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Pregão da Academia Vimaranense do ano de 2012
                                                Notas:

O Prólogo                                       1. O “Maria da Fonte”
                                                era o nome dado ao
(É prudente avisar, já de começo,               antigo relógio
Acordo Ortográfico? Não, Obrigado.              municipal, que se
O Português que merece meu apreço               encontrava na torre da
é Aquele que me foi bem ensinado.               Igreja da Oliveira.
Atenção! Nada contra o do Brasil,
mas o nosso é, como dizem, “maneiro”            2. Igreja de Nossa
                                                Senhora da Oliveira
querer mudá-lo é apenas útil
a quem os bolsos quer encher com dinheiro.)
                                                3. Araduca, antigo
                                                nome de (anterior a)
                                                Guimarães (segundo
Marca a hora o “Maria da Fonte” 1               crença)
Badala o Sino na Velha Igreja2
Olho, Araduca3, o teu horizonte                 4. O 1º Vogal da
vai principiar a grande peleja.                 Comissão, montado a
AO ALTO NOSSO ESTANDARTE,Ó VOGAL4               cavalo, é o porta
SEGURA-O COMO O DECEPADO5                       estandarte no dia do
                                                Pregão (também no dia
QUE, AO PERDER AS MÃOS6, POR PORTUGAL7,
                                                1 de Novembro)
AINDA ASSIM O ERGUEU, EMBOCADO 8.
                                                5. Duarte de Almeida,
A “Carta de intenções”                          figura heroica da
                                                História de Portugal
Ó gente da Terra Vimarana
escuta agora este teu vassalo                   6. Perdeu ambas as
que irá berrar com toda a gana                  mãos na Batalha de
assunto de poder levar ao estalo.               Toro, em Castela.
Não serei (Oh não) lá muito cortês
                                                7. Era ele o Alferes
a não ser com a delicada Dama,
                                                Mor e porta estandarte
Tudo o que é mau e Português                    das tropas
ganhará assim, prometida fama.                  portuguesas.

                                                8. Como lhe cortaram
                          9
Peço a nosso querido Santo                      as mãos, segurou o
medida força e temperança,                      estandarte com as mãos
que ninguém se deixe pelo pranto                e, por fim, com a
levar, com tamanha desconfiança.                boca. Prova eterna do
                                                patriotismo/honra que
E à Musa da nossa Montanhia10
                                                o movia.
irei clamar pela Inspiração,
que deste chão se erga já magia                 9. São Nicolau
para iluminar este Pregão.
                                                10. As musas de Santa
                                                Catarina, da Montanha
                                                da Penha
11. Batalha de São
                                           Mamede, origem da
                                           Nação Portuguesa
Guimarães, adorada Cidade
é para Ti que agora canto                  12. Antigo nome de
toma, se desejares, a liberdade            Guimarães (lenda)
de te cobrires com nosso manto.
Idos Pregoeiros de Nicolau                 13. Antigo nome de
venham, uma vez mais, escutar              Guimarães (lenda)
o Texto, ora bom, basta vez mau
                                           14. As tropas de
que irei, o melhor que souber, declamar.
                                           Napoleão passearam-se
                                           por Guimarães, numa
A Dedicatória                              das invasões a
                                           Portugal (2ª).
Filhos de São Mamede11, de Columbina12     Guimarães foi a
ou Leobriga13, aí oiçam, na ameia          primeira da sua região
tem esta Terra Vitória na Sina.            a revoltar-se
Vergar? Nem Napoleão14, nem Patuleia15!    verdadeiramente contra
                                           os Franceses, que
Almeida, Caldas, Silva, Delfim e Falcão
                                           acabaram expulsos.
Roriz, Meira, Costa, Simões e Graça16:
dedico este Apregoado Sermão               15. Guerra Civil
aos que, pelos tempos, lhe deram raça.     Portuguesa no século
                                           XIX
A Celebração
                                           16. Nomes de antigos
Um ano, tão rápido, se há passado          autores do Pregão, que
diz lá, Vimarano, com sinceridade,         no fundo simbolizam
                                           todos os que até aos
tinha já a saudade assolado
                                           dias de hoje o
a muralha da Fundadora Cidade.
                                           escreveram
Das novas do Escolástico Bando 17
creio sentida genuína falta                17. “Bando
e, uma vez mais, não serei brando,         escolástico”,
mais uma vez, agitarei a malta!            designação primitiva
                                           do Pregão

De Guitarra na mão e olhar repleto         18. Manuel D’Oliveira,
subiu o Pregoeiro18 ao palanque19          Vimaranense, Nicolino,
com muita Alma e Real afecto20             Guitarrista, antigo
                                           Pregoeiro da Academia
um dos nossos foi a dar o arranque21.
                                           (1995)
Tanto e tão bom tem sido o Recital
                                           19.Palco
Contigo sempre à devida altura             20.Espectáculo “Os
Está-te na seiva seres Capital             Nossos Afectos”
ontem, de Portugal, hoje, da Cultura.      21. Cerimónia de
                                           Abertura de Guimarães
                                           2012, Capital Europeia
                                           da Cultura
                                           22. D.Afonso Henriques
                                           23. Gil Vicente
Terra de Grande e Valente Gente
onde Um só vale por um cento,             24.Abade de Tagilde
Berço de Afonso22e de Vicente23
do Abade24, de Dâmaso25, de Sarmento26.   25.DâmasoI, Papa,
Do Molarinho27e do Engenhoso28            segundo a crença,
dos Sampaios29e também do Galvão30,       natural de Guimarães
Teu Passado, sabe-se Venturoso
                                          26.Martins Sarmento
O Presente, floresce-te na mão.
                                          27.Gravador Molarinho,
                                          artesão
Uma leve música veio sussurrar
agora mesmo ao meu ouvido                 28.João Gonçalves,
Terão os Guises31voltado para tocar       inventor e gravador de
na ínclita terra32 onde hão nascido?      moedas para a Casa
Abre-se a Porta33 ao Turista              Real, ao tempo de
que em catadupa aparece,                  D.Sebastião
não só vem conhecer o artista
                                          29.Alberto e José
pois Guimarães, de beleza, não carece.
                                          Sampaio

