O documento discute os limites de apenas ensinar e a necessidade de transformar o professor em pesquisador. Argumenta que salas de aula que apenas transmitem informações de segunda mão limitam a criatividade, e que o problema da escola é o professor que ainda é "apenas aluno". Defende que professores devem investir na atitude de pesquisador e elaborar seu próprio conteúdo, para saírem da condição de intermediários parasitas e promoverem a emancipação dos alunos.
1. Grupo 6 Limitações do apenas ensinar – Juliana Floes
No “ensinar” cabe menos o desafio da emancipação
com base em pesquisa do que a imposição
domesticadora que leva a reproduzir discípulos.
A sala de aula, lugar em si, privilegiado para
processos emancipatórios através da formação
educativa, torna-se prisão da criatividade cerceada, à
medida que se instala um ambiente meramente
transmissivo e imitativo de informações de segunda
mão.
Vale afirmar que o problema mais agudo da escola
não é o aluno, por ser pobre, inculto, mas o professor,
que ainda é apenas “aluno”.
Para se falar da importância da educação é mister
saber dos seus limites. Seria “pedagogismo” inventar
impactos facilmente transformadores, em ambiente tão
precário na maioria das vezes.
Para além da crítica, é fundamental perguntar por
pistas de atuação alternativa.
2. A primeira preocupação é repensar o “professor” e na
verdade recriá-lo.
A amplitude da aplicação do conceito de pesquisa deve ser
modificada de acordo com as funções na escola, levando-se
em conta a sua desmistificação, mas sem jamais afastar-se do
compromisso de elaboração própria, de questionamento
criativo, de desdobramento do senso pela descoberta e pela
criação, chegando-se ao seu núcleo político de atuação social
consciente.
O “professor” (com aspas), para tornar-se PROFESSOR
(sem aspas e com maiúsculas), carece de investir-se da atitude
do pesquisador e, para tanto, perseguir estratégias adequadas.
… é preciso reconhecer que a dignidade do professor só
pode ser elaboração própria, conquista própria.
Desafio concreto será que o professor passe a “elaborar”
suas aulas, com mão própria,...
3. Um dia, será possível apresentar aos alunos texto próprio de
geografia, interpretação própria de obra literária, exercício
próprio de matemática
… o professor não sai da condição de intermediário parasita:
destituído de conteúdo próprio, sobrevive de empréstimo.
Torna-se mal a aula que só é aula, principalmente quando se
torna o único instrumento didático.
É essencial impregnar a convivência com os alunos com
estratégias de pesquisa, através das quais são motivados a toda
hora e pelo menos digerir o que escutam através de exercícios
pessoais.