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Rastreamento
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O termo rastreamento, derivado do inglês screening, vem da
ideia de peneira – do inglês sieve –, rica em furos.
Todos os programas possuem resultados falso-positivos e falso-
negativos. No rastreamento, exames ou testes são aplicados em
pessoas sadias. (BRASIL, 2010)
Conceito
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• Aplicação de um teste para detectar uma
condição ou doença potencial numa pessoa
que não tenha sintomas conhecidos dessa
doença ou condição
– Anamnese (tabagismo)
– Exame físico (ausculta cardíaca – sopros)
– Estudo laboratorial (colesterol)
– Procedimento (retossigmoidoscopia)
Conceito
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Abordagem de alto risco
Classificar pessoas e selecionar o grupo de alto risco para se
aplicar uma medida preventiva.
Grande atrativo: intervenção é apropriada ao indivíduo, forte
motivação para adoção da intervenção, os profissionais de
saúde também estão motivados e existe um uso racional do
recurso (custo-efetividade). Por ser grupo de alto risco, as
intervenções se justificam, ou seja, em tese essa abordagem trás
mais benefícios do que danos ao paciente (ROSE, 1985).
Conceito
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Abordagem populacional
Abordagem radical, tentativa de eliminação da suscetibilidade,
possui grande alcance na população e é comportamentalmente
apropriada. Exemplos: imunização, o uso de cinto de segurança
e a orientação para MEV.
Aborda toda população = maioria das pessoas são saudáveis
Paradoxo da prevenção: a estratégia preventiva populacional
que traz mais benefícios para a saúde da população oferece
poucas vantagens para cada participante individualmente
(ROSE, 1985).
Conceito
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Detecção precoce (câncer)
Na área oncológica, o diagnóstico precoce é uma estratégia que
possibilita terapias mais simples e efetivas, ao contribuir para a
redução do estágio de apresentação do câncer. Por essa razão,
o conceito de diagnóstico precoce é por vezes nomeado de
down-staging (WHO, 2007).
É importante que a população em geral e os profissionais de
saúde reconheçam os sinais de alerta dos cânceres mais
comuns passíveis de melhor prognóstico se descobertos no
início. (BRASIL, 2010).
Conceito
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Detecção precoce (câncer)
Conceito
(WHO,2007;BRASIL,2010)
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Características do teste de rastreio:
– Alta sensibilidade e alta especificidade.
– Testes simples, baratos e seguros.
– Nenhum teste é absolutamente seguro.
– O “rastreio de massa” em pessoas saudáveis
apresenta problemas potenciais (falsos-positivos)
– O rastreio deve ser direcionado para pacientes
que mais se beneficiem, com acompanhamento
garantido.
[Harvard Medical School de Portugal]
António Vaz Carneiro
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Critérios para um Programa de Rastreio
GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013
Características da doença
- Impacto significativo (Saúde Pública)
- Período assintomático durante o qual a detecção é
possível
- Melhores desfechos se o tratamento ocorre no período
assintomático
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Critérios para um Programa de Rastreio
GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013
Características do teste de rastreio
- Sensibilidade suficiente para detectar doença no
período assintomático
- Especificidade suficiente para minimizar os resultados
falso-positivos
- Exame aceitável para as pessoas
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Critérios para um Programa de Rastreio
GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013
Características da população rastreada
- Prevalência suficientemente alta que o justifique
- Cuidados médicos acessíveis para o problema
- Pessoas dispostas a aderir ao processo de investigação
e tratamento;
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Critérios para um Programa de Rastreio
1. A doença deve representar um problema de saúde pública relevante,
considerando magnitude, transcendência e vulnerabilidade;
2. A história natural da doença/ problema deve ser bem conhecida;
3. Há um estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, no qual a
doença possa ser diagnosticada;
4. O benefício da detecção/ tratamento precoce com o rastreio é maior
do que se a condição fosse tratada ao diagnóstico;
5. Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático
são disponíveis, aceitáveis e confiáveis;
6. O custo do rastreamento/ tratamento de uma condição deve ser
razoável e compatível com o orçamento do sistema de saúde;