(Cucusio34, bem toma este conselho        30.Paio Galvão, mestre
só o proferirei uma única vez:            escola de Guimarães
exercita, só em frente ao espelho
a tua tendência para a nudez.             31.A Banda dos Guises,
Que pensará o bom do estrangeiro          formada em 1903
se com tal visão for confrontado?
Antes de o mostrares, pensa primeiro:     32.Guimarães
“Será que o cu tenho bem lavado?”)
                                          33.referência às
                                          antigas portas da Vila
O Reparo
                                          34. João Cucusio vivia
Senhor Chefe do Município                 na Rua Nova, onde
permita-me um pouco de ousadia            faleceu no dia 1 de
prometo-lhe, só de princípio,             Agosto de 1825.
não pretendo tomar-lhe o dia.             Costumava ser
Tanta Obra, quanta inauguração            visitado, no dia 5 de
perdoe-me mas, não acha ser demais?       Dezembro de cada ano,
                                          pelos estudantes,
Terão todas elas ocupação,
                                          quando andavam “às
ou serão só poiso para os pardais?
                                          posses”, que lhe
                                          faziam à porta uma
Não quero, por favor, que leve a mal,     grande gritaria: "ó
a minha ignorância não confunda           Cucusio mostra o cu"
com insulto ou coisa outra banal,         ao que ele sempre
não tanto me apraz qualquer barafunda.    acabava por
O trânsito, isso sim, aborrece            satisfazer, “vindo à
para não dizer que chega a irritar        janela mostrar-lhes o
penso no centro e logo arrefece           olho do cu
a vontade de no carro pegar.
A Saudade
                                            35. Liceu de Guimarães
A nosso Cátedro edifício35                  (Escola Secundária
chegou também a crua modernice,             Martins Sarmento)
da nova era é estranho vício
que dá, não raras vezes, em parvoíce.       36. Prometeu, figura
                                            da Mitologia Grega,
Tenha esta casa, que o Fogo guarda
                                            foi um defensor
a Zeus roubado por Prometeu36,
                                            da Humanidade,
esse Tudo, achado no Nada,                  conhecido pela sua
a Sempre Viv’Alma do Velho Liceu.           astuta inteligência,
                                            responsável por roubar
O Aviso                                     o fogo (Sabedoria)
                                            de Zeus e dá-lo
Os anos passam e não há fruto37             aos mortais.
quem escutará, de vez, nosso clamor?
                                            37. Não há decisão
Quando aprovarão o estatuto,38
                                            definitiva
Acha que ainda demora, Director?
                                            38. Estatuto do
Faltamos à aula, é verdade,                 Nicolino
mas em defesa da Suprema Tradição 39        39. As Festas
deixe-nos recuperar, mas mais tarde         Nicolinas
que agora é tempo de perdição.              40. Nomes dados aos
                                            não-estudantes
                                            41. O chafariz/fonte
Ó casquilho, ginja, taful, caixeirinho 40   quinhentista onde é
já reparaste no que voltou ao Toural 41?    tradicionalmente
                                            eleita a comissão
À memória traz-te o mergulhinho42
                                            42. Era nessa fonte
que, de tão dado, se fez habitual?
                                            onde eram
Cuidado, ó manhoso futrica43                “mergulhados” aqueles
não venhas à nossa festa fiado              não-estudantes que se
senão acabas metido na bica,                aventuravam a
o teu fado é andar molhado!                 participar nas festas
                                            Nicolinas
                                            43. “Futrica”, outra
                                            designação para os
(E tu, desgraçado martinete44               não-estudantes, esta
                                            de origem coimbrã.
do que desdenhas, de que tanto te ris?
                                            44.Bando procedente de
Some-te, Ichacorvo45 de barrete,
                                            S.Martinho de Tibães,
Indigno do chão pisado pelo D’Avis46!)      rival dos
                                            “Nicoleistas”(séc
                                            XVI).Os Nicoleistas
                                            seriam uma espécie de
                                            antepassados dos
                                            Nicolinos.
                                            45.Clérigo burlão
                                            46.D.JoãoI, que veio
                                            em promessa a
                                            Guimarães, descalço
O Ópio
                                           47. Antiga glória do
Ora desgostoso, ora colérico               Vitória, da ida década
assim me vai oscilando o humor             de 60, conhecido pelo
Ó Deuses do aclamado esférico              seu “pé-canhão”
porque conspiram contra nosso Amor?
                                           48. Famoso elemento de
Como parava nossa cidade…
                                           uma das mais célebres
como se espalhava tamanha chama            equipa do Vitória, na
como me invade a Saudade                   década de 80. Os
dos “tiros” do Mendes47e do N’Kama48.      remates eram a sua
                                           imagem de marca.

