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Leidiva Correia dos Santos
leidiva2013@gmail.com
Estudante de medicina 5º ano
Introdução
2
▪ Quando um osso é fraturado um processo de reparação óssea
é desencadeado, denominado consolidação.
▪ A consolidação óssea é a união mecânica dos fragmentos
ósseos que permite a restauração fisiológica do tecido e a
recuperação da função do osso. Esse processo é composto de
uma sequência de eventos divididos em diferentes estágios. É
um biológico, que ocorre de forma expontânea.
▪ Apresenta as seguintes fases: hematoma, fase inflamatória,
calo mole (fibrosa), calo duro (ossificação) e remodelação
óssea.
▪ O médico responsável só conseguirá determinar qual o melhor tratamento
para a lesão após a primeira fase, por conta do sangramento do osso.
▪ A partir daí o tratamento pode ser iniciado para garantir a cicatrização correta
da fratura, onde podem ocorrer duas possibilidades, a depender da
estabilidade que o tratamento causará na estrutura danificada.
▪ O sucesso do tratamento está relacionado com a capacidade das extremidades
ficarem próximas e se regenerarem adequadamente. Essa consolidação pode
acontecer de forma natural, apenas com a imobilização ou não do membro
afetado, ou com a ajuda de placas e parafusos específicos para manter as
partes próximas e proporcionar a reconstrução.
3
1. Tipos de consolidação óssea
Consolidação Primária:
▪ Também chamada de Endocondral, ocorre no osso tipo
esponjoso, peculiar a alguns ossos ou na região metafisária
dos ossos longos. Neste tipo de consolidação, não há
formação de calo ósseo. Para que ocorra no osso do tipo
cortical, necessita que o método utilizado para
estabilização óssea não permita mobilidade no foco de
fratura (estabilidade absoluta) .
5
Neste tipo de consolidação as extremidades
do osso são mantidas próximas com a ajuda
de um recurso externo. O osso se reconstrói
com o passar do tempo, de dentro pra fora,
sem formação de calo ósseo na lesão. Esse
tipo de abordagem é geralmente aplicada
em fraturas de articulações (cotovelos,
joelhos, tornozelos e antebraços), pois
ajuda a garantir a mobilidade com mais
rapidez.
6
Recebe também a denominação
de Intermembranosa, acontece,
exclusivamente, no osso cortical.
Neste tipo de consolidação
sempre há formação de calo
ósseo. Necessita que o método
utilizado para estabilização
óssea permita mobilidade no
foco de fratura (estabilidade
relativa) .
Consolidação Secundária
Nesse caso, pode ser utilizado gesso,
fios de kirschner, placas, ou hastes
intramedulares. Representa uma
grande vantagem com relação ao
anterior, pois permite a utilização
dos tecidos próximos para o processo
de regeneração.
7
2.Etapas da consolidação óssea
9
Hematoma e Inflamação
• Quando o osso quebra ocorre um sangramento. Esse
sangue forma o hematoma fraturario e uma resposta
inflamatória se inicia. Após o rompimento dos vasos
sanguíneos ocorre uma necrose óssea perto das
extremidades dos fragmentos da fratura, com
vasodilatação e hiperemia nas partes moles que
circundam a fratura.
• Com o novo crescimento de elementos
vasoformadores e capilares para dentro do hematoma,
ocorre a infiltração de lucócitos, monócitos,
macrófagos e mastócitos; com o objetivo de remoção
do coágulo e dos restos celulares. Ao mesmo tempo
os osteoclastos iniciam a absorção do osso necrótico.
• Esses dois primeiros processo duram
aproximadamente duas semanas.
10
Calo mole
• Depois disso começa a formação do calo ósseo,
que se inicia quando os condroblastos e
fibroblastos desenvolvidos pelo periósteo irão
dar origem a um tecido fibrocartilaginoso
chamado calo mole, este tecido irá servir como
uma “cola biológica”, colando as extremidades
ósseas e aumentando a estabilidade do
segmento.
• Esse estágio ocorre aproximadamente três
semanas após a fratura. A dor e o edema
diminuem e os fragmentos não conseguem se
mover. Ao final desse estágio a estabilidade
presente no local afetado já é adequada para se
prevenir o encurtamento. Deve-se tomar
cuidado extra pois ainda é possível que haja
angulação no local da fratura.
11
Calo duro
• Quando as extremidades da fratura estão unidas pelo
calo mole, se inicia o estágio do calo duro. Nessa fase
os fragmentos estão firmemente unidos por uma
neoformação óssea, que termina 3 ou 4 meses após a
fratura.
