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Autismo
Henrique Santos Soares- Liga de Pediatria-
Medicina UNICID
1
História:
O autismo foi descrito pela primeira
vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner
(médico austríaco, residente em
Baltimore, nos EUA) em seu
histórico artigo escrito originalmente
em inglês: Distúrbios Autísticos do
Contato Afetivo.
2
Em 1944, Hans Asperger, um médico
também austríaco e formado na
Universidade de Viena - a mesma em que
estudou Leo Kanner -, escreve outro artigo
com o título Psicopatologia Autística da
Infância, descrevendo crianças bastante
semelhantes às descritas por Kanner. Ao
contrário do artigo de Kanner, o de Asperger
levou muitos anos para ser amplamente lido.
A razão mais comumente apontada para o
desconhecimento do artigo de Asperger é o
fato dele ter sido escrito originalmente em
alemão.
Hoje em dia, atribui-se tanto a Kanner como
a Asperger a identificação do autismo, sendo
que por vezes encontramos os estudos de
um e de outro associados a distúrbios
ligeiramente diferentes.
3
Definição:
Distúrbio do desenvolvimento que se
caracteriza por alterações presentes
desde idade muito precoce,
tipicamente antes dos três anos de
idade, com impacto múltiplo e variável
em áreas nobres do desenvolvimento
humano como as áreas de
comunicação, interação social,
aprendizado e capacidade de
adaptação.
4
As crianças apresentam uma tríade de
dificuldades e comorbidades
associadas.
Quando a criança apresenta uma
características comportamentais, ela é
descrita como tendo um
comportamento autista, mas não o
autismo em seu espectro completo.
5
Síndrome de Asperger
Refere-se à criança com problemas
de socialização em uma forma mais
suave dentro do espectro autístico,
com o desenvolvimento da linguagem
no limite da normalidade.
6
Essas crianças têm grande dificuldade
em dar e receber em seus
relacionamentos sociais, apresentam
uma forma afetada de falar, interesse
estreitos e estranhos, não
compartilhados com os outros, e com
frequência mostram-se desajeitados.
Na realidade, o autismo compreende um
amplo espectro de distúrbios
comportamentais, variando de uma
forma grave, com ou sem dificuldades
importantes no aprendizado, até a forma
mais suave da síndrome de Asperger, ou
mesmo um comportamento autístico que
acompanha outras doenças.
7
Incidência:
De acordo com estudos recentes o
autismo seria 4 vezes mais freqüente
em pessoas do sexo masculino.
O autismo incide igualmente em
famílias de diferentes raças, credos ou
classes sociais.
A incidência do autismo varia de
acordo com o critério utilizado por
cada autor.
8
Vários países têm desenvolvido estudos
utilizando metodologias diferentes para
tentar avaliar a incidência do autismo.
A prevalência do autismo é de 3-6/1000
nascidos vivos. A manifestação clínica
ocorre geralmente entre 2 e 4 anos de
idade, quando há um desenvolvimento
rápido da linguagem e da socialização.
9
Em 2009 o pesquisador canadense Eric
Forbonne publicou uma revisão de 43
estudos sobre a incidência do autismo
publicados desde 1966, chegando à
conclusão que a incidência do autismo é
muito maior do que o que se imaginava.
Apesar da dificuldade de comparar estudos
utilizando metodologias tão diversas,
Forbonne chegou à conclusão que podemos
assumir com segurança a prevalência do
autismo é de 1 em cada 150 casos, ou seja,
que de cada 150 crianças nascidas uma teria
autismo.
10
Causas:
Suas causas são desconhecidas.
Acredita-se que a origem do autismo
esteja em anormalidades em alguma
parte do cérebro ainda não definida de
forma conclusiva e, provavelmente, de
origem genética.
Além disso, admite-se que possa ser
causado por problemas relacionados a
fatos ocorridos durante a gestação ou no
momento do parto.
11
Já que as causas não são totalmente
conhecidas, o que pode ser
recomendado em termos de
prevenção do autismo são os
cuidados gerais a todas as gestantes,
especialmente cuidados com ingestão
de produtos químicos, tais como
remédios, álcool ou fumo.
Essa condição não resulta de trauma
emocional ou consanguinidade.
12
Manifestações:
O autismo pode manifestar-se desde
os primeiros dias de vida, mas é
comum pais relatarem que a criança
passou por um período de
normalidade anteriormente à
manifestação dos sintomas.
