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Ministério da Educação
    Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná
         Departamento Acadêmico de Eletrotécnica
                Projeto Final de Graduação




ANÁLISE DE INDICADORES ESTRUTURAIS PARA
            IMPLANTAÇÃO DA TPM

                CELSO HIROSHI OGATA
                    CRISTIAN ZENI
            GISELLE CRISTINA TERÇARIOL




                           Projeto final de graduação em Engenharia
                           Industrial Elétrica com ênfase em Eletrotécnica
                           do Centro Federal de Educação Tecnológica do
                           Paraná.

                           Orientador: Prof. M.Sc. Marcelo Rodrigues




                      CURITIBA
                         2003
AGRADECIMENTOS


Este trabalho é dedicado primeiramente aos nossos familiares e amigos que
entenderam durante 2 anos, a importância do tempo dedicado a execução deste.


Agradecemos e dedicamos ainda a algumas pessoas que colaboraram muito com a
finalização deste trabalho:


1. Em especial ao nosso professor orientador Marcelo Rodrigues, que durante toda
    a execução acompanhou e indicou os caminhos para a melhoria contínua deste
    trabalho;


2. Ao pessoal da FAURECIA Bancos para Automoveis Ltda:
?   Mauro Bessa (Gerente de Manutenção);
?   Araken de Paula Jr. (Diretor Fábrica Quatro Barras);
?   Marcelo Silvano (Diretor Industrial);
?   E a todo pessoal envolvido com o processo de implantação desta metodologia de
    trabalho, principalmente a equipe de manutenção que muito colaborou com a
    implantação.
RESUMO




Como um dos frutos da globalização, a competitividade do mercado gerou a procura
pela redução dos custos dos processos produtivos. A TPM, assim como vários
sistemas para a melhoria de produtividade, tornou-se uma ferramenta muito útil para
as empresas que buscam a redução de custos de manutenção. A implantação
frenética e sem nenhuma preocupação com a filosofia empresarial embutida nesta
ferramenta, trouxe conseqüências desastrosas para muitas empresas. Frustrando
desta maneira seus colaboradores, que passam a desacreditar em qualquer outra
proposta de mudança. Este trabalho analisa as condições iniciais necessárias,
através de um estudo de caso, para a implantação da TPM de maneira consistente.
Iniciando-se por um diagnóstico da situação anterior da empresa, a elaboração de
proposta de melhoria para a estrutura básica para a TPM, a implantação destas
melhorias e os resultados alcançados. No trabalho evidenciam-se os ganhos obtidos
pela empresa, quando comparado a situação anterior com a atual. Apesar deste
trabalho ser um estudo de caso, o mesmo pode ser utilizado como referência para
outras empresas que pretendem       ou estão implementando a TPM. Com uma
avaliação criteriosa é possível responder a esta importante pergunta: sua empresa
tem TPM ou pensa que tem?
ABSTRACT



As one of the results of the globalization, the competitiveness of the market
generated the search for the reduction of the costs of the productive processes. The
TPM, as well as some systems for the productivity improvement, became a very
useful tool for the companies who search the reduction of maintenance costs. The
frantic implantation and without no concern with the business philosophy of this tool,
brought disastrous consequences for many companies. Frustrating in this way its
collaborators, who start to discredit in any another proposal of change. This work
analyzes the necessary initial conditions, through a study of case, for the implantation
of the TPM in consistent way. Initiating itself for a diagnosis of the previous situation
of the company, the elaboration of proposal of improvement for the basic structure for
the TPM, the implantation of these improvements and the results reached. In the
work the profits gotten for the company are proven, when compared the previous
situation with the current one. Despite this work being a case study, it can be used as
reference for other companies who intend or are implementing the TPM. With a strict
evaluation it is possible to answer to this important question: its company has TPM or
thinks that it has?
LISTA DE FIGURAS


Figura 01 – Cronograma de trabalho........................................................................ 17
Figura 02 – Percentual do efetivo de manutenção em relação ao total de
      empregados da empresa................................................................................... 25
Figura 03 – Representação dos índices TMEF, TMPR e TMPF............................... 29
Figura 04 – As 6 grandes perdas.............................................................................. 34
Figura 05 – Os cinco pilares da TPM........................................................................ 35
Figura 06 – Os oito pilares básicos da TPM ............................................................. 36
Figura 07 – Guarda chuva do Kaizen proposto por IMAI.......................................... 49
Figura 08 – Fluxograma............................................................................................ 59
Figura 09 – Organograma do departamento de manutenção................................... 63
Figura 10 – Cumprimento do plano de preventiva. ................................................... 64
Figura 11 – Número de corretivas. ........................................................................... 65
Figura 12 – Algoritmo de determinação de criticidade.............................................. 78
Figura 13 – Instrução de 1º nível .............................................................................. 81
Figura 14 – Diário de bordo ...................................................................................... 83
Figura 15 – Cronograma de adequação do sistema................................................. 85
Figura 16 – Fluxograma de adequação do sistema.................................................. 86
Figura 17 – Fluxograma de implantação do quadro gestão a vista ......................... 91
Figura 18 – Quadro gestão a vista............................................................................ 91
Figura 19 – Parte frontal do cartão. .......................................................................... 94
Figura 20 – Parte traseira do cartão. ........................................................................ 94
Figura 21 – Fluxograma de funcionamento do quadro ............................................. 96
Figura 22 – Gráfico de meta preventiva x preventiva realizada.............................. 100
Figura 23 – Gráfico comparativo de meta preventiva x preventiva realizada ......... 101
Figura 24 – Gráfico de intervenções corretivas ...................................................... 102
Figura 25 – Gráfico comparativo de intervenções corretivas.................................. 102
Figura 26 – Meta do índice de corretivas para os próximos 12 meses................... 103
Figura 27 – Gráfico de saídas do almoxarifado – reposição................................... 104
Figura 28 – Gráfico comparativo de saídas do almoxarifado – reposição .............. 104
LISTA DE QUADROS


Quadro 1 - Evolução da manutenção ....................................................................... 19
Quadro 2 - Conceitos de manutenção. ..................................................................... 24
Quadro 3 - As 12 fases para a implantação da TPM ................................................ 38
Quadro 4 – Análise de criticidade da empresa ......................................................... 78
LISTA DE ABREVIATURAS


ABRAMAM – Associação Brasileira de Manutenção
CCQ – Círculos de Controle de Qualidade
CMNTe – Custo Total de Manutenção de um determinado equipamento
CMPF – Custo de Manutenção Por Faturamento
CMVR – Custo da Manutenção pelo Valor de Reposição
CTMN – Custo Total da Manutenção
EAG – Equipe Auto Gerenciável
EUA – Estados Unidos da América
F – Faturamento da empresa
FE - Ferramentaria
FMEA – Análise do Tipo e Efeito de Falha
FQ – Freqüência de quebra
GM - General Motors
ISO 14000 – Norma de qualidade para meio ambiente
JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance - Instituto Japonês de Manutenção de
Industrial
JIT – Just in Time
LB – Lubrificação
LCC – Life Cycle Cost – Custo do Ciclo de vida
LER – Lesão por Esforços Repetitivos
M(t) – Mantenabilidade
ME – Manutenção Elétrica
MM – Manutenção Mecânica
MTBF – Mean Time Betwenn Failures – Tempo Médio Entre Falhas
MTTF – Mean Time To Failure – Tempo Médio Para Falhar
MTTR – Mean Time To Repair – Tempo Médio Para Reparo
N – Número de falhas totais detectadas
NBR – Norma Brasileira
OPT – Optimized Production Technology – Tecnologia de Produção Otimizada
OP - Operação
OS – Ordem de Serviço
PL – Plano de Lubrificação
PM – Prêmio Deming
PR - Predial
QP – Qualidade e Produtividade
QS – Sistema de Qualidade
QT – Qualidade Total
R(t) – Confiabilidade
RCM – Manutenção Centrada na Confiabilidade
SIM – Sistema Integrado de Manutenção
TMEF – Tempo Médio entre Falhas
TMPF – Tempo Médio Para Falhar
TMPR – Tempo Médio Para Reparo
TO – Taxa de Ocupação
TOC – Theory Of Contraints – Teoria das Restrições
TPM – Total Productive Maintenance – Manutenção Produtiva Total
TQC – Controle Total da Qualidade
VLRP – Valor de Compra de um Equipamento
VW – Volkswagen
LISTA DE SÍMBOLOS


T – Período de tempo especificado
? - Taxa de falhas do equipamento
? - Taxa de reparos
T.op. – Tempo total de operação do equipamento
SUMÁRIO



AGRADECIMENTOS


RESUMO


ABSTRACT


LISTA DE FIGURAS


LISTA DE QUADROS


LISTA DE ABREVIATURAS


LISTA DE SÍMBOLOS


SUMÁRIO


1     PROPOSTA DE PROJETO .............................................................................. 14

1.1         INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14

1.2         JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................... 15

1.3         OBJETIVOS.................................................................................................................... 15
    1.3.2      Objetivo geral .............................................................................................................. 15
    1.3.3      Objetivos específicos................................................................................................... 15

1.4         METODOLOGIA ............................................................................................................. 16
    1.4.1      Estudo bibliográfico e teórico....................................................................................... 16
    1.4.2      Escolha da empresa e coleta de dados. ...................................................................... 16
    1.4.3      Análise dos dados e avaliação da situação atual da empresa. ..................................... 16
    1.4.4      Aplicação dos indicadores de viabilidade..................................................................... 17
    1.4.5      Propostas de correção e melhorias necessárias ao sistema estrutural......................... 17
    1.4.6      Validação do projeto.................................................................................................... 17
    1.4.7      Implantação das idéias de melhoria............................................................................. 17

1.5         CRONOGRAMA.............................................................................................................. 17
2      FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 18

2.1           INTRODUÇÃO DA FUNÇÃO MANUTENÇÃO ................................................................ 18
    2.1.1 Histórico da manutenção. ................................................................................................... 18
    2.1.2         A importância da função manutenção.......................................................................... 20
    2.1.3         Conceitos importantes de manutenção. ....................................................................... 22
       2.1.3.1        Manutenção Corretiva. ............................................................................................ 22
       2.1.3.2        Manutenção Preventiva........................................................................................... 23
       2.1.3.3        Manutenção Preditiva.............................................................................................. 23
    2.1.4         Recursos humanos na manutenção............................................................................. 25
    2.1.5         Custos de manutenção................................................................................................ 26
    2.1.6         Indicadores classe mundial.......................................................................................... 27
       2.1.6.1        Indicadores de gestão. ............................................................................................ 27
       2.1.6.2        Indicadores de custos.............................................................................................. 31
    2.1.7         Tendência dos indicadores de manutenção brasileiros. ............................................... 31

2.2           INTRODUÇÃO AO TPM.................................................................................................. 32
    2.2.1         Histórico do TPM......................................................................................................... 32
    2.2.2         Conceitos de TPM....................................................................................................... 33
    2.2.3         Objetivos do TPM........................................................................................................ 34
    2.2.4         Pilares do TPM............................................................................................................ 35
    2.2.5         Implantação da TPM. .................................................................................................. 37

2.3           POR QUE A TPM NÃO DÁ CERTO. ............................................................................... 38
    2.3.1         A implantação não ocorre no sentido “Top down” ....................................................... 38
                                                                .
    2.3.2         A responsabilidade da TPM é somente da manutenção............................................... 39

2.4           FERRAMENTAS BÁSICAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA TPM. ............................... 39
    2.4.1         House Keeping 5S...................................................................................................... 39
    2.4.2         FMEA – (Failure Mode and Effect Analysis)................................................................. 42
       2.4.2.1        Tipos de FMEA. ...................................................................................................... 42
       2.4.2.2        Aplicação da FMEA................................................................................................. 43
       2.4.2.3        Funcionamento básico. ........................................................................................... 43
       2.4.2.4        Etapas para a aplicação. ......................................................................................... 44
    2.4.3         EAG (Equipe Auto Gerenciável). ................................................................................. 47
    2.4.4         Kaizen – Melhoria Contínua......................................................................................... 48
    2.4.5         Manutenção Autônoma................................................................................................ 51
    2.4.6         TOC - Theory of Constraints........................................................................................ 52
       2.4.6.1        Elementos da TOC.................................................................................................. 54
    2.4.7         Polivalência................................................................................................................. 55
3      METODOLOGIA CIENTÍFICA........................................................................... 58

3.1          AMBIENTE EXPLORADO............................................................................................... 58

3.2          APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 61
    3.2.2       FAURECIA BRASIL..................................................................................................... 62


4      SITUAÇÃO DA EMPRESA EM OUTUBRO 2002............................................. 63

4.1          DEPARTAMENTO DE MANUTENÇÃO. ......................................................................... 63

4.2          DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO. .............................................................................. 66


5      INDICADORES ESTRUTURAIS PARA A IMPLANTAÇÃO DA TPM .............. 68

5.1          COMPROMETIMENTO DA ALTA DIREÇÃO. ................................................................. 68

5.2          5’ ................................................................................................................................. 68
              S.

5.3          EAG. ............................................................................................................................... 69

5.4          MOTIVAÇÃO DE PESSOAL. .......................................................................................... 69

5.5          DOCUMENTAÇÃO E HISTÓRICO DE MÁQUINAS. ....................................................... 70

5.6          ANÁLISE DE GARGALOS E CRITICIDADE DE EQUIPAMENTOS. ............................... 71

5.7          MANUTENÇÃO DE 1º NÍVEL. ........................................................................................ 72

5.8          SISTEMA DE PREVENTIVAS. ........................................................................................ 72

5.9          IMPLANTAÇÃO DO FMEA DE MANUTENÇÃO ............................................................. 73

5.10         PEÇAS DE REPOSIÇÃO. ............................................................................................... 74

5.11         TREINAMENTO. ............................................................................................................. 74
    5.11.1      Operadores de produção. ............................................................................................ 75
    5.11.2      Manutencionistas. ....................................................................................................... 76
    5.11.3      Supervisores de produção e outras funções suportes. ................................................. 76


6      IMPLANTAÇÃO ................................................................................................ 78

6.1          ANÁLISE DE CRITICIDADE. .......................................................................................... 78

6.2          NOVO SISTEMA DE MANUTENÇÃO DE 1º NÍVEL. ....................................................... 80
6.3          DIÁRIO DE BORDO........................................................................................................ 83

6.4          ADEQUAÇÃO DO SISTEMA EXISTENTE. ..................................................................... 84

6.5          MANUAIS DAS MÁQUINAS. .......................................................................................... 87

6.6          CÓPIAS DE PROGRAMAS E SISTEMAS OPERACIONAIS DAS MÁQUINAS............... 87

6.7          PEÇAS DE REPOSIÇÃO. ............................................................................................... 88

6.8          PREVENTIVAS. .............................................................................................................. 89

6.9          PLANO DE LUBRIFICAÇÃO. ......................................................................................... 90

6.10         SISTEMA GESTÃO VISUAL........................................................................................... 90
    6.10.1      Funcionamento do quadro........................................................................................... 95

6.11         ASPECTOS MOTIVACIONAIS........................................................................................ 98

6.12         FUTURAS IMPLANTAÇÕES. ......................................................................................... 99


7      RESULTADOS ALCANÇADOS...................................................................... 100


8      CONCLUSÕES ............................................................................................... 106


9      BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 108
14
1     PROPOSTA DE PROJETO


    1.1     INTRODUÇÃO


          Desde a Segunda Guerra Mundial (1939/1945) que se percebe a importância
da manutenção adequada e periódica das ferramentas de trabalho. O equipamento
militar deveria estar o mais perto possível da perfeição operacional, mas, ao mesmo
tempo ter a mais rápida e perfeita manutenção. As lições aprendidas com materiais
militares passaram para a indústria (Tavares, 1999).
          Junto com a globalização veio a concorrência cada vez mais acirrada entre as
empresas. Frente a este cenário o setor industrial tem buscado transformações
profundas nos sistemas produtivos.
          Na busca de se conseguir uma alta produtividade garantindo sua
competitividade no mercado, as empresas investiram em novas tecnologias. Como
conseqüência houve a modernização dos equipamentos, a automação dos sistemas
e processos, a diversidade e a quantidade de componentes inseridos em sistemas
cada vez mais complexos, favorecendo desta forma a probabilidade de ocorrências
de falhas. Este avanço tecnológico não afeta apenas a maquinaria das fábricas, mas
também o processo de manufatura.
          Para manter a disponibilidade operacional destes sistemas, é necessário se
aplicar uma metodologia de manutenção efetiva nos ativos das empresas. Em
Curitiba e Região Metropolitana o programa mais utilizado é a TPM –Total
Productive Maintenance – Manutenção Produtiva Total, técnica de origem japonesa
criada na década de 70 que vem sendo aplicada no Brasil desde a década de 90
(Rodrigues, 2003).
          A TPM preconiza um retorno de investimento da ordem de 30 para 1 em
processos contínuos e de 100 para 1 em processos seriados, isto para o período de
três anos (Ribeiro, 2001 p. 36-37).
          Segundo Takahashi e Osada apud Yoshinaga (1993, p. 04 ), “ magnitude
                                                                    A
das melhorias é surpreendente, pois defeitos da qualidade são reduzidos em 90%,
avarias em 90% e os lucros crescem na ordem de milhões de dólares”.
          No Brasil observam-se algumas frustrações com relação a esse retorno.
Quando analisados criteriosamente os motivos do insucesso a principal causa é que
15
na prática as empresas dizem que estão aplicando TPM, e na verdade não estão. E
quando isto ocorre, há um grande descontentamento das pessoas que acreditaram
no método (Ribeiro, 2001 p.37).
         Para se evitar frustrações iniciais um estudo preliminar deve ser feito, pois a
implantação da TPM deve ser ajustada às características específicas de cada
empresa, como escala de negócios, espaço físico da fábrica, capacidade de
produção e as características dos produtos (Takahashi e Osada, 1993).


   1.2     JUSTIFICATIVAS

         Devido ao alto índice de insucesso da implantação do sistema TPM, que
acarreta na desmotivação dos funcionários envolvidos neste processo, a avaliação
da viabilidade e da situação atual da empresa é item fundamental para uma
implementação correta e a garantia de bons resultados.
         Através do convívio com estes problemas em algumas empresas, presencia-
se diversas dificuldades com relação à implementação desta ferramenta,
principalmente falta de estrutura técnica e cultural, de modo que criou-se uma
motivação pessoal para desenvolver uma técnica ou um sistema aplicados a
implantação da TPM visando atingir melhores resultados.


   1.3     OBJETIVOS


         1.3.2 Objetivo geral


         Este trabalho tem como objetivo geral elaborar um sistema de avaliação para
a estrutura básica dos sistemas de manutenção e produção da empresa, por
intermédio de indicadores, afim de mostrar os passos que a empresa tem que dar
antes da implementação efetiva da ferramenta TPM. A aplicação desta sistemática
deu-se através de um estudo de caso, em uma empresa de manufatura do setor
automotivo.