• O calo mole é convertido em um tecido calcificado e
rígido por meio de ossificação intramembranosa e da
ossificação endocondral de aparecimento mais tardio,
na fase final de formação do calo ósseo a partir de
condrócitos que se diferenciam das células
indiferenciadas. A ação dos osteoblastos (células
responsáveis pela produção de tecido ósseo) é muito
importante nessa fase, já que produzem uma nova
matriz óssea. Inicialmente essa matriz é desordenada
e irregular, provocando a formação de um calo ósseo
calcificado. Esse tecido ósseo formado ainda é
imaturo.
12
Remodelação
• Se inicia a partir da 8ª semana após a lesão e
tem duração de alguns meses ou até anos,
dependendo de varios fatores.
• Nesta fase há substituição do tecido ósseo
imaturo por tecido ósseo maduro. Ocorre
regularidade na distribuição das fibras da
matriz, seguindo as orientações das linhas de
força. caracteriza-se pela intensa atividade
osteoblástica e osteoclástica.
• Esse estágio termina quando o osso retoma
completamente à sua morfologia original,
incluído a restauração do canal medular.
• Esta fase respeita a lei de Wolff que diz que o
osso se remodela depositando osso onde
necessário e reabsorvendo-o onde
desnecessário.
13
14
3.FATORES QUE INTERFEREM NO
TEMPO DE CONSOLIDAÇÃO DAS
FRATURAS
15
• Estabilidade do foco da fratura ou fator mecânico:É o principal dos fatores
que interferem no tempo da consolidação óssea. A mobilidade no foco de fratura
determinará, dependendo do osso envolvido, o tipo de consolidação óssea.
Existem dois tipos de estabilização óssea, absoluta e relativa .
A estabilização absoluta é obrigatoriamente cirúrgica, não permite mobilidade no
foco de fratura, portanto não haverá formação de calo ósseo.
Na estabilização relativa, quer seja no tratamento conservador ou no cirúrgico,
permite-se certo grau de mobilidade no foco de fratura, e logo haverá formação de
calo ósseo.
Figura 1. Fratura Transtrocanteriana com componente subtrocantérico.
Figura 2. Osteossíntese com placa longa utilizando estabilização absoluta.
Nas figuras 1 e 2 acima, após 16 meses a fratura
encontra-se consolidada clinicamente, e não é
possível visualizar calo ósseo, pois o método
empregado não permite mobilidade no foco de
fratura (estabilidade absoluta).
16
▪ Vascularização: Fatores intrínsecos e extrínsecos, que de certa forma possam alterar
a vascularização sistêmica ou local, podem alterar significativamente a viabilidade e
consequentemente o tempo de consolidação óssea
▪ Idade: A idade é um fator que interfere, quer seja de maneira positiva ou negativa, na
consolidação óssea. Nos casos dos idosos, muitas vezes há uma lentificação do
metabolismo, bem como déficit de algumas substâncias essenciais e menor
solicitação mecânica, aumentando assim o tempo para a consolidação da fratura.
▪ Qualidade óssea: A qualidade do osso é um fator que também tem influência na
consolidação óssea. Algumas doenças como osteoporose, osteodistrofia renal, entre
outras; o uso de medicações, bisfosfonados, calcitonina, corticóides; hábitos como o
tabagismo ou o sedentarismo,a nutrição podem agir alterando o tempo de
consolidação, favorecendo-o ou dificultando-o
COMPLICAÇÕES NA CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA
• Consolidação viciosa: o osso cicatriza em uma posição anatômica incorreta, que pode ter implicação
apenas estética ou até provocar a limitação ou perda da função do membro afetado. Crianças tem maior
capacidade de recuperar a anatomia normal após a consolidação viciosa de uma fratura, devido ao rápido
metabolismo e remodelação óssea.
• Pseudoartrose: A pseudoartrose é definida como a ausência de consolidação óssea no tempo médio
estimado para consolidação.São sinais clínicos de pseudoartrose a dor e a mobilidade no foco de fratura.
São sinais radiográficos a ausência de formação de calo ósseo ou calo ósseo exuberante (pseudoartrose
hipertrófica), bordas dos fragmentos arredondadas e perda óssea.
• A pseudoartrose está relacionada a uma falha no processo de consolidação do osso fraturado. Isto pode
estar relacionado a vários fatores, e alguns dos principais são:Instabilidade mecânica, Vascularização
deficiente no local da fratura, Tratamento e acompanhamento inadequados ou tardio da fratura, Presença de
lacuna entre os fragmentos do osso. É importante considerar que alguns fatores, como presença de diabetes,
nutrição inadequada e tabagismo exercem influências negativas sobre o processo de cicatrização.
• Retardo de consolidação é definido como um atraso no tempo médio de consolidação óssea, porém existe
uma evolução do processo de consolidação em radiografias seriadas. Apresenta evolução benigna, cursando,
normalmente, com consolidação óssea, podendo evoluir para cura ou sequela
Figura 7. Pseudoartrose hipertrófica.
Figura 8. Pseudoartrose hipotrófica.