13
É comum também estes pais
relacionarem a algum evento familiar o
desencadeamento do quadro de autismo
do filho. Este evento pode ser uma
doença ou cirurgia sofrida pela criança
ou uma mudança ou chegada de um
membro novo na família, a partir do qual
a criança apresentaria regressão.
Em muitos casos constatou-se que na
verdade a regressão não existiu e que o
fator desencadeante na realidade
despertou a atenção dos pais para o
desenvolvimento anormal da criança,
mas a suspeita de regressão é uma
suspeita importante e merece uma
investigação mais profunda por parte do
médico.
14
Normalmente, o que chama a atenção
dos pais inicialmente é que a criança é
excessivamente calma e sonolenta ou
então que chora sem consolo durante
prolongados períodos de tempo.
Uma queixa freqüente dos pais é que o
bebê não gosta do colo ou rejeita o
aconchego.
Mais tarde os pais notarão que o bebê
não imita, não aponta no sentido de
compartilhar sentimentos ou sensações
e não aprende a se comunicar com
gestos comumente observados na
maioria dos bebês, como acenar as
mãos para cumprimentar ou despedir-
se.
15
Geralmente, estas crianças não
procuram o contato ocular ou o
mantêm por um período de tempo
muito curto.
É comum o aparecimento de
estereotipias, que podem ser
movimentos repetitivos com as mãos
ou com o corpo, a fixação do olhar
nas mãos por períodos longos e
hábitos como o de morder-se, morder
as roupas ou puxar os cabelos.
16
Problemas de alimentação são
freqüentes, podendo se manifestar
pela recusa a se alimentar ou gosto
restrito a poucos alimentos.
Problemas de sono também são
comuns.
As manifestações citadas são as mais
comuns, mas não são condições
necessárias ou suficientes para o
diagnóstico de autismo.
17
Espectro de manifestações
autísticas:
O autismo não é uma condição de
“tudo ou nada”, mas é visto como um
continuum que vai do grau leve ao
severo.
A definição de autismo adotada pela
AMA, para efeito de intervenção, é
que o autismo é um distúrbio do
comportamento que consiste em uma
tríade de dificuldades:
18
Dificuldade de comunicação -
caracterizada pela dificuldade em
utilizar com sentido todos os aspectos
da comunicação verbal e não verbal.
Isto inclui gestos, expressões faciais,
linguagem corporal, ritmo e modulação
na linguagem verbal.
Dentro da grande variação possível na
severidade do autismo, poderemos
encontrar uma criança sem linguagem
verbal e com dificuldade na
comunicação por qualquer outra via.
19
Muitas das crianças que apresentam
linguagem verbal repetem
simplesmente o que lhes foi dito. Este
fenômeno é conhecido como ecolalia
imediata.
Outras crianças repetem frases
ouvidas há horas, ou até mesmo dias
antes; é a chamada ecolalia tardia.
20
Dificuldade de sociabilização - este
é o ponto crucial no autismo, e o mais
fácil de gerar falsas interpretações.
Significa a dificuldade em relacionar-
se com os outros, a incapacidade de
compartilhar sentimentos, gostos e
emoções e a dificuldade na
discriminação entre diferentes
pessoas.
21
Muitas vezes a criança com autismo
aparenta ser muito afetiva, por
aproximar-se das pessoas abraçando-as
e mexendo, por exemplo, em seu
cabelo, ou mesmo beijando-as, quando
na verdade ela adota
indiscriminadamente esta postura, sem
diferenciar pessoas, lugares ou
momentos. Esta aproximação
usualmente segue um padrão repetitivo
e não contém nenhum tipo de troca ou
compartilhamento.
22
Dificuldade no uso da imaginação -
se caracteriza por rigidez e
inflexibilidade e se estende às várias
áreas do pensamento, linguagem e
comportamento da criança. Isto pode
ser exemplificado por
comportamentos obsessivos e
ritualísticos, compreensão literal da
linguagem, falta de aceitação das
mudanças e dificuldades em
processos criativos.
23
Esta dificuldade pode ser percebida por
uma forma de brincar desprovida de
criatividade e pela exploração peculiar
de objetos e brinquedos. Uma criança
que tem autismo pode passar horas a fio
explorando a textura de um brinquedo.
