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O PASSE 
Suas técnicas e aplicações! 
E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. Lucas 18:42.
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ÍNDICE 
Apresentação: 
Anexos: 
I - Compendio de orientação ao trabalho de aplicação de passe no Grupo Espírita Lamartine Palhano Junior. Vitoria -– ES 
1) Aos trabalhadores que atuam na tarefa do passe. 
2) O passe e o conceito de cura. 
3) O passe e a finalidade do centro espírita. 
4) Os mecanismos do passe. 
5) A aplicação do passe. 
6) O Passista: requisitos morais. 
7) O Passista: requisitos físicos. 
8) O Enfermo. 
9) Quando Receber o Passe? 
10) O Recinto do Passe. 
11) Os efeitos do Passe. 
12) A água fluidificada. 
13) Jesus – O Divino Modelo. 
Anexo II - Orientação Básica ao Serviço de Atendimento Fraterno: 
1.0 - Objetivos 2.0 - Papel do Centro Espírita 3.0 - Esquema do Atendimento 3.1 - Recepção e Triagem 3.2 - Entrevista 3.3 - Local das entrevistas 3.4 - O entrevistador 3.5 - O entrevistado 3.6 - Fichas de informações 3.7 - Carteira de controle 
4.0 - Exame espiritual 5.0 - Remédios 5.1 - Orientação ao enfermo 5.2 - Fluido terapia 5.3 - Reunião mediúnica 5.4 - Cuidados médicos 5.5 - Ocupação do enfermo 6.0 - Resultados 6.1 - Avaliações 6.2 - Encaminhamento do assistido
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Bibliografia utilizada nos anexos. 
Capitulo 1. Introdução. 
Capitulo 2. Surgimento do passe. 
Capitulo 3. O passe suas origens aplicações e efeitos. 
Capitulo 4. A guisa de explicação. 
Capitulo 5. O santuário do espírito encarnado. 
Capitulo 6. Perispirito. 
Capitulo 7. Centros de força – aura. 
Capitulo 8. Fluidos – magnetismo – hipnotismo. 
Capitulo 9. Requisitos para o bom passista. 
Capitulo 10. Passe. 
Capitulo 11. Tipos de passes. 
Capitulo 12 . Onde dar o passe? 
Capitulo 13. Como aplicar o passe. 
Capitulo 14. Quando aplicar o passe? 
Capitulo 15. O porquê de aplicar passe? 
Capitulo 16. O porquê de receber o passe? 
Capitulo 17. Quando receber o passe. 
Capitulo 18. Quem recebe o passe (o paciente). 
Capitulo 19. Como receber o passe. 
Capitulo 20. Efeitos do passe. 
Capitulo 21. Auto cura. 
Capitulo 22. Perguntas que você gostaria de saber a resposta. 
Capitulo 23. Obras Bibliograficas.
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Apresentação: 
Queridos amigos de ideal espírita é com imenso carinho e com a mais pura das intenções que decidi elaborar essa pequena apostila sobre o estudo dos passes e suas aplicações. 
Imbuido no desejo de oferecer algo que relamente possa contribuir no campo do conhecimento, tomei a decisão de rechear essas páginas com o conhecimento costruido por diversos companheiros espíritas, que, com toda certeza são mais abalizados nesse assunto. 
Aos poucos percebemos que temos apenas o vislumbre sobre o assunto por se tratar de um campo muito vasto, o que demanda um estudo constante. 
Ao tratar do tema lembremo-nos de Jesus ao questionar o parálitico: “Creiais que eu possa te curar? Sim eu o creio! Então vai, tua fé te curou!” 
O poder da vontade aliado ao conhecimento pode operar o que o vulgo chamaria de “verdadeiros milagres”. Como em nossa doutrina o milagre não tem espaço e não encontra ressonancia na lógica dos fluidos, ficaria no campo do acaso. 
Assim, o bom senso nos manda estudar as energias, conhecer a intimidade dos fluidos, averiguar e esmiuçar o fenomeno da mediunidade com intento de entender o espírito, o perispirito e o corpo fisico. 
Mergulhados no eter Divino nos movemos e respiramos. 
A física quantica nos mostra a realidade das redes de conexão universal, onde tudo está em tudo, estamos intimamente interligados, os dois mundos o fisico e o espiritual. 
Em constante comunicação, emitimos e recebemos ondas mentais atráves do complexo pineal, essa antena potente e muitas vezes despercebida em nossas experiencias reencarnatorias. Mas, mesmo sem notarmos ou identificarmos sua exelência, ela existe e é responsável pela faculdade mediúnica. Nela reside a plataforma orgânica da mediunidade, e, é atraves dessa antena que capitamos e emitimos ondas mentais, atraimos ou repelimos de acordo com nossos pensamentos nos processos de vibração e sintonia. 
Somos, em essência, o que pensamos. O que pensamos é nossa plataforma mental de contato com o outro plano. Daí resultam as assimilações de correntes mentais, muitas vezes doentes, pois, estamos, não raras vezes, doentes da alma, enfermos da
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raiva, mágoa, orgulho e vaidade, presos aos laços da materia e grudados nela pelo apego aos bens terrenos e pelo desejo de posse. 
Sendo assim, construimos a infelicidade ou a felicidade relativa ao mundo mental que vivemos. O papel do complexo pineal, além de emitir e receber ondas mentais, é, também, de transformar essas ondas em impulsos elétricos, que o cerebro reconhece e produz reaçoes neuro-quimicas despejando em nosso organismo o fruto mental de nossas escolhas. 
Por isso, doente não cura doente e para curar alguém é preciso nos curar primeiro ou no mínimo estarmos em processo de renovaçao constante. 
Para nos curarmos devemos partir do principio da reforma íntima, da mudança de hábitos, da renovação de pensamento e de ação. 
Assim, envolvidos no campo da ciência espírita, mobilizados pela sua filosofia que traz uma imensidão de questionamentos envolvendo a vida e sua amplitude metafisica, somos convocados pela sabedoria Divina a desenvolver o reino dos céus que está dentro de nós. 
Com esse propósito precisamos de autoamor, de autoiluminação, fazendo com que esse reino se transporte de dentro para fora em nossas relações do dia a dia, envolvendo tudo e todos em nosso entorno; transformando-nos e transformando o mundo. 
Eis aí o sentido da religião espírita - a ligação com Deus - fazendo de nos parte ativa do seu reino. 
Que brilhe a vossa luz! 
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“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou nossas doenças.” (Mateus, 8:17)
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Anexo I: 
Compendio de orientação ao trabalho de aplicação de passe no Grupo Espírita Lamartine Palhano Junior - Outubro de 2011 - Departamento de Orientação Mediúnica 
1) Aos trabalhadores que atuam na tarefa do passe: 
Prezado (a) companheiro (a), as orientações a seguir, foram elaboradas com o intuito de organizar e dinamizar a tarefa do Passe nas Reuniões Doutrinárias e/ou de Estudos da Mediunidade, bem como de qualquer reunião desta instituição onde se aplique a terapia de passes. 
““E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva" - Marcos 5: 23. 
(...) Seria audácia por parte dos discípulos novos a expectativa de resultados tão sublimes quanto os obtidos por Jesus junto aos paralíticos, perturbados e agonizantes. 
O Mestre sabe, enquanto nós outros estamos aprendendo a conhecer. É necessário, contudo, não desprezar-lhe a lição, continuando, por nossa vez, a obra de amor, através das mãos fraternas. 
Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus. 
Não importa a fórmula exterior. Cumpre-nos reconhecer que o bem pode e deve ser ministrado em seu nome.” 
(Caminho, Verdade e Vida, Francisco Candido Xavier pelo Espírito Emmanuel, cap. 153 - Passes). 
a) O passe e o conceito de cura 
A Organização Mundial da Saúde considera que a saúde é o completo bem estar físico, psíquico, mental e social. 
Nós espíritas aderimos a essa definição, mas acrescentamos “O equilíbrio Espiritual” por que quase todas as doenças nascem na alma, incluindo as de caráter provacional, Não há definitivamente só doenças físicas ou só doenças espirituais, estando encarnados elas são tanto físicas, emocionais, mentais e espirituais.
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A ação moral desequilibrada do Espírito afeta o períspirito. Estando o períspirito intimamente ligado ao corpo físico seu desajuste vibratório o afeta e ele adoece. 
Em sua essência profunda, o passe é a mobilização ativa de nosso amor em favor do bem do semelhante. 
Jesus, o Divino Modelo, em diversas e bem conhecidas passagens de sua vida, ensinou- nos a aplica-lo. 
No versículo 9º do 10º capítulo de seu Evangelho, Lucas registra importante recomendação de Jesus aos discípulos: 
"E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus." 
Entendemos que o Mestre se reportava aqui a dois tipos de cura: 
1. Os recursos fluídicos benéficos, restauradores do corpo: o passe. 
2. Os recursos do esclarecimento, que propiciam a cura integral e definitiva do homem, sobrepondo-se a todas as terapias que se têm criado no mundo. 
“O passe não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos.” (André Luiz, Opinião Espírita, cap. 55, p. 180.) 
“Para evitar essas recidivas, é necessário que o remédio espiritual ataque o mal em sua base [...], é preciso tratar, ao mesmo tempo, o corpo e a alma.” (Abade Príncipe de Hohenlohe, Revue Spirite, outubro de 1867.) 
“O maior milagre que Jesus operou e que verdadeiramente testa a sua superioridade foi a revolução que os seus ensinos produziram no mundo, mal grado à exiguidade dos seus meios de ação." (Kardec, A Gênese, cap. 15, § 63.) 
Como almejar à cura total dos nossos desequilíbrios orgânicos e espirituais, se ainda nos agasalhamos em nosso ser o orgulho, o egoísmo e todas as mazelas deles decorrentes? 
Como sarar da úlcera, da alergia desconfortável, da artrite deformante, do coração em descompasso, se a ira e o grito de cólera ainda ecoam em nossa alma? 
Como almejar o fim da ansiedade, da depressão e todas as distonias anímicas de múltiplas nomenclaturas, se ainda nutrimos ódio, rancor, mágoa, ciúme, inveja, pensamentos sombrios? 
Como, se a excelsa virtude a mansidão cantada por Jesus em suas bem-aventuranças (Mateus 5: 5-12) ainda não se instalou em nossos corações? 
Como pretender o equilíbrio físico e psíquico, vivendo em guerra com a sociedade, com o vizinho menos evoluído, com os familiares em processo de reajuste, com o nosso grupo de trabalho?
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Quantas vezes, até mesmo em nossas lides na casa espírita, nos deixamos envolver por sentimentos contrários àqueles que Jesus nos ensinou: mágoas, revoltas, melindres, sombras densas em nossos corações, nos tornando enfermos? 
Como poder ser feliz e saudável se a ganância das posses materiais nos absorvem todo o tempo e as energias? 
Como se nos esquecemos da busca dos tesouros imperecíveis que não são consumidos pelas traças, pela ferrugem e pelos ladrões? 
Onde vamos buscar a saúde, se sorvemos os venenos dos tóxicos, do álcool, do tabaco, entregando-nos ainda aos excessos da alimentação, do sexo e tantos outros? 
Como seguir o preceito sublime de Jesus - Amar o Próximo - se não somos capazes de amar a nós próprios mantendo vícios e paixões que desgastam a nossa harmonia orgânica? 
A grande Cura proposta pelo Espiritismo deve ser o cumprimento de um sério e amplo programa de iluminação interior, apoiado na prática do bem, na vivência cristã constante. 
2) O passe e a finalidade do centro espírita: 
“O Centro Espírita - unidade fundamental do Movimento Espírita -, "para bem atender às suas finalidades, deve ser núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita". Desviá-lo dessa diretriz é comprometer a causa a que se pretende servir.” (Editorial do Reformador, março de 1992). 
O passe foi incluído nas práticas do Espiritismo como um auxiliar dos recursos terapêuticos ordinários. É, portanto, um meio e não a finalidade do Espiritismo. 
No entanto, muitas pessoas procuram o centro espírita em busca somente da cura ou melhora de seus males físicos, psicológicos e dos distúrbios ditos "espirituais". 
Geralmente as pessoas que assim procedem são nossos irmãos que desconhecem os fundamentos do Espiritismo. 
Muitos veem no Espiritismo mais uma religião, criada por Kardec. Outros o ligam somente à mediunidade, temendo sua prática, que envolveria o relacionamento com "almas do outro mundo". Ainda outros, o associam a curas e até mesmo às fórmulas místicas para a solução de problemas financeiros, conjugais, etc.
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Há aqueles que, sem nada conhecer, tomam passes frequentemente, por hábito, mesmo sem estarem necessitando. Isso tudo resulta do desconhecimento doutrinário, de interpretações pessoais, da disseminação de conceitos errôneos. 
É dever do centro espírita, por meio do seu corpo de trabalhadores, esclarecer os que o procuram acerca dos objetivos maiores do Espiritismo, que gravitam em torno da libertação da criatura das amarras da ignorância das leis divinas, alçando-a a perfeição. 
Bem orientado, o centro espírita é um foco de luz na Terra que ilumina o saber e o amor, a razão o e sentimento. Daí ele ser a um só tempo: 
• Escola - que possibilita ao ser humano, pelo estudo constante disciplinado, inteirar-se das sábias leis divinas que regulam o seu destino. 
• Hospital - onde são socorridos os acidentados da alma pelos recursos fluídicos e espirituais, como o passe, a água fluidificada, a prece, a desobsessão, a palavra de esperança e encorajamento, o estudo evangélico e doutrinário. 
• Oficina de trabalho no bem - onde, ajudando o próximo carente, o ser ajuda-se a si próprio, aprendendo e vivenciando os valores cristãos, a verdadeira caridade, tal qual definida na resposta à questão 886 de O Livro dos Espíritos: "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas". 
3) Os mecanismos do passe 
Muitas vezes, a fé que leva as pessoas a procurarem os recursos do passe é cega. Desconhecem os seus mecanismos, os seus efeitos e sua aplicação. A fé cega é mística. A fé verdadeira é uma força atrativa e fixadora das energias benéficas. 
O Espiritismo possui elementos para o devido esclarecimento acerca dos mecanismos do passe. 
O passe não é algo sobrenatural. Ele ocorre com base em leis naturais que regulam a ação dos fluidos responsáveis por todos os fenômenos espirituais. São leis diversas das que regem os fenômenos da matéria, do mundo corporal. 
A ciência oficial, que têm como objeto exclusivo o estudo da matéria, não pode explicar o passe. 
Para entendermos os mecanismos do passe, é importante estudarmos os fluidos e suas leis, o que inclui a análise do períspirito, suas funções, suas propriedades. 
Tudo isso se encontra exposto nas obras básicas de Allan Kardec, notadamente no capítulo 14 de “A Gênese”, bem como em outras obras sérias, como as de André Luiz, Léon Denis, Yvonne Pereira, Manuel Philomeno de Miranda, etc.
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Do ponto de vista "técnico", o passe é a ação dirigida de certos fluidos. Sua aplicação processa-se de períspirito a períspirito. E por estar o períspirito ligado ao corpo físico célula a célula, exerce sobre ele preponderante influência. 
Daí se compreende, por exemplo, o bem estar físico que decorre da ação do passe. A energia salutar transmitida ao períspirito repercute no corpo, atuando nos órgãos enfermos, por um processo de ressonância. É por isso que o passista não necessita tocar o corpo do paciente. 
No referido capítulo 14 de “A Gênese”, § 31, há uma explicação clara de como ocorre essa transmissão fluídica medicamentosa. Vejamos este trecho: 
“A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.” 
Logo adiante, no § 33, da obra citada, Kardec enumera as diversas maneiras em que a ação fluídica pode produzir-se: 
1º - Pelo próprio fluido do magnetizador. É o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força, e, sobretudo, à qualidade do fluido. 
Trata-se, pois, do passe que provém somente do passista encarnado ("magnetizador"). Foi o recurso utilizado por Jesus para restabelecer a saúde dos enfermos. A força fluídica abundante, penetrante, pura no mais alto grau que se pode ajuizar, saía dele próprio. 
No livro Pão Nosso, Emmanuel legou-nos a página intitulada "Magnetismo de Jesus", que muito elucida a grandeza de seu magnetismo balsâmico. 
2º - Pelo fluido dos Espíritos atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito. 
É o passe que provém unicamente dos Espíritos desencarnados. Ninguém fica ao abandono quanto aos medicamentos do "Céu". Pelos eflúvios dos missionários do Mundo Maior quantas curas, quantas melhoras ocorrem, quantas esperanças se espalham! Mesmo aqueles que ainda não aprenderam a buscar os recursos do passe estão sempre sendo socorridos pelo Alto, nos lares, no tumulto das ruas, no silêncio dos hospitais, nas guerras, em todo lugar.
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3º - Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que o primeiro carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, na maioria das vezes, provocado por um apelo do magnetizador. 
Neste terceiro e último processo há o passe "misto" em que existe a cooperação entre os Espíritos e os encarnados. 
Quando se fala em passes nas casas espíritas hoje em dia, em geral, se entende esse tipo de passe. 
Nele o "magnetizador" é também um médium. Ele recebe para dar. É o intermediário entre os Espíritos e o enfermo, contribuindo, ao mesmo tempo, com seus próprios recursos. 
Muitas vezes o enfermo necessita de fluidos mais "materiais", que os Espíritos por si só não podem fornecer. Reside aí, então, a importância dessa modalidade de passe. 
Ao doarmos as nossas próprias energias somos "magnetizadores", mas podemos ao mesmo tempo atuar como médiuns, quando nossos recursos são aumentados e enriquecidos pelos Espíritos. 
Indivíduos não espíritas, não cristãos, não filiados a qualquer credo religioso, mas que laboram no bem em outros campos do amor, podem também ceder fluidos curadores para quem necessite, inclusive com o auxílio de Espíritos, sem se darem conta disso. O que importa é ser bom, é amar o próximo como Jesus nos ensinou. 
4) A aplicação do passe: 
 Preparo: 
Para lograr bom resultado, todo trabalho espiritual necessita de preparo. No caso do passe deve haver preparo tanto do passista como do enfermo. Da parte do primeiro, porém, esse preparo deve ser constante, em vista das emergências que ocorrem no centro espírita e fora dele. 
O ideal seria que toda aplicação de passe fosse precedida de esclarecimento doutrinário sobre os fluidos, a fé, a oração, etc. Com o estudo e as reflexões evangélicas o ambiente se tranquiliza e os fluidos atuam de forma mais adequada. 
Com o uso dessas atividades preparatórias quem recebe o passe aprende a buscar sua melhoria não somente na ação de aplicação do passe, mas, na busca da eliminação de
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suas imperfeições morais, que é a causa dos seus males. Essa é a terapêutica de profundidade proposta pelo Espiritismo. 
Quanto ao passista não há necessidade que receba antes o chamado "passe de limpeza", a fim de estar mais apto para aplicar o passe. Essa "limpeza" deve ser obtida por seus esforços em seguir as normas apontadas nos itens seguintes. Não é submetendo-se a uma operação momentânea que poderá tornar-se instrumento dócil e puro dos Espíritos Superiores. 
Nem mesmo em poucos minutos de meditação ou prece conseguimos nos reparar totalmente dos desequilíbrios ocasionados no dia. A preparação deve ser uma constante na vida do trabalhador do passe. Se não busca o equilíbrio durante o dia não estará apto para doar energias equilibradas durante a noite. Devemos firmar o pensamento em nossos objetivos e nos perguntarmos: “Tenho coragem de tomar passe com alguém que vive e se comporta como eu?” 
 Técnicas: 
Perguntado sobre qual seria a melhor técnica para a transmissão do passe (O Consolador, nº 99), Emmanuel respondeu: 
“O passe deverá obedecer à fórmula que forneça maior percentagem de confiança, não só a quem o dá como a quem o recebe. Devemos esclarecer, todavia, que o passe é transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer contato físico na sua aplicação.” 
Comentando o assunto em seu livro Conduta Espírita (cap. 28), André Luiz, adverte: 
“Lembrar-se de que na aplicação de passes não se faz precisa a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou o bocejo contínuo [...]. A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular.” 
Não há técnicas únicas para aplicação do passe. O passe deve ser simples. Em qualquer caso dispensam-se quaisquer gestos estranhos, fórmulas místicas e outros recursos espetaculares. É falta de estudo da Doutrina Espírita que tem levado a adoção de práticas estranhas nos trabalhos de passe em muitas casas espíritas. 
Detalhando mais o ensino, destaquemos algumas atitudes exteriores comuns que o médium passista deve abolir: 
- Tilintar dos dedos, esfregar ou tremer as mãos; 
- Tocar o paciente. O passe não é dado no corpo físico, como já salientamos. É recomendável guardar certa distância do paciente. 
- Reflexos. O doador de energias pelo passe não deve se deixar influenciar pelos desarranjos emocionais e enfermiços de certos pacientes. Lembrando que a influencia
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negativa nunca atinge quem está bem física e espiritualmente, com domínio de suas emoções. É da lei que o bem dilua o mal. 
André Luiz, na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, conta que num trabalho mediúnico se comunicou o Espírito José Maria, altamente perturbado e inferior e lhe serviu como médium Celina, que era qual "harpa delicada" nas mãos dos Benfeitores, pelos seus dotes morais. André Luiz estranhou que justamente ela fosse à intérprete de tão perversa criatura. Mas o Instrutor Áulus explica: "Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga e desintegra". De fato, a ação do bem irradiado por Celina desintegrou os fluidos perniciosos de José Maria. Se a médium não estivesse preparada os danos seriam inevitáveis. Assim também ocorre no passe. 
- Tomar passe após aplicá-lo. É uma pratica dispensável. Muitos passistas empregam-na por desconhecimento dos mecanismos fluídicos; alegam que é para "eliminar as más influências" e se "reabastecer". O passe adequadamente desenvolvido não exaure quem o transmite, muito pelo contrário. No livro Conduta Espírita, André Luiz recomenda-nos "jamais temer a exaustão das forças magnéticas" (cap. 28). 
O médium passista é canal pelo qual circulam abundantemente as forças radiantes que emanam do "Céu". Em sua obra Nos Domínios da Mediunidade (cap. 17), esse mesmo autor relata um diálogo de seu amigo Hilário Silva com o Instrutor Áulus. Perguntando Hilário se os trabalhadores encarnados que examinavam ministrando o passe não precisariam recear a exaustão, obtém esclarecedora resposta: 
“De modo algum. Tanto quanto nós não comparecemos aqui com a pretensão de sermos os senhores do beneficio, mas sim na condição de beneficiários que recebem para dar. A oração, com o reconhecimento de nossa desvalia, coloca-nos na posição de simples elos de uma cadeia de socorro, cuja orientação reside no Alto. Somos nós aqui, neste recinto consagrado à missão evangélica, sob a inspiração de Jesus, algo semelhante à tomada elétrica, dando passagem à força que não nos pertence e que servirá na produção de energia e luz” 
Quanto ao tempo de duração do passe compreende-se que não seja fixo. Cabe ao passista usar o bom senso e a inspiração do momento. Demorar muito, principalmente em crianças, não é confortável e causa irritação. Não é aconselhável também acumular fluidos só numa parte do corpo, a cabeça, uma forma bem usual é, por exemplo, a seguinte: imponha a mão sobre o Chakra coronário, permaneça por um tempo (curto), desça em suaves movimentos dispersivos (siga sua inspiração), e depois retome a energização no coronário (passe longitudinal). 
