1. PANORAMA SEMANAL
VEJA NESTA EDIÇÃO
Macroeconomia e Mercados – Como encerramos a segunda semana de Junho
Agenda Econômica
China – Valorização do yuan
Fique de Olho – Análise Técnica (Ibovespa, S&P 500, Dólar e Petróleo)
2. PANORAMA SEMANAL
28 de Junho de 2010
Macroeconomia a Mercados
Tivemos uma semana cheia de notícias econômicas - da China, Europa e dos Estados Unidos. As novidades foram tanto
positivas quanto negativas, e acabaram confundindo os investidores, que não sabiam se partiam para as compras ou para as
vendas, fazendo as bolsas encerrarem a semana quase no zero a zero. Vamos aos fatos!
Logo na segunda-feira a China abriu a semana divulgando que pretende permitir a flexibilização do câmbio. Há quase dois anos
o país mantém o yuan em um patamar fixo e muito baixo em relação ao dólar – de forma a deixar os produtos chineses muito
competitivos, dominando grande parte das exportações mundiais. Com a valorização da moeda, os outros países ficariam mais
competitivos, promovendo um comércio mundial mais equilibrado – as bolsas tiveram momentos de euforia diante dessa notícia,
mas acabaram levando um balde de água fria com as notícias da economia americana e incertezas da Europa.
Nos Estados Unidos, os indicadores econômicos (que foram os bons moços das semanas anteriores) viraram os vilões dessa
semana. Vários dados do setor imobiliário foram divulgados, apresentando números péssimos e muito abaixo das estimativas do
mercado. Já é sabido que o mercado imobiliário americano vem enfrentando dificuldades, mas os números razoáveis vinham se
sustentando em medidas de incentivos do governo – que acabaram recentemente, tirando a sustentação e derrubando a
retomada do setor. O PIB americano do primeiro trimestre, divulgado na sexta-feira também não ajudou – a economia do país
cresceu 2,7%, abaixo das revisões anteriores e das estimativas do mercado, que apontavam crescimento de 3,0%. Ainda no
âmbito americano, o congresso do país aprovou uma reforma na regulação do sistema financeiro, que tem a intenção de
aumentar o controle sobre os bancos e limitar o espaço de atuação dos mesmos – a notícia pressionou um pouco as ações do
setor, mas como já era conhecida e esperada, não pesou tanto nos negócios.
Na Europa, a principal notícia da semana foi o anúncio dos governos da Alemanha, da França e Reino Unido de criar um imposto
sobre o sistema financeiro, que deve arrecadar em torno de € 4,5 Bi por ano nos três países. As ações do setor financeiro
ficaram pressionadas, pesando nas bolsas da região nessa última semana. Adicionalmente, a Fitch contribuiu para o pessimismo
ao estimar que a economia grega deve demorar até recuperar um ritmo de crescimento, trazendo aversão a ativos de risco no
mundo todo e elevando o preço dos “seguros” referentes aos títulos da dívida grega, que atingiram recorde de alta.
Internamente, tivemos dados de inflação e a taxa de desemprego do Brasil, mas os indicadores vieram em linha com o esperado,
abrindo espaço para o Ibovespa oscilar de acordo com as notícias internacionais. O meio corporativo também ganhou destaque,
com a Petrobras adiando a data da sua oferta e desagradando os investidores, levando as ações da empresa a encerrar a
semana como um dos destaques de baixa na bolsa brasileira. Na sexta-feira, o jogo do Brasil durante o pregão, tirou grande
parte da liquidez dos negócios.
Para a semana que vem, os investidores americanos esperam os dados de renda e gastos pessoais, e como destaque, um dos
indicadores mais relevantes da economia - o payroll (corte/criação de vagas no mercado de trabalho). Aqui no Brasil, o mercado
fica de olho no indicador de produção industrial do IBGE, que pode servir com trigger para as nossas ações, e também, no inicio
das oitavas de final da Copa do Mundo de 2010, que começa a ficar mais empolgante!
