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Já reparou o que você faz quando ganha um presente que tanto queria, ou seu
time faz um gol, ou recebe uma notícia que deixa você muito feliz? Pula de
alegria, não é? Você faz isso porque está obedecendo a um ritmo interno, e
seu corpo se movimenta para expressar esse sentimento.
Assim surgiu a dança: pela necessidade de o homem pôr para fora suas
emoções. Antes de procurar se comunicar com palavras, as pessoas já se
expressavam com movimentos corporais. Por isso, a dança é considerada a
mais antiga das artes, e talvez a mais completa também,
pois quem dança ao mesmo tempo cria um movimento e o
expressa através do próprio corpo.
E não é só isso! A dança sempre teve grande presença e
importância na vida do homem, pois o acompanha ao
longo da sua história - desde os rituais dos povos
primitivos, passando por acontecimentos sociais e
religiosos, e influenciando até nas festas dos dias de hoje,
como o carnaval, por exemplo.
Vamos aprender muita coisa sobre essa arte que revela todo tipo de emoção
sem necessidade de uma única palavra...
BAILE DE MÁSCARAS NAS CAVERNAS
Os primeiros registros de movimentos corporais que podem ser chamados de
dança são de aproximadamente 15 mil anos atrás, do período pré-histórico
chamado Paleolítico - época em que o homem primitivo começou a fazer
desenhos e pinturas rupestres nas paredes e tetos das cavernas.
Essas figuras mostram nossos antepassados em caçadas, usando máscaras
de animais e fazendo movimentos que representam danças mágicas para
conseguir abater suas presas.
Há estudos da evolução humana explicando que as danças dos homens
primitivos serviam para aquecer os corpos antes da caça e do combate.
Esse hábito devia ser comum naquele tempo, pois há várias pinturas rupestres
representando essa cena. O desenho sempre termina com o animal atingido
pela lança. Pelo jeito, o "baile de máscaras" funcionava mesmo!
A arte rupestre está registrada em rochas e grutas em todo o Brasil. São mais
de 780 sítios arqueológicos, onde as pinturas rupestres deixaram o rastro dos
primeiros "pintores" brasileiros de que se tem notícia.
Em Minas Gerais, um dos sítios mais importantes é o Vale do Peruaçu. Em
paredões bem altos, os "pintores" da Antiguidade fizeram seus desenhos a
cerca de dez metros do chão, provavelmente se encarapitando em cima de
árvores! As pinturas do Peruaçu são de vários estilos, e os pesquisadores
calculam que tenham entre 2.000 e 10.000 anos.
Além de retratarem cenas de caça, os painéis de rocha
também exibem desenhos geométricos incríveis, com cores bem vivas.
Em Minas também ficam os penhascos de Lagoa Santa, outro lugar misterioso,
cheio de desenhos de animais, com cerca de 10.000 anos de idade,
descobertos pelo biólogo dinamarquês Peter Lund em 1834.
Parece que os " pintores" antigos de Lagoa Santa também usavam o lugar
como cemitério, pois junto aos desenhos também foram encontrados ossos.
"BAILA COMIGO,COMO SE BAILA NA TRIBO..."
Com a evolução de nossos ancestrais, talvez eles tenham achado que dança
sem música não tinha muita graça. Assim, inventaram os instrumentos
musicais. Isso aconteceu por volta de 6500 a.C. (no período Neolítico). Em
algumas escavações arqueológicas, foram encontrados assobios feitos de
osso, flautas e matracas (que são um tipo de
instrumento de percussão bem simples).
Esses instrumentos também estão presentes
nas pinturas de nossos antigos bailarinos. Isso
é que era vida boa! Só dançando e
desenhando nas paredes...
ENTRANDO NA DANÇA
Ainda no período Neolítico, a dança começou a ter grande
importância para os povos primitivos, pois passou a fazer
parte dos rituais e a ser uma espécie de "reunião social".
Nesses acontecimentos, todos se juntavam para dançar
em adoração aos espíritos ou homenagear os mortos.
