O documento discute Fernão Lopes e Gil Vicente no contexto do humanismo. Fernão Lopes foi um cronista historiador português que redimensionou o gênero ao buscar a "verdade nua" através de uma metodologia ordenada. Gil Vicente foi um poeta e dramaturgo português que escreveu obras satíricas e de crítica social influenciadas pelo teatro popular ibérico.
3. Humanismo
Momento sociocultural;
Transição do feudalismo para o mercantismo;
Desenvolvimento de praticas comerciais por uma nova
crise social: a burguesia;
Crise do teocentrismo ascensão do racionalismo
humanista com a localização da cultura;
4. Características literais
Teatro Popular, de influencia medieval, mas
critico, sátiro, polêmica.
Gil Vicente
Crônicas e historias dos reis e do povo português
(desenvolvimento da Prosa)
Fernão Lopes.
• Divulgação dos clássicos da antiguidade grego- latina;
• Poesia palaciona reacolhida por Garcia de Resende em
Cancioneiro Geral. (Poesias de amor, sátira e religiosa)
6. Biografia
A hipótese é de que o cronista- historiador teria
nascido na cidade de Lisboa entre os anos de
1380/1390, e freqüentando o estado geral de uma
provável origem familiar mesteiral. O registro mais
antigo sobre sua vida é o documento datado de
1418 que informa ser Fernão Lopes guarda-mor da
Torre do Tombo, cargo de alta confiança em que
era encarregado de guarda e conversar os arquivos
do Estado.
7. Biografia
Registra-se também que ele ocupou a função de
“Escrivão dos livros” de D.João passando, em 1419, a
escrivão de D. João I. Neste momento teria
começado a escrever a Crônica dos Setes Primeiros
Reis de Portugal. Em 1422 ocupa a função de
escrivão de puridade do Infante D. Fernando.
8. Cronista-Historiador
Fernão Lopes é considerado um cronista historiador e
ele redimensiona o gênero cronista ao militar as
narrativas tradicionais panegíricas, abrindo espaço de
autonomia da narrativa histórica atrás de uma
metodologia em que pudesse chega a uma “verdade
nua”. Nessa metodologia Fernão Lopes ordenava as
“estorias” cronologicamente, buscando uma hierarquia
explicativa para os acontecimentos. Em quanto o
cronista assumia uma posição de autoridade de
distanciamento e incenção, atributos capazes de
detectar e controlar o subjetivismo dos discursos
(mundanall afeiçom) e, assim, chegar à “ verdade nua”.
9. O estilo e a metodologia
Do ponto de vista da forma, o seu estilo representa
uma literatura de expressão oral e raiz popular. Ele
próprio diz que nas suas paginas não se encontra a
formosura das palavras, mas a nudez da verdade. Era
um autodidacta. Foi um dos legítimos representantes
do saber popular, mas já no seu tempo um novo tipo
de saber começava a surgir: de cunho erudito-
acadêmico, humanista, classicizante. Para uma
metodologia da escrita da historia comprometida com
a “verdade nua” a partir da Crônica de D. João I: a
mundanall afeiçom, ordenação das
“estorias”, autoridade e concepção temporal.
10. As variações da mundanall
afeiçom: a artificial e a natural.
Mesmo inferindo que a mundanall afeiçom afeta a
todos os homens. Fernão Lopes entende que esta
muda de acordo com os grupos sociais em diferentes
níveis de subjetividade. Assim, analisa a mundanall
afeiçom em dois grupos: os a ordem senhorial, mas
próximos ao rei; e os mais distantes da ordem
senhorial e do rei.
13. Biografia
Gil Vicente 1465/1536; poeta dramaturgo
português. De sua vida pouco se sabe. Foi famoso
como ourives, atraindo com sua obra de ourivesaria
a atenção da rainha Leonor que se tornou sua
protetora. Gil Vicente ansiou suas primeiras peças
em 1502. Exerceu na corte a função de organizador
das festas palacianas. Seu prestigio foi grande a
ponto de sentir-se à vontade para criticar o clero.
Em conseqüência, teve algumas de suas peças
censuradas pela Inquisição, por serem
consideradas ofensivas a Igreja.
14. Biografia
A obra de Gil Vicente apresenta dois aspectos: o
religioso e o por fano. No primeiro, destacam-se os
autos de moralidade, em que são oferecidos
ensinamentos relacionados à moral Cristã.
Quando ao aspecto profano, suas obras enfatizam
a sátira a critica social e refletem as marcas de seu
tempo. A obra vicentina completa contém 44 peças
(17 escritas em português, 11 em castelhano e 16
bilíngües.
15. Características Principais
Obras
A sua obra vem no seguimento do teatro ibérico
popular e religioso que já fazia, ainda que de forma
menos profunda. Os temas pastoris, presentes na
escrita de Juan del Encina vão influenciar fortemente a
sua primeira fase da produção teatral e permanecerão
esporadicamente a sua obra posterior, de maior
diversidade temática e sofisticação de meios. De fato, a
sua obra tem uma vasta diversidade de formas: o autor
, pastoril, a alegoria religiosa, narrativas bíblicas, farsas
episódicas e autores narrativos.
16. Elementos filosóficos na obra
vicentina.
A obra de Gil Vicente transmite uma visão do mundo que se
assemelha e se posiciona como uma obra perspectiva
pessoal do platonismo: existem dois mundo – o mundo
primeiro, da serenidade e do amor divino, que leva à paz
interior, ao sossego e uma “resplandecente glória”. Como dá
conta sua carta a D. João III, e o Mundo Segundo, aquele
que retrata nas suas farsas: um mundo “todo ele falso”.
Cheio de “Canseiras”, de desordem sem remédio, “sem
firmeza certa”. Estes dois mundo refletem-se em temas
diversos da sua obra: por um lado, o mundo dos defeitos
humanos e das caricaturas, servidos sem grande
preocupação de verosimilhança ou de rigor histórico.
17.
18. Linguagem de Gil Vicente
Gil Vicente emprega, em geral a língua do povo, a
língua de transição entre a arcaica e a clássica. Nas
comédias, há passagens humorísticas e poéticas.
Observa-se o uso freqüente de frases
familiares, vocábulos populares como:
guioljo, increu, somana, etc. No entanto, o vocabulário
é rico e apropriado.
19. Legado
Tão importante foi o trabalho de Gil Vicente de
Erasmo de Roterdão, filosófico holandês, estudara o
idioma português para assim poder apreciar sua obra
no original. Seu estilo deu origem à escola de Gil
Vicente, ou escola popular, tendo por modelo as coisas
simples do povo. Note-se a obra de Gil Vicente não se
resume ao teatro, estendo-se também á poesia
podemos citar vários vilancetes e cantigas, ainda
influenciadas pelo estilo palaciano e termas dos
trovadores.