Indicadores essenciais para monitorar ações em mídia social: Engajamento
Resenha weber
1. A “objetividade” do conhecimento na ciência social e na
ciência política.
Max Weber no ensaio “A “objetividade” do conhecimento na ciência social e na
ciência política” no qual propunha fazer uma análise a respeito das orientações gerais,
aspirações e limitações da revista “Arquivo para Ciência Social e Política Social”, que se
posicionava como um periódico científico, lança uma problemática: “Em que sentido há
‘verdades objetivamente válidas’ na área das ciências sociais que se ocupam da vida
‘cultural’?” (WEBER, p. 108).
Deste modo, na (tentativa) de resposta a essa pergunta e apontar os caminhos que
viabilizariam a dita “validade objetiva”, acabou trazendo três questões fundamentais para
a prática científica, especialmente para as “Ciências da Cultura”, a saber: A necessária
distinção entre “juízo de valor” e “realidade empírica”; A crítica às ideias de “lei” e
“conexão regular” nas ciências da cultura; e O significado da “validade objetiva” por
meio da construção de conceitos-limites, o chamado tipo-ideal.
Como será visto adiante, a ideia de objetividade em Weber não tem o mesmo
sentido de neutralidade, conforme pode sugerir uma leitura apressada. A ideia de
objetividade em Weber não reproduz um sentido convencional. Em primeiro lugar, é
fundamental contextualizar que a palavra “objetividade”, em contraposição à palavra
“subjetividade”, era uma aspiração intelectual que, na época do autor e no campo do
positivismo do século XIX, significava a independência completa dos valores e posições
de um indivíduo. Por outro lado, a palavra “objetividade” denotava, basicamente, a
análise pura – isto é, sem intermediários – de um objeto. Desse modo, para Weber, a
compreensão dos fenômenos sociais e políticos, em termos científicos, só teriam validade
a partir do momento que o cientista abnegasse seus valores e concepções pessoais e,
finalmente, realizasse uma análise precisa sem mediações e ideologias.
O primeiro pressuposto, então, defendido no texto por Weber, para possibilitar a
validade objetiva é o afastamento básico dos juízos de valor da análise da vida social.
Nota-se preocupação em caracterizar o juízo de valor como sendo do campo da crença,
não tendo, portanto, possibilidade de validade objetiva. Para ele, “juízos de valor não
deveriam ser extraídos de maneira nenhuma da análise científica, devido ao fato de
derivarem, em última instância, de determinados ideais, e de por isso terem origens
‘subjetivas’” (WEBER, 2001, p. 109). A consciência valorativa não deve guiar a
investigação científica. “Ela é própria do homem da ação: ele pondera e escolhe, entre os
valores em questão, aqueles que estão de acordo com sua própria consciência e sua
cosmovisão pessoal” (WEBER, 2001, p. 110).
Weber esclarece que juízos de valor são opiniões pessoais, às vezes muito simples,
às vezes bem elaboradas, inclusive em alguns casos com pressupostos orientadores.
Todavia, são apenas impressões sobre a realidade. Nada mais do que isso. Derivam do
imediato, da impressão do indivíduo sobre sua realidade particular. Nada têm de
objetividade. “Se o sujeito que emite juízos de valor deve professar estes critérios últimos,
isso é um problema pessoal, uma questão de sua vontade e de sua consciência; não tem
nada a ver com o conhecimento empírico” (WEBER, 2001, p. 111)
Em outras palavras: o conhecimento guiado por valores pessoais não contribuiu,
como também esconde, em sua análise, alguns elementos da realidade. Como
consequência, o juízo de valor é responsável por camuflar e ao mesmo tempo restringir o
campo de análise.
O conhecimento valorativo, reforça Weber, além de ser uma cosmovisão, ainda
não nos oferece este caminho metodológico. É um valor preso em sua própria construção.
2. Não é uma elucidação crítica, mas sim uma “cosmovisão”, que, para o autor, nunca pode
ser o resultado de um avanço do conhecimento empírico.
O saber objetivo é diferente. Age mediante determinados pressupostos que são, ad
corpus, reconhecidos por toda a comunidade acadêmica. Para Weber, “é certo que – e
continuará a sê-lo – se uma demonstração científica, metodologicamente correta no setor
das ciências sociais, pretende ter alcançado o seu fim, tem de ser aceita como sendo
correta também por um chinês” (WEBER, 2001, p. 113-114). Deve-se buscar tal postura,
mesmo quando há problemas no material da pesquisa. O exemplo do “chinês” citado pelo
autor é uma boa ilustração do pretendido, pois este chinês deve reconhecer como válido
o ordenamento conceitual da realidade empírica. Neste ponto faz-se necessário um alerta
para leituras equivocadas acerca da afirmação weberiana da universalidade dos
procedimentos científicos. Não é que o chinês tenha que concordar com as considerações
empíricas de um trabalho específico, mas sim, que ele reconheça a legitimidade científica
exposta naquelas páginas. Não se trata de universalidade positiva e nem da criação de
receitas de bolo. Nada disso! Weber é claro quanto à questão da ciência social como
apreensão das singularidades históricas e reconhece, portanto, não uma única
possibilidade de resposta para determinado fenômeno empírico, mas várias possibilidades
de causas e conseqüências. Trata-se, pois, de reconhecer os princípios e não apenas os
resultados.
