Considerações sobre a questão do lixo

A QUESTÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS: algumas considerações
Me. João Paulo Meira Marinho
www.visaogeografica.com

Problema sério para os órgãos responsáveis pela limpeza
pública e para toda a sociedade, o acúmulo de resíduos
das mais variadas espécies acaba dando origem ao lixo
urbano, que necessita de um destino final adequado.
Infelizmente, devido à falta de recursos técnicos e
financeiros, além de muitas vezes faltar vontade
política, o trabalho de ordenar a disposição dos resíduos
ficam prejudicados e o lixo acaba, em diversas vezes
sendo lançado diretamente no solo, no ar e nas águas,
provocando poluição do meio ambiente e reduzindo a
qualidade de vida

Papa Lixo (Fonte: Site Tweeny)Papa Lixo (Fonte: Site Tweeny)Papa Lixo (Fonte: Site Tweeny)Detalhe de uma célula do aterro sanitário de Porto União/SC – (Fonte: EcovaleResíduos)Detalhe de uma célula do aterro sanitário de Porto União/SC – (Fonte: EcovaleResíduos)

Foi depois da II Guerra Mundial que um novo estilo de vida, baseado no
consumismo espalhou-se pelo mundo. Young (1991)
Era a quantidade de produtos comercializados por
uma nação que demonstrava seu avanço e
crescimento econômico. Esta atitude e maneira de
pensar criaram uma sociedade de onde se busca
produzir produtos com baixa durabilidade para
propiciar as trocas de mercado, utilizando-se novos
produtos em nome da modernidade, investindo em
novos designs, mas que conseqüentemente eram
mais frágeis e descartáveis. Neste contexto, ocorre o
declínio dos produtos duradouros e re-aproveitáveis.

“Resíduos, nos estados sólido e semi-sólido, que
resultam de atividades da comunidade de
origem: industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nessa definição, os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou corpos de água ou exijam,
para isso, soluções técnicas e economicamente
inviáveis, em face da melhor tecnologia
disponível.”
(ABNT apud BRAGA et al., 2005, p. 147)

Há que se considerar ainda os chamados “resíduos aéreos”,
que são aqueles provenientes de queimas e de combustão.
Aqui podem ser citados:
os emitidos em indústrias de vários segmentos, que sem os
cuidados necessários (como o uso de filtros por exemplo),
acabam liberando para o ambiente partículas sólidas
extremamente prejudiciais à saúde;
os emitidos por queimadas urbanas, principalmente
quando houver produtos sintéticos (como pneus ou
plásticos) envolvidos na queima entre outros.

O conceito do que é lixo, ainda implica diversas conotações
relacionadas à percepção individual de cada um.

O conceito do que é lixo, ainda implica diversas conotações
relacionadas à percepção individual de cada um.
Ponto de vista do indivíduo (O lixo não é um problema sobretudo
porque ele acredita que a sociedade já encontrou a solução devida
para o mesmo. Sua preocupação acaba quando o caminhão coletor
passa recolhendo o lixo de sua casa)

O lixo urbano é responsável por
vários impactos ambientais. Seus
resíduos poluem o solo, as águas e
transmitem doenças. Quando
incinerado, o lixo emite CO2, que
contribuir para o aumento do
aquecimento global.

Para exemplificar esta questão do comprometimento ambiental,
Carvalho (1980) explica que nas áreas de climas tropicais, o lixo
exposto significa uma possibilidade de produção de mais de 70.000
moscas a cada 28 litros de lixo, numa semana. Apenas para
exemplificar, ainda que consideremos somente o lixo doméstico,
poderá aparecer de acordo com determinadas condições
aproximadamente 20.000 larvas no mesmo período de tempo. A
principal conseqüência disso é que ao completarem seu ciclo de vida,
ali mesmo, na fase adulta, deixam o local e partem em direção das
cidades, provocando incômodos e transmitindo doenças, como a
dengue, cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti.

Existe uma grande variedade de Resíduos, geralmente relacionados à fonte geradora:
• LIXO RESIDENCIAL
• LIXO INDUSTRIAL
• LIXO COMERCIAL
• LIXO HOSPITALAR
• LIXO PÚBLICO
• LIXO ATÔMICO

Segundo Oliveira e Carvalho (1997),o tratamento de resíduos
apresentam: tanto soluções aplicadas na própria fonte, como as
efetivadas pelos sistemas públicos de coleta
a) o tratamento na fonte
a.1.)Trituração Predial,
onde são utilizados
aparelhos especiais que
liquidam os restos de
alimentos e os
despejam nos esgotos.
Papa Lixo (Fonte: Site Tweeny)Papa Lixo (Fonte: Site Tweeny)Papa Lixo (Fonte: Site Tweeny)
PapaLixo(Fonte:SiteTweeny)

a) o tratamento na fonte
a.2. Incineração Predial,
que regula o controle
técnico mas que acaba
causando poluição do ar.
Alem disso é um método
dispendioso. Este método
também é adotado como
forma de tratamento
público, em muitas
localidades.

b) tratamento no sistema público
Lixões. Esta é ainda uma prática muito presente nas cidades brasileiras,
onde o lixo é jogado diretamente no solo, sem nenhum tipo de
tratamento. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
(PNSB) de 2000, realizada pelo IBGE, cerca de 63,6% dos municípios
brasileiros utilizam esta forma de deposição de resíduos

Aterros Sanitários - São locais onde o lixo é depositado de maneira um
pouco mais adequada, o que permite mantê-lo confinado sem causar
muitos danos ao meio ambiente.
Detalhe de uma célula do
aterro sanitário de Porto
União/SC – (Fonte:
EcovaleResíduos)

Aterros Sanitários

b) tratamento no sistema público Aterros Sanitários

b) tratamento no sistema público Compostagem -Trata-se de
transformar o lixo orgânico em
adubo, através das chamadas
“usinas de compostagem”. Desta
forma, ele passa a ser chamado de
“composto orgânico”. Do ponto de
vista ambiental é o método mais
indicado para o destino final do
lixo, pois ele é reciclado, podendo
novamente ser utilizado
(CAVINATO,1992). A dificuldade
está no fato de requerer muito
estudo técnico e investimentos
elevados.

