Este documento discute as perspectivas de José Manuel Moran sobre educação, internet e inclusão da diversidade em 3 frases: 1) Moran defende uma educação que desenvolva a liberdade, confiança e realização pessoal dos estudantes. 2) Ele analisa os desafios e potenciais da internet para a educação, como a dispersão e necessidade de filtragem da informação. 3) Moran promove a inclusão digital da diversidade e o respeito às diferentes formas de ser e aprender.
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
A internet na educação e comunicação
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DEDE UBERLÂNDIA
UNIVERSIDADE FEDERAL UBERLÂNDIA
Componentes do grupo:
Alzira Riquieri, Giovana
Silveira, Laís Farago, Leidiane
Campos, Nayane Dominique,
Nivaldo, Priscila Diniz
Disciplina: Comunicação e Educação
2. Aprendendo e ensinando a ser livres
“A pior forma de escravidão é a de sentir-nos prisioneiros de um
horizonte estreito, fechado, medroso e desesperançador, sem
acreditar que todos temos condições de mudar, que nossa vida
pode ser muito mais interessante e que isso está ao alcance de
cada um de nós.”
“Este país precisa de uma segunda libertação da escravidão: da
escravidão das expectativas medíocres, de contentar-se com
migalhas, de acreditar que só uns poucos privilegiados podem
conseguir tudo.”
Prof. José Manuel Moran
In Aprendendo e ensinando a ser livres – José Manuel Moran
3. A educação segundo José Manuel Moran:
“Educação que ajude as pessoas
acreditarem em si, buscar novos
caminhos pessoais e profissionais,
a lutar por uma sociedade mais
justa, por menos exploração, a dar
confiança a crianças e jovens para
que se tornem adultos realizados,
afetivos e inspiradores.”
4. Internet: breve histórico
• 1960 – ferramenta alternativa de
comunicação militar que resistisse a uma
guerra nuclear;
• Idealizada nos EUA – conceito de rede sem
controle central, com mensagens passando
divididas em pequenas partes (pacotes);
• Um computador é apenas um ponto ou nó.
Se interrompido o ponto, a transmissão de
informações continua;
• 1ª comunicação – out/1969 com 04
computadores.
5. Internet: breve histórico
• Início dos anos 1980 – Ferramenta de
troca de informações no meio
acadêmico;
• 1995 – administração da rede transferida
para instituições não governamentais
(estabelecem padrões, registram
domínios, etc.). No Brasil: Comitê gestor
da Internet;
• Brasil – 1ª iniciativa de universalizar a
Internet (implantação de estrutura e
estabelecimento de parâmetros, para
operação de provedores).
6. Internet: breve histórico
Número de computadores no Brasil:
• 01/1996: 170.000
• 12/1997: 1,3 milhão
• 01/2000: 4,5 milhões
• 2011: 85 milhões – quatro de cada nove brasileiros têm
equipamento para uso doméstico ou corporativo*
• 2012 – perspectiva: um computador para cada dois brasileiros*
• 2011: 78 milhões de internautas**
• 2012: 81 milhões de internautas**
* Fonte: pesquisa divulgada no Mercado Brasileiro de Tecnologia de Informação
(TI) e Uso nas Empresas, pela fundação Getúlio Vargas (FGV)
** Fonte: IBGE e IAB (www.secundados.com.br)
7. O que é internet?
• Rede internet e web não são sinônimos;
• A internet é híbrida: é meio de comunicação pessoal e meio de
comunicação de massa. Tudo depende do uso. É uma gigantesca rede de
redes, conectando milhões de computadores globalmente, desde que
estejam ligados à Internet;
• Já a web é uma maneira de acessar informação por meio da Internet,
sendo apenas uma das maneiras pelas quais a informação pode ser
disseminada pela Internet;
• É um hipertexto: o usuário não tem compromisso de seguir ordem de
início, meio e fim. Navega-se através de documentos interligados.
8. Internet como função
comunicacional:
• Até o final do século XX: divulgação
pública de informações é restrita à
elite, que detém o controle de veículos
de massa.
• Com internet: sem grandes
investimentos em produção e
distribuição, a rede é acessível à
todos.
• Informações partem de múltiplas
fontes: censura se torna mais difícil.