Em suma, a “objetividade” é possível, todavia, dependerá dos esforços do
pesquisador em, de um lado, reconhecer a impossibilidade de afastamento completo dos
valores, e, de outro, ter o esforço pessoal de reconhecer esses valores (conscientes e
inconscientes) e procurar ver a realidade independentemente deles.
Na segunda questão trazida por Weber, o autor crítica às ideias de “lei” e “conexão
regular” nas ciências sociais (crítica ao positivismo). Weber questiona a metodologia
proposta pela corrente positivista do século XIX, afirmando a sua impossibilidade de
atender aos anseios das Ciências Sociais, isso porque o seu objeto é histórico, mutável,
heterogêneo, dinâmico e imprevisível. Não sendo passível, portanto, de mensurações
exatamente causais. O cientista social trabalha com padrões de probabilidades e não com
leis, as leis são somente meios e não os fins da análise sociológica. Admite também que
nem mesmo às ciências naturais, exceto a mecânica pura, prescinde do elemento
qualitativo.
Para Weber (2001, p. 133), “os problemas culturais que fazem mover a humanidade
renascem a cada instante, sob um aspecto diferente, e permanecem variáveis...”. Não há como se
pensar em determinações, relações de exata conexão causal num objeto que, a priori, já é
imprevisível.
Existe,paraWeber,umaracionalidade cognitivachamadade possibilidade objetivado
conhecimento,expressaemprobabilidadesde acontecimentos.Todavia,é radicalmente
diferente de conexãoregular. A ideiade lei tambémé algomuitofrágil,jáque háum certo
“encobrimento”de fenômenosque escapamageneralidade dalei social. Paraosdefensores
da “lei causal”nas ciênciassociais,oscasosdiscrepantes(outliers),ousãosecundários,jáque
precisamsermaisestudados,ousãodeixadosde lado.
Tal mecanismooperacionaldaspesquisasnegaaprópriaessênciade umalei
explicativa:asua fórmuladeve valerparatodososelementosdarealidade naqual se aplicaos
seusprincípios.Nemmesmonasáreasmaisquantificáveisdasciênciassociais,porexemplo,o
comérciofinanceiro,é possívelaelaboraçãode leis,alertaWeber.Éumaideiatambémfrágil
nessaárea,já que há ações imprevisíveisemtodasasesferassociaise nocomérciofinanceiro
não seriadiferente.
3. Reforça Weber (2001, p. 129), por conseguinte, que: “o número e a natureza das causas que
determinam qualquer acontecimento são sempre infinitos, e não existe nas próprias coisas critério
algum que permita escolher dentre elas uma fração que possa entrar isoladamente em consideração”
Na terceira parte do debate,Weberreconhece que nãoexiste umatotal objetividade
da vidacultural que possaser empregadapelaanálisecientífica.Sempre háoelementoda
parcialidade presente nasanálisessociais.Nãohácomo eliminaralguns“pressupostos”.Não
existe umaanálise científicatotalmente‘objetivada’davida cultural [...],oudos‘fenômenos
sociais’,que sejaindependente de determinadasperspectivasespeciaise parciais,graçasàs
quaisestasmanifestaçõespossamser,explicitaouimplicitamente,consciente ou
inconscientemente,selecionadas,analisadase organizadasnaexposição,enquantoobjetode
pesquisa(WEBER,2001, p. 124).
É retomadaa discussãoarespeitodosjuízosde valorpara lembrarque não há como o
indivíduopesquisadorse isolardomundoemque estáimbuído.O cientistasocial é,
concomitantemente,sujeitoe objetode suapráxiscientífica.Estudaummundode significados
no qual ele mesmofazparte. “Osjuízos de valor,aquelesmesmoque jádiscutimosnoinício
deste texto,mesmoafastadosdaanálise,aindanosincomodam.Porquê?Naspalavrasde
Weber,o próprio“conceitode culturaé um conceitode valor”(WEBER, 2001, p.127).
Entretanto,o fatoconcretodestaimpossibilidade de afastamentototal dos
pressupostossubjetivosdaanálise social nãoimpossibilitaumaanálise objetivadae válidada
vidacultural.LembraWeber(2001, p. 133) que “não devemosdeduzirde tudoissoque a
investigaçãocientíficocultural apenasconseguiriaobterresultados‘subjetivos’,nosentidode
seremválidosparauns,mas nãopara outros”.Destarte,diante de todaestaproblematização
prévia,comochegara objetividadedoconhecimentonasciênciasdacultura?A respostade
Max Weberse fundamentanaconstrução dotipoideal (outipopuro) comorecurso
metodológicocapazde se esquivardasciladasdojuízode valore dos “pressupostos”
subjetivosnaanálise davidasócio-econômica.
