O documento discute regras de concordância verbal em português, focando nos verbos "fazer", "haver" e "ser" quando usados em contextos específicos. Explica que esses verbos permanecem no singular quando indicam tempo ou quando significam "existir", e dá exemplos para ilustrar corretamente suas flexões e concordâncias.
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Concordância verbal
1. Concordância Verbal
Vamos falar sobre concordância verbal. Vamos tratar de um caso delicado que deixa muita
gente atrapalhada. O programa foi às ruas para ouvir a população:
Qual a forma correta?
“Vai fazer 5 semanas que ela foi embora.”
ou
“Vão fazer 5 semanas que ela foi embora.”
De sete pessoas ouvidas, três acertaram. A forma correta é: “Vai fazer 5 semanas que ela foi
embora.” O verbo “fazer” é um caso específico da nossa língua. Quando este verbo é usado
para indicar tempo transcorrido, não deve ser flexionado….
Verbo “fazer” indicando tempo não é flexionado:
“Faz dez anos…”
“Faz vinte dias…”
“Faz duas horas…”
“Já fazia dois meses…”
Quando usamos o verbo fazer associado a outro verbo, e indicando tempo, este também fica
no singular:
“Vai fazer vinte anos…”
“Deve fazer vinte anos…”
Vamos a outro exemplo de concordância, a partir da canção “O Poeta Está Vivo”, com o Barão
Vermelho:
“Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana.
Quando o papa e seu rebanho chegar,
não tenha pena:
todo mundo é parecido quando sente dor”
Se no caso do verbo “fazer” muitas pessoas usam indevidamente o plural, neste exemplo
ocorre o contrário: a letra usa indevidamente o verbo no singular. “Papa e rebanho” chegam,
portanto “quando o papa e seu rebanho chegarem”.
Houve, na letra da música, um escorregão na concordância. Como se trata de uma regra
básica da língua, procure respeitá-la na fala e na escrita
2. CONCORDÂNCIA DO VERBO FAZER
O brasileiro é resistente ao plural. Esta é a conclusão do professor Pasquale. Ouve-se muito
dois real, dez real…
Para ilustrar o professor propõe à rua a seguinte questão:
“Faz vinte anos que estive aqui ou fazem vinte anos que eu estive aqui”.
As opiniões ficam divididas.
O correto é “ Faz vinte anos que estive aqui.”
O verbo fazer indicando tempo não tem sujeito. Pode-se e deve-se dizer: “passaram dez
anos”.
De fato, os anos passam. Mas, nunca falar “ fazem dez anos “.
O mesmo acontece na locução verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação
de tempo: “ Já deve fazer vinte anos que ela foi embora “. Nunca dizer :”Já devem fazer vinte
anos …”. Nesses casos o verbo fazer vem sempre no
singular.
Outro caso é levantado: “Quando conheci sua prima, eu morava lá há dez anos” ou “… morava
lá havia dez anos”.
A dica é muito simples. Usando o verbo fazer a forma correta de falar é “…. morava lá fazia dez
anos”. Logo, “… eu morava lá havia dez anos”.
Neste caso, o verbo haver equivale a fazer, indica tempo. Os tempos verbais também devem
se casar: se eu morava…,
morava fazia …, morava havia…. É assim que exige o padrão formal da língua.
CONCORDÂNCIA DO VERBO HAVER
“Haja paciência!” Todos já ouvimos essa expressão. Esse “haja” é o verbo haver no presente
do subjuntivo.
Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado
sem que o usuário tenha consciência de que o está usando.
“Estive aqui há dez anos”. O “há” presente na oração é o verbo haver e pode ser trocado por
outro verbo: “Estive aqui faz dez anos”.
Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo haver. Quando se
diz “Há muitas pessoas na sala”, conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do
presente do indicativo.
3. Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra pessoas. Não se poderia
dizer “Hão pessoas”.
O verbo haver, quando usado com o sentido de existir, fica no singular. Se fosse usado o verbo
existir, este sim iria para o plural: “Existem muitas pessoas na sala”
A confusão tende a aumentar quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro. Em
certo trecho, a versão feita pelo conjunto “Os incríveis” da canção “Era um garoto que como eu
amava os Beatles e os Rolling Stones”, diz:
“… Não era belo mas, mesmo assim, havia mil garotas a fim….”
Nesta canção o verbo haver foi empregado com o sentido de existir. Logo, está correta a
versão, o verbo no passado e no singular.
No Brasil, fala-se “cabe dez”, “sobrou 30”, “falta 30”. Geralmente não se faz concordância. Mas,
quando não é necessário fazer, erra-se. “Houveram muitos acidentes naquela rodovia”.