Com o passar do tempo e a evolução dos homens, tudo
virou motivo para entrar na dança: um culto religioso, as
forças da natureza, o casamento, o nascimento de uma
criança, a fertilidade, a época da colheita, uma nova
estação.
Enfim, uma arte que não parou mais de mexer com a
gente!
No Brasil, a dança está diretamente ligada à história
da nossa gente, pois representa nossas raízes: a
mistura do índio, do negro e do europeu. Desses três
povos, herdamos os costumes, as tradições e a
cultura. São riquezas transmitidas de geração a
geração e que não podemos deixar morrer.
Na formação das danças brasileiras, os negros têm
grande importância. Eles trouxeram uma ginga que os
portugueses não tinham.
Assim como os índios, os africanos dançavam descalços. Para eles, a dança
tinha um significado religioso e mágico. Apesar das tentativas dos senhores de
acabar com esse costume, eles o mantiveram, e assim conseguiram também
espantar seus sofrimentos e humilhações como escravos.
Aos poucos, a casa grande foi sendo contagiada pela tradição africana e
surgiram as festas religiosas, que deram origem a várias danças. E, como não
podia deixar de ser, muitos instrumentos indígenas eram usados como
acompanhamento. Afinal, não há dança sem música!
Esse conjunto de costumes e tradições de um povo é chamado de folclore. E a
dança folclórica é um dos mais ricos representantes da nossa cultura. Em cada
estado do Brasil, ela recebeu influências das origens de pessoas que ali
viveram e ensinaram um pouco da sua arte.
O baião é uma dança que surgiu no Nordeste brasileiro, mas não se chega a
um acordo sobre sua origem: uns dizem que é africana, outros, que é
espanhola. Só se tem certeza de uma coisa: ficou conhecida e é apreciada no
Brasil inteiro.
Seu ritmo, marcante e contagioso, mexe com o povo nordestino há um século.
Mas foi por causa de Luiz Gonzaga, chamado "o rei do baião", que música e
dança percorreram o nosso país e até atravessaram fronteiras, chegando à
Europa e aos Estados Unidos.
Os passos da dança são feitos de cruzamento de pernas, giros, trejeitos e
muito molejo. O som fica por conta da sanfona, do pandeiro, da viola, entre ou
tros instrumentos.
Também chamada de bambaquerê, o balaio é uma espécie de quadrilha
bastante popular no Rio Grande do Sul.
Alguns estudiosos dizem que veio dos Açores, um conjunto de ilhas de domínio
português. Outros dizem que é africana, pois também é conhecida em regiões
do Nordeste até Mato Grosso.
O nome balaio está ligado ao formato das saias rodadas das mulheres -
quando giram e abaixam, fazem uma coreografia que lembra a figura de um
balaio.
Geralmente é dançado em dois círculos: as mulheres ficam no centro e os
homens, do lado de fora. Em alguns momentos dançam juntos, em outros
separados. Há também sapateados e todos cantam.
Quadrilha é dança de caipira, certo? Hoje em dia pode ser, mas antigamente
não era assim, não. Surgiu na Inglaterra, e, quando foi levada a Paris, no
século 18, tornou-se a dança preferida pela sociedade da época, iniciando os
bailes da corte de toda a Europa.
Foi trazida ao Brasil pelos portugueses no período da Regência (1831-1840) e
era dançada nos salões da nobreza. Logo caiu nas graças do povo, que a
adaptou e incluiu elementos de sua cultura.
Com o tempo, passou a ser mais praticada pelas pessoas que viviam nos
campos e era dançada em homenagem aos santos juninos: Santo Antônio, São
João e São Pedro. Nessas ocasiões, o homem do campo agradecia a boa
colheita aos santos.
Os passos da quadrilha variam muito de região para região, assim como os
nomes que ela recebe: quadrilha caipira, sarauê, baile sifilito, mana-chica
ou mana-joana, dependendo do estado de onde vem. São eles: São Paulo,
Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, entre
outros.
A sanfona é o instrumento que não pode faltar na quadrilha, não é mesmo,
compadre?