Treatment of Distal Radio
Vicious Consolidation

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Consolidação óssea: etapas e fatores

  • 1. Leidiva Correia dos Santos leidiva2013@gmail.com Estudante de medicina 5º ano
  • 2. Introdução 2 ▪ Quando um osso é fraturado um processo de reparação óssea é desencadeado, denominado consolidação. ▪ A consolidação óssea é a união mecânica dos fragmentos ósseos que permite a restauração fisiológica do tecido e a recuperação da função do osso. Esse processo é composto de uma sequência de eventos divididos em diferentes estágios. É um biológico, que ocorre de forma expontânea. ▪ Apresenta as seguintes fases: hematoma, fase inflamatória, calo mole (fibrosa), calo duro (ossificação) e remodelação óssea.
  • 3. ▪ O médico responsável só conseguirá determinar qual o melhor tratamento para a lesão após a primeira fase, por conta do sangramento do osso. ▪ A partir daí o tratamento pode ser iniciado para garantir a cicatrização correta da fratura, onde podem ocorrer duas possibilidades, a depender da estabilidade que o tratamento causará na estrutura danificada. ▪ O sucesso do tratamento está relacionado com a capacidade das extremidades ficarem próximas e se regenerarem adequadamente. Essa consolidação pode acontecer de forma natural, apenas com a imobilização ou não do membro afetado, ou com a ajuda de placas e parafusos específicos para manter as partes próximas e proporcionar a reconstrução. 3
  • 4. 1. Tipos de consolidação óssea
  • 5. Consolidação Primária: ▪ Também chamada de Endocondral, ocorre no osso tipo esponjoso, peculiar a alguns ossos ou na região metafisária dos ossos longos. Neste tipo de consolidação, não há formação de calo ósseo. Para que ocorra no osso do tipo cortical, necessita que o método utilizado para estabilização óssea não permita mobilidade no foco de fratura (estabilidade absoluta) . 5
  • 6. Neste tipo de consolidação as extremidades do osso são mantidas próximas com a ajuda de um recurso externo. O osso se reconstrói com o passar do tempo, de dentro pra fora, sem formação de calo ósseo na lesão. Esse tipo de abordagem é geralmente aplicada em fraturas de articulações (cotovelos, joelhos, tornozelos e antebraços), pois ajuda a garantir a mobilidade com mais rapidez. 6
  • 7. Recebe também a denominação de Intermembranosa, acontece, exclusivamente, no osso cortical. Neste tipo de consolidação sempre há formação de calo ósseo. Necessita que o método utilizado para estabilização óssea permita mobilidade no foco de fratura (estabilidade relativa) . Consolidação Secundária Nesse caso, pode ser utilizado gesso, fios de kirschner, placas, ou hastes intramedulares. Representa uma grande vantagem com relação ao anterior, pois permite a utilização dos tecidos próximos para o processo de regeneração. 7
  • 9. 9 Hematoma e Inflamação • Quando o osso quebra ocorre um sangramento. Esse sangue forma o hematoma fraturario e uma resposta inflamatória se inicia. Após o rompimento dos vasos sanguíneos ocorre uma necrose óssea perto das extremidades dos fragmentos da fratura, com vasodilatação e hiperemia nas partes moles que circundam a fratura. • Com o novo crescimento de elementos vasoformadores e capilares para dentro do hematoma, ocorre a infiltração de lucócitos, monócitos, macrófagos e mastócitos; com o objetivo de remoção do coágulo e dos restos celulares. Ao mesmo tempo os osteoclastos iniciam a absorção do osso necrótico. • Esses dois primeiros processo duram aproximadamente duas semanas.
  • 10. 10 Calo mole • Depois disso começa a formação do calo ósseo, que se inicia quando os condroblastos e fibroblastos desenvolvidos pelo periósteo irão dar origem a um tecido fibrocartilaginoso chamado calo mole, este tecido irá servir como uma “cola biológica”, colando as extremidades ósseas e aumentando a estabilidade do segmento. • Esse estágio ocorre aproximadamente três semanas após a fratura. A dor e o edema diminuem e os fragmentos não conseguem se mover. Ao final desse estágio a estabilidade presente no local afetado já é adequada para se prevenir o encurtamento. Deve-se tomar cuidado extra pois ainda é possível que haja angulação no local da fratura.
  • 11. 11 Calo duro • Quando as extremidades da fratura estão unidas pelo calo mole, se inicia o estágio do calo duro. Nessa fase os fragmentos estão firmemente unidos por uma neoformação óssea, que termina 3 ou 4 meses após a fratura. • O calo mole é convertido em um tecido calcificado e rígido por meio de ossificação intramembranosa e da ossificação endocondral de aparecimento mais tardio, na fase final de formação do calo ósseo a partir de condrócitos que se diferenciam das células indiferenciadas. A ação dos osteoblastos (células responsáveis pela produção de tecido ósseo) é muito importante nessa fase, já que produzem uma nova matriz óssea. Inicialmente essa matriz é desordenada e irregular, provocando a formação de um calo ósseo calcificado. Esse tecido ósseo formado ainda é imaturo.