Allan Kardec sugere que sigamos os magnetizadores. Na obra “Magnetismo Espiritual’ (Michaelus), o autor apresenta um estudo sobre o magnetismo e sua relação com o Espiritismo objetivando esclarecer a respeito da vida mental e dos fenômenos ditos sobrenaturais. A partir de conceitos da Codificação Kardequiana desenvolve temas como: ação magnética, fluido vital, dupla vista, sonambulismo, além de outros. Analisa
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casos concretos de curas de doenças pela ação do magnetismo, quando frustrados os recursos da Medicina oficial da época, e, aprecia experiências com pessoas em estado sonambúlico provocado por ação magnética, com fins terapêuticos. Como profundo conhecedor de todos os aspectos do Magnetismo, do Hipnotismo e temas correlatos, o erudito autor faz notável resumo do quanto já foi escrito sobre o assunto. 
Na obra “Magnetismo curador”, Lamartine Palhano e Dalva Silva Souza explicam que “Passe” indica movimento. Assim, ficar com as mãos paradas, “imposição de mãos”, não é passe, apesar de aplicar energias. Também devemos salientar a necessidade do movimento das mãos “de cima para baixo” respeitando o sentido dos centros de força ou chacras. 
Lembrando sempre que o passe é de períspirito á períspirito, aura a aura, e, sua principal ação é a mente (pensamento), vontade e fé. 
Mantenha os olhos sempre abertos ou semi-serrados, pois o assistido1* pode mudar de local ou sofrer algum distúrbio momentâneo (desmaiar, cair, levantar, virar), evitando assim ocasionar o contato físico. 
Se na aplicação do passe houver alguma manifestação estranha ao momento, como: choro, tremor excessivo, ou mesmo uma manifestação mediúnica e/ou anímica, devemos: 
1. Sempre manter a calma; 
2. Nos manter em oração (buscando ajuda da equipe espiritual); 
3. Direcionar o pensamento ao assistido e ao desencarnado (se houver), auxiliando o ser restabelecimento; 
4. Evitar o diálogo com o desencarnado (o momento não é para doutrinação), aplicar passes dispersivos, induzindo o desencarnado ao sono. (fé verdadeira é êxito certo). 
5. Recorrer ao dirigente encarnado se necessário. 
5) O passista: Requisitos morais. 
Quem pode aplicar o passe? 
Essa é uma das primeiras perguntas que surgem quando pensamos na programação das atividades de passe nas casas espíritas. O conhecimento da natureza e dos mecanismos do passe nos possibilita inferir que todas as pessoas sadias podem, em princípio, aplicar o passe. 
1 A palavra paciente não é recomendada o uso, tendo em vista o enquadramento da instituição espírita em curandeirismo e prática ilegal da medicina. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Paciente é aquela pessoa que consulta o médico ou profissional da área de saúde.
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Todas possuem fluidos, em várias gradações, naturalmente, que podem ser mobilizados pelo amor na direção do semelhante que sofre. 
Mas para efetivamente sermos bons servidores do passe precisamos muito esforço, muita vontade ativa, e, muita disciplina para adquirir certas condições mínimas, das quais resumidamente trataremos nesta seção e na seguinte. 
Ao comentar a passagem evangélica relatada em (Mateus 8: 17), Emmanuel ressalta a influência da pureza dos sentimentos de Jesus na promoção da cura, acrescentando que o mesmo se aplica aos nossos esforços na aplicação do passe, embora ainda estejamos imensamente distantes da condição do Cristo: 
“Se pretendes, pois, guardar as vantagens do passe que, em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro.” (Segue-me, cap. "O passe", p. 134) 
No capítulo 19, do livro Missionários da Luz, de André Luiz, encontramos estas significativas palavras do Instrutor Alexandre: 
“O missionário do auxilio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino.” (Grifos e negritos nosso) 
Vemos aqui uma imensa gama de conquistas a serem buscadas por todo aquele que se propõe doar fluidos balsamizantes aos necessitados. Logo após, Alexandre faz um esclarecimento que achamos importante transcrever: 
“...Cumpre-me acentuar, todavia, que semelhantes requisitos em nosso plano constituem exigências a que não se pode fugir, quando, na esfera carnal, a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nossos círculos de ação ao servidor humano, ainda incompleto no terreno das qualidades desejáveis.” 
O passe é um trabalho de equipe. É comum que os colaboradores encarnados mostrem mais deficiências que os desencarnados, que em geral estão mais conscientes de seus deveres e da delicadeza da tarefa. Não podendo o serviço ser prejudicado, já que é o bem do próximo que está em jogo, tais deficiências podem ser supridas pelos Espíritos, quando de nossa parte houver boa vontade e desejo sincero de ajudar. Meditando nisso, vemos como precisamos lutar por nossa melhoria integral! 
Continuemos o estudo com André Luiz, acompanhando-lhe o diálogo com Alexandre: 
“- Ainda mesmo que o operário humano revele valores muito reduzidos, pode ser mobilizado? [...]
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- Perfeitamente [...]. Desde que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades radiantes, não só pelo esforço próprio, senão também pelo concurso de Mais Alto de que se fez merecedor.” 
Que resposta profunda! No inicio, Alexandre afirma: "Perfeitamente", acrescentando, no entanto que é mais importante o interesse do passista no seu aprimoramento do que em cuidar das coisas do mundo. Temos observado que isso nem sempre ocorre; comumente a luta espiritualizante é deixada em segundo plano. 
6) Questões oportunas: 
Trabalhadores ou turistas? 
Como fica a questão da escala de trabalho? 
“Vou quando dá”, ou, “só vou porque é meu dia” mesmo não estando bem? 
“Vou uma vez por mês”, faço minha parte com a casa! 
“Eu venho doar, não preciso me tratar!” 
Os livros de André Luiz têm trazido lições primorosas sobre vários temas. Oportuno transcrever mais um trecho do diálogo entre Hilário Silva e o Instrutor Áulus, registrado no capítulo 17, de “Nos Domínios da Mediunidade”: 
“...- Quer dizer que numa casa como esta [um centro espírita] há colaboradores espirituais devidamente fichados, assim como ocorre com médicos e enfermeiros num hospital terrestre comum? 
- Perfeitamente. Tanto entre os homens como entre nós, que ainda nos achamos longe da perfeição espiritual, o êxito do trabalho reclama experiência, horário, segurança, responsabilidade do servidor fiel aos compromissos assumidos. A Lei não pode menosprezar as linhas da lógica. 
- E os médiuns [Clara e Henrique]? São invariavelmente os mesmos? 
- Sim, contudo, em casos de impedimento justo, podem ser substituídos, embora nessas circunstâncias se verifiquem, inevitavelmente, pequenos prejuízos resultantes de natural desajuste.” 
E um pouco mais adiante: 
“...- Preparam-se, os nossos amigos [Clara e Henrique], à frente do trabalho, com o auxilio da prece?
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- Sem dúvida. A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, Clara e Henrique expulsam do próprio mundo interior, os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário de luta e sorvem do nosso plano, as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficácia a favor do próximo. Desse modo ajudam e acabam por ser firmemente ajudados.” 
Quantos ensinamentos para o passista! Quantas diretrizes para o preparo do doador de fluidos! Áulus afirma que “o serviço de passe deve ser exercido com a mesma responsabilidade dos médicos que socorrem nos hospitais da Terra”. Cada hospital possui a sua equipe de médicos, encarregados cada um de sua área, obedecendo à disciplina que o hospital estipula. Achamos importante a referência ao fichamento dos colaboradores no "hospital" do centro espírita. Como são graves as consequências da ausência do passista escalado no dia e hora do passe! Tudo estava programado para que os seus fluidos fossem utilizados, os Espíritos contavam com ele, mas... Nas substituições apressadas é inevitável o dano geral. Ciente disso é importante que o passista só falte em situações excepcionais. 
Em nossa nova diretriz de trabalho no Gelp os colaboradores devem se identificar com o dia da reunião que mais lhe agrade ou que os possa favorecer. Eles podem estar disponível tanto na reunião do Domingo às 18h00horas, na Quarta-Feira às 20h00horas e na Quinta-Feira as 19:00horas. 
A - Os trabalhadores, da quarta-feira, domingo ou quinta-feira, devem chegar ao menos 30 minutos antes da reunião doutrinária e/ou atendimento fraterno e se colocar à disposição para o trabalho solicitando dirigente para incluir seu nome na ata de reunião do dia ou da noite. 
B – Todos componentes da equipe de passes do Gelp estão escalados para o trabalho em todas as reuniões de quarta ao domingo, durante o ano todo. Uma vez que tenha se candidatado ao trabalho de passes e é porque se considera apto para tarefa, devendo se preparar para a aplicação do passe toda vez que for a instituição espírita não importando o dia ou horária, tendo em vista que podemos ser chamados a servir na tarefa do passe em socorro a um companheiro da casa e/ ou visitante. 
C - Nos dias das reuniões, não estando presentes para a tarefa do passe numero suficiente e necessário para a tarefa do passe individual (três pessoas), o dirigente deve proceder com o passe coletivo. Esse tipo de passe não é somente uma oração e sim uma harmonização e/ou irradiação de energias, que deve ser conduzida pelo dirigente, elevando os ânimos e orientando a pratica do auto passe. 
D – Se o número de passistas disponíveis para dia forem mais que a sala comporta, os que estiverem em melhor condição físico-psíquica-espiritual, fará a aplicação do passe, e os remanescentes se colocaram a disposição para outras tarefas. Lembrando que o bom senso deve reger toda e qualquer escolha que possamos fazer.
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E - Devemos lembrar que a frequência é necessária para qualquer trabalho no bem, e, ainda mais imprescindível para o trabalho de aplicação de passes, no qual os trabalhadores devem estabelecer vínculos com a equipe de encarnados e principalmente com a equipe de desencarnados. Não podemos deixar de levar em conta que por problemas diversos, vez ou outra, os colaboradores podem se abster do trabalho, mesmo estando presente na reunião doutrinária. Por motivos diversos, muitas vezes faltar é necessário e inevitável, mas deve haver uma frequênciauma frequência mínima paramínima para a manutenção do trabalho em si, sendo o ideal é de 75%, ou seja, em quatro reuniões semanais, é de bom tom que esteja presente no mínimo em três delas. Não sendo possível manter tal frequência o trabalhador será mais bem aproveitado em outra tarefa que não seja o passe. 
F - Caso o colaborador falte em duas reuniões seguidas ou mais não devera no seu retorno aplicar passes. O mesmo número de faltas será o número de reuniões em que deve se harmonizar, novamente, com a equipe de desencarnados e de encarnados. Para a harmonização o trabalhador deve manter-se na reunião doutrinária e auxiliar em outras tarefas. Lembrando que não é necessária a presença do colaborador na câmara de passes (para harmonização) durante a tarefa da aplicação pela equipe do dia. No entanto, ele poderá receber a aplicação de passe como os demais frequentadores/trabalhadores da casa. 
G - Estando o colaborador da tarefa do passe em tratamento (espiritual), no Gel e/ou em outra instituição, por estar com problemas físicos e/ou espirituais, deve-se ausentar da tarefa de aplicar passe no Gelp. Aproveitando sua frequência na reunião doutrinaria também deve tomar o passe em nossa casa. Ao término do tratamento deve buscar orientação com a coordenação do departamento de orientação mediúnica para seu retorno. 
H - Observando que a reunião doutrinária é para o tratamento dos médiuns e a reunião mediúnica o é para o tratamento dos espíritos, não estar presente no tratamento indica duas coisas: ou você não se julga necessitado de tratamento ou não quer se tratar. Por isso a frequência em pelo menos uma reunião doutrinária na semana é um reconhecimento da necessidade de mudanças e uma prova de nosso esforço em nos tornar mais humildades e principalmente mais saudáveis, físico-psíquico-espiritual. 
I - O encaminhamento para a câmara de passes e a condução e manutenção do silencio e clima de oração no recinto (salão) é tarefa da equipe de passes e trabalhadores devem se disponibilizar para a tarefa, que, como podemos observar, é de igual relevância à aplicação do passe na cabine. 
J - Outro ponto fundamental do texto transcrito é a necessidade de o passista recorrer à oração como um meio iluminado para alijar do mundo interior eventuais pensamentos sombrios, remanescentes das atividades do dia, e sorver dos bons Espíritos as substâncias renovadoras, para ajudar com eficácia o enfermo. 
K - A oração preliminar pode nos conectar com a equipe e nos melhorar, mas, isso quanto não houve desequilíbrios sérios no campo do sentimento e da emoção, que
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dificultam a melhora rápida do colaborador, impedindo-o do trabalho de passes no dia e/ou noite. Devemos lembrar que a harmonização real e verdadeira se faz no dia a dia. 
L - Importante é não fazer dessa necessidade de orar, um ritual, anexando “adjetivos” na “oração”, onde temos que fazer leitura, meditação, corrente de mãos, relaxamento, mesmo estando em relativa harmonia. Nosso objetivo na tarefa é que nos faz unidos. Essa união se dá pelo pensamento. 
M – Devemos orar sempre e espontaneamente, antes e depois dos trabalhos de passe, nos vinculando à equipe espiritual, no início para harmonização e no final para agradecimento. 
Com base na vasta literatura espírita sobre o assunto, tentaremos enumerar agora algumas das diretrizes que o passista deve seguir tanto em sua vivência cotidiana quanto na aplicação do passe. 
a) Estudo. 
Na introdução de O Livro dos Espíritos, na primeira parte de O Livro dos Médiuns e em outras de suas obras, Allan Kardec ressalta a importância do estudo contínuo do Espiritismo, apresentando diversas sugestões de como ele deve ser empreendido. Há muita diferença entre ler um texto e estudá-lo, meditando sobre o seu conteúdo. 
No caso do passe, é importante ter conhecimento especializado de sua natureza, seus mecanismos, seus efeitos. No capítulo 14 de O Livro dos Médiuns, Kardec indaga se o poder de curar pode ser transmitido (§ 176, nº 7). E os Espíritos esclarecem: - "O poder, não; mas o conhecimento de que necessita para exercê-lo, quem o possua". 
No já citado capítulo 19, de Missionários da Luz, encontramos, ainda, a exposição de conceitos notáveis sobre o valor do conhecimento para o bom desempenho das tarefas espíritas. Ausência de estudo significa estagnação, em qualquer setor de trabalho. 
O trabalhador de qualquer seara espírita não deve se abster de estudar. Cursos de reciclagens, oficinas, seminários, e, principalmente dos estudos sobre as questões da mediunidade. Ninguém sabe tudo e todo conhecimento vem pelo esforço constante em aprender sempre mais. Por isso, principalmente o colaborador da tarefa do passe na casa espírita deve estar intimamente envolvido nos grupos de estudos da casa, especificamente nos campos da mediunidade. 
Acima de tudo o estudo metódico do Espiritismo desperta nas pessoas o desejo de amar, perdoar sempre, de incorporar em suas almas as virtudes evangélicas essenciais para uma vida feliz. 
b) Disciplina:
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Com o trabalho disciplinado o espírita encontra tempo para cumprir todos os seus deveres e ser mais assíduo e pontual nas tarefas assumidas no centro espírita. 
Devemos lembrar que as tarefas espirituais não são mecânicas. O operário chega à indústria liga as máquinas e tudo começa a funcionar. As atividades espirituais, porém, precisam: de preparo íntimo, meditação, asserenamento físico e mental para serem desenvolvidas a contento. 
O respeito à programação estabelecida para os trabalhos do passe é indispensável. Faltar ou chegar atrasado desorganiza o ritmo harmônico das atividades. 
c) Amor: 
Eleger o amor como a base da vida. Ele é a maior mola do nosso progresso, rumo aos cimos onde nos aguardam a paz e a felicidade. 
d) Paciência: 
A paciência é uma virtude imprescindível a quem se dispõe a acolher os irmãos necessitados e aflitos. Esses irmãos muitas vezes chegam ao centro espírita em franco destrambelho psíquico, podendo causar irritação a quem não se lembre de que é alguém que enfermo do espírito. 
A afabilidade e a doçura são filhas diletas da paciência. Ouvir com paciência aquele que está em desequilíbrio, ou, que desconheça os mecanismos espirituais, já é um avanço no tratamento de muitos males. O bom trabalhador espírita deve adquirir o excelente hábito de ouvir mais do que falar. Que "fale", sobretudo com o coração, pelas emissões do bem, é importante aprender a escutar os sentimentos. 
e) Vivência cristã constante: 
É muito bons termos ímpetos generosos, mas, é melhor ainda que a generosidade seja constante em todas as nossas atitudes, por isso na necessidade de vivencia cristã constante. Nos momentos floridos é muito fácil assumir atitudes cristãs. Na hora dos testemunhos expiatórios, dos testes com pessoas difíceis, porém, o grito de cólera, a critica contumaz, os pensamentos menos nobres invadem o nosso ser, ainda próximo da irracionalidade. Como consequências surgem os distúrbios incômodos da depressão, do desânimo, do suicídio, dos processos obsessivos cruéis. 
f) Equilíbrio emocional: 
O equilíbrio emocional é um requisito bastante difícil mas que pode ser conquistado. Para essa conquista é preciso que não nos desgastemos com mágoas excessivas, paixões, ressentimentos, temores, nervosismo, etc. São estados doentios que expressam a falta de fé nos desígnios divinos. A oração e o serviço ao próximo são notáveis recursos para o equilíbrio emocional.
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Devemos abster-nos de dar passe quando em desequilíbrio espiritual, pois os fluidos ficam como que "poluídos". 
g) Preparo contínuo: 
A necessidade de aplicar passe em alguém pode surgir a qualquer momento. Daí a importância de o passista estar sempre preparado, mesmo durante o seu trabalho profissional ou nos momentos de lazer. 
A mediunidade tão decantada não é e nem foi nos oferecida como instrumento de trabalho para apenas uma reunião de uma hora e meia no centro. A mediunidade é para o exercício do bem na vida inteira, onde quer que estejamos e a qualquer hora. 
Os bons Espíritos precisam contar conosco para as tarefas de emergência, às vezes fora da casa espírita. Podem mobilizar nossos recursos para atender nossos irmãos mais carentes sem mesmo tomarmos consciência disso, na via pública, no ônibus, no local de trabalho, numa visita fraterna, etc. 
h) Fé e oração: 
Devemos ter confiança absoluta na misericórdia e justiça de Deus, lembrando que é dela que, em última instância, provêm os recursos terapêuticos do passe. As preces, a meditação, estabelecem nossa ligação com os emissários divinos, criando um clima excelente para o êxito do trabalho espiritual. 
7) O passista: Requisitos físicos. 
Depois de havermos apontado alguns dos requisitos morais, tão difíceis de conquistar, faremos alguns comentários sobre as condições físicas de quem ministra o passe, começando a dizer que se você se encontra em tratamento (físico e/ou espiritual é sinal que você não esta em harmonia), deve se abster de aplicar o passe até que tenha terminado o tratamento e/ou você se reconheça em equilíbrio. Busque orientação com a coordenação. 
l) Higiene. 
A higiene é um dos requisitos básicos para a saúde. Além de beneficiar o passista, a sua higiene representa respeito para os que vão receber o passe. 
ll) Alimentação. 
A alimentação deve ser equilibrada, adequada ao organismo, sem os excessos da gula e do jejum. Hábitos alimentares sadios, com a ingestão de frutas, legumes, verduras fazem bem não só aos passistas, mas a qualquer pessoa. O trabalhador dos serviços de passe e, aliás, da mediunidade em geral, não deve apresentar-se de estômago cheio; nas horas que antecedem as atividades deve evitar a ingestão de alimentos de difícil digestão,
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como carnes e gorduras, de condimentos fortes e de excitantes, como café, chás (exceto de ervas), etc. 
lll) Vícios: álcool, fumo, tóxico. 
É fácil compreender que uma pessoa que assista os necessitados na área do passe, ou em outras tarefas mediúnicas, deve abster-se completamente de tais vícios. Eles lesam o organismo, obscurecem o raciocínio, impregnam negativamente os fluidos a serem mobilizados a favor do próximo e propiciam a atração de Espíritos inferiores que, mesmo desencarnados, querem continuar cultivando-os. Sabemos do imenso zelo dos bons Espíritos que cooperam nas atividades do passe na casa espírita no sentido de anular a ação maléfica das substâncias tóxicas que ingerimos. Apresentando-nos nessas condições lamentáveis desrespeitamos não apenas esses Espíritos, dando-lhes redobrado trabalho, mas também as pessoas que vão confiantes, receber o passe. 
lV) Conduta sexual. 
A atividade sexual em si é instintiva, mas o seu uso é moral. O sexo só deve ser exercido com equilíbrio, nobreza, acompanhado do verdadeiro amor. 
V) Hábito do Jogo. 
O hábito do jogo é assunto muito discutido no Movimento Espírita. Alguns segmentos admitem certos jogos, como rifas ou bingos, para ajudar o centro espírita. No entanto, devemos refletir se, acolhendo esse tipo de atividade em nosso meio não estaríamos de alguma forma apoiando a visão de que devemos buscar o ganho material fácil na chamada "sorte", em detrimento do trabalho, por humilde que seja. 
A manutenção material dos centros de fato constitui problema comum e difícil para os dirigentes, pois os colaboradores nem sempre se dão conta de que lhes cumpre o dever de ajudá-lo materialmente, na medida de suas possibilidades, é claro. 
Não apresenta os inconvenientes dos jogos de azar a confecção de produtos, como roupas, alimentos, móveis, etc. e a sua venda, em benefício do centro, desde que ninguém seja moralmente constrangido a participar dessas atividades (não podemos oferecer uma espécie de barganha ou troca, ex; eu dei o passe e agora você compra tal coisa). 
8) O enfermo. 
a) Posição mental para receber o passe. 
Para que obtenha melhora, as pessoas que buscam o recurso do passe devem ter postura mental adequada. A esse respeito, é interessante consultarmos o item 10, do capítulo 15, de A Gênese. Kardec analisa aí a passagem evangélica da mulher hemorroíssa (Marcos, 5: 25-34), uma das inúmeras curas operadas por Jesus. Vejamos este trecho:
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“Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Com relação à corrente fluídica, o primeiro age como uma bomba calcante e o segundo como uma bomba aspirante.” 