Em crianças que têm autismo e têm a
inteligência mais desenvolvida, pode-se
perceber a fixação em determinados
assuntos, na maioria dos casos
incomuns em crianças da mesma idade,
como calendários ou animais pré-
históricos, o que é confundido, algumas
vezes, com nível de inteligência superior.
As mudanças de rotina, como mudança
de casa, dos móveis, ou até mesmo de
percurso, costumam perturbar bastante
algumas destas crianças. 24
25
26
Diagnóstico:
O diagnóstico de autismo é feito
basicamente através da avaliação do
quadro clínico. Não existem testes
laboratoriais específicos para a
detecção do autismo. Por isso, diz-se
que o autismo não apresenta um
marcador biológico.
27
Normalmente, o médico solicita exames
para investigar condições (possíveis
doenças) que têm causas identificáveis
e podem apresentar um quadro de
autismo infantil, como a síndrome do X-
frágil, fenilcetonúria ou esclerose
tuberosa. É importante notar, contudo,
que nenhuma das condições apresenta
os sintomas de autismo infantil em todas
as suas ocorrências.
Portanto, embora às vezes surjam
indícios bastante fortes de autismo por
volta dos dezoito meses, raramente o
diagnóstico é conclusivo antes dos vinte
e quatro meses, e a idade média mais
freqüente é superior aos trinta meses. 28
Para melhor instrumentalizar e
uniformizar o diagnóstico, foram
criadas escalas, critérios e
questionários.
O diagnóstico precoce é importante
para poder iniciar a intervenção
educacional especializada o mais
rapidamente possível.
29
Tratamento:
O tratamento da síndrome do autismo é
complexo, centrando em uma
abordagem medicamentosa destinada a
redução de sintomas-alvo,
representados principalmente por
agitação, agressividade e irritabilidade,
que impedem o encaminhamento dos
pacientes a programas de estimulação
educacionais e intervenções
terapêuticas. Por isso, quanto mais
precoce o diagnóstico melhor.
30
Tratamento e educação para crianças
autistas e com distúrbios correlatos da
comunicação foram desenvolvidos para
organizar o ambiente físico através da
rotina e facilitar a compreensão e a
adaptação da criança, promovendo uma
maior independência.
O autismo infantil é um quadro de
extrema complexidade que exige que
abordagens multidisciplinares, como
psicoterapia, fonoaudiologia,
equoterapia, musicoterapia e outros que
visem à questão educacional e da
socialização, a questão médica e a
tentativa de estabelecer etiologias e
quadros clínicos bem definidos.
31
Atualmente o método mais utilizado
para o tratamento do autismo é o de
análise comportamental da criança
(ABA), um método que tem por
objetivo a diminuição do
comportamento ritualístico, o
desenvolvimento da linguagem, a
melhora da socialização, assim como
a generalização do uso de todos
esses fatores no dia-a-dia da criança.
32
No entanto, é um método que requer
25-30 horas de terapia individual por
semana, tornando-se dispendioso e
consumindo muito tempo.
Essas crianças devem frequentar uma
escola adequada e algumas escolas
incorporam o método ABA.
Menos de 10% das crianças com
autismo estarão aptas a ser
independentes na idade adulta
33
Classificação:
Existem vários sistemas diagnósticos
utilizados para a classificação do
autismo.
Os mais comuns são a Classificação
Internacional de Doenças da
Organização Mundial de Saúde, ou
CID-10, em sua décima versão, e o
Manual de Diagnóstico e Estatística
de Doenças Mentais da Academia
Americana de Psiquiatria, ou DSM-IV.
34
DSM-IV
Frente às dificuldades encontradas na
identificação dos casos de autismo, a
Associação Americana de Psiquiatria
publicou no seu Manual de Diagnóstico e
Estatístico os critérios recomendados
para este diagnóstico.
Importante: as informações a seguir
servem apenas como referência. Um
diagnóstico exato é o primeiro passo
importante em qualquer situação;tal
diagnóstico pode ser feito apenas por um
profissional qualificado que esteja a par
da história do indivíduo.