7. O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático.
Wilson e Jungner, 1968 In: [Cadernos da Atenção Básica 29] Rastreamento
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Rastreamento: viés
• Principais viéses de estudos de rastreamento
– Viés de Diluição: quem deveria ser incluído no
rastreamento não o recebe
– Viés de Contaminação: quem não deveria ser
incluído no rastreamento o recebe
– Viés de Seleção: população do estudo não condiz
com a população a qual o teste será aplicado
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Rastreamento: viés
Tempo de antecipação ou tempo ganho
Fletcher, 2008
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Rastreamento: viés
– Tempo de duração: maior intervalo pré-clínico =
doença de menor agressividade = maior sobrevida
Fletcher, 2008
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Rastreamento: viés
– Viés de sobrediagnóstico
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Rastreamento: viés
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Wilson e Jungner, 1968 In: [Cadernos da Atenção Básica 29] Rastreamento
• Viés de sobrediagnóstico/ dano
Rastreamento: viés
THIS IS HOW
OVERDIAGNOSIS
OCCURS
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• 1ª lição: Prevenir é caro, e nem sempre é
melhor que remediar.
Prevenir pode causar ansiedade, medo,
incerteza... e o exame preventivo pode causar
dano per se ou pelas consequências diretas
dele.
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Usando a Epidemiologia Clínica
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O valor “normal” de um exame, por convenção, inclui 95% da população saudável
-3σ -2 σ -1 σ 0 1 σ 2 σ 3 σ
68,2%
95,0%
99,7%
O que é isto?
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Ponto de corte
Glicemia (mg/dL)50 100 126 140
Diabéticos
Não Diabéticos
18090
Ponto de corte
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Ponto de corte
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Diabéticos
Não Diabéticos
18090
Ponto de
corte
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Ponto de corte
Glicemia (mg/dL)50 100 126 140
Diabéticos
Não Diabéticos
18090
Ponto de
corte
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O aumento do ponto de corte leva a:
- Aumento de especificidade
- Diminuição de sensibilidade
A diminuição do ponto de corte leva a:
- Diminuição de especificidade
- Aumento de sensibilidade
Ponto de corte
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• 2ª lição: CUIDADO ao aceitar passivamente os
pontos de corte de exames propostos em
Guidelines. Eles podem te gerar falsas doenças
com falsas necessidades (ou a falsa sensação
de segurança).
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Probabilidade de um teste ser positivo (ou apresentar
valor alterado) sabendo-se que o paciente examinado é
doente.
É uma característica intrínseca do teste
Pode ser calculada a partir da realização do teste em
uma população de pessoas sabidamente doentes e
verificação do percentual de exames alterados.
Sensibilidade
[Oficina Exames de Rastreio]
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Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
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inalterado
alterado
Resultado:
Em 100 pacientes doentes, 90 resultados alterados
SENSIBILIDADE = 90%
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Probabilidade de um teste ser negativo (ou apresentar
valor inalterado) sabendo-se que o paciente examinado
não apresenta a doença relacionada à alteração do
teste.
É uma característica intrínseca do teste
Pode ser calculada a partir da realização do teste em
uma população de pessoas sadias e verificação do
percentual de exames inalterados.
Especificidade
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Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
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inalterado
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Resultado:
Em 100 pacientes sadios, 90 resultados inalterados
ESPECIFICIDADE = 90%
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Onde está o nosso “olho” ao receber o resultado de
um teste de triagem?
Teste
Positivo Negativo Total
Doente a b a+b
Não Doente c d c+d
Total a+c b+d a+b+c+d
O que é isto?
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Suponha: 10% de prevalência de uma doença
s=90; e=90
Teste
Positivo Negativo Total
Doente 10
Não Doente 90
Total 100
Desempenho do teste
9 1
9 81
18 82
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Sensibilidade e especificidade são bons indicadores das
qualidades gerais de um teste.
Eles não ajudam a decisão da equipe médica que recebendo um
paciente com resultado positivo precisa avaliar se o paciente está
ou não doente.
Isto ocorre por que o cálculo de sensibilidade e especificidade é
feito a partir de situações em que há certeza sobre o diagnóstico.
Os valores preditivo positivo e negativo refletem a capacidade de
um teste em produzir decisões clínicas corretas.
Desempenho do teste
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É a probabilidade de o paciente estar realmente doente
quando seu exame tem resultado positivo.
Seu valor depende não apenas das características
intrínsecas do teste, mas também da prevalência da
doença na população.
O índice de falso-positivos de um teste em valores
percentuais é dado por: 100 – VPP (%)
Valor Preditivo Positivo
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Exemplo 1 – valor preditivo positivo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 10%.