Aquele que vai receber o passe deve pautar-se na atitude da mulher hemorroíssa, que foi curada porque, pela sua ardente fé, aspirou, atraiu, assimilou os fluidos amorosos de Jesus. Razão tinha, pois o Mestre para dizer-lhe: "Tua fé te salvou". 
Sabemos que os fluidos são assimilados pelo períspirito, que possui, dentre outras, a notável propriedade de absorver fluidos ambientes. Constatamos, assim, a grande importância da postura mental e espiritual do enfermo, com o pensamento em prece, em ligação constante com os bons Espíritos, para que o passe seja eficaz. 
b) Posição física para receber o passe. 
Quem vai receber o passe deve ficar na posição que lhe dê mais conforto físico. O passe transmite-se ao períspirito, independentemente da posição do corpo físico. Dependendo do lugar, pode ficar deitado, sentado ou de pé. Mas em qualquer caso, deverá ficar descontraído, respirando normalmente. 
Não há necessidade de ficar com as mãos espalmadas para cima, como se fossem "receber" algo material. 
Certas pessoas alegam que não se devem cruzar os braços ou as pernas, porque tais posturas dificultariam a "circulação" dos fluidos. Parece-nos, porém, que se não devemos cruzar os membros é apenas porque isso em geral atrapalha a circulação sanguínea e gera tensões musculares. 
Sensações de calor, frio, tremor, suor, arrepio, choro podem ocorrer durante o passe. São, geralmente, motivadas por causas psicológicas. O misticismo, de que muitos ainda se não desvencilharam, pode provocar efeitos ilusórios variados. 
Nem o passista nem o paciente precisam retirar pulseiras, colares, relógios, óculos, sapatos, etc. Tais objetos não interferem no passe, porque são de natureza diversa daquela dos fluidos. (quem assim procede, orientando a retirada dos objetos, deve ter outro motivo que não seja a influência nos fluidos transmitidos pelos espíritos, ex: em reuniões especificas de tratamento, retira o calçado para evitar barulho no ambiente ao caminhar). 
Vemos alguns fumantes que se apressam em alijar-se momentaneamente do maço de cigarros. A presença dos cigarros não é, em si, o problema. O problema sério é o hábito de fumar, que intoxica o organismo, atuando em sentido contrário ao do passe, quando recebido. 
9) Quando receber o passe.
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Não abuses, sobretudo, daqueles que te auxiliam. Não tomes o lugar do verdadeiramente necessitado, tão só porque os teus caprichos e melindres pessoais estejam feridos. Emmanuel (Segue-me, p. 134). 
Se coloque em oração elevando o pensamento, agindo assim nos conectamos com os benfeitores do mundo maior e estando em prece, o períspirito expande nos possibilitando a recepção das energias, além da sintonia que nos coloca como bombas receptoras (fala do Palhano), e os que aplicam funcionam como bombas caucantes. (Aplicadoras). Vide texto acima. 
A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. (Paulo, I Timóteo 5: 22). 
Dessas sábias advertências de Emmanuel e do Apóstolo dos Gentios concluímos que as pessoas só devem buscar os recursos do passe quando têm realmente necessidade. Passe é remédio. E todo remédio só se toma quando necessário, na dose certa e até que se recupere a saúde. Se estivermos bem, o passe é dispensável. 
No capítulo 28 de Conduta Espírita, André Luiz recomenda-nos "esclarecer os companheiros quanto à inconveniência da petição de passe todos os dias, sem necessidade real, para que esse gênero de auxílio não se transforme em mania.”. 
Se a pessoa não precisa de passe, devemos esclarecê-la a esse respeito, orientando-a para o estudo doutrinário e o serviço ao próximo. Devemos lembrar-nos que os problemas do nosso dia podem ser resolvidos com bom senso, honestidade, equilíbrio e muita disciplina. 
Em seu livro Segue-me, Emmanuel assim se expressa sobre a questão de quem necessita do passe: "O passe exprime também gastos de forças, e não deves provocar o dispêndio de energias do Alto, com infantilidades e ninharias" (p. 134). 
Muitas pessoas que buscam o passe deveriam igualmente buscar a ajuda da medicina humana. Allan Kardec advertiu diversas vezes que diante de qualquer distúrbio, deve-se antes de tudo pesquisar suas possíveis causas orgânicas. Não é função do passe e do Espiritismo substituir os métodos da ciência no tratamento das enfermidades. 
O Espiritismo visa, em primeiro lugar, a esclarecer a criatura, para que corrija o seu proceder moral, forrando-se assim às necessidades de expiar e de sofrer. Depois, objetiva a suplementar o tratamento médico, renovando os fluidos vitais do enfermo pela aplicação do passe e da água fluidificada. 
Quando tudo o que puder ser feito na esfera médica e espírita, estiver sendo feito, a Doutrina Espírita nos esclarece que a dor estará sendo necessária para a evolução do enfermo, devendo ser enfrentada com resignação.
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Nos que padecem enfermidades irreversíveis o passe produz efeito benéfico, os ajudando a suportar a suas dores, e contribuindo para tornar menos penoso o processo da desencarnação. 
Nos casos de obsessão o passe pode contribuir para desligar o obsessor do psiquismo do obsidiado. Mas esse desligamento não constitui terapêutica de base. Obtida assim uma "trégua", é necessário que o hospedeiro das influências maléficas seja orientado a buscar os recursos do Evangelho e da Doutrina Espírita para a sua libertação definitiva, transformando seu padrão mental e moral. 
O passe é também usado como tratamento abençoado para os Espíritos sofredores do mundo espiritual. Isso pode ocorrer quando a pessoa encarnada que recebe o passe está intimamente vinculada a um Espírito, que então se beneficia igualmente dos recursos fluídicos. O passe pode também ser ministrado por um Espírito sobre outro, no Mundo Espiritual, como se relata, por exemplo, nos capítulos 22 a 25 do livro Os Mensageiros, de André Luiz. 
10) O recinto do passe. 
De ambiente poluído nada de bom se pode esperar. (André Luiz, Conduta Espírita, cap. 28.) 
O lugar mais adequado para a transmissão do passe é o centro espírita, que, pela natureza de suas atividades, constitui o núcleo mais importante de assistência a encarnados e desencarnados no que tange ao socorro de ordem espiritual. 
Se possível, deve-se reservar uma sala especial para essa tarefa, na qual se reúnem sublimados recursos fluídicos movimentados pelos pensamentos elevados e pelas preces. 
A sala de passes deve ser simples, mas muito limpa, arejada, ensolarada. Os Espíritos auxiliam na preparação do ambiente espiritual, porém não podem usar vassoura, água e sabão. 
Quanto à iluminação da sala de passes, podemos dizer que a luz reduzida pode auxiliar na manipulação dos fluidos pelos Espíritos. Mas é preferível a claridade suave ao escuro completo. Este pode suscitar ideias de misticismo, medo e até malícia nas mentes menos equilibradas. 
O passe pode ser aplicado também nos lares, hospitais, creches, trabalho, ruas, etc., com a devida discrição. Se não houver um ambiente reservado, no qual só estejam presentes pessoas que entenderão e contribuirão positivamente com a tarefa, devemos abster-nos de qualquer prática ostensiva. Neste caso, recorreremos à oração silenciosa, pedindo aos Bons Espíritos que aproveitem se possível, os nossos recursos fluídicos no auxílio ao próximo. Assim, podemos transmitir o passe com um abraço, um aperto de mão ou com um simples olhar de amor. O passe é dado sem ser percebido por curiosos. 
Sempre, porém, que o enfermo puder se locomover até o centro espírita, deverá pedir que o fizesse, para receber o passe. Dessa forma, também aproveitará as preleções
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evangélicas e doutrinárias, que devem sempre anteceder a transmissão dos passes, despertando para os valores nobres da vida, meditando sobre suas ações, corrigindo rumos. Pois o tratamento se inicia nas reuniões doutrinarias, porque durante a exposição, somos avaliados amplamente pela equipe espiritual e não rara às vezes atendida ali mesmo em nossas necessidades, o passe então é a culminância do tratamento, onde receberemos na exata medida de nossas necessidades e no campo de nosso merecimento. 
Algumas pessoas têm vergonha de serem vistas no centro espírita, e então solicitam que a equipe do passe vá até sua casa. Nesse caso devemos sugerir-lhe a modificação de atitude e, não obtendo sucesso, delicadamente abster-nos de atender-lhe ao apelo pouco razoável. Evidenciará ainda não estar disposto a trocar seus preconceitos e ideias antigas pelos valores espirituais. 
Foi por conhecer a relutância da criatura humana em fazer essa transformação que Jesus asseverou, em linguagem figurada: "Porque se alguém, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonharem de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos." (Marcos 8: 38) Lucas 9: 26). 
Não é que devamos nos vingar dessa pessoa, ou ficar magoados com ela; mas devemos deixar que o tempo opere seu amadurecimento. 
Mesmo no caso de impedimento por enfermidade, só deveremos aplicar passes fora do centro quando forem solicitados pelo enfermo ou, no absoluto impedimento deste, por sua família. Temos notícias de casos em que familiares ou amigos solicitaram passe para um enfermo que, na hora, o rejeitou. Nesses casos, o passe não teria efeito. 
O passe fora do centro espírita tem o inconveniente do ambiente possivelmente desfavorável, impregnado de miasmas fluídicos de ira, maledicência, alcoólicos, de fumo etc. Mesmo assim, é caridade atender e vencer com equilíbrio os obstáculos, quando houver um pedido sincero e um mínimo de boa vontade por parte do enfermo e seus familiares. 
O bom senso e a caridade são sempre os elementos que devem preponderar na tomada de qualquer decisão a esse respeito. Não devemos nos impor regras inflexíveis e automatizadas em tarefas desse gênero. 
11) Os efeitos do passe. 
Existem vários fatores que influem nos efeitos do passe. A despeito da ajuda segura dos bons Espíritos, o resultado dependerá das condições do enfermo e também do passista, se bem que as deficiências deste possam em geral ser supridas pelos Espíritos, há sempre que observar nosso estado de “saúde”, se realmente estamos preparados e se é necessária a nossa ação.
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Temos observado que algumas pessoas se sentem curadas, outras apenas melhoram, enquanto outras ainda permanecem completamente impermeáveis aos recursos do passe. 
O clima de fraternidade, simpatia entre o passista e o enfermo é condição importantíssima para que o passe produza bons resultados. 
A fé é outro fator relevante. Observamos que muitos não voltam mais ao centro espírita após constatarem que não obtiveram melhoras imediatas. Na sua ignorância, alegam que o centro é "fraco", ou mesmo descreem completamente dos recursos fluídicos e dos mecanismos divinos. 
Observemos os passistas que aplicam passes em uma instituição e na hora que desejam receber se dirigem á outra, não seria um contra senso e uma falta de fé? 
Para doar aos outros o centro “serve”, mas, para você receber o mesmo centro não “serve”, é claro que aqui não inclui os “tratamentos” especializados que outras instituições espíritas oferecem e que por ventura a nossa casa mãe ainda não ofereça ou não tenha equipe “encarnada” e “desencarnada” para tal função. 
Lembremos sempre da fé viva, certeza absoluta de que em Deus nos movemos e existimos. 
O passista não deve aplicar-se em demasia no exame dos resultados do passe. Empenhe- se em cumprir os requisitos que se exigem de sua posição, e confie na Providência Divina, que saberá, melhor do que ele, quais as reais condições de cada enfermo, quais os seus méritos e suas necessidades provacionais e expiatórias. 
Nunca se envaideça de eventuais resultados positivos, lembrando sempre de que a fonte última de todo o bem é Deus. 
Antes de cogitarmos, em vão, acerca do merecimento que tenhamos, procuremos dar novos rumos aos nossos passos, para irmos ao encontro dos necessitados; às nossas mãos, para que elas abençoem, agasalhem, acariciem; ao nosso coração, para aprendermos amar os semelhantes. Imprimamos novas diretrizes aos nossos hábitos infelizes. 
Acendamos novas luzes para os nossos pensamentos e sentimentos. Adotemos atitudes cristãs no lar, no trabalho, no mundo! 
12) A água fluidificada. 
“É assim que as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou se quiserem, de reservatório.” Kardec, A Gênese, cap. 15, § 25.
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“A água é dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.” 
Emmanuel do livro Segue-me, p. 131. 
Por essas assertivas, aprendemos que água é passível de adquirir qualidades diversas, de natureza sutil ou "fluídica", ao influxo da vontade de um agente. No meio espírita, a água modificada pela ação de Espíritos desencarnados ou encarnados no sentido de tornar-se medicamentosa ficou conhecida como "água fluidificada" ou "magnetizada". Trata-se de expressões impróprias, mas que o uso já consagrou. (Do ponto de vista da física, a água pura que bebemos já é um fluido, e não é suscetível de magnetizar-se por um ímã, por exemplo). 
A água dita "fluidificada" é, na verdade, um veículo de recursos medicamentosos que atuam no períspirito. Indiretamente, contribui para o restabelecimento do corpo carnal. 
Em seu livro “Fluidos e Passes”, Therezinha Oliveira se refere à ação da água fluidificada da seguinte maneira (p. 89): 
“Ao ser ingerida, [...] é metabolizada pelo organismo, que absorve as quintessências que vão atuar no períspirito, à semelhança de medicamento homeopático”. 
A água fluidificada é indicada nos casos de carência fluídica, comuns quando há desequilíbrio emocional, debilitação orgânica por enfermidade, nos desgastes por processo obsessivo, nas lesões de órgãos, etc. 
Sendo uma espécie de medicamento, não devemos abusar de sua utilização, tornando sua ingestão um hábito indiscriminado. 
A água pode ser fluidificada para uso geral ou para determinado enfermo. Isso deve ser claramente considerado quando mobilizamos a nossa vontade com o objetivo de preparar a água. Como no último caso a água adquire propriedades específicas para a pessoa que temos em vista, não deve ser usada por outras pessoas. 
Para fluidificar a água não é necessário impor as mãos sobre ela. Muito receptiva aos fluidos espirituais, a água se torna remédio salutar pela ação da prece em ambientes de silêncio e respeito, onde há vontade ardente de ajudar o semelhante necessitado. Como o passe, a fluidificação é uma tarefa executada pelos Espíritos bons com a ajuda dos recursos humanos.” 
13) Jesus - O Divino Modelo. 
Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? "Jesus". (O Livro dos Espíritos, questão nº 625). 
Todos os aspectos de Sua passagem na Terra fornecem-nos exemplos a serem imitados. Acima de tudo, devemos inspirar-nos em sua conduta moral, marcada pelo amor puro
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que distribuía entre todos e tudo que encontrava. Em muitas ocasiões, a mobilização desse amor deu-se na forma de alívio para as dores, nas múltiplas expressões das enfermidades orgânicas e espirituais. Cegueiras e paralisias, ulcerações e debilidades, processos letárgicos e obsessivos foram por Ele sanados ou aliviados. 
As numerosas curas operadas pelo Mestre foram em geral tidas por milagrosas. Coube ao Espiritismo a sua explicação racional, pela ação fluídica impulsionada por uma poderosa vontade. 
Foi no último livro que publicou A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo que Kardec examinou alguns dos principais feitos materiais de Jesus, destacando-se entre eles as curas de diversas doenças e limitações orgânicas. Devemos, a esse respeito, consultar os capítulos 13, 14 e 15. No último deles são analisados, de forma particular, os casos da mulher hemorroíssa (Mc 5: 25-34), do cego de Betsaida (Mc 8: 22-26), do paralítico de Cafarnaum (Mt 9: 1-8), dos dez leprosos (Lc 17: 11-19), do homem da mão seca (Mc 3: 1-8), da mulher curvada (Lc 13: 10-17), do paralítico da piscina de Betesda (Jo 5: 1-17), do cego de nascença (Jo 9: 1-34), além de vários casos de "possessões" e "ressurreições". 
É de notar-se que ao propiciar alívio para as dores físicas Jesus costumava concitar os beneficiados à renovação moral, à liberação dos "pecados", para que "coisas piores" não lhe adviessem, ensinando-nos assim a correlação que existe entre as nossas condições moral e física. 
Aprendemos, em Espiritismo, que as raízes profundas de nossos males residem na alma. Purificada esta, o corpo se melhorará naturalmente, num prazo maior ou menor, dependendo das características de nosso caso. De nada adianta procurarmos a cura das enfermidades físicas, tanto pela medicina da terra como pela do céu, se permanecemos desatentos com o nosso procedimento moral. Busquemos, pois, aprimorar-nos de maneira integral, pautando-nos sempre no exemplo de Jesus - Cristo e daqueles que ao longo dos séculos o têm seguido. 
A tarefa é tão mais sublime, na proporção que somos sublimados; é tão mais eficiente, na proporção que somos mais eficientes; é tão mais grandiosa, na proporção que nos tornamos grandes na tarefa; é tão mais eficaz nos outros, na proporção que se torna eficaz em nós mesmos. 
Parafraseando o mestre de Lion: - “Para repelir um fluido mal é necessário um fluido bom” 
Anexo II:
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Orientação básica ao serviço de Atendimento Fraterno: 
1.0 - Objetivos 
O Atendimento Fraterno na casa espírita é um trabalho estruturado de forma a receber, em primeira mão, as criaturas necessitadas de ajuda que procuram na Doutrina Espírita a solução ou alívio para problemas de toda ordem. Essas pessoas, na maioria das vezes, já vêm de outras experiências no campo do auxílio e procuram o Centro Espírita, como "último recurso" para seus males. Muitas vezes céticos esses indivíduos necessitam de boa dose de estímulo para permanecerem firmes na decisão de encontrar respostas para suas perguntas. 
O Atendimento Fraterno desempenha esse papel de recepção, esclarecimento básico, amparo, reajuste e redirecionamento de ideias. Trata-se de uma atividade que deve ser feita com seriedade, disciplina e preparo, pois às vezes, sendo esse o primeiro contato que o assistido tem com o Espiritismo, vai obrigatoriamente refletir a seriedade ou não do trabalho da casa. 
Torna-se, pois, necessário, que os centros espíritas que se propuserem a esse tipo de trabalho assistencial tenham ideia da gravidade da tarefa que estão a empreender, a fim de que não cometam erros desnecessários. 
2.0. - Papel do Centro Espírita na sociedade 
O papel fundamental do Centro Espírita na sociedade é ajudar as pessoas no processo de reequilíbrio, levando a mensagem moral de Jesus, à luz da Doutrina Espírita, à vida daqueles que ainda se encontram sob o jugo da ignorância. O Espiritismo, sendo o Consolador prometido pelo Mestre, deverá exercer um papel de agente transformador das criaturas, reconduzindo-as ao equilíbrio, através do esclarecimento. Cabe, portanto, à casa espírita, exercer influência na mudança de comportamentos e atitudes dos que a procuram na ânsia de receber ali a cura para seus males. 
Imperativo, pois, que o Centro Espírita disponha de mecanismos que possam melhor atender essas pessoas, orientá-las e encaminhá-las para a área de atividades doutrinárias que for mais conveniente. Esse tipo de serviço, prestado com o intuito de receber, ouvir, orientar e encaminhar o paciente na casa de caridade, é o Atendimento Fraterno. 
3.0 - Esquema do Atendimento 
Todo trabalho prático precisaria ser fundamentado em estudo teórico prévio, com a finalidade de conhecer aquilo que vai ser realizado. Nos centros espíritas esta regra deveria ser observada com muito mais rigor, por razões óbvias, afinal está em jogo o
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equilíbrio espiritual das pessoas que os procuram. Entretanto, o empirismo ainda é a marca da improdutividade nas casas, por absoluta falta de hábito para os estudos da doutrina que se professa. 
Enraizou-se entre nós o costume de realizar as coisas sem planejamento, pois é regra geral que, para se fazer o bem, basta certa dose de boa vontade. A experiência secular nos mostra que não é bem assim. Se possuímos boa vontade, temos que aliá-la ao conhecimento a à ação, pois ela sozinha para nada serve. No Atendimento Fraterno é importante que se obedeça a um esquema mínimo de organização e conhecimento, a fim de que trabalhemos com ordem e disciplina. 
A seguir, falaremos de todos os itens relativos ao serviço de atendimento da casa espírita, para que cada grupo interessado possa desenvolver seu próprio esquema de recepção e assistência. 
3.1 - Recepção e Triagem 
Grande parte das pessoas que adentram o Centro Espírita pela primeira vez, o fazem em busca de algum tipo de auxílio. Poucas são as que vão para conhecer o Espiritismo ou por curiosidade, ou ainda como visitantes. A casa espírita deve dispor de meios para bem receber essas pessoas. O primeiro passo para iniciar o trabalho de Atendimento Fraterno, é determinar o dia mais adequado e mais cômodo para se estabelecer o trabalho. Em nossa casa, esse serviço funciona no dia da reunião pública, duas horas antes do início dos trabalhos de explanação. 
Em dia, horário e local preestabelecidos, um ou dois trabalhadores bem educados e treinados para a tarefa, receberão as pessoas que chegam pela primeira vez, dando-lhes as informações necessárias a cada caso. É necessário presteza, simpatia e agilidade, além de grande discrição e seriedade. 
Neste caso, a primeira impressão que a pessoa terá do trabalho será muito importante. Pessoas sérias não retornarão a locais onde não transpirem idoneidade e credibilidade. A triagem é feita nessa hora de conversa informal, onde o "recepcionista" observará pela sua perspicácia, qual a necessidade daquela criatura. Se for um caso que demande maiores cuidados, a pessoa será encaminhada à Sala de Entrevistas para uma conversa mais reservada e posterior direcionamento. Antes, porém, será preenchida uma ficha de dados, com informações básicas sobre o paciente: nome, idade, endereço, profissão etc. 
Caso contrário, ou seja, se a pessoa não estiver precisando de nenhum tipo de ajuda, ela será encaminhada para os trabalhos públicos de explanação. Se ao Centro Espírita for de médio porte e dispuser de pessoal treinado, poderá ter uma sala específica de triagem. Neste caso, a recepção apenas fará o seu trabalho básico, ou seja, preencherá a ficha
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com os dados e encaminhará o assistido para a sala de triagem que, então, direcionará a conduta do paciente conforme a necessidade. Ao nosso ver, este é o modelo ideal, pois todas as pessoas que vêm pela primeira vez à casa poderão ter um atendimento atencioso e não apenas aqueles que se dispõem a procurar ajuda. 
A recepção deverá ser feita por pessoas que conheçam de perto o funcionamento da casa a fim de evitar situações constrangedoras em relação às informações desencontradas que possam prejudicar a credibilidade do trabalho. Nada mais desagradável do que receber informações equivocadas sobre qualquer coisa, mormente em um Centro Espírita. 
