Aula 4 - Produção Editorial em Hipermídia
Curso de Comunicação Social - Produção Editorial - UFSM
Professora LIliane Dutra Brignol
Tema: Cultura da convergência
3. • Em Cultura da Convergência, Henry Jenkins,
propõe um conceito para definir as
transformações tecnológicas, mercadológicas,
culturais e sociais percebidas no cenário
contemporâneo dos meios de comunicação. O
autor analisa o fluxo de conteúdo que perpassa
múltiplos suportes e mercados midiáticos,
considerando o comportamento migratório
percebido no público, que oscila entre diversos
canais em busca de novas experiências de
entretenimento.
4. Livro trata da relação entre 3 conceitos:
• Convergência dos meios de comunicação
• Cultura participativa
• Inteligência coletiva
5. Convergência
• = 1) fluxo de conteúdos através de múltiplas
plataformas de mídia; 2) cooperação entre
múltiplos mercados midiáticos; 3)
comportamento migratório dos públicos dos
meios de comunicação em busca de
entretenimento.
• Foco impacto da convergência na cultura
popular. Como a convergência remodela a
cultura popular (americana) e como impacta a
relação entre públicos, produtores e conteúdos
da mídia.
6. Convergência
• Jenkins analisa a convergência pelas
transformações culturais relacionadas ao
consumo da mídia
• Convergência = transformações tecnológicas,
mercadológicas, sociais, culturais
“A circulação de conteúdos – por meio de
diferentes sistemas de mídia, sistemas
administrativos de mídias concorrentes e
fronteiras nacionais – depende fortemente da
participação ativa dos consumidores.”
7. Convergência
• Exemplo do celular (p.31) – Os
celulares se tornaram
fundamentais no processo de
convergência das mídias.
• Contra o paradigma da
‘revolução digital’ de que as
novas mídias substituiriam as
antigas. Segundo o paradigma
da convergência, novas e
velhas mídias vão interagir de
forma cada vez mais
complexa. (p.33)
8. As mídias não morrem
• Conceito de mídia – meio é uma tecnologia que permite a
comunicação; meio é um conjunto de protocolos
associados ou práticas sociais e culturais que cresceram em
torno de uma tecnologia. Sistemas de distribuição são
apenas tecnologias; meios de comunicação são também
sistemas culturais. (p.41)
• Assim, velhos meios de comunicação nunca morrem. O
que morre são as ferramentas que usamos para acessar
seu conteúdo (as tecnologias de distribuição).
“Tecnologias de distribuição vêm e vão todo o tempo, mas
os meios de comunicação persistem como camadas dentro
de um estrato de entretenimento e informação cada vez
mais complicado”. (p. 41)
9. As mídias não morrem
• O conteúdo de um meio pode mudar, seu público pode
mudar e seu status social pode subir ou cair, mas ele
segue a funcionar dentro de um sistema maior de
opções de comunicação. Os velhos meios de
comunicação não estão sendo substituídos,
mas suas funções são transformados pelo
poder de novas tecnologias. (p.41-2