No total: 90 pessoas sadias e 10 pessoas
doentes
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Exemplo 1 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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Exemplo 1 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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18 exames com resultado alterado
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inalterado
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18 exames com resultado alterado
Destes apenas 9 são de doentes
Valor preditivo positivo = 9x100/18
Valor preditivo positivo = 50%
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Exemplo 2 – valor preditivo positivo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 40%.
No total: 60 pessoas sadias e 40 pessoas
doentes
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inalterado
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Exemplo 2 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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Exemplo 2 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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Exemplo 2 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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inalterado
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42 exames com resultado alterado
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Sadio
inalterado
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Resultado:
42 exames com resultado alterado
Destes 36 são doentes
Valor preditivo positivo = 36x100/42
Valor preditivo positivo = 85,7%
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• 3ª lição: Conheça a prevalência da doença na
sua população. Ela equivale a probabilidade
pré-teste de uma doença.
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É a probabilidade de o paciente não apresentar
determinada doença quando seu exame tem resultado
negativo.
Seu valor depende não apenas das características
intrínsecas do teste, mas também da prevalência da
doença na população.
O índice de falso-negativos de um teste em valores
percentuais é dado por: 100 – VPN (%)
Valor Preditivo Negativo
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Exemplo 1 – valor preditivo negativo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 10%.
No total: 90 pessoas sadias e 10 pessoas
doentes
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inalterado
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Exemplo 1 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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Exemplo 1 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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Exemplo 1 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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Sadio
inalterado
alterado
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Sadio
inalterado
alterado
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82 exames com resultado inalterado
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inalterado
alterado
Resultado:
82 exames com resultado inalterado
Destes 81 não apresentam a doença
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Valor preditivo negativo = 81x100/82
Valor preditivo negativo = 98,8%
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Exemplo 2 – valor preditivo negativo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 40%.
No total: 60 pessoas sadias e 40 pessoas
doentes
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Doente
Sadio
inalterado
alterado
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Exemplo 2 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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2.4. Exemplo 2 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
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Sadio
inalterado
alterado
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2.4. Exemplo 2 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
[Oficina Exames de Rastreio]
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inalterado
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alterado
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58 exames com resultado inalterado
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58 exames com resultado inalterado
Destes, 54 não apresentam a doença
Valor preditivo negativo = 54x100/58
Valor preditivo negativo = 93,1%
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• 4ª lição: Além de conhecer a prevalência,
descubra os VPP e VPN dos testes que você
usa. Eles são mais úteis que sensibilidade e
especificidades em sua Unidade de Saúde.
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O “check-up”
• Probabilidade normal
O valor “normal” de um exame, por convenção, inclui 95% da população saudável
-3σ -2 σ -1 σ 0 1 σ 2 σ 3 σ
68,2%
95,0%
99,7%
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• Probabilidade de um achado anormal, em
uma pessoa saudável
= 1-p, ou seja, 1- 0,95 = 0,05
O “mito do check-up”
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O “mito do check-up”
• Probabilidade de pelo menos um exame com
resultado falso (3 exames)
= (1-p)x 3 – [(1-p)(1-p)x3] – [(1-p)(1-p)(1-p)]
= (0,05)x3 – [(0,05x0,05)x3) – (0,05x0,05x0,05)
= 0,15 – 0,0075 – 0,00000125
= 14,249875%
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O “mito do check-up”
• Probabilidade de pelo menos um exame falso
(12 exames)
0,4596 = 45,96%
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• 5ª lição: “Prevenir [em quantidade] [também]
não é melhor que remediar”. Muitos exames
significam muitas chances de erro do
laboratório.
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Mensagens finais
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Importante saber:
• Quando e quais doenças “rastrear”?
– Doenças que tenham repercussões
potencialmente graves
– Doenças de prevalência elevada.
– Necessariamente doenças que se conheça bem a
história natural e para as quais exista tratamento
adequado.