         1.3.3 Objetivos específicos
16
         Este trabalho pretende ainda através do estudo de caso aplicado a uma
determinada empresa:
   ?     levantar a situação atual da empresa no setor de manutenção e produção;
   ?     aplicar indicadores de avaliação pré-TPM;
   ?     analisar nível de envolvimento do pessoal (operação e manutenção);
   ?     propor ações de melhorias à empresa;
   ?     implantar algumas ações de melhorias;
   ?     apresentar os resultados da implantação dessas melhorias.


   1.4     METODOLOGIA


         Diante do exposto, apresenta-se a seguir a proposta de metodologia de
pesquisa de campo aplicada a um estudo de caso.


         1.4.1   Estudo bibliográfico e teórico.


         Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando conhecer os
aspectos a serem estudados (qual deve ser o nível da mão de obra dos
manutentores, como deve estar o nível cultural dos operadores de produção, qual
deve ser o índice de implantação das ferramentas de qualidade e produtividade
necessárias, entre outros.).


         1.4.2 Escolha da empresa e coleta de dados.


         Após a escolha da empresa foi realizada uma coleta de dados a fim de
mostrar a situação atual da empresa, através de pesquisas de opinião, índices de
produtividade e qualidade, indicadores de recursos humanos e principalmente
índices de manutenção.


         1.4.3 Análise dos dados e avaliação da situação atual da empresa.
17
         Os dados pesquisados foram analisados e indicaram a situação atual da
empresa para a implementação da TPM, através da metodologia criada neste
projeto.

         1.4.4 Aplicação dos indicadores de viabilidade.

         Dentro do modelo de avaliação, foram criados indicadores que mostram qual
é a situação mínima desejada para o início da implementação da TPM, em paralelo
com a avaliação da situação atual da empresa.

         1.4.5 Propostas de correção e melhorias necessárias ao sistema estrutural.

         Com a situação atual definida, foram propostas melhorias e correções ao
sistema estrutural para a implementação da TPM, para que se for o caso, preparar a
empresa adequadamente para a correta implementação desta ferramenta.

         1.4.6 Validação do projeto.

         Como este projeto de pesquisa teve o apoio da empresa escolhida, na qual foi
efetuado o estudo de caso, esta metodologia de avaliação foi validada pelo comitê
de direção da mesma, provando assim sua viabilidade.

         1.4.7 Implantação das idéias de melhoria.

         Foram implantadas algumas das idéias de melhoria, de acordo com o tempo
disponível, monitoradas e apresentados os resultados alcançados.

   1.5     CRONOGRAMA




                          Figura 01 – Cronograma de trabalho
18

2     FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


    2.1     INTRODUÇÃO DA FUNÇÃO MANUTENÇÃO

          2.1.1 Histórico da manutenção.


          A história da manutenção (Rosa, 1999, p.25), acompanha o desenvolvimento
técnico industrial da humanidade. No fim do século XIX, com o surgimento da
mecanização das indústrias surgiu a necessidade dos primeiros reparos. Até 1914, a
manutenção tinha importância secundária e as indústrias praticamente não
possuíam equipes para a execução deste tipo de serviço. Os reparos eram
trabalhados pelo mesmo efetivo da produção. Até esta época as equipes de
manutenção praticamente não existiam e a maior parte dos cuidados com o
equipamento era no sentido de trocar partes que se gastavam. Evitar que o
desgaste fosse em curto prazo era também um cuidado que se tomava em relação
aos equipamentos. Para isso, passava-se gordura de origem animal nas partes
móveis e sujeitas a cargas mecânicas, onde o desgaste era notado com facilidade e
contornado com esta simples providência.
          Pinto e Xavier (2001, p.39) dividem a manutenção após 1930 em três
gerações.
          A primeira geração abrange o período anterior a segunda guerra mundial,
quando os equipamentos eram simples, geralmente superdimensionados em uma
indústria pouco mecanizada. A produtividade não era prioritária, portanto não era
necessária uma manutenção sistemática, apenas serviços de limpeza, lubrificação e
reparo após quebra, ou seja, a manutenção era basicamente corretiva.
          A segunda geração vai desde a segunda guerra mundial até os anos 60.
Nesta fase houve um forte aumento da mecanização e da complexidade das
instalações industriais, devido ao aumento de demanda por todo o tipo de produtos.
O aumento da disponibilidade dos equipamentos começa a ser cada vez mais
necessário, assim como a confiabilidade. Tudo em busca da maior produtividade. A
produção dependia mais do bom funcionamento das máquinas, isto levou a idéia de
que falhas nos equipamentos poderiam e deveriam ser evitadas, resultando no
conceito de manutenção preventiva. Esta manutenção na década de 60 consistia de
19
intervenções feitas a intervalos fixos. Conseqüentemente o custo manutenção
começou a elevar-se muito comparado aos custos de produção, forçando o
surgimento de sistemas de planejamento e controle da manutenção. A vida útil dos
equipamentos precisava ser aumentada, e ferramentas para isso começaram a
surgir.
          A terceira geração inicia-se a partir da década de 70, aonde há a aceleração
nos processos de mudanças na indústria. As paradas de produção gerava custos e
afetava a qualidade dos produtos, estes fatores se agravaram pela tendência
mundial de utilização de sistemas just-in-time onde pequenas pausas na produção
poderiam acarretar na paralisação da fábrica. A disponibilidade e a confiabilidade
tornaram-se pontos chaves devido ao aumento da automação e da mecanização. O
aumento da automação significa que falhas cada vez mais freqüentes afetam a
capacidade de se manter padrões de qualidade. Os aspectos segurança e meio
ambiente começam a ser exigidos cada vez mais com maiores padrões, a
manutenção preventiva se tornaria uma ferramenta defasada para atender a esses
requisitos, surge então a manutenção preditiva, a TPM e a RCM - Manutenção
Centrada na Confiabilidade.


           Primeira Geração                  Segunda Geração                         Terceira Geração
            Antes de 1940                    1940         1970                          Após 1970
                              Aumento da expectativa em relação a manutenção

>Conserto após falha             >Disponibilidade crescente              >Maior disponibilidade e confiabilidade

                                 >Maior vida útil do equipamento         >Melhor custo benefício
                                                                         >Melhor qualidade dos produtos
                                                                         >Preservação do meio ambiente
                                   Mudanças nas técnicas de manutenção
>Conserto após falha             >Computadores grandes e lentos          >Monitoração de condição
                                 >Sistemas manuais de planejamento e     >Projetos voltados para confiabilidade e
                                 controle do trabalho                    manutenabilidade
                                 >Monitoração por tempo                  >Análise de risco
                                                                         >Computadores pequenos e rápidos
                                                                         >Softwares potentes
                                                                         >Análise de modos e efeitos da falha
                                                                         (FMEA)

                                                                         >Grupos de trabalhos multidisciplinares


                                  Quadro 1 - Evolução da manutenção
                               Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p.08).
20
      2.1.2 A importância da função manutenção.


      Leibel (2003) define a manutenção como sendo um “conjunto de ações que
permite manter ou restabelecer um bem dentro de um estado específico ou na
medida para assegurar um determinado serviço, são aquelas medidas que permitem
manter o sistema em funcionamento”.
      A manutenção torna-se importante somente quando os problemas acontecem
ou quando uma função vital da empresa é afetada. A manutenção é um conjunto de
procedimentos que visa o perfeito funcionamento de uma máquina, equipamento,
ferramenta ou instalação, o máximo tempo possível para prevenir prováveis falhas
ou quebras. Portanto, a manutenção deve promover a alta disponibilidade dos
equipamentos para atender, durante todo o tempo, ao processo de produção para se
evitar estrangulamento das etapas e perdas por paradas não programadas (Neto,
2002 p. 15).
       A essa função de vital importância para a economia das empresas e
principalmente para a vida de todos nós, não é dada a devida consideração.
Segundo Arcuri Filho, (2001, p.10):


                    “ a Manutenção experimentou uma impressionante evolução neste curto
                     ...
                    período de pouco mais de 100 anos de existência formal, sendo que alguns
                    já a apontam como a mais importante Função da Engenharia nos dias de
                    hoje. A introdução da Manutenção Preventiva, o advento da Preditiva, a
                    criação da TPM e da RCM, a paulatina transformação em Gestão de Ativos
                    são pontos de inflexão relevantes que marcaram decisivamente sua
                    trajetória de progressiva valorização, levando-a, finalmente, a desempenhar
                    o estratégico papel de protagonista da produção”.


      Os números que envolvem a manutenção são muito grandes, de acordo com
a ABRAMAM – Associação Brasileira de Manutenção, (2003):


                    “ a Função representa, no Brasil, um negócio que movimenta cerca de
                     ...
                    US$ 35 bilhões por ano, empregando 20% da força de trabalho própria das
                    empresas. Em países mais ricos, como os EUA, Japão e Alemanha, estes
                    valores são ainda mais impressionantes, atingindo US$ 300, US$ 175 e US$
                    130 bilhões, respectivamente”.
21
       Esses números mostram a necessidade de novos investimentos e criação
e/ou adequação de ferramentas para a redução do custo manutenção, custo este
que se transforma em resultado operacional (lucro) para as empresas tornando-as
cada vez mais competitivas.
       Nota-se uma preocupação, principalmente nos países de Primeiro Mundo, na
busca dessa política de redução de custos e otimização da qualidade de seus
produtos, visando à competitividade. Apoiados nesta necessidade, a manutenção de
classe mundial busca a melhoria de modo constante. Entende-se por classe mundial
a garantia de condições de competir em qualquer lugar do mundo oferecendo
produtos com qualidade e com preços atrativos, bons prazos de entrega e ser
reconhecido como um fornecedor confiável (Mishawka e Olmedo, 1993 p.277).
       A situação brasileira pode ser incluída no termo “Manutenção de Terceiro
Mundo” pois podemos distinguir algumas características e conseqüências que
      ,
demonstram a Manutenção de Terceiro Mundo como:
   ?   Alta taxa de retrabalho. Que aumentam os custos produtivos devido aos
       custos de reprocessos gerados por problemas de qualidade que podem ser
       gerados pela falta de uma adequada manutenção nas máquinas;
   ?   Falta de pessoal qualificado. Gerando um tempo demasiado de máquinas
       paradas;
   ?   Convivência com problemas crônicos e demora na resolução destes;
   ?   Faltas de sobressalentes no estoque, geralmente devida a política de
       redução exagerada de custos ou um mau planejamento de manutenção e
       reposição de estoque;
   ?   Alto índice de máquina parada e serviços não previstos;
   ?   Baixa produtividade;
   ?   Históricos de máquinas não existentes ou inadequados;
   ?   Falta de planejamento de manutenção;
   ?   Abuso de “soluções temporárias”nas máquinas;
   ?   Alta quantidade de horas extras;
   ?   Falta de tempo para executar qualquer tarefa;
22
        Todas essas características afetam no resultado global da manutenção
gerando principalmente a desmotivação das equipes, a falta de confiança dos
clientes e várias outras conseqüências.


        2.1.3 Conceitos importantes de manutenção.


           2.1.3.1   Manutenção corretiva.


       A manutenção corretiva é aquela que se conduz quando o equipamento falha
ou cai abaixo de uma condição aceitável quando em operação (Mishawka e Olmedo,
1993 p.09)
       Segundo Monchy (1989, p. 37) a manutenção corretiva corresponde a uma
atitude de defesa (submeter-se, sofrer) enquanto se espera uma próxima falha
acidental (fortuita), atitude característica da conservação tradicional.
       Pinto e Xavier (2001, p. 36) definem a manutenção corretiva como a atuação
para a correção da falha ou do desempenho menor que o esperado, sendo a ação
principal restaurar as condições de funcionamento do equipamento ou sistema.
       A manutenção corretiva deveria ser o tipo de manutenção menos utilizada
dentro das empresas devido a uma série de vantagens e desvantagens citadas por
Wyrebsky (1997, p. 39):
   Vantagem:
   ?    Não exige acompanhamentos e inspeções nas máquinas.
   Desvantagens:
   ?    As máquinas podem quebrar-se durante os horários de produção;
   ?    As empresas utilizam máquinas de reserva;
   ?    Há necessidade de se trabalhar com estoques.


    Nota-se devido a essa série de desvantagens, a preocupação de se tornarem
mínimas as condições onde seja necessária a utilização da manutenção corretiva.
23
           2.1.3.2     Manutenção Preventiva.


    É um conjunto de ações para manter os equipamentos nas condições
especificadas provendo inspeções sistemáticas, detecção e prevenção de falhas em
seu estágio inicial.
    Para Monchy (1989, p.39), "manutenção preventiva é uma intervenção de
manutenção prevista, preparada e programada antes da data provável do
aparecimento de uma falha”.
    De acordo com Pinto e Xavier (2001, p. 39), manutenção preventiva é a atuação
realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho,
obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de
tempo. É a procura obstinada de evitar a ocorrências de falhas.
        Na Manutenção Preventiva observamos vantagens e desvantagens conforme
Wyrebsky (1997):
        Vantagens:
   ?    Assegura a continuidade do funcionamento das máquinas, só parando para
        consertos em horas programadas;
   ?    A empresa terá maior facilidade para cumprir seus programas de produção.
   Desvantagens:
   ?    Requer um quadro (programa) bem montado;
   ?    Requer uma equipe de mecânicos eficazes e treinados;
   ?    Requer um plano de manutenção.


        A correta aplicação da manutenção preventiva mostra um grau de evolução
dos departamentos de manutenção, assegurando a qualidade do departamento e
serviço da manutenção, além de redução de custos.


           2.1.3.3     Manutenção Preditiva.


       Acompanha-se a vida útil das máquinas efetuando-se inspeções periódicas,
medições, leituras, sondagem, etc. Observa-se o comportamento das máquinas,
verificando falhas ou detectando mudanças nas condições físicas, podendo-se
prever com precisão o risco de quebra, permitindo assim a manutenção
programada. Ela substitui, na maioria dos casos, a manutenção preventiva.
24
        Pinto e Xavier (2001, p. 42) definem manutenção preditiva como a atuação
realizada com base na modificação de parâmetros de condição ou desempenho,
cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. Quando o grau de degradação
se aproxima ou atinge os limites previamente estabelecidos, é tomada a decisão de
intervenção.
          Mirshawka e Olmedo (1993, p. 352) colocam a manutenção preditiva como:


                              "... a manutenção preventiva baseada no conhecimento do estado/condição
                             de um item, através de medições periódicas ou contínuas de um ou mais
                             parâmetros significativos. A intervenção de manutenção preditiva busca a
                             detecção precoce dos sintomas que precedem uma avaria. São
                             denominações         equivalentes:      manutenção       baseada      na    condição        ou
                             manutenção baseada no estado ou manutenção condicional."


        Na Manutenção Preditiva as vantagens e desvantagens são de acordo com
 WyrebskY (1997):
        Vantagem:
    ?     Aproveita-se ao máximo a vida útil dos elementos da máquina, podendo-se
          programar a reforma e substituição somente das peças comprometidas.
        Desvantagens:
    ?     Requer acompanhamentos e inspeções periódicas, através de instrumentos
          específicos de monitoração;
    ?     Requer profissionais especializados.
        Segundo Mirshawka e Olmedo (1993, p. 13), “ o uso da manutenção preditiva é
atualmente mais econômico que a manutenção preventiva efetuada em intervalos
fixos”.


                                          Conceitos segundo a NBR 5462
    Manutenção corretiva           Manutenção preventiva                        Manutenção preditiva
Manutenção efetuada após a Manutenção efetuada em intervalos Manutenção que permite garantir uma qualidade de
   ocorrência de uma pane       prédeterminados, ou de acordo          serviço desejada, com base na aplicação
destinada a recolocar um item com critérios prescritos, destinada sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de
  em condições de executar     a reduzir a probabilidade de falha      meios de supervisão centralizados ou de
    uma função requerida.     ou a degradação do funcionamento amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção
                                          de um item.                preventiva e diminuir a manutenção corretiva.




                                     Quadro 2 - Conceitos de manutenção.
                                           Fonte: NBR 5462 apud Filho (2000).
25
      2.1.4 Recursos humanos na manutenção.


      A forte automação do processo produtivo, as modificações do perfil funcional
causadas por ações como TPM e polivalência e modificações na relação de
empregados de cada área, segundo Pinto e Xavier (2001, p. 55), verifica-se uma
mudança no perfil estrutural das empresas, mostrando uma tendência de aumento
relativo de mantenedores além de sua maior especialização como mostra a figura 2:



      35                                                        % próprio + contratado

      30                                                        % próprio


      25

  %
      20
      15
      10
       5
                                                     Ano
       0
           1987 1990 1993 1995 1997 1999 2001


      Figura 02 – Percentual do efetivo de manutenção em relação ao total de
                              empregados da empresa.
                      Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 56).


      A capacitação do pessoal de manutenção é um quesito fundamental para o
bom funcionamento do departamento de manutenção. Segundo Pinto e Xavier
(2001, p. 108) “ profissional despreparado gasta no mínimo, um tempo muito maior
                o
para executar o serviço, contudo é capaz de introduzir defeitos ou provocar sérios
problemas pela falta de qualificação”.
      A falta de escolas que visem a formação de engenheiros e técnicos de
manutenção, de acordo com Kardec e Zen (2002, p. 42), acarretam na improvisação
do engenheiro ou técnico. Os cursos de aperfeiçoamento de curta duração e de
especialização solidificam a qualificação da comunidade de manutenção.
      O trabalho em equipe, além da qualificação do pessoal, é um item fundamental
para um bom resultado da manutenção, pois a integração do pessoal faz com que
as tarefas se tornem mais fáceis e menos burocráticas.
26
       Vários fatores fazem com que, segundo Robbins e Finley (1997, p. 08), as
equipes sejam uma boa alternativa de trabalho:
   ?    Equipes aumentam a produtividade;
   ?    Equipes melhoram a comunicação;
   ?    Equipes fazem melhor uso dos recursos;
   ?    Equipes realizam tarefas que grupos comuns não podem fazer;
   ?    Equipes são mais criativas e eficientes na resolução de problemas;
   ?    Equipes significam decisões de alta qualidade;
   ?    Equipes significam melhores produtos e serviços;
   ?    Equipes significam processos melhorados;
   ?    Equipes permitem ás organizações misturar pessoas com diferentes tipos de
        conhecimento sem que essas diferenças rompam o tecido da organização.
       Outro ponto a ser considerado é a motivação das equipes que segundo
Mirshawka e Olmedo (1997, p. 08) é um dos principais problemas da manutenção. A
pouca satisfação pessoal na execução de suas funções, causada pela falta de
liberdade de apresentar e implantar idéias próprias ou pelo trabalho extremamente
chato, provoca uma queda no rendimento da manutenção e em uma má realização
dos trabalhos necessários.
       Portanto uma equipe homogênea, bem preparada e motivada é a base para o
bom funcionamento dos recursos humanos da manutenção e do aumento do seu
resultado global.


