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Biografia
Mário de Miranda Quintana, importante escritor, jornalista, tradutor e poeta gaúcho, nasceu na cidade
de Alegrete-RS, no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico,
e de D. Virgínia de Miranda Quintana.
Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprendeu a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus
pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês, idioma usado em sua casa (que lhe foi útil em seus
trabalhos como tradutor).
Iniciou seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino e no ano seguinte continuou
seus estudos na escola do português Antônio Cabral Beirão, as duas situadas em sua cidade natal.
Mário declara que em sua infância não foi menino de brincar na rua, era tímido, mimado, doente,
cresceu por trás de uma vidraça se considerava um menino de aquário.
Em 1919 mudou-se para Porto Alegre, onde estudou, em regime de internato, no Colégio Militar de
Porto Alegre. Nessa época, publicou seus primeiros trabalhos na revista Hyloea, da Sociedade Cívica
e Literária dos Alunos do Colégio Militar.
Segundo ele, não foi um aluno muito aplicado. Tinha interesse apenas por Português, Francês e
História. Assinava as provas de Matemática sem ler.
Por motivos de saúde, em 1924 deixa o Colégio Militar. Emprega-se na Livraria do Globo, onde
trabalha como atendente por três meses, posteriormente voltando para sua cidade natal. No ano
anterior a sua saída do Colégio Militar, publica um soneto no jornal de Alegrete, com o pseudônimo
de "JB" (um de seus vários pseudônimos).
Sua mãe falece em 1926, ano em que seu conto, A Sétima Personagem, é premiado em concurso
promovido pelo jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre. No ano seguinte seu pai também falece,
Mário tem um poema seu publicado no Rio de Janeiro, por iniciativa de um cronista da época, na
revista Para Todos.
Dois anos depois começa a trabalhar na redação do diário O Estado do Rio Grande, onde passa a
redigir uma seção chamada "O Jornal dos Jornais".
Em 1930, por seis meses, vai para o Rio de Janeiro, entusiasmado com a revolução liderada por
Getúlio Vargas, seu conterrâneo, se alista como voluntário do Sétimo Batalhão de Caçadores de Porto
Alegre. Nesse mesmo ano a Revista do Globo e o Correio do Povo publicam seus poemas. Em 32
volta para a redação do diário(O estado do rio grande) até o fechamento do mesmo.
Dois anos após o fechamento do Estado do Rio Grande, ele publica pela Editora Globo sua primeira
tradução, a tradução do livro Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Assim começa a traduzir várias
obras de diversos escritores estrangeiros pela editora. O poeta deu uma imensa colaboração para que
obras como “Em Busca do Tempo Perdido”, do francês Marcel Proust, fossem lidas pelos brasileiros
que não dominavam a língua francesa.
Durante sua vida traduziu mais de cem obras da literatura mundial, nos idiomas: francês, espanhol e
inglês (não tinha muito domínio do inglês).
Em 39, Monteiro Lobato após ler alguns quartetos de Mário, publicados em uma revista de sua cidade
natal, lhe encomenda um livro, o qual foi publicado pela Editora Globo doze anos depois com o título
Espelho Mágico (uma coleção de quartetos).
Em 1940 é publicado seu primeiro livro a “Rua dos cata-ventos” (considerado posteriormente um livro
didático). Nesse mesmo ano Mário é indicado para a Academia Brasileira de Letras, mas não é aceito,
o mesmo tentou a eleição por mais duas vezes, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito; as razões
eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma
cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade
em torno de seu nome, o poeta recusou. Diante disso o poeta compõe, com seu afamado bom humor,
o conhecido Poeminho do Contra:
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
Em 1966 sua obra ganha reconhecimento nacional. Neste ano, Mário Quintana ganha o Prêmio
Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores, pela obra “Antologia Poética” (coletânea de
poesias e outros trabalhos inéditos), considerado o melhor livro do ano. Neste mesmo ano foi
homenageado pela Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita
(Manuel recita) o seguinte poema, de sua autoria, em homenagem a Quintana:
Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!
Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.
São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.
São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.
Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.
E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.
Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.
Ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio
Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo
conjunto da obra.
O poeta recebeu muitas homenagens ao longo de sua vida, não só pelas suas obras, mas também
pela pessoa que era.
Mario Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis, residiu
por um longo período no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre. O prédio do hotel, foi
tombado e atendendo a pedidos dos fãs gaúchos de Quintana, o governo estadual do Rio Grande do
Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario
Quintana.
A poesia, embora considerada por ele "um vício triste”, foi sua maior companheira.
Mário Quintana faleceu em Porto Alegre, em 5 de maio de 1994, aos 87 anos de idade, encontra-se
sepultado no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.
Curiosidade: Mário era apaixonado por Cecília Meireles. Considerava seu amor ingênuo, romântico.
A própria Cecília nunca soube desse fato.
Segundo Mário, em entrevista dada a Edla Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento.
Assim ele o usou por toda a vida.
110 anos de seu nascimento e 22 anos de sua morte.
Conhecido como o Príncipe dos Poetas Brasileiros.
Conhecido também como poeta das coisas simples.
Casa de Cultura Mario Quintana
Originalmente Hotel Majestic, é um prédio histórico brasileiro e um centro cultural da cidade de Porto
Alegre.
A casa foi nomeada em homenagem a Mário Quintana, nascido na cidade gaúcha de Alegrete mas
que adotou Porto Alegre como sua cidade de coração. O escritor viveu no hotel entre 1968 e 1982, no
apartamento 217, mudou-se para o hotel com 20 anos de idade.
Hoje a casa de cultura acomoda uma ampla variedade de espaços culturais, tais como a Biblioteca
Lucília Minssen, a Biblioteca Érico Veríssimo, os Acervos Elis Regina e Mário Quintana, a Discoteca
Pública Natho Henn, as Galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme, os teatros Bruno Kiefer e Carlos
Carvalho, além de três salas de cinema, cafés, bombonière, livraria e inúmeras salas com destinações
específicas e outras tantas de uso múltiplo.
O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena
Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994, quando ele faleceu.
Características literárias e obras
O modernismo, no qual Mario Quintana se inseriu, foi um movimento nas artes e nas letras brasileiras
para romper com as tradições acadêmicas. O objetivo era atualizar as artes e as letras no Brasil quanto
ao que havia de vanguardismo na Europa e encontrar uma linguagem nacional.
A segunda fase do Modernismo, à qual Mario Quintana pertenceu, tem uma literatura menos
desafiadora das regras, mas é tão amante da liberdade quanto a primeira fase modernista. Entre suas
características estão a manutenção das conquistas da primeira fase, o retorno ao passado, o
questionamento do “eu” e a consciência da sua fragilidade, o aprofundamento das relações do “eu”
com o mundo, a retomada da análise psicológica, entre outras características de mesmo
embasamento. Ocorre o amadurecimento da poesia. Há o questionamento da existência humana e
do sentimento de “estar no mundo”.
Mário escrevia com simplicidade e uma dose de humor sutil, era da vida cotidiana que o poeta extraía
sua matéria-prima.
Sugeria uma reflexão sobre as questões mais interessantes da vida - como o passado e a morte -,
conseguia se expressar de maneira simples e comoventemente terna, num lirismo ao mesmo tempo
encantador, realista e crítico.
Despreocupado em relação à crítica, Mário Quintana fazia poesia porque "sentia necessidade",
segundo suas próprias palavras.
Ternura, melancolia, intimismo, misticismo, humor irônico (para disfarçar o sentimentalismo),
nostalgia da infância, de pureza - são os motivos de seu mundo poético.
Em permanente “estado poético” Quintana parece não escolher assunto: todos lhe servem, tudo o que
existe é poético na sua percepção.
Podemos caracterizá-lo como sendo um romântico tardio, aliado a uma postura moderna, tanto na
temática quanto na estrutura, mas que não deixou de ouvir os “sussurros” de seu coração.