35
A.Um total de seis (ou mais) itens de (1),
(2) e (3), com pelo menos dois de (1), um
de (2) e um de (3) (1) prejuízo qualitativo
na interação social, manifestado por pelo
menos dois dos seguintes aspectos:
(a) prejuízo acentuado no uso de múltiplos
comportamentos não-verbais, tais como
contato visual direto,expressão facial,
posturas corporais e gestos para regular a
interação social
(b) fracasso em desenvolver relacionamentos
com seus pares apropriados ao nível de
desenvolvimento
(c) falta de tentativa espontânea de
compartilhar prazer, interesses ou
realizações com outras pessoas (por
exemplo, não mostrar, trazer ou apontar
objetos de interesse)
(d) falta de reciprocidade social ou emocional
36
(2) prejuízos qualitativos na
comunicação, manifestados por pelo
menos um dos seguintes aspectos:
(a) atraso ou ausência total de
desenvolvimento da linguagem falada
(não acompanhado por uma tentativa de
compensar através de modos
alternativos de comunicação, tais como
gestos ou mímica)
(b) em indivíduos com fala adequada,
acentuado prejuízo na capacidade de
iniciar ou manter uma conversação
(c) uso estereotipado e repetitivo da
linguagem ou linguagem idiossincrática
(d) falta de jogos ou brincadeiras de
imitação social variados e espontâneos,
apropriados ao nível de desenvolvimento
37
(3) padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses e
atividades, manifestados por pelo
menos um dos seguintes aspectos:
(a) preocupação insistente com um ou
mais padrões estereotipados e restritos
de interesse, anormais em intensidade
ou foco.
(b) adesão aparentemente inflexível a
rotinas ou rituais específicos e não-
funcionais
(c) maneirismos motores estereotipados
e repetitivos (por exemplo, agitar ou
torcer mãos ou dedos, ou movimentos
complexosde todo o corpo)
(d) preocupação persistente com partes
de objetos
38
B. Atrasos ou funcionamento
anormal em pelo menos uma das
seguintes áreas, com início antes
dos 3 anos de idade:
(1) interação social,
(2) linguagem para fins de
comunicação social, ou
(3) jogos imaginativos ou simbólicos.
C.A perturbação não é melhor
explicada por Transtorno de Rett ou
Transtorno Desintegrativo da
Infância.
39
CID-10:
Transtorno invasivo do
desenvolvimento definido pela
presença de desenvolvimento
anormal e/ou comprometido em todas
as três áreas de interação social,
comunicação e comportamento
restrito e repetitivo.
Manifesta-se antes dos três anos de
idade e ocorre três a quatro vezes
mais em meninos.
40
a) Comprometimentos qualitativos na
interação social recíproca:
- Apreciação inadequada de indicadores
sócio-emocionais, como demonstrada
por uma falta de respostas para as
emoções de outras pessoas e/ou falta
de modulação do comportamento de
acordo com o contexto social;
- Uso insatisfatório de sinais sociais,
emocionais e de comunicação e,
especialmente, uma falta de
reciprocidade sócio-emocional;
41
b) Comprometimentos qualitativos na
comunicação:
- Falta de uso social de quaisquer habilidades de
linguagem que estejam presentes;
- Comprometimentos em brincadeiras de faz-de-conta
e jogos sociais de imitação;
- Pouca sincronia e falta de reciprocidade no
intercâmbio de conversação;
- Pouca flexibilidade na expressão da linguagem e
uma relativa ausência de criatividade e fantasia nos
processos de pensamento;
- Falta de resposta emocional às iniciativas verbais e
não-verbais de outras pessoas;
- Uso comprometido de variações na cadência ou
ênfase para refletir modulação comunicativa e uma
falta similar de gestos concomitantes
para dar ênfase ou ajuda na significação na
comunicação falada.
42
c) Padrões de comportamento, interesses e
atividades restritos, repetitivos e
estereotipados:
- Tendência a impor rigidez e rotina a uma ampla
série de aspectos do funcionamento diário,
usualmente isto se aplica tanto a atividades
novas quanto a hábitos familiares e a padrões de
brincadeiras;
- Particularmente na primeira infância, pode
haver vinculação específica a objetos incomuns,
tipicamente não-macios;
- Pode insistir na realização de rotinas
particulares e rituais de caráter não-funcional;
- Pode haver preocupações estereotipadas com
interesses tais como datas, itinerários, ou
horários;
43
Vídeo:
44
Bibliografia:
ABRA (Associação Brasileira de
Autismo)-Guia Prático Autismo- 7ª
ed. (http://www.autismo.org.br/)
Lissauer, Tom e Clayden, Graham-
Manual ilustrado de pediatria: com
dados e informações adaptados à
realidade brasileira- 3ª ed., editora
Elsevier, Rio de Janeiro-RJ, 2009.