O tipo ideal é um conceito racional construído através de ideias, com a finalidade de
comparação com a realidade que, em sua essência, já difere em substância desta elaboração
racional. Weber alerta que o tipo ideal nunca será igual a realidade. É apenas um instrumento
de comparação que, na complexidade do tecido histórico-cultural, irá diferir em múltiplos
aspectos. A realidade é maior do que os conceitos. Conceito não tem efeito mágico! “A
construçãode tiposideaisabstratosnãointeressacomofim, masúnicae exclusivamente como
meio de conhecimento” (WEBER, 2001, p. 139).
É discutida a estrutura da formação dos conceitostípico-ideaiscomorecursos
metodológicos,nosquais, para Weber,expressama possibilidade davalidade objetivado
conhecimentonas ciênciasda cultura. Nesse pontoele propõe a construção do tipo ideal
como recurso metodológico.
4. O tipo ideal refere-se a uma construção mental da realidade, onde o pesquisador
seleciona um certo número de característicado objeto em estudo, a fim de, construir um
"todo tangível", ou seja, um TIPO. Esse tipo será muito útil para classificar os objetos de
estudo. Por exemplo, quando pensamos em democracia temos em mente um conjunto
de características em nossa mente dando origem a um todo idealizado (o Tipo Ideal).
Ao observar um sistema político contrastamos com esse tipo que temos em mente para
classificar esse sistema como democrático ou não.
Um conceito ideal é normalmente uma simplificação e generalização da realidade.
Partindo desse modelo, é possível analisar diversos fatos reais como desvios do ideal:
Tais construções (...) permitem-nos ver se, em traços particulares ou em seu caráter
total, os fenômenos se aproximam de uma de nossas construções, determinar o grau
de aproximação do fenômeno histórico e o tipo construído teoricamente. Sob esse
aspecto, a construção é simplesmente um recurso técnico que facilita uma disposição e
terminologia mais lúcidas (WEBER, citado por BARBOSA; QUINTANEIRO, 2002: 113).
será um instrumento que orientará a investigação e a ação do ator, como uma espécie
de parâmetro.
Então... o tipo ideal serve como um modelo que usamos para comparar com os casos que
realmente existem na realidade. É importante lembrar que ao construir um tipo ideal,
precisamos nos pautar em racionalidade e lógica, pensar não no que seria bom para você,
individualmente, mas nos aspectos essenciais daquele fenômeno que vai ser analisado.
Como a realidade socioeconômica é dinâmica e inconstante, portanto, transitória, a construção de
tipos ideais deve reconhecer tal mudança e também se tornar provisória.
“Na essência de sua tarefa está o caráter transitório de todas as construções típico-ideais, mas
também o fato de serem inevitáveis construções típico-ideais sempre novas” (WEBER, 2001, p.
148). O tipo ideal não passa “de tentativas para conferir uma ordem ao caos dos fatos que incluímos
no âmbito de nosso interesse” (WEBER, 2001, p. 148). Não é uma cópia representativa da realidade
objetiva, mas sim o contrário: um meio objetivo para representar a realidade.
Conclusão
Ao traçar toda essa discussão metodológica acerca da objetividade do saber nas ciências da
cultura, Weber conclui afirmando que: Chegamos ao final de nossa discussão, que teve como único
propósito destacar a linha quase imperceptível que separa a ciência da crença, e pôr a descoberto o
sentido do esforço do conhecimento sócio econômico. A validade objetiva de todo saber empírico
baseia-se única e exclusivamente na ordenação da realidade dada segundo categorias que são
5. subjetivas, no sentido específico de representarem o pressuposto do nosso conhecimento e de
associarem, ao pressuposto de que é valiosa, aquela verdade que só o conhecimento empírico nos
pode proporcionar (WEBER, 2001, p. 152). Desfechando, compreende-se que o tipo ideal, longe de
ser um mero conjuntode pressuposições subjetivas; mais longeaindade ser umateorizaçãogenérica
da vida cultural, é um meio metodológico objetivado. É um conceito criado racionalmente, no plano
das idéias, para servir de comparação com a realidade empírica. Visa captar as singularidades da
vida social não em via de mão única, mas numa possibilidade de análise multicausal dos fenômenos.