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Doente
Não Doente
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Brincando de estatísticas
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Aula sobre conceitos básicos de rastreamento - UFOP - Disciplina MFC (MED195)

  • 1. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Rastreamento Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO www.medicina.ufop.br 27/11/2017
  • 2. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto O termo rastreamento, derivado do inglês screening, vem da ideia de peneira – do inglês sieve –, rica em furos. Todos os programas possuem resultados falso-positivos e falso- negativos. No rastreamento, exames ou testes são aplicados em pessoas sadias. (BRASIL, 2010) Conceito
  • 3. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • Aplicação de um teste para detectar uma condição ou doença potencial numa pessoa que não tenha sintomas conhecidos dessa doença ou condição – Anamnese (tabagismo) – Exame físico (ausculta cardíaca – sopros) – Estudo laboratorial (colesterol) – Procedimento (retossigmoidoscopia) Conceito
  • 4. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Abordagem de alto risco Classificar pessoas e selecionar o grupo de alto risco para se aplicar uma medida preventiva. Grande atrativo: intervenção é apropriada ao indivíduo, forte motivação para adoção da intervenção, os profissionais de saúde também estão motivados e existe um uso racional do recurso (custo-efetividade). Por ser grupo de alto risco, as intervenções se justificam, ou seja, em tese essa abordagem trás mais benefícios do que danos ao paciente (ROSE, 1985). Conceito
  • 5. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Abordagem populacional Abordagem radical, tentativa de eliminação da suscetibilidade, possui grande alcance na população e é comportamentalmente apropriada. Exemplos: imunização, o uso de cinto de segurança e a orientação para MEV. Aborda toda população = maioria das pessoas são saudáveis Paradoxo da prevenção: a estratégia preventiva populacional que traz mais benefícios para a saúde da população oferece poucas vantagens para cada participante individualmente (ROSE, 1985). Conceito
  • 6. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Detecção precoce (câncer) Na área oncológica, o diagnóstico precoce é uma estratégia que possibilita terapias mais simples e efetivas, ao contribuir para a redução do estágio de apresentação do câncer. Por essa razão, o conceito de diagnóstico precoce é por vezes nomeado de down-staging (WHO, 2007). É importante que a população em geral e os profissionais de saúde reconheçam os sinais de alerta dos cânceres mais comuns passíveis de melhor prognóstico se descobertos no início. (BRASIL, 2010). Conceito
  • 7. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Detecção precoce (câncer) Conceito (WHO,2007;BRASIL,2010)
  • 8. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Características do teste de rastreio: – Alta sensibilidade e alta especificidade. – Testes simples, baratos e seguros. – Nenhum teste é absolutamente seguro. – O “rastreio de massa” em pessoas saudáveis apresenta problemas potenciais (falsos-positivos) – O rastreio deve ser direcionado para pacientes que mais se beneficiem, com acompanhamento garantido. [Harvard Medical School de Portugal] António Vaz Carneiro
  • 9. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Critérios para um Programa de Rastreio GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013 Características da doença - Impacto significativo (Saúde Pública) - Período assintomático durante o qual a detecção é possível - Melhores desfechos se o tratamento ocorre no período assintomático
  • 10. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Critérios para um Programa de Rastreio GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013 Características do teste de rastreio - Sensibilidade suficiente para detectar doença no período assintomático - Especificidade suficiente para minimizar os resultados falso-positivos - Exame aceitável para as pessoas
  • 11. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Critérios para um Programa de Rastreio GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013 Características da população rastreada - Prevalência suficientemente alta que o justifique - Cuidados médicos acessíveis para o problema - Pessoas dispostas a aderir ao processo de investigação e tratamento;
  • 12. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Critérios para um Programa de Rastreio 1. A doença deve representar um problema de saúde pública relevante, considerando magnitude, transcendência e vulnerabilidade; 2. A história natural da doença/ problema deve ser bem conhecida; 3. Há um estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, no qual a doença possa ser diagnosticada; 4. O benefício da detecção/ tratamento precoce com o rastreio é maior do que se a condição fosse tratada ao diagnóstico; 5. Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático são disponíveis, aceitáveis e confiáveis; 6. O custo do rastreamento/ tratamento de uma condição deve ser razoável e compatível com o orçamento do sistema de saúde; 7. O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático. Wilson e Jungner, 1968 In: [Cadernos da Atenção Básica 29] Rastreamento
  • 13. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Rastreamento: viés • Principais viéses de estudos de rastreamento – Viés de Diluição: quem deveria ser incluído no rastreamento não o recebe – Viés de Contaminação: quem não deveria ser incluído no rastreamento o recebe – Viés de Seleção: população do estudo não condiz com a população a qual o teste será aplicado
  • 14. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Rastreamento: viés Tempo de antecipação ou tempo ganho Fletcher, 2008
  • 15. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Rastreamento: viés – Tempo de duração: maior intervalo pré-clínico = doença de menor agressividade = maior sobrevida Fletcher, 2008
  • 16. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Rastreamento: viés – Viés de sobrediagnóstico
  • 17. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Rastreamento: viés Choosing WIsely
  • 18. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Wilson e Jungner, 1968 In: [Cadernos da Atenção Básica 29] Rastreamento • Viés de sobrediagnóstico/ dano Rastreamento: viés THIS IS HOW OVERDIAGNOSIS OCCURS
  • 19. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • 1ª lição: Prevenir é caro, e nem sempre é melhor que remediar. Prevenir pode causar ansiedade, medo, incerteza... e o exame preventivo pode causar dano per se ou pelas consequências diretas dele.