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  • 1. Autismo Henrique Santos Soares- Liga de Pediatria- Medicina UNICID 1
  • 2. História: O autismo foi descrito pela primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner (médico austríaco, residente em Baltimore, nos EUA) em seu histórico artigo escrito originalmente em inglês: Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo. 2
  • 3. Em 1944, Hans Asperger, um médico também austríaco e formado na Universidade de Viena - a mesma em que estudou Leo Kanner -, escreve outro artigo com o título Psicopatologia Autística da Infância, descrevendo crianças bastante semelhantes às descritas por Kanner. Ao contrário do artigo de Kanner, o de Asperger levou muitos anos para ser amplamente lido. A razão mais comumente apontada para o desconhecimento do artigo de Asperger é o fato dele ter sido escrito originalmente em alemão. Hoje em dia, atribui-se tanto a Kanner como a Asperger a identificação do autismo, sendo que por vezes encontramos os estudos de um e de outro associados a distúrbios ligeiramente diferentes. 3
  • 4. Definição: Distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano como as áreas de comunicação, interação social, aprendizado e capacidade de adaptação. 4
  • 5. As crianças apresentam uma tríade de dificuldades e comorbidades associadas. Quando a criança apresenta uma características comportamentais, ela é descrita como tendo um comportamento autista, mas não o autismo em seu espectro completo. 5
  • 6. Síndrome de Asperger Refere-se à criança com problemas de socialização em uma forma mais suave dentro do espectro autístico, com o desenvolvimento da linguagem no limite da normalidade. 6
  • 7. Essas crianças têm grande dificuldade em dar e receber em seus relacionamentos sociais, apresentam uma forma afetada de falar, interesse estreitos e estranhos, não compartilhados com os outros, e com frequência mostram-se desajeitados. Na realidade, o autismo compreende um amplo espectro de distúrbios comportamentais, variando de uma forma grave, com ou sem dificuldades importantes no aprendizado, até a forma mais suave da síndrome de Asperger, ou mesmo um comportamento autístico que acompanha outras doenças. 7
  • 8. Incidência: De acordo com estudos recentes o autismo seria 4 vezes mais freqüente em pessoas do sexo masculino. O autismo incide igualmente em famílias de diferentes raças, credos ou classes sociais. A incidência do autismo varia de acordo com o critério utilizado por cada autor. 8
  • 9. Vários países têm desenvolvido estudos utilizando metodologias diferentes para tentar avaliar a incidência do autismo. A prevalência do autismo é de 3-6/1000 nascidos vivos. A manifestação clínica ocorre geralmente entre 2 e 4 anos de idade, quando há um desenvolvimento rápido da linguagem e da socialização. 9
  • 10. Em 2009 o pesquisador canadense Eric Forbonne publicou uma revisão de 43 estudos sobre a incidência do autismo publicados desde 1966, chegando à conclusão que a incidência do autismo é muito maior do que o que se imaginava. Apesar da dificuldade de comparar estudos utilizando metodologias tão diversas, Forbonne chegou à conclusão que podemos assumir com segurança a prevalência do autismo é de 1 em cada 150 casos, ou seja, que de cada 150 crianças nascidas uma teria autismo. 10
  • 11. Causas: Suas causas são desconhecidas. Acredita-se que a origem do autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto. 11
  • 12. Já que as causas não são totalmente conhecidas, o que pode ser recomendado em termos de prevenção do autismo são os cuidados gerais a todas as gestantes, especialmente cuidados com ingestão de produtos químicos, tais como remédios, álcool ou fumo. Essa condição não resulta de trauma emocional ou consanguinidade. 12
  • 13. Manifestações: O autismo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida, mas é comum pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade anteriormente à manifestação dos sintomas. 13
  • 14. É comum também estes pais relacionarem a algum evento familiar o desencadeamento do quadro de autismo do filho. Este evento pode ser uma doença ou cirurgia sofrida pela criança ou uma mudança ou chegada de um membro novo na família, a partir do qual a criança apresentaria regressão. Em muitos casos constatou-se que na verdade a regressão não existiu e que o fator desencadeante na realidade despertou a atenção dos pais para o desenvolvimento anormal da criança, mas a suspeita de regressão é uma suspeita importante e merece uma investigação mais profunda por parte do médico. 14
  • 15. Normalmente, o que chama a atenção dos pais inicialmente é que a criança é excessivamente calma e sonolenta ou então que chora sem consolo durante prolongados períodos de tempo. Uma queixa freqüente dos pais é que o bebê não gosta do colo ou rejeita o aconchego. Mais tarde os pais notarão que o bebê não imita, não aponta no sentido de compartilhar sentimentos ou sensações e não aprende a se comunicar com gestos comumente observados na maioria dos bebês, como acenar as mãos para cumprimentar ou despedir- se. 15