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Considerações finais
Diante de tal quadro de referência algumas lições práticas estão colocadas por Weber no texto que
findou de ser comentado. E quais seriam? a) Não cabe à ciência social weberiana a missão de
fornecer “receitas” para a vida social. É, como posição epistemológica, uma disciplina
compreensiva. Não é uma política social aplicada. “Jamais pode ser tarefa de uma ciência empírica
proporcionar normas e ideais obrigatórios, dos quais se possa derivar ‘receitas’ para a prática”
(WEBER, 2001, p. 109). b) O conhecimento da vida social é infinito, e, assim sendo, somente
uma parte ínfima desta vida pode ser apreendida de cada vez. “Assim, todo o conhecimento
da realidade infinita, realizado pelo espírito humano finito, baseia-se na premissa tácita de que
apenas um fragmento limitado dessa realidade poderá constituir de cada vez o objeto da
compreensão científica...” (WEBER, 2001, p. 124). c) O pesquisador às vezesé “convidado”,
consciente ou inconscientemente, para dar a realidade empírica à consideração que sua
imaginação pretender. É preciso estar atento às astúcias do desejo. Não se deve forçar a
realidade via caprichos do belprazer. “A ordem lógica dos conceitos, por um lado, e a distribuição
empírica daquilo que é contextualizado no espaço, no tempo e na conexão causal, por outro,
aparecem então de tal modo ligados entre si, que quase chega a ser irresistível a tentação de ‘forçar’
a realidade para consolidar a validade efetiva da construção da realidade” (WEBER, 2001, p. 147). d)
Teorias gerais deixam escapar na análise da vida humana dimensões particulares
fundamentais para a crítica sociológica. “Uma coisa, sem dúvida, é certa, em qualquer
circunstância: quanto mais‘universal’ for o problema em questão, isto é, quanto maisamplo
for o seu significado cultural, quanto menosfor possível dar uma resposta extraída do material
do conhecimento empírico, tanto maior será o papel dosaxiomasúltimose pessoais da fé e
dasidéiaséticas” (WEBER, 2001, p. 112). e) Não há como se determinarum único sentido para
determinadosaspectosda vida cultural. A análise weberiana é multicausal. Weber ilustra bem
esteargumentoao criticaraconcepçãomaterialistadahistória, ondea realidade material dos homens
é a causa primeira da explicação da realidade. Em Max Weber não há causas primeiras, segundas
ou terceiras como determinantes. Há, pois, uma sociologia multicausal.
6. Antes, sobretudo, Weber, deixa bem claro que não se trata de menosprezar os juízos de valor, de
invalidar as posições políticas, nem de tentar bloquear uma espécie de opinião esclarecida ou
fundamentada empiricamente. A questão gira em torno, então, de que é importante diferenciar os
dois campos de conhecimento. De que se deve cultivar a capacidade de
diferenciar julgamento de conhecimento científico.
Para ele, tomar decisões e posições a partir da realidade conhecida é algo possível, mas
tomadas em nível pessoal, uma vez que “Uma ciência não pode ensinar a ninguém o que deve
fazer, só lhe é dado – em certas circunstâncias – o que quer fazer.
O autor imputava à ciência o estudo dos “meios” e não o dos “fins”. Ela pode dizer ao
cientista o que pode fazer, mas não o que deve ser feito, ou seja, ela pode ajudar, com o seu
conhecimento técnico, através de um entendimento de determinados fenômenos, quais os melhores
meios para se atingir um determinado objetivo, mas não pode dizer, por mais madura empiricamente
que seja o que deve ser feito. (a ciência se limita a técnica, o que será feito é julgamento do
cientista?)
Diante disso, Weber irá ramificar sua análise em duasvertentes.A primeira será opontodevista dopensador
sobre essa discussãoe, a segunda,dizrespeitoàs verdades objetivamente validas nas ciências que se ocupam
da v ida “cultural”.
Afirma que ainda que “jamais pode ser tarefa de uma ciência empírica proporcionar normas e ideais
obrigatórios, dos quais se possa derivar ‘receitas’ para a prática” (WEBER, p. 109, 2001).
Adiante...weber reforça ao dizer que “É um ato ingênuo, mesmo que ele seja compartilhado por
certos especialistas, acreditar que é necessário, para a ciência social prática, estabelecer sobretudo,
“um princípio”, demonstrado cientificamente como válido, a partir do qual, em seguida, podem ser
deduzidas, de maneira unívoca, as normas para a solução de problemas práticos singulares (p.112).
Weber defende que não poderá ser tarefa das Ciências Sociais, assim como de nenhuma outra
ciência empírica, determinar um denominador comum prático para os problemas na forma de ideias
ultimas e universalmente válidas, uma tal determinação não apenas seria praticamente impossível,
como também não teria nenhum sentido.
A primeira distinção feita por Weber é a de juízo de valor e realidade empírica. Segundo
ele é necessário afastar os juízos de valor da análise da vida social, a consciência
valorativa não deve guiar a investigação científica, isso porque os juízos de valor são
impressões da realidade (carregadas de opiniões baseadas em crenças, sentimentos,
valores, etc.), não possuindo, portanto, validade objetiva, já que o saber científico objetivo
busca ver a realidade como ela é. Weber faz uma distinção clara entre juízos de fato e
juízos de valor, entre aquilo que “é” e aquilo que “deveria ser”.