Buscou sempre a perfeição técnica. Considerava-se tão orgulhoso que achava que nunca escreveu
algo à sua altura. “Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto superação. Um poeta satisfeito
não satisfaz. ”
“Às vezes tenho a surpresa de achar um poema muito bom. Mas em outros momentos sacudo a
cabeça e fico me indagando como é que fui escrever uma bobagem daquelas. Às vezes, corrijo,
emendo, e alguns ficam irreconhecíveis. Mas outros são natimortos irrecuperáveis”.
“Um elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. ” Relacionava
este sentimento que tinha com a poesia ao fato de ter trabalhado na farmácia de seu pai, onde os
medicamentos precisavam da medida exata.
Mário dizia que sua vida está nos seus poemas, que nunca escreveu uma vírgula que não fosse uma
confissão.
Temática dos poemas:
• tristeza das coisas
• morte
• infância (Alegrete)
• progresso
• Porto Alegre
• Ironia do cotidiano
Características do autor:
• individualismo
• pureza
• profundo humanismo
• finíssimo senso de humor
• poesia epigramática
• musicalidade
• intimismo
• nostalgia da infância
• simplicidade
• liberdade poética
A Rua dos Cata-ventos
Autor: Mário Quintana
Idioma: Português
País: Brasil
Género: Poesia
Editora: Editora Globo
Lançamento: 1940
Páginas: 72
O primeiro livro de poesias do escritor brasileiro Mário Quintana, publicado no ano de 1940.
Composto por 35 sonetos, isto é, poemas de forma fixa, até então bem explorados e em certo desuso,
a Rua dos Cata-ventos antecede a produção posterior de Quintana marcada por versos mais livres,
libertos da métrica e da rima.
A referência principal dos temas dos sonetos são a infância do poeta; outro tema importante é a
reflexão sobre a morte. Para isso, evoca elementos como ruas, ventos, nuvens, a Lua, entre outros.
O livro obteve tamanha repercussão que vários de seus sonetos foram transcritos em antologias e
livros escolares.(como dito anteriormente)
Esconderijos do Tempo
Autor: Mário Quintana
Idioma: Português
País: Brasil
Género: Poesia
Editora: L&PM
Lançamento: 1980
O livro concedeu ao autor o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto
de sua obra literária.
Contendo cinquenta poemas breves, quase todos escritos em versos livres ou em forma de prosa
poética, mostra-se também um livro de maturidade de Quintana por trazer como temas centrais as
suas reflexões sobre a velhice, a morte, o fazer poético e, sobretudo, a memória – questões de natural
interesse para um escritor que trazia então em si o conhecimento e a vivência de toda uma longa vida
dedicada à literatura.
Um dos traços marcantes de “Esconderijos do Tempo” é a coloquialidade de sua linguagem –
aparentemente um estratagema do poeta para tornar seus poemas ainda mais próximos do que
seriam verdadeiros diálogos com o leitor ao colocar textualmente traços característicos da oralidade.
Velório sem defunto
Autor: Mário Quintana
Idioma: Português
País: Brasil
Género: Poesia
Editora: Editora Globo
Lançamento: 1990
Páginas: 104
O último livro que escreveu, é um apanhado lírico do que o poeta viu e sentiu em vida. Publicado em
1990, quando Quintana já havia completado 84 anos, o livro reúne poemas até aquele momento
inéditos, escritos com o mesmo frescor de sua eterna juventude.
O vazio existencial, que por vezes toma conta da obra do poeta - especialmente diante da consciência
da finitude - intensifica a inquietude dos versos. No título, o autor se posiciona de forma pessimista
com os rumos do mundo moderno, ao lado de notáveis poemas que retomam os temas e impulsos
básicos de seu lirismo, desta vez munidos (preenchidos, compostos) por um olhar da terceira idade.
Não existe auto complacência, ressentimento ou mágoa na poesia de Quintana e, sobretudo, neste
volume. O pressentir do fim, que viria quatro anos depoisda publicação de Velório sem defunto, inspira
ainda mais a celebração da vida. Quintana se diverte com momentos solenes, como banquetes e
funerais, e faz graça com a ansiedade trazida pela iminência da morte.
O autor não quis dar tom de testamento ao seu título de despedida. Buscou expressar, o turbilhão de
emoções, sentimentos e imagens pelo qual passa o idoso insone em sua cama. Velório sem defunto
reitera a qualidade do autor como observador atento da realidade.