  • 16. Geralmente, estas crianças não procuram o contato ocular ou o mantêm por um período de tempo muito curto. É comum o aparecimento de estereotipias, que podem ser movimentos repetitivos com as mãos ou com o corpo, a fixação do olhar nas mãos por períodos longos e hábitos como o de morder-se, morder as roupas ou puxar os cabelos. 16
  • 17. Problemas de alimentação são freqüentes, podendo se manifestar pela recusa a se alimentar ou gosto restrito a poucos alimentos. Problemas de sono também são comuns. As manifestações citadas são as mais comuns, mas não são condições necessárias ou suficientes para o diagnóstico de autismo. 17
  • 18. Espectro de manifestações autísticas: O autismo não é uma condição de “tudo ou nada”, mas é visto como um continuum que vai do grau leve ao severo. A definição de autismo adotada pela AMA, para efeito de intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades: 18
  • 19. Dificuldade de comunicação - caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal. Dentro da grande variação possível na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldade na comunicação por qualquer outra via. 19
  • 20. Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. Este fenômeno é conhecido como ecolalia imediata. Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes; é a chamada ecolalia tardia. 20
  • 21. Dificuldade de sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar- se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. 21
  • 22. Muitas vezes a criança com autismo aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento. 22
  • 23. Dificuldade no uso da imaginação - se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos. 23
  • 24. Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm a inteligência mais desenvolvida, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários ou animais pré- históricos, o que é confundido, algumas vezes, com nível de inteligência superior. As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar bastante algumas destas crianças. 24
  • 25. 25
  • 26. 26
  • 27. Diagnóstico: O diagnóstico de autismo é feito basicamente através da avaliação do quadro clínico. Não existem testes laboratoriais específicos para a detecção do autismo. Por isso, diz-se que o autismo não apresenta um marcador biológico. 27
  • 28. Normalmente, o médico solicita exames para investigar condições (possíveis doenças) que têm causas identificáveis e podem apresentar um quadro de autismo infantil, como a síndrome do X- frágil, fenilcetonúria ou esclerose tuberosa. É importante notar, contudo, que nenhuma das condições apresenta os sintomas de autismo infantil em todas as suas ocorrências. Portanto, embora às vezes surjam indícios bastante fortes de autismo por volta dos dezoito meses, raramente o diagnóstico é conclusivo antes dos vinte e quatro meses, e a idade média mais freqüente é superior aos trinta meses. 28
  • 29. Para melhor instrumentalizar e uniformizar o diagnóstico, foram criadas escalas, critérios e questionários. O diagnóstico precoce é importante para poder iniciar a intervenção educacional especializada o mais rapidamente possível. 29
  • 30. Tratamento: O tratamento da síndrome do autismo é complexo, centrando em uma abordagem medicamentosa destinada a redução de sintomas-alvo, representados principalmente por agitação, agressividade e irritabilidade, que impedem o encaminhamento dos pacientes a programas de estimulação educacionais e intervenções terapêuticas. Por isso, quanto mais precoce o diagnóstico melhor. 30
  • 31. Tratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios correlatos da comunicação foram desenvolvidos para organizar o ambiente físico através da rotina e facilitar a compreensão e a adaptação da criança, promovendo uma maior independência. O autismo infantil é um quadro de extrema complexidade que exige que abordagens multidisciplinares, como psicoterapia, fonoaudiologia, equoterapia, musicoterapia e outros que visem à questão educacional e da socialização, a questão médica e a tentativa de estabelecer etiologias e quadros clínicos bem definidos. 31
  • 32. Atualmente o método mais utilizado para o tratamento do autismo é o de análise comportamental da criança (ABA), um método que tem por objetivo a diminuição do comportamento ritualístico, o desenvolvimento da linguagem, a melhora da socialização, assim como a generalização do uso de todos esses fatores no dia-a-dia da criança. 32
  • 33. No entanto, é um método que requer 25-30 horas de terapia individual por semana, tornando-se dispendioso e consumindo muito tempo. Essas crianças devem frequentar uma escola adequada e algumas escolas incorporam o método ABA. Menos de 10% das crianças com autismo estarão aptas a ser independentes na idade adulta 33