Errado.
O correto é “Houve muitos acidentes naquela rodovia”. Haverá acidentes, houve acidentes, há
pessoas, havia pessoas, houve pessoas.
Vale repetir: “O verbo haver quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer,
fica no singular, independentemente do tempo verbal.
CONCORDÂNCIA DO VERBO SER
“Volta pra casa… me traz na bagagem: tua viagem sou eu.
Novas paisagens, destino passagem: tua tatuagem sou eu.
Casa vazia, luzes acesas (só pra dar impressão), cores e vozes, conversa animada (é só a
televisão)…” “Simples de Coração” (Engenheiros do Hawaii)
Na letra dessa música temos dois trechos interessantes: “tua viagem sou eu” e “tua tatuagem
sou eu”. São interessantes porque é relativamente pouco usual esse emprego do verbo ser.
Normalmente, quando vemos, por exemplo, “tua viagem”, esperamos um verbo na 3ª pessoa
do singular, concordando com o sujeito: “tua viagem é;…” ou “tua viagem foi…”
Mas – por que o letrista utilizou “tua viagem sou eu”? Porque o verbo ser, nesse caso, está
ligando o substantivo “viagem” ao pronome pessoal “eu”. O pronome pessoal prevalece, pelo
simples motivo de que, em termos de concordância verbal, a pessoa prevalece sobre o que
não é pessoa, sempre. Por isso, independentemente da ordem da frase, faz-se a concordância
4. do verbo “ser” com a pessoa, como fez de forma corretíssima o pessoal dos Engenheiros do
Hawaii nas duas passagens:
Eu sou tua viagem.
Tua viagem sou eu.
Eu sou tua tatuagem.
Tua tatuagem sou eu.
Concordância com pronome relativo e
expressões expletivas
Você já deve ter ouvido muita gente falar “não foi eu”. Acham que o “foi” vale para qualquer
caso. Não é bem assim.
Para ilustrar essa questão o professor Pasquale busca referência na música “Foi Deus que fez
você”, de Luiz Ramalho.
“… Foi Deus que fez o céu…
Foi Deus que fez você…
Foi Deus…”
“Foi Deus que fez”. Porque “foi”? Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a “ele” e “ele foi”.
Agora, não é cabível dizer “Eu foi”. Logo, “não foi eu” está errado. O correto é “não fui eu”, “não
fomos nós”.
O verbo que vem depois da palavra “que” também deve concordar com a palavra que vem
antes. Portanto, “Fui eu que fiz” ( eu fui, eu fiz),”Fomos nós que fizemos”, “Foram eles que
fizeram”.
Outra coisa que você não deve confundir é o caso da expressão expletiva “é que”, que é fixa. A
cancão “Só nós dois”, de Joaquim Pimentel, pode ilustrar muito bem.
“ Só nós dois é que sabemos
o quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém…”
A expressão “é que” é fixa. Nunca diga “São nessas horas que a gente percebe”. O correto é
dizer “Nessas horas é que a gente percebe” ou “É nessas horas que a gente percebe”.
“É que” é uma expressão de realce, fixa e fácil de ser percebida. Pode, também, ser eliminada.
Veja os exemplos:
5. “Só nós dois é que sabemos” – “Só nós dois sabemos” “É nessas horas que a gente percebe” –
Nessas horas a gente percebe”. A expressão “é que”, expletiva, pode ser perfeitamente
eliminada sem prejuízo da estrutura frasal.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS IMPESSOAIS
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Em Português, são os verbos sem sujeito. Esses verbos devem permanecer
sempre na "3ª pessoa do singular". São eles:
O Verbo Fazer quando usado em orações que dão a ideia de tempo: Faztrês
horas que vi o meu amor.
● Ontem fez vinte anos que meu avô morreu.
► Cuidado para não levar os verbos auxiliares ao plural; eles também não
variam:Deve fazer três horas que vi meu amor. Está fazendo três anos...
► Fazer quando indica horas, "não varia": Faz dez horas que ele partiu.
O Verbo Haver quando significa existir, acontecer, realizar-se, ou
fazer:Havia (existiam) muitas pessoas no barco que afundou.
● Houve (aconteceram) protestos da população.
● Haverá (realizar-se-ão) eleições este ano.
● Há (faz) tempos não vejo seu irmão.
► Também neste caso os verbos auxiliares ficam no singular:
● Vai haver protestos da população. / Já está havendo eleições! Progredimos!
Observações:
1º. Se o verbo haver for [auxiliar] de outro verbo, da oração concorda normalmente com o
sujeito: Os convidados já haviam saído.