Só o Eterno guardião da Baliza             49. António Jesus,
pode deter remate trapaceiro               saudoso guarda-redes
o grande clube dele precisa                da Selecção Nacional e
                                           do Vitória.
como no símbolo, do Rei Primeiro.
Valer-lhe, Ó Jesus49, será que podes?
                                           50.Emílio Macedo, ex
(Nem o filho de Deus, nem o da Luz)        presidente do VSC
Por lá anda um outro “Herodes”
que ao Afonso quer meter o capuz.          51.Excerto do hino do
                                           Vitória, da autoria de
                                           Dino Freitas
Que fazes, Milo50, a nosso coração?
O que nos queres cravar no Peito?          52. D.Sebastião
Não queiras arrastar-nos na lama do chão    e o mito
                                           sebastianista do
ou há-de a lama servir-te de leito.
                                           “Desejado” que virá
Ergue-te, Amado Vitória
                                           salvar Portugal
“Vai em frente e atrás não fiques
tens no teu emblema a Glória               53. Corda posta ao
e a espada de Afonso Henriques.”51         pescoço daqueles que
                                           eram enforcados

A Invocação                                54. O Nevoeiro, alusão
                                           ao dia em que o
(Por onde te guias, Ó Encoberto 52?        “Desejado” voltará.
Vem libertar-nos do louco baraço53
                                           55.Zeca Afonso, cantor
que pescoço nosso mantém em aperto
                                           56. Luis Góis, cantor
e nos vai já trocando o passo.
Anda, que era o Ontem tardio               57. Carlos Paredes,
e surge o Amanhã ameaçado,                 guitarrista
contigo traz o espesso manto frio 54
para o Hoje esconder no Passado.           58.alusão às
                                           declarações escabrosas
                                           de Miguel Macedo,
                                           Ministro da Admn.
                                           Interna
Faz-te acompanhar de banda sonora
que nos inspire à Liberdade:            59.D.Afonso Henriques
o Zeca55 e o Góis56(Ave Canora)
Vozes de Eterna Portugalidade.          60.Padre João Lombela.
O Paredes57, na lusa guitarra           O padre João Lombela,
dedilhando, com fervor, o Infinito:     natural de São
o Futuro, melodia de “Cigarra”58,       Torcato, abandonou o
                                        sacerdócio para se
da “Formiga”58 é audível grito!)
                                        dedicar ao ofício de
                                        gatuno.
A Infâmia
                                        61.O Papa-Açúcar era
                                        um famoso assaltante
O medo e a mentira, de mão dada         de Guimarães, no
no escuro atacaram, ao de leve          século XIX.
fazem-no agora à descarada,
a hora do saque já não vai breve.       62.O presidente da
Eterno Rei da Terra Portuguesa 59       república declarou aos
quanta volta já deste na tumba tua…     jornalistas que não
A teu Povo roubam o que há na mesa      sabia se iria ter
                                        dinheiro para as suas
quererão pô-lo a viver de rua?
                                        despesas.

De início, ocorreu-me a questão:        63.José Sócrates
“Terá o Lombela60 ao Mundo voltado
trazendo o Papa-Açúcar61 pela mão?”     64.Geppetto era o pai
Longe não estava de tal cozinhado.      de Pinóquio, o boneco
A Bicho entregue? Bicho não ordena      mentiroso a quem
outra “espécie” é, paranoica            crescia o nariz.
aos teus, Rei, sentencia, como pena
alimentar a farta gula da Troika.       65.A arte de mentir

                                        66. Passos Coelho
Em Belém está, o pobrezinho,62
diz suas contas não conseguir pagar     67.Vítor Gaspar
é da parca reforma, coitadinho
não sabe como fazê-la esticar.
Alegórica, triste figura
impávida assiste ao desvario
como resiste o Povo à secura
de quem fomenta o compadrio?

E o parente63 do velho Geppetto?64
Estuda, contaram-me, na bela Paris.
Mas na arte de “enfiar o espeto”65
parece cá ter deixado aprendiz: 66
Fala sim, mas dele não é a voz
pensa, mas ele não é, a pensar
sabeis como digo (só cá entre nós)?
Ó RELVAS, MALANDRO,VAI MAS É ESTUDAR!
68.roubo através de
Declara o ministro financeiro67              impostos e taxas
ao País querer com trabalho pagar            69.o primeiro ministro
a soma investida, em dinheiro                (alusão ao sobrenome
que Portugal gastou para o educar.           “coelho”)
Mas…tão “douta educação”, onde está?         70.alusão ao ministro
                                             Paulo Portas e à
Só tem (claro) capital na mira.
                                             compra dos submarinos,
Trabalho algum pagar conseguirá
                                             bem como do seu gosto
quando ao Povo o trabalho se tira.           por feiras, agora
                                             abandonado.
                                             71.dizem uma coisa e
Segue na Lusa Terra a “pilhagem”68           fazem outra, mentem,
e pilhado, claro, é o do costume             não são sinceros
mas sente-se já o cheiro na aragem           72.Recorrer à mentira
de quem irá cozer em brando lume.69
E o Mundo, por seu Todo, se sacode           73.No acto de
                                             investidura do
com tanta e tão variada Manif.
                                             Governador de
É o Povo, irado, que não mais pode
                                             Ceuta,Pedro de
com o farto roubo de tanto patife            Meneses, D. João I
                                             entregou-lhe o pau a
(É grande, de facto, a chatice               que então se abordava,
 mas encontra-se ainda por inventar          por estar ferido numa
 forma que permita a espertice               perna, o ALÉU, e o
 de, de submarino, poder-se ir “feirar”)70   depois conde jurou
                                             defender, só com
                                             aquele aléu, de todo o
Perigosa gente de dupla cara71
                                             poder dos mouros, a
necessita urgente de terapeuta
                                             praça que acabava de
sofre de enfermidade não rara… 72            lhe ser confiada e o
curar-se-á com o Pau de Ceuta?73             seu aléu ainda hoje se
O Aléu73 mostra-lhe, ó Meneses74             encontra na imagem de
não ameaces, fá-lo mesmo estalar             Santa Maria de África,
naquelas costas, quantas mil vezes           que se venera naquela
até a maldita se conseguir curar.            cidade.