3.2 - Entrevista 
Uma vez detectada a necessidade de maiores cuidados por parte da pessoa, ele será encaminhado à entrevista, que é uma conversa fraterna que se tem com o assistido, para que se possa tirar dele as informações necessárias para elucidação do caso e adequado auxílio. Importante que algumas perguntas sejam direcionadas para evitar divagações e longos relatos. O entrevistador deve conhecer técnicas de abordagem, a fim de não errar por excesso de zelo ou por omissão dele. A entrevista deverá ser breve e objetiva, tendo o cuidado para não ser este trabalho transformado em sala de desabafo e catarse. 
3.3 - Local das entrevistas 
O local onde serão feitas as entrevistas deverá ser reservado. Não se pode esquecer que vão ser tratados assuntos da intimidade das pessoas e que se deve ter o maior respeito e discrição possível, frente a tantos dramas. Uma pequena sala pode ser determinada para tal fim, podendo ser aproveitada também para outras atividades, caso o Centro Espírita tenha problema de espaço. As entrevistas realizadas em sistema aberto, ou seja, vários entrevistadores em uma única sala, realizando o trabalho ao mesmo tempo, têm o grande inconveniente de não oferecer ao assistido a privacidade tão necessária nessa hora em que ele vai ali desnudar o seu problema. Entretanto, existem casas que o fazem e dizem ter resultados satisfatórios. 
3.4 - O entrevistador 
A entrevista é uma tarefa que requer condições especiais do trabalhador. Não que tenha que ser uma pessoa isenta de erros, o que inviabilizaria o trabalho, mas alguém com condições morais acima da média, que tenha um bom embasamento doutrinário e maturidade suficientes para lidar com situações as mais inusitadas. 
Os problemas que se apresentam são os mais variados, desde simples perturbações espirituais até obsessões graves, passando por problemas de ordem emocional, física e psíquica. A pessoa que ali está vê no entrevistador alguém que pode ajudá-lo a resolver seus problemas. Coloca com confiança a situação que o levou a buscar ajuda e têm
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expectativas em melhorar sua condição. É necessário, portanto, que o entrevistador seja pessoa preparada para esse mister, com devido treinamento nessa área, que tenha capacidade para compreender os problemas humanos, assim como condições para estabelecer um diálogo aberto e franco com o assistido. 
Não deve o entrevistador permitir que se forme em torno dele uma aura de importância pessoal, com se ele fosse o grande responsável pelo sucesso dos trabalhos, tampouco induzir os entrevistados na certeza da cura de seus problemas. Tudo deve ser direcionado para deixar claro às pessoas que o trabalho é do Mestre Jesus e que somos apenas seus tarefeiros. Deve explicar que a mudança de atitudes é fundamental para a solução dos desajustes íntimos. Infundir confiança na assistência espiritual recebida é a grande tarefa do entrevistador. 
Enfatizamos a necessidade de se ter uma equipe mais ou menos fixa de entrevistadores, treinada nessa área, e que se evite os chamados "rodízios" nessa tarefa, pois entendemos que infelizmente existem poucas pessoas com condições de lidar com problemas humanos. Além do que, essa é tarefa de grande responsabilidade que carece de muita dedicação e devotamento para se ter um resultado satisfatório. 
3.5 - O entrevistado 
O entrevistado tem como sua principal característica, o fato de estar necessitando de algum tipo de ajuda. É importante que o entrevistador esteja preparado para atender as variações de problemas que serão apresentados na entrevista. A cada um, deverá ser dada uma orientação diferenciada, de acordo com as necessidades do caso. O entrevistador que não possuir perspicácia poderá acabar sendo conduzido pelo entrevistado; em outras situações poderá ser induzido a este ou aquele procedimento, a dar essa ou aquela opinião. Convém estarmos alertas para as diferentes personalidades, com seus diversos problemas. Dentre o grande número de tipos de pacientes, citaremos alguns a título de exemplo: 
O desesperado 
A pessoa que procura o centro em estado de desespero, tem que ser acudido a qualquer momento. Em primeiro lugar, procura-se acalmá-la envolvendo-a em palavras de conforto, transmitindo-lhe confiança e carinho. Na maioria das vezes está sem condições para ouvir instruções mais objetivas, portanto o melhor será encaminhá-la ao passe, para num segundo momento entrar com as conversas instrutivas e de orientação. 
O desespero pode ser oriundo das mais diversas causas, mas todo o fundamento dele se baseia na falta de fé e confiança no futuro. A pessoa se desespera porque não vê saída para seu problema. O sentido de perda lhe traz a sensação de que tudo está acabado. Através da segura orientação da Doutrina Espírita, temos que incutir lentamente no
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indivíduo a confiança em Deus e em Sua justiça, tirando-o do desespero. Com o tempo e o auxílio dos amigos espirituais, o paciente reencontrará o equilíbrio. 
O desanimado 
Normalmente um paciente é desanimado porque sua vida está sem sentido. Ele não tem ânimo para o trabalho e na maioria das vezes se isola do convívio social e familiar. Frequentemente tem depressão profunda e pensamentos que se relacionam com a morte. É necessário ter muita cautela com a orientação doutrinária e ter sempre o cuidado de encaminhar o caso também ao médico terreno para que seja avaliada a necessidade do uso de medicações, por possíveis enfermidades físicas que possam estar instaladas no organismo. 
Se possível, envolver a família na orientação, mostrando os riscos que corre o doente de enveredar-se pelo caminho do desequilíbrio. Explicar, através do diálogo fraterno e convincente, a necessidade de sua moralização, pela prática da religiosidade, da moral e organização da própria vida. 
O descrente 
É aquele que inicia sua conversa já dizendo que foi trazido por sua família ou amigos, mas que não acredita em nada etc. Na maioria das vezes quer ser convencido de alguma coisa ou espera que seus problemas sejam resolvidos por outros. Tenta fazer parecer que não está muito interessado na ajuda oferecida pelo centro espírita. Nestes casos, deixar claro que ele só será auxiliado se quiser e que terá que se esforçar para isso. Evitar atitudes paternalistas com o paciente. Muitas vezes a ação mais enérgica do entrevistador faz com que o indivíduo mude sua postura perante a vida. Mostrar as desvantagens da descrença e os benefícios que poderia ter, revertendo esse quadro. 
O fanático 
Esse tipo de personagem é muito encontrado entre espíritas que supõem resolver seus problemas com a ação dos Espíritos superiores, sem se esforçarem para vencer as dificuldades. Geralmente não aceitam interferências de terceiros em suas convicções e nos casos de doenças orgânicas chegam a desprezar o tratamento da medicina terrena. Acham que, por trabalharem no centro espírita, os irmãos espirituais estão a postos para ajudá-los a resolver seus problemas. É muito delicada a abordagem desse tipo de personalidade, pois trata-se na verdade de pessoas equivocadas quanto ao papel do Espiritismo na vida do homem.
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Procurar orientar no sentido da compreensão das verdades divinas, retirando-o da faixa de fanatismo em que se encontra. Se houver condições psíquicas adequadas, mostrar racionalmente ao paciente seu equívoco de posicionamento. O exagero em qualquer setor da vida produz sofrimentos. Trabalhar para retirá-lo desse estado, com orientações através de entrevistas e palestras. 
O "espírita" 
São pessoas que se dizem "espíritas" porque tiveram contato com terreiros de Umbanda, Candomblé e mesmo com o Espiritismo. Querem ler muitas obras psicografadas (ou dizem que já o fizeram) e vão logo afirmando que gostariam de trabalhar na casa. Procuram auxílio por não estarem bem, mas na maioria das vezes, já dizem o que acham necessário para a solução de seus males. Isso torna bem difícil uma orientação mais efetiva. Na medida do possível, conscientizá-lo sobre a responsabilidade de ser espírita e demonstrar que a possibilidade de trabalho será definida mais tarde. Primeiro é necessário buscar um estado mínimo de equilíbrio espiritual. 
O médium 
Este tipo de assistido já vem com o diagnóstico de sua "mediunidade". Acha que a mediunidade é a causa de sua perturbação. Verificar, através da própria entrevista, onde exerce (ou exerceu) seu trabalho de intercâmbio; se num terreiro ou num centro espírita. A atividade mediúnica inadequada pode gerar perturbações no psiquismo das pessoas. Além do mais, dependendo de onde estava "trabalhando", o paciente pode estar sendo vítima de processo obsessivo oriundo de contaminação. 
Orientá-lo no sentido de que seu dom será reavaliado mais tarde, depois do tratamento. Jamais prometer que ele vai trabalhar como médium na casa, pois muitas vezes a pessoa vem à entrevista com essa intenção. Nunca encaminhar o paciente para sessões práticas de Espiritismo, antes de submetê-lo a tratamento, mesmo que o paciente já tenha tido orientação kardequiana. 
O que perdeu ente querido 
Geralmente procuram o centro, inconformados pela perda de alguém da família, com o objetivo de conseguir notícias do ente querido. Confortá-lo com a ajuda das ferramentas da Doutrina Espírita. Pode-se anotar o nome do desencarnado para fazer preces por ele ou verificar na sessão prática com está sua situação, se houver necessidade. Nunca prometer mensagens mediúnicas. 
Isso gera uma expectativa na família e nem sempre tal coisa é possível. As conversas em torno da imortalidade da alma trazem grande conforto espiritual, bem como a
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sugestão da leitura de livros adequados para o caso. O convívio na casa, no contato com a Doutrina Espírita, com o tempo fará a pessoa compreender mais e sofrer menos. 
O que quer resolver problemas dos outros 
Geralmente são pais aflitos ou cônjuges tentando fazer qualquer coisa para salvar determinada situação de desequilíbrio instalada em suas vidas. Não raro querem se submeter a tratamento no lugar do necessitado, na desesperada tentativa de ajudá-lo, pois de maneira geral são pessoas refratárias a procurar ajuda. 
O entrevistador deve esclarecer como se dá o auxílio espírita e a necessidade da presença do doente na casa. Deve pedir que façam o possível para trazê-lo no centro espírita. Oferecer ajuda indireta através do livro de pedidos de amparo. Em casos graves, pode-se anotar nome e endereço do necessitado, para ser levado às sessões práticas. 
O "sábio" 
Aquele que busca auxílio na casa espírita, mas acha-se muito sábio, culto e inteligente e não se sente à vontade submetendo-se à orientação de alguém que ele julga ser inferior a ele. Através da conversa, quer mostrar-se superior e se o entrevistador não for suficientemente experiente, ele pode monopolizar o diálogo, tornando infrutífero o trabalho de esclarecimento. Agir com tato, demonstrando que todos temos muito a aprender na escola da vida. Nos casos em que o entrevistado demonstrar que quer "duelar" no campo das ideias, deve-se ter a sutileza de desviar seu intento, fazendo-o ver que aquele não é o momento e o local apropriado para disputas. 
Jamais esquecer que se está diante de pessoa em desequilíbrio. Mostrar que a casa espírita e o Espiritismo estão ali para ajudá-lo, se tiver humildade para se colocar como necessitado da alma. 
O pessimista 
O pessimismo é uma atitude mental inadequada que gera uma energia negativa na mente da pessoa, prejudicando todas as atividades na vida. Tratar com o pessimista é muito difícil, pois ele se coloca a todo momento como fracassado e descrente de possíveis melhorias. Geralmente são indivíduos que portam auto obsessões e não raro frequentam casas espíritas a vida inteira. 
O pessimista pode necessitar de psicoterapia e têm-se que estar atentos a esse fato, para encaminhá-lo a profissionais da área, se for necessário. Com o estabelecimento da ajuda espiritual, sua atitude mental poderá se modificar, facilitando a compreensão das
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instruções a ele oferecidas através das palestras e conversas periódicas na sala de entrevistas. 
O portador de doença orgânica 
Normalmente a pessoa que procura a casa espírita com problema orgânico, pensa encontrar ali a cura de sua doença, pois acha que vai ser "operado" etc. É bom que seja informado que as etiologias das doenças podem ser de ordem externa e interna. Externas são aquelas provenientes do meio onde vivemos e circunstâncias da própria matéria que constitui nosso organismo. 
Internas, quando são oriundas do corpo espiritual e constituem-se em consequências de condutas e posicionamentos inadequados de outras encarnações. É importante certificar- se se o paciente está em assistência médica e jamais se deve suspender o uso de medicamentos. Encaminhar para tratamento adequado na casa espírita. 
O portador de doença grave 
São pessoas que vêm à casa espírita, normalmente trazidas por seus familiares, em estado de desespero por portarem doenças graves e às vezes crônicas. Essas pessoas vêm com grande esperança de serem curadas. É importante não prometer curas milagrosas, mas a ajuda que a Doutrina Espírita traz é fundamental para a superação da prova a que o paciente está submetido. A fluido terapia e a orientação sobre a origem dos males ajudará o enfermo no processo de conscientização e até, quem sabe, da cura propriamente dita. Prescrever assistência espiritual e deixar claro que o tratamento espírita é um auxiliar da medicina terrena. 
O esquizofrênico 
A esquizofrenia é uma enfermidade mental semelhante à obsessão espirita e pode ser classificada como auto obsessão. Os pacientes portadores dessa anomalia mental escutam vozes constantemente e têm mania de perseguição. Julgam-se saudáveis e na maioria das vezes resistem ao tratamento médico ou espírita. 
Nos casos em que o enfermo aceitar, ele poderá ser encaminhado ao tratamento convencional de desobsessão. O entrevistador não deverá considerar as manifestações do psiquismo doentio desses pacientes, como sendo informações consistentes para suas investigações. Geralmente os esquizofrênicos são Espíritos muito endividados com o passado, que estão em encarnações de grave expiação. A terapia espírita deverá estar associada ao tratamento psiquiátrico. 
3.6 - Fichas de informações 
Esta ficha, devidamente preenchida com os dados de identificação na recepção, estará agora nas mãos do entrevistador para que se procedam as anotações inerentes ao caso.
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As informações mais pertinentes deverão ser ali anotadas, pois servirão para estabelecer uma linha de ação, assim como serão necessárias para o devido acompanhamento de cada caso. Todas as informações são absolutamente confidenciais e esta ficha será arquivada em local apropriado. Terá acesso a ela somente aqueles que estão envolvidos com essa tarefa. Evidentemente será utilizada em possíveis retornos. 
3.7 - Carteira de controle 
Da mesma maneira que as fichas, as carteirinhas de controle são necessárias para um acompanhamento mais efetivo do tratamento realizado com os pacientes. Ali serão anotadas as datas dos passes ministrados, por pessoa encarregada pela organização desse procedimento, bem como a data do retorno do mesmo à Sala de Entrevistas para a avaliação final. É uma boa maneira também de se aferir faltas ou abandonos de tratamentos. 
Existem algumas resistências ao uso de "carteiras de tratamento" e as críticas baseiam- se no fato de se estar burocratizando o atendimento. O bom resultado dos trabalhos com esse método, no entanto, nos anima a continuar nessa linha de ação. 
4.0 - Exame espiritual 
Este item, apesar de importante, só será possível de ser efetuado em caso de equipes bem treinadas e já com experiência no campo da mediunidade. O assistido poderá ser submetido a investigação espiritual, com médiuns seguros e maduros na tarefa, que darão informações sobre aquele caso, anotadas em sua ficha. O ideal seria que esses médiuns não fossem informados da situação do paciente para que não sofram nenhuma espécie de indução. As informações obtidas aqui serão depois confrontadas pelo entrevistador. 
Importante salientar que essas informações devem ser consideradas como auxiliares no diagnóstico final da problemática do paciente. Se houver grande incoerência entre os dados vindos dos médiuns e os que o entrevistador colheu na conversa, este exame deverá ser desconsiderado. Sempre lembrar que devemos ter muita cautela com as informações vindas do plano espiritual. 
Podemos trabalhar com 03 (três) tipos de investigação espiritual: psicofonia, psicografia e vidência. Todas, entretanto, devem ser bem trabalhadas e tratadas com muito cuidado, para que os resultados sejam satisfatórios. 
5.0 - Terapêutica
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Como toda enfermidade física ou psíquica, o tratamento das obsessões e dos desajustes psíquicos necessita do uso de medicamentos precisos. Só que no caso dos centros espíritas, a terapêutica utilizada baseia-se na orientação ao enfermo, na fluido terapia, na desobsessão, nos cuidados médicos, na ocupação ao assistido etc. 
5.1 - Orientação ao enfermo 
Neste tipo de assistência, a orientação adequada ao enfermo é parte importante para o sucesso de sua recuperação. Uma orientação mal conduzida poderá trazer mais prejuízos que benefícios. Daí a importância do entrevistador ter conhecimento doutrinário e experiência no trato com as pessoas. 
O assistido, após conversa de aconselhamento, poderá ser muito auxiliado nas explanações públicas do Evangelho de Jesus, com leituras de obras espíritas (caso tenha condições psíquicas para isso), reajustamento de hábitos, avaliação de sua conduta etc. Por esta razão é de muita importância que a casa tenha um trabalho de explanação bem estruturado, com palestras bem conduzidas dentro de uma linha que induza à reflexão e, consequentemente, à edificação. 
Será neste trabalho que a maioria dos casos simples serão tratados, sem que sejam necessárias intervenções mais ostensivas, como a utilização das atividades mediúnicas da casa, para evocações e doutrinação de Espíritos. Necessário, pois, cuidar bem dessa parte do trabalho. 
É importante que se tenha muita cautela com as instruções dadas, pois via de regra, se lida com pessoas problemáticas no campo do entendimento e qualquer informação mal conduzida poderá ser interpretada sob a ótica deturpada da pessoa em tratamento. A orientação deverá ser avaliada ou reforçada periodicamente. 
5.2 - Fluidoterapia 
A fluido terapia é uma arma poderosa no tratamento das enfermidades espirituais. A maioria dos casos são resolvidos com estes procedimentos: orientação, passes e água fluidificada. É fundamental o Centro Espírita contar com uma equipe de passistas alinhada no mesmo pensamento de servir ao próximo e que tenha a plena consciência da gravidade da tarefa que está empreendendo. 
É preciso que também esteja consciente da necessidade de um constante trabalho de reformulação moral interior. 
Afinal a qualidade dos fluidos doados está na razão direta da moralização do médium. A equipe não poderá ter variação frequente, a não ser nos casos de necessidade.
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Os passes serão administrados nos dias do próprio atendimento, podendo nos casos graves, serem aplicados mais de uma vez por semana, e por mais de um passista. 
5.3 - Reunião mediúnica 
Os casos de maior gravidade serão encaminhados para as reuniões mediúnicas destinadas à investigação. Evidentemente o grupo deverá ter sua equipe de médiuns já em funcionamento. Caso contrário é melhor não iniciar a tarefa de atendimento a processos obsessivos, sob pena de arrumar mais problemas que soluções. Os grupos deverão estar preparados para realizar a investigação através das evocações ou manifestações espontâneas, de acordo com a necessidade de cada caso. 
É de fundamental importância se saber a opinião dos Espíritos amigos sobre os casos mais graves em tratamento. Essas informações, associadas aos detalhes revelados na entrevista, poderão fornecer um diagnóstico satisfatório sobre os casos em questão. Após se ter uma ideia segura a respeito das causas dos problemas do paciente, será possível proscrever-lhe uma conduta terapêutica. 
5.4 - Cuidados médicos 
Alguns pacientes portadores de obsessões graves poderão necessitar de uma terapia medicamentosa. O entrevistador, sempre que achar necessário, deverá encaminhar o paciente ao médico terreno, para que ele proceda conforme a necessidade. Caso ele já esteja sob cuidados médicos, evidentemente a terapia deverá ser mantida e jamais o entrevistador poderá interferir nesse procedimento. 
Receituários alopáticos, homeopáticos ou fitoterápicos devem ser terminantemente evitados na casa espírita. Esse tipo de trabalho é muito propício ao endeusamento de médiuns, ao estímulo à vaidade pessoal do mesmo e, por isso mesmo, à facilidade do concurso de Espíritos pouco adiantados, que via de regra, acabam comandando o núcleo espírita. Lembrar sempre que a terapia espírita se fundamenta na moralização dos pacientes, dos Espíritos perturbadores e na fluido terapia. Nada mais. 
5.5 - Ocupação do enfermo 
Nos casos graves, as enfermidades espirituais podem levar as criaturas a condições tão degradantes que as impossibilitam ao trabalho de qualquer natureza. Porém, na maioria das situações as pessoas podem se dedicar a algum tipo de trabalho e isso deve ser estimulado como parte da terapia reequilibrante. A ociosidade agrava qualquer mente em desalinho. 
Entretanto, deve-se ter o cuidado para não levar adiante a ideia corrente de que basta
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colocar o obsidiado para "trabalhar" para livrá-lo da obsessão. Isso é procedimento de casas que não fundamentam seus trabalhos na metodologia kardequiana, portanto pouco têm a oferecer aos que buscam auxílio em situações de desespero. Como geralmente a parte assistencial é a linha de frente dos trabalhos dessas casas, generalizou-se esse grave equívoco em nosso meio, o que trouxe imensos prejuízos para a resolução dos problemas mais sérios. 
6.0 - Resultados 
Em todo e qualquer trabalho que se realiza, faz-se necessário um estudo dos resultados, como método de aferição de sua produtividade. Isso se aplica a qualquer empreendimento. Neste caso, a observação dos resultados nos dará uma ideia da qualidade da assistência que está sendo oferecida aos pacientes que procuram a casa. Saber se os casos estão sendo resolvidos, se as pessoas estão satisfeitas com o tipo de serviço oferecido é obrigação de todo trabalho sério. Aqui entra a importância das fichas de atendimento e das carteirinhas de controle para realização dessa avaliação. Existem três itens básicos que nos auxiliam nessa avaliação: a) resolução do processo; 
c) Insucesso no tratamento; 
a) abandono da assistência. 
d) A experiência tem demonstrado que o Espiritismo pode resolver em torno de 70% dos casos de obsessões de um modo geral. Se os casos atendidos não estão sendo resolvidos, ou existe um percentual considerável de abandono, os métodos de trabalho precisam ser revistos passo a passo, da recepção à reunião mediúnica, passando pelo passe e reunião pública. 
6.1 - Avaliações 
Não há outro meio de se saber os resultados de qualquer trabalho a não ser avaliando-o. A terapêutica espírita também não foge à regra. As avaliações dos assistidos devem ser periódicas, em data de retorno previamente marcada na entrevista inicial. Desta forma poderemos fazer duas coisas importantes: dar mais atenção à pessoa que está em assistência na casa e avaliar suas condições espirituais atuais. Caso sua situação espiritual não esteja evoluindo bem, deve-se continuar o tratamento e submeter o caso a uma nova investigação. Este também é um dos motivos da necessidade da carteira de controle. 
6.2 - Encaminhamento do assistido 
Finalmente, depois da avaliação e liberação do paciente da assistência espiritual recebida, convém direcioná-la para algum setor da casa, se for de sua vontade permanecer nela. Neste caso, ela pode ser encaminhada para os cursos que o Centro Espírita oferece e que devem ser adequados para o seu nível de entendimento. Também
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  • 1. Leonardo Pereira Página 1 O PASSE Suas técnicas e aplicações! E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. Lucas 18:42.