2º. O verbo haver significando - ter, possuir, obter, portar-se, conduzir-se, ajustar contas -
concorda normalmente com o sujeito:
● Os cientistas houveram (obtiveram, tiveram) resultados favoráveis.
● Nem todos se houveram (portaram-se, conduziram-se) como convinha.
● Os que destruírem o meio ambiente se haverão com a justiça.
3º. Haver quando indica horas, "não varia": Há seis horas que o dia raiou.
4º. O verbo [existir] não é verbo impessoal, possui sujeito com o qual concorda
normalmente: Nesta cidade existem bons médicos.
O Verbo Chover quando usado no sentido próprio é impessoal:
● Choveu e nevou, durante muitos dias. / Choveu à beça ontem.
► Usado no sentido figurado, por exemplo, no sentido de cair, deixa de ser impessoal e,
portanto, concordará com o sujeito:
● Choviam pétalas de flores (suj.). / Choveram (o quê?) comentários e palpites.
6. O Verbo Ser na indicação das horas, datas e distâncias é impessoal e concordará
com a expressão designativa de hora, data ou distância:
● Seriam seis e meia da tarde.
● Hoje são vinte e um do mês, não são?
● Da estação a fazenda são três léguas.
Mas Atenção: se aparecer à palavra dia antes da expressão numérica, o verbo com ela
concorda. Assim diremos: Hoje é dia 31 de outubro.
No caso de locução verbal, é o "verbo auxiliar" do verbo [ser] que concorda com o
predicativo: Devem ser dez horas.
7. 1 - Assinale a alternativa em que a concordância do verbo grifado está
CORRETA:
a)Mesmo que se tratem de pessoas honestas, exija um fiador.
b)É importante que haja muitas faculdades de Letras.
c)Espero que, em fevereiro, façam dias menos ventosos.
d)Haviam quatro semanas que o navio estava no porto.
e)Se não houverem imprevistos, chegaremos amanhã.
2 - Assinale a alternativa em que a concordância do verbo grifado está
ERRADA:
a)Onde você andava? Fazem mais de três horas que a espero.
b)Talvez houvesse soluções melhores do que aquela.
c)Você não acha que basta de provocações?
d)Vão terminar acontecendo coisas desagradáveis
e)Haviam ocorrido vários acidentes naquele local.
3 - Assinale a alternativa em que a concordância do verbo grifado está
ERRADA
a)Acho que devem bastar duas colheres de açúcar.
b) Há de haver outras saídas.
c) Hão de existir outras saídas.
d) Podem tratar-se de vírus desconhecidos.
e) Deve passar das quatro horas.
4 - Assinale a alternativa em que o verbo grifado deve ser pluralizado,
a fim de que a concordância verbal fique CORRETA:
a)Em fevereiro deverá fazer dias melhores.
b)Espero que haja sobrado algumas cervejas.
c)Já começa a haver esperanças.
d)Aqui nunca havia feito verões tão rigorosos.
e) Não pode haver hesitações
5 - Este ano ........... as festas que ..........., que eu não comparecerei a
nenhuma.
a)pode haver - haver
b)podem haver - haverem
c)pode haver - houver
d)pode haver - houverem
e)podem haver - houver
6 - No domingo, ......... seis meses que as aulas começaram; pode-se
dizer que só .......... trinta dias para as férias.
a)fará - falta
b)farão - falta
c)fará - faltam
8. d)faz - falta
e) fazem - faltam
7 - Não ......... condições para se ........ os trabalhos; mesmo que as
........, era tarde.
a) havia - recomeçar - houvessem
b) haviam - recomeçarem - houvessem
c) haviam - recomeçar - houvesse
d) haviam - recomeçar - houvessem
e) havia - recomeçarem - houvesse
8 - .........ainda muitos dias para que ele volte? Afinal, .........bem uns
dois meses que ele foi viajar.
a) Faltará - deve fazer
b) Faltará - devem fazer
c) Faltarão - devem fazerem
d) Faltarão - devem fazer
e) Faltarão - deve fazer
9 - Já ......... muitos anos que só .......... ruínas das construções
que........ nesta cidade.
a) fazem - existe - haviam
b) fazem - existe - havia
c) fazem - existem - haviam
d) faz - existem - havia
e) faz - existem - haviam
10 - Todos os parafusos que .......... demais naquele relógio, noutros
.......... falta. .......... dez anos que a queixa era a mesma.
a) havia - fazia - Havia
b) havia - faziam - Havia
c) haviam - faziam - Haviam
d) haviam - fazia - Haviam
e) haviam - faziam - Havia
9. 1 - Em (A), temos a estrutura tratar-se de, o que exclui a possibilidade
de "pessoas honestas" ser o sujeito. Em (C), o verbo fazer não
poderia estar no plural porque indica um fenômeno da natureza,
sendo, portanto, considerado impessoal. Em (D) e (E), o
verbo haver está em seu emprego clássico de verbo impessoal;
"quatro semanas" e "imprevistos" são considerados meros objetos
diretos. A resposta é (B); o verbo haver está no singular por ser
impessoal.