  • 34. Classificação: Existem vários sistemas diagnósticos utilizados para a classificação do autismo. Os mais comuns são a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, ou CID-10, em sua décima versão, e o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de Psiquiatria, ou DSM-IV. 34
  • 35. DSM-IV Frente às dificuldades encontradas na identificação dos casos de autismo, a Associação Americana de Psiquiatria publicou no seu Manual de Diagnóstico e Estatístico os critérios recomendados para este diagnóstico. Importante: as informações a seguir servem apenas como referência. Um diagnóstico exato é o primeiro passo importante em qualquer situação;tal diagnóstico pode ser feito apenas por um profissional qualificado que esteja a par da história do indivíduo. 35
  • 36. A.Um total de seis (ou mais) itens de (1), (2) e (3), com pelo menos dois de (1), um de (2) e um de (3) (1) prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes aspectos: (a) prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como contato visual direto,expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social (b) fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento (c) falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por exemplo, não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse) (d) falta de reciprocidade social ou emocional 36
  • 37. (2) prejuízos qualitativos na comunicação, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos: (a) atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não acompanhado por uma tentativa de compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímica) (b) em indivíduos com fala adequada, acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversação (c) uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática (d) falta de jogos ou brincadeiras de imitação social variados e espontâneos, apropriados ao nível de desenvolvimento 37
  • 38. (3) padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos: (a) preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco. (b) adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não- funcionais (c) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, agitar ou torcer mãos ou dedos, ou movimentos complexosde todo o corpo) (d) preocupação persistente com partes de objetos 38
  • 39. B. Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos 3 anos de idade: (1) interação social, (2) linguagem para fins de comunicação social, ou (3) jogos imaginativos ou simbólicos. C.A perturbação não é melhor explicada por Transtorno de Rett ou Transtorno Desintegrativo da Infância. 39
  • 40. CID-10: Transtorno invasivo do desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. Manifesta-se antes dos três anos de idade e ocorre três a quatro vezes mais em meninos. 40
  • 41. a) Comprometimentos qualitativos na interação social recíproca: - Apreciação inadequada de indicadores sócio-emocionais, como demonstrada por uma falta de respostas para as emoções de outras pessoas e/ou falta de modulação do comportamento de acordo com o contexto social; - Uso insatisfatório de sinais sociais, emocionais e de comunicação e, especialmente, uma falta de reciprocidade sócio-emocional; 41
  • 42. b) Comprometimentos qualitativos na comunicação: - Falta de uso social de quaisquer habilidades de linguagem que estejam presentes; - Comprometimentos em brincadeiras de faz-de-conta e jogos sociais de imitação; - Pouca sincronia e falta de reciprocidade no intercâmbio de conversação; - Pouca flexibilidade na expressão da linguagem e uma relativa ausência de criatividade e fantasia nos processos de pensamento; - Falta de resposta emocional às iniciativas verbais e não-verbais de outras pessoas; - Uso comprometido de variações na cadência ou ênfase para refletir modulação comunicativa e uma falta similar de gestos concomitantes para dar ênfase ou ajuda na significação na comunicação falada. 42
  • 43. c) Padrões de comportamento, interesses e atividades restritos, repetitivos e estereotipados: - Tendência a impor rigidez e rotina a uma ampla série de aspectos do funcionamento diário, usualmente isto se aplica tanto a atividades novas quanto a hábitos familiares e a padrões de brincadeiras; - Particularmente na primeira infância, pode haver vinculação específica a objetos incomuns, tipicamente não-macios; - Pode insistir na realização de rotinas particulares e rituais de caráter não-funcional; - Pode haver preocupações estereotipadas com interesses tais como datas, itinerários, ou horários; 43
  • 45. Bibliografia: ABRA (Associação Brasileira de Autismo)-Guia Prático Autismo- 7ª ed. (http://www.autismo.org.br/) Lissauer, Tom e Clayden, Graham- Manual ilustrado de pediatria: com dados e informações adaptados à realidade brasileira- 3ª ed., editora Elsevier, Rio de Janeiro-RJ, 2009. 45