Poema
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…
Análise
*Publicado originalmente no livro Esconderijos do Tempo*
Nesse poema, o eu-poético fala sobre discrição no relacionamento, como se o fizesse realmente por
meio de um “bilhete”, tipo de texto bastante informal que é escrito entre pessoas as quais têm muita
proximidade. Tal sentimento é reforçado pela demonstração de afetividade expressa pelo uso de
diminutivos caprichosamente distribuídos no poema. Além da musicalidade produzida por rimas
(baixinho/ passarinho/ devagarinho), pela utilização repetida da letra/som “s”, como por exemplo, em:
amas / grites / cima / passarinhos; e ainda da nasalização produzida pelos sons das letras “m/n”, como
em: me amas / ama-me baixinho. O resultado é um sussurro ao pé do ouvido que traduz a discrição
almejada e demonstra genialidade poética. Ou seja, o poeta não somente pede para falar baixinho:
ele o faz por meio do texto.
" Se tu me amas, ama-me baixinho" / " Não o grites de cima dos telhados": esses versos demostram
que o homem não quer que sua amada fale a todos que eles estão vivendo um amor, ele não quer
que o amor deles seja algo de posse e sim, um amor verdadeiro.
" Deixa em paz os passarinhos" / " Deixe em paz a mim!": ele demostra que ele já está cansado de
tantos pedidos que a amada faz a ele, esses pedidos irritam até os pássaros!
" Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada...”: o uso do vocativo "Amada" indica que
ele diz que, se ela o ama, eles têm que se conhecer bem, para reconhecer se o amor é verdadeiro e
se realmente dará certo.
No último verso, ele afirma que a vida é curta, e o amor é mais curto ainda, portanto, se eles não
souberem aproveitar esse momento importante da vida (o amor), eles não terão mais chances de
encontrar um novo amor.

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Vida e Obra de Mario Quintana

  • 1. Biografia Mário de Miranda Quintana, importante escritor, jornalista, tradutor e poeta gaúcho, nasceu na cidade de Alegrete-RS, no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprendeu a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês, idioma usado em sua casa (que lhe foi útil em seus trabalhos como tradutor). Iniciou seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino e no ano seguinte continuou seus estudos na escola do português Antônio Cabral Beirão, as duas situadas em sua cidade natal. Mário declara que em sua infância não foi menino de brincar na rua, era tímido, mimado, doente, cresceu por trás de uma vidraça se considerava um menino de aquário. Em 1919 mudou-se para Porto Alegre, onde estudou, em regime de internato, no Colégio Militar de Porto Alegre. Nessa época, publicou seus primeiros trabalhos na revista Hyloea, da Sociedade Cívica e Literária dos Alunos do Colégio Militar. Segundo ele, não foi um aluno muito aplicado. Tinha interesse apenas por Português, Francês e História. Assinava as provas de Matemática sem ler. Por motivos de saúde, em 1924 deixa o Colégio Militar. Emprega-se na Livraria do Globo, onde trabalha como atendente por três meses, posteriormente voltando para sua cidade natal. No ano anterior a sua saída do Colégio Militar, publica um soneto no jornal de Alegrete, com o pseudônimo de "JB" (um de seus vários pseudônimos). Sua mãe falece em 1926, ano em que seu conto, A Sétima Personagem, é premiado em concurso promovido pelo jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre. No ano seguinte seu pai também falece, Mário tem um poema seu publicado no Rio de Janeiro, por iniciativa de um cronista da época, na revista Para Todos. Dois anos depois começa a trabalhar na redação do diário O Estado do Rio Grande, onde passa a redigir uma seção