É uma das danças mais populares do Brasil, e pode ser vista em vários
estados: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, entre outros. Dependendo da
região, pode mudar de nome: boi-surubi, boi-bumbá, boi-melão, boi-de-
mamão, etc.
Em cada região, o tema pode variar, mas o enredo é basicamente o mesmo: o
negro escravo Pai Francisco mata o boi do patrão para satisfazer sua mulher
grávida, Catirina, que está com desejo de comer língua de boi. Como o amo
fica furioso, ele tenta ressuscitar o boi para escapar do castigo. O boi então
volta à vida e todos comemoram gritando: bumba-meu-boi!
Vários personagens atuam na encenação, cantando e dançando. Geralmente,
os instrumentos que acompanham são: violão, sanfona e rabeca.
A capoeira, uma dança fascinante e ao mesmo tempo uma luta mágica, é
praticada em todo o país de um jeito alegre e contagiante. Surgiu na Bahia, no
período da escravidão.
As condições em que viviam os negros durante a escravidão eram desumanas.
Tentar manter a dignidade e suas tradições era a única coisa que restava a
eles. Para enganar os senhores, os escravos continuavam praticando suas
crenças disfarçadas de cantigas e danças. Dos gestos que faziam nesses
rituais, surgiu a capoeira.
Os movimentos da dança também eram usados pelos escravos como defesa,
pois, como não tinham armas, utilizavam o próprio corpo contra os inimigos.
Ainda bem que tudo isso acabou e hoje podemos ver rodas de capoeira em
todos os lugares: ruas, praças, academias, parques e praias. Sempre
acompanhadas de muita ginga, cantos, palmas e do som envolvente do
berimbau.
Não podemos dizer que o carnaval seja uma
dança, mas sim uma festa. Uma festa em que o
país inteiro, pessoas de todas as idades e
classes sociais se unem numa só alegria para
fazer o quê? Dançar. Por isso não podíamos
deixar de falar dessa mania brasileira.
O carnaval começou no Brasil na segunda
metade do século 18, e veio para substituir uma
festa popular meio esquisita trazida pelos portugueses: o entrudo. Os foliões
comemoravam jogando água, farinha e ovos uns nos outros. Essa festa foi
proibida e então começaram as passeatas nas ruas, organizadas pelas
pessoas ricas do Rio de Janeiro.
Em 1877, o carnaval já tinha caído nas graças do povo.
Nessa época havia bailes a fantasia, as ruas eram
enfeitadas, grupos se divertiam mascarados. Antes de
surgirem as escolas de samba cariocas, os blocos
saíam fantasiados pelas ruas, dançando e tocando.
Hoje, existem escolas de samba no mundo inteiro - até
no Japão! Na Finlândia, há até uma Associação de
Escolas de Samba: a grande campeã é a Império do
Papagaio, que tem 250 membros e três primeiros
lugares no desfile de lá.
Assim como Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras cidades, têm as escolas
de samba, o Nordeste tem seus blocos nas ruas. No estado de Pernambuco,
por exemplo, há o frevo, o maracatu, o afoxé e o caboclinho.
Apesar do samba-de-roda ser tradicional em Salvador, na Bahia, os trios
elétricos e os afoxés também fazem a festa. São caminhões especiais, que
saem às ruas com bandas na carroceria, tocando todo tipo de música. E o
pessoal vai atrás, dançando sem parar.
Mas não é só nas grandes capitais que o carnaval tem tradição. Cada
cidadezinha do Brasil conta sua própria história por meio da folia. Essa é a
nossa cultura popular, cheia de cores, ritmos e alegria!
"E o frevo o que é? Pernambucano, oi, oi, oi, oi..." Quem nunca ouviu esse
trechinho de uma das músicas mais tocadas no carnaval de todo o Brasil?
Ninguém tem dúvida de que o frevo vem de Pernambuco.
É dançado nas ruas e salões, e seu nome varia de acordo com os instrumentos
que embalam a música: frevo-coqueiro, frevo-de-encontro, frevo-ventania.
Apesar de ter coreografia individual, é uma dança que, pelo seu ritmo agitado,
frenético, contagia multidões, não deixando ninguém de fora, como se fosse
uma corrente elétrica.