       2.1.5 Custos de manutenção.


       Leibel (2003) conceitua custo como: “todos os gastos, incorridos ou
potencialmente a incorrerem, realizados com um objetivo específico, normalmente,
para a obtenção de lucro”.
        Os custos de manutenção podem ser divididos em custos diretos e custos
indiretos segundo Pinto e Xavier (2001, p. 58).
       Os custos diretos são aqueles necessários para manter os equipamentos em
operação Neles se incluem: manutenção preventiva, inspeções regulares,
lubrificação, manutenção preditiva, custos de reparo e manutenções corretivas em
geral. O custo direto de manutenção compõe-se de custo de mão de obra direta
27
(mão de obra própria), custo de sobressalentes (aquisição de peças de reposição),
custo de materiais de consumo (óleos, graxas e produtos químicos) e custo de
serviço de terceiros.
       Os custos indiretos são aqueles relacionados com a estrutura gerencial e de
apoio administrativo, custos com análises e estudos de melhorias, engenharia de
manutenção, supervisão, e outros. Ainda incluem-se aquisição de ferramentas e
instrumentos de medição para acompanhamentos, amortização, depreciação,
iluminação, energia elétrica, dentre outros.


       2.1.6 Indicadores classe mundial.


       Tavares (1999, p. 82) descreve indicadores classe mundial como os
indicadores que possuem uma mesma forma de cálculo em todos os países. Os
indicadores classe mundial são seis, quatro focados em gestão dos equipamentos e
dois em gestão de custos.


          2.1.6.1       Indicadores de gestão.


   ?   TMEF (Tempo Médio Entre Falhas) ou MTBF (Mean Time Between Failures)


       Pinto e Xavier (2001, p. 102) definem TMEF como sendo o tempo médio de
bom funcionamento. Rosa (1999, p. 50) cita o TMEF como o tempo médio entre
falhas sucessivas de um item reparável, ou média aritmética dos tempos entre uma
falha e outra na mesma máquina, em um lote de máquinas ou uma instalação. O
TMEF é calculado como sendo a relação entre o tempo total de operação do
equipamento (T.op.) e o seu número de falhas totais (N), detectadas (equação 01).
Ainda podemos representar o TMEF como o inverso da taxa de falhas (?), do
equipamento (equação 02).
                                   T .op.
                TMEF ? MTBF ?                                            (Eq. 01).
                                     N


                                    1
                TMEF ? MTBF ?                                            (Eq. 02).
                                    ?
       Quanto maior o TMEF melhor é o resultado operacional.
28

   ?    TMPR (Tempo Médio Para Reparo) ou MTTR (Mean Time To Repair)


       Segundo Pinto e Xavier (2001, p. 102) o TMPR é o tempo médio sem produção
associado a falha. Rosa (1999, p. 59) mostra o TMPR como o tempo médio
necessário para reparar um item. Média aritmética dos tempos gastos nos reparos
de: uma máquina, lote de máquinas ou instalação. O TMPR é calculado pela razão
entre o tempo de intervenção corretiva, incluindo o tempo gasto no reparo e todas as
esperas que retardam a colocação do equipamento em funcionamento (T) pelo
número de falhas detectadas no período em questão (N) conforme equação 03.
Ainda o TMPR pode ser definido como o inverso da taxa de reparos ( ? ) (equação
04).
                                T
                TMPR ? MTTR ?                                              (Eq. 03).
                                N


                                1
                TMPR ? MTTR ?                                              (Eq. 04).
                                ?
       O TMPR depende da facilidade do equipamento ser mantido, da capacitação
profissional de quem faz a intervenção e das características de organização e
planejamento da manutenção. Quanto menor o TMPR melhor é o resultado para a
manutenção.


   ?    TMPF (Tempo Médio Para Falhar) ou MTTF (Mean Time To Failure).


   Mirshawka e Olmedo (1993, p. 253) conceituam o TMPF como o quociente do
tempo total de operação do item (T. op.) pelo número total de falhas (N) (equação
05).
                                T .op.
                TMPF ? MTTF ?                                              (Eq. 05).
                                  N
   A única diferença entre o TMEF e o TMPF é na sua utilização. O TMPF é
utilizado somente para itens não reparáveis (itens que quando falham são
substituídos) como, por exemplo, componentes (disjuntores e contatores). E o TMEF
é utilizado para itens reparáveis (motores e bombas).
29
    Rodrigues (2003, p. 51) mostra que como o TMPF é utilizado para itens não
reparáveis, o seu TMPR é zero. E o TMEF está associado ao TMPR por se tratar de
itens reparáveis. A Figura 03 mostra a relação entre esses indicadores.




 Operação




    Falha

                                                                                   Tempo
                                        TMEF                  TMPR




                                                 TMPF



                Figura 03 – Representação dos índices TMEF, TMPR e TMPF
                                  Fonte: adaptado de Tavares (1999, p. 84).


    ?       Disponibilidade (Avaliability)


            “ disponibilidade é a probabilidade do equipamento estar apto a produzir no
             A
momento em que é solicitado” (Rosa, 2000), sendo função da relação entre o tempo
de operação do equipamento e o tempo total disponível.
            Pinto e Xavier (2001, p. 101) conceituam a disponibilidade como a relação
entre o tempo em que o equipamento ou instalação ficou disponível para produzir
em relação ao tempo total. Ou ainda:


                             TMEF
   Disponibilidade ?                                                                   (Eq. 06).
                          TMEF ? TMPR


            Alguns fatores afetam a disponibilidade dos equipamentos. A freqüência de
manutenção          (confiabilidade)   e     a   facilidade   na   execução   da   manutenção
(manutenabilidade), que são incluídas nos equipamentos na fase de projeto
(Mishawka, 1993 p. 14).
30
       Com o advento de novas práticas de manutenção e a preocupação em
manter alta a disponibilidade dos equipamentos, os conceitos de confiabilidade e
manutenabilidade vêm se tornando cada vez mais importantes.
       Conforme a NBR 5462 apud Filho (2000, p. 82) “manutenabilidade (M(t)) é a
capacidade de um item ser mantido ou recolocado em condições de executar as
suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a
manutenção é executada sob condições determinadas e mediante procedimentos e
meios prescritos. O termo manutenabilidade é usado como uma medida do
desempenho de manutenabilidade”.

       Conforme Rosa (1999, p. 45) “ manutenabilidade é a probabilidade de um
                                    a
equipamento retornar a sua condição operacional com recursos de manutenção
determinados, dentro de um período de tempo especificado”.

       Para a manutenabilidade temos:

                         -t
                        TMPR
           M(t)= 1-e
                                                                               (Eq. 07).


     Nota-se que quanto menor o TMPR, maior é a manutenabilidade, ou seja,
menos     tempo     o    manutencionista   leva   para   colocar   o   equipamento   em
funcionamento, aumentando assim sua disponibilidade.
     A NBR 5462 apud Filho (2000, p. 27) cita que “confiabilidade é a capacidade de
um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante
um tempo. O termo confiabilidade é usado como medida de desempenho de
confiabilidade. Seu símbolo é R(t) (de reliability)”.

     Ao analisar a confiabilidade chegamos a seguinte equação:

                   -t
                  TMEF
        R(t)= e                                                                (Eq. 08)


     Quanto maior o TMEF maior é a confiabilidade dos equipamentos, ou seja,
menor é o tempo que o equipamento passa em manutenção, conseqüentemente
com um aumento da disponibilidade dos mesmos.
31
          2.1.6.2   Indicadores de custos.


   ?   Custo de Manutenção Por Faturamento (CMPF)


   É um indicador de fácil entendimento e fácil cálculo. É obtido pela razão entre o
custo total da manutenção (CTMN) pelo faturamento da empresa (F).


                        CTMN
               CMPF ?        x100                                          (Eq. 09).
                          F


   Filho (2000, p. 233) conceitua CTMN como o total de todos os custos e despesas
(custos diretos + custos indiretos) que o departamento de manutenção efetua.


   ?   Custo de Manutenção pelo Valor de Reposição (CMVR)


   Este indicador comumente é utilizado em equipamentos estratégicos, geralmente
máquinas gargalos ou equipamentos críticos, que do seu funcionamento depende,
por exemplo, o faturamento da empresa ou a qualidade dos produtos.
   Esse indicador é determinado pela relação entre o custo total de manutenção de
um determinado equipamento (CTMNe) e o valor de compra desse equipamento
(VLRP).


                        CTMNe
               CMVR ?         x100                                         (Eq. 10).
                         VLRP




       2.1.7 Tendência dos indicadores de manutenção brasileiros.


       A manutenção brasileira está passando por um momento de grande evolução
conforme mostra a tendência de evolução dos índices brasileiros de manutenção ,
em levantamento realizado nos últimos 3 anos (Tavares, 2001).
       Até o fim da década de 90 a manutenção representava um gasto de 6,5% a
8,0% do faturamento das empresas, em 1999 este valor representou 3,6% do
32
faturamento, devido principalmente a um maior decréscimo do valor do custo
manutenção do que ao aumento de produção (aumento do faturamento). Devido à
renovação do maquinário pelas empresas, comprovado pelos índices de idade
média dos equipamentos (cerca de 17 anos).
         O custo manutenção frente ao investimento em novos equipamentos alcançou
um valor entre 2,5% e 3,0% dos investimentos com tendências de baixa. Alguns
fatos contribuíram para a diminuição dos custos manutenção, principalmente a
diminuição drástica de níveis de estoque de manutenção, apresentando um
resultado satisfatório de três meses de rotatividade. Além disso, os índices de
manutenção corretiva vem diminuindo devido ao uso de novas técnicas de
gerenciamento de manutenção, acarretado pelo aumento do índice de manutenção
preventiva.
         Os indicadores de pessoal mostram que há uma tendência de diminuição, nos
últimos três anos, do efetivo de manutenção. O turn over (rotatividade de pessoal) da
manutenção, está regredindo devido a diminuição da oferta de emprego.
Lamentavelmente o nível do pessoal de manutenção vem diminuindo (1 pessoa com
nível superior para cada 10 manutentores) devido à desvalorização da mão de obra
qualificada, mostrando o aumento da mão de obra desqualificada (cerca de 30% do
efetivo total da manutenção).
         Os índices da gravidade e freqüência de acidentes têm diminuído
sensivelmente (redução de 50% para a taxa de freqüência e 30% para a gravidade
dos acidentes) mostrando a preocupação das empresas com a questão segurança.
         A evolução da manutenção repercute positivamente para a produção, pois a
partir de todos esses índices nota-se que há o aumento da disponibilidade das
máquinas funcionando cerca de 85% do tempo efetivo, diminuindo os custos de
produção.


   2.2     INTRODUÇÃO AO TPM


         2.2.1 Histórico do TPM.


         A TPM (Manutenção produtiva total) surgiu no Japão na indústria Nippon
Denso KK, integrante do grupo Toyota que recebeu em 1971 o prêmio PM (Prêmio
Deming) concedido a empresas que se destacaram na condução deste programa.
33
       A TPM derivou da manutenção preventiva criada nos Estados Unidos e
evoluiu até o processo conhecido atualmente.
       Em 1950, nos Estados Unidos, surge a manutenção preventiva e em 1954
evoluiu para a manutenção do sistema de produção, inicialmente adotada dentro do
conceito de que as intervenções sendo adequadas evitariam as falhas e
melhorariam o desempenho e a vida útil das máquinas. Ainda nos Estados Unidos,
em 1957, surge a manutenção corretiva com incorporação de melhorias, que criava
facilidades nos equipamentos, objetivando facilidades na aplicação de manutenções
preventivas, aumentando a confiabilidade.
       Na década de 60 surge a prevenção de manutenção, que incorporava ao
projeto das máquinas o conceito da não necessidade da manutenção, ou seja,
eliminar a necessidade de certas intervenções dentro do projeto. A engenharia da
confiabilidade e a engenharia econômica também surgiram nesta época.
       Nos anos 70, surge a Logística e a Terotecnologia. Em 1971 a Nippon Denso
inicia seu projeto de TPM, baseado nas teorias norte-americanas de manutenção
preventiva.
       Na década de 80, a TPM foi aperfeiçoada pelo JIPM (Japan Institute of Plant
Maintenance) e chegou ao Brasil em 1986 (Pinto, 2001 p. 180).
       A partir de então, a TPM tem sido bastante implementada na indústria
brasileira, buscando os resultados que essa ferramenta atingiu no Japão.


       2.2.2 Conceitos de TPM.


       Nakajima (1989, p. 11) conceitua o TPM como uma estrutura onde haja a
participação de todos os níveis da empresa, desde a alta direção até o operador, é a
prevenção da manutenção com a participação de todos.
       Para Guilherme (2000 p. 10), a TPM pode ser definido através de 5 pequenos
conceitos:
   ?   Criar uma postura dentro da empresa, que busque ilimitadamente a eficiência
       do sistema de produção;
   ?   Criar um sistema que previna qualquer tipo de perda, tanto no local, quanto
       no objeto, para alcançar o zero defeito, o zero refugo, a zero quebra e o zero
       acidente;
   ?   Participação de todos os departamentos;
34
   ?   Envolvimento de todos os colaboradores, desde a diretoria até a 1ª linha de
       operadores;
   ?   Alcançar a zero perda, através de atividades de pequenos grupos.


       Basicamente a TPM é um sistema de manutenção com a participação de
todos, objetivando a melhoria da eficiência dos equipamentos e a responsabilização
de todos sobre a manutenção dos bens produtivos.


       2.2.3 Objetivos do TPM.


       O objetivo principal da TPM é atingir a eficiência global do equipamento, para
isso é necessária a eliminação das perdas que a prejudicam. De acordo com Pinto e
Xavier (2001, p. 182) as perdas na visão do TPM são seis e conceituadas como
grandes perdas, conforme mostra a figura 6.


          As 6 Grandes Perdas           Causa da Perda               Influência
         1. - Quebras
                                     Perda por paralisação      Tempo de operação
         2. - Mudança de linha
         3. -Operação em vazio e
         pequenas paradas
                                      Perda por queda de         Tempo efetivo de
         4. - Velocidade reduzida         velocidade                operação
         em relação à nominal

         5. -Defeitos de produção
                                                                 Tempo efetivo de
                                       Perda por defeitos
                                                                    produção
         6. -Queda de rendimento


                           Figura 04 – As 6 grandes perdas
                          Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 182).


       Mirshawka e Olmedo (1993, p. 60) citam que essas 6 grandes perdas são
bastante significativas no processo produtivo, e atacando-as, realmente seremos
capazes de melhorar o rendimento operacional global do equipamento.
       Outro objetivo da TPM é promover uma cultura na qual os operadores se
sintam responsáveis pelas suas máquinas, aprendendo muito mais sobre eles e
35
possam    se   concentrar               nos          diagnósticos                      de       problemas       e   sugestões de
aperfeiçoamento do equipamento.


      2.2.4 Pilares do TPM.


      Segundo Rodrigues (2003, p. 45), a definição dos pilares a serem adotados,
depende da filosofia que a empresa que irá implantar possui, adaptando assim, os
pilares às necessidades atuais da empresa.
      Dias (2001) define como sendo cinco os pilares necessários para a
implantação do TPM (figura 05).




                                                                      TPM



                                                                                                                    Gestão e cultura (TPM)
                                                                      Indicadores e estrutura
                                               Manutenção planejada
                  Resgate do posto de




                                                                                                  Treinamento
                                                                                                  operacional
                       trabalho




                                                                             de apoio




                       I                          II                          III                     IV             V
                                   Figura 05 – Os cinco pilares da TPM
                                              Fonte: adaptado de Dias (2001).


      Porém a estrutura mais comumente utilizada é a proposta pelo JIPM, com oito
pilares básicos, citados por Pinto e Xavier (2001, p. 185) e Guilherme (2000, p. 14).
36



                                                                               TPM

                            Manutenção Autônoma

                                                       Manutenção Planejada




                                                                                                                                            Segurança e Meio
          Melhoria Focada




                                                                                            Controle Inicial

                                                                                                               Manutenção da
                                                                              Treinamento




                                                                                                                               TPM Office
                                                                                                                Qualidade




                                                                                                                                               Ambiente
          I                 II                         III                    IV            V                    VI            VII VIII
                                              Figura 06 – Os oito pilares básicos da TPM
                                                  Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 185).


?   Melhoria focada - reduzir os problemas para melhorar a eficiência do
    equipamento;
?   Manutenção autônoma - sistemática de manutenção espontânea para o
    operador, é a conscientização da filosofia da TPM;
?   Manutenção planejada - as equipes de manutenção tem como atividade,
    além da manutenção, análise das falhas, melhorias na eficiência da
    manutenção e aumento da disponibilidade dos equipamentos;
?   Treinamento - atividades voltadas para evolução profissional e educacional
    dos operadores e manutentores;
?   Controle inicial - interação entre as áreas de planejamento, projeto,
    produção e manutenção. Atividades para eliminar problemas desde a
    especificação do equipamento até a sua operação;
?   Manutenção da qualidade - produtos de boa qualidade garantidos por uma
    manutenção de qualidade, assegurando o zero defeito;
37
   ?           TPM Office - envolvimento e gestão de todos os processos administrativos
               essenciais ao apoio das atividades operacionais e de manutenção;
   ?           Segurança e meio ambiente - garantir o índice zero para acidentes graves,
               eliminação das condições inseguras, baixo absenteísmo e zero agressões ao
               meio ambiente.


               2.2.5 Implantação da TPM.


              A sistemática de implantação da TPM, geralmente obedece à estrutura de
doze fases separadas em preparação e implementação, apresentadas a seguir:

       Fase                           Nº                     Etapa                                     Ações
                                                                                       - Divulgação da TPM em todas as
       Preparação para a introdução




                                              Comprometimento da alta direção          áreas da empresa;
                                          1
                                              em implantar a filosofia TPM.            - Divulgação em boletins internos da
                                                                                       empresa.
                                              Campanha     de   divulgação   e         - Seminários dirigidos a gerentes e
                 da TPM




                                          2   treinamento para a introdução da         supervisores;
                                              TPM.                                     - Treinamento dos operadores.
                                                                                       - Definição da equipe ou comissão de
                                          3   Estrutura para implantação da TPM.
                                                                                       implantação.
                                                                                       -Escolha de metas e objetivos a serem
                                          4   Definição de objetivos e metas.
                                                                                       alcançados.
                                              Elaboração do plano diretor para a       -Detalhamento      do    plano     de
                                          5
                                              implantação da TPM.                      implantação em todos os níveis.
       Aplicação
       Início da




                                                                                       -Convites a clientes, fornecedores e
                                          6   Início do programa de TPM.
                                                                                       empresas contratadas.