                                             73.O Pau
A (réstia de) Esperança
                                             74.Pedro de Meneses,
                                             Governador de Ceuta
Com gente desta, de tacanha visão
Negro será, Capas Negras75, o futuro         75.Estudantes
mas, cabeça usem, com imaginação             76. Passos coelho
embrulhar não se deixem, pelo apuro.         aconselhou os jovens a
Longe nos querem, e emigradas76              emigrarem
afastadas do berço espiritual77              77. Portugal
Peço-vos: fiquemos, de mãos bem dadas,
REERGUEREMOS O GRANDE PORTUGAL!
78. Comissão das
O Encanto
                                          festas Nicolinas
Cesso agora o relato imundo               79. “O Magriço e os
volto ao prometido tom de altivez         doze de Inglaterra” é
assim obriga o assunto, profundo          o nome atribuído a
regra de cavalheiro que se diz cortês.    uma história semi-
                                          lendária/semi-
Nesta tropa tua78, Distinto Nicolau,
                                          factual que é contada
Magriço e os Doze79 queremos lembrar
                                          por Luís Vaz de
Por terra, por Mar, à montada e de Nau,
                                          Camões, no canto VI
a Dama Inglesa foram honrar80.
                                          dos Lusíadas, que terá
                                          acontecido no reinado
Ó Senhoras, donas de encantos mil,        de D. João I de
desta urbe o mais belo tesouro,           Portugal e de Eduardo
Sois Beleza, não capricho fútil,          III de Inglaterra. É
Flores do ancião sítio do Touro 81.       uma história
Que mais podem nossos olhos pedir         cavalheiresca passada
do que vossa excelsa presença?            na Europa medieval,
                                          que conta que
Sois razão do nosso sincero sorrir
                                          doze damas
que, de tão puro, não guarda ofensa.
                                          inglesas foram
                                          ofendidas por
Amanhã será um novo dia                   doze nobres, também
ver-vos quero por toda a varanda82        ingleses que alegavam
e, quando da lança, acharem o guia,       que elas não eram
logo perceberão sua demanda.              dignas do nome
Real e muito forte, é o desejo            “damas”. As damas em
de um beijo vos poder reclamar,           questão viram-se na
se ousado credes tal ensejo               necessidade de pedir
                                          ajuda a amigos e
restar-me-á vossa vontade respeitar.
                                          parentes, tendo todos
                                          eles recusado a ajuda.
(de novo) A Saudade
                                          Já não sabendo mais o
                                          que fazer decidiram
                                          pedir ajuda e conselho
Deste improvisado cantante
                                          ao Duque de
surge agora lembrança do Coração,
                                          Lencastre, João de
Ela foi, para o pobre Estudante
                                          Gante, que tinha
a Isabel que não de Aragão83.
                                          combatido
Ó Doce Aninhas, Eterna Madrinha 84
                                          pelos portugueses cont
de Rei algum amada consorte,
                                          ra o reino de
da nossa Causa, sempre serás Raínha,
                                          Castela e conhecia bem
em nosso Peito, jamais terás morte!
                                          os portugueses. Assim
                                          este indicou-lhe doze
                                          Cavaleiros lusitanos c
                                          apazes de defender a
                                          honra das referidas
                                          Damas.


                                          29. O Magriço, Álvaro
                                          Gonçalves Coutinho,
                                          seguiu por terra, os
                                          restantes 12, por mar.
A Ode
                                           80. O Magriço, Álvaro
Ó Cidade, semente jogada,                  Gonçalves Coutinho,
do verdadeiro Portugal, Raiz85,            seguiu por terra, os
de Teus filhos única Amada,                restantes 12, por mar.
és Origem, Desenho e País.
Ergue-te, estende-te e mostra              81. Toural
o Sangue que em tuas veias ferve,
quem agora diante ti se Prostra
é este mesmo que sempre te serve.          82. Maçãzinhas

O Anúncio do Fim
                                           83. Alusão à Raínha
Já ouço a trombeta Nicolina                Santa Isabel, que era
                                           piedosa e amiga dos
em fundo, sinal é de retirada
                                           pobres. Como é sabido,
por ora vou-me, Estudantina
                                           também a Aninhas
espera-me já a maçã lançada.               ajudava os estudantes,
Esta rouca voz de ti se despede            muitos deles de longe
outra há-de, para o ano, cá voltar         e com parcos recursos.
Estremece, Muralha de Mamede86
a vera batida vai principiar
                                           84. A sempre Madrinha
A Apoteose                                 dos Estudantes