Os bailarinos, chamados de passistas, improvisam os passos em ritmo
alucinante e levam nas mãos um pequeno guarda-chuva colorido, que
acompanha o tom de suas roupas.
O maracatu é uma dança com raízes religiosas e históricas muito popular em
Pernambuco, e que apresenta variações de tipos e nomes: maracatu de
baque virado, maracatu nação, maracatu rural, maracatu de orquestra,
entre outros.
Os personagens são nobres soberanos - como reis negros e brancos, rainhas e
embaixadores - vestidos luxuosamente e acompanhados de toda a corte. Em
alguns maracatus, há ainda a presença de baianas, meninos, índios, escravos
e também de bonecos.
O grupo desfila pelas ruas e em certos momentos há imitações de duelos. Os
músicos participam do bloco tocando principalmente instrumentos de
percussão. Imagine que espetáculo maravilhoso! Quem quiser ver, é só ir
prestigiar o carnaval de Pernambuco.
Acarajé, carnaval e capoeira, Pelourinho, água de coco, praias e orixás.
Salvador é a mais brasileira das cidades. Cheia de lugares coloridos e antigos,
Salvador mistura a influência dos três povos que formaram o povo brasileiro:
índios, portugueses e negros. Fica de frente para o mar, na baía de Todos os
Santos, Estado da Bahia. A cidade foi a primeira capital do Brasil, de 1549
até 1763, quando perdeu o posto para o Rio de Janeiro.
A cidade foi um dos centros artísticos do Barroco brasileiro, um estilo de arte
religiosa que também seduz os visitantes de Ouro Preto. As igrejas de Salvador
guardam muitas riquezas da época em que se descobriu ouro no Brasil. A mais
famosa delas, a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, foi inaugurada em 1772.
Todos os anos, na segunda quinta-feira do mês de janeiro, acontece a lavagem
das escadarias da igreja. As baianas vestidas de branco derramam água
perfumada de flores nas escadas. A lavagem do Bonfim é uma maneira de
purificar a Igreja e todos aqueles que nela vão rezar.
No pé da escadaria, as baianas montam seus tabuleiros de acarajé, um bolinho
de massa de feijão branco, frito e recheado de camarões e pimenta. É
delicioso! Na igreja podemos comprar as fitinhas do Bonfim, que amarramos no
pulso fazendo um pedido para que nossos desejos se realizem.
O cateretê é uma dança rural muito antiga, conhecida em vários estados:
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, entre
outros. Recebe vários nomes: catira, xiba ou chiba, dependendo da região.
Alguns estudos mostram que o cateretê é de origem indígena e de caráter
religioso, e foi aproveitado pelo padre José de Anchieta na catequese dos
índios. O padre, bem esperto, traduziu para o tupi alguns textos católicos para
que os índios cantassem enquanto dançavam.
A dança varia em cada região, mas geralmente é assim: em duas fileiras,
acompanhada por palmas e sapateados no ritmo da música, formando um
bonito conjunto. As melodias são cantadas pelos violeiros. Em alguns estados,
apenas os homens fazem a coreografia. Quem disse que não pode dançar
homem com homem?
O samba pede passagem e toma conta de todo o Brasil. Afinal, "quem não
gosta de samba, bom sujeito não é/ É ruim da cabeça ou doente do pé..." como
já diz uma das músicas mais populares que tem o samba como tema.
Há várias explicações para a formação desta dança que, como era de se
imaginar, vem da África. Uma delas diz que sua origem está na palavra semba,
que significa umbigada. E a dança era assim no início: um bailarino ficava no
centro da roda dançando sozinho, então chamava outra pessoa para substituí-
lo batendo nela com o umbigo.
Com o tempo, o samba foi se modificando e sofrendo alterações, e em cada
estado do Brasil tem uma cara diferente, mas está sempre acompanhado
principalmente pelo violão, pandeiro e surdo, entre outros instrumentos.
Quando o samba foi levado ao Rio de Janeiro pelos baianos, no início do
século 20, encontrou um parceiro que foi feito sob medida para ele: o carnaval.