chamada "O Jornal dos Jornais". Em 1930, por seis meses, vai para o Rio de Janeiro, entusiasmado com a revolução liderada por Getúlio Vargas, seu conterrâneo, se alista como voluntário do Sétimo Batalhão de Caçadores de Porto Alegre. Nesse mesmo ano a Revista do Globo e o Correio do Povo publicam seus poemas. Em 32 volta para a redação do diário(O estado do rio grande) até o fechamento do mesmo. Dois anos após o fechamento do Estado do Rio Grande, ele publica pela Editora Globo sua primeira tradução, a tradução do livro Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Assim começa a traduzir várias obras de diversos escritores estrangeiros pela editora. O poeta deu uma imensa colaboração para que obras como “Em Busca do Tempo Perdido”, do francês Marcel Proust, fossem lidas pelos brasileiros que não dominavam a língua francesa. Durante sua vida traduziu mais de cem obras da literatura mundial, nos idiomas: francês, espanhol e inglês (não tinha muito domínio do inglês). Em 39, Monteiro Lobato após ler alguns quartetos de Mário, publicados em uma revista de sua cidade natal, lhe encomenda um livro, o qual foi publicado pela Editora Globo doze anos depois com o título Espelho Mágico (uma coleção de quartetos). Em 1940 é publicado seu primeiro livro a “Rua dos cata-ventos” (considerado posteriormente um livro didático). Nesse mesmo ano Mário é indicado para a Academia Brasileira de Letras, mas não é aceito, o mesmo tentou a eleição por mais duas vezes, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito; as razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou. Diante disso o poeta compõe, com seu afamado bom humor, o conhecido Poeminho do Contra: Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão...
  • 2. Eu passarinho! Em 1966 sua obra ganha reconhecimento nacional. Neste ano, Mário Quintana ganha o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores, pela obra “Antologia Poética” (coletânea de poesias e outros trabalhos inéditos), considerado o melhor livro do ano. Neste mesmo ano foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita (Manuel recita) o seguinte poema, de sua autoria, em homenagem a Quintana: Meu Quintana, os teus cantares Não são, Quintana, cantares: São, Quintana, quintanares. Quinta-essência de cantares... Insólitos, singulares... Cantares? Não! Quintanares! Quer livres, quer regulares, Abrem sempre os teus cantares Como flor de quintanares. São cantigas sem esgares. Onde as lágrimas são mares De amor, os teus quintanares. São feitos esses cantares De um tudo-nada: ao falares, Luzem estrelas luares. São para dizer em bares Como em mansões seculares Quintana, os teus quintanares. Sim, em bares, onde os pares Se beijam sem que repares Que são casais exemplares. E quer no pudor dos lares. Quer no horror dos lupanares. Cheiram sempre os teus cantares Ao ar dos melhores ares, Pois são simples, invulgares. Quintana, os teus quintanares. Por isso peço não pares, Quintana, nos teus cantares... Perdão! digo quintanares. Ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. O poeta recebeu muitas homenagens ao longo de sua vida, não só pelas suas obras, mas também pela pessoa que era. Mario Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis, residiu por um longo período no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre. O prédio do hotel, foi tombado e atendendo a pedidos dos fãs gaúchos de Quintana, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario Quintana. A poesia, embora considerada por ele "um vício triste”, foi sua maior companheira. Mário Quintana faleceu em Porto Alegre, em 5 de maio de 1994, aos 87 anos de idade, encontra-se sepultado no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.