7. No decorrer do ensaio já mencionado, Weber esclarece a diferença entre os termos juízo de valor e
referência a valores: o primeiro consiste numa afirmação moral, opinião pessoal que pode ser
refutada, ao passo que o segundo é um procedimento de seleção e organização da ciência objetiva.
Por exemplo, o cientista que considera que a liberdade é algo essencial e afirma em sua pesquisa,
que a liberdade de pensamento e expressão é um valor fundamental está fazendo um julgamento
em que sua personalidade se manifesta. As pessoas estão livres para concordar ou discordar da
referida afirmação. Por outro lado, se o sociólogo da política considerar a liberdade como um objeto
a respeito do qual os sujeitos debaterão, como aquilo que estava em jogo nos conflitos entre os
homens e partidos, ele estará explorando a realidade política do passado, estabelecendo um
paralelo entre ela e o valor “liberdade”.
É verdade que, no setor das nossas atividades científicas, continuadamente são
introduzidos elementos da cosmovisão pessoal, bem como na argumentação científica. Eles sempre
causam problemas, fazendo com que nós atribuamos pesos diferentes na elaboração de simples
relações causais entre fatos, na medida em que o resultado aumenta ou diminui a possibilidade de
realizações de nossas ideais pessoais. […]” (WEBER, 1999a, p. 111).
“Juízos de valor não deveriam ser extraídos de maneira nenhuma da analise científica,
devido ao fato de derivarem, em uma instância de determinados ideais, e de por isso terem
origens “subjetivas” (p.109) Nesse sentido, ao defender seu posicionamento, Weber rejeitará a ideia
de que a ciência empírica pode proporcionar normas e ideais obrigatórios, das quais possam ser transposta
em formas para a prática.Ou seja,os Juízos de v alor – oque deve ser – nãodevem ser extraídos das análises
cientificas, isso, deve-se aofatode quesãooriginárias da subjetividade dopesquisador.Com isso, questiona-
se o significado e a proposta crítica científica dos ideais e dos Juízos de v alor.
A partir de então, Weber investe na tentativa de esboçar uma abordagem teórico-
metodológica programática da ciência social. Tentativa essa que vai caminhar no sentido
de: (I) reconhecer que a ciência social produz apenas uma ordenação conceitual dos dados
empíricos, e que (II) somente por meio da formulação dos tipos ideais, da construção de
abstrações que unem sentidos reais, é que se poderá ter objetividade. Essa ‘objetividade’,
não obstante, precisa ser entendida não como uma característica do conhecimento que o
tornaria real. Para Weber, as abstrações não podem ser realidade, nem se confundir com a
realidade, uma vez que existe “o perigo iminente de se confundir o tipo ideal e a realidade”
8. (WEBER, 1999a, 146). Assim, ‘objetividade’ só se faz quando em oposição ao juízo de valor
e não pode ser confundido com correspondência com o real. Conhecimento objetivo então,
não seria conhecimento correspondente ao real,masconhecimento que se pretende isentar-
se de julgamentos. Investir em conhecimento objetivo, investir em uma ciência social não
seria a busca por um conhecimento tal-qual-o-real, mas a busca por um tipo de
conhecimento programaticamente neutro.Aqui,portanto,há um sentido da objetividade para
o campo da produção científica, um sentido dado por quem quer demarcar o campo
científico.
Segundo Weber sempre há elemento de parcialidade presente nas análises sociais, não há
como exercer a prática cientifica livre de pressupostos, a resposta de Weber se
fundamenta na construção do tipo ideal como recurso metodológico capaz de evitar o
juízo de valor e os pressupostos na análise da vida sócio-econômica.
O tipo ideal é “uma construção intelectual destinada à medição e à caracterização
sistemática das relações individuais, isto é, significativos pela sua
especificidade” (WEBER, 2001, p.144), o tipo ideal é um conceito racional construído
através de idéias, com a finalidade de comparação com a realidade que, em sua essência,
já difere em substância desta elaboração racional. Weber alerta que o tipo ideal nunca
será igual à realidade, e ainda ressalta que esta noção de ideal é diferente de exemplar, do
“dever ser”, pois não tem valor moral.
A CIÊNCIA NÃO É UM SISTEMA FECHADO.
A objetividade do conhecimento nas ciências como um todo, e nas ciências sociais,
seria o resultado do que se espera da ciência, um conhecimento isento, não fechado, não
dogmático e aberto a novas variáveis, aberto a novos conteúdos. A objetividade garantiria
antes de tudo, que um conhecimento esteja aberto à constante intervenções e novidades
empíricas, aberto a novasevidências. O fato de não possuir um valor a priori,garantiria essa
abertura ao conhecimento. Assim, a objetividade é possível porque é necessária, ela é
inerente ao conhecimento científico e sem ela não há possibilidade de conhecimento
científico. No caso das ciências sociais, ela se torna possível a partir do momento em que
9. se entende que a vida cultural é produzida, e que existem sentidos passíveis de
compreensão (WEBER, 1997) e que tais sentidos podem ser ordenados conceitualmente.