                                              Melhorias   em        máquinas       e   -Definição de equipamento piloto e
                                          7
                                              equipamentos.                            equipe de trabalho.
                                                                                       -Implementação       da      manutenção
                                              Estruturação     da     manutenção       autônoma por etapas, de acordo com o
                                          8
                                              autônoma.                                programa;
                                                                                       -Auditoria de cada etapa.
              Implementação




                                                                                       -Condução da manutenção preditiva;
                                              Estruturação    da    manutenção
                                      9                                                -Gestão        de         sobressalentes,
                                              programada pela manutenção.
                                                                                       ferramentas, desenhos e documentos.
                                                                                       -Treinamento do pessoal de produção;
                                                                                       -Treinamento      do       pessoal    de
                                      10      Treinamento e capacitação.               manutenção;
                                                                                       -Formação de líderes;
                                                                                       -Educação de todo o pessoal.
                                              Estruturação do controle da fase         -Gestão do fluxo inicial;
                                      11      inicial    de   operação     dos         -LCC (Life Cycle Cost)
                                              equipamentos.
38

    Fase                   Nº                 Etapa                                    Ações

         Consolidação

                                 Realização   da    TPM     e    seu   -Candidatura ao prêmio Deming (PM);
                          12
                                 aperfeiçoamento                       Busca de objetivos mais ambiciosos.




                                Quadro 3 - As 12 fases para a implantação da TPM
                                       Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 187).


           Seguindo essa metodologia, a estimativa média de implementação da TPM é
de 3 a 6 meses, e de 2 a 3 anos para o início do estágio de consolidação.


   2.3                  POR QUE A TPM NÃO DÁ CERTO.


         Segundo Pinto e Xavier (2001, p. 188), o principal problema para a evolução
da TPM em boa parte da indústria nacional é o abandono após o alcance de alguns
bons resultados. O ciclo geralmente segue a implantação, o crescimento, o
abandono e o declínio. Então o projeto é retomado, o ciclo se torna repetitivo e a
cada retomada, mais difícil é o seu crescimento pois se instala um sentimento de
descrença no pessoal.
         Ribeiro (2001, p. 36-37), aponta distorções que podem acarretar em um mau
funcionamento da TPM.


         2.3.1 A implantação não ocorre no sentido “Top down”.


           Os fundamentos da TPM são passados apenas para as pessoas a partir da
média gerência, se esquece de partir da alta direção. A alta direção deve assumir o
comando da TPM e medir as metas de produção, qualidade e custos.
39

         2.3.2 A responsabilidade da TPM é somente da manutenção.


         Geralmente associa-se a TPM como uma ferramenta somente de
manutenção, porém todas as outras áreas da empresa devem participar da
implantação e gestão da TPM.
         O retorno do investimento à implantação da TPM não está efetivamente
ocorrendo, pois não se dá a devida priorização, não se tem o domínio adequado do
conteúdo e não se planeja a real dimensão de esforços para as respectivas
consolidações, ou seja, a maioria das empresas que falam estar implantando TPM,
na prática não estão.


   2.4     FERRAMENTAS BÁSICAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA TPM.


         Para que a TPM atinja os objetivos e metas traçadas no plano de
implementação, é importante que uma série de outras ferramentas de produtividade
e qualidade esteja, ou seja, implementada. Algumas ferramentas importantes são:


         2.4.1 House Keeping 5S.


         A expressão House Keeping (cuidar da casa) é utilizada no Japão para
designar cinco técnicas específicas utilizadas pelas donas de casa japonesas, para
administrar o seu lar e, ao mesmo tempo ensinar aos membros da família a se
tornarem responsáveis pela limpeza e organização doméstica.        No       final        da
década de 60 o House Keeping passou a ser considerado pelas indústrias
japonesas como fator decisivo para a implantação das técnicas da qualidade total.
         No ocidente, por questões culturais, as técnicas de House Keeping tiveram
dificuldades na sua disseminação. Daí a razão de tais técnicas serem hoje
conhecidas e difundidas como 5S, numa analogia as letras iniciais da designação de
cada uma delas.
         O 5S é um método simples e prático para:
   •     Aumentar a eficiência e a produtividade das equipes de trabalho;
   •     Obter um local de trabalho ordenado, limpo e saudável;
40
   •   Propiciar uma revolução dos ambientes físicos de trabalho, melhorando-os
       continuamente;
   •   Eliminar desperdícios;
   •   Criar o ambiente propício para as melhorias contínuas por toda a empresa
       (Kaizen).


       Segundo Osada (1992, p. 25-166) os 5S são os seguintes:


       1º S - Seiri (Sorting) - Organizar.


       Organizar as coisas significa colocá-las em ordem de acordo com regras ou
princípios específicos.
       Na linguagem do 5S significa distinguir o necessário do desnecessário, tomar
as decisões difíceis e implementar o gerenciamento pela estratificação, para livrar-se
do desnecessário.
       Nesse caso a ênfase está no gerenciamento pela estratificação e em ocupar-
se das causas para eliminar o desnecessário impedindo que se transformem em
problemas.


       2º S - Seiton (Systematizing) - Arrumar.


       Arrumar significa colocar as coisas nos lugares certos ou dispostos de forma
correta, para que possam ser usadas prontamente. É uma forma de acabar com a
procura de objetos.
       Nesse caso a ênfase está no gerenciamento funcional e no fim da procura de
objetos. Depois que tudo estiver no lugar certo, ou seja, funcionalmente arrumado de
forma a garantir a qualidade e a segurança, seu local de trabalho estará em ordem.
41
       3º S - Seiso (Sweeping) - Limpeza.


       Limpar para que tudo fique limpo. Significa acabar com o lixo, a sujeira e tudo
o que for estranho, até tudo ficar limpo. Limpeza é uma forma de inspeção.
       Nesse caso, a ênfase está na limpeza como forma de inspeção, no asseio e
na criação de um local de trabalho impecável.
       Embora o significado óbvio da palavra limpeza seja eliminar o lixo e a sujeira
e deixar tudo limpo, ele tem se tornado cada vez mais importante. Com as
tecnologias de maior qualidade, maior precisão e melhor processamento, até os
pequenos detalhes podem ter conseqüências vitais. Por isso, é muito importante ser
persistente na sua determinação de fazer uma limpeza geral.


       4º S - Seiketsu (Sanitizing) - Padronização.


       Padronizar significa manter a organização, a arrumação e a limpeza contínua
e constantemente. Como tal abrange tanto a limpeza pessoal quanto à limpeza do
ambiente.
       A ênfase se está no gerenciamento visual e na padronização das atividades
de 5S. A inovação e o gerenciamento visual são utilizados para atingir e manter
condições padrão, permitindo que você aja sempre com rapidez.


       5º S - Shitsuke (Self Discipline) - Disciplina.


       Disciplina significa treinamento e capacidade de fazer o que se deseja,
mesmo quando é difícil. No 5S significa criar (ou ter) a capacidade de fazer as coisas
como deveriam ser feitas.
       A ênfase está na criação de um local de trabalho com bons hábitos e
disciplina. Ensinando a todos o que precisa ser feito e oferecendo treinamento, é
possível acabar com os maus hábitos e inserir bons. As pessoas acostumam-se a
criar e seguir regras.
42


      2.4.2 FMEA – (Failure Mode and Effect Analysis).


      A metodologia FMEA, traduzida no português como Análise do Tipo e Efeito
de Falha, é uma ferramenta que busca evitar que ocorram falhas no projeto do
produto ou do processo.
      Por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria,
detectamos as falhas antes que se produza uma peça e/ou produto, buscando o
aumento na confiabilidade do sistema.
      A metodologia FMEA esteve à disposição do mercado há muito tempo, a
maioria dos inventores e peritos de processo tentaram antecipar o que poderia
ocorrer erradamente com o sistema antes de ele ser implantado. Somente em 1940
a ferramenta foi formalmente introduzida, usada no desenvolvimento aeroespacial
para evitar erros nos tamanhos das amostras pequenos foguetes.
      Uso da metodologia foi incentivado em 1960 para o desenvolvimento de
projetos produtos espaciais para levar o homem a Lua. E em 1970 a Ford Motor
Company , empresa americana, utilizou desta técnica para a melhoria de sua
produção (2003)
      A norma QS 9000 especifica o FMEA como um dos documentos necessários
para um fornecedor submeter uma peça/produto à aprovação da montadora. Este é
um dos principais motivos pela divulgação desta técnica. Deve-se, no entanto
implantar o FMEA em uma empresa, visando-se os seus resultados e não
simplesmente para atender a uma exigência da montadora.
      Capaldo, Guerreiro e Rozenfeld (2003) resumem a metodologia FMEA da
seguinte maneira:


          2.4.2.1   Tipos de FMEA.


       A FMEA pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projeto do produto
como do processo. As etapas e a maneira de realização da análise são as mesmas,
ambas diferenciando-se somente quanto ao objetivo. Assim as análises FMEA´s são
classificadas em dois tipos:
43
   ?   FMEA DE PRODUTO: na qual são consideradas as falhas que poderão
       ocorrer com o produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta
       análise é evitar falhas no produto ou no processo decorrentes do projeto. É
       comumente denominada também de FMEA de projeto.
   ?   FMEA DE PROCESSO: são consideradas as falhas no planejamento e
       execução do processo, ou seja, o objetivo desta análise é evitar falhas do
       processo, tendo como base às não conformidades do produto com as
       especificações do projeto.


       Existe ainda um terceiro tipo, que é o FMEA de procedimentos
administrativos, muito pouco aplicados. Nele analisam-se as falhas potenciais de
cada etapa do processo. Isto com o mesmo objetivo que as análises anteriores, ou
seja, diminuir os riscos de falha.


          2.4.2.2    Aplicação da FMEA.


       A aplicação da FMEA é de vasta área, mas pode se destacar estas
aplicações:
   ?   Para diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos
       produtos ou processos;
   ?   Para diminuir a probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não
       tenham ocorrido) em produtos/processos já em operação;
   ?   Para aumentar a confiabilidade de produtos ou processos já em operação por
       meio da análise das falhas que já ocorreram;
   ?   Para diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos
       administrativos.


          2.4.2.3    Funcionamento básico.


       O princípio da metodologia é o mesmo independente do tipo de FMEA e a
aplicação, ou seja, se é FMEA de produto, processo ou procedimento e se é
aplicado para produtos/processos novos ou já em operação. A análise consiste
basicamente na formação de um grupo de pessoas que identificam para o
produto/processo em questão suas funções, os tipos de falhas que podem ocorrer,
44
os efeitos e as possíveis causas desta falha. Em seguida são avaliados os riscos de
cada causa de falha por meio de índices e, com base nesta avaliação, são tomadas
as ações necessárias para diminuir estes riscos, aumentando a confiabilidade do
produto/processo.
       Para aplicar-se a análise FMEA em um determinado produto/processo, forma-
se um grupo de trabalho que irá definir a função ou característica daquele
produto/processo. Este grupo irá relacionar todos os tipos de falhas que possam
ocorrer, descrever para cada tipo de falha suas possíveis causas e efeitos.
Relacionar as medidas de detecção e prevenção de falhas que estão sendo ou já
foram tomadas. Para cada causa de falha atribuir índices para avaliar os riscos e por
meio destes riscos, discutir medidas de melhoria.


          2.4.2.4   Etapas para a aplicação.


          a) Planejamento.


       Esta fase é realizada pelo responsável pela aplicação da metodologia e
compreende:
   ?   Descrição dos objetivos e abrangência da análise: em que identifica-se
       qual(ais) produto(s)/processo(s) será(ão) analisado(s);
   ?   Formação dos grupos de trabalho: em que define-se os integrantes do grupo,
       que deve ser preferencialmente pequeno (entre 4 a 6 pessoas) e
       multidisciplinar (contando com pessoas de diversas áreas como qualidade,
       desenvolvimento e produção);
   ?   Planejamento das reuniões: as reuniões devem ser agendadas com
       antecedência e com o consentimento de todos os participantes para evitar
       paralisações;
   ?   Preparação da documentação (ver na figura 3 a documentação necessária).
45
             b) Análise de Falhas em Potencial.


       Esta fase é realizada pelo grupo de trabalho que discute e preenche o
formulário       FMEA       de   acordo     com       os   passos   que   seguem.
Tipo(s) de falha(s) potencial(is) para cada função:
   ?   Efeito(s) do tipo de falha;
   ?   Causa(s) possível(eis) da falha;
   ?   Controles atuais.


             c) Avaliação dos Riscos.


       Nesta fase são definidos pelo grupo os índices de Severidade (S), Ocorrência
(O) e Detecção (D) para cada causa de falha, de acordo com critérios previamente
definidos (um exemplo de critérios que podem ser utilizados é apresentado nas
tabelas abaixo, mas o ideal é que a empresa tenha os seus próprios critérios
adaptados a sua realidade específica). Depois são calculados os coeficientes de
Prioridade de Risco (R), por meio da multiplicação dos outros três índices.
       Quando o grupo estiver avaliando um índice, os demais não podem ser
levados em conta, ou seja, a avaliação de cada índice é independente. Por exemplo,
se estamos avaliando o índice de severidade de uma determinada causa cujo efeito
é significativo, não podemos colocar um valor mais baixo para este índice somente
porque a probabilidade de detecção seja alta.


             d) Melhoria.


       Nesta fase o grupo, utilizando os conhecimentos, criatividade e até mesmo
outras técnicas como brainstorming, lista todas as ações que podem ser realizadas
para diminuir os riscos. Estas medidas podem ser:
   ?   Medidas de prevenção total ao tipo de falha;
   ?   Medidas de prevenção total de uma causa de falha;
   ?   Medidas que dificultam a ocorrência de falhas;
   ?   Medidas que limitem o efeito do tipo de falha;
   ?   Medidas que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de
       falha.
46

       Estas medidas são analisadas quanto a sua viabilidade, sendo então
definidas as que serão implantadas. Uma forma de se fazer o controle do resultado
destas medidas é pelo próprio formulário FMEA por meio de colunas que onde ficam
registradas as medidas recomendadas pelo grupo, tais como: nome do responsável
e prazo, medidas que foram realmente tomadas e a nova avaliação dos riscos.


          e) Continuidade.


       O formulário FMEA é um documento “vivo” ou seja, uma vez realizada uma
                                              ,
análise para um produto/processo qualquer esta deve ser revisada sempre que
ocorrerem alterações neste produto/processo específico. Além disso, mesmo que
não haja alterações, deve-se regularmente revisar a análise confrontando as falhas
potenciais imaginadas pelo grupo com as que realmente vem ocorrendo no dia-a-dia
do processo e uso do produto. Permitindo assim a incorporação de falhas não
previstas, bem como a reavaliação com base em dados objetivos e das falhas já
previstas pelo grupo.


          f) Importância.


       A metodologia FMEA é importante porque pode proporcionar para a empresa:
   ?   Uma forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos
       produtos/processos;
   ?   Melhor conhecimento dos problemas nos produtos/processos;
   ?   Ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e
       devidamente monitoradas (melhoria contínua - Kaizen);
   ?   Diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas;
   ?   O benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de
       falhas, a atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a
       satisfação dos clientes.
47

       2.4.3 EAG (Equipe Auto Gerenciável).


       Com a globalização veio também a competitividade e a constante busca por
melhores   índices,   exigindo    uma   reformulação   nos   conceitos   antigos    de
especialização e habilidades da mão de obra. Atividades que eram feitas por uma
especialidade passaram a ser executadas, também, por outras especialidades, com
a mesma qualidade e, sempre em nome da qualidade e rapidez do serviço.
       A denominação “Equipes Auto-Gerenciáveis” vem da tradução do termo em
inglês “Self-Managing Work Groups” Segundo Pearce e Ravlin (1987, p. 40) esta
                                  .
denominação enfatiza a característica de um grupo de trabalho de atuar na
regulação de uma grande série de fatores que afetam a organização do trabalho
dentro da empresa, como assuntos internos abrangendo desde a seleção dos
membros até a escolha do líder.
       As empresas buscam:
   ?   Equipes enxutas;
   ?   Domínio tecnológico – qualificação;
   ?   Multi-especialização;
   ?   Menor número de especialidades envolvidas.


       Lannes (1998) resumiu os critérios que caracteriza a EAG:
   ?   Vários trabalhadores, em uma unidade de produção limitada, espacial e
       organizacionalmente, compartilham uma tarefa comum que é dividida em
       sub-tarefas, e assumem responsabilidade compartilhada a longo termo;
   ?   Os membros desta unidade, o “grupo de trabalho” coletivamente determinam
                                                      ,
       (auto-regulação coletiva) com relativamente um alto grau de autonomia, a
       coordenação da seqüência do trabalho e alocação de trabalhos e tarefas
       dentro da unidade de produção assim como a regulação input/output
       (manutenção de fronteiras);
   ?   Cada membro pode executar uma variedade de sub-tarefas (multi-
       funcionalidade) e o faz dependendo da necessidade;
   ?   Inerente a este conceito está o princípio de enriquecimento de funções (“job
       enrichment” onde é destinado ao grupo diferentes funções, como
                  )
48
       planejamento da produção e controle ou garantia da qualidade; isto permite
       que cada membro execute tarefas desafiadoras.
       A Equipe Auto Gerenciável é constituída de no máximo 25 operadores que
trabalham:
   ?   Sobre um setor geograficamente determinado;
   ?   Numa mesma faixa horária;
   ?   Sobre um mesmo produto, processo ou parte do processo ou para um mesmo
       cliente;
   ?   São constituídas de um núcleo estável e equilibrado de operadores que se
       reportam a um responsável da EAG e utilizam as funções suportes.
   ?   O trabalho em equipe, embora não seja uma tradição, tem recebido grande
       atenção nos últimos anos como a grande saída para a produtividade e
       satisfação das pessoas.


       2.4.4 Kaizen – Melhoria Contínua.


       ‘
       Kai’significa, em japonês, mudança e 'zen' para melhor. Da junção nasceu a
estratégia minuciosa de melhorias graduais implementadas continuamente, que os
japoneses creditam como o fundamento do seu milagre industrial do pós-guerra.
       IMAI (1986) colou uma série de inovações de gestão japonesas, até ali
olhadas separadamente, debaixo do que ele chama um “guarda chuva” figura 07.
                                                                 ,
No 'kaizen' abrigam-se práticas que vêm desde os anos 50, como o “just in time”
iniciado na Toyota por Taiichi Ohno ou o controle da qualidade total esquematizado
por gurus japoneses, como Kaoru Ishikawa, que bebeu na fonte dos conceitos da
qualidade importados para o Japão pelos americanos Deming e Juran nos anos 60.
49




           ?   Orientação para o               ?   Kanban
               consumidor                      ?   Melhoramento da
           ?   TQC (Controle Total                 Qualidade
               da Qualidade)                   ?   “Just in Time”
           ?   CCQ (Círculos de                ?   Zero defeitos
               Controle de                     ?   Atividades em grupos
               Qualidade)                          pequenos
           ?   Sistema de                      ?   Relações cooperativas
               Sugestões                           entre administração e
           ?   Automação                           mão-de-obra
           ?   Disciplina no local             ?   Desenvolvimento de
               de trabalho                         novos produtos
           ?   TPM




               Figura 07 – Guarda chuva do Kaizen proposto por IMAI
                                      Fonte: IMAI (1986)


     A filosofia do Kaizen afirma que o nosso modo de vida seja no trabalho, na
sociedade ou em casa, merece ser constantemente melhorado. Efetivamente a
crença de que deve haver um melhoramento interminável está profundamente
entranhada na mentalidade japonesa.
     Basicamente, fazer o Kaizen é motivar para melhorar. É trabalhar
verdadeiramente em equipe e resolver os problemas comuns. É acrescentar
entusiasmo a qualquer tarefa por mais rotineira que seja.
       Os 10 mandamentos do Kaizen segundo o Rodrigues (2003):
   1º. O desperdício ('muda' em japonês) é o inimigo público nº1, para o eliminar é
       preciso sujar as mãos;
   2º. Melhorias graduais feitas continuadamente, não é ruptura pontual;
   3º. Toda a gente tem de estar envolvida, quer gestores do topo e intermédios,
       quer pessoal de base, não é elitista;
50
   4º. Assenta numa estratégia barata, acredita num aumento de produtividade sem
      investimentos significativos, não aplica somas astronômicas em tecnologia e
      consultores;
   5º. Aplica-se em qualquer lado, não serve só para os japoneses;
   6º. Apóia-se numa total transparência de procedimentos, processos e valores,
      torna os problemas e os desperdícios visíveis aos olhos de todos;
   7º. Focaliza a atenção no local onde se cria realmente valor ('gemba' em
      japonês);
   8º. Orienta-se para os processos;
   9º. Dá prioridade às pessoas; acredita que o esforço principal de melhoria deve
      vir de uma nova mentalidade e estilo de trabalho das pessoas (orientação
      pessoal para a qualidade, trabalho em equipa, cultivo da sabedoria, elevação
      do moral, autodisciplina, círculos de qualidade e prática de sugestões
      individuais ou de grupo);
   10º. O lema essencial da aprendizagem organizacional é aprender fazendo.