Variações da Semana
3. PANORAMA SEMANAL
Agenda da Semana
- Indicadores
Horário País Indicador Período Unidade Estimativa Anterior
Segunda-Feira, 28/06/2010
08:30 Brasil Banco Central: Boletim Focus 25/jun - - -
09:30 EUA Índice de Atividade - Fed Chicago mai/10 nº índice - 0,29
09:30 EUA Renda Pessoal mai/10 (% ) MoM 0,5 0,4
09:30 EUA Gastos Pessoais mai/10 (% ) MoM 0,1 0
09:30 EUA Deflator PCE mai/10 (% ) MoM / YoY 0,1 / 1,8 0,1 / 1,2
11:30 EUA Atividade Manufatureira - Fed Dallas jun/10 nº índice - 2,9
20:30 Japão Taxa de Desemprego mai/10 (% ) 5 5,1
20:30 Japão Produção Industrial mai/10 (% ) MoM / YoY 0,0 / 20,3 1,3 / 25,9
- Brasil SERASA: PIB Mensal abr/10 nº índice - 156,7
- Alemanha Preços ao Consumidor jun/10 (% ) MoM / YoY 0,1 / 1,0 0,1 / 1,2
Terça-Feira, 29/06/2010
06:00 Zona do Euro Indicador de Sentimento Econômico jun/10 nº índice 98,1 98,4
08:00 Brasil FGV: IGP-M jun/10 (% ) MoM 0,71 1,19
10:00 EUA S&P/Case-Shiller - Índice de Preços de Casas abr/10 (% ) MoM -0,35 -0,05
11:00 EUA Conference Board - Confiança do Consumidor jun/10 nº índice 62,5 63,3
20:00 Reino Unido Confiança do Consumidor jun/10 nº índice -20 -18
- Brasil Resultado do Governo Central mai/10 BRL Bilhões - 16,6
- Brasil SERASA: Perspectivas da Ativ. Econômica abr/10 nº índice - 101,4
Quarta-Feira, 30/06/2010
04:55 Alemanha Taxa de Desemprego jun/10 (% ) 7,7 7,7
05:30 Reino Unido PIB (Revisão) I/10 (% ) QoQ / YoY 0,3 / -0,2 0,3 / -0,2
06:00 Zona do Euro Preços ao Consumidor (Preliminar) jun/10 (% ) YoY 1,5 1,6
08:00 Brasil FGV: Sondagem da Indústria jun/10 - - -
09:15 EUA Pesquisa ADP - Corte de vagas no mercado de trabalho privadojun/10 Em milhares 60 55
10:00 Brasil SEADE/DIEESE: Emprego e Desemprego mai/10 (% ) - 13,58
10:30 Brasil BCB: Nota de Política Fiscal mai/10 - - -
10:45 EUA Chicago PMI - Índice de Manufatura jun/10 nº índice 59 59,7
11:30 EUA Estoques de Petróleo - DOE jun/10 Mil Barris 2017K
22:00 China PMI - Índice de Manufatura jun/10 nº índice 53,2 53,9
- Brasil SERASA: Inadimplência das Empresas mai/10 nº índice - 107,2
- XP Investimentos Apresentação no Lector - Kepler Weber - - - -
Quinta-Feira, 01/07/2010
08:00 Brasil FGV: IPC-S jun/10 (% ) MoM -0,21 -
09:00 Brasil IBGE: Produção Industrial mai/10 (% ) MoM / YoY - -0,7 / 17,4
09:30 EUA Pedidos de Auxílio Desemprego 26/jun Em mil pedidos 460K 457K
11:00 EUA ISM Industrial jun/10 nº índice 59,3 59,7
11:00 EUA Gastos com Construção mai/10 (% ) MoM -0,6 2,7
11:00 EUA Venda de Casas Pendentes mai/10 (% ) MoM -15,2 6,0 / 24,6
11:00 Brasil Balança Comercial jun/10 USD Milhões - 3443
18:00 EUA Venda de Veículos jun/10 Em Milhões 11,46 11,64
Sexta-Feira, 02/07/2010
06:00 Zona do Euro Preços ao Produtor mai/10 (% ) MoM / YoY 0,3 / 3,1 0,9 / 2,8
06:00 Zona do Euro Taxa de Desemprego mai/10 (% ) 10,1 10,1
09:30 EUA Payroll - Corte/criação de vagas no mercado de trabalho jun/10 Em milhares -110 431
09:30 EUA Taxa de Desemprego jun/10 (% ) 9,8 9,7
11:00 EUA Pedidos de Fábrica mai/10 (% ) MoM -0,5 1,2
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4. PANORAMA SEMANAL
China – Valorização do yuan
A China anunciou suas intenções de eventualmente permitir a flexibilização do seu câmbio, a valorização do yuan, depois de muitas
pressões políticas principalmente dos americanos e de outros países.