LANÇA A BAQUETA, SACODE A PELE
                                           85.Origem de Portugal
NEM DE TI TENHAS, SEQUER, PIEDADE
É ESSE, RECORDA SEMPRE, O PAPEL
DE QUEM NO PEITO TRAZ ESTA CIDADE.         86. Castelo de
QUERO SENTIR TROVOADA TAMANHA              Guimarães, ou Castelo
CAPAZ DE ABANAR O OLÍMPICO MONTE 87        de São Mamede
ESTARÁS DISPOSTO A TAL FAÇANHA
OU QUERES JÁ LAVAR O SANGUE NA FONTE 88?
                                           87. Monte Olimpo, a
                                           morada dos Deuses
Põe tua Alma em cada investida
mostra tua cepa e do que é feita
és de Guimarães, a terra escolhida         88. Alusão ao toque
tal honra supera qualquer maleita.         nas caixas e nos
                                           bombos, que quando
Faça-se já barulho furibundo
                                           dado com fervor,
Ó ZIRRANTE89, REPICA TEU SINO
                                           provoca feridas e
que saibam todos: ENQUANTO HOUVER MUNDO    sangue
HÁ-DE SOAR O GRITO NICOLINO!

(FINIS LAUS DEO)                           89. O Zirrante era um
                                           antigo sineiro da
                                           Igreja do Carmo, em
                                           Guimarães.
Pelo Antigo aluno do muy nobre Liceu de
Guimarães,
Paulo César Gonçalves
Pregão da Academia Vimaranense do ano de 2012

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Pregão da Academia Vimaranense do ano de 2012