      Em outras palavras, melhoria contínua é tudo aquilo que se faz e que agrega
valor, ou seja, acrescenta valor ao produto e/ou serviço e ao processo. Um exemplo
de melhoria que agrega valor é o canivete suíço: seu fabricante percebeu os usos
“inadequados” (abrir garrafas, apertar parafusos, sacar rolhas) que os usuários
faziam dos canivetes comuns, e acrescentou abridor de garrafas, chave de fenda e
saca-rolhas, entre outras coisas, ao seu produto, tornando-o um sucesso de vendas.
A idéia é que, se continuarmos a fazer as coisas sempre da mesma forma, não
haverá progresso. Deve haver, então, um clima que encoraje as pessoas a propor
pequenas mudanças, visando sempre ao cliente, e que, somadas, vão ser a
revolução dentro da empresa. As pessoas devem ser reconhecidas por seus
esforços, seu interesse, sua dedicação. Dentro desse conceito, nenhum dia deve se
passar sem que se tente realizar algum aprimoramento.
      Outra característica do kaizen é se apoiar em sugestões do pessoal que “põe
a mão na massa” Ela incentiva as pessoas a apresentarem soluções para os
               .
problemas operacionais mais simples que surgem na produção. Afinal, é muito mais
fácil fazer alguma criada pelos próprios operadores, do que aceitar uma ordem que
vem de cima e que, nem por isso, pode representar a melhor solução. E as melhores
soluções vêm dos que convivem com o problema.
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Analise estrutural para implantar a tpm

