Sérgio faz uma avaliação realista
sobre o período de sua gestão à
frente da Federação Nacional do
Jornalistas (FENAJ) desde 2004.
Ele também ressalta a importân-
cia da mobilização dos jornalistas
para o 34° Congresso Nacional da
categoria, que se realiza em agos-
to em Porto Alegre.
Versão dos Jornalistas - Pre-
sidente, qual o balanço de sua
gestão à frente da FENAJ?
Sérgio Murilo - Eu não posso
dizer que o saldo seja positivo. Se-
ria uma forma cínica de respon-
der. Principalmente se a gente
olhar para trás e ver que tivemos
derrotas muito caras para a nossa Presidente da FENAJ em duas gestões, jornalista catarinense diz que período representou continuidade de lutas antigas
organização e
para a história de no ano elei- gestão, é uma decisão da nossa
lutas da nossa “Tivemos derrotas muito caras para a toral? Facili- profissão, de décadas. Quem as- “A luta pelo Conselho Nacional do Jorna-
listas não é desta gestão, é uma decisão
profissão no Bra- nossa organização e para a história de ta ou atrapa- sumir a Federação terá obrigação
da nossa profissão, de décadas.”
sil. É uma conta lutas da nossa profissão no Brasil.” lha? Ainda de dar sequência e ampliar isso.
que não pode ser mais depois Será constituição de um organis-
feita sem contex- da palestra mo sob o controle dos jornalistas e sional possa exercer se trabalho
to. A gente não pode ignorar que, do deputado Ibsen Pinheiro. que tenha a condição de estar con- com a qualidade deste serviço que
nestas disputas, enfrentamos ad- tribuindo com os sindicatos e a é essencialmente público que é o
versários que não é qualquer um. Murillo - Olha, atrapalha no an- própria FENAJ no sentido de or- jornalismo.
A imprensa é instrumento do po- damento dentro do Congresso Na- ganizar a profissão e prestar um
der no Brasil, são os barões que cional porque a pauta está absolu- relevante serviço público como fa- Versão - Qual é a sua expec-
controlam os meios de comunica- tamente enxuta, há uma seleção zem os conselhos profissionais. tativa para a realização do
ção e são parte da elite dominante rigorosíssima dentro dos assuntos 34º Congresso Nacional dos
no país. Quer dizer, nós enfrenta- que têm decisão. Tanto no Senado Versão - A qualidade e a res- Jornalistas?
mos empresa, grupos e conglome- como na Câmara Federal, são pou- ponsabilidade pela informa-
rados de comunicação poderosos, cos os projetos que têm recebido a ção também passam pela for- Murillo - Eu acho que nós vamos
como é o caso da Rede Globo, como atenção do Congresso e seu enca- mação do profissional. Neste ter o maior Congresso da história
é caso da RBS aqui no Rio Grande minhamento. Mas é uma oportu- momento, qual é o futuro dos recente da organização dos jorna-
do Sul. Então, desconsiderar isso nidade porque neste momento es- cursos de jornalismo? listas no Brasil. Principalmente
e só fazer a soma de mais ou me- tamos escolhendo os futuros porque acabamos de vir de um
nos é evidente que nós vamos ter congressistas, os que provavel- Murillo - É o que a gente tinha momento fundamental para a pro-
uma dimensão equivocada destes mente vão dar sequência a este dito e que tem sido observado, há fissão que foi a Conferência Nacio-
últimos anos. debate, tanto no Senado como na uma diminuição da importância da nal de Comunicação. Agora, é uma
O que posso dizer é que o saldo Câmara Federal. escola, da universidade como es- oportunidade e um momento de
que fica é o seguinte: foi uma ges- paço prioritário de formação de cobrar a implantação das impor-
tão de luta e o que vai passar par a Versão - A próxima gestão jornalistas nos país. E isso está ex- tantes decisões que foram toma-
frente é a sequência destas lutas deverá levar adiante a luta presso no fechamento ou na redu- das no final do ano passado em
que nós viemos travando, não ape- pelo Conselho Nacional dos ção da demanda por parte dos jo- Brasília e é espaço aonde a cate-
nas nestes seis anos, são nos 60 Jornalistas? vens pelos cursos goria vai se encontrar para avali-
anos, mais do que isso, são nestes de jornalismo país ar a decisão desastrada, esta vio-
cem anos de história e organiza- Murillo - Não tem “A luta pelo Conselho Nacional afora. Tem que se lência contra nós todos. Mas
ção dos jornalistas no Brasil. como não levar. A do Jornalistas não é desta ges- investir mais na es- também para desenhar como vai
luta pelo Conselho tão, é uma decisão da nossa cola, na valorização ser o nosso futuro e do exercício
Versão - E com vai ficar a Nacional do Jorna- profissão, de décadas.” de professores para desta atividade profissional que é
PEC dos Jornalistas em ple- listas não é desta que o futuro profis- o jornalismo no Brasil.
10. Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010 11
Schröder pode ser o primeiro
presidente gaúcho da FENAJ
Durante a realização do 34º várias pesquisas de opinião têm base sólida para a mudança. Nós projeto de ensino.