  • 1. Pregão da Academia Vimaranense do ano de 2012 Notas: O Prólogo 1. O “Maria da Fonte” era o nome dado ao (É prudente avisar, já de começo, antigo relógio Acordo Ortográfico? Não, Obrigado. municipal, que se O Português que merece meu apreço encontrava na torre da é Aquele que me foi bem ensinado. Igreja da Oliveira. Atenção! Nada contra o do Brasil, mas o nosso é, como dizem, “maneiro” 2. Igreja de Nossa Senhora da Oliveira querer mudá-lo é apenas útil a quem os bolsos quer encher com dinheiro.) 3. Araduca, antigo nome de (anterior a) Guimarães (segundo Marca a hora o “Maria da Fonte” 1 crença) Badala o Sino na Velha Igreja2 Olho, Araduca3, o teu horizonte 4. O 1º Vogal da vai principiar a grande peleja. Comissão, montado a AO ALTO NOSSO ESTANDARTE,Ó VOGAL4 cavalo, é o porta SEGURA-O COMO O DECEPADO5 estandarte no dia do Pregão (também no dia QUE, AO PERDER AS MÃOS6, POR PORTUGAL7, 1 de Novembro) AINDA ASSIM O ERGUEU, EMBOCADO 8. 5. Duarte de Almeida, A “Carta de intenções” figura heroica da História de Portugal Ó gente da Terra Vimarana escuta agora este teu vassalo 6. Perdeu ambas as que irá berrar com toda a gana mãos na Batalha de assunto de poder levar ao estalo. Toro, em Castela. Não serei (Oh não) lá muito cortês 7. Era ele o Alferes a não ser com a delicada Dama, Mor e porta estandarte Tudo o que é mau e Português das tropas ganhará assim, prometida fama. portuguesas. 8. Como lhe cortaram 9 Peço a nosso querido Santo as mãos, segurou o medida força e temperança, estandarte com as mãos que ninguém se deixe pelo pranto e, por fim, com a levar, com tamanha desconfiança. boca. Prova eterna do patriotismo/honra que E à Musa da nossa Montanhia10 o movia. irei clamar pela Inspiração, que deste chão se erga já magia 9. São Nicolau para iluminar este Pregão. 10. As musas de Santa Catarina, da Montanha da Penha
  • 2. 11. Batalha de São Mamede, origem da Nação Portuguesa Guimarães, adorada Cidade é para Ti que agora canto 12. Antigo nome de toma, se desejares, a liberdade Guimarães (lenda) de te cobrires com nosso manto. Idos Pregoeiros de Nicolau 13. Antigo nome de venham, uma vez mais, escutar Guimarães (lenda) o Texto, ora bom, basta vez mau 14. As tropas de que irei, o melhor que souber, declamar. Napoleão passearam-se por Guimarães, numa A Dedicatória das invasões a Portugal (2ª). Filhos de São Mamede11, de Columbina12 Guimarães foi a ou Leobriga13, aí oiçam, na ameia primeira da sua região tem esta Terra Vitória na Sina. a revoltar-se Vergar? Nem Napoleão14, nem Patuleia15! verdadeiramente contra os Franceses, que Almeida, Caldas, Silva, Delfim e Falcão acabaram expulsos. Roriz, Meira, Costa, Simões e Graça16: dedico este Apregoado Sermão 15. Guerra Civil aos que, pelos tempos, lhe deram raça. Portuguesa no século XIX A Celebração 16. Nomes de antigos Um ano, tão rápido, se há passado autores do Pregão, que diz lá, Vimarano, com sinceridade, no fundo simbolizam todos os que até aos tinha já a saudade assolado dias de hoje o a muralha da Fundadora Cidade. escreveram Das novas do Escolástico Bando 17 creio sentida genuína falta 17. “Bando e, uma vez mais, não serei brando, escolástico”, mais uma vez, agitarei a malta! designação primitiva do Pregão De Guitarra na mão e olhar repleto 18. Manuel D’Oliveira, subiu o Pregoeiro18 ao palanque19 Vimaranense, Nicolino, com muita Alma e Real afecto20 Guitarrista, antigo Pregoeiro da Academia um dos nossos foi a dar o arranque21. (1995) Tanto e tão bom tem sido o Recital 19.Palco Contigo sempre à devida altura 20.Espectáculo “Os Está-te na seiva seres Capital Nossos Afectos” ontem, de Portugal, hoje, da Cultura. 21. Cerimónia de Abertura de Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura 22. D.Afonso Henriques 23. Gil Vicente
  • 3. Terra de Grande e Valente Gente onde Um só vale por um cento, 24.Abade de Tagilde Berço de Afonso22e de Vicente23 do Abade24, de Dâmaso25, de Sarmento26. 25.DâmasoI, Papa, Do Molarinho27e do Engenhoso28 segundo a crença, dos Sampaios29e também do Galvão30, natural de Guimarães Teu Passado, sabe-se Venturoso 26.Martins Sarmento O Presente, floresce-te na mão. 27.Gravador Molarinho, artesão Uma leve música veio sussurrar agora mesmo ao meu ouvido 28.João Gonçalves, Terão os Guises31voltado para tocar inventor e gravador de na ínclita terra32 onde hão nascido? moedas para a Casa Abre-se a Porta33 ao Turista Real, ao tempo de que em catadupa aparece, D.Sebastião não só vem conhecer o artista 29.Alberto e José pois Guimarães, de beleza, não carece. Sampaio (Cucusio34, bem toma este conselho 30.Paio Galvão, mestre só o proferirei uma única vez: escola de Guimarães exercita, só em frente ao espelho a tua tendência para a nudez. 31.A Banda dos Guises, Que pensará o bom do estrangeiro formada em 1903 se com tal visão for confrontado? Antes de o mostrares, pensa primeiro: 32.Guimarães “Será que o cu tenho bem lavado?”) 33.referência às antigas portas da Vila O Reparo 34. João Cucusio vivia Senhor Chefe do Município na Rua Nova, onde permita-me um pouco de ousadia faleceu no dia 1 de prometo-lhe, só de princípio, Agosto de 1825. não pretendo tomar-lhe o dia. Costumava ser Tanta Obra, quanta inauguração visitado, no dia 5 de perdoe-me mas, não acha ser demais? Dezembro de cada ano, pelos estudantes, Terão todas elas ocupação, quando andavam “às ou serão só poiso para os pardais? posses”, que lhe faziam à porta uma Não quero, por favor, que leve a mal, grande gritaria: "ó a minha ignorância não confunda Cucusio mostra o cu" com insulto ou coisa outra banal, ao que ele sempre não tanto me apraz qualquer barafunda. acabava por O trânsito, isso sim, aborrece satisfazer, “vindo à para não dizer que chega a irritar janela mostrar-lhes o penso no centro e logo arrefece olho do cu a vontade de no carro pegar.