  • 2. Leonardo Pereira Página 2 ÍNDICE Apresentação: Anexos: I - Compendio de orientação ao trabalho de aplicação de passe no Grupo Espírita Lamartine Palhano Junior. Vitoria -– ES 1) Aos trabalhadores que atuam na tarefa do passe. 2) O passe e o conceito de cura. 3) O passe e a finalidade do centro espírita. 4) Os mecanismos do passe. 5) A aplicação do passe. 6) O Passista: requisitos morais. 7) O Passista: requisitos físicos. 8) O Enfermo. 9) Quando Receber o Passe? 10) O Recinto do Passe. 11) Os efeitos do Passe. 12) A água fluidificada. 13) Jesus – O Divino Modelo. Anexo II - Orientação Básica ao Serviço de Atendimento Fraterno: 1.0 - Objetivos 2.0 - Papel do Centro Espírita 3.0 - Esquema do Atendimento 3.1 - Recepção e Triagem 3.2 - Entrevista 3.3 - Local das entrevistas 3.4 - O entrevistador 3.5 - O entrevistado 3.6 - Fichas de informações 3.7 - Carteira de controle 4.0 - Exame espiritual 5.0 - Remédios 5.1 - Orientação ao enfermo 5.2 - Fluido terapia 5.3 - Reunião mediúnica 5.4 - Cuidados médicos 5.5 - Ocupação do enfermo 6.0 - Resultados 6.1 - Avaliações 6.2 - Encaminhamento do assistido
  • 3. Leonardo Pereira Página 3 Bibliografia utilizada nos anexos. Capitulo 1. Introdução. Capitulo 2. Surgimento do passe. Capitulo 3. O passe suas origens aplicações e efeitos. Capitulo 4. A guisa de explicação. Capitulo 5. O santuário do espírito encarnado. Capitulo 6. Perispirito. Capitulo 7. Centros de força – aura. Capitulo 8. Fluidos – magnetismo – hipnotismo. Capitulo 9. Requisitos para o bom passista. Capitulo 10. Passe. Capitulo 11. Tipos de passes. Capitulo 12 . Onde dar o passe? Capitulo 13. Como aplicar o passe. Capitulo 14. Quando aplicar o passe? Capitulo 15. O porquê de aplicar passe? Capitulo 16. O porquê de receber o passe? Capitulo 17. Quando receber o passe. Capitulo 18. Quem recebe o passe (o paciente). Capitulo 19. Como receber o passe. Capitulo 20. Efeitos do passe. Capitulo 21. Auto cura. Capitulo 22. Perguntas que você gostaria de saber a resposta. Capitulo 23. Obras Bibliograficas.
  • 4. Leonardo Pereira Página 4 Apresentação: Queridos amigos de ideal espírita é com imenso carinho e com a mais pura das intenções que decidi elaborar essa pequena apostila sobre o estudo dos passes e suas aplicações. Imbuido no desejo de oferecer algo que relamente possa contribuir no campo do conhecimento, tomei a decisão de rechear essas páginas com o conhecimento costruido por diversos companheiros espíritas, que, com toda certeza são mais abalizados nesse assunto. Aos poucos percebemos que temos apenas o vislumbre sobre o assunto por se tratar de um campo muito vasto, o que demanda um estudo constante. Ao tratar do tema lembremo-nos de Jesus ao questionar o parálitico: “Creiais que eu possa te curar? Sim eu o creio! Então vai, tua fé te curou!” O poder da vontade aliado ao conhecimento pode operar o que o vulgo chamaria de “verdadeiros milagres”. Como em nossa doutrina o milagre não tem espaço e não encontra ressonancia na lógica dos fluidos, ficaria no campo do acaso. Assim, o bom senso nos manda estudar as energias, conhecer a intimidade dos fluidos, averiguar e esmiuçar o fenomeno da mediunidade com intento de entender o espírito, o perispirito e o corpo fisico. Mergulhados no eter Divino nos movemos e respiramos. A física quantica nos mostra a realidade das redes de conexão universal, onde tudo está em tudo, estamos intimamente interligados, os dois mundos o fisico e o espiritual. Em constante comunicação, emitimos e recebemos ondas mentais atráves do complexo pineal, essa antena potente e muitas vezes despercebida em nossas experiencias reencarnatorias. Mas, mesmo sem notarmos ou identificarmos sua exelência, ela existe e é responsável pela faculdade mediúnica. Nela reside a plataforma orgânica da mediunidade, e, é atraves dessa antena que capitamos e emitimos ondas mentais, atraimos ou repelimos de acordo com nossos pensamentos nos processos de vibração e sintonia. Somos, em essência, o que pensamos. O que pensamos é nossa plataforma mental de contato com o outro plano. Daí resultam as assimilações de correntes mentais, muitas vezes doentes, pois, estamos, não raras vezes, doentes da alma, enfermos da
  • 5. Leonardo Pereira Página 5 raiva, mágoa, orgulho e vaidade, presos aos laços da materia e grudados nela pelo apego aos bens terrenos e pelo desejo de posse. Sendo assim, construimos a infelicidade ou a felicidade relativa ao mundo mental que vivemos. O papel do complexo pineal, além de emitir e receber ondas mentais, é, também, de transformar essas ondas em impulsos elétricos, que o cerebro reconhece e produz reaçoes neuro-quimicas despejando em nosso organismo o fruto mental de nossas escolhas. Por isso, doente não cura doente e para curar alguém é preciso nos curar primeiro ou no mínimo estarmos em processo de renovaçao constante. Para nos curarmos devemos partir do principio da reforma íntima, da mudança de hábitos, da renovação de pensamento e de ação. Assim, envolvidos no campo da ciência espírita, mobilizados pela sua filosofia que traz uma imensidão de questionamentos envolvendo a vida e sua amplitude metafisica, somos convocados pela sabedoria Divina a desenvolver o reino dos céus que está dentro de nós. Com esse propósito precisamos de autoamor, de autoiluminação, fazendo com que esse reino se transporte de dentro para fora em nossas relações do dia a dia, envolvendo tudo e todos em nosso entorno; transformando-nos e transformando o mundo. Eis aí o sentido da religião espírita - a ligação com Deus - fazendo de nos parte ativa do seu reino. Que brilhe a vossa luz! Leonardo Pereira
  • 6. Leonardo Pereira Página 6 “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou nossas doenças.” (Mateus, 8:17)
  • 7. Leonardo Pereira Página 7 Anexo I: Compendio de orientação ao trabalho de aplicação de passe no Grupo Espírita Lamartine Palhano Junior - Outubro de 2011 - Departamento de Orientação Mediúnica 1) Aos trabalhadores que atuam na tarefa do passe: Prezado (a) companheiro (a), as orientações a seguir, foram elaboradas com o intuito de organizar e dinamizar a tarefa do Passe nas Reuniões Doutrinárias e/ou de Estudos da Mediunidade, bem como de qualquer reunião desta instituição onde se aplique a terapia de passes. ““E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva" - Marcos 5: 23. (...) Seria audácia por parte dos discípulos novos a expectativa de resultados tão sublimes quanto os obtidos por Jesus junto aos paralíticos, perturbados e agonizantes. O Mestre sabe, enquanto nós outros estamos aprendendo a conhecer. É necessário, contudo, não desprezar-lhe a lição, continuando, por nossa vez, a obra de amor, através das mãos fraternas. Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus. Não importa a fórmula exterior. Cumpre-nos reconhecer que o bem pode e deve ser ministrado em seu nome.” (Caminho, Verdade e Vida, Francisco Candido Xavier pelo Espírito Emmanuel, cap. 153 - Passes). a) O passe e o conceito de cura A Organização Mundial da Saúde considera que a saúde é o completo bem estar físico, psíquico, mental e social. Nós espíritas aderimos a essa definição, mas acrescentamos “O equilíbrio Espiritual” por que quase todas as doenças nascem na alma, incluindo as de caráter provacional, Não há definitivamente só doenças físicas ou só doenças espirituais, estando encarnados elas são tanto físicas, emocionais, mentais e espirituais.
  • 8. Leonardo Pereira Página 8 A ação moral desequilibrada do Espírito afeta o períspirito. Estando o períspirito intimamente ligado ao corpo físico seu desajuste vibratório o afeta e ele adoece. Em sua essência profunda, o passe é a mobilização ativa de nosso amor em favor do bem do semelhante. Jesus, o Divino Modelo, em diversas e bem conhecidas passagens de sua vida, ensinou- nos a aplica-lo. No versículo 9º do 10º capítulo de seu Evangelho, Lucas registra importante recomendação de Jesus aos discípulos: "E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus." Entendemos que o Mestre se reportava aqui a dois tipos de cura: 1. Os recursos fluídicos benéficos, restauradores do corpo: o passe. 2. Os recursos do esclarecimento, que propiciam a cura integral e definitiva do homem, sobrepondo-se a todas as terapias que se têm criado no mundo. “O passe não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos.” (André Luiz, Opinião Espírita, cap. 55, p. 180.) “Para evitar essas recidivas, é necessário que o remédio espiritual ataque o mal em sua base [...], é preciso tratar, ao mesmo tempo, o corpo e a alma.” (Abade Príncipe de Hohenlohe, Revue Spirite, outubro de 1867.) “O maior milagre que Jesus operou e que verdadeiramente testa a sua superioridade foi a revolução que os seus ensinos produziram no mundo, mal grado à exiguidade dos seus meios de ação." (Kardec, A Gênese, cap. 15, § 63.) Como almejar à cura total dos nossos desequilíbrios orgânicos e espirituais, se ainda nos agasalhamos em nosso ser o orgulho, o egoísmo e todas as mazelas deles decorrentes? Como sarar da úlcera, da alergia desconfortável, da artrite deformante, do coração em descompasso, se a ira e o grito de cólera ainda ecoam em nossa alma? Como almejar o fim da ansiedade, da depressão e todas as distonias anímicas de múltiplas nomenclaturas, se ainda nutrimos ódio, rancor, mágoa, ciúme, inveja, pensamentos sombrios? Como, se a excelsa virtude a mansidão cantada por Jesus em suas bem-aventuranças (Mateus 5: 5-12) ainda não se instalou em nossos corações? Como pretender o equilíbrio físico e psíquico, vivendo em guerra com a sociedade, com o vizinho menos evoluído, com os familiares em processo de reajuste, com o nosso grupo de trabalho?
  • 9. Leonardo Pereira Página 9 Quantas vezes, até mesmo em nossas lides na casa espírita, nos deixamos envolver por sentimentos contrários àqueles que Jesus nos ensinou: mágoas, revoltas, melindres, sombras densas em nossos corações, nos tornando enfermos? Como poder ser feliz e saudável se a ganância das posses materiais nos absorvem todo o tempo e as energias? Como se nos esquecemos da busca dos tesouros imperecíveis que não são consumidos pelas traças, pela ferrugem e pelos ladrões? Onde vamos buscar a saúde, se sorvemos os venenos dos tóxicos, do álcool, do tabaco, entregando-nos ainda aos excessos da alimentação, do sexo e tantos outros? Como seguir o preceito sublime de Jesus - Amar o Próximo - se não somos capazes de amar a nós próprios mantendo vícios e paixões que desgastam a nossa harmonia orgânica? A grande Cura proposta pelo Espiritismo deve ser o cumprimento de um sério e amplo programa de iluminação interior, apoiado na prática do bem, na vivência cristã constante. 2) O passe e a finalidade do centro espírita: “O Centro Espírita - unidade fundamental do Movimento Espírita -, "para bem atender às suas finalidades, deve ser núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita". Desviá-lo dessa diretriz é comprometer a causa a que se pretende servir.” (Editorial do Reformador, março de 1992). O passe foi incluído nas práticas do Espiritismo como um auxiliar dos recursos terapêuticos ordinários. É, portanto, um meio e não a finalidade do Espiritismo. No entanto, muitas pessoas procuram o centro espírita em busca somente da cura ou melhora de seus males físicos, psicológicos e dos distúrbios ditos "espirituais". Geralmente as pessoas que assim procedem são nossos irmãos que desconhecem os fundamentos do Espiritismo. Muitos veem no Espiritismo mais uma religião, criada por Kardec. Outros o ligam somente à mediunidade, temendo sua prática, que envolveria o relacionamento com "almas do outro mundo". Ainda outros, o associam a curas e até mesmo às fórmulas místicas para a solução de problemas financeiros, conjugais, etc.
  • 10. Leonardo Pereira Página 10 Há aqueles que, sem nada conhecer, tomam passes frequentemente, por hábito, mesmo sem estarem necessitando. Isso tudo resulta do desconhecimento doutrinário, de interpretações pessoais, da disseminação de conceitos errôneos. É dever do centro espírita, por meio do seu corpo de trabalhadores, esclarecer os que o procuram acerca dos objetivos maiores do Espiritismo, que gravitam em torno da libertação da criatura das amarras da ignorância das leis divinas, alçando-a a perfeição. Bem orientado, o centro espírita é um foco de luz na Terra que ilumina o saber e o amor, a razão o e sentimento. Daí ele ser a um só tempo: • Escola - que possibilita ao ser humano, pelo estudo constante disciplinado, inteirar-se das sábias leis divinas que regulam o seu destino. • Hospital - onde são socorridos os acidentados da alma pelos recursos fluídicos e espirituais, como o passe, a água fluidificada, a prece, a desobsessão, a palavra de esperança e encorajamento, o estudo evangélico e doutrinário. • Oficina de trabalho no bem - onde, ajudando o próximo carente, o ser ajuda-se a si próprio, aprendendo e vivenciando os valores cristãos, a verdadeira caridade, tal qual definida na resposta à questão 886 de O Livro dos Espíritos: "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas". 3) Os mecanismos do passe Muitas vezes, a fé que leva as pessoas a procurarem os recursos do passe é cega. Desconhecem os seus mecanismos, os seus efeitos e sua aplicação. A fé cega é mística. A fé verdadeira é uma força atrativa e fixadora das energias benéficas. O Espiritismo possui elementos para o devido esclarecimento acerca dos mecanismos do passe. O passe não é algo sobrenatural. Ele ocorre com base em leis naturais que regulam a ação dos fluidos responsáveis por todos os fenômenos espirituais. São leis diversas das que regem os fenômenos da matéria, do mundo corporal. A ciência oficial, que têm como objeto exclusivo o estudo da matéria, não pode explicar o passe. Para entendermos os mecanismos do passe, é importante estudarmos os fluidos e suas leis, o que inclui a análise do períspirito, suas funções, suas propriedades. Tudo isso se encontra exposto nas obras básicas de Allan Kardec, notadamente no capítulo 14 de “A Gênese”, bem como em outras obras sérias, como as de André Luiz, Léon Denis, Yvonne Pereira, Manuel Philomeno de Miranda, etc.
  • 11. Leonardo Pereira Página 11 Do ponto de vista "técnico", o passe é a ação dirigida de certos fluidos. Sua aplicação processa-se de períspirito a períspirito. E por estar o períspirito ligado ao corpo físico célula a célula, exerce sobre ele preponderante influência. Daí se compreende, por exemplo, o bem estar físico que decorre da ação do passe. A energia salutar transmitida ao períspirito repercute no corpo, atuando nos órgãos enfermos, por um processo de ressonância. É por isso que o passista não necessita tocar o corpo do paciente. No referido capítulo 14 de “A Gênese”, § 31, há uma explicação clara de como ocorre essa transmissão fluídica medicamentosa. Vejamos este trecho: “A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.” Logo adiante, no § 33, da obra citada, Kardec enumera as diversas maneiras em que a ação fluídica pode produzir-se: 1º - Pelo próprio fluido do magnetizador. É o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força, e, sobretudo, à qualidade do fluido. Trata-se, pois, do passe que provém somente do passista encarnado ("magnetizador"). Foi o recurso utilizado por Jesus para restabelecer a saúde dos enfermos. A força fluídica abundante, penetrante, pura no mais alto grau que se pode ajuizar, saía dele próprio. No livro Pão Nosso, Emmanuel legou-nos a página intitulada "Magnetismo de Jesus", que muito elucida a grandeza de seu magnetismo balsâmico. 2º - Pelo fluido dos Espíritos atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito. É o passe que provém unicamente dos Espíritos desencarnados. Ninguém fica ao abandono quanto aos medicamentos do "Céu". Pelos eflúvios dos missionários do Mundo Maior quantas curas, quantas melhoras ocorrem, quantas esperanças se espalham! Mesmo aqueles que ainda não aprenderam a buscar os recursos do passe estão sempre sendo socorridos pelo Alto, nos lares, no tumulto das ruas, no silêncio dos hospitais, nas guerras, em todo lugar.
  • 12. Leonardo Pereira Página 12 3º - Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que o primeiro carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, na maioria das vezes, provocado por um apelo do magnetizador. Neste terceiro e último processo há o passe "misto" em que existe a cooperação entre os Espíritos e os encarnados. Quando se fala em passes nas casas espíritas hoje em dia, em geral, se entende esse tipo de passe. Nele o "magnetizador" é também um médium. Ele recebe para dar. É o intermediário entre os Espíritos e o enfermo, contribuindo, ao mesmo tempo, com seus próprios recursos. Muitas vezes o enfermo necessita de fluidos mais "materiais", que os Espíritos por si só não podem fornecer. Reside aí, então, a importância dessa modalidade de passe. Ao doarmos as nossas próprias energias somos "magnetizadores", mas podemos ao mesmo tempo atuar como médiuns, quando nossos recursos são aumentados e enriquecidos pelos Espíritos. Indivíduos não espíritas, não cristãos, não filiados a qualquer credo religioso, mas que laboram no bem em outros campos do amor, podem também ceder fluidos curadores para quem necessite, inclusive com o auxílio de Espíritos, sem se darem conta disso. O que importa é ser bom, é amar o próximo como Jesus nos ensinou. 4) A aplicação do passe:  Preparo: Para lograr bom resultado, todo trabalho espiritual necessita de preparo. No caso do passe deve haver preparo tanto do passista como do enfermo. Da parte do primeiro, porém, esse preparo deve ser constante, em vista das emergências que ocorrem no centro espírita e fora dele. O ideal seria que toda aplicação de passe fosse precedida de esclarecimento doutrinário sobre os fluidos, a fé, a oração, etc. Com o estudo e as reflexões evangélicas o ambiente se tranquiliza e os fluidos atuam de forma mais adequada. Com o uso dessas atividades preparatórias quem recebe o passe aprende a buscar sua melhoria não somente na ação de aplicação do passe, mas, na busca da eliminação de
  • 13. Leonardo Pereira Página 13 suas imperfeições morais, que é a causa dos seus males. Essa é a terapêutica de profundidade proposta pelo Espiritismo. Quanto ao passista não há necessidade que receba antes o chamado "passe de limpeza", a fim de estar mais apto para aplicar o passe. Essa "limpeza" deve ser obtida por seus esforços em seguir as normas apontadas nos itens seguintes. Não é submetendo-se a uma operação momentânea que poderá tornar-se instrumento dócil e puro dos Espíritos Superiores. Nem mesmo em poucos minutos de meditação ou prece conseguimos nos reparar totalmente dos desequilíbrios ocasionados no dia. A preparação deve ser uma constante na vida do trabalhador do passe. Se não busca o equilíbrio durante o dia não estará apto para doar energias equilibradas durante a noite. Devemos firmar o pensamento em nossos objetivos e nos perguntarmos: “Tenho coragem de tomar passe com alguém que vive e se comporta como eu?”  Técnicas: Perguntado sobre qual seria a melhor técnica para a transmissão do passe (O Consolador, nº 99), Emmanuel respondeu: “O passe deverá obedecer à fórmula que forneça maior percentagem de confiança, não só a quem o dá como a quem o recebe. Devemos esclarecer, todavia, que o passe é transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer contato físico na sua aplicação.” Comentando o assunto em seu livro Conduta Espírita (cap. 28), André Luiz, adverte: “Lembrar-se de que na aplicação de passes não se faz precisa a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou o bocejo contínuo [...]. A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular.” Não há técnicas únicas para aplicação do passe. O passe deve ser simples. Em qualquer caso dispensam-se quaisquer gestos estranhos, fórmulas místicas e outros recursos espetaculares. É falta de estudo da Doutrina Espírita que tem levado a adoção de práticas estranhas nos trabalhos de passe em muitas casas espíritas. Detalhando mais o ensino, destaquemos algumas atitudes exteriores comuns que o médium passista deve abolir: - Tilintar dos dedos, esfregar ou tremer as mãos; - Tocar o paciente. O passe não é dado no corpo físico, como já salientamos. É recomendável guardar certa distância do paciente. - Reflexos. O doador de energias pelo passe não deve se deixar influenciar pelos desarranjos emocionais e enfermiços de certos pacientes. Lembrando que a influencia
  • 14. Leonardo Pereira Página 14 negativa nunca atinge quem está bem física e espiritualmente, com domínio de suas emoções. É da lei que o bem dilua o mal. André Luiz, na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, conta que num trabalho mediúnico se comunicou o Espírito José Maria, altamente perturbado e inferior e lhe serviu como médium Celina, que era qual "harpa delicada" nas mãos dos Benfeitores, pelos seus dotes morais. André Luiz estranhou que justamente ela fosse à intérprete de tão perversa criatura. Mas o Instrutor Áulus explica: "Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga e desintegra". De fato, a ação do bem irradiado por Celina desintegrou os fluidos perniciosos de José Maria. Se a médium não estivesse preparada os danos seriam inevitáveis. Assim também ocorre no passe. - Tomar passe após aplicá-lo. É uma pratica dispensável. Muitos passistas empregam-na por desconhecimento dos mecanismos fluídicos; alegam que é para "eliminar as más influências" e se "reabastecer". O passe adequadamente desenvolvido não exaure quem o transmite, muito pelo contrário. No livro Conduta Espírita, André Luiz recomenda-nos "jamais temer a exaustão das forças magnéticas" (cap. 28). O médium passista é canal pelo qual circulam abundantemente as forças radiantes que emanam do "Céu". Em sua obra Nos Domínios da Mediunidade (cap. 17), esse mesmo autor relata um diálogo de seu amigo Hilário Silva com o Instrutor Áulus. Perguntando Hilário se os trabalhadores encarnados que examinavam ministrando o passe não precisariam recear a exaustão, obtém esclarecedora resposta: “De modo algum. Tanto quanto nós não comparecemos aqui com a pretensão de sermos os senhores do beneficio, mas sim na condição de beneficiários que recebem para dar. A oração, com o reconhecimento de nossa desvalia, coloca-nos na posição de simples elos de uma cadeia de socorro, cuja orientação reside no Alto. Somos nós aqui, neste recinto consagrado à missão evangélica, sob a inspiração de Jesus, algo semelhante à tomada elétrica, dando passagem à força que não nos pertence e que servirá na produção de energia e luz” Quanto ao tempo de duração do passe compreende-se que não seja fixo. Cabe ao passista usar o bom senso e a inspiração do momento. Demorar muito, principalmente em crianças, não é confortável e causa irritação. Não é aconselhável também acumular fluidos só numa parte do corpo, a cabeça, uma forma bem usual é, por exemplo, a seguinte: imponha a mão sobre o Chakra coronário, permaneça por um tempo (curto), desça em suaves movimentos dispersivos (siga sua inspiração), e depois retome a energização no coronário (passe longitudinal). Allan Kardec sugere que sigamos os magnetizadores. Na obra “Magnetismo Espiritual’ (Michaelus), o autor apresenta um estudo sobre o magnetismo e sua relação com o Espiritismo objetivando esclarecer a respeito da vida mental e dos fenômenos ditos sobrenaturais. A partir de conceitos da Codificação Kardequiana desenvolve temas como: ação magnética, fluido vital, dupla vista, sonambulismo, além de outros. Analisa
  • 15. Leonardo Pereira Página 15 casos concretos de curas de doenças pela ação do magnetismo, quando frustrados os recursos da Medicina oficial da época, e, aprecia experiências com pessoas em estado sonambúlico provocado por ação magnética, com fins terapêuticos. Como profundo conhecedor de todos os aspectos do Magnetismo, do Hipnotismo e temas correlatos, o erudito autor faz notável resumo do quanto já foi escrito sobre o assunto. Na obra “Magnetismo curador”, Lamartine Palhano e Dalva Silva Souza explicam que “Passe” indica movimento. Assim, ficar com as mãos paradas, “imposição de mãos”, não é passe, apesar de aplicar energias. Também devemos salientar a necessidade do movimento das mãos “de cima para baixo” respeitando o sentido dos centros de força ou chacras. Lembrando sempre que o passe é de períspirito á períspirito, aura a aura, e, sua principal ação é a mente (pensamento), vontade e fé. Mantenha os olhos sempre abertos ou semi-serrados, pois o assistido1* pode mudar de local ou sofrer algum distúrbio momentâneo (desmaiar, cair, levantar, virar), evitando assim ocasionar o contato físico. Se na aplicação do passe houver alguma manifestação estranha ao momento, como: choro, tremor excessivo, ou mesmo uma manifestação mediúnica e/ou anímica, devemos: 1. Sempre manter a calma; 2. Nos manter em oração (buscando ajuda da equipe espiritual); 3. Direcionar o pensamento ao assistido e ao desencarnado (se houver), auxiliando o ser restabelecimento; 4. Evitar o diálogo com o desencarnado (o momento não é para doutrinação), aplicar passes dispersivos, induzindo o desencarnado ao sono. (fé verdadeira é êxito certo). 5. Recorrer ao dirigente encarnado se necessário. 5) O passista: Requisitos morais. Quem pode aplicar o passe? Essa é uma das primeiras perguntas que surgem quando pensamos na programação das atividades de passe nas casas espíritas. O conhecimento da natureza e dos mecanismos do passe nos possibilita inferir que todas as pessoas sadias podem, em princípio, aplicar o passe. 1 A palavra paciente não é recomendada o uso, tendo em vista o enquadramento da instituição espírita em curandeirismo e prática ilegal da medicina. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Paciente é aquela pessoa que consulta o médico ou profissional da área de saúde.