No entanto, mais especificamente e de maneira prática, sobre a objetividade nas
ciências sociais Weber vai indicar uma união entre economia e ciências da cultura. A
proposta que ele tem para a revista se confunde com o que considera ciência social: “[…] o
campo de trabalho característico da nossa revista é o da pesquisa científica do significado
cultural geral da estrutura socioeconômica da vida social humana, e das suas formas
históricas de organização.” (WEBER, 1999a,121).No entanto,diferentemente de Marx, que
sustenta um primado da matéria, Weber percebe que uma análise econômica apenas, é
uma análise parcialda vida culturale que o “elemento econômico” é um “elemento específico
dos fenômenos culturais [vida cultural]” (WEBER, 1999a, p. 119)[1]. A partir desse ponto
faz-se necessário alguns questionamentos:O que seria cultura ou vida cultural para Weber?
A objetividade nas ciências sociais estaria relacionada a capacidade de relacionar as
configurações culturais e as configurações das necessidades materiais?
Um possível caminho weberiano, aqui percebido, seria o de entender as questões
econômicas sob o primado da cultura. Compreendo a dinâmica social no que tange a
questão material a partir da formação de grupos de interesses materiais e meios de poder. Weber
(1999a, 119, grifo nosso) afirma:
Por outro lado, o conjunto de todos os fenômenos e condições de existência de uma cultura
historicamente dada influi na configuração de existência de uma cultura historicamente dada, na
configuração das necessidades materiais, nos modos de satisfazê-las, na formação dos grupos de
interesses materiais, na natureza dos seusmeios de poder, e por essa via, na natureza do curso do
“desenvolvimento econômico”, tornando-se assim, “economicamente relevantes”.
A preocupação em Weber é aproximar ainda mais a análise econômica da realidade
social que cria e movimenta conteúdos, aproximar e dar corpo às práticas. Nesse sentido,
Weber critica a “maneira imprecisa” do materialismo que afirma a existências de movimentos
e determinantes, sem se preocupar com o processo, em como isso poderia se manifestar
no fazer cotidiano e histórico dos indivíduos. Não existe relação causa-efeito e nem
denominador comum da explicação da realidade, que é histórica.
Weber busca construir uma ciência social livre de imputação de causas e de que
existiria uma irrealidade de interpretação ao se seguir um caminho de determinantes e de
causa-efeito. Para ele “Não existe nenhuma análise científica totalmente ‘objetivada’ da vida
cultural, ou dos ‘fenômenos culturais’” (WEBER, 1999a, 124). A possibilidade, portanto, de
um conhecimento objetivado nas ciências sociais fica condicionada a dois princípios gerais.
Primeiro (I) a do reconhecimento de que o homem é capaz apenas de conhecimentos
objetivos fragmentados e (II) de que as repetições regulares, leis e determinadas causas
10. possuem um papel limitado no isolamento desses fragmentos, devendo o cientista social se
contentar com um sistema de proposições de onde se poderia deduzir a realidade. Não
interessa – pois seria infrutífero – a busca por uma mecânica dos fatos, “o que nos interessa
é o aspecto qualitativo dosfatos” (WEBER, 1999a,126).Weber parte de um reconhecimento
da complexidade e do caráter situacional e configuracional da realidade social e histór ica.
Objetividade nas ciências sociais é portanto, uma tentativa de conhecimento ordenado da
realidade, que se intenta neutra de julgamentos, que se satisfaz com fragmentos da
realidade e que está circunstanciada pelo caráter randômico da realidade social, evitando
assim, a noção de correspondência com o real e se mantendo como um conhecimento não
dogmático, de caráter aberto e possível de falseamento.
As Ciências Sociais são movidas por interesses práticos, foi com o desejo de intervir no campo
humano que elas se desenvolveram. O problema de elas serem ou não vazia de interesses não tem
relação necessária com o fato de poderem ou não ser “objetivas”. Para Weber “objetividade” não
quer dizer desligamento dos interesses, dos valores, nem necessariamente o contrário. Até porque a
ciência não pode ser vazia de valores nem de ideais.
Assim sendo, a “objetividade” passa a ser outra coisa. Grosso modo, um conhecimento objetivo para
Weber é um conhecimento válido universalmente (daí o termo validade objetiva que ele usa em
seus escritos) para determinados fins, sejam eles práticos ou intelectuais. Como o que importa aqui
é a Sociologia é mais cabível entender o que vem a ser um conhecimento sociologicamente válido.
O principal objetivo da ciência é entender o porquê dos fenômenos serem o que são e da maneira
que são. O problema é que a realidade, sendo “infinita”, não é cognoscível sem um processo de
abstração. Todo estudo científico da realidade implica uma seleção, alguns cortes metodológicos.
