Este documento apresenta os resultados de uma investigação sobre a importância dos sistemas e tecnologias de informação na gestão hospitalar. Foram estudados 5 hospitais públicos no Norte de Portugal através de entrevistas e questionários. Concluiu-se que os sistemas de informação melhoram a eficiência e desempenho dos hospitais e que a inovação tecnológica traz vantagens competitivas, como a redução de custos.
FGV / IBRE – TCU: Fiscalização e Responsabilização (accountability)
Gestão dos Sistemas e Tecnologias de Informação em Hospitais Públicos
1. José Luzia (jm.luzia@gmail.com) ISCAP/IPP
Rui Bertuzi da Silva (ruisilva@iscap.ipp.pt) CICE – ISCAP/IPP
Paulino Silva (paulino@iscap.ipp.pt) CECEJ / CICE – ISCAP/IPP
António José Balloni (antonio.balloni@cti.gov.br) CTI – MCTI/BRASIL
2. Introdução
Revisão da literatura
Metodologia de investigação
Recolha de dados e análise
Conclusões
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3. Objetivos da investigação
Apresentar evidência da importância dos Sistemas e
Tecnologias de Informação para o exercício da gestão e de
apoio à tomada de decisão, por forma a melhorar a
eficiência e eficácia da gestão hospitalar.
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4. Saúde em Portugal
Caraterização dos sistemas de saúde em Portugal
Evolução do sistema de saúde português
Antes do 25 de abril de 1974
Criação e desenvolvimento do SNS (1974-1985)
A lei de bases de 1990 (1985-1995)
As experiências mais recentes
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5. Sistemas e Tecnologias de Informação
Ênfase na literatura já publicada relativa ao projeto
GESITI/HOSPITALAR
Papéis vitais dos SI em qualquer organização (Balloni, 2006):
Suporte dos seus processos de negócios e operações
Suporte na tomada de decisões dos seus funcionários e
gestores
Suporte nas suas estratégias em busca de uma vantagem
competitiva
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6. Contabilidade de Gestão e New Public Management
Simmonds (1981) define a Contabilidade de Gestão
Estratégica como o processamento e análise de dados
fornecidos pela Contabilidade de Gestão sobre o negócio e
seus concorrentes para desenvolver e acompanhar a
estratégia de uma empresa.
Mudança tecnológica considerada por Scapens et al.(2003)
um dos fatores indutores de mudança nas práticas de
Controlo de Gestão nas empresas.
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7. Contabilidade de Gestão e New Public Management
Conceito emergente no final dos anos 80 do século passado
no Reino Unido (Silva & Ferreira, 2010);
Origem nas mudanças vividas pelo setor público do Reino
Unido, seguidas por muitos outros países (Cairney, 2002);
Aumento no interesse na responsabilização da gestão nas
organizações do setor público, com a introdução de
mudanças fundamentais na gestão do setor (Humphrey et al.,
1993);
Hospitais tornaram-se mais responsáveis desde a introdução
e uso intensivo de controlos de gestão (Pettersen, 2004).
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8. Abordagem qualitativa
Requer um forte envolvimento do investigador na recolha e
análise de dados, sendo que a qualidade destes depende
muito do seu conhecimento, da sua sensibilidade e da sua
integridade (Vieira et al., 2009).
Epistemologia interpretativa
Tem em consideração a relação entre as ações do dia a dia e
as dimensões da estrutura social, compreendendo como
estas evoluem ao longo do tempo.
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9. Metodologia de investigação estudo de caso
Abordagem empírica que investiga um fenómeno no seu
ambiente real;
Esta investigação teve por base 5 estudos de caso, que se
enquadram no tipo de estudo de caso descritivo.
Técnica de investigação entrevista
Técnicas de investigação mais utilizadas nos estudos de caso;
Nesta investigação foram realizadas entrevistas diretas com
os representantes de cada um dos 5 hospitais;
Questionário do Projeto GESITI/HOSPITALAR com cerca de 200
questões maioritariamente fechadas, combinadas com
algumas questões abertas.
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10. Administração Regional de Saúde do Norte
Entidades hospitalares
Os 5 hospitais investigados são de capital público;
Todos integrantes da ARS Norte, cuja área geográfica de
intervenção é composta por 7 distritos: Viana do Castelo,
Braga, Vila Real, Bragança, Porto, Aveiro e Viseu;
Área de intervenção integra 17 hospitais, dos quais 9
pertencem ao distrito do Porto (7 hospitais gerais e 2
especializados);
Foram selecionados 5 hospitais do distrito do Porto, num raio
de 50 km do ISCAP, conforme definido no protocolo com o
CTI/MCTI: 3 localizados no concelho do Porto e 2 nos
concelhos limítrofes (4 hospitais gerais e 1 hospital
especializado).
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11. Gestão estratégica
Foram recolhidas evidências da existência de um Plano
Estratégico, o qual, em 40% dos casos, é do conhecimento de
todos os níveis hierárquicos.
A periodicidade de revisão do Plano Estratégico situa-se entre
6 e 12 meses; apenas o hospital C referiu que a revisão do
Plano envolve todos os funcionários, nos restantes casos está
circunscrita aos líderes executivos e de processos.
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12. Gestão estratégica
Estratégias são criadas recorrendo a diferentes elementos:
análise de cenários, concorrência, satisfação de clientes,
benchmarking, procura atual e potencial, missão e
competências reconhecidas.
Todos os hospitais afirmaram que utilizam ferramentas como
o Balanced Scorecard, não tendo sido possível obter
informações concretas sobre quais os indicadores usados, à
exceção do grau de satisfação dos clientes.
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13. Investigação e desenvolvimento (I&D)
Apenas o Hospital E desenvolve atividades de I&D de forma
contínua, nos restantes casos essas atividades são
desenvolvidas ocasionalmente.
Inovação tecnológica
Vista como forma de melhoria do desempenho dos hospitais:
aumento da produtividade; melhoria da qualidade; melhoria
da imagem do hospital;
Prioridades: Automatização da gestão do hospital;
Entraves: Dificuldades financeiras.
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14. Competitividade hospitalar & Colaboração para a
vantagem estratégica
Principal desafio no século XXI: eficiência dos processos e
procedimentos hospitalares.
Comércio eletrónico
Apenas os Hospitais D e E efetuam compras pela internet;
total de compras efetuados pela internet muito reduzido,
menos de 10%.
Telemedicina
Apenas praticada em 2 Hospitais, A e E, e para situações
específicas e particulares.
Relacionamento com o cliente
Satisfação dos clientes e incidentes de segurança são
tratados e avaliados de forma sistemática; acreditam que a
qualidade do atendimento é adequada.
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15. Principais conclusões
Sistemas e tecnologias de informação têm sido um
mecanismo impulsionador de melhorias na produtividade e
desempenho dos hospitais;
Inovação tecnológica traduz-se em vantagens estratégicas,
ao nível da redução de custos e da eficiência dos processos
e procedimentos hospitalares;
Evidenciada a adoção de práticas de gestão do setor
privado:
• Existência de Planos Estratégicos e a sua periódica revisão
• Controlo de metas atingidas
• Benchmarking
• Existência de medidas de performance
• Perceção de responsabilidade por parte dos gestores.
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