2. Elementos da pauta
Uma boa pauta deve ter:
1 - Um resumo dos acontecimentos (idéias) que são objeto da reportagem.
2 - O que o repórter terá que conseguir, ou seja, o que interessa ao
público.
3 - Como a empresa de mídia vai se posicionar em relação ao assunto.
4 - Fornecer todos os dados necessários para o repórter: nome, cargo ou
função das pessoas que serão entrevistadas (sempre fornecer mais de uma
fonte), telefones, hora da entrevista, local, e-mail.
A pauta é o ponto de partida de uma reportagem, nunca o meio ou o fim.
3. Itens da pauta
Cabeçalho: onde devem estar contidos o nome do redator, a data em que
foi elaborada a pauta, a retranca (duas palavras que indiquem o tema da
pauta) e a fonte (de onde foram tiradas as informações para a pauta).
Tema: sobre o que se trata a pauta.
Histórico/Sinopse: escrever em poucas linhas (média de 15 linhas) um
resumo dos fatos que levaram esse tema a se justificar como assunto de
uma pauta jornalística. Esse material é muito importante para situar o
repórter e porque poderá ser utilizado por ele para o lide e/ou cabeça da
matéria.
Enfoque/Encaminhamento: qual será o direcionamento a ser dado na
matéria pelo repórter. Este item é que irá definir as sugestões de
perguntas.
4. Itens da pauta
Fontes: para se obter as informações sobre o tema da matéria é
fundamental que o pauteiro apresente as fontes para a reportagem,
ou seja, as pessoas que serão entrevistadas pelo repórter. Nesse
caso, além do nome e do cargo/função da pessoa, deve constar na
pauta o endereço e todos os telefones possíveis para contato.
Sugestões de perguntas: como o nome já dia são sugestões a
serem seguidas pelo repórter. Mas lembre-se uma pauta não é uma
camisa de força. O repórter tem toda liberdade de questionar o
entrevistado sobre outras questões que considerar importante
naquele momento.
Anexos: caso o pauteiro tenha feito alguma pesquisa ou possua
recorte de jornal/revista ou texto retirado da internet poderá
anexar na pauta.
5. Fontes de notícias
A maioria das notícias contém informações fornecidas
por instituições e personagens que testemunham ou
participam de eventos de interesse público.
A informação começa na fonte
O papel dos jornalistas é selecionar e questionar essas
fontes, colher dados e depoimentos, situá-los em algum
contexto e processá-los segundo técnicas jornalísticas.
As fontes podem mentir mas é de esperar que não
mintam.
6. Fontes de notícias
“Por que se conta que alguém preste informações a um
estranho, se não ganha nada com isso?”
Os homens consideram crucial serem aceitos socialmente e,
por isso, desenvolvem atitudes cooperativas (corrente
funcionalista – Lazansfeld, Merton e Kennedy).
“Por que confiamos que, decidida a responder, essa pessoa não
inventará uma resposta qualquer?”
Toda conversação depende do que um dos envolvidos imagina
que o outro pretende.
7. Fontes de notícias
Se ambos se admitem como boa-fé, não serão:
a) Se vê o repórter como ameaça - Lacônicos (nem falará mais
do que lhe foi perguntado);
b) Se vê na conversa uma oportunidade de defender seus
direitos/interessesDeliberadamente falso (ou afirmará meras
suspeitas);
c) Excessivamente minucioso;
d) Vago, ambíguo, com seu discurso desordenado.
8. Fontes de notícias
Princípio geral da conduta humana: buscar a máxima
eficiência com o menor custo possível.
A mentira tem alto custo moral e físico.
Não estar mentindo não quer dizer que se está dizendo a
verdade. Mas apenas acreditar que se está dizendo a
verdade.
9. Classificação de fontes
a) Oficiais, oficiosas e independentes:
Oficiais são aquelas que representam as organizações com
legitimidade. Tidas com as mais confiáveis. É comum não seres
mencionadas, já que suas informações são tomadas como corretas.
Fontes oficiais mentem. Ou sonegam informação. Cuidado.
Oficiosas são aquelas que não estão autorizadas a falar sobre
determinado tema. Podem ser relevantes, por eventualmente se
contraporem a informações oficiais. Mas (protegidas pelo estatuto
do Off) podem ser preciosas. Podem mentir para se mostrarem bem
informadas.
Fontes independentes são distante do poder com o tema.
Normalmente são confiáveis. Estão equidistantes dos interesses
envolvidos com o tema da reportagem.
10. Classificação de fontes
b) Primárias e secundárias:
Primárias são aquelas nas quais nos baseamos para colher as
informações essenciais de uma matéria (fatos, versões e
números).
Secundárias são as que fornecem dados complementares na
produção da pauta ou construção de contextos.
Exemplo: Divulgação de pesquisa de emprego do IBGE. A
fonte primária é o IBGE e as secundárias são economistas,
sindicatos patronais e de trabalhadores. As informações do
IBGE são confiáveis mas as fontes secundárias (uma de cada
lado) ampliam a repercussão daqueles fatos.
11. Classificação de fontes
C) Testemunhas e experts
Testemunhas
Testemunho é colorido pela emotividade. Se apóia mais na emoção, mas
também na memória.
O mais interessante é o imediato. No testemunho mais tardio, ganha-se
em consistência o que se perde em exatidão fatual.
Normalmente é fonte primária.
Experts
São os especialistas em algum tempo.
São geralmente fontes secundárias.
Formule questões preliminares.
Especialistas têm tempo curto.
12. Jornalista como fonte
O jornalista de assessoria de imprensa é similar ao de
jornal: é um intermediário.
Está onde o leitor/ouvinte/telespectador não pode estar.
Tem autorização para selecionar o que acha interessante
que o público saiba.
Gatekeeper
13. Referências
LAGE, Nilson. A Reportagem: teoria e técnica de
entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record,
2006.
SOUSA, Ana Karina. Como elaborar uma pauta.