Assim, as ciências sociais para Weber preocupam-se em estudar as individualidades históricas, as
singularidades. O real para Weber é sempre o individual. A realidade social é essencialmente
individual, singular.
Na medida em que nossa ciência, por meio da regressão causal, atribui causas individuais – de
caráter econômico ou não – a fenômenos culturais econômicos, ela está buscando um
conhecimento “histórico”. Na medida em que persegue um elemento específico dos fenômenos
culturais – neste caso, o elemento econômico – através dos mais variados complexos culturais, no
intuito de distinguir o seu significado cultural, ela está a buscar uma interpretação histórica a partir
de um ponto de vista específico. Oferece, assim, uma imagem parcial, um trabalho preliminar, para
o conhecimento histórico completo da cultura (WEBER, p.119, 2001).
WEBER, Max. A “Objetividade” doconhecimentona Ciência Sociale na Ciência Política.In: Metodologia
das ciências sociais. Parte I. SãoPaulo: Cortez, 1992, p. 107-154.
Weber parte da discussão,aoanalisar a redaçãoda Revista Arquivo, de comouma revista científica deve
deixar explícitoas tendências que vêm a seguir. Assim,segundoWeber, a Arquivodefende a idéia de ser
Todas as afinidades que envolvem a açãohumana dentroda ciência relacionam-se com as categorias de
“fim” e “meio”.Assim, deve-se pensar se os meios científicos utilizados serãoapropriados para atingir a
finalidade.Pode-se durante otrajeto, ponderar acerca doobjetivoe, ainda,comprovar e constatar as
conseqüências dos meios empregados.Destarte, os atores poderãoprever os “custos” dos meios para
atingir ofim pretendidoe, para Weber, este é um dos pontos principais,pois, já nãocabeà ciência opapel
ponderador dos recursos a serem aplicados. A ciência auxilia na conscientizaçãoda ação – escolha de
determinados valores e rejeite de outros –, porém,inabilitada de tomar decisão,cujocaráter é
completamente pessoal.
Assim sendo, Weber apresentará osignificadodaquiloque é o“objeto” da pretensão. Porém,nãose dev e
contar apenas com a compreensãodos fins pretendidos e, também,com os ideais que estãoem seu
fundamentopara uma abordagem científica acerca dos juízos de v alor.Portanto, será precisoavaliá-los
criticamente. Consiste esta,numa crítica dialética que,de um lado, é proporcionada numa avaliaçãológico-
formaldomaterialquese apresenta nos juízos de v alor e nas idéias historicamente dadas e, doutrolado,
11. num exame dos ideais.Daí que serãoatingidos os critérios últimos que,constituem de maneira
inconsciente,se manifestam nos juízos de v alor concretos,voltandoà idéia da subjetividade.
Uma ciência empírica nãopode ensinar a ninguém oque deve fazer,somente lhe é dadooque quer fazer.O
problema ocorre na relaçãoentre as idéias pessoais e a argumentaçãocientífica,pois, os elementos mais
íntimos da “personalidade” dos humanos, ou seja,os critérios últimos e os sumos juízos de v alor,“que
determinama nossa açãoe confere sentidoe significadoà nossa vida,sãopercebidos por nós comosendo
objetivamente validos”.
Aodizer sobre as necessidades de princípios sobre problemas práticos na ciência social,istoé, a referência
a juízos de v alor que se introduzem de maneira nãoreflexiva, Weber se dizcontra qualquer ciência
empírica que procura determinar um dominador comumpráticopara os problemas na forma de ideias
últimas e universalmente validas,pois nãoteria sentidoe, também, seria impossível. Assim sendo, a
Rev ista Arquivoprocurou segundoWeber,obter efetivamente normas práticas de v alidade científica,para
que exista a competência de diferenciar entre conhecer e julgar tantododev er científicode v er a verdade
dos fatos, comododev er práticode aderir aos próprios ideais.
Diante dessa situação, osociólogoalemãodefende que uma revista de ciências sociais que se diz
puramente científica deve ter por excelência a busca da verdadede modoque, independente da localidade
do leitor, seja reconhecidoa validadede certoordenamentoconceitualda realidade empírica.Também,já
que nãose dev em proibir os colaboradores ou editores de expressarem seus ideais, inclusiveos seus juízos
de v alor. Daínasce a necessidade dos autores e leitores terem conhecimentodos meios utilizados para
obter a realidade e, também,diagnosticar os juízos de v alor.
Logo, Weber distinguirá otratamentodas leis, istoé, doordenamentoconceitual dos fatos apresentadonas
ciências sociais das exposições de ideias, comona política social.Assim,questiona os colaboradores do
Arquivo, dizendosobre sua pretensãocompletamente científica, pois nela somente caberãoos tratamentos
das leis. Com isso, entra-se nodiscursoda imparcialidade científica na hora dojulgamento, porém,desde
já fica registrada a perspectiva de Weber sobre as “tendências” criadas na hora das seleções,já que fazemos
parte desse mundosocial.