COLETA SELETIVA (Segregação de Materiais)
RECICLAGEM

Vídeo 2
https://youtu.be/TMaera9kuDI
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•Boa qualidade dos materiais é
recuperado, uma vez que estes
estão menos contaminados pelos
outros materiais presentes no
lixo;
•Redução do volume de lixo a ser
disposto;
•Estímulo à cidadania;
•Permite maior flexibilidade, uma
vez que pode ser feita em
pequena escala e ir ampliando
gradativamente;
•Permitem parcerias com
catadores, empresas,
associações, escolas, etc.
Vantagens
•Necessidade de caminhões
especiais que passem em dias
diferentes dos da coleta
convencional;
•Custo maior que o da coleta
convencional;
•Necessidade de um centro de
triagem onde os recicláveis são
separados por tipos.
Desvantagens

No Brasil, essa atividade é recente,
sendo que o ano de 1982 é
considerado o marco de início das
discussões em torno do tema,
momento em que aconteceu em
Brasília/DF, o 1º Congresso
Nacional de Reciclagem de
Materiais, que reuniu pessoas
interessadas em discutir a questão e
realizar negócios. Em todo o país, a
cada ano aumenta o número de
prefeituras e entidades interessadas
em adotar esses programas,
contando com vários segmentos da
sociedade.
Reciclagem: processo de
transformação dos resíduos
sólidos que envolve a alteração de
suas propriedades físicas, físico-
químicas ou biológicas, com vistas
à transformação em insumos ou
novos produtos, observadas as
condições e os padrões
estabelecidos pelos órgãos
competentes do Sisnama e, se
couber, do SNVS e do Suasa;
LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010 - Política
Nacional de Resíduos Sólidos

= Aumento da vida útil de aterros e lixões, pois se reduzirá a quantidade
de lixo a eles encaminhado;
= O ponto de partida para a consciência da comunidade sobre a
esgotabilidade dos bens, da relação homem/meio ambiente e dos atuais
sistemas de produção;
= A diminuição dos custos de produção, por causa do aproveitamento de
recicláveis pelas indústrias de transformação;
= A redução do consumo de energia para indústria;
= A intensificação da economia local, com a criação de empregos, e até
mesmo, o surgimento e a concorrência de empresas recicladoras;
= A economia para o país na importação de matérias-primas e na
exploração de recursos naturais não renováveis.
Vantagens da Recicalgem

Vídeo 3
https://youtu.be/CU66gEFNqgg
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é muito importante considerar ainda que é
extremamente necessário o engajamento
de todos para que essas “alternativas
propostas adequadas” se tornem realmente
o reflexo daquilo que se espera para um
futuro com sustentabilidade.

Considerando o que afirmam
Marques, Hammes e Barbosa Júnior
(2004), devemos assumir atitudes
proativas buscando ações conjuntas
que Reduzam o uso de produtos
que demandam muito da natureza;
que Reutilizem materiais, em
especial as embalagens que não
ofereçam riscos à saúde e que
Reciclemos o lixo gerado
Política dos 3 R’s

O processo educativo é de suma importância para a
implantação do Programa de Coleta Seletiva, pois
estimulará a participação social e o estabelecimento de
parcerias. Para alcançar os objetivos deste projeto é
necessário que a sociedade passe por uma
transformação; que sejam alterados os valores culturais
que levaram o país à situação atual em que parte da
população é obrigada a produzir e consumir cada vez
mais, deixando para a outra parte apenas o lixo gerado
como fonte de sobrevivência (MIRANDA, 2005, p.54).

YOUNG, J. E. 1991.Reducir Desechos y ahorrar materiales. In: La situación en el mundo.: Editorial
Sudamericana. Buenos Aires.
OLIVEIRA, M. V. C. de; CARVALHO, Anésio Rodrigues de. 1997. Princípios básicos do saneamento do
meio. SENAC, São Paulo.
RESÍDUO. 2001. In: XIMENES, S. Dicionário da Língua Portuguesa. 3.ed. Ediouro, p.753, São Paulo.
BRAGA, B.; HESPENHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; MIERZWA, J. C.; BARROS, M. T. L. de; SPENCER, M.;
PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N. e EIGER, S. 2005. In: Introdução à engenharia ambiental. 2. ed.
Pearson Prentice Hall, São Paulo.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 2004 NBR 10.004: classificação de resíduos sólidos. Rio
de Janeiro.
FELLENBERG, G. 1980. Introdução aos problemas da poluição ambiental. Trad. Juergen Heinrich
Maar.E.P.U./Springer/EDUSP, São Paulo.
CAVINATO, V. M. 1992. Saneamento básico: fonte de saúde e bem estar. Moderna, São Paulo.
RODRIGUES, F. L.; GRAVINATTO, V. M. 1997. Lixo: de onde vem? Para onde vai? Moderna, [S.I.].
MIRANDA, S. M. C. R. 2005. Coleta seletiva: uma alternativa econômica para os resíduos sólidos
urbanos. Cuiabá: UFMT. Trabalho de Conclusão de Curso, Faculdade de Administração, Economia e Ciências
Contábeis, Universidade Federal de Mato Grosso. MBA em projetos inovadores, Cuiabá, MT.

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