  • 12. 12 Remodelação • Se inicia a partir da 8ª semana após a lesão e tem duração de alguns meses ou até anos, dependendo de varios fatores. • Nesta fase há substituição do tecido ósseo imaturo por tecido ósseo maduro. Ocorre regularidade na distribuição das fibras da matriz, seguindo as orientações das linhas de força. caracteriza-se pela intensa atividade osteoblástica e osteoclástica. • Esse estágio termina quando o osso retoma completamente à sua morfologia original, incluído a restauração do canal medular. • Esta fase respeita a lei de Wolff que diz que o osso se remodela depositando osso onde necessário e reabsorvendo-o onde desnecessário.
  • 13. 13
  • 14. 14 3.FATORES QUE INTERFEREM NO TEMPO DE CONSOLIDAÇÃO DAS FRATURAS
  • 15. 15 • Estabilidade do foco da fratura ou fator mecânico:É o principal dos fatores que interferem no tempo da consolidação óssea. A mobilidade no foco de fratura determinará, dependendo do osso envolvido, o tipo de consolidação óssea. Existem dois tipos de estabilização óssea, absoluta e relativa . A estabilização absoluta é obrigatoriamente cirúrgica, não permite mobilidade no foco de fratura, portanto não haverá formação de calo ósseo. Na estabilização relativa, quer seja no tratamento conservador ou no cirúrgico, permite-se certo grau de mobilidade no foco de fratura, e logo haverá formação de calo ósseo. Figura 1. Fratura Transtrocanteriana com componente subtrocantérico. Figura 2. Osteossíntese com placa longa utilizando estabilização absoluta. Nas figuras 1 e 2 acima, após 16 meses a fratura encontra-se consolidada clinicamente, e não é possível visualizar calo ósseo, pois o método empregado não permite mobilidade no foco de fratura (estabilidade absoluta).
  • 16. 16 ▪ Vascularização: Fatores intrínsecos e extrínsecos, que de certa forma possam alterar a vascularização sistêmica ou local, podem alterar significativamente a viabilidade e consequentemente o tempo de consolidação óssea ▪ Idade: A idade é um fator que interfere, quer seja de maneira positiva ou negativa, na consolidação óssea. Nos casos dos idosos, muitas vezes há uma lentificação do metabolismo, bem como déficit de algumas substâncias essenciais e menor solicitação mecânica, aumentando assim o tempo para a consolidação da fratura. ▪ Qualidade óssea: A qualidade do osso é um fator que também tem influência na consolidação óssea. Algumas doenças como osteoporose, osteodistrofia renal, entre outras; o uso de medicações, bisfosfonados, calcitonina, corticóides; hábitos como o tabagismo ou o sedentarismo,a nutrição podem agir alterando o tempo de consolidação, favorecendo-o ou dificultando-o
  • 17. COMPLICAÇÕES NA CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA • Consolidação viciosa: o osso cicatriza em uma posição anatômica incorreta, que pode ter implicação apenas estética ou até provocar a limitação ou perda da função do membro afetado. Crianças tem maior capacidade de recuperar a anatomia normal após a consolidação viciosa de uma fratura, devido ao rápido metabolismo e remodelação óssea. • Pseudoartrose: A pseudoartrose é definida como a ausência de consolidação óssea no tempo médio estimado para consolidação.São sinais clínicos de pseudoartrose a dor e a mobilidade no foco de fratura. São sinais radiográficos a ausência de formação de calo ósseo ou calo ósseo exuberante (pseudoartrose hipertrófica), bordas dos fragmentos arredondadas e perda óssea. • A pseudoartrose está relacionada a uma falha no processo de consolidação do osso fraturado. Isto pode estar relacionado a vários fatores, e alguns dos principais são:Instabilidade mecânica, Vascularização deficiente no local da fratura, Tratamento e acompanhamento inadequados ou tardio da fratura, Presença de lacuna entre os fragmentos do osso. É importante considerar que alguns fatores, como presença de diabetes, nutrição inadequada e tabagismo exercem influências negativas sobre o processo de cicatrização. • Retardo de consolidação é definido como um atraso no tempo médio de consolidação óssea, porém existe uma evolução do processo de consolidação em radiografias seriadas. Apresenta evolução benigna, cursando, normalmente, com consolidação óssea, podendo evoluir para cura ou sequela
  • 18. Figura 7. Pseudoartrose hipertrófica. Figura 8. Pseudoartrose hipotrófica. Treatment of Distal Radio Vicious Consolidation