“Aqueles que tinham de se
representar por meios de
comunicação, começam a se
representar por si mesmos”. (Weston,
1997)
9. Ágora eletrônica
• Minorias e maiorias podem
compartilhar o mesmo espaço;
• “É preciso ter acesso à informação,
saber buscá-la e encontrá-la, dominar
seu uso, organizá-la e entender suas
formas de organização....” (Spitz,
1999);
• Relatório da ONU: “As barreiras
geográficas podem ter desaparecido
para a comunicação, mas uma nova
barreira surgiu, um obstáculo invisível
que é como a web, abraça os que
estão conectados e silenciosamente,
de modo imperceptível, exclui os
restantes.” (em 1999)
10. Internet e educação por Moran
• Para o aluno, aumento de:
• Conexões linguísticas: interage com inúmeros textos,
imagens, narrativas, formas coloquiais e elaboradas;
• Conexões geográficas: deslocamento em inúmeros
espaços;
• Conexões interpessoais: se comunica com pessoas
próximas ou distantes, em espaço, idade, formação e
cultura social.
11. Internet e educação por Moran
Desenvolvimento da:
• Flexibilidade mental: adaptação aos
novos ritmos das pessoas e das
informações;
• Intuição: os hipertextos da internet
exigem escolhas;
• Escrita: escrevemos de forma aberta,
multilinguística,hipertextual, há
aproximação de texto e imagens.
12. Internet e educação por Moran
Aplicações educacionais:
divulgação, pesquisa, apoio ao ensino e comunicação;
• Apoio ao ensino: textos, imagens e sons. Utilização
como um elemento a mais, juntamente com livros,
revistas e vídeos.
• Comunicação: professor-aluno; professor-professor;
entre alunos (de todo o mundo).
(Moran, 2001)
13. Internet e educação por Moran
• Deslumbramento: os alunos tendem a se dispersar diante
de tantas conexões possíveis e de endereços dentro de
outros endereços (hipertexto), de imagens e textos que
se sucedem. Acumulam muitos textos, lugares, ideias. O
aluno deve ter claro o que vai pesquisar;
• Mais atraente navegar, descobrir coisas novas do que
analisar, comparar, hierarquizar ideias.
14. Internet e educação por Moran
• Atitude consumista do jovem diante da
produção cultural audiovisual. Ver não
é compreender;
• As páginas mais bonitas são
valorizadas. As imagens animadas
fascinam;
• O professor é o coordenador do
processo: não impõe, acompanha,
sugere, incentiva, questiona, aprende
junto com o aluno. O professor não é o
informador, que centraliza a informação
(a informação está nos bancos de
dados).
15. Internet e educação por Moran
• A internet é uma ferramenta que facilita a motivação dos
alunos pela novidade e pelas possibilidades. A
motivação pela pesquisa aumenta se o professor faz a
orientação com cordialidade, confiança e abertura;
• O intercâmbio constante entre professor-aluno contribui
para melhores resultados.
16. Da análise crítica de resultados
• Cabe ao professor complementar, problematizar,
adaptar à realidade local, os resultados;
• Professor e alunos relacionam os resultados
encontrados e as informações já conhecidas, em
reflexões anteriores. A comunicação dos
resultados aos demais alunos é fundamental, pela
quantidade, variedade, desigualdades de dados e
informações na internet.
17. Da análise crítica de resultados
• A tendência dos alunos é quantificar,
mais do que analisar;
• A pesquisa na internet requer
habilidades especiais (bom senso,
gosto estético e intuição) que
decorrem da rapidez com que as
informações são modificadas e da
diversidade de pessoas e pontos de
vista;
• Ampliação de emissores de
informações (boas informações
convivem com lixo cultural).
18. Da análise crítica de resultados
Faz-se necessário:
• Bom senso: para não se perder na
diversidade de informações;
• Intuição: que se aprende por
tentativa e erro, ao clicar nos links;
• Gosto estético: para reconhecer e
apreciar páginas elaboradas com
cuidado, com bom gosto, com
integração de imagem e texto.
19. Comunicação na internet, segundo
Moran:
• Cada pessoa busca sua turma, seu
semelhante: gostos, valores,
expectativas;
• Comunicação é mais sensorial: a
apresentação de trabalhos e ideias
exige recursos multimídias bem
elaborados: o texto na tela é
maleável e o som não é mais um
acessório.
20. Comunicação na internet, segundo
Moran:
• Chats: conversas fragmentárias,
jogo de cena, meias verdades. Têm
potencial democrático (aberto a
todos), onde acontecem encontros
virtuais, criam-se amizades;
• O indivíduo é o próprio editor de
texto e diretor de imagens. Não há
necessidades de autorização para
publicar na internet.
21. Problemas, segundo Moran:
• Informações em excesso e
conhecimento de menos.
Informação não é conhecimento;
• É necessário filtrar, selecionar,
comparar, avaliar, sintetizar e
contextualizar o que é relevante e
significativo nas informações;
• Conhecer é integrar a informação
aos paradigmas próprios, tornando
o conhecimento significativo.