  • 16. Leonardo Pereira Página 16 Todas possuem fluidos, em várias gradações, naturalmente, que podem ser mobilizados pelo amor na direção do semelhante que sofre. Mas para efetivamente sermos bons servidores do passe precisamos muito esforço, muita vontade ativa, e, muita disciplina para adquirir certas condições mínimas, das quais resumidamente trataremos nesta seção e na seguinte. Ao comentar a passagem evangélica relatada em (Mateus 8: 17), Emmanuel ressalta a influência da pureza dos sentimentos de Jesus na promoção da cura, acrescentando que o mesmo se aplica aos nossos esforços na aplicação do passe, embora ainda estejamos imensamente distantes da condição do Cristo: “Se pretendes, pois, guardar as vantagens do passe que, em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro.” (Segue-me, cap. "O passe", p. 134) No capítulo 19, do livro Missionários da Luz, de André Luiz, encontramos estas significativas palavras do Instrutor Alexandre: “O missionário do auxilio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino.” (Grifos e negritos nosso) Vemos aqui uma imensa gama de conquistas a serem buscadas por todo aquele que se propõe doar fluidos balsamizantes aos necessitados. Logo após, Alexandre faz um esclarecimento que achamos importante transcrever: “...Cumpre-me acentuar, todavia, que semelhantes requisitos em nosso plano constituem exigências a que não se pode fugir, quando, na esfera carnal, a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nossos círculos de ação ao servidor humano, ainda incompleto no terreno das qualidades desejáveis.” O passe é um trabalho de equipe. É comum que os colaboradores encarnados mostrem mais deficiências que os desencarnados, que em geral estão mais conscientes de seus deveres e da delicadeza da tarefa. Não podendo o serviço ser prejudicado, já que é o bem do próximo que está em jogo, tais deficiências podem ser supridas pelos Espíritos, quando de nossa parte houver boa vontade e desejo sincero de ajudar. Meditando nisso, vemos como precisamos lutar por nossa melhoria integral! Continuemos o estudo com André Luiz, acompanhando-lhe o diálogo com Alexandre: “- Ainda mesmo que o operário humano revele valores muito reduzidos, pode ser mobilizado? [...]
  • 17. Leonardo Pereira Página 17 - Perfeitamente [...]. Desde que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades radiantes, não só pelo esforço próprio, senão também pelo concurso de Mais Alto de que se fez merecedor.” Que resposta profunda! No inicio, Alexandre afirma: "Perfeitamente", acrescentando, no entanto que é mais importante o interesse do passista no seu aprimoramento do que em cuidar das coisas do mundo. Temos observado que isso nem sempre ocorre; comumente a luta espiritualizante é deixada em segundo plano. 6) Questões oportunas: Trabalhadores ou turistas? Como fica a questão da escala de trabalho? “Vou quando dá”, ou, “só vou porque é meu dia” mesmo não estando bem? “Vou uma vez por mês”, faço minha parte com a casa! “Eu venho doar, não preciso me tratar!” Os livros de André Luiz têm trazido lições primorosas sobre vários temas. Oportuno transcrever mais um trecho do diálogo entre Hilário Silva e o Instrutor Áulus, registrado no capítulo 17, de “Nos Domínios da Mediunidade”: “...- Quer dizer que numa casa como esta [um centro espírita] há colaboradores espirituais devidamente fichados, assim como ocorre com médicos e enfermeiros num hospital terrestre comum? - Perfeitamente. Tanto entre os homens como entre nós, que ainda nos achamos longe da perfeição espiritual, o êxito do trabalho reclama experiência, horário, segurança, responsabilidade do servidor fiel aos compromissos assumidos. A Lei não pode menosprezar as linhas da lógica. - E os médiuns [Clara e Henrique]? São invariavelmente os mesmos? - Sim, contudo, em casos de impedimento justo, podem ser substituídos, embora nessas circunstâncias se verifiquem, inevitavelmente, pequenos prejuízos resultantes de natural desajuste.” E um pouco mais adiante: “...- Preparam-se, os nossos amigos [Clara e Henrique], à frente do trabalho, com o auxilio da prece?
  • 18. Leonardo Pereira Página 18 - Sem dúvida. A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, Clara e Henrique expulsam do próprio mundo interior, os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário de luta e sorvem do nosso plano, as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficácia a favor do próximo. Desse modo ajudam e acabam por ser firmemente ajudados.” Quantos ensinamentos para o passista! Quantas diretrizes para o preparo do doador de fluidos! Áulus afirma que “o serviço de passe deve ser exercido com a mesma responsabilidade dos médicos que socorrem nos hospitais da Terra”. Cada hospital possui a sua equipe de médicos, encarregados cada um de sua área, obedecendo à disciplina que o hospital estipula. Achamos importante a referência ao fichamento dos colaboradores no "hospital" do centro espírita. Como são graves as consequências da ausência do passista escalado no dia e hora do passe! Tudo estava programado para que os seus fluidos fossem utilizados, os Espíritos contavam com ele, mas... Nas substituições apressadas é inevitável o dano geral. Ciente disso é importante que o passista só falte em situações excepcionais. Em nossa nova diretriz de trabalho no Gelp os colaboradores devem se identificar com o dia da reunião que mais lhe agrade ou que os possa favorecer. Eles podem estar disponível tanto na reunião do Domingo às 18h00horas, na Quarta-Feira às 20h00horas e na Quinta-Feira as 19:00horas. A - Os trabalhadores, da quarta-feira, domingo ou quinta-feira, devem chegar ao menos 30 minutos antes da reunião doutrinária e/ou atendimento fraterno e se colocar à disposição para o trabalho solicitando dirigente para incluir seu nome na ata de reunião do dia ou da noite. B – Todos componentes da equipe de passes do Gelp estão escalados para o trabalho em todas as reuniões de quarta ao domingo, durante o ano todo. Uma vez que tenha se candidatado ao trabalho de passes e é porque se considera apto para tarefa, devendo se preparar para a aplicação do passe toda vez que for a instituição espírita não importando o dia ou horária, tendo em vista que podemos ser chamados a servir na tarefa do passe em socorro a um companheiro da casa e/ ou visitante. C - Nos dias das reuniões, não estando presentes para a tarefa do passe numero suficiente e necessário para a tarefa do passe individual (três pessoas), o dirigente deve proceder com o passe coletivo. Esse tipo de passe não é somente uma oração e sim uma harmonização e/ou irradiação de energias, que deve ser conduzida pelo dirigente, elevando os ânimos e orientando a pratica do auto passe. D – Se o número de passistas disponíveis para dia forem mais que a sala comporta, os que estiverem em melhor condição físico-psíquica-espiritual, fará a aplicação do passe, e os remanescentes se colocaram a disposição para outras tarefas. Lembrando que o bom senso deve reger toda e qualquer escolha que possamos fazer.
  • 19. Leonardo Pereira Página 19 E - Devemos lembrar que a frequência é necessária para qualquer trabalho no bem, e, ainda mais imprescindível para o trabalho de aplicação de passes, no qual os trabalhadores devem estabelecer vínculos com a equipe de encarnados e principalmente com a equipe de desencarnados. Não podemos deixar de levar em conta que por problemas diversos, vez ou outra, os colaboradores podem se abster do trabalho, mesmo estando presente na reunião doutrinária. Por motivos diversos, muitas vezes faltar é necessário e inevitável, mas deve haver uma frequênciauma frequência mínima paramínima para a manutenção do trabalho em si, sendo o ideal é de 75%, ou seja, em quatro reuniões semanais, é de bom tom que esteja presente no mínimo em três delas. Não sendo possível manter tal frequência o trabalhador será mais bem aproveitado em outra tarefa que não seja o passe. F - Caso o colaborador falte em duas reuniões seguidas ou mais não devera no seu retorno aplicar passes. O mesmo número de faltas será o número de reuniões em que deve se harmonizar, novamente, com a equipe de desencarnados e de encarnados. Para a harmonização o trabalhador deve manter-se na reunião doutrinária e auxiliar em outras tarefas. Lembrando que não é necessária a presença do colaborador na câmara de passes (para harmonização) durante a tarefa da aplicação pela equipe do dia. No entanto, ele poderá receber a aplicação de passe como os demais frequentadores/trabalhadores da casa. G - Estando o colaborador da tarefa do passe em tratamento (espiritual), no Gel e/ou em outra instituição, por estar com problemas físicos e/ou espirituais, deve-se ausentar da tarefa de aplicar passe no Gelp. Aproveitando sua frequência na reunião doutrinaria também deve tomar o passe em nossa casa. Ao término do tratamento deve buscar orientação com a coordenação do departamento de orientação mediúnica para seu retorno. H - Observando que a reunião doutrinária é para o tratamento dos médiuns e a reunião mediúnica o é para o tratamento dos espíritos, não estar presente no tratamento indica duas coisas: ou você não se julga necessitado de tratamento ou não quer se tratar. Por isso a frequência em pelo menos uma reunião doutrinária na semana é um reconhecimento da necessidade de mudanças e uma prova de nosso esforço em nos tornar mais humildades e principalmente mais saudáveis, físico-psíquico-espiritual. I - O encaminhamento para a câmara de passes e a condução e manutenção do silencio e clima de oração no recinto (salão) é tarefa da equipe de passes e trabalhadores devem se disponibilizar para a tarefa, que, como podemos observar, é de igual relevância à aplicação do passe na cabine. J - Outro ponto fundamental do texto transcrito é a necessidade de o passista recorrer à oração como um meio iluminado para alijar do mundo interior eventuais pensamentos sombrios, remanescentes das atividades do dia, e sorver dos bons Espíritos as substâncias renovadoras, para ajudar com eficácia o enfermo. K - A oração preliminar pode nos conectar com a equipe e nos melhorar, mas, isso quanto não houve desequilíbrios sérios no campo do sentimento e da emoção, que
  • 20. Leonardo Pereira Página 20 dificultam a melhora rápida do colaborador, impedindo-o do trabalho de passes no dia e/ou noite. Devemos lembrar que a harmonização real e verdadeira se faz no dia a dia. L - Importante é não fazer dessa necessidade de orar, um ritual, anexando “adjetivos” na “oração”, onde temos que fazer leitura, meditação, corrente de mãos, relaxamento, mesmo estando em relativa harmonia. Nosso objetivo na tarefa é que nos faz unidos. Essa união se dá pelo pensamento. M – Devemos orar sempre e espontaneamente, antes e depois dos trabalhos de passe, nos vinculando à equipe espiritual, no início para harmonização e no final para agradecimento. Com base na vasta literatura espírita sobre o assunto, tentaremos enumerar agora algumas das diretrizes que o passista deve seguir tanto em sua vivência cotidiana quanto na aplicação do passe. a) Estudo. Na introdução de O Livro dos Espíritos, na primeira parte de O Livro dos Médiuns e em outras de suas obras, Allan Kardec ressalta a importância do estudo contínuo do Espiritismo, apresentando diversas sugestões de como ele deve ser empreendido. Há muita diferença entre ler um texto e estudá-lo, meditando sobre o seu conteúdo. No caso do passe, é importante ter conhecimento especializado de sua natureza, seus mecanismos, seus efeitos. No capítulo 14 de O Livro dos Médiuns, Kardec indaga se o poder de curar pode ser transmitido (§ 176, nº 7). E os Espíritos esclarecem: - "O poder, não; mas o conhecimento de que necessita para exercê-lo, quem o possua". No já citado capítulo 19, de Missionários da Luz, encontramos, ainda, a exposição de conceitos notáveis sobre o valor do conhecimento para o bom desempenho das tarefas espíritas. Ausência de estudo significa estagnação, em qualquer setor de trabalho. O trabalhador de qualquer seara espírita não deve se abster de estudar. Cursos de reciclagens, oficinas, seminários, e, principalmente dos estudos sobre as questões da mediunidade. Ninguém sabe tudo e todo conhecimento vem pelo esforço constante em aprender sempre mais. Por isso, principalmente o colaborador da tarefa do passe na casa espírita deve estar intimamente envolvido nos grupos de estudos da casa, especificamente nos campos da mediunidade. Acima de tudo o estudo metódico do Espiritismo desperta nas pessoas o desejo de amar, perdoar sempre, de incorporar em suas almas as virtudes evangélicas essenciais para uma vida feliz. b) Disciplina:
  • 21. Leonardo Pereira Página 21 Com o trabalho disciplinado o espírita encontra tempo para cumprir todos os seus deveres e ser mais assíduo e pontual nas tarefas assumidas no centro espírita. Devemos lembrar que as tarefas espirituais não são mecânicas. O operário chega à indústria liga as máquinas e tudo começa a funcionar. As atividades espirituais, porém, precisam: de preparo íntimo, meditação, asserenamento físico e mental para serem desenvolvidas a contento. O respeito à programação estabelecida para os trabalhos do passe é indispensável. Faltar ou chegar atrasado desorganiza o ritmo harmônico das atividades. c) Amor: Eleger o amor como a base da vida. Ele é a maior mola do nosso progresso, rumo aos cimos onde nos aguardam a paz e a felicidade. d) Paciência: A paciência é uma virtude imprescindível a quem se dispõe a acolher os irmãos necessitados e aflitos. Esses irmãos muitas vezes chegam ao centro espírita em franco destrambelho psíquico, podendo causar irritação a quem não se lembre de que é alguém que enfermo do espírito. A afabilidade e a doçura são filhas diletas da paciência. Ouvir com paciência aquele que está em desequilíbrio, ou, que desconheça os mecanismos espirituais, já é um avanço no tratamento de muitos males. O bom trabalhador espírita deve adquirir o excelente hábito de ouvir mais do que falar. Que "fale", sobretudo com o coração, pelas emissões do bem, é importante aprender a escutar os sentimentos. e) Vivência cristã constante: É muito bons termos ímpetos generosos, mas, é melhor ainda que a generosidade seja constante em todas as nossas atitudes, por isso na necessidade de vivencia cristã constante. Nos momentos floridos é muito fácil assumir atitudes cristãs. Na hora dos testemunhos expiatórios, dos testes com pessoas difíceis, porém, o grito de cólera, a critica contumaz, os pensamentos menos nobres invadem o nosso ser, ainda próximo da irracionalidade. Como consequências surgem os distúrbios incômodos da depressão, do desânimo, do suicídio, dos processos obsessivos cruéis. f) Equilíbrio emocional: O equilíbrio emocional é um requisito bastante difícil mas que pode ser conquistado. Para essa conquista é preciso que não nos desgastemos com mágoas excessivas, paixões, ressentimentos, temores, nervosismo, etc. São estados doentios que expressam a falta de fé nos desígnios divinos. A oração e o serviço ao próximo são notáveis recursos para o equilíbrio emocional.
  • 22. Leonardo Pereira Página 22 Devemos abster-nos de dar passe quando em desequilíbrio espiritual, pois os fluidos ficam como que "poluídos". g) Preparo contínuo: A necessidade de aplicar passe em alguém pode surgir a qualquer momento. Daí a importância de o passista estar sempre preparado, mesmo durante o seu trabalho profissional ou nos momentos de lazer. A mediunidade tão decantada não é e nem foi nos oferecida como instrumento de trabalho para apenas uma reunião de uma hora e meia no centro. A mediunidade é para o exercício do bem na vida inteira, onde quer que estejamos e a qualquer hora. Os bons Espíritos precisam contar conosco para as tarefas de emergência, às vezes fora da casa espírita. Podem mobilizar nossos recursos para atender nossos irmãos mais carentes sem mesmo tomarmos consciência disso, na via pública, no ônibus, no local de trabalho, numa visita fraterna, etc. h) Fé e oração: Devemos ter confiança absoluta na misericórdia e justiça de Deus, lembrando que é dela que, em última instância, provêm os recursos terapêuticos do passe. As preces, a meditação, estabelecem nossa ligação com os emissários divinos, criando um clima excelente para o êxito do trabalho espiritual. 7) O passista: Requisitos físicos. Depois de havermos apontado alguns dos requisitos morais, tão difíceis de conquistar, faremos alguns comentários sobre as condições físicas de quem ministra o passe, começando a dizer que se você se encontra em tratamento (físico e/ou espiritual é sinal que você não esta em harmonia), deve se abster de aplicar o passe até que tenha terminado o tratamento e/ou você se reconheça em equilíbrio. Busque orientação com a coordenação. l) Higiene. A higiene é um dos requisitos básicos para a saúde. Além de beneficiar o passista, a sua higiene representa respeito para os que vão receber o passe. ll) Alimentação. A alimentação deve ser equilibrada, adequada ao organismo, sem os excessos da gula e do jejum. Hábitos alimentares sadios, com a ingestão de frutas, legumes, verduras fazem bem não só aos passistas, mas a qualquer pessoa. O trabalhador dos serviços de passe e, aliás, da mediunidade em geral, não deve apresentar-se de estômago cheio; nas horas que antecedem as atividades deve evitar a ingestão de alimentos de difícil digestão,
  • 23. Leonardo Pereira Página 23 como carnes e gorduras, de condimentos fortes e de excitantes, como café, chás (exceto de ervas), etc. lll) Vícios: álcool, fumo, tóxico. É fácil compreender que uma pessoa que assista os necessitados na área do passe, ou em outras tarefas mediúnicas, deve abster-se completamente de tais vícios. Eles lesam o organismo, obscurecem o raciocínio, impregnam negativamente os fluidos a serem mobilizados a favor do próximo e propiciam a atração de Espíritos inferiores que, mesmo desencarnados, querem continuar cultivando-os. Sabemos do imenso zelo dos bons Espíritos que cooperam nas atividades do passe na casa espírita no sentido de anular a ação maléfica das substâncias tóxicas que ingerimos. Apresentando-nos nessas condições lamentáveis desrespeitamos não apenas esses Espíritos, dando-lhes redobrado trabalho, mas também as pessoas que vão confiantes, receber o passe. lV) Conduta sexual. A atividade sexual em si é instintiva, mas o seu uso é moral. O sexo só deve ser exercido com equilíbrio, nobreza, acompanhado do verdadeiro amor. V) Hábito do Jogo. O hábito do jogo é assunto muito discutido no Movimento Espírita. Alguns segmentos admitem certos jogos, como rifas ou bingos, para ajudar o centro espírita. No entanto, devemos refletir se, acolhendo esse tipo de atividade em nosso meio não estaríamos de alguma forma apoiando a visão de que devemos buscar o ganho material fácil na chamada "sorte", em detrimento do trabalho, por humilde que seja. A manutenção material dos centros de fato constitui problema comum e difícil para os dirigentes, pois os colaboradores nem sempre se dão conta de que lhes cumpre o dever de ajudá-lo materialmente, na medida de suas possibilidades, é claro. Não apresenta os inconvenientes dos jogos de azar a confecção de produtos, como roupas, alimentos, móveis, etc. e a sua venda, em benefício do centro, desde que ninguém seja moralmente constrangido a participar dessas atividades (não podemos oferecer uma espécie de barganha ou troca, ex; eu dei o passe e agora você compra tal coisa). 8) O enfermo. a) Posição mental para receber o passe. Para que obtenha melhora, as pessoas que buscam o recurso do passe devem ter postura mental adequada. A esse respeito, é interessante consultarmos o item 10, do capítulo 15, de A Gênese. Kardec analisa aí a passagem evangélica da mulher hemorroíssa (Marcos, 5: 25-34), uma das inúmeras curas operadas por Jesus. Vejamos este trecho:
  • 24. Leonardo Pereira Página 24 “Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Com relação à corrente fluídica, o primeiro age como uma bomba calcante e o segundo como uma bomba aspirante.” Aquele que vai receber o passe deve pautar-se na atitude da mulher hemorroíssa, que foi curada porque, pela sua ardente fé, aspirou, atraiu, assimilou os fluidos amorosos de Jesus. Razão tinha, pois o Mestre para dizer-lhe: "Tua fé te salvou". Sabemos que os fluidos são assimilados pelo períspirito, que possui, dentre outras, a notável propriedade de absorver fluidos ambientes. Constatamos, assim, a grande importância da postura mental e espiritual do enfermo, com o pensamento em prece, em ligação constante com os bons Espíritos, para que o passe seja eficaz. b) Posição física para receber o passe. Quem vai receber o passe deve ficar na posição que lhe dê mais conforto físico. O passe transmite-se ao períspirito, independentemente da posição do corpo físico. Dependendo do lugar, pode ficar deitado, sentado ou de pé. Mas em qualquer caso, deverá ficar descontraído, respirando normalmente. Não há necessidade de ficar com as mãos espalmadas para cima, como se fossem "receber" algo material. Certas pessoas alegam que não se devem cruzar os braços ou as pernas, porque tais posturas dificultariam a "circulação" dos fluidos. Parece-nos, porém, que se não devemos cruzar os membros é apenas porque isso em geral atrapalha a circulação sanguínea e gera tensões musculares. Sensações de calor, frio, tremor, suor, arrepio, choro podem ocorrer durante o passe. São, geralmente, motivadas por causas psicológicas. O misticismo, de que muitos ainda se não desvencilharam, pode provocar efeitos ilusórios variados. Nem o passista nem o paciente precisam retirar pulseiras, colares, relógios, óculos, sapatos, etc. Tais objetos não interferem no passe, porque são de natureza diversa daquela dos fluidos. (quem assim procede, orientando a retirada dos objetos, deve ter outro motivo que não seja a influência nos fluidos transmitidos pelos espíritos, ex: em reuniões especificas de tratamento, retira o calçado para evitar barulho no ambiente ao caminhar). Vemos alguns fumantes que se apressam em alijar-se momentaneamente do maço de cigarros. A presença dos cigarros não é, em si, o problema. O problema sério é o hábito de fumar, que intoxica o organismo, atuando em sentido contrário ao do passe, quando recebido. 9) Quando receber o passe.