Outropontoimportante da analise de Weber gira em tornoda v erdade objetiva quea área das ciências
sociais pretende chegar,assim, os discursos dosociólogo será em próda analise da “objetividade” e suas
funcionalidades. Diante disso, a objetividade está condicionada pela orientaçãode nossointeresse de
conhecimentoe essa orientaçãodefine-se em conformidade com osignificadocultural que atribuímos ao
ev ento. Portanto,osignificado própriopode conter fatos que leve a ser pensadocomoum problema de
inv estigaçãoda ciência social.
Todos os acontecimentos da vida cotidiana quantoos coletivos são, para Weber,economicamente
“condicionados”. Com isso, busca-se através dos mais complexos culturais,na intençãode diferenciar seu
significadocultural,uma interpretaçãohistórica a partir de um pontode v ista especificoe, com isso, obter
o conhecimentohistóricocompletoda cultura.
Nesse sentidoque, para Weber, nas ciências da realidade devem-se distinguir duas orientações: uma no
sentidoda história,da narraçãodaquiloque nãoacontecerá uma segunda vez,a outra nosentidoda ciência
social, istoé, da reconstruçãoconceitualdas instituições sociais e doseu funcionamento. Estas duas
orientações sãocomplementares. Quandooobjetodo conhecimentoé a humanidade,é legítimoointeresse
pelas características singulares de um indivíduo, de uma época ou de um grupo,tantoquantopelas leis que
comandamofuncionamentoe odesenv olvimento das sociedades. Portanto,a ciência,nos moldes de
Weber, se define,assim,comoum esforçoesperadoa compreender e a elucidar os v alores aos quais os
indivíduos aderiram.
Assim, oconceitode “social”,queparece ter um sentidopuramentegeral,adquire,logoque submetidoao
controle,um significadoparticular e, mesmoque ainda apresenta-se freqüentemente indefinido. Se
analisadonocaráter geral,constatará a inexistência de nenhumpontode v ista específicoa partir doqual
poderá auxiliar na compreensãode determinados elementos culturais.
Retomandoa idéia da imparcialidade,Weber retorna à idéia de que “nãoexiste nenhuma análise científica
totalmente “objetivada” da vida cultural,ou dos fenômenos sociais, que seja independente de
determinadas perspectivas especiais e parciais,graças às quais essas manifestações possam ser,explicita
ou implicitamente,consciente ou inconsciente,selecionadas,analisadas e organizadas na exposição,
enquantoobjetode pesquisa” (Pág,124).Assim,a ciência que osociólogobusca é oda ciência da realidade.
Procurandoentender oque está por volta de nós e nomundoem que estamos situados.Diante disso, o
objetivodas ciências sociais envolvea compreensãoda relaçãode sentidoda açãohumana,ou seja,
conhecemos um fenômenosocial somente quandoocompreendemos comofatocarregadode sentidoque
assinala para outros fatos significativos. Será osentidoresponsávelpeloforjamentodocaráter da ação,
quer seja ele político, econômicoou religioso. O objetivodocientista,então, será ode compreender este
12. processo, descobrindoos nexos causais que dãosentidoà açãosocial em determinadocontexto.
CONCLUSÕES:
Weber conclui afirmando que “Chegamos ao final de nossa discussão, que teve como
único propósito destacar a linha quase imperceptível que separa a ciência da crença, e pôr
a descoberto o sentido do esforço do conhecimento socioeconômico. A validade objetiva
de todo saber empírico baseia-se única e exclusivamente na ordenação da realidade dada
segundo categorias que são subjetivas, no sentido específico de representarem o
pressuposto do nosso conhecimento e de associarem, ao pressuposto de que é valiosa,
aquela verdade que só o conhecimento empírico nos pode proporcionar”(WEBER, 2001,
p. 152).
Ao apresentar os interesses editoriais e acadêmicos da revista Arquivo para a Ciência Social
e Política Social, Weber lança uma problemática: “Em que sentido há ‘verdades
objetivamente válidas’ na área das ciências sociais que se ocupam da vida ‘cultural’?”
(WEBER, 1999a, p. 108). Aliada a essa questão e relacionada aos interesses da revista,
Weber tentou circular as linhase limites definidoresdaquilo que seria juízo de valor e posição
política, e do que ele entende por texto científico, preocupado como uma “divisão de
princípios entre o conhecimento daquilo ‘que é’ e daquilo que ‘deve ser’” (WEBER, 1999a,
p. 108).
Para essa pergunta provocada por Max Weber e ainda válida, uma resposta prudente:
não há solução factual, direta. Ao mesmo tempo em que não pode ser definitivamente
respondida – pelo menos até hoje – também não pode ser completamente evitada e Weber
então propôs um possível caminho, teórico-metodológico.