  • 20. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Usando a Epidemiologia Clínica
  • 21. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto O valor “normal” de um exame, por convenção, inclui 95% da população saudável -3σ -2 σ -1 σ 0 1 σ 2 σ 3 σ 68,2% 95,0% 99,7% O que é isto?
  • 22. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Ponto de corte Glicemia (mg/dL)50 100 126 140 Diabéticos Não Diabéticos 18090 Ponto de corte
  • 23. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Ponto de corte Glicemia (mg/dL)50 100 126 140 Diabéticos Não Diabéticos 18090 Ponto de corte
  • 24. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Ponto de corte Glicemia (mg/dL)50 100 126 140 Diabéticos Não Diabéticos 18090 Ponto de corte
  • 25. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto O aumento do ponto de corte leva a: - Aumento de especificidade - Diminuição de sensibilidade A diminuição do ponto de corte leva a: - Diminuição de especificidade - Aumento de sensibilidade Ponto de corte
  • 26. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • 2ª lição: CUIDADO ao aceitar passivamente os pontos de corte de exames propostos em Guidelines. Eles podem te gerar falsas doenças com falsas necessidades (ou a falsa sensação de segurança).
  • 27. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Probabilidade de um teste ser positivo (ou apresentar valor alterado) sabendo-se que o paciente examinado é doente. É uma característica intrínseca do teste Pode ser calculada a partir da realização do teste em uma população de pessoas sabidamente doentes e verificação do percentual de exames alterados. Sensibilidade
  • 28. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 29. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: Em 100 pacientes doentes, 90 resultados alterados SENSIBILIDADE = 90%
  • 30. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Probabilidade de um teste ser negativo (ou apresentar valor inalterado) sabendo-se que o paciente examinado não apresenta a doença relacionada à alteração do teste. É uma característica intrínseca do teste Pode ser calculada a partir da realização do teste em uma população de pessoas sadias e verificação do percentual de exames inalterados. Especificidade
  • 31. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 32. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: Em 100 pacientes sadios, 90 resultados inalterados ESPECIFICIDADE = 90%
  • 33. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Onde está o nosso “olho” ao receber o resultado de um teste de triagem? Teste Positivo Negativo Total Doente a b a+b Não Doente c d c+d Total a+c b+d a+b+c+d O que é isto?
  • 34. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Suponha: 10% de prevalência de uma doença s=90; e=90 Teste Positivo Negativo Total Doente 10 Não Doente 90 Total 100 Desempenho do teste 9 1 9 81 18 82
  • 35. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Sensibilidade e especificidade são bons indicadores das qualidades gerais de um teste. Eles não ajudam a decisão da equipe médica que recebendo um paciente com resultado positivo precisa avaliar se o paciente está ou não doente. Isto ocorre por que o cálculo de sensibilidade e especificidade é feito a partir de situações em que há certeza sobre o diagnóstico. Os valores preditivo positivo e negativo refletem a capacidade de um teste em produzir decisões clínicas corretas. Desempenho do teste
  • 36. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto É a probabilidade de o paciente estar realmente doente quando seu exame tem resultado positivo. Seu valor depende não apenas das características intrínsecas do teste, mas também da prevalência da doença na população. O índice de falso-positivos de um teste em valores percentuais é dado por: 100 – VPP (%) Valor Preditivo Positivo
  • 37. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 1 – valor preditivo positivo População composta por 100 pessoas. A prevalência da doença na população é de 10%. No total: 90 pessoas sadias e 10 pessoas doentes
  • 38. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 39. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 1 – valor preditivo positivo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 40. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 41. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 1 – valor preditivo positivo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 42. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 43. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 18 exames com resultado alterado
  • 44. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 18 exames com resultado alterado Destes apenas 9 são de doentes Valor preditivo positivo = 9x100/18 Valor preditivo positivo = 50%
  • 45. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 2 – valor preditivo positivo População composta por 100 pessoas. A prevalência da doença na população é de 40%. No total: 60 pessoas sadias e 40 pessoas doentes
  • 46. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 47. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 2 – valor preditivo positivo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 48. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 2 – valor preditivo positivo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 49. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 50. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 2 – valor preditivo positivo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 51. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 52. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 42 exames com resultado alterado
  • 53. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 42 exames com resultado alterado Destes 36 são doentes Valor preditivo positivo = 36x100/42 Valor preditivo positivo = 85,7%
  • 54. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • 3ª lição: Conheça a prevalência da doença na sua população. Ela equivale a probabilidade pré-teste de uma doença.