  • 1. Ministério da Educação Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Projeto Final de Graduação ANÁLISE DE INDICADORES ESTRUTURAIS PARA IMPLANTAÇÃO DA TPM CELSO HIROSHI OGATA CRISTIAN ZENI GISELLE CRISTINA TERÇARIOL Projeto final de graduação em Engenharia Industrial Elétrica com ênfase em Eletrotécnica do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Prof. M.Sc. Marcelo Rodrigues CURITIBA 2003
  • 2. AGRADECIMENTOS Este trabalho é dedicado primeiramente aos nossos familiares e amigos que entenderam durante 2 anos, a importância do tempo dedicado a execução deste. Agradecemos e dedicamos ainda a algumas pessoas que colaboraram muito com a finalização deste trabalho: 1. Em especial ao nosso professor orientador Marcelo Rodrigues, que durante toda a execução acompanhou e indicou os caminhos para a melhoria contínua deste trabalho; 2. Ao pessoal da FAURECIA Bancos para Automoveis Ltda: ? Mauro Bessa (Gerente de Manutenção); ? Araken de Paula Jr. (Diretor Fábrica Quatro Barras); ? Marcelo Silvano (Diretor Industrial); ? E a todo pessoal envolvido com o processo de implantação desta metodologia de trabalho, principalmente a equipe de manutenção que muito colaborou com a implantação.
  • 3. RESUMO Como um dos frutos da globalização, a competitividade do mercado gerou a procura pela redução dos custos dos processos produtivos. A TPM, assim como vários sistemas para a melhoria de produtividade, tornou-se uma ferramenta muito útil para as empresas que buscam a redução de custos de manutenção. A implantação frenética e sem nenhuma preocupação com a filosofia empresarial embutida nesta ferramenta, trouxe conseqüências desastrosas para muitas empresas. Frustrando desta maneira seus colaboradores, que passam a desacreditar em qualquer outra proposta de mudança. Este trabalho analisa as condições iniciais necessárias, através de um estudo de caso, para a implantação da TPM de maneira consistente. Iniciando-se por um diagnóstico da situação anterior da empresa, a elaboração de proposta de melhoria para a estrutura básica para a TPM, a implantação destas melhorias e os resultados alcançados. No trabalho evidenciam-se os ganhos obtidos pela empresa, quando comparado a situação anterior com a atual. Apesar deste trabalho ser um estudo de caso, o mesmo pode ser utilizado como referência para outras empresas que pretendem ou estão implementando a TPM. Com uma avaliação criteriosa é possível responder a esta importante pergunta: sua empresa tem TPM ou pensa que tem?
  • 4. ABSTRACT As one of the results of the globalization, the competitiveness of the market generated the search for the reduction of the costs of the productive processes. The TPM, as well as some systems for the productivity improvement, became a very useful tool for the companies who search the reduction of maintenance costs. The frantic implantation and without no concern with the business philosophy of this tool, brought disastrous consequences for many companies. Frustrating in this way its collaborators, who start to discredit in any another proposal of change. This work analyzes the necessary initial conditions, through a study of case, for the implantation of the TPM in consistent way. Initiating itself for a diagnosis of the previous situation of the company, the elaboration of proposal of improvement for the basic structure for the TPM, the implantation of these improvements and the results reached. In the work the profits gotten for the company are proven, when compared the previous situation with the current one. Despite this work being a case study, it can be used as reference for other companies who intend or are implementing the TPM. With a strict evaluation it is possible to answer to this important question: its company has TPM or thinks that it has?
  • 5. LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Cronograma de trabalho........................................................................ 17 Figura 02 – Percentual do efetivo de manutenção em relação ao total de empregados da empresa................................................................................... 25 Figura 03 – Representação dos índices TMEF, TMPR e TMPF............................... 29 Figura 04 – As 6 grandes perdas.............................................................................. 34 Figura 05 – Os cinco pilares da TPM........................................................................ 35 Figura 06 – Os oito pilares básicos da TPM ............................................................. 36 Figura 07 – Guarda chuva do Kaizen proposto por IMAI.......................................... 49 Figura 08 – Fluxograma............................................................................................ 59 Figura 09 – Organograma do departamento de manutenção................................... 63 Figura 10 – Cumprimento do plano de preventiva. ................................................... 64 Figura 11 – Número de corretivas. ........................................................................... 65 Figura 12 – Algoritmo de determinação de criticidade.............................................. 78 Figura 13 – Instrução de 1º nível .............................................................................. 81 Figura 14 – Diário de bordo ...................................................................................... 83 Figura 15 – Cronograma de adequação do sistema................................................. 85 Figura 16 – Fluxograma de adequação do sistema.................................................. 86 Figura 17 – Fluxograma de implantação do quadro gestão a vista ......................... 91 Figura 18 – Quadro gestão a vista............................................................................ 91 Figura 19 – Parte frontal do cartão. .......................................................................... 94 Figura 20 – Parte traseira do cartão. ........................................................................ 94 Figura 21 – Fluxograma de funcionamento do quadro ............................................. 96 Figura 22 – Gráfico de meta preventiva x preventiva realizada.............................. 100 Figura 23 – Gráfico comparativo de meta preventiva x preventiva realizada ......... 101 Figura 24 – Gráfico de intervenções corretivas ...................................................... 102 Figura 25 – Gráfico comparativo de intervenções corretivas.................................. 102 Figura 26 – Meta do índice de corretivas para os próximos 12 meses................... 103 Figura 27 – Gráfico de saídas do almoxarifado – reposição................................... 104 Figura 28 – Gráfico comparativo de saídas do almoxarifado – reposição .............. 104
  • 6. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Evolução da manutenção ....................................................................... 19 Quadro 2 - Conceitos de manutenção. ..................................................................... 24 Quadro 3 - As 12 fases para a implantação da TPM ................................................ 38 Quadro 4 – Análise de criticidade da empresa ......................................................... 78
  • 7. LISTA DE ABREVIATURAS ABRAMAM – Associação Brasileira de Manutenção CCQ – Círculos de Controle de Qualidade CMNTe – Custo Total de Manutenção de um determinado equipamento CMPF – Custo de Manutenção Por Faturamento CMVR – Custo da Manutenção pelo Valor de Reposição CTMN – Custo Total da Manutenção EAG – Equipe Auto Gerenciável EUA – Estados Unidos da América F – Faturamento da empresa FE - Ferramentaria FMEA – Análise do Tipo e Efeito de Falha FQ – Freqüência de quebra GM - General Motors ISO 14000 – Norma de qualidade para meio ambiente JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance - Instituto Japonês de Manutenção de Industrial JIT – Just in Time LB – Lubrificação LCC – Life Cycle Cost – Custo do Ciclo de vida LER – Lesão por Esforços Repetitivos M(t) – Mantenabilidade ME – Manutenção Elétrica MM – Manutenção Mecânica MTBF – Mean Time Betwenn Failures – Tempo Médio Entre Falhas MTTF – Mean Time To Failure – Tempo Médio Para Falhar MTTR – Mean Time To Repair – Tempo Médio Para Reparo N – Número de falhas totais detectadas NBR – Norma Brasileira OPT – Optimized Production Technology – Tecnologia de Produção Otimizada OP - Operação OS – Ordem de Serviço PL – Plano de Lubrificação
  • 8. PM – Prêmio Deming PR - Predial QP – Qualidade e Produtividade QS – Sistema de Qualidade QT – Qualidade Total R(t) – Confiabilidade RCM – Manutenção Centrada na Confiabilidade SIM – Sistema Integrado de Manutenção TMEF – Tempo Médio entre Falhas TMPF – Tempo Médio Para Falhar TMPR – Tempo Médio Para Reparo TO – Taxa de Ocupação TOC – Theory Of Contraints – Teoria das Restrições TPM – Total Productive Maintenance – Manutenção Produtiva Total TQC – Controle Total da Qualidade VLRP – Valor de Compra de um Equipamento VW – Volkswagen
  • 9. LISTA DE SÍMBOLOS T – Período de tempo especificado ? - Taxa de falhas do equipamento ? - Taxa de reparos T.op. – Tempo total de operação do equipamento
  • 10. SUMÁRIO AGRADECIMENTOS RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE QUADROS LISTA DE ABREVIATURAS LISTA DE SÍMBOLOS SUMÁRIO 1 PROPOSTA DE PROJETO .............................................................................. 14 1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14 1.2 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................... 15 1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................... 15 1.3.2 Objetivo geral .............................................................................................................. 15 1.3.3 Objetivos específicos................................................................................................... 15 1.4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 16 1.4.1 Estudo bibliográfico e teórico....................................................................................... 16 1.4.2 Escolha da empresa e coleta de dados. ...................................................................... 16 1.4.3 Análise dos dados e avaliação da situação atual da empresa. ..................................... 16 1.4.4 Aplicação dos indicadores de viabilidade..................................................................... 17 1.4.5 Propostas de correção e melhorias necessárias ao sistema estrutural......................... 17 1.4.6 Validação do projeto.................................................................................................... 17 1.4.7 Implantação das idéias de melhoria............................................................................. 17 1.5 CRONOGRAMA.............................................................................................................. 17
  • 11. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 18 2.1 INTRODUÇÃO DA FUNÇÃO MANUTENÇÃO ................................................................ 18 2.1.1 Histórico da manutenção. ................................................................................................... 18 2.1.2 A importância da função manutenção.......................................................................... 20 2.1.3 Conceitos importantes de manutenção. ....................................................................... 22 2.1.3.1 Manutenção Corretiva. ............................................................................................ 22 2.1.3.2 Manutenção Preventiva........................................................................................... 23 2.1.3.3 Manutenção Preditiva.............................................................................................. 23 2.1.4 Recursos humanos na manutenção............................................................................. 25 2.1.5 Custos de manutenção................................................................................................ 26 2.1.6 Indicadores classe mundial.......................................................................................... 27 2.1.6.1 Indicadores de gestão. ............................................................................................ 27 2.1.6.2 Indicadores de custos.............................................................................................. 31 2.1.7 Tendência dos indicadores de manutenção brasileiros. ............................................... 31 2.2 INTRODUÇÃO AO TPM.................................................................................................. 32 2.2.1 Histórico do TPM......................................................................................................... 32 2.2.2 Conceitos de TPM....................................................................................................... 33 2.2.3 Objetivos do TPM........................................................................................................ 34 2.2.4 Pilares do TPM............................................................................................................ 35 2.2.5 Implantação da TPM. .................................................................................................. 37 2.3 POR QUE A TPM NÃO DÁ CERTO. ............................................................................... 38 2.3.1 A implantação não ocorre no sentido “Top down” ....................................................... 38 . 2.3.2 A responsabilidade da TPM é somente da manutenção............................................... 39 2.4 FERRAMENTAS BÁSICAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA TPM. ............................... 39 2.4.1 House Keeping 5S...................................................................................................... 39 2.4.2 FMEA – (Failure Mode and Effect Analysis)................................................................. 42 2.4.2.1 Tipos de FMEA. ...................................................................................................... 42 2.4.2.2 Aplicação da FMEA................................................................................................. 43 2.4.2.3 Funcionamento básico. ........................................................................................... 43 2.4.2.4 Etapas para a aplicação. ......................................................................................... 44 2.4.3 EAG (Equipe Auto Gerenciável). ................................................................................. 47 2.4.4 Kaizen – Melhoria Contínua......................................................................................... 48 2.4.5 Manutenção Autônoma................................................................................................ 51 2.4.6 TOC - Theory of Constraints........................................................................................ 52 2.4.6.1 Elementos da TOC.................................................................................................. 54 2.4.7 Polivalência................................................................................................................. 55
  • 12. 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA........................................................................... 58 3.1 AMBIENTE EXPLORADO............................................................................................... 58 3.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 61 3.2.2 FAURECIA BRASIL..................................................................................................... 62 4 SITUAÇÃO DA EMPRESA EM OUTUBRO 2002............................................. 63 4.1 DEPARTAMENTO DE MANUTENÇÃO. ......................................................................... 63 4.2 DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO. .............................................................................. 66 5 INDICADORES ESTRUTURAIS PARA A IMPLANTAÇÃO DA TPM .............. 68 5.1 COMPROMETIMENTO DA ALTA DIREÇÃO. ................................................................. 68 5.2 5’ ................................................................................................................................. 68 S. 5.3 EAG. ............................................................................................................................... 69 5.4 MOTIVAÇÃO DE PESSOAL. .......................................................................................... 69 5.5 DOCUMENTAÇÃO E HISTÓRICO DE MÁQUINAS. ....................................................... 70 5.6 ANÁLISE DE GARGALOS E CRITICIDADE DE EQUIPAMENTOS. ............................... 71 5.7 MANUTENÇÃO DE 1º NÍVEL. ........................................................................................ 72 5.8 SISTEMA DE PREVENTIVAS. ........................................................................................ 72 5.9 IMPLANTAÇÃO DO FMEA DE MANUTENÇÃO ............................................................. 73 5.10 PEÇAS DE REPOSIÇÃO. ............................................................................................... 74 5.11 TREINAMENTO. ............................................................................................................. 74 5.11.1 Operadores de produção. ............................................................................................ 75 5.11.2 Manutencionistas. ....................................................................................................... 76 5.11.3 Supervisores de produção e outras funções suportes. ................................................. 76 6 IMPLANTAÇÃO ................................................................................................ 78 6.1 ANÁLISE DE CRITICIDADE. .......................................................................................... 78 6.2 NOVO SISTEMA DE MANUTENÇÃO DE 1º NÍVEL. ....................................................... 80
  • 13. 6.3 DIÁRIO DE BORDO........................................................................................................ 83 6.4 ADEQUAÇÃO DO SISTEMA EXISTENTE. ..................................................................... 84 6.5 MANUAIS DAS MÁQUINAS. .......................................................................................... 87 6.6 CÓPIAS DE PROGRAMAS E SISTEMAS OPERACIONAIS DAS MÁQUINAS............... 87 6.7 PEÇAS DE REPOSIÇÃO. ............................................................................................... 88 6.8 PREVENTIVAS. .............................................................................................................. 89 6.9 PLANO DE LUBRIFICAÇÃO. ......................................................................................... 90 6.10 SISTEMA GESTÃO VISUAL........................................................................................... 90 6.10.1 Funcionamento do quadro........................................................................................... 95 6.11 ASPECTOS MOTIVACIONAIS........................................................................................ 98 6.12 FUTURAS IMPLANTAÇÕES. ......................................................................................... 99 7 RESULTADOS ALCANÇADOS...................................................................... 100 8 CONCLUSÕES ............................................................................................... 106 9 BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 108
  • 14. 14 1 PROPOSTA DE PROJETO 1.1 INTRODUÇÃO Desde a Segunda Guerra Mundial (1939/1945) que se percebe a importância da manutenção adequada e periódica das ferramentas de trabalho. O equipamento militar deveria estar o mais perto possível da perfeição operacional, mas, ao mesmo tempo ter a mais rápida e perfeita manutenção. As lições aprendidas com materiais militares passaram para a indústria (Tavares, 1999). Junto com a globalização veio a concorrência cada vez mais acirrada entre as empresas. Frente a este cenário o setor industrial tem buscado transformações profundas nos sistemas produtivos. Na busca de se conseguir uma alta produtividade garantindo sua competitividade no mercado, as empresas investiram em novas tecnologias. Como conseqüência houve a modernização dos equipamentos, a automação dos sistemas e processos, a diversidade e a quantidade de componentes inseridos em sistemas cada vez mais complexos, favorecendo desta forma a probabilidade de ocorrências de falhas. Este avanço tecnológico não afeta apenas a maquinaria das fábricas, mas também o processo de manufatura. Para manter a disponibilidade operacional destes sistemas, é necessário se aplicar uma metodologia de manutenção efetiva nos ativos das empresas. Em Curitiba e Região Metropolitana o programa mais utilizado é a TPM –Total Productive Maintenance – Manutenção Produtiva Total, técnica de origem japonesa criada na década de 70 que vem sendo aplicada no Brasil desde a década de 90 (Rodrigues, 2003). A TPM preconiza um retorno de investimento da ordem de 30 para 1 em processos contínuos e de 100 para 1 em processos seriados, isto para o período de três anos (Ribeiro, 2001 p. 36-37). Segundo Takahashi e Osada apud Yoshinaga (1993, p. 04 ), “ magnitude A das melhorias é surpreendente, pois defeitos da qualidade são reduzidos em 90%, avarias em 90% e os lucros crescem na ordem de milhões de dólares”. No Brasil observam-se algumas frustrações com relação a esse retorno. Quando analisados criteriosamente os motivos do insucesso a principal causa é que
  • 15. 15 na prática as empresas dizem que estão aplicando TPM, e na verdade não estão. E quando isto ocorre, há um grande descontentamento das pessoas que acreditaram no método (Ribeiro, 2001 p.37). Para se evitar frustrações iniciais um estudo preliminar deve ser feito, pois a implantação da TPM deve ser ajustada às características específicas de cada empresa, como escala de negócios, espaço físico da fábrica, capacidade de produção e as características dos produtos (Takahashi e Osada, 1993). 1.2 JUSTIFICATIVAS Devido ao alto índice de insucesso da implantação do sistema TPM, que acarreta na desmotivação dos funcionários envolvidos neste processo, a avaliação da viabilidade e da situação atual da empresa é item fundamental para uma implementação correta e a garantia de bons resultados. Através do convívio com estes problemas em algumas empresas, presencia- se diversas dificuldades com relação à implementação desta ferramenta, principalmente falta de estrutura técnica e cultural, de modo que criou-se uma motivação pessoal para desenvolver uma técnica ou um sistema aplicados a implantação da TPM visando atingir melhores resultados. 1.3 OBJETIVOS 1.3.2 Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo geral elaborar um sistema de avaliação para a estrutura básica dos sistemas de manutenção e produção da empresa, por intermédio de indicadores, afim de mostrar os passos que a empresa tem que dar antes da implementação efetiva da ferramenta TPM. A aplicação desta sistemática deu-se através de um estudo de caso, em uma empresa de manufatura do setor automotivo. 1.3.3 Objetivos específicos
  • 16. 16 Este trabalho pretende ainda através do estudo de caso aplicado a uma determinada empresa: ? levantar a situação atual da empresa no setor de manutenção e produção; ? aplicar indicadores de avaliação pré-TPM; ? analisar nível de envolvimento do pessoal (operação e manutenção); ? propor ações de melhorias à empresa; ? implantar algumas ações de melhorias; ? apresentar os resultados da implantação dessas melhorias. 1.4 METODOLOGIA Diante do exposto, apresenta-se a seguir a proposta de metodologia de pesquisa de campo aplicada a um estudo de caso. 1.4.1 Estudo bibliográfico e teórico. Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando conhecer os aspectos a serem estudados (qual deve ser o nível da mão de obra dos manutentores, como deve estar o nível cultural dos operadores de produção, qual deve ser o índice de implantação das ferramentas de qualidade e produtividade necessárias, entre outros.). 1.4.2 Escolha da empresa e coleta de dados. Após a escolha da empresa foi realizada uma coleta de dados a fim de mostrar a situação atual da empresa, através de pesquisas de opinião, índices de produtividade e qualidade, indicadores de recursos humanos e principalmente índices de manutenção. 1.4.3 Análise dos dados e avaliação da situação atual da empresa.
  • 17. 17 Os dados pesquisados foram analisados e indicaram a situação atual da empresa para a implementação da TPM, através da metodologia criada neste projeto. 1.4.4 Aplicação dos indicadores de viabilidade. Dentro do modelo de avaliação, foram criados indicadores que mostram qual é a situação mínima desejada para o início da implementação da TPM, em paralelo com a avaliação da situação atual da empresa. 1.4.5 Propostas de correção e melhorias necessárias ao sistema estrutural. Com a situação atual definida, foram propostas melhorias e correções ao sistema estrutural para a implementação da TPM, para que se for o caso, preparar a empresa adequadamente para a correta implementação desta ferramenta. 1.4.6 Validação do projeto. Como este projeto de pesquisa teve o apoio da empresa escolhida, na qual foi efetuado o estudo de caso, esta metodologia de avaliação foi validada pelo comitê de direção da mesma, provando assim sua viabilidade. 1.4.7 Implantação das idéias de melhoria. Foram implantadas algumas das idéias de melhoria, de acordo com o tempo disponível, monitoradas e apresentados os resultados alcançados. 1.5 CRONOGRAMA Figura 01 – Cronograma de trabalho