  • 25. Leonardo Pereira Página 25 Não abuses, sobretudo, daqueles que te auxiliam. Não tomes o lugar do verdadeiramente necessitado, tão só porque os teus caprichos e melindres pessoais estejam feridos. Emmanuel (Segue-me, p. 134). Se coloque em oração elevando o pensamento, agindo assim nos conectamos com os benfeitores do mundo maior e estando em prece, o períspirito expande nos possibilitando a recepção das energias, além da sintonia que nos coloca como bombas receptoras (fala do Palhano), e os que aplicam funcionam como bombas caucantes. (Aplicadoras). Vide texto acima. A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. (Paulo, I Timóteo 5: 22). Dessas sábias advertências de Emmanuel e do Apóstolo dos Gentios concluímos que as pessoas só devem buscar os recursos do passe quando têm realmente necessidade. Passe é remédio. E todo remédio só se toma quando necessário, na dose certa e até que se recupere a saúde. Se estivermos bem, o passe é dispensável. No capítulo 28 de Conduta Espírita, André Luiz recomenda-nos "esclarecer os companheiros quanto à inconveniência da petição de passe todos os dias, sem necessidade real, para que esse gênero de auxílio não se transforme em mania.”. Se a pessoa não precisa de passe, devemos esclarecê-la a esse respeito, orientando-a para o estudo doutrinário e o serviço ao próximo. Devemos lembrar-nos que os problemas do nosso dia podem ser resolvidos com bom senso, honestidade, equilíbrio e muita disciplina. Em seu livro Segue-me, Emmanuel assim se expressa sobre a questão de quem necessita do passe: "O passe exprime também gastos de forças, e não deves provocar o dispêndio de energias do Alto, com infantilidades e ninharias" (p. 134). Muitas pessoas que buscam o passe deveriam igualmente buscar a ajuda da medicina humana. Allan Kardec advertiu diversas vezes que diante de qualquer distúrbio, deve-se antes de tudo pesquisar suas possíveis causas orgânicas. Não é função do passe e do Espiritismo substituir os métodos da ciência no tratamento das enfermidades. O Espiritismo visa, em primeiro lugar, a esclarecer a criatura, para que corrija o seu proceder moral, forrando-se assim às necessidades de expiar e de sofrer. Depois, objetiva a suplementar o tratamento médico, renovando os fluidos vitais do enfermo pela aplicação do passe e da água fluidificada. Quando tudo o que puder ser feito na esfera médica e espírita, estiver sendo feito, a Doutrina Espírita nos esclarece que a dor estará sendo necessária para a evolução do enfermo, devendo ser enfrentada com resignação.
  • 26. Leonardo Pereira Página 26 Nos que padecem enfermidades irreversíveis o passe produz efeito benéfico, os ajudando a suportar a suas dores, e contribuindo para tornar menos penoso o processo da desencarnação. Nos casos de obsessão o passe pode contribuir para desligar o obsessor do psiquismo do obsidiado. Mas esse desligamento não constitui terapêutica de base. Obtida assim uma "trégua", é necessário que o hospedeiro das influências maléficas seja orientado a buscar os recursos do Evangelho e da Doutrina Espírita para a sua libertação definitiva, transformando seu padrão mental e moral. O passe é também usado como tratamento abençoado para os Espíritos sofredores do mundo espiritual. Isso pode ocorrer quando a pessoa encarnada que recebe o passe está intimamente vinculada a um Espírito, que então se beneficia igualmente dos recursos fluídicos. O passe pode também ser ministrado por um Espírito sobre outro, no Mundo Espiritual, como se relata, por exemplo, nos capítulos 22 a 25 do livro Os Mensageiros, de André Luiz. 10) O recinto do passe. De ambiente poluído nada de bom se pode esperar. (André Luiz, Conduta Espírita, cap. 28.) O lugar mais adequado para a transmissão do passe é o centro espírita, que, pela natureza de suas atividades, constitui o núcleo mais importante de assistência a encarnados e desencarnados no que tange ao socorro de ordem espiritual. Se possível, deve-se reservar uma sala especial para essa tarefa, na qual se reúnem sublimados recursos fluídicos movimentados pelos pensamentos elevados e pelas preces. A sala de passes deve ser simples, mas muito limpa, arejada, ensolarada. Os Espíritos auxiliam na preparação do ambiente espiritual, porém não podem usar vassoura, água e sabão. Quanto à iluminação da sala de passes, podemos dizer que a luz reduzida pode auxiliar na manipulação dos fluidos pelos Espíritos. Mas é preferível a claridade suave ao escuro completo. Este pode suscitar ideias de misticismo, medo e até malícia nas mentes menos equilibradas. O passe pode ser aplicado também nos lares, hospitais, creches, trabalho, ruas, etc., com a devida discrição. Se não houver um ambiente reservado, no qual só estejam presentes pessoas que entenderão e contribuirão positivamente com a tarefa, devemos abster-nos de qualquer prática ostensiva. Neste caso, recorreremos à oração silenciosa, pedindo aos Bons Espíritos que aproveitem se possível, os nossos recursos fluídicos no auxílio ao próximo. Assim, podemos transmitir o passe com um abraço, um aperto de mão ou com um simples olhar de amor. O passe é dado sem ser percebido por curiosos. Sempre, porém, que o enfermo puder se locomover até o centro espírita, deverá pedir que o fizesse, para receber o passe. Dessa forma, também aproveitará as preleções
  • 27. Leonardo Pereira Página 27 evangélicas e doutrinárias, que devem sempre anteceder a transmissão dos passes, despertando para os valores nobres da vida, meditando sobre suas ações, corrigindo rumos. Pois o tratamento se inicia nas reuniões doutrinarias, porque durante a exposição, somos avaliados amplamente pela equipe espiritual e não rara às vezes atendida ali mesmo em nossas necessidades, o passe então é a culminância do tratamento, onde receberemos na exata medida de nossas necessidades e no campo de nosso merecimento. Algumas pessoas têm vergonha de serem vistas no centro espírita, e então solicitam que a equipe do passe vá até sua casa. Nesse caso devemos sugerir-lhe a modificação de atitude e, não obtendo sucesso, delicadamente abster-nos de atender-lhe ao apelo pouco razoável. Evidenciará ainda não estar disposto a trocar seus preconceitos e ideias antigas pelos valores espirituais. Foi por conhecer a relutância da criatura humana em fazer essa transformação que Jesus asseverou, em linguagem figurada: "Porque se alguém, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonharem de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos." (Marcos 8: 38) Lucas 9: 26). Não é que devamos nos vingar dessa pessoa, ou ficar magoados com ela; mas devemos deixar que o tempo opere seu amadurecimento. Mesmo no caso de impedimento por enfermidade, só deveremos aplicar passes fora do centro quando forem solicitados pelo enfermo ou, no absoluto impedimento deste, por sua família. Temos notícias de casos em que familiares ou amigos solicitaram passe para um enfermo que, na hora, o rejeitou. Nesses casos, o passe não teria efeito. O passe fora do centro espírita tem o inconveniente do ambiente possivelmente desfavorável, impregnado de miasmas fluídicos de ira, maledicência, alcoólicos, de fumo etc. Mesmo assim, é caridade atender e vencer com equilíbrio os obstáculos, quando houver um pedido sincero e um mínimo de boa vontade por parte do enfermo e seus familiares. O bom senso e a caridade são sempre os elementos que devem preponderar na tomada de qualquer decisão a esse respeito. Não devemos nos impor regras inflexíveis e automatizadas em tarefas desse gênero. 11) Os efeitos do passe. Existem vários fatores que influem nos efeitos do passe. A despeito da ajuda segura dos bons Espíritos, o resultado dependerá das condições do enfermo e também do passista, se bem que as deficiências deste possam em geral ser supridas pelos Espíritos, há sempre que observar nosso estado de “saúde”, se realmente estamos preparados e se é necessária a nossa ação.
  • 28. Leonardo Pereira Página 28 Temos observado que algumas pessoas se sentem curadas, outras apenas melhoram, enquanto outras ainda permanecem completamente impermeáveis aos recursos do passe. O clima de fraternidade, simpatia entre o passista e o enfermo é condição importantíssima para que o passe produza bons resultados. A fé é outro fator relevante. Observamos que muitos não voltam mais ao centro espírita após constatarem que não obtiveram melhoras imediatas. Na sua ignorância, alegam que o centro é "fraco", ou mesmo descreem completamente dos recursos fluídicos e dos mecanismos divinos. Observemos os passistas que aplicam passes em uma instituição e na hora que desejam receber se dirigem á outra, não seria um contra senso e uma falta de fé? Para doar aos outros o centro “serve”, mas, para você receber o mesmo centro não “serve”, é claro que aqui não inclui os “tratamentos” especializados que outras instituições espíritas oferecem e que por ventura a nossa casa mãe ainda não ofereça ou não tenha equipe “encarnada” e “desencarnada” para tal função. Lembremos sempre da fé viva, certeza absoluta de que em Deus nos movemos e existimos. O passista não deve aplicar-se em demasia no exame dos resultados do passe. Empenhe- se em cumprir os requisitos que se exigem de sua posição, e confie na Providência Divina, que saberá, melhor do que ele, quais as reais condições de cada enfermo, quais os seus méritos e suas necessidades provacionais e expiatórias. Nunca se envaideça de eventuais resultados positivos, lembrando sempre de que a fonte última de todo o bem é Deus. Antes de cogitarmos, em vão, acerca do merecimento que tenhamos, procuremos dar novos rumos aos nossos passos, para irmos ao encontro dos necessitados; às nossas mãos, para que elas abençoem, agasalhem, acariciem; ao nosso coração, para aprendermos amar os semelhantes. Imprimamos novas diretrizes aos nossos hábitos infelizes. Acendamos novas luzes para os nossos pensamentos e sentimentos. Adotemos atitudes cristãs no lar, no trabalho, no mundo! 12) A água fluidificada. “É assim que as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou se quiserem, de reservatório.” Kardec, A Gênese, cap. 15, § 25.
  • 29. Leonardo Pereira Página 29 “A água é dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.” Emmanuel do livro Segue-me, p. 131. Por essas assertivas, aprendemos que água é passível de adquirir qualidades diversas, de natureza sutil ou "fluídica", ao influxo da vontade de um agente. No meio espírita, a água modificada pela ação de Espíritos desencarnados ou encarnados no sentido de tornar-se medicamentosa ficou conhecida como "água fluidificada" ou "magnetizada". Trata-se de expressões impróprias, mas que o uso já consagrou. (Do ponto de vista da física, a água pura que bebemos já é um fluido, e não é suscetível de magnetizar-se por um ímã, por exemplo). A água dita "fluidificada" é, na verdade, um veículo de recursos medicamentosos que atuam no períspirito. Indiretamente, contribui para o restabelecimento do corpo carnal. Em seu livro “Fluidos e Passes”, Therezinha Oliveira se refere à ação da água fluidificada da seguinte maneira (p. 89): “Ao ser ingerida, [...] é metabolizada pelo organismo, que absorve as quintessências que vão atuar no períspirito, à semelhança de medicamento homeopático”. A água fluidificada é indicada nos casos de carência fluídica, comuns quando há desequilíbrio emocional, debilitação orgânica por enfermidade, nos desgastes por processo obsessivo, nas lesões de órgãos, etc. Sendo uma espécie de medicamento, não devemos abusar de sua utilização, tornando sua ingestão um hábito indiscriminado. A água pode ser fluidificada para uso geral ou para determinado enfermo. Isso deve ser claramente considerado quando mobilizamos a nossa vontade com o objetivo de preparar a água. Como no último caso a água adquire propriedades específicas para a pessoa que temos em vista, não deve ser usada por outras pessoas. Para fluidificar a água não é necessário impor as mãos sobre ela. Muito receptiva aos fluidos espirituais, a água se torna remédio salutar pela ação da prece em ambientes de silêncio e respeito, onde há vontade ardente de ajudar o semelhante necessitado. Como o passe, a fluidificação é uma tarefa executada pelos Espíritos bons com a ajuda dos recursos humanos.” 13) Jesus - O Divino Modelo. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? "Jesus". (O Livro dos Espíritos, questão nº 625). Todos os aspectos de Sua passagem na Terra fornecem-nos exemplos a serem imitados. Acima de tudo, devemos inspirar-nos em sua conduta moral, marcada pelo amor puro
  • 30. Leonardo Pereira Página 30 que distribuía entre todos e tudo que encontrava. Em muitas ocasiões, a mobilização desse amor deu-se na forma de alívio para as dores, nas múltiplas expressões das enfermidades orgânicas e espirituais. Cegueiras e paralisias, ulcerações e debilidades, processos letárgicos e obsessivos foram por Ele sanados ou aliviados. As numerosas curas operadas pelo Mestre foram em geral tidas por milagrosas. Coube ao Espiritismo a sua explicação racional, pela ação fluídica impulsionada por uma poderosa vontade. Foi no último livro que publicou A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo que Kardec examinou alguns dos principais feitos materiais de Jesus, destacando-se entre eles as curas de diversas doenças e limitações orgânicas. Devemos, a esse respeito, consultar os capítulos 13, 14 e 15. No último deles são analisados, de forma particular, os casos da mulher hemorroíssa (Mc 5: 25-34), do cego de Betsaida (Mc 8: 22-26), do paralítico de Cafarnaum (Mt 9: 1-8), dos dez leprosos (Lc 17: 11-19), do homem da mão seca (Mc 3: 1-8), da mulher curvada (Lc 13: 10-17), do paralítico da piscina de Betesda (Jo 5: 1-17), do cego de nascença (Jo 9: 1-34), além de vários casos de "possessões" e "ressurreições". É de notar-se que ao propiciar alívio para as dores físicas Jesus costumava concitar os beneficiados à renovação moral, à liberação dos "pecados", para que "coisas piores" não lhe adviessem, ensinando-nos assim a correlação que existe entre as nossas condições moral e física. Aprendemos, em Espiritismo, que as raízes profundas de nossos males residem na alma. Purificada esta, o corpo se melhorará naturalmente, num prazo maior ou menor, dependendo das características de nosso caso. De nada adianta procurarmos a cura das enfermidades físicas, tanto pela medicina da terra como pela do céu, se permanecemos desatentos com o nosso procedimento moral. Busquemos, pois, aprimorar-nos de maneira integral, pautando-nos sempre no exemplo de Jesus - Cristo e daqueles que ao longo dos séculos o têm seguido. A tarefa é tão mais sublime, na proporção que somos sublimados; é tão mais eficiente, na proporção que somos mais eficientes; é tão mais grandiosa, na proporção que nos tornamos grandes na tarefa; é tão mais eficaz nos outros, na proporção que se torna eficaz em nós mesmos. Parafraseando o mestre de Lion: - “Para repelir um fluido mal é necessário um fluido bom” Anexo II:
  • 31. Leonardo Pereira Página 31 Orientação básica ao serviço de Atendimento Fraterno: 1.0 - Objetivos O Atendimento Fraterno na casa espírita é um trabalho estruturado de forma a receber, em primeira mão, as criaturas necessitadas de ajuda que procuram na Doutrina Espírita a solução ou alívio para problemas de toda ordem. Essas pessoas, na maioria das vezes, já vêm de outras experiências no campo do auxílio e procuram o Centro Espírita, como "último recurso" para seus males. Muitas vezes céticos esses indivíduos necessitam de boa dose de estímulo para permanecerem firmes na decisão de encontrar respostas para suas perguntas. O Atendimento Fraterno desempenha esse papel de recepção, esclarecimento básico, amparo, reajuste e redirecionamento de ideias. Trata-se de uma atividade que deve ser feita com seriedade, disciplina e preparo, pois às vezes, sendo esse o primeiro contato que o assistido tem com o Espiritismo, vai obrigatoriamente refletir a seriedade ou não do trabalho da casa. Torna-se, pois, necessário, que os centros espíritas que se propuserem a esse tipo de trabalho assistencial tenham ideia da gravidade da tarefa que estão a empreender, a fim de que não cometam erros desnecessários. 2.0. - Papel do Centro Espírita na sociedade O papel fundamental do Centro Espírita na sociedade é ajudar as pessoas no processo de reequilíbrio, levando a mensagem moral de Jesus, à luz da Doutrina Espírita, à vida daqueles que ainda se encontram sob o jugo da ignorância. O Espiritismo, sendo o Consolador prometido pelo Mestre, deverá exercer um papel de agente transformador das criaturas, reconduzindo-as ao equilíbrio, através do esclarecimento. Cabe, portanto, à casa espírita, exercer influência na mudança de comportamentos e atitudes dos que a procuram na ânsia de receber ali a cura para seus males. Imperativo, pois, que o Centro Espírita disponha de mecanismos que possam melhor atender essas pessoas, orientá-las e encaminhá-las para a área de atividades doutrinárias que for mais conveniente. Esse tipo de serviço, prestado com o intuito de receber, ouvir, orientar e encaminhar o paciente na casa de caridade, é o Atendimento Fraterno. 3.0 - Esquema do Atendimento Todo trabalho prático precisaria ser fundamentado em estudo teórico prévio, com a finalidade de conhecer aquilo que vai ser realizado. Nos centros espíritas esta regra deveria ser observada com muito mais rigor, por razões óbvias, afinal está em jogo o
  • 32. Leonardo Pereira Página 32 equilíbrio espiritual das pessoas que os procuram. Entretanto, o empirismo ainda é a marca da improdutividade nas casas, por absoluta falta de hábito para os estudos da doutrina que se professa. Enraizou-se entre nós o costume de realizar as coisas sem planejamento, pois é regra geral que, para se fazer o bem, basta certa dose de boa vontade. A experiência secular nos mostra que não é bem assim. Se possuímos boa vontade, temos que aliá-la ao conhecimento a à ação, pois ela sozinha para nada serve. No Atendimento Fraterno é importante que se obedeça a um esquema mínimo de organização e conhecimento, a fim de que trabalhemos com ordem e disciplina. A seguir, falaremos de todos os itens relativos ao serviço de atendimento da casa espírita, para que cada grupo interessado possa desenvolver seu próprio esquema de recepção e assistência. 3.1 - Recepção e Triagem Grande parte das pessoas que adentram o Centro Espírita pela primeira vez, o fazem em busca de algum tipo de auxílio. Poucas são as que vão para conhecer o Espiritismo ou por curiosidade, ou ainda como visitantes. A casa espírita deve dispor de meios para bem receber essas pessoas. O primeiro passo para iniciar o trabalho de Atendimento Fraterno, é determinar o dia mais adequado e mais cômodo para se estabelecer o trabalho. Em nossa casa, esse serviço funciona no dia da reunião pública, duas horas antes do início dos trabalhos de explanação. Em dia, horário e local preestabelecidos, um ou dois trabalhadores bem educados e treinados para a tarefa, receberão as pessoas que chegam pela primeira vez, dando-lhes as informações necessárias a cada caso. É necessário presteza, simpatia e agilidade, além de grande discrição e seriedade. Neste caso, a primeira impressão que a pessoa terá do trabalho será muito importante. Pessoas sérias não retornarão a locais onde não transpirem idoneidade e credibilidade. A triagem é feita nessa hora de conversa informal, onde o "recepcionista" observará pela sua perspicácia, qual a necessidade daquela criatura. Se for um caso que demande maiores cuidados, a pessoa será encaminhada à Sala de Entrevistas para uma conversa mais reservada e posterior direcionamento. Antes, porém, será preenchida uma ficha de dados, com informações básicas sobre o paciente: nome, idade, endereço, profissão etc. Caso contrário, ou seja, se a pessoa não estiver precisando de nenhum tipo de ajuda, ela será encaminhada para os trabalhos públicos de explanação. Se ao Centro Espírita for de médio porte e dispuser de pessoal treinado, poderá ter uma sala específica de triagem. Neste caso, a recepção apenas fará o seu trabalho básico, ou seja, preencherá a ficha
  • 33. Leonardo Pereira Página 33 com os dados e encaminhará o assistido para a sala de triagem que, então, direcionará a conduta do paciente conforme a necessidade. Ao nosso ver, este é o modelo ideal, pois todas as pessoas que vêm pela primeira vez à casa poderão ter um atendimento atencioso e não apenas aqueles que se dispõem a procurar ajuda. A recepção deverá ser feita por pessoas que conheçam de perto o funcionamento da casa a fim de evitar situações constrangedoras em relação às informações desencontradas que possam prejudicar a credibilidade do trabalho. Nada mais desagradável do que receber informações equivocadas sobre qualquer coisa, mormente em um Centro Espírita. 3.2 - Entrevista Uma vez detectada a necessidade de maiores cuidados por parte da pessoa, ele será encaminhado à entrevista, que é uma conversa fraterna que se tem com o assistido, para que se possa tirar dele as informações necessárias para elucidação do caso e adequado auxílio. Importante que algumas perguntas sejam direcionadas para evitar divagações e longos relatos. O entrevistador deve conhecer técnicas de abordagem, a fim de não errar por excesso de zelo ou por omissão dele. A entrevista deverá ser breve e objetiva, tendo o cuidado para não ser este trabalho transformado em sala de desabafo e catarse. 3.3 - Local das entrevistas O local onde serão feitas as entrevistas deverá ser reservado. Não se pode esquecer que vão ser tratados assuntos da intimidade das pessoas e que se deve ter o maior respeito e discrição possível, frente a tantos dramas. Uma pequena sala pode ser determinada para tal fim, podendo ser aproveitada também para outras atividades, caso o Centro Espírita tenha problema de espaço. As entrevistas realizadas em sistema aberto, ou seja, vários entrevistadores em uma única sala, realizando o trabalho ao mesmo tempo, têm o grande inconveniente de não oferecer ao assistido a privacidade tão necessária nessa hora em que ele vai ali desnudar o seu problema. Entretanto, existem casas que o fazem e dizem ter resultados satisfatórios. 3.4 - O entrevistador A entrevista é uma tarefa que requer condições especiais do trabalhador. Não que tenha que ser uma pessoa isenta de erros, o que inviabilizaria o trabalho, mas alguém com condições morais acima da média, que tenha um bom embasamento doutrinário e maturidade suficientes para lidar com situações as mais inusitadas. Os problemas que se apresentam são os mais variados, desde simples perturbações espirituais até obsessões graves, passando por problemas de ordem emocional, física e psíquica. A pessoa que ali está vê no entrevistador alguém que pode ajudá-lo a resolver seus problemas. Coloca com confiança a situação que o levou a buscar ajuda e têm
  • 34. Leonardo Pereira Página 34 expectativas em melhorar sua condição. É necessário, portanto, que o entrevistador seja pessoa preparada para esse mister, com devido treinamento nessa área, que tenha capacidade para compreender os problemas humanos, assim como condições para estabelecer um diálogo aberto e franco com o assistido. Não deve o entrevistador permitir que se forme em torno dele uma aura de importância pessoal, com se ele fosse o grande responsável pelo sucesso dos trabalhos, tampouco induzir os entrevistados na certeza da cura de seus problemas. Tudo deve ser direcionado para deixar claro às pessoas que o trabalho é do Mestre Jesus e que somos apenas seus tarefeiros. Deve explicar que a mudança de atitudes é fundamental para a solução dos desajustes íntimos. Infundir confiança na assistência espiritual recebida é a grande tarefa do entrevistador. Enfatizamos a necessidade de se ter uma equipe mais ou menos fixa de entrevistadores, treinada nessa área, e que se evite os chamados "rodízios" nessa tarefa, pois entendemos que infelizmente existem poucas pessoas com condições de lidar com problemas humanos. Além do que, essa é tarefa de grande responsabilidade que carece de muita dedicação e devotamento para se ter um resultado satisfatório. 3.5 - O entrevistado O entrevistado tem como sua principal característica, o fato de estar necessitando de algum tipo de ajuda. É importante que o entrevistador esteja preparado para atender as variações de problemas que serão apresentados na entrevista. A cada um, deverá ser dada uma orientação diferenciada, de acordo com as necessidades do caso. O entrevistador que não possuir perspicácia poderá acabar sendo conduzido pelo entrevistado; em outras situações poderá ser induzido a este ou aquele procedimento, a dar essa ou aquela opinião. Convém estarmos alertas para as diferentes personalidades, com seus diversos problemas. Dentre o grande número de tipos de pacientes, citaremos alguns a título de exemplo: O desesperado A pessoa que procura o centro em estado de desespero, tem que ser acudido a qualquer momento. Em primeiro lugar, procura-se acalmá-la envolvendo-a em palavras de conforto, transmitindo-lhe confiança e carinho. Na maioria das vezes está sem condições para ouvir instruções mais objetivas, portanto o melhor será encaminhá-la ao passe, para num segundo momento entrar com as conversas instrutivas e de orientação. O desespero pode ser oriundo das mais diversas causas, mas todo o fundamento dele se baseia na falta de fé e confiança no futuro. A pessoa se desespera porque não vê saída para seu problema. O sentido de perda lhe traz a sensação de que tudo está acabado. Através da segura orientação da Doutrina Espírita, temos que incutir lentamente no
  • 35. Leonardo Pereira Página 35 indivíduo a confiança em Deus e em Sua justiça, tirando-o do desespero. Com o tempo e o auxílio dos amigos espirituais, o paciente reencontrará o equilíbrio. O desanimado Normalmente um paciente é desanimado porque sua vida está sem sentido. Ele não tem ânimo para o trabalho e na maioria das vezes se isola do convívio social e familiar. Frequentemente tem depressão profunda e pensamentos que se relacionam com a morte. É necessário ter muita cautela com a orientação doutrinária e ter sempre o cuidado de encaminhar o caso também ao médico terreno para que seja avaliada a necessidade do uso de medicações, por possíveis enfermidades físicas que possam estar instaladas no organismo. Se possível, envolver a família na orientação, mostrando os riscos que corre o doente de enveredar-se pelo caminho do desequilíbrio. Explicar, através do diálogo fraterno e convincente, a necessidade de sua moralização, pela prática da religiosidade, da moral e organização da própria vida. O descrente É aquele que inicia sua conversa já dizendo que foi trazido por sua família ou amigos, mas que não acredita em nada etc. Na maioria das vezes quer ser convencido de alguma coisa ou espera que seus problemas sejam resolvidos por outros. Tenta fazer parecer que não está muito interessado na ajuda oferecida pelo centro espírita. Nestes casos, deixar claro que ele só será auxiliado se quiser e que terá que se esforçar para isso. Evitar atitudes paternalistas com o paciente. Muitas vezes a ação mais enérgica do entrevistador faz com que o indivíduo mude sua postura perante a vida. Mostrar as desvantagens da descrença e os benefícios que poderia ter, revertendo esse quadro. O fanático Esse tipo de personagem é muito encontrado entre espíritas que supõem resolver seus problemas com a ação dos Espíritos superiores, sem se esforçarem para vencer as dificuldades. Geralmente não aceitam interferências de terceiros em suas convicções e nos casos de doenças orgânicas chegam a desprezar o tratamento da medicina terrena. Acham que, por trabalharem no centro espírita, os irmãos espirituais estão a postos para ajudá-los a resolver seus problemas. É muito delicada a abordagem desse tipo de personalidade, pois trata-se na verdade de pessoas equivocadas quanto ao papel do Espiritismo na vida do homem.