  • 3. Curiosidade: Mário era apaixonado por Cecília Meireles. Considerava seu amor ingênuo, romântico. A própria Cecília nunca soube desse fato. Segundo Mário, em entrevista dada a Edla Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Assim ele o usou por toda a vida. 110 anos de seu nascimento e 22 anos de sua morte. Conhecido como o Príncipe dos Poetas Brasileiros. Conhecido também como poeta das coisas simples. Casa de Cultura Mario Quintana Originalmente Hotel Majestic, é um prédio histórico brasileiro e um centro cultural da cidade de Porto Alegre. A casa foi nomeada em homenagem a Mário Quintana, nascido na cidade gaúcha de Alegrete mas que adotou Porto Alegre como sua cidade de coração. O escritor viveu no hotel entre 1968 e 1982, no apartamento 217, mudou-se para o hotel com 20 anos de idade. Hoje a casa de cultura acomoda uma ampla variedade de espaços culturais, tais como a Biblioteca Lucília Minssen, a Biblioteca Érico Veríssimo, os Acervos Elis Regina e Mário Quintana, a Discoteca Pública Natho Henn, as Galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme, os teatros Bruno Kiefer e Carlos Carvalho, além de três salas de cinema, cafés, bombonière, livraria e inúmeras salas com destinações específicas e outras tantas de uso múltiplo. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994, quando ele faleceu. Características literárias e obras O modernismo, no qual Mario Quintana se inseriu, foi um movimento nas artes e nas letras brasileiras para romper com as tradições acadêmicas. O objetivo era atualizar as artes e as letras no Brasil quanto ao que havia de vanguardismo na Europa e encontrar uma linguagem nacional. A segunda fase do Modernismo, à qual Mario Quintana pertenceu, tem uma literatura menos desafiadora das regras, mas é tão amante da liberdade quanto a primeira fase modernista. Entre suas características estão a manutenção das conquistas da primeira fase, o retorno ao passado, o questionamento do “eu” e a consciência da sua fragilidade, o aprofundamento das relações do “eu” com o mundo, a retomada da análise psicológica, entre outras características de mesmo embasamento. Ocorre o amadurecimento da poesia. Há o questionamento da existência humana e do sentimento de “estar no mundo”. Mário escrevia com simplicidade e uma dose de humor sutil, era da vida cotidiana que o poeta extraía sua matéria-prima. Sugeria uma reflexão sobre as questões mais interessantes da vida - como o passado e a morte -, conseguia se expressar de maneira simples e comoventemente terna, num lirismo ao mesmo tempo encantador, realista e crítico. Despreocupado em relação à crítica, Mário Quintana fazia poesia porque "sentia necessidade", segundo suas próprias palavras. Ternura, melancolia, intimismo, misticismo, humor irônico (para disfarçar o sentimentalismo), nostalgia da infância, de pureza - são os motivos de seu mundo poético. Em permanente “estado poético” Quintana parece não escolher assunto: todos lhe servem, tudo o que existe é poético na sua percepção. Podemos caracterizá-lo como sendo um romântico tardio, aliado a uma postura moderna, tanto na temática quanto na estrutura, mas que não deixou de ouvir os “sussurros” de seu coração. Buscou sempre a perfeição técnica. Considerava-se tão orgulhoso que achava que nunca escreveu algo à sua altura. “Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. ”
  • 4. “Às vezes tenho a surpresa de achar um poema muito bom. Mas em outros momentos sacudo a cabeça e fico me indagando como é que fui escrever uma bobagem daquelas. Às vezes, corrijo, emendo, e alguns ficam irreconhecíveis. Mas outros são natimortos irrecuperáveis”. “Um elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. ” Relacionava este sentimento que tinha com a poesia ao fato de ter trabalhado na farmácia de seu pai, onde os medicamentos precisavam da medida exata. Mário dizia que sua vida está nos seus poemas, que nunca escreveu uma vírgula que não fosse uma confissão. Temática dos poemas: • tristeza das coisas • morte • infância (Alegrete) • progresso • Porto Alegre • Ironia do cotidiano Características do autor: • individualismo • pureza • profundo humanismo • finíssimo senso de humor • poesia epigramática • musicalidade • intimismo • nostalgia da infância • simplicidade • liberdade poética A Rua dos Cata-ventos Autor: Mário Quintana Idioma: Português País: Brasil Género: Poesia Editora: Editora Globo Lançamento: 1940 Páginas: 72 O primeiro livro de poesias do escritor brasileiro Mário Quintana, publicado no ano de 1940. Composto por 35 sonetos, isto é, poemas de forma fixa, até então bem explorados e em certo desuso, a Rua dos Cata-ventos antecede a produção posterior de Quintana marcada por versos mais livres, libertos da métrica e da rima. A referência principal dos temas dos sonetos são a infância do poeta; outro tema importante é a reflexão sobre a morte. Para isso, evoca elementos como ruas, ventos, nuvens, a Lua, entre outros. O livro obteve tamanha repercussão que vários de seus sonetos foram transcritos em antologias e livros escolares.(como dito anteriormente) Esconderijos do Tempo Autor: Mário Quintana Idioma: Português