  • 4. A Saudade 35. Liceu de Guimarães A nosso Cátedro edifício35 (Escola Secundária chegou também a crua modernice, Martins Sarmento) da nova era é estranho vício que dá, não raras vezes, em parvoíce. 36. Prometeu, figura da Mitologia Grega, Tenha esta casa, que o Fogo guarda foi um defensor a Zeus roubado por Prometeu36, da Humanidade, esse Tudo, achado no Nada, conhecido pela sua a Sempre Viv’Alma do Velho Liceu. astuta inteligência, responsável por roubar O Aviso o fogo (Sabedoria) de Zeus e dá-lo Os anos passam e não há fruto37 aos mortais. quem escutará, de vez, nosso clamor? 37. Não há decisão Quando aprovarão o estatuto,38 definitiva Acha que ainda demora, Director? 38. Estatuto do Faltamos à aula, é verdade, Nicolino mas em defesa da Suprema Tradição 39 39. As Festas deixe-nos recuperar, mas mais tarde Nicolinas que agora é tempo de perdição. 40. Nomes dados aos não-estudantes 41. O chafariz/fonte Ó casquilho, ginja, taful, caixeirinho 40 quinhentista onde é já reparaste no que voltou ao Toural 41? tradicionalmente eleita a comissão À memória traz-te o mergulhinho42 42. Era nessa fonte que, de tão dado, se fez habitual? onde eram Cuidado, ó manhoso futrica43 “mergulhados” aqueles não venhas à nossa festa fiado não-estudantes que se senão acabas metido na bica, aventuravam a o teu fado é andar molhado! participar nas festas Nicolinas 43. “Futrica”, outra designação para os (E tu, desgraçado martinete44 não-estudantes, esta de origem coimbrã. do que desdenhas, de que tanto te ris? 44.Bando procedente de Some-te, Ichacorvo45 de barrete, S.Martinho de Tibães, Indigno do chão pisado pelo D’Avis46!) rival dos “Nicoleistas”(séc XVI).Os Nicoleistas seriam uma espécie de antepassados dos Nicolinos. 45.Clérigo burlão 46.D.JoãoI, que veio em promessa a Guimarães, descalço
  • 5. O Ópio 47. Antiga glória do Ora desgostoso, ora colérico Vitória, da ida década assim me vai oscilando o humor de 60, conhecido pelo Ó Deuses do aclamado esférico seu “pé-canhão” porque conspiram contra nosso Amor? 48. Famoso elemento de Como parava nossa cidade… uma das mais célebres como se espalhava tamanha chama equipa do Vitória, na como me invade a Saudade década de 80. Os dos “tiros” do Mendes47e do N’Kama48. remates eram a sua imagem de marca. Só o Eterno guardião da Baliza 49. António Jesus, pode deter remate trapaceiro saudoso guarda-redes o grande clube dele precisa da Selecção Nacional e do Vitória. como no símbolo, do Rei Primeiro. Valer-lhe, Ó Jesus49, será que podes? 50.Emílio Macedo, ex (Nem o filho de Deus, nem o da Luz) presidente do VSC Por lá anda um outro “Herodes” que ao Afonso quer meter o capuz. 51.Excerto do hino do Vitória, da autoria de Dino Freitas Que fazes, Milo50, a nosso coração? O que nos queres cravar no Peito? 52. D.Sebastião Não queiras arrastar-nos na lama do chão e o mito sebastianista do ou há-de a lama servir-te de leito. “Desejado” que virá Ergue-te, Amado Vitória salvar Portugal “Vai em frente e atrás não fiques tens no teu emblema a Glória 53. Corda posta ao e a espada de Afonso Henriques.”51 pescoço daqueles que eram enforcados A Invocação 54. O Nevoeiro, alusão ao dia em que o (Por onde te guias, Ó Encoberto 52? “Desejado” voltará. Vem libertar-nos do louco baraço53 55.Zeca Afonso, cantor que pescoço nosso mantém em aperto 56. Luis Góis, cantor e nos vai já trocando o passo. Anda, que era o Ontem tardio 57. Carlos Paredes, e surge o Amanhã ameaçado, guitarrista contigo traz o espesso manto frio 54 para o Hoje esconder no Passado. 58.alusão às declarações escabrosas de Miguel Macedo, Ministro da Admn. Interna
  • 6. Faz-te acompanhar de banda sonora que nos inspire à Liberdade: 59.D.Afonso Henriques o Zeca55 e o Góis56(Ave Canora) Vozes de Eterna Portugalidade. 60.Padre João Lombela. O Paredes57, na lusa guitarra O padre João Lombela, dedilhando, com fervor, o Infinito: natural de São o Futuro, melodia de “Cigarra”58, Torcato, abandonou o sacerdócio para se da “Formiga”58 é audível grito!) dedicar ao ofício de gatuno. A Infâmia 61.O Papa-Açúcar era um famoso assaltante O medo e a mentira, de mão dada de Guimarães, no no escuro atacaram, ao de leve século XIX. fazem-no agora à descarada, a hora do saque já não vai breve. 62.O presidente da Eterno Rei da Terra Portuguesa 59 república declarou aos quanta volta já deste na tumba tua… jornalistas que não A teu Povo roubam o que há na mesa sabia se iria ter dinheiro para as suas quererão pô-lo a viver de rua? despesas. De início, ocorreu-me a questão: 63.José Sócrates “Terá o Lombela60 ao Mundo voltado trazendo o Papa-Açúcar61 pela mão?” 64.Geppetto era o pai Longe não estava de tal cozinhado. de Pinóquio, o boneco A Bicho entregue? Bicho não ordena mentiroso a quem outra “espécie” é, paranoica crescia o nariz. aos teus, Rei, sentencia, como pena alimentar a farta gula da Troika. 65.A arte de mentir 66. Passos Coelho Em Belém está, o pobrezinho,62 diz suas contas não conseguir pagar 67.Vítor Gaspar é da parca reforma, coitadinho não sabe como fazê-la esticar. Alegórica, triste figura impávida assiste ao desvario como resiste o Povo à secura de quem fomenta o compadrio? E o parente63 do velho Geppetto?64 Estuda, contaram-me, na bela Paris. Mas na arte de “enfiar o espeto”65 parece cá ter deixado aprendiz: 66 Fala sim, mas dele não é a voz pensa, mas ele não é, a pensar sabeis como digo (só cá entre nós)? Ó RELVAS, MALANDRO,VAI MAS É ESTUDAR!