  • 36. Leonardo Pereira Página 36 Procurar orientar no sentido da compreensão das verdades divinas, retirando-o da faixa de fanatismo em que se encontra. Se houver condições psíquicas adequadas, mostrar racionalmente ao paciente seu equívoco de posicionamento. O exagero em qualquer setor da vida produz sofrimentos. Trabalhar para retirá-lo desse estado, com orientações através de entrevistas e palestras. O "espírita" São pessoas que se dizem "espíritas" porque tiveram contato com terreiros de Umbanda, Candomblé e mesmo com o Espiritismo. Querem ler muitas obras psicografadas (ou dizem que já o fizeram) e vão logo afirmando que gostariam de trabalhar na casa. Procuram auxílio por não estarem bem, mas na maioria das vezes, já dizem o que acham necessário para a solução de seus males. Isso torna bem difícil uma orientação mais efetiva. Na medida do possível, conscientizá-lo sobre a responsabilidade de ser espírita e demonstrar que a possibilidade de trabalho será definida mais tarde. Primeiro é necessário buscar um estado mínimo de equilíbrio espiritual. O médium Este tipo de assistido já vem com o diagnóstico de sua "mediunidade". Acha que a mediunidade é a causa de sua perturbação. Verificar, através da própria entrevista, onde exerce (ou exerceu) seu trabalho de intercâmbio; se num terreiro ou num centro espírita. A atividade mediúnica inadequada pode gerar perturbações no psiquismo das pessoas. Além do mais, dependendo de onde estava "trabalhando", o paciente pode estar sendo vítima de processo obsessivo oriundo de contaminação. Orientá-lo no sentido de que seu dom será reavaliado mais tarde, depois do tratamento. Jamais prometer que ele vai trabalhar como médium na casa, pois muitas vezes a pessoa vem à entrevista com essa intenção. Nunca encaminhar o paciente para sessões práticas de Espiritismo, antes de submetê-lo a tratamento, mesmo que o paciente já tenha tido orientação kardequiana. O que perdeu ente querido Geralmente procuram o centro, inconformados pela perda de alguém da família, com o objetivo de conseguir notícias do ente querido. Confortá-lo com a ajuda das ferramentas da Doutrina Espírita. Pode-se anotar o nome do desencarnado para fazer preces por ele ou verificar na sessão prática com está sua situação, se houver necessidade. Nunca prometer mensagens mediúnicas. Isso gera uma expectativa na família e nem sempre tal coisa é possível. As conversas em torno da imortalidade da alma trazem grande conforto espiritual, bem como a
  • 37. Leonardo Pereira Página 37 sugestão da leitura de livros adequados para o caso. O convívio na casa, no contato com a Doutrina Espírita, com o tempo fará a pessoa compreender mais e sofrer menos. O que quer resolver problemas dos outros Geralmente são pais aflitos ou cônjuges tentando fazer qualquer coisa para salvar determinada situação de desequilíbrio instalada em suas vidas. Não raro querem se submeter a tratamento no lugar do necessitado, na desesperada tentativa de ajudá-lo, pois de maneira geral são pessoas refratárias a procurar ajuda. O entrevistador deve esclarecer como se dá o auxílio espírita e a necessidade da presença do doente na casa. Deve pedir que façam o possível para trazê-lo no centro espírita. Oferecer ajuda indireta através do livro de pedidos de amparo. Em casos graves, pode-se anotar nome e endereço do necessitado, para ser levado às sessões práticas. O "sábio" Aquele que busca auxílio na casa espírita, mas acha-se muito sábio, culto e inteligente e não se sente à vontade submetendo-se à orientação de alguém que ele julga ser inferior a ele. Através da conversa, quer mostrar-se superior e se o entrevistador não for suficientemente experiente, ele pode monopolizar o diálogo, tornando infrutífero o trabalho de esclarecimento. Agir com tato, demonstrando que todos temos muito a aprender na escola da vida. Nos casos em que o entrevistado demonstrar que quer "duelar" no campo das ideias, deve-se ter a sutileza de desviar seu intento, fazendo-o ver que aquele não é o momento e o local apropriado para disputas. Jamais esquecer que se está diante de pessoa em desequilíbrio. Mostrar que a casa espírita e o Espiritismo estão ali para ajudá-lo, se tiver humildade para se colocar como necessitado da alma. O pessimista O pessimismo é uma atitude mental inadequada que gera uma energia negativa na mente da pessoa, prejudicando todas as atividades na vida. Tratar com o pessimista é muito difícil, pois ele se coloca a todo momento como fracassado e descrente de possíveis melhorias. Geralmente são indivíduos que portam auto obsessões e não raro frequentam casas espíritas a vida inteira. O pessimista pode necessitar de psicoterapia e têm-se que estar atentos a esse fato, para encaminhá-lo a profissionais da área, se for necessário. Com o estabelecimento da ajuda espiritual, sua atitude mental poderá se modificar, facilitando a compreensão das
  • 38. Leonardo Pereira Página 38 instruções a ele oferecidas através das palestras e conversas periódicas na sala de entrevistas. O portador de doença orgânica Normalmente a pessoa que procura a casa espírita com problema orgânico, pensa encontrar ali a cura de sua doença, pois acha que vai ser "operado" etc. É bom que seja informado que as etiologias das doenças podem ser de ordem externa e interna. Externas são aquelas provenientes do meio onde vivemos e circunstâncias da própria matéria que constitui nosso organismo. Internas, quando são oriundas do corpo espiritual e constituem-se em consequências de condutas e posicionamentos inadequados de outras encarnações. É importante certificar- se se o paciente está em assistência médica e jamais se deve suspender o uso de medicamentos. Encaminhar para tratamento adequado na casa espírita. O portador de doença grave São pessoas que vêm à casa espírita, normalmente trazidas por seus familiares, em estado de desespero por portarem doenças graves e às vezes crônicas. Essas pessoas vêm com grande esperança de serem curadas. É importante não prometer curas milagrosas, mas a ajuda que a Doutrina Espírita traz é fundamental para a superação da prova a que o paciente está submetido. A fluido terapia e a orientação sobre a origem dos males ajudará o enfermo no processo de conscientização e até, quem sabe, da cura propriamente dita. Prescrever assistência espiritual e deixar claro que o tratamento espírita é um auxiliar da medicina terrena. O esquizofrênico A esquizofrenia é uma enfermidade mental semelhante à obsessão espirita e pode ser classificada como auto obsessão. Os pacientes portadores dessa anomalia mental escutam vozes constantemente e têm mania de perseguição. Julgam-se saudáveis e na maioria das vezes resistem ao tratamento médico ou espírita. Nos casos em que o enfermo aceitar, ele poderá ser encaminhado ao tratamento convencional de desobsessão. O entrevistador não deverá considerar as manifestações do psiquismo doentio desses pacientes, como sendo informações consistentes para suas investigações. Geralmente os esquizofrênicos são Espíritos muito endividados com o passado, que estão em encarnações de grave expiação. A terapia espírita deverá estar associada ao tratamento psiquiátrico. 3.6 - Fichas de informações Esta ficha, devidamente preenchida com os dados de identificação na recepção, estará agora nas mãos do entrevistador para que se procedam as anotações inerentes ao caso.
  • 39. Leonardo Pereira Página 39 As informações mais pertinentes deverão ser ali anotadas, pois servirão para estabelecer uma linha de ação, assim como serão necessárias para o devido acompanhamento de cada caso. Todas as informações são absolutamente confidenciais e esta ficha será arquivada em local apropriado. Terá acesso a ela somente aqueles que estão envolvidos com essa tarefa. Evidentemente será utilizada em possíveis retornos. 3.7 - Carteira de controle Da mesma maneira que as fichas, as carteirinhas de controle são necessárias para um acompanhamento mais efetivo do tratamento realizado com os pacientes. Ali serão anotadas as datas dos passes ministrados, por pessoa encarregada pela organização desse procedimento, bem como a data do retorno do mesmo à Sala de Entrevistas para a avaliação final. É uma boa maneira também de se aferir faltas ou abandonos de tratamentos. Existem algumas resistências ao uso de "carteiras de tratamento" e as críticas baseiam- se no fato de se estar burocratizando o atendimento. O bom resultado dos trabalhos com esse método, no entanto, nos anima a continuar nessa linha de ação. 4.0 - Exame espiritual Este item, apesar de importante, só será possível de ser efetuado em caso de equipes bem treinadas e já com experiência no campo da mediunidade. O assistido poderá ser submetido a investigação espiritual, com médiuns seguros e maduros na tarefa, que darão informações sobre aquele caso, anotadas em sua ficha. O ideal seria que esses médiuns não fossem informados da situação do paciente para que não sofram nenhuma espécie de indução. As informações obtidas aqui serão depois confrontadas pelo entrevistador. Importante salientar que essas informações devem ser consideradas como auxiliares no diagnóstico final da problemática do paciente. Se houver grande incoerência entre os dados vindos dos médiuns e os que o entrevistador colheu na conversa, este exame deverá ser desconsiderado. Sempre lembrar que devemos ter muita cautela com as informações vindas do plano espiritual. Podemos trabalhar com 03 (três) tipos de investigação espiritual: psicofonia, psicografia e vidência. Todas, entretanto, devem ser bem trabalhadas e tratadas com muito cuidado, para que os resultados sejam satisfatórios. 5.0 - Terapêutica
  • 40. Leonardo Pereira Página 40 Como toda enfermidade física ou psíquica, o tratamento das obsessões e dos desajustes psíquicos necessita do uso de medicamentos precisos. Só que no caso dos centros espíritas, a terapêutica utilizada baseia-se na orientação ao enfermo, na fluido terapia, na desobsessão, nos cuidados médicos, na ocupação ao assistido etc. 5.1 - Orientação ao enfermo Neste tipo de assistência, a orientação adequada ao enfermo é parte importante para o sucesso de sua recuperação. Uma orientação mal conduzida poderá trazer mais prejuízos que benefícios. Daí a importância do entrevistador ter conhecimento doutrinário e experiência no trato com as pessoas. O assistido, após conversa de aconselhamento, poderá ser muito auxiliado nas explanações públicas do Evangelho de Jesus, com leituras de obras espíritas (caso tenha condições psíquicas para isso), reajustamento de hábitos, avaliação de sua conduta etc. Por esta razão é de muita importância que a casa tenha um trabalho de explanação bem estruturado, com palestras bem conduzidas dentro de uma linha que induza à reflexão e, consequentemente, à edificação. Será neste trabalho que a maioria dos casos simples serão tratados, sem que sejam necessárias intervenções mais ostensivas, como a utilização das atividades mediúnicas da casa, para evocações e doutrinação de Espíritos. Necessário, pois, cuidar bem dessa parte do trabalho. É importante que se tenha muita cautela com as instruções dadas, pois via de regra, se lida com pessoas problemáticas no campo do entendimento e qualquer informação mal conduzida poderá ser interpretada sob a ótica deturpada da pessoa em tratamento. A orientação deverá ser avaliada ou reforçada periodicamente. 5.2 - Fluidoterapia A fluido terapia é uma arma poderosa no tratamento das enfermidades espirituais. A maioria dos casos são resolvidos com estes procedimentos: orientação, passes e água fluidificada. É fundamental o Centro Espírita contar com uma equipe de passistas alinhada no mesmo pensamento de servir ao próximo e que tenha a plena consciência da gravidade da tarefa que está empreendendo. É preciso que também esteja consciente da necessidade de um constante trabalho de reformulação moral interior. Afinal a qualidade dos fluidos doados está na razão direta da moralização do médium. A equipe não poderá ter variação frequente, a não ser nos casos de necessidade.
  • 41. Leonardo Pereira Página 41 Os passes serão administrados nos dias do próprio atendimento, podendo nos casos graves, serem aplicados mais de uma vez por semana, e por mais de um passista. 5.3 - Reunião mediúnica Os casos de maior gravidade serão encaminhados para as reuniões mediúnicas destinadas à investigação. Evidentemente o grupo deverá ter sua equipe de médiuns já em funcionamento. Caso contrário é melhor não iniciar a tarefa de atendimento a processos obsessivos, sob pena de arrumar mais problemas que soluções. Os grupos deverão estar preparados para realizar a investigação através das evocações ou manifestações espontâneas, de acordo com a necessidade de cada caso. É de fundamental importância se saber a opinião dos Espíritos amigos sobre os casos mais graves em tratamento. Essas informações, associadas aos detalhes revelados na entrevista, poderão fornecer um diagnóstico satisfatório sobre os casos em questão. Após se ter uma ideia segura a respeito das causas dos problemas do paciente, será possível proscrever-lhe uma conduta terapêutica. 5.4 - Cuidados médicos Alguns pacientes portadores de obsessões graves poderão necessitar de uma terapia medicamentosa. O entrevistador, sempre que achar necessário, deverá encaminhar o paciente ao médico terreno, para que ele proceda conforme a necessidade. Caso ele já esteja sob cuidados médicos, evidentemente a terapia deverá ser mantida e jamais o entrevistador poderá interferir nesse procedimento. Receituários alopáticos, homeopáticos ou fitoterápicos devem ser terminantemente evitados na casa espírita. Esse tipo de trabalho é muito propício ao endeusamento de médiuns, ao estímulo à vaidade pessoal do mesmo e, por isso mesmo, à facilidade do concurso de Espíritos pouco adiantados, que via de regra, acabam comandando o núcleo espírita. Lembrar sempre que a terapia espírita se fundamenta na moralização dos pacientes, dos Espíritos perturbadores e na fluido terapia. Nada mais. 5.5 - Ocupação do enfermo Nos casos graves, as enfermidades espirituais podem levar as criaturas a condições tão degradantes que as impossibilitam ao trabalho de qualquer natureza. Porém, na maioria das situações as pessoas podem se dedicar a algum tipo de trabalho e isso deve ser estimulado como parte da terapia reequilibrante. A ociosidade agrava qualquer mente em desalinho. Entretanto, deve-se ter o cuidado para não levar adiante a ideia corrente de que basta
  • 42. Leonardo Pereira Página 42 colocar o obsidiado para "trabalhar" para livrá-lo da obsessão. Isso é procedimento de casas que não fundamentam seus trabalhos na metodologia kardequiana, portanto pouco têm a oferecer aos que buscam auxílio em situações de desespero. Como geralmente a parte assistencial é a linha de frente dos trabalhos dessas casas, generalizou-se esse grave equívoco em nosso meio, o que trouxe imensos prejuízos para a resolução dos problemas mais sérios. 6.0 - Resultados Em todo e qualquer trabalho que se realiza, faz-se necessário um estudo dos resultados, como método de aferição de sua produtividade. Isso se aplica a qualquer empreendimento. Neste caso, a observação dos resultados nos dará uma ideia da qualidade da assistência que está sendo oferecida aos pacientes que procuram a casa. Saber se os casos estão sendo resolvidos, se as pessoas estão satisfeitas com o tipo de serviço oferecido é obrigação de todo trabalho sério. Aqui entra a importância das fichas de atendimento e das carteirinhas de controle para realização dessa avaliação. Existem três itens básicos que nos auxiliam nessa avaliação: a) resolução do processo; c) Insucesso no tratamento; a) abandono da assistência. d) A experiência tem demonstrado que o Espiritismo pode resolver em torno de 70% dos casos de obsessões de um modo geral. Se os casos atendidos não estão sendo resolvidos, ou existe um percentual considerável de abandono, os métodos de trabalho precisam ser revistos passo a passo, da recepção à reunião mediúnica, passando pelo passe e reunião pública. 6.1 - Avaliações Não há outro meio de se saber os resultados de qualquer trabalho a não ser avaliando-o. A terapêutica espírita também não foge à regra. As avaliações dos assistidos devem ser periódicas, em data de retorno previamente marcada na entrevista inicial. Desta forma poderemos fazer duas coisas importantes: dar mais atenção à pessoa que está em assistência na casa e avaliar suas condições espirituais atuais. Caso sua situação espiritual não esteja evoluindo bem, deve-se continuar o tratamento e submeter o caso a uma nova investigação. Este também é um dos motivos da necessidade da carteira de controle. 6.2 - Encaminhamento do assistido Finalmente, depois da avaliação e liberação do paciente da assistência espiritual recebida, convém direcioná-la para algum setor da casa, se for de sua vontade permanecer nela. Neste caso, ela pode ser encaminhada para os cursos que o Centro Espírita oferece e que devem ser adequados para o seu nível de entendimento. Também