Essa dupla incendeia as ruas e salões do Brasil inteiro e ficou conhecida pelos
quatro cantos do mundo.
http://www.canalkids.com.br/arte/danca/index.htm .

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7309 a arte_de_dancar

  • 1. Já reparou o que você faz quando ganha um presente que tanto queria, ou seu time faz um gol, ou recebe uma notícia que deixa você muito feliz? Pula de alegria, não é? Você faz isso porque está obedecendo a um ritmo interno, e seu corpo se movimenta para expressar esse sentimento. Assim surgiu a dança: pela necessidade de o homem pôr para fora suas emoções. Antes de procurar se comunicar com palavras, as pessoas já se expressavam com movimentos corporais. Por isso, a dança é considerada a mais antiga das artes, e talvez a mais completa também, pois quem dança ao mesmo tempo cria um movimento e o expressa através do próprio corpo. E não é só isso! A dança sempre teve grande presença e importância na vida do homem, pois o acompanha ao longo da sua história - desde os rituais dos povos primitivos, passando por acontecimentos sociais e religiosos, e influenciando até nas festas dos dias de hoje, como o carnaval, por exemplo. Vamos aprender muita coisa sobre essa arte que revela todo tipo de emoção sem necessidade de uma única palavra...
  • 2. BAILE DE MÁSCARAS NAS CAVERNAS Os primeiros registros de movimentos corporais que podem ser chamados de dança são de aproximadamente 15 mil anos atrás, do período pré-histórico chamado Paleolítico - época em que o homem primitivo começou a fazer desenhos e pinturas rupestres nas paredes e tetos das cavernas. Essas figuras mostram nossos antepassados em caçadas, usando máscaras de animais e fazendo movimentos que representam danças mágicas para conseguir abater suas presas. Há estudos da evolução humana explicando que as danças dos homens primitivos serviam para aquecer os corpos antes da caça e do combate. Esse hábito devia ser comum naquele tempo, pois há várias pinturas rupestres representando essa cena. O desenho sempre termina com o animal atingido pela lança. Pelo jeito, o "baile de máscaras" funcionava mesmo!
  • 3. A arte rupestre está registrada em rochas e grutas em todo o Brasil. São mais de 780 sítios arqueológicos, onde as pinturas rupestres deixaram o rastro dos primeiros "pintores" brasileiros de que se tem notícia. Em Minas Gerais, um dos sítios mais importantes é o Vale do Peruaçu. Em paredões bem altos, os "pintores" da Antiguidade fizeram seus desenhos a cerca de dez metros do chão, provavelmente se encarapitando em cima de árvores! As pinturas do Peruaçu são de vários estilos, e os pesquisadores calculam que tenham entre 2.000 e 10.000 anos. Além de retratarem cenas de caça, os painéis de rocha também exibem desenhos geométricos incríveis, com cores bem vivas. Em Minas também ficam os penhascos de Lagoa Santa, outro lugar misterioso, cheio de desenhos de animais, com cerca de 10.000 anos de idade, descobertos pelo biólogo dinamarquês Peter Lund em 1834. Parece que os " pintores" antigos de Lagoa Santa também usavam o lugar como cemitério, pois junto aos desenhos também foram encontrados ossos. "BAILA COMIGO,COMO SE BAILA NA TRIBO..." Com a evolução de nossos ancestrais, talvez eles tenham achado que dança sem música não tinha muita graça. Assim, inventaram os instrumentos musicais. Isso aconteceu por volta de 6500 a.C. (no período Neolítico). Em algumas escavações arqueológicas, foram encontrados assobios feitos de
  • 4. osso, flautas e matracas (que são um tipo de instrumento de percussão bem simples). Esses instrumentos também estão presentes nas pinturas de nossos antigos bailarinos. Isso é que era vida boa! Só dançando e desenhando nas paredes... ENTRANDO NA DANÇA Ainda no período Neolítico, a dança começou a ter grande importância para os povos primitivos, pois passou a fazer parte dos rituais e a ser uma espécie de "reunião social". Nesses acontecimentos, todos se juntavam para dançar em adoração aos espíritos ou homenagear os mortos. Com o passar do tempo e a evolução dos homens, tudo virou motivo para entrar na dança: um culto religioso, as forças da natureza, o casamento, o nascimento de uma criança, a fertilidade, a época da colheita, uma nova estação. Enfim, uma arte que não parou mais de mexer com a gente! No Brasil, a dança está diretamente ligada à história da nossa gente, pois representa nossas raízes: a mistura do índio, do negro e do europeu. Desses três povos, herdamos os costumes, as tradições e a cultura. São riquezas transmitidas de geração a geração e que não podemos deixar morrer. Na formação das danças brasileiras, os negros têm grande importância. Eles trouxeram uma ginga que os portugueses não tinham. Assim como os índios, os africanos dançavam descalços. Para eles, a dança tinha um significado religioso e mágico. Apesar das tentativas dos senhores de acabar com esse costume, eles o mantiveram, e assim conseguiram também espantar seus sofrimentos e humilhações como escravos.