Entre 2005 e 2008, quando teve um câmbio mais flexível, a China valorizou sua moeda em cerca de 7% ao ano - ao todo, em pouco
mais de 20%. Em 2008, voltou bruscamente à política anterior de preço do yuan praticamente fixo em relação ao dólar e a valorização
foi interrompida, como se pode ver no gráfico abaixo. Atualmente, a moeda chinesa continua em patamares bastante baixos, visando a
maior competitividade de suas exportações.
- Cotação do yuan
De fato, o preço dos produtos
chineses são bastante competitivos e
tomam conta dos mercados
internacionais. Nos últimos anos, e
principalmente depois da Crise de
2008, os americanos e outros países
exportadores começaram a
pressionar a China para valorizar o
seu câmbio, de forma a tornar mais
justa a competitividade entre os
países exportadores.
Adicionalmente, o fato do euro ter se
desvalorizado bastante, depois da
crise anunciada na Zona do Euro, os
investidores estão migrando para o
dólar – como porto-seguro. Esse
aspecto deixou a moeda americana
ainda mais valorizada, o que acaba não sendo positivo para a retomada da economia da região – buscando o lado positivo disso,
vemos o aspecto de que aumenta o poder de compra da população, e por tabela, reduz as pressões inflacionárias.
No entanto, os americanos já estão atentos ao risco de deflação (economia fica paralisada - se os preços caem continuamente a
compra acaba sendo sempre postergando). Neste ponto a valorização do yuan, de fato, ajuda, pois agora os produtos chineses vão
chegar com um preço maior no país.
Conforme podemos ver no gráfico abaixo, o comportamento do núcleo da inflação aos consumidores continua em desaceleração, e isso
que preocupa um pouco. Mas a expectativa é que com a recuperação gradual em curso, a probabilidade de materialização de deflação
diminui.
Voltando ao yuan, como os Estados Unidos é o maior
parceiro comercial da China, o yuan mais valorizado
beneficiaria tanto as exportações americanas quanto a
questão de preços do país. Em relação as exportações, os
americanos tenderiam a aumentar a venda de aviões, aço e
trigo, que aqueceria a economia impulsionando também o
mercado de trabalho e o consumo, ajudando a colocar a
economia dos Estados Unidos novamente em um ciclo
expansionista.
Da perspectiva da China, é um bom momento para introduzir
a mudança uma vez que o país enfrenta uma forte pressão
inflacionária, de forma que o yuan mais valorizado
aumentaria o poder de compra da população, diminuindo a
pressão nos preços. Em relação a medida efetiva, a expectativa é que caso essa valorização venha a acontecer, ela deve se de 3% por
ano, podendo atingir até 15% daqui a três anos.
Aqui para o Brasil, os exportadores de commodities seriam os mais beneficiados, mas de qualquer forma é melhor esperar o desenrolar
dos acontecimentos para tirarmos conclusões mais concretas.
5. PANORAMA SEMANAL
Análise Semanal
IBOVESPA
O Ibovespa fechou a semana sem uma tendência clara definida. Está testando os níveis de 50% das retrações de
Fibonacci próximo a 65.000 pontos. Se o mercado romper este patamar por base de fechamento, poderá levar a buscar as
próximas resistência em 66.000 ou 68.000. Os principais suportes são 63.500 e 61.100. O volume vem crescendo nas
últimas semanas acompanhando alta, o que é um indicador positivo, reforçando o cruzamento das médias 9/40, para uma
tendência de alta. Os indicadores seguem indefinidos.
S&P500
O SP500 rompeu a LTB e vem fazendo um pull-back na mesma em níveis de 1.065 pontos. Caso o mercado melhore
destes patamares, o índice poderá testar resistências em 1.105 ou 1.130 pontos. Caso o mercado volte a trabalhar dentro
da LTB, poderá buscar suportes em 1.040 pontos.
6. PANORAMA SEMANAL
PETRÓLEO
O Petróleo vem trabalhando em um canal de alta de curto prazo, após o teste dos fundos anteriores em níveis de 69,00.
Caso o ativo continue dando sustentabilidade no movimento de alta, poderá testar resistências em níveis de 81,00 ou
83,00. Se o ativo entrar em um período de baixa, poderá testar suportes em 75,00 ou 72,60.
DÓLAR
O dólar comercial segue em um movimento de desvalorização. Montou um suporte de fundo em níveis de 1,7550. Caso o
ativo perca este suporte, poderá buscar as mínimas em 1,7230. Se o cenário entrar novamente em incertezas, o ativo
poderá ter uma realização para níveis de 1,8070 na primeira resistência ou 1,8300.
7. PANORAMA SEMANAL
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