22. Internet e a nova educação
• Professores e alunos vivenciam formas de comunicação
abertas, com participação interpessoal e grupal afetivas
(socialização do conhecimento);
• Integrar a internet com outras tecnologias na educação:
integrar o humano e o tecnológico, com visão pedagógica
nova, criativa e aberta;
• Se a escola é autoritária, a internet será mais uma ferramenta
para o autoritarismo.
23. O professor e as tecnologias
• Os alunos estão prontos para a
multimídia;
• Os professores sentem o claro
descompasso no domínio das
tecnologias e tentam segurar o
máximo que podem o avanço, fazendo
pequenas concessões, sem mudar o
essencial;
• Por medo de revelar sua dificuldade
diante do aluno, mantém estrutura
repressiva, controladora, repetidora;
• Os professores não sabem como
mudar e muitas instituições não dão
condições para que os professores
mudem.
24. Uso de tablets e ipads nas escolas
• As tecnologias móveis desafiam as
instituições a sair do ensino tradicional e
optarem por uma aprendizagem mais
participativa e integrada, com momentos
presenciais e outros à distância. O
professor não é o centro da aula;
• Educação mais interligada à mobilidade,
flexibilidade e facilidade no uso oferecido
por tablets e ipods. O custo é reduzido e
soluções mais interessantes e motivadoras
aparecem;
• Dispersão do aluno: perda de foco,
distração, dependência ao equipamento.
Moran, in Tablets e netbooks na educação
25. Inclusão da diversidade
“Se todo mundo fosse igualzinho, o mundo não teria
graça! Mas só reconhecer que as pessoas são
diferentes não basta. É preciso respeitar as diferenças.
E os versos de Diversidade nos ensinam isso, que não
há um jeito único de ser assim ou assado, todos são
gente, tudo é humano.”
Maria Heloísa Penteado, escritora.
26. Inclusão da diversidade
• Promover a Inclusão Social por meios digitais: a utilização do
computador é recurso que auxilia e oportuniza ao aluno construir
o seu conhecimento e comunicar-se com o mundo.
• O computador é um recurso pedagógico para:
• Suprir dificuldades de comunicação oral e escrita, no caso de
pessoas com Paralisia Cerebral;
• Minimizar dificuldades de realização de qualquer trabalho cognitivo
que exija coordenação motora, como desenhar, escrever,
proporcionar um desenvolvimento da independência em relação a
presença de outras pessoas para realizar essas atividades
cotidianas;
• Ser um meio de avaliar a capacidade intelectual de pessoas
especiais, como exemplo, os indivíduos com Síndrome de Down ou
Atraso Cognitivo.
27. Inclusão da diversidade
• O aluno não deve apenas receber informações.
O computador deve ser usado para que ele
resolva problemas ou construa algo de seu
interesse;
• O computador é apenas e tão somente um meio
onde se desenvolve inteligência, flexibilidade,
criatividade e inteligências mais criativas dessas
pessoas;
• O professor trabalha com projetos de
aprendizagem que respeitam os diferentes
estilos e ritmos dos alunos desde a etapa de
planejamento, escolha do tema e respectiva
problemática a ser investigada.
28. Finalizando...
“Conhecer é conseguir
chegar ao nível da
sabedoria, da integração
total, da percepção da
grande síntese que se
consegue ao comunicar-se
com uma nova visão do
mundo, das pessoas e
com o mergulho profundo
no nosso eu.”
José Manuel Moran
29. Referências:
• MORAN, José Manuel. Aprendendo e ensinando a ser
livres, texto complementar à A educação que Desejamos
– Novos Desafios, São Paulo. Papirus.
• MORAN, José Manuel. Internet no ensino.
• MONTEIRO, Luis. A internet como meio de comunicação:
possibilidades e limitações. In: Intercom, 2001.
• MORAN, José Manuel. Caminhamos para a
aprendizagem inovadora. In Novas Tecnologias e
Mediação Pedagógica, 15ª ed. SP: Papirus, 2009, p.
22-24.
• MORAN, José Manuel. Tablets e netbooks na educação.
• MORAN, José Manuel. A integração das tecnologias na
educação.
• PENTEADO, Maria Heloísa. Lúcia, já vou indo. Ática.
• SOUZA, Daniela e outros. Uso das tecnologias de
informação e comunicação para pessoas com
necessidades educacionais especiais como contribuição
para a inclusão social, educacional e digital. Centro de
Educação UNESP, caderno 25, edição 2005. São
Paulo/SP.