  • 55. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto É a probabilidade de o paciente não apresentar determinada doença quando seu exame tem resultado negativo. Seu valor depende não apenas das características intrínsecas do teste, mas também da prevalência da doença na população. O índice de falso-negativos de um teste em valores percentuais é dado por: 100 – VPN (%) Valor Preditivo Negativo
  • 56. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 1 – valor preditivo negativo População composta por 100 pessoas. A prevalência da doença na população é de 10%. No total: 90 pessoas sadias e 10 pessoas doentes
  • 57. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 58. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 1 – valor preditivo negativo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 59. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 1 – valor preditivo negativo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 60. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 61. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 1 – valor preditivo negativo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 62. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 63. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 82 exames com resultado inalterado
  • 64. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 82 exames com resultado inalterado Destes 81 não apresentam a doença
  • 65. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: Valor preditivo negativo = 81x100/82 Valor preditivo negativo = 98,8%
  • 66. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 2 – valor preditivo negativo População composta por 100 pessoas. A prevalência da doença na população é de 40%. No total: 60 pessoas sadias e 40 pessoas doentes
  • 67. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 68. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Exemplo 2 – valor preditivo negativo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 69. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto 2.4. Exemplo 2 – valor preditivo negativo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 70. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 71. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto 2.4. Exemplo 2 – valor preditivo negativo Realizado exame laboratorial para todos os pacientes. Características do exame solicitado: Sensibilidade: 90% Especificidade: 90%
  • 72. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado:
  • 73. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 58 exames com resultado inalterado
  • 74. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Doente Sadio inalterado alterado Resultado: 58 exames com resultado inalterado Destes, 54 não apresentam a doença Valor preditivo negativo = 54x100/58 Valor preditivo negativo = 93,1%
  • 75. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • 4ª lição: Além de conhecer a prevalência, descubra os VPP e VPN dos testes que você usa. Eles são mais úteis que sensibilidade e especificidades em sua Unidade de Saúde.
  • 76. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto O “check-up” • Probabilidade normal O valor “normal” de um exame, por convenção, inclui 95% da população saudável -3σ -2 σ -1 σ 0 1 σ 2 σ 3 σ 68,2% 95,0% 99,7%
  • 77. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • Probabilidade de um achado anormal, em uma pessoa saudável = 1-p, ou seja, 1- 0,95 = 0,05 O “mito do check-up”
  • 78. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto O “mito do check-up” • Probabilidade de pelo menos um exame com resultado falso (3 exames) = (1-p)x 3 – [(1-p)(1-p)x3] – [(1-p)(1-p)(1-p)] = (0,05)x3 – [(0,05x0,05)x3) – (0,05x0,05x0,05) = 0,15 – 0,0075 – 0,00000125 = 14,249875%
  • 79. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto O “mito do check-up” • Probabilidade de pelo menos um exame falso (12 exames) 0,4596 = 45,96%
  • 80. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • 5ª lição: “Prevenir [em quantidade] [também] não é melhor que remediar”. Muitos exames significam muitas chances de erro do laboratório.
  • 81. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Mensagens finais
  • 82. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Importante saber: • Quando e quais doenças “rastrear”? – Doenças que tenham repercussões potencialmente graves – Doenças de prevalência elevada. – Necessariamente doenças que se conheça bem a história natural e para as quais exista tratamento adequado. [Harvard Medical School de Portugal] António Vaz Carneiro
  • 83. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Utilize ... • «Apps»
  • 84. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto
  • 85. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto • Exemplo final
  • 86. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Teste Positivo Negativo Total Doente Não Doente Total 1000 Brincando de estatísticas
  • 87. [Oficina Exames de Rastreio] Leonardo Cançado Monteiro Savassi Universidade Federal de Ouro Preto OBRIGADO Leonardo C M Savassi savassi@medicina.ufop.br sites.google.com/site/leosavassi