2 -Temos, em (B), o verbo haver corretamente mantido no singular, já
que é impessoal ("soluções" é considerado objeto direto). Em (C), a
estrutura bastar de é impessoal; "provocações", portanto, não é o
sujeito. Em (D), o verbo principal da locução verbal é acontecer; o
sujeito é "coisas desagradáveis", e o verbo haver, que aqui é um
simples auxiliar, tem de concordar com ele. Em (E), temos outra
vez havercomo mero auxiliar da locução; a concordância se faz
naturalmente com o sujeito "vários acidentes". A alternativa que tem
erro é (A); o verbo fazer, ao indicar tempo decorrido, deveria ficar no
singular.
3 - Nas locuções verbais, como vimos, o verbo que comanda a
concordância é sempre o da direita. Em (A), devem concorda com o
sujeito de bastar ("duas colheres de açúcar"). Em (B), o
verbo haver torna impessoal a locução; em vista disso, o auxiliar fica
invariável. Em (C), o sujeito da locução é "outras saídas"; o
verbohaver, que aqui é um mero auxiliar de existir, faz a concordância
normal. Em (E),passar de, impessoal, faz com que seu auxiliar (deve)
permaneça invariável. A alternativa que tem erro é (D): tratar-se de é
uma estrutura invariável, e assim também deveria ficar seu auxiliar.
4 - Outra questão com locuções verbais: deverá fazer, haja
sobrado, começa a haver, havia feito e pode haver. Como vimos, a
pessoalidade (ou não) da locução é determinada por seu
verbo principal (aquele que ocupa a última casa da direita). Em (A),
(C), (D) e (E), o verbo principal é impessoal, e seu auxiliar está
corretamente no singular. A alternativa em que o auxiliar deveria ser
pluralizado é (B), pois aquihaver é um simples auxiliar de sobrar e
deveria concordar com "algumas cervejas".
5 - As duas lacunas envolvem o verbo haver, aqui usado no sentido
em que é considerado impessoal. Na primeira, ele é o verbo principal
da locução [poder + HAVER]; o auxiliar, neste caso, mantém a
impessoalidade do principal: pode haver. Na segunda lacuna, o verbo
é usado com o mesmo sentido, ficando, igualmente, na forma do
singular. Duas alternativas preenchem os requisitos indicados no
10. cabeçalho da questão: (A) e (C). Contudo, em (A) o verbo não foi
conjugado corretamente no futuro do subjuntivo; deveria ser houver,
não haver. A resposta é (C).
6 - A primeira lacuna deve ser preenchida pelo verbo fazer, que, neste
sentido de tempo decorrido, é considerado impessoal. O verbo da
segunda lacuna - faltar - é perfeitamente normal, devendo concordar
com o sujeito trinta dias. A resposta é (C).
7 - O verbo haver da primeira e da terceira coluna está no seu
clássico emprego como impessoal; vai ficar, portanto, no singular
(havia e houvesse). Na segunda coluna, temos uma construção
de passiva sintética, cujo sujeito é os trabalhos, o que
leva recomeçar para a 3a. pessoa do plural. A resposta é (E).
8 - A primeira lacuna deve ser preenchida pelo verbo faltar, que
concorda normalmente com o sujeito "muitos dias". Na segunda
lacuna, temos a locução verbal [dever + FAZER] que deverá ficar
invariável, uma vez que o sentido de fazer aqui o torna impessoal. A
resposta é (E).
9 - Na primeira lacuna, temos o clássico fazer no sentido de tempo
decorrido, que é impessoal. O verbo existir, da segunda lacuna, é um
verbo como qualquer outro, concordando com o sujeito "ruínas". Já
o haver da terceira lacuna é o impessoal de sempre. A resposta é (D).
10 - Na primeira lacuna, o verbo haver não tem sujeito e não pode
variar, embora a posição em que o objeto direto "todos os parafusos"
foi colocado na frase contribua para que um leitor apressado o tome
por sujeito. Na segunda lacuna, fazer não está empregado num dos
sentidos em que é impessoal; aqui ele é um verbo comum e deve
concordar com o sujeito plural ("todos os parafusos faziam falta") . Na
terceira lacuna, o verbo haver, indicando tempo decorrido, fica
invariável. A resposta é (B).