  • 5. País: Brasil Género: Poesia Editora: L&PM Lançamento: 1980 O livro concedeu ao autor o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra literária. Contendo cinquenta poemas breves, quase todos escritos em versos livres ou em forma de prosa poética, mostra-se também um livro de maturidade de Quintana por trazer como temas centrais as suas reflexões sobre a velhice, a morte, o fazer poético e, sobretudo, a memória – questões de natural interesse para um escritor que trazia então em si o conhecimento e a vivência de toda uma longa vida dedicada à literatura. Um dos traços marcantes de “Esconderijos do Tempo” é a coloquialidade de sua linguagem – aparentemente um estratagema do poeta para tornar seus poemas ainda mais próximos do que seriam verdadeiros diálogos com o leitor ao colocar textualmente traços característicos da oralidade. Velório sem defunto Autor: Mário Quintana Idioma: Português País: Brasil Género: Poesia Editora: Editora Globo Lançamento: 1990 Páginas: 104 O último livro que escreveu, é um apanhado lírico do que o poeta viu e sentiu em vida. Publicado em 1990, quando Quintana já havia completado 84 anos, o livro reúne poemas até aquele momento inéditos, escritos com o mesmo frescor de sua eterna juventude. O vazio existencial, que por vezes toma conta da obra do poeta - especialmente diante da consciência da finitude - intensifica a inquietude dos versos. No título, o autor se posiciona de forma pessimista com os rumos do mundo moderno, ao lado de notáveis poemas que retomam os temas e impulsos básicos de seu lirismo, desta vez munidos (preenchidos, compostos) por um olhar da terceira idade. Não existe auto complacência, ressentimento ou mágoa na poesia de Quintana e, sobretudo, neste volume. O pressentir do fim, que viria quatro anos depoisda publicação de Velório sem defunto, inspira ainda mais a celebração da vida. Quintana se diverte com momentos solenes, como banquetes e funerais, e faz graça com a ansiedade trazida pela iminência da morte. O autor não quis dar tom de testamento ao seu título de despedida. Buscou expressar, o turbilhão de emoções, sentimentos e imagens pelo qual passa o idoso insone em sua cama. Velório sem defunto reitera a qualidade do autor como observador atento da realidade. Poema Bilhete Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhos Deixa em paz a mim! Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…
  • 6. Análise *Publicado originalmente no livro Esconderijos do Tempo* Nesse poema, o eu-poético fala sobre discrição no relacionamento, como se o fizesse realmente por meio de um “bilhete”, tipo de texto bastante informal que é escrito entre pessoas as quais têm muita proximidade. Tal sentimento é reforçado pela demonstração de afetividade expressa pelo uso de diminutivos caprichosamente distribuídos no poema. Além da musicalidade produzida por rimas (baixinho/ passarinho/ devagarinho), pela utilização repetida da letra/som “s”, como por exemplo, em: amas / grites / cima / passarinhos; e ainda da nasalização produzida pelos sons das letras “m/n”, como em: me amas / ama-me baixinho. O resultado é um sussurro ao pé do ouvido que traduz a discrição almejada e demonstra genialidade poética. Ou seja, o poeta não somente pede para falar baixinho: ele o faz por meio do texto. " Se tu me amas, ama-me baixinho" / " Não o grites de cima dos telhados": esses versos demostram que o homem não quer que sua amada fale a todos que eles estão vivendo um amor, ele não quer que o amor deles seja algo de posse e sim, um amor verdadeiro. " Deixa em paz os passarinhos" / " Deixe em paz a mim!": ele demostra que ele já está cansado de tantos pedidos que a amada faz a ele, esses pedidos irritam até os pássaros! " Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada...”: o uso do vocativo "Amada" indica que ele diz que, se ela o ama, eles têm que se conhecer bem, para reconhecer se o amor é verdadeiro e se realmente dará certo. No último verso, ele afirma que a vida é curta, e o amor é mais curto ainda, portanto, se eles não souberem aproveitar esse momento importante da vida (o amor), eles não terão mais chances de encontrar um novo amor.