  • 7. 68.roubo através de Declara o ministro financeiro67 impostos e taxas ao País querer com trabalho pagar 69.o primeiro ministro a soma investida, em dinheiro (alusão ao sobrenome que Portugal gastou para o educar. “coelho”) Mas…tão “douta educação”, onde está? 70.alusão ao ministro Paulo Portas e à Só tem (claro) capital na mira. compra dos submarinos, Trabalho algum pagar conseguirá bem como do seu gosto quando ao Povo o trabalho se tira. por feiras, agora abandonado. 71.dizem uma coisa e Segue na Lusa Terra a “pilhagem”68 fazem outra, mentem, e pilhado, claro, é o do costume não são sinceros mas sente-se já o cheiro na aragem 72.Recorrer à mentira de quem irá cozer em brando lume.69 E o Mundo, por seu Todo, se sacode 73.No acto de investidura do com tanta e tão variada Manif. Governador de É o Povo, irado, que não mais pode Ceuta,Pedro de com o farto roubo de tanto patife Meneses, D. João I entregou-lhe o pau a (É grande, de facto, a chatice que então se abordava, mas encontra-se ainda por inventar por estar ferido numa forma que permita a espertice perna, o ALÉU, e o de, de submarino, poder-se ir “feirar”)70 depois conde jurou defender, só com aquele aléu, de todo o Perigosa gente de dupla cara71 poder dos mouros, a necessita urgente de terapeuta praça que acabava de sofre de enfermidade não rara… 72 lhe ser confiada e o curar-se-á com o Pau de Ceuta?73 seu aléu ainda hoje se O Aléu73 mostra-lhe, ó Meneses74 encontra na imagem de não ameaces, fá-lo mesmo estalar Santa Maria de África, naquelas costas, quantas mil vezes que se venera naquela até a maldita se conseguir curar. cidade. 73.O Pau A (réstia de) Esperança 74.Pedro de Meneses, Governador de Ceuta Com gente desta, de tacanha visão Negro será, Capas Negras75, o futuro 75.Estudantes mas, cabeça usem, com imaginação 76. Passos coelho embrulhar não se deixem, pelo apuro. aconselhou os jovens a Longe nos querem, e emigradas76 emigrarem afastadas do berço espiritual77 77. Portugal Peço-vos: fiquemos, de mãos bem dadas, REERGUEREMOS O GRANDE PORTUGAL!
  • 8. 78. Comissão das O Encanto festas Nicolinas Cesso agora o relato imundo 79. “O Magriço e os volto ao prometido tom de altivez doze de Inglaterra” é assim obriga o assunto, profundo o nome atribuído a regra de cavalheiro que se diz cortês. uma história semi- lendária/semi- Nesta tropa tua78, Distinto Nicolau, factual que é contada Magriço e os Doze79 queremos lembrar por Luís Vaz de Por terra, por Mar, à montada e de Nau, Camões, no canto VI a Dama Inglesa foram honrar80. dos Lusíadas, que terá acontecido no reinado Ó Senhoras, donas de encantos mil, de D. João I de desta urbe o mais belo tesouro, Portugal e de Eduardo Sois Beleza, não capricho fútil, III de Inglaterra. É Flores do ancião sítio do Touro 81. uma história Que mais podem nossos olhos pedir cavalheiresca passada do que vossa excelsa presença? na Europa medieval, que conta que Sois razão do nosso sincero sorrir doze damas que, de tão puro, não guarda ofensa. inglesas foram ofendidas por Amanhã será um novo dia doze nobres, também ver-vos quero por toda a varanda82 ingleses que alegavam e, quando da lança, acharem o guia, que elas não eram logo perceberão sua demanda. dignas do nome Real e muito forte, é o desejo “damas”. As damas em de um beijo vos poder reclamar, questão viram-se na se ousado credes tal ensejo necessidade de pedir ajuda a amigos e restar-me-á vossa vontade respeitar. parentes, tendo todos eles recusado a ajuda. (de novo) A Saudade Já não sabendo mais o que fazer decidiram pedir ajuda e conselho Deste improvisado cantante ao Duque de surge agora lembrança do Coração, Lencastre, João de Ela foi, para o pobre Estudante Gante, que tinha a Isabel que não de Aragão83. combatido Ó Doce Aninhas, Eterna Madrinha 84 pelos portugueses cont de Rei algum amada consorte, ra o reino de da nossa Causa, sempre serás Raínha, Castela e conhecia bem em nosso Peito, jamais terás morte! os portugueses. Assim este indicou-lhe doze Cavaleiros lusitanos c apazes de defender a honra das referidas Damas. 29. O Magriço, Álvaro Gonçalves Coutinho, seguiu por terra, os restantes 12, por mar.
  • 9. A Ode 80. O Magriço, Álvaro Ó Cidade, semente jogada, Gonçalves Coutinho, do verdadeiro Portugal, Raiz85, seguiu por terra, os de Teus filhos única Amada, restantes 12, por mar. és Origem, Desenho e País. Ergue-te, estende-te e mostra 81. Toural o Sangue que em tuas veias ferve, quem agora diante ti se Prostra é este mesmo que sempre te serve. 82. Maçãzinhas O Anúncio do Fim 83. Alusão à Raínha Já ouço a trombeta Nicolina Santa Isabel, que era piedosa e amiga dos em fundo, sinal é de retirada pobres. Como é sabido, por ora vou-me, Estudantina também a Aninhas espera-me já a maçã lançada. ajudava os estudantes, Esta rouca voz de ti se despede muitos deles de longe outra há-de, para o ano, cá voltar e com parcos recursos. Estremece, Muralha de Mamede86 a vera batida vai principiar 84. A sempre Madrinha A Apoteose dos Estudantes LANÇA A BAQUETA, SACODE A PELE 85.Origem de Portugal NEM DE TI TENHAS, SEQUER, PIEDADE É ESSE, RECORDA SEMPRE, O PAPEL DE QUEM NO PEITO TRAZ ESTA CIDADE. 86. Castelo de QUERO SENTIR TROVOADA TAMANHA Guimarães, ou Castelo CAPAZ DE ABANAR O OLÍMPICO MONTE 87 de São Mamede ESTARÁS DISPOSTO A TAL FAÇANHA OU QUERES JÁ LAVAR O SANGUE NA FONTE 88? 87. Monte Olimpo, a morada dos Deuses Põe tua Alma em cada investida mostra tua cepa e do que é feita és de Guimarães, a terra escolhida 88. Alusão ao toque tal honra supera qualquer maleita. nas caixas e nos bombos, que quando Faça-se já barulho furibundo dado com fervor, Ó ZIRRANTE89, REPICA TEU SINO provoca feridas e que saibam todos: ENQUANTO HOUVER MUNDO sangue HÁ-DE SOAR O GRITO NICOLINO! (FINIS LAUS DEO) 89. O Zirrante era um antigo sineiro da Igreja do Carmo, em Guimarães. Pelo Antigo aluno do muy nobre Liceu de Guimarães, Paulo César Gonçalves