  • 18. 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 INTRODUÇÃO DA FUNÇÃO MANUTENÇÃO 2.1.1 Histórico da manutenção. A história da manutenção (Rosa, 1999, p.25), acompanha o desenvolvimento técnico industrial da humanidade. No fim do século XIX, com o surgimento da mecanização das indústrias surgiu a necessidade dos primeiros reparos. Até 1914, a manutenção tinha importância secundária e as indústrias praticamente não possuíam equipes para a execução deste tipo de serviço. Os reparos eram trabalhados pelo mesmo efetivo da produção. Até esta época as equipes de manutenção praticamente não existiam e a maior parte dos cuidados com o equipamento era no sentido de trocar partes que se gastavam. Evitar que o desgaste fosse em curto prazo era também um cuidado que se tomava em relação aos equipamentos. Para isso, passava-se gordura de origem animal nas partes móveis e sujeitas a cargas mecânicas, onde o desgaste era notado com facilidade e contornado com esta simples providência. Pinto e Xavier (2001, p.39) dividem a manutenção após 1930 em três gerações. A primeira geração abrange o período anterior a segunda guerra mundial, quando os equipamentos eram simples, geralmente superdimensionados em uma indústria pouco mecanizada. A produtividade não era prioritária, portanto não era necessária uma manutenção sistemática, apenas serviços de limpeza, lubrificação e reparo após quebra, ou seja, a manutenção era basicamente corretiva. A segunda geração vai desde a segunda guerra mundial até os anos 60. Nesta fase houve um forte aumento da mecanização e da complexidade das instalações industriais, devido ao aumento de demanda por todo o tipo de produtos. O aumento da disponibilidade dos equipamentos começa a ser cada vez mais necessário, assim como a confiabilidade. Tudo em busca da maior produtividade. A produção dependia mais do bom funcionamento das máquinas, isto levou a idéia de que falhas nos equipamentos poderiam e deveriam ser evitadas, resultando no conceito de manutenção preventiva. Esta manutenção na década de 60 consistia de
  • 19. 19 intervenções feitas a intervalos fixos. Conseqüentemente o custo manutenção começou a elevar-se muito comparado aos custos de produção, forçando o surgimento de sistemas de planejamento e controle da manutenção. A vida útil dos equipamentos precisava ser aumentada, e ferramentas para isso começaram a surgir. A terceira geração inicia-se a partir da década de 70, aonde há a aceleração nos processos de mudanças na indústria. As paradas de produção gerava custos e afetava a qualidade dos produtos, estes fatores se agravaram pela tendência mundial de utilização de sistemas just-in-time onde pequenas pausas na produção poderiam acarretar na paralisação da fábrica. A disponibilidade e a confiabilidade tornaram-se pontos chaves devido ao aumento da automação e da mecanização. O aumento da automação significa que falhas cada vez mais freqüentes afetam a capacidade de se manter padrões de qualidade. Os aspectos segurança e meio ambiente começam a ser exigidos cada vez mais com maiores padrões, a manutenção preventiva se tornaria uma ferramenta defasada para atender a esses requisitos, surge então a manutenção preditiva, a TPM e a RCM - Manutenção Centrada na Confiabilidade. Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração Antes de 1940 1940 1970 Após 1970 Aumento da expectativa em relação a manutenção >Conserto após falha >Disponibilidade crescente >Maior disponibilidade e confiabilidade >Maior vida útil do equipamento >Melhor custo benefício >Melhor qualidade dos produtos >Preservação do meio ambiente Mudanças nas técnicas de manutenção >Conserto após falha >Computadores grandes e lentos >Monitoração de condição >Sistemas manuais de planejamento e >Projetos voltados para confiabilidade e controle do trabalho manutenabilidade >Monitoração por tempo >Análise de risco >Computadores pequenos e rápidos >Softwares potentes >Análise de modos e efeitos da falha (FMEA) >Grupos de trabalhos multidisciplinares Quadro 1 - Evolução da manutenção Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p.08).
  • 20. 20 2.1.2 A importância da função manutenção. Leibel (2003) define a manutenção como sendo um “conjunto de ações que permite manter ou restabelecer um bem dentro de um estado específico ou na medida para assegurar um determinado serviço, são aquelas medidas que permitem manter o sistema em funcionamento”. A manutenção torna-se importante somente quando os problemas acontecem ou quando uma função vital da empresa é afetada. A manutenção é um conjunto de procedimentos que visa o perfeito funcionamento de uma máquina, equipamento, ferramenta ou instalação, o máximo tempo possível para prevenir prováveis falhas ou quebras. Portanto, a manutenção deve promover a alta disponibilidade dos equipamentos para atender, durante todo o tempo, ao processo de produção para se evitar estrangulamento das etapas e perdas por paradas não programadas (Neto, 2002 p. 15). A essa função de vital importância para a economia das empresas e principalmente para a vida de todos nós, não é dada a devida consideração. Segundo Arcuri Filho, (2001, p.10): “ a Manutenção experimentou uma impressionante evolução neste curto ... período de pouco mais de 100 anos de existência formal, sendo que alguns já a apontam como a mais importante Função da Engenharia nos dias de hoje. A introdução da Manutenção Preventiva, o advento da Preditiva, a criação da TPM e da RCM, a paulatina transformação em Gestão de Ativos são pontos de inflexão relevantes que marcaram decisivamente sua trajetória de progressiva valorização, levando-a, finalmente, a desempenhar o estratégico papel de protagonista da produção”. Os números que envolvem a manutenção são muito grandes, de acordo com a ABRAMAM – Associação Brasileira de Manutenção, (2003): “ a Função representa, no Brasil, um negócio que movimenta cerca de ... US$ 35 bilhões por ano, empregando 20% da força de trabalho própria das empresas. Em países mais ricos, como os EUA, Japão e Alemanha, estes valores são ainda mais impressionantes, atingindo US$ 300, US$ 175 e US$ 130 bilhões, respectivamente”.
  • 21. 21 Esses números mostram a necessidade de novos investimentos e criação e/ou adequação de ferramentas para a redução do custo manutenção, custo este que se transforma em resultado operacional (lucro) para as empresas tornando-as cada vez mais competitivas. Nota-se uma preocupação, principalmente nos países de Primeiro Mundo, na busca dessa política de redução de custos e otimização da qualidade de seus produtos, visando à competitividade. Apoiados nesta necessidade, a manutenção de classe mundial busca a melhoria de modo constante. Entende-se por classe mundial a garantia de condições de competir em qualquer lugar do mundo oferecendo produtos com qualidade e com preços atrativos, bons prazos de entrega e ser reconhecido como um fornecedor confiável (Mishawka e Olmedo, 1993 p.277). A situação brasileira pode ser incluída no termo “Manutenção de Terceiro Mundo” pois podemos distinguir algumas características e conseqüências que , demonstram a Manutenção de Terceiro Mundo como: ? Alta taxa de retrabalho. Que aumentam os custos produtivos devido aos custos de reprocessos gerados por problemas de qualidade que podem ser gerados pela falta de uma adequada manutenção nas máquinas; ? Falta de pessoal qualificado. Gerando um tempo demasiado de máquinas paradas; ? Convivência com problemas crônicos e demora na resolução destes; ? Faltas de sobressalentes no estoque, geralmente devida a política de redução exagerada de custos ou um mau planejamento de manutenção e reposição de estoque; ? Alto índice de máquina parada e serviços não previstos; ? Baixa produtividade; ? Históricos de máquinas não existentes ou inadequados; ? Falta de planejamento de manutenção; ? Abuso de “soluções temporárias”nas máquinas; ? Alta quantidade de horas extras; ? Falta de tempo para executar qualquer tarefa;
  • 22. 22 Todas essas características afetam no resultado global da manutenção gerando principalmente a desmotivação das equipes, a falta de confiança dos clientes e várias outras conseqüências. 2.1.3 Conceitos importantes de manutenção. 2.1.3.1 Manutenção corretiva. A manutenção corretiva é aquela que se conduz quando o equipamento falha ou cai abaixo de uma condição aceitável quando em operação (Mishawka e Olmedo, 1993 p.09) Segundo Monchy (1989, p. 37) a manutenção corretiva corresponde a uma atitude de defesa (submeter-se, sofrer) enquanto se espera uma próxima falha acidental (fortuita), atitude característica da conservação tradicional. Pinto e Xavier (2001, p. 36) definem a manutenção corretiva como a atuação para a correção da falha ou do desempenho menor que o esperado, sendo a ação principal restaurar as condições de funcionamento do equipamento ou sistema. A manutenção corretiva deveria ser o tipo de manutenção menos utilizada dentro das empresas devido a uma série de vantagens e desvantagens citadas por Wyrebsky (1997, p. 39): Vantagem: ? Não exige acompanhamentos e inspeções nas máquinas. Desvantagens: ? As máquinas podem quebrar-se durante os horários de produção; ? As empresas utilizam máquinas de reserva; ? Há necessidade de se trabalhar com estoques. Nota-se devido a essa série de desvantagens, a preocupação de se tornarem mínimas as condições onde seja necessária a utilização da manutenção corretiva.
  • 23. 23 2.1.3.2 Manutenção Preventiva. É um conjunto de ações para manter os equipamentos nas condições especificadas provendo inspeções sistemáticas, detecção e prevenção de falhas em seu estágio inicial. Para Monchy (1989, p.39), "manutenção preventiva é uma intervenção de manutenção prevista, preparada e programada antes da data provável do aparecimento de uma falha”. De acordo com Pinto e Xavier (2001, p. 39), manutenção preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo. É a procura obstinada de evitar a ocorrências de falhas. Na Manutenção Preventiva observamos vantagens e desvantagens conforme Wyrebsky (1997): Vantagens: ? Assegura a continuidade do funcionamento das máquinas, só parando para consertos em horas programadas; ? A empresa terá maior facilidade para cumprir seus programas de produção. Desvantagens: ? Requer um quadro (programa) bem montado; ? Requer uma equipe de mecânicos eficazes e treinados; ? Requer um plano de manutenção. A correta aplicação da manutenção preventiva mostra um grau de evolução dos departamentos de manutenção, assegurando a qualidade do departamento e serviço da manutenção, além de redução de custos. 2.1.3.3 Manutenção Preditiva. Acompanha-se a vida útil das máquinas efetuando-se inspeções periódicas, medições, leituras, sondagem, etc. Observa-se o comportamento das máquinas, verificando falhas ou detectando mudanças nas condições físicas, podendo-se prever com precisão o risco de quebra, permitindo assim a manutenção programada. Ela substitui, na maioria dos casos, a manutenção preventiva.
  • 24. 24 Pinto e Xavier (2001, p. 42) definem manutenção preditiva como a atuação realizada com base na modificação de parâmetros de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge os limites previamente estabelecidos, é tomada a decisão de intervenção. Mirshawka e Olmedo (1993, p. 352) colocam a manutenção preditiva como: "... a manutenção preventiva baseada no conhecimento do estado/condição de um item, através de medições periódicas ou contínuas de um ou mais parâmetros significativos. A intervenção de manutenção preditiva busca a detecção precoce dos sintomas que precedem uma avaria. São denominações equivalentes: manutenção baseada na condição ou manutenção baseada no estado ou manutenção condicional." Na Manutenção Preditiva as vantagens e desvantagens são de acordo com WyrebskY (1997): Vantagem: ? Aproveita-se ao máximo a vida útil dos elementos da máquina, podendo-se programar a reforma e substituição somente das peças comprometidas. Desvantagens: ? Requer acompanhamentos e inspeções periódicas, através de instrumentos específicos de monitoração; ? Requer profissionais especializados. Segundo Mirshawka e Olmedo (1993, p. 13), “ o uso da manutenção preditiva é atualmente mais econômico que a manutenção preventiva efetuada em intervalos fixos”. Conceitos segundo a NBR 5462 Manutenção corretiva Manutenção preventiva Manutenção preditiva Manutenção efetuada após a Manutenção efetuada em intervalos Manutenção que permite garantir uma qualidade de ocorrência de uma pane prédeterminados, ou de acordo serviço desejada, com base na aplicação destinada a recolocar um item com critérios prescritos, destinada sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de em condições de executar a reduzir a probabilidade de falha meios de supervisão centralizados ou de uma função requerida. ou a degradação do funcionamento amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção de um item. preventiva e diminuir a manutenção corretiva. Quadro 2 - Conceitos de manutenção. Fonte: NBR 5462 apud Filho (2000).
  • 25. 25 2.1.4 Recursos humanos na manutenção. A forte automação do processo produtivo, as modificações do perfil funcional causadas por ações como TPM e polivalência e modificações na relação de empregados de cada área, segundo Pinto e Xavier (2001, p. 55), verifica-se uma mudança no perfil estrutural das empresas, mostrando uma tendência de aumento relativo de mantenedores além de sua maior especialização como mostra a figura 2: 35 % próprio + contratado 30 % próprio 25 % 20 15 10 5 Ano 0 1987 1990 1993 1995 1997 1999 2001 Figura 02 – Percentual do efetivo de manutenção em relação ao total de empregados da empresa. Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 56). A capacitação do pessoal de manutenção é um quesito fundamental para o bom funcionamento do departamento de manutenção. Segundo Pinto e Xavier (2001, p. 108) “ profissional despreparado gasta no mínimo, um tempo muito maior o para executar o serviço, contudo é capaz de introduzir defeitos ou provocar sérios problemas pela falta de qualificação”. A falta de escolas que visem a formação de engenheiros e técnicos de manutenção, de acordo com Kardec e Zen (2002, p. 42), acarretam na improvisação do engenheiro ou técnico. Os cursos de aperfeiçoamento de curta duração e de especialização solidificam a qualificação da comunidade de manutenção. O trabalho em equipe, além da qualificação do pessoal, é um item fundamental para um bom resultado da manutenção, pois a integração do pessoal faz com que as tarefas se tornem mais fáceis e menos burocráticas.
  • 26. 26 Vários fatores fazem com que, segundo Robbins e Finley (1997, p. 08), as equipes sejam uma boa alternativa de trabalho: ? Equipes aumentam a produtividade; ? Equipes melhoram a comunicação; ? Equipes fazem melhor uso dos recursos; ? Equipes realizam tarefas que grupos comuns não podem fazer; ? Equipes são mais criativas e eficientes na resolução de problemas; ? Equipes significam decisões de alta qualidade; ? Equipes significam melhores produtos e serviços; ? Equipes significam processos melhorados; ? Equipes permitem ás organizações misturar pessoas com diferentes tipos de conhecimento sem que essas diferenças rompam o tecido da organização. Outro ponto a ser considerado é a motivação das equipes que segundo Mirshawka e Olmedo (1997, p. 08) é um dos principais problemas da manutenção. A pouca satisfação pessoal na execução de suas funções, causada pela falta de liberdade de apresentar e implantar idéias próprias ou pelo trabalho extremamente chato, provoca uma queda no rendimento da manutenção e em uma má realização dos trabalhos necessários. Portanto uma equipe homogênea, bem preparada e motivada é a base para o bom funcionamento dos recursos humanos da manutenção e do aumento do seu resultado global. 2.1.5 Custos de manutenção. Leibel (2003) conceitua custo como: “todos os gastos, incorridos ou potencialmente a incorrerem, realizados com um objetivo específico, normalmente, para a obtenção de lucro”. Os custos de manutenção podem ser divididos em custos diretos e custos indiretos segundo Pinto e Xavier (2001, p. 58). Os custos diretos são aqueles necessários para manter os equipamentos em operação Neles se incluem: manutenção preventiva, inspeções regulares, lubrificação, manutenção preditiva, custos de reparo e manutenções corretivas em geral. O custo direto de manutenção compõe-se de custo de mão de obra direta
  • 27. 27 (mão de obra própria), custo de sobressalentes (aquisição de peças de reposição), custo de materiais de consumo (óleos, graxas e produtos químicos) e custo de serviço de terceiros. Os custos indiretos são aqueles relacionados com a estrutura gerencial e de apoio administrativo, custos com análises e estudos de melhorias, engenharia de manutenção, supervisão, e outros. Ainda incluem-se aquisição de ferramentas e instrumentos de medição para acompanhamentos, amortização, depreciação, iluminação, energia elétrica, dentre outros. 2.1.6 Indicadores classe mundial. Tavares (1999, p. 82) descreve indicadores classe mundial como os indicadores que possuem uma mesma forma de cálculo em todos os países. Os indicadores classe mundial são seis, quatro focados em gestão dos equipamentos e dois em gestão de custos. 2.1.6.1 Indicadores de gestão. ? TMEF (Tempo Médio Entre Falhas) ou MTBF (Mean Time Between Failures) Pinto e Xavier (2001, p. 102) definem TMEF como sendo o tempo médio de bom funcionamento. Rosa (1999, p. 50) cita o TMEF como o tempo médio entre falhas sucessivas de um item reparável, ou média aritmética dos tempos entre uma falha e outra na mesma máquina, em um lote de máquinas ou uma instalação. O TMEF é calculado como sendo a relação entre o tempo total de operação do equipamento (T.op.) e o seu número de falhas totais (N), detectadas (equação 01). Ainda podemos representar o TMEF como o inverso da taxa de falhas (?), do equipamento (equação 02). T .op. TMEF ? MTBF ? (Eq. 01). N 1 TMEF ? MTBF ? (Eq. 02). ? Quanto maior o TMEF melhor é o resultado operacional.
  • 28. 28 ? TMPR (Tempo Médio Para Reparo) ou MTTR (Mean Time To Repair) Segundo Pinto e Xavier (2001, p. 102) o TMPR é o tempo médio sem produção associado a falha. Rosa (1999, p. 59) mostra o TMPR como o tempo médio necessário para reparar um item. Média aritmética dos tempos gastos nos reparos de: uma máquina, lote de máquinas ou instalação. O TMPR é calculado pela razão entre o tempo de intervenção corretiva, incluindo o tempo gasto no reparo e todas as esperas que retardam a colocação do equipamento em funcionamento (T) pelo número de falhas detectadas no período em questão (N) conforme equação 03. Ainda o TMPR pode ser definido como o inverso da taxa de reparos ( ? ) (equação 04). T TMPR ? MTTR ? (Eq. 03). N 1 TMPR ? MTTR ? (Eq. 04). ? O TMPR depende da facilidade do equipamento ser mantido, da capacitação profissional de quem faz a intervenção e das características de organização e planejamento da manutenção. Quanto menor o TMPR melhor é o resultado para a manutenção. ? TMPF (Tempo Médio Para Falhar) ou MTTF (Mean Time To Failure). Mirshawka e Olmedo (1993, p. 253) conceituam o TMPF como o quociente do tempo total de operação do item (T. op.) pelo número total de falhas (N) (equação 05). T .op. TMPF ? MTTF ? (Eq. 05). N A única diferença entre o TMEF e o TMPF é na sua utilização. O TMPF é utilizado somente para itens não reparáveis (itens que quando falham são substituídos) como, por exemplo, componentes (disjuntores e contatores). E o TMEF é utilizado para itens reparáveis (motores e bombas).
  • 29. 29 Rodrigues (2003, p. 51) mostra que como o TMPF é utilizado para itens não reparáveis, o seu TMPR é zero. E o TMEF está associado ao TMPR por se tratar de itens reparáveis. A Figura 03 mostra a relação entre esses indicadores. Operação Falha Tempo TMEF TMPR TMPF Figura 03 – Representação dos índices TMEF, TMPR e TMPF Fonte: adaptado de Tavares (1999, p. 84). ? Disponibilidade (Avaliability) “ disponibilidade é a probabilidade do equipamento estar apto a produzir no A momento em que é solicitado” (Rosa, 2000), sendo função da relação entre o tempo de operação do equipamento e o tempo total disponível. Pinto e Xavier (2001, p. 101) conceituam a disponibilidade como a relação entre o tempo em que o equipamento ou instalação ficou disponível para produzir em relação ao tempo total. Ou ainda: TMEF Disponibilidade ? (Eq. 06). TMEF ? TMPR Alguns fatores afetam a disponibilidade dos equipamentos. A freqüência de manutenção (confiabilidade) e a facilidade na execução da manutenção (manutenabilidade), que são incluídas nos equipamentos na fase de projeto (Mishawka, 1993 p. 14).
  • 30. 30 Com o advento de novas práticas de manutenção e a preocupação em manter alta a disponibilidade dos equipamentos, os conceitos de confiabilidade e manutenabilidade vêm se tornando cada vez mais importantes. Conforme a NBR 5462 apud Filho (2000, p. 82) “manutenabilidade (M(t)) é a capacidade de um item ser mantido ou recolocado em condições de executar as suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determinadas e mediante procedimentos e meios prescritos. O termo manutenabilidade é usado como uma medida do desempenho de manutenabilidade”. Conforme Rosa (1999, p. 45) “ manutenabilidade é a probabilidade de um a equipamento retornar a sua condição operacional com recursos de manutenção determinados, dentro de um período de tempo especificado”. Para a manutenabilidade temos: -t TMPR M(t)= 1-e (Eq. 07). Nota-se que quanto menor o TMPR, maior é a manutenabilidade, ou seja, menos tempo o manutencionista leva para colocar o equipamento em funcionamento, aumentando assim sua disponibilidade. A NBR 5462 apud Filho (2000, p. 27) cita que “confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante um tempo. O termo confiabilidade é usado como medida de desempenho de confiabilidade. Seu símbolo é R(t) (de reliability)”. Ao analisar a confiabilidade chegamos a seguinte equação: -t TMEF R(t)= e (Eq. 08) Quanto maior o TMEF maior é a confiabilidade dos equipamentos, ou seja, menor é o tempo que o equipamento passa em manutenção, conseqüentemente com um aumento da disponibilidade dos mesmos.
  • 31. 31 2.1.6.2 Indicadores de custos. ? Custo de Manutenção Por Faturamento (CMPF) É um indicador de fácil entendimento e fácil cálculo. É obtido pela razão entre o custo total da manutenção (CTMN) pelo faturamento da empresa (F). CTMN CMPF ? x100 (Eq. 09). F Filho (2000, p. 233) conceitua CTMN como o total de todos os custos e despesas (custos diretos + custos indiretos) que o departamento de manutenção efetua. ? Custo de Manutenção pelo Valor de Reposição (CMVR) Este indicador comumente é utilizado em equipamentos estratégicos, geralmente máquinas gargalos ou equipamentos críticos, que do seu funcionamento depende, por exemplo, o faturamento da empresa ou a qualidade dos produtos. Esse indicador é determinado pela relação entre o custo total de manutenção de um determinado equipamento (CTMNe) e o valor de compra desse equipamento (VLRP). CTMNe CMVR ? x100 (Eq. 10). VLRP 2.1.7 Tendência dos indicadores de manutenção brasileiros. A manutenção brasileira está passando por um momento de grande evolução conforme mostra a tendência de evolução dos índices brasileiros de manutenção , em levantamento realizado nos últimos 3 anos (Tavares, 2001). Até o fim da década de 90 a manutenção representava um gasto de 6,5% a 8,0% do faturamento das empresas, em 1999 este valor representou 3,6% do
  • 32. 32 faturamento, devido principalmente a um maior decréscimo do valor do custo manutenção do que ao aumento de produção (aumento do faturamento). Devido à renovação do maquinário pelas empresas, comprovado pelos índices de idade média dos equipamentos (cerca de 17 anos). O custo manutenção frente ao investimento em novos equipamentos alcançou um valor entre 2,5% e 3,0% dos investimentos com tendências de baixa. Alguns fatos contribuíram para a diminuição dos custos manutenção, principalmente a diminuição drástica de níveis de estoque de manutenção, apresentando um resultado satisfatório de três meses de rotatividade. Além disso, os índices de manutenção corretiva vem diminuindo devido ao uso de novas técnicas de gerenciamento de manutenção, acarretado pelo aumento do índice de manutenção preventiva. Os indicadores de pessoal mostram que há uma tendência de diminuição, nos últimos três anos, do efetivo de manutenção. O turn over (rotatividade de pessoal) da manutenção, está regredindo devido a diminuição da oferta de emprego. Lamentavelmente o nível do pessoal de manutenção vem diminuindo (1 pessoa com nível superior para cada 10 manutentores) devido à desvalorização da mão de obra qualificada, mostrando o aumento da mão de obra desqualificada (cerca de 30% do efetivo total da manutenção). Os índices da gravidade e freqüência de acidentes têm diminuído sensivelmente (redução de 50% para a taxa de freqüência e 30% para a gravidade dos acidentes) mostrando a preocupação das empresas com a questão segurança. A evolução da manutenção repercute positivamente para a produção, pois a partir de todos esses índices nota-se que há o aumento da disponibilidade das máquinas funcionando cerca de 85% do tempo efetivo, diminuindo os custos de produção. 2.2 INTRODUÇÃO AO TPM 2.2.1 Histórico do TPM. A TPM (Manutenção produtiva total) surgiu no Japão na indústria Nippon Denso KK, integrante do grupo Toyota que recebeu em 1971 o prêmio PM (Prêmio Deming) concedido a empresas que se destacaram na condução deste programa.
  • 33. 33 A TPM derivou da manutenção preventiva criada nos Estados Unidos e evoluiu até o processo conhecido atualmente. Em 1950, nos Estados Unidos, surge a manutenção preventiva e em 1954 evoluiu para a manutenção do sistema de produção, inicialmente adotada dentro do conceito de que as intervenções sendo adequadas evitariam as falhas e melhorariam o desempenho e a vida útil das máquinas. Ainda nos Estados Unidos, em 1957, surge a manutenção corretiva com incorporação de melhorias, que criava facilidades nos equipamentos, objetivando facilidades na aplicação de manutenções preventivas, aumentando a confiabilidade. Na década de 60 surge a prevenção de manutenção, que incorporava ao projeto das máquinas o conceito da não necessidade da manutenção, ou seja, eliminar a necessidade de certas intervenções dentro do projeto. A engenharia da confiabilidade e a engenharia econômica também surgiram nesta época. Nos anos 70, surge a Logística e a Terotecnologia. Em 1971 a Nippon Denso inicia seu projeto de TPM, baseado nas teorias norte-americanas de manutenção preventiva. Na década de 80, a TPM foi aperfeiçoada pelo JIPM (Japan Institute of Plant Maintenance) e chegou ao Brasil em 1986 (Pinto, 2001 p. 180). A partir de então, a TPM tem sido bastante implementada na indústria brasileira, buscando os resultados que essa ferramenta atingiu no Japão. 2.2.2 Conceitos de TPM. Nakajima (1989, p. 11) conceitua o TPM como uma estrutura onde haja a participação de todos os níveis da empresa, desde a alta direção até o operador, é a prevenção da manutenção com a participação de todos. Para Guilherme (2000 p. 10), a TPM pode ser definido através de 5 pequenos conceitos: ? Criar uma postura dentro da empresa, que busque ilimitadamente a eficiência do sistema de produção; ? Criar um sistema que previna qualquer tipo de perda, tanto no local, quanto no objeto, para alcançar o zero defeito, o zero refugo, a zero quebra e o zero acidente; ? Participação de todos os departamentos;
  • 34. 34 ? Envolvimento de todos os colaboradores, desde a diretoria até a 1ª linha de operadores; ? Alcançar a zero perda, através de atividades de pequenos grupos. Basicamente a TPM é um sistema de manutenção com a participação de todos, objetivando a melhoria da eficiência dos equipamentos e a responsabilização de todos sobre a manutenção dos bens produtivos. 2.2.3 Objetivos do TPM. O objetivo principal da TPM é atingir a eficiência global do equipamento, para isso é necessária a eliminação das perdas que a prejudicam. De acordo com Pinto e Xavier (2001, p. 182) as perdas na visão do TPM são seis e conceituadas como grandes perdas, conforme mostra a figura 6. As 6 Grandes Perdas Causa da Perda Influência 1. - Quebras Perda por paralisação Tempo de operação 2. - Mudança de linha 3. -Operação em vazio e pequenas paradas Perda por queda de Tempo efetivo de 4. - Velocidade reduzida velocidade operação em relação à nominal 5. -Defeitos de produção Tempo efetivo de Perda por defeitos produção 6. -Queda de rendimento Figura 04 – As 6 grandes perdas Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 182). Mirshawka e Olmedo (1993, p. 60) citam que essas 6 grandes perdas são bastante significativas no processo produtivo, e atacando-as, realmente seremos capazes de melhorar o rendimento operacional global do equipamento. Outro objetivo da TPM é promover uma cultura na qual os operadores se sintam responsáveis pelas suas máquinas, aprendendo muito mais sobre eles e
  • 35. 35 possam se concentrar nos diagnósticos de problemas e sugestões de aperfeiçoamento do equipamento. 2.2.4 Pilares do TPM. Segundo Rodrigues (2003, p. 45), a definição dos pilares a serem adotados, depende da filosofia que a empresa que irá implantar possui, adaptando assim, os pilares às necessidades atuais da empresa. Dias (2001) define como sendo cinco os pilares necessários para a implantação do TPM (figura 05). TPM Gestão e cultura (TPM) Indicadores e estrutura Manutenção planejada Resgate do posto de Treinamento operacional trabalho de apoio I II III IV V Figura 05 – Os cinco pilares da TPM Fonte: adaptado de Dias (2001). Porém a estrutura mais comumente utilizada é a proposta pelo JIPM, com oito pilares básicos, citados por Pinto e Xavier (2001, p. 185) e Guilherme (2000, p. 14).
  • 36. 36 TPM Manutenção Autônoma Manutenção Planejada Segurança e Meio Melhoria Focada Controle Inicial Manutenção da Treinamento TPM Office Qualidade Ambiente I II III IV V VI VII VIII Figura 06 – Os oito pilares básicos da TPM Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 185). ? Melhoria focada - reduzir os problemas para melhorar a eficiência do equipamento; ? Manutenção autônoma - sistemática de manutenção espontânea para o operador, é a conscientização da filosofia da TPM; ? Manutenção planejada - as equipes de manutenção tem como atividade, além da manutenção, análise das falhas, melhorias na eficiência da manutenção e aumento da disponibilidade dos equipamentos; ? Treinamento - atividades voltadas para evolução profissional e educacional dos operadores e manutentores; ? Controle inicial - interação entre as áreas de planejamento, projeto, produção e manutenção. Atividades para eliminar problemas desde a especificação do equipamento até a sua operação; ? Manutenção da qualidade - produtos de boa qualidade garantidos por uma manutenção de qualidade, assegurando o zero defeito;
  • 37. 37 ? TPM Office - envolvimento e gestão de todos os processos administrativos essenciais ao apoio das atividades operacionais e de manutenção; ? Segurança e meio ambiente - garantir o índice zero para acidentes graves, eliminação das condições inseguras, baixo absenteísmo e zero agressões ao meio ambiente. 2.2.5 Implantação da TPM. A sistemática de implantação da TPM, geralmente obedece à estrutura de doze fases separadas em preparação e implementação, apresentadas a seguir: Fase Nº Etapa Ações - Divulgação da TPM em todas as Preparação para a introdução Comprometimento da alta direção áreas da empresa; 1 em implantar a filosofia TPM. - Divulgação em boletins internos da empresa. Campanha de divulgação e - Seminários dirigidos a gerentes e da TPM 2 treinamento para a introdução da supervisores; TPM. - Treinamento dos operadores. - Definição da equipe ou comissão de 3 Estrutura para implantação da TPM. implantação. -Escolha de metas e objetivos a serem 4 Definição de objetivos e metas. alcançados. Elaboração do plano diretor para a -Detalhamento do plano de 5 implantação da TPM. implantação em todos os níveis. Aplicação Início da -Convites a clientes, fornecedores e 6 Início do programa de TPM. empresas contratadas. Melhorias em máquinas e -Definição de equipamento piloto e 7 equipamentos. equipe de trabalho. -Implementação da manutenção Estruturação da manutenção autônoma por etapas, de acordo com o 8 autônoma. programa; -Auditoria de cada etapa. Implementação -Condução da manutenção preditiva; Estruturação da manutenção 9 -Gestão de sobressalentes, programada pela manutenção. ferramentas, desenhos e documentos. -Treinamento do pessoal de produção; -Treinamento do pessoal de 10 Treinamento e capacitação. manutenção; -Formação de líderes; -Educação de todo o pessoal. Estruturação do controle da fase -Gestão do fluxo inicial; 11 inicial de operação dos -LCC (Life Cycle Cost) equipamentos.
  • 38. 38 Fase Nº Etapa Ações Consolidação Realização da TPM e seu -Candidatura ao prêmio Deming (PM); 12 aperfeiçoamento Busca de objetivos mais ambiciosos. Quadro 3 - As 12 fases para a implantação da TPM Fonte: adaptado de Pinto e Xavier (2001, p. 187). Seguindo essa metodologia, a estimativa média de implementação da TPM é de 3 a 6 meses, e de 2 a 3 anos para o início do estágio de consolidação. 2.3 POR QUE A TPM NÃO DÁ CERTO. Segundo Pinto e Xavier (2001, p. 188), o principal problema para a evolução da TPM em boa parte da indústria nacional é o abandono após o alcance de alguns bons resultados. O ciclo geralmente segue a implantação, o crescimento, o abandono e o declínio. Então o projeto é retomado, o ciclo se torna repetitivo e a cada retomada, mais difícil é o seu crescimento pois se instala um sentimento de descrença no pessoal. Ribeiro (2001, p. 36-37), aponta distorções que podem acarretar em um mau funcionamento da TPM. 2.3.1 A implantação não ocorre no sentido “Top down”. Os fundamentos da TPM são passados apenas para as pessoas a partir da média gerência, se esquece de partir da alta direção. A alta direção deve assumir o comando da TPM e medir as metas de produção, qualidade e custos.
  • 39. 39 2.3.2 A responsabilidade da TPM é somente da manutenção. Geralmente associa-se a TPM como uma ferramenta somente de manutenção, porém todas as outras áreas da empresa devem participar da implantação e gestão da TPM. O retorno do investimento à implantação da TPM não está efetivamente ocorrendo, pois não se dá a devida priorização, não se tem o domínio adequado do conteúdo e não se planeja a real dimensão de esforços para as respectivas consolidações, ou seja, a maioria das empresas que falam estar implantando TPM, na prática não estão. 2.4 FERRAMENTAS BÁSICAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA TPM. Para que a TPM atinja os objetivos e metas traçadas no plano de implementação, é importante que uma série de outras ferramentas de produtividade e qualidade esteja, ou seja, implementada. Algumas ferramentas importantes são: 2.4.1 House Keeping 5S. A expressão House Keeping (cuidar da casa) é utilizada no Japão para designar cinco técnicas específicas utilizadas pelas donas de casa japonesas, para administrar o seu lar e, ao mesmo tempo ensinar aos membros da família a se tornarem responsáveis pela limpeza e organização doméstica. No final da década de 60 o House Keeping passou a ser considerado pelas indústrias japonesas como fator decisivo para a implantação das técnicas da qualidade total. No ocidente, por questões culturais, as técnicas de House Keeping tiveram dificuldades na sua disseminação. Daí a razão de tais técnicas serem hoje conhecidas e difundidas como 5S, numa analogia as letras iniciais da designação de cada uma delas. O 5S é um método simples e prático para: • Aumentar a eficiência e a produtividade das equipes de trabalho; • Obter um local de trabalho ordenado, limpo e saudável;
  • 40. 40 • Propiciar uma revolução dos ambientes físicos de trabalho, melhorando-os continuamente; • Eliminar desperdícios; • Criar o ambiente propício para as melhorias contínuas por toda a empresa (Kaizen). Segundo Osada (1992, p. 25-166) os 5S são os seguintes: 1º S - Seiri (Sorting) - Organizar. Organizar as coisas significa colocá-las em ordem de acordo com regras ou princípios específicos. Na linguagem do 5S significa distinguir o necessário do desnecessário, tomar as decisões difíceis e implementar o gerenciamento pela estratificação, para livrar-se do desnecessário. Nesse caso a ênfase está no gerenciamento pela estratificação e em ocupar- se das causas para eliminar o desnecessário impedindo que se transformem em problemas. 2º S - Seiton (Systematizing) - Arrumar. Arrumar significa colocar as coisas nos lugares certos ou dispostos de forma correta, para que possam ser usadas prontamente. É uma forma de acabar com a procura de objetos. Nesse caso a ênfase está no gerenciamento funcional e no fim da procura de objetos. Depois que tudo estiver no lugar certo, ou seja, funcionalmente arrumado de forma a garantir a qualidade e a segurança, seu local de trabalho estará em ordem.
  • 41. 41 3º S - Seiso (Sweeping) - Limpeza. Limpar para que tudo fique limpo. Significa acabar com o lixo, a sujeira e tudo o que for estranho, até tudo ficar limpo. Limpeza é uma forma de inspeção. Nesse caso, a ênfase está na limpeza como forma de inspeção, no asseio e na criação de um local de trabalho impecável. Embora o significado óbvio da palavra limpeza seja eliminar o lixo e a sujeira e deixar tudo limpo, ele tem se tornado cada vez mais importante. Com as tecnologias de maior qualidade, maior precisão e melhor processamento, até os pequenos detalhes podem ter conseqüências vitais. Por isso, é muito importante ser persistente na sua determinação de fazer uma limpeza geral. 4º S - Seiketsu (Sanitizing) - Padronização. Padronizar significa manter a organização, a arrumação e a limpeza contínua e constantemente. Como tal abrange tanto a limpeza pessoal quanto à limpeza do ambiente. A ênfase se está no gerenciamento visual e na padronização das atividades de 5S. A inovação e o gerenciamento visual são utilizados para atingir e manter condições padrão, permitindo que você aja sempre com rapidez. 5º S - Shitsuke (Self Discipline) - Disciplina. Disciplina significa treinamento e capacidade de fazer o que se deseja, mesmo quando é difícil. No 5S significa criar (ou ter) a capacidade de fazer as coisas como deveriam ser feitas. A ênfase está na criação de um local de trabalho com bons hábitos e disciplina. Ensinando a todos o que precisa ser feito e oferecendo treinamento, é possível acabar com os maus hábitos e inserir bons. As pessoas acostumam-se a criar e seguir regras.
  • 42. 42 2.4.2 FMEA – (Failure Mode and Effect Analysis). A metodologia FMEA, traduzida no português como Análise do Tipo e Efeito de Falha, é uma ferramenta que busca evitar que ocorram falhas no projeto do produto ou do processo. Por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, detectamos as falhas antes que se produza uma peça e/ou produto, buscando o aumento na confiabilidade do sistema. A metodologia FMEA esteve à disposição do mercado há muito tempo, a maioria dos inventores e peritos de processo tentaram antecipar o que poderia ocorrer erradamente com o sistema antes de ele ser implantado. Somente em 1940 a ferramenta foi formalmente introduzida, usada no desenvolvimento aeroespacial para evitar erros nos tamanhos das amostras pequenos foguetes. Uso da metodologia foi incentivado em 1960 para o desenvolvimento de projetos produtos espaciais para levar o homem a Lua. E em 1970 a Ford Motor Company , empresa americana, utilizou desta técnica para a melhoria de sua produção (2003) A norma QS 9000 especifica o FMEA como um dos documentos necessários para um fornecedor submeter uma peça/produto à aprovação da montadora. Este é um dos principais motivos pela divulgação desta técnica. Deve-se, no entanto implantar o FMEA em uma empresa, visando-se os seus resultados e não simplesmente para atender a uma exigência da montadora. Capaldo, Guerreiro e Rozenfeld (2003) resumem a metodologia FMEA da seguinte maneira: 2.4.2.1 Tipos de FMEA. A FMEA pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projeto do produto como do processo. As etapas e a maneira de realização da análise são as mesmas, ambas diferenciando-se somente quanto ao objetivo. Assim as análises FMEA´s são classificadas em dois tipos:
  • 43. 43 ? FMEA DE PRODUTO: na qual são consideradas as falhas que poderão ocorrer com o produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta análise é evitar falhas no produto ou no processo decorrentes do projeto. É comumente denominada também de FMEA de projeto. ? FMEA DE PROCESSO: são consideradas as falhas no planejamento e execução do processo, ou seja, o objetivo desta análise é evitar falhas do processo, tendo como base às não conformidades do produto com as especificações do projeto. Existe ainda um terceiro tipo, que é o FMEA de procedimentos administrativos, muito pouco aplicados. Nele analisam-se as falhas potenciais de cada etapa do processo. Isto com o mesmo objetivo que as análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de falha. 2.4.2.2 Aplicação da FMEA. A aplicação da FMEA é de vasta área, mas pode se destacar estas aplicações: ? Para diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou processos; ? Para diminuir a probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não tenham ocorrido) em produtos/processos já em operação; ? Para aumentar a confiabilidade de produtos ou processos já em operação por meio da análise das falhas que já ocorreram; ? Para diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos administrativos. 2.4.2.3 Funcionamento básico. O princípio da metodologia é o mesmo independente do tipo de FMEA e a aplicação, ou seja, se é FMEA de produto, processo ou procedimento e se é aplicado para produtos/processos novos ou já em operação. A análise consiste basicamente na formação de um grupo de pessoas que identificam para o produto/processo em questão suas funções, os tipos de falhas que podem ocorrer,
  • 44. 44 os efeitos e as possíveis causas desta falha. Em seguida são avaliados os riscos de cada causa de falha por meio de índices e, com base nesta avaliação, são tomadas as ações necessárias para diminuir estes riscos, aumentando a confiabilidade do produto/processo. Para aplicar-se a análise FMEA em um determinado produto/processo, forma- se um grupo de trabalho que irá definir a função ou característica daquele produto/processo. Este grupo irá relacionar todos os tipos de falhas que possam ocorrer, descrever para cada tipo de falha suas possíveis causas e efeitos. Relacionar as medidas de detecção e prevenção de falhas que estão sendo ou já foram tomadas. Para cada causa de falha atribuir índices para avaliar os riscos e por meio destes riscos, discutir medidas de melhoria. 2.4.2.4 Etapas para a aplicação. a) Planejamento. Esta fase é realizada pelo responsável pela aplicação da metodologia e compreende: ? Descrição dos objetivos e abrangência da análise: em que identifica-se qual(ais) produto(s)/processo(s) será(ão) analisado(s); ? Formação dos grupos de trabalho: em que define-se os integrantes do grupo, que deve ser preferencialmente pequeno (entre 4 a 6 pessoas) e multidisciplinar (contando com pessoas de diversas áreas como qualidade, desenvolvimento e produção); ? Planejamento das reuniões: as reuniões devem ser agendadas com antecedência e com o consentimento de todos os participantes para evitar paralisações; ? Preparação da documentação (ver na figura 3 a documentação necessária).
  • 45. 45 b) Análise de Falhas em Potencial. Esta fase é realizada pelo grupo de trabalho que discute e preenche o formulário FMEA de acordo com os passos que seguem. Tipo(s) de falha(s) potencial(is) para cada função: ? Efeito(s) do tipo de falha; ? Causa(s) possível(eis) da falha; ? Controles atuais. c) Avaliação dos Riscos. Nesta fase são definidos pelo grupo os índices de Severidade (S), Ocorrência (O) e Detecção (D) para cada causa de falha, de acordo com critérios previamente definidos (um exemplo de critérios que podem ser utilizados é apresentado nas tabelas abaixo, mas o ideal é que a empresa tenha os seus próprios critérios adaptados a sua realidade específica). Depois são calculados os coeficientes de Prioridade de Risco (R), por meio da multiplicação dos outros três índices. Quando o grupo estiver avaliando um índice, os demais não podem ser levados em conta, ou seja, a avaliação de cada índice é independente. Por exemplo, se estamos avaliando o índice de severidade de uma determinada causa cujo efeito é significativo, não podemos colocar um valor mais baixo para este índice somente porque a probabilidade de detecção seja alta. d) Melhoria. Nesta fase o grupo, utilizando os conhecimentos, criatividade e até mesmo outras técnicas como brainstorming, lista todas as ações que podem ser realizadas para diminuir os riscos. Estas medidas podem ser: ? Medidas de prevenção total ao tipo de falha; ? Medidas de prevenção total de uma causa de falha; ? Medidas que dificultam a ocorrência de falhas; ? Medidas que limitem o efeito do tipo de falha; ? Medidas que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de falha.
  • 46. 46 Estas medidas são analisadas quanto a sua viabilidade, sendo então definidas as que serão implantadas. Uma forma de se fazer o controle do resultado destas medidas é pelo próprio formulário FMEA por meio de colunas que onde ficam registradas as medidas recomendadas pelo grupo, tais como: nome do responsável e prazo, medidas que foram realmente tomadas e a nova avaliação dos riscos. e) Continuidade. O formulário FMEA é um documento “vivo” ou seja, uma vez realizada uma , análise para um produto/processo qualquer esta deve ser revisada sempre que ocorrerem alterações neste produto/processo específico. Além disso, mesmo que não haja alterações, deve-se regularmente revisar a análise confrontando as falhas potenciais imaginadas pelo grupo com as que realmente vem ocorrendo no dia-a-dia do processo e uso do produto. Permitindo assim a incorporação de falhas não previstas, bem como a reavaliação com base em dados objetivos e das falhas já previstas pelo grupo. f) Importância. A metodologia FMEA é importante porque pode proporcionar para a empresa: ? Uma forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos produtos/processos; ? Melhor conhecimento dos problemas nos produtos/processos; ? Ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e devidamente monitoradas (melhoria contínua - Kaizen); ? Diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas; ? O benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de falhas, a atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a satisfação dos clientes.
  • 47. 47 2.4.3 EAG (Equipe Auto Gerenciável). Com a globalização veio também a competitividade e a constante busca por melhores índices, exigindo uma reformulação nos conceitos antigos de especialização e habilidades da mão de obra. Atividades que eram feitas por uma especialidade passaram a ser executadas, também, por outras especialidades, com a mesma qualidade e, sempre em nome da qualidade e rapidez do serviço. A denominação “Equipes Auto-Gerenciáveis” vem da tradução do termo em inglês “Self-Managing Work Groups” Segundo Pearce e Ravlin (1987, p. 40) esta . denominação enfatiza a característica de um grupo de trabalho de atuar na regulação de uma grande série de fatores que afetam a organização do trabalho dentro da empresa, como assuntos internos abrangendo desde a seleção dos membros até a escolha do líder. As empresas buscam: ? Equipes enxutas; ? Domínio tecnológico – qualificação; ? Multi-especialização; ? Menor número de especialidades envolvidas. Lannes (1998) resumiu os critérios que caracteriza a EAG: ? Vários trabalhadores, em uma unidade de produção limitada, espacial e organizacionalmente, compartilham uma tarefa comum que é dividida em sub-tarefas, e assumem responsabilidade compartilhada a longo termo; ? Os membros desta unidade, o “grupo de trabalho” coletivamente determinam , (auto-regulação coletiva) com relativamente um alto grau de autonomia, a coordenação da seqüência do trabalho e alocação de trabalhos e tarefas dentro da unidade de produção assim como a regulação input/output (manutenção de fronteiras); ? Cada membro pode executar uma variedade de sub-tarefas (multi- funcionalidade) e o faz dependendo da necessidade; ? Inerente a este conceito está o princípio de enriquecimento de funções (“job enrichment” onde é destinado ao grupo diferentes funções, como )
  • 48. 48 planejamento da produção e controle ou garantia da qualidade; isto permite que cada membro execute tarefas desafiadoras. A Equipe Auto Gerenciável é constituída de no máximo 25 operadores que trabalham: ? Sobre um setor geograficamente determinado; ? Numa mesma faixa horária; ? Sobre um mesmo produto, processo ou parte do processo ou para um mesmo cliente; ? São constituídas de um núcleo estável e equilibrado de operadores que se reportam a um responsável da EAG e utilizam as funções suportes. ? O trabalho em equipe, embora não seja uma tradição, tem recebido grande atenção nos últimos anos como a grande saída para a produtividade e satisfação das pessoas. 2.4.4 Kaizen – Melhoria Contínua. ‘ Kai’significa, em japonês, mudança e 'zen' para melhor. Da junção nasceu a estratégia minuciosa de melhorias graduais implementadas continuamente, que os japoneses creditam como o fundamento do seu milagre industrial do pós-guerra. IMAI (1986) colou uma série de inovações de gestão japonesas, até ali olhadas separadamente, debaixo do que ele chama um “guarda chuva” figura 07. , No 'kaizen' abrigam-se práticas que vêm desde os anos 50, como o “just in time” iniciado na Toyota por Taiichi Ohno ou o controle da qualidade total esquematizado por gurus japoneses, como Kaoru Ishikawa, que bebeu na fonte dos conceitos da qualidade importados para o Japão pelos americanos Deming e Juran nos anos 60.
  • 49. 49 ? Orientação para o ? Kanban consumidor ? Melhoramento da ? TQC (Controle Total Qualidade da Qualidade) ? “Just in Time” ? CCQ (Círculos de ? Zero defeitos Controle de ? Atividades em grupos Qualidade) pequenos ? Sistema de ? Relações cooperativas Sugestões entre administração e ? Automação mão-de-obra ? Disciplina no local ? Desenvolvimento de de trabalho novos produtos ? TPM Figura 07 – Guarda chuva do Kaizen proposto por IMAI Fonte: IMAI (1986) A filosofia do Kaizen afirma que o nosso modo de vida seja no trabalho, na sociedade ou em casa, merece ser constantemente melhorado. Efetivamente a crença de que deve haver um melhoramento interminável está profundamente entranhada na mentalidade japonesa. Basicamente, fazer o Kaizen é motivar para melhorar. É trabalhar verdadeiramente em equipe e resolver os problemas comuns. É acrescentar entusiasmo a qualquer tarefa por mais rotineira que seja. Os 10 mandamentos do Kaizen segundo o Rodrigues (2003): 1º. O desperdício ('muda' em japonês) é o inimigo público nº1, para o eliminar é preciso sujar as mãos; 2º. Melhorias graduais feitas continuadamente, não é ruptura pontual; 3º. Toda a gente tem de estar envolvida, quer gestores do topo e intermédios, quer pessoal de base, não é elitista;
  • 50. 50 4º. Assenta numa estratégia barata, acredita num aumento de produtividade sem investimentos significativos, não aplica somas astronômicas em tecnologia e consultores; 5º. Aplica-se em qualquer lado, não serve só para os japoneses; 6º. Apóia-se numa total transparência de procedimentos, processos e valores, torna os problemas e os desperdícios visíveis aos olhos de todos; 7º. Focaliza a atenção no local onde se cria realmente valor ('gemba' em japonês); 8º. Orienta-se para os processos; 9º. Dá prioridade às pessoas; acredita que o esforço principal de melhoria deve vir de uma nova mentalidade e estilo de trabalho das pessoas (orientação pessoal para a qualidade, trabalho em equipa, cultivo da sabedoria, elevação do moral, autodisciplina, círculos de qualidade e prática de sugestões individuais ou de grupo); 10º. O lema essencial da aprendizagem organizacional é aprender fazendo. Em outras palavras, melhoria contínua é tudo aquilo que se faz e que agrega valor, ou seja, acrescenta valor ao produto e/ou serviço e ao processo. Um exemplo de melhoria que agrega valor é o canivete suíço: seu fabricante percebeu os usos “inadequados” (abrir garrafas, apertar parafusos, sacar rolhas) que os usuários faziam dos canivetes comuns, e acrescentou abridor de garrafas, chave de fenda e saca-rolhas, entre outras coisas, ao seu produto, tornando-o um sucesso de vendas. A idéia é que, se continuarmos a fazer as coisas sempre da mesma forma, não haverá progresso. Deve haver, então, um clima que encoraje as pessoas a propor pequenas mudanças, visando sempre ao cliente, e que, somadas, vão ser a revolução dentro da empresa. As pessoas devem ser reconhecidas por seus esforços, seu interesse, sua dedicação. Dentro desse conceito, nenhum dia deve se passar sem que se tente realizar algum aprimoramento. Outra característica do kaizen é se apoiar em sugestões do pessoal que “põe a mão na massa” Ela incentiva as pessoas a apresentarem soluções para os . problemas operacionais mais simples que surgem na produção. Afinal, é muito mais fácil fazer alguma criada pelos próprios operadores, do que aceitar uma ordem que vem de cima e que, nem por isso, pode representar a melhor solução. E as melhores soluções vêm dos que convivem com o problema.