Congresso Estadual, o Versão dos demonstrado que o Brasil não estamos enfrentando posições pa- Versão - E quais são as ou-
Jornalistas ouviu a palavra do consegue entender esta decisão, tronais e posições pseudo de de- tras lutas da FENAJ?
candidato pela situação, chapa não consegue ver bom senso nes- fensoras dos jornalistas que aban-
Virar O Jogo, à eleição da Fede- ta decisão, nós vamos reverter donaram este campo, Schröder - Além da questão di-
ração Nacional dos Jornalistas esta posição. Foto/ Bibiana Nunes
(FENAJ). E continuar a luta his-
Professor na Famecos/PU- tórica que esta direção e
CRS, 57 anos, 26 de jornalismo, este campo político tem
como cartunista vem publicando representado no Brasil e
seus trabalhos desde os anos de no Jornalismo brasileiro
1970. Celso Augusto Schröder que é o de fazer a luta
também é o coordenador geral do sindical forte que está na
Fórum Nacional pela Democrati- origem deste campo, que
zação da Comunicação (FNDC) e está na origem da filia-
Presidente da Fe- ção à CUT
deração dos Jor- (Central
nalistas da Amé- “A FENAJ, junto com os jornalis- Única dos
rica Latina e tas brasileiros, vai reverter esta Trabalha-
Caribe (FEPALC). decisão desastrosa que o Supre- d o r e s ) ,
O atual vice- mo Tribunal Federal (STF) assu- que é a de
presidente da FE- miu, atendendo inclusive às pres- lutar por
NAJ, Schröder sões das empresas de s a l á r i o s ,
comunicação do Brasil.”
poderá se tornar garantir
o primeiro gaúcho melhores
a presidir a Fede- condições
ração nos seus mais de 60 anos de vida, atribuindo à ati- Profissional é atual presidente da FEPALC, coordenador geral do FNDC e professor da PUCRS
de história de lutas pela dignida- vidade jornalística a di-
de da profissão de jornalista. O mensão que ela deve ter. abandonaram ploma, nós não
ex-presidente da entidade, Lucí- esta luta, esta “Nós temos uma sintonia com perfil po- podemos igno-
dio Castello Branco, que fez car- Versão - A propósito da Pro- trincheira da luta pular, com perfil operário e trabalhador rar a natureza
reira no Rio Grande do Sul, é posta de Emenda Constitu- pelo diploma. E do Governo Lula, mas também temos sindical da FE-
piauiense. cional (PEC), como equaci- estas encampam manifestado várias críticas, como por NAJ, portanto
onar sua tramitação já que outros projetos exemplo, na escolha do modelo da TV estaremos junto
Versão dos Jornalistas - 2010 também é um ano de de regulamenta- Digital.” com os sindica-
Como a FENAJ irá virar o eleições? ção profissional. tos nas suas lu-
jogo quanto à questão do fim tas clássicas por
da obrigatoriedade do di- Schröder - Eu tenho sido um Versão - Como sua gestão irá melhores salários, melhores con-
ploma? defensor de cautela nas ações po- interagir com os atuais cur- dições de vida, pela segurança e
líticas, o tempo político e o tem- sos de jornalismo em todo o pela defesa da vida dos jornalistas
Celso Schröder - A FENAJ, jun- po histórico nem sempre é o tem- país? e de sua atividade.
to com os jornalistas brasileiros, po dos nossos desejos. Então,
vai reverter esta decisão desas- acho que temos que levar em Schröder - Nós temos na nossa Versão - Como será a rela-
trosa que o Supremo Tribunal Fe- conta isso, levar em conta os pro- chapa alguns que são professores ção com o novo Governo Fe-
deral (STF) assumiu, atendendo blemas decorrentes disso e en- e militam na imprensa, então há deral, que poderá ter conti-
inclusive às pressões das empre- caminhar esta luta sintonizada uma sintonia natural. Mas tam- nuidade ou não?
sas de comunicação do Brasil. Fa- com a política brasileira, sintoni- bém porque a FENAJ, nestes úl-
zendo o debate no local certo que zada com as aspirações dos jor- timos 15 anos, produziu um do- Schröder - Da mesma forma,
é o Parlamento brasileiro e cons- nalistas, mas também com a re- cumento que é de altíssima com a mesma independência. É
truindo uma emenda constituci- alidade. Então, levando em conta relevância que se chama Progra- óbvio que nós temos uma sinto-
onal, que de uma vez por todas estas ações, nós ma de Qualidade nia com perfil popular, com per-
vai resolver este falso debate in- devemos nos mo- do Ensino do Jor- fil operário e trabalhador do Go-
duzido pelas empresas em que a ver com cautela. “Nós estamos enfrentando posi- nalismo, onde nós verno Lula, mas também temos
obrigatoriedade de um curso su- Eu acho que há ções patronais e posições pseu- propomos, e somo manifestado várias críticas,
perior para exercer a profissão espaços neste pri- do de defensoras dos jornalistas talvez uma das úni- como por exemplo, na escolha
de jornalista impediria a qualida- meiro semestre que abandonaram este campo, cas instituições do modelo da TV Digital. Mas
de do jornalismo no Brasil. para fazer este de- abandonaram esta luta, esta trin- profissionais que iremos cobrar do futuro gover-
Então, a mudança do jogo sig- bate. Se não for cheira da luta pelo diploma.” propõe à academia no as propostas e decisões da
nifica isto. Junto com os jornalis- possível, nós temos um modelo e gra- Conferência Nacional de Comu-
tas e a sociedade brasileira, que que constituir a de curricular, um nicação.
11. 12 Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Maio de 2010