  • 5. Aos poucos, a casa grande foi sendo contagiada pela tradição africana e surgiram as festas religiosas, que deram origem a várias danças. E, como não podia deixar de ser, muitos instrumentos indígenas eram usados como acompanhamento. Afinal, não há dança sem música! Esse conjunto de costumes e tradições de um povo é chamado de folclore. E a dança folclórica é um dos mais ricos representantes da nossa cultura. Em cada estado do Brasil, ela recebeu influências das origens de pessoas que ali viveram e ensinaram um pouco da sua arte. O baião é uma dança que surgiu no Nordeste brasileiro, mas não se chega a um acordo sobre sua origem: uns dizem que é africana, outros, que é espanhola. Só se tem certeza de uma coisa: ficou conhecida e é apreciada no Brasil inteiro. Seu ritmo, marcante e contagioso, mexe com o povo nordestino há um século. Mas foi por causa de Luiz Gonzaga, chamado "o rei do baião", que música e dança percorreram o nosso país e até atravessaram fronteiras, chegando à Europa e aos Estados Unidos. Os passos da dança são feitos de cruzamento de pernas, giros, trejeitos e muito molejo. O som fica por conta da sanfona, do pandeiro, da viola, entre ou tros instrumentos.
  • 6. Também chamada de bambaquerê, o balaio é uma espécie de quadrilha bastante popular no Rio Grande do Sul. Alguns estudiosos dizem que veio dos Açores, um conjunto de ilhas de domínio português. Outros dizem que é africana, pois também é conhecida em regiões do Nordeste até Mato Grosso. O nome balaio está ligado ao formato das saias rodadas das mulheres - quando giram e abaixam, fazem uma coreografia que lembra a figura de um balaio. Geralmente é dançado em dois círculos: as mulheres ficam no centro e os homens, do lado de fora. Em alguns momentos dançam juntos, em outros separados. Há também sapateados e todos cantam. Quadrilha é dança de caipira, certo? Hoje em dia pode ser, mas antigamente não era assim, não. Surgiu na Inglaterra, e, quando foi levada a Paris, no século 18, tornou-se a dança preferida pela sociedade da época, iniciando os bailes da corte de toda a Europa. Foi trazida ao Brasil pelos portugueses no período da Regência (1831-1840) e era dançada nos salões da nobreza. Logo caiu nas graças do povo, que a adaptou e incluiu elementos de sua cultura. Com o tempo, passou a ser mais praticada pelas pessoas que viviam nos campos e era dançada em homenagem aos santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Nessas ocasiões, o homem do campo agradecia a boa colheita aos santos. Os passos da quadrilha variam muito de região para região, assim como os nomes que ela recebe: quadrilha caipira, sarauê, baile sifilito, mana-chica ou mana-joana, dependendo do estado de onde vem. São eles: São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, entre outros. A sanfona é o instrumento que não pode faltar na quadrilha, não é mesmo, compadre?
  • 7. É uma das danças mais populares do Brasil, e pode ser vista em vários estados: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, entre outros. Dependendo da região, pode mudar de nome: boi-surubi, boi-bumbá, boi-melão, boi-de- mamão, etc. Em cada região, o tema pode variar, mas o enredo é basicamente o mesmo: o negro escravo Pai Francisco mata o boi do patrão para satisfazer sua mulher grávida, Catirina, que está com desejo de comer língua de boi. Como o amo fica furioso, ele tenta ressuscitar o boi para escapar do castigo. O boi então volta à vida e todos comemoram gritando: bumba-meu-boi! Vários personagens atuam na encenação, cantando e dançando. Geralmente, os instrumentos que acompanham são: violão, sanfona e rabeca. A capoeira, uma dança fascinante e ao mesmo tempo uma luta mágica, é praticada em todo o país de um jeito alegre e contagiante. Surgiu na Bahia, no período da escravidão. As condições em que viviam os negros durante a escravidão eram desumanas. Tentar manter a dignidade e suas tradições era a única coisa que restava a eles. Para enganar os senhores, os escravos continuavam praticando suas crenças disfarçadas de cantigas e danças. Dos gestos que faziam nesses rituais, surgiu a capoeira. Os movimentos da dança também eram usados pelos escravos como defesa, pois, como não tinham armas, utilizavam o próprio corpo contra os inimigos.
  • 8. Ainda bem que tudo isso acabou e hoje podemos ver rodas de capoeira em todos os lugares: ruas, praças, academias, parques e praias. Sempre acompanhadas de muita ginga, cantos, palmas e do som envolvente do berimbau. Não podemos dizer que o carnaval seja uma dança, mas sim uma festa. Uma festa em que o país inteiro, pessoas de todas as idades e classes sociais se unem numa só alegria para fazer o quê? Dançar. Por isso não podíamos deixar de falar dessa mania brasileira. O carnaval começou no Brasil na segunda metade do século 18, e veio para substituir uma festa popular meio esquisita trazida pelos portugueses: o entrudo. Os foliões comemoravam jogando água, farinha e ovos uns nos outros. Essa festa foi proibida e então começaram as passeatas nas ruas, organizadas pelas pessoas ricas do Rio de Janeiro. Em 1877, o carnaval já tinha caído nas graças do povo. Nessa época havia bailes a fantasia, as ruas eram enfeitadas, grupos se divertiam mascarados. Antes de surgirem as escolas de samba cariocas, os blocos saíam fantasiados pelas ruas, dançando e tocando. Hoje, existem escolas de samba no mundo inteiro - até no Japão! Na Finlândia, há até uma Associação de Escolas de Samba: a grande campeã é a Império do Papagaio, que tem 250 membros e três primeiros lugares no desfile de lá.
  • 9. Assim como Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras cidades, têm as escolas de samba, o Nordeste tem seus blocos nas ruas. No estado de Pernambuco, por exemplo, há o frevo, o maracatu, o afoxé e o caboclinho. Apesar do samba-de-roda ser tradicional em Salvador, na Bahia, os trios elétricos e os afoxés também fazem a festa. São caminhões especiais, que saem às ruas com bandas na carroceria, tocando todo tipo de música. E o pessoal vai atrás, dançando sem parar. Mas não é só nas grandes capitais que o carnaval tem tradição. Cada cidadezinha do Brasil conta sua própria história por meio da folia. Essa é a nossa cultura popular, cheia de cores, ritmos e alegria! "E o frevo o que é? Pernambucano, oi, oi, oi, oi..." Quem nunca ouviu esse trechinho de uma das músicas mais tocadas no carnaval de todo o Brasil? Ninguém tem dúvida de que o frevo vem de Pernambuco. É dançado nas ruas e salões, e seu nome varia de acordo com os instrumentos que embalam a música: frevo-coqueiro, frevo-de-encontro, frevo-ventania. Apesar de ter coreografia individual, é uma dança que, pelo seu ritmo agitado, frenético, contagia multidões, não deixando ninguém de fora, como se fosse uma corrente elétrica. Os bailarinos, chamados de passistas, improvisam os passos em ritmo alucinante e levam nas mãos um pequeno guarda-chuva colorido, que acompanha o tom de suas roupas.
  • 10. O maracatu é uma dança com raízes religiosas e históricas muito popular em Pernambuco, e que apresenta variações de tipos e nomes: maracatu de baque virado, maracatu nação, maracatu rural, maracatu de orquestra, entre outros. Os personagens são nobres soberanos - como reis negros e brancos, rainhas e embaixadores - vestidos luxuosamente e acompanhados de toda a corte. Em alguns maracatus, há ainda a presença de baianas, meninos, índios, escravos e também de bonecos. O grupo desfila pelas ruas e em certos momentos há imitações de duelos. Os músicos participam do bloco tocando principalmente instrumentos de percussão. Imagine que espetáculo maravilhoso! Quem quiser ver, é só ir prestigiar o carnaval de Pernambuco. Acarajé, carnaval e capoeira, Pelourinho, água de coco, praias e orixás. Salvador é a mais brasileira das cidades. Cheia de lugares coloridos e antigos, Salvador mistura a influência dos três povos que formaram o povo brasileiro: índios, portugueses e negros. Fica de frente para o mar, na baía de Todos os Santos, Estado da Bahia. A cidade foi a primeira capital do Brasil, de 1549 até 1763, quando perdeu o posto para o Rio de Janeiro. A cidade foi um dos centros artísticos do Barroco brasileiro, um estilo de arte religiosa que também seduz os visitantes de Ouro Preto. As igrejas de Salvador guardam muitas riquezas da época em que se descobriu ouro no Brasil. A mais famosa delas, a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, foi inaugurada em 1772.
  • 11. Todos os anos, na segunda quinta-feira do mês de janeiro, acontece a lavagem das escadarias da igreja. As baianas vestidas de branco derramam água perfumada de flores nas escadas. A lavagem do Bonfim é uma maneira de purificar a Igreja e todos aqueles que nela vão rezar. No pé da escadaria, as baianas montam seus tabuleiros de acarajé, um bolinho de massa de feijão branco, frito e recheado de camarões e pimenta. É delicioso! Na igreja podemos comprar as fitinhas do Bonfim, que amarramos no pulso fazendo um pedido para que nossos desejos se realizem. O cateretê é uma dança rural muito antiga, conhecida em vários estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, entre outros. Recebe vários nomes: catira, xiba ou chiba, dependendo da região. Alguns estudos mostram que o cateretê é de origem indígena e de caráter religioso, e foi aproveitado pelo padre José de Anchieta na catequese dos índios. O padre, bem esperto, traduziu para o tupi alguns textos católicos para que os índios cantassem enquanto dançavam. A dança varia em cada região, mas geralmente é assim: em duas fileiras, acompanhada por palmas e sapateados no ritmo da música, formando um bonito conjunto. As melodias são cantadas pelos violeiros. Em alguns estados, apenas os homens fazem a coreografia. Quem disse que não pode dançar homem com homem?
  • 12. O samba pede passagem e toma conta de todo o Brasil. Afinal, "quem não gosta de samba, bom sujeito não é/ É ruim da cabeça ou doente do pé..." como já diz uma das músicas mais populares que tem o samba como tema. Há várias explicações para a formação desta dança que, como era de se imaginar, vem da África. Uma delas diz que sua origem está na palavra semba, que significa umbigada. E a dança era assim no início: um bailarino ficava no centro da roda dançando sozinho, então chamava outra pessoa para substituí- lo batendo nela com o umbigo. Com o tempo, o samba foi se modificando e sofrendo alterações, e em cada estado do Brasil tem uma cara diferente, mas está sempre acompanhado principalmente pelo violão, pandeiro e surdo, entre outros instrumentos. Quando o samba foi levado ao Rio de Janeiro pelos baianos, no início do século 20, encontrou um parceiro que foi feito sob medida para ele: o carnaval. Essa dupla incendeia as ruas e salões do Brasil inteiro e ficou conhecida pelos quatro cantos do mundo. http://www.canalkids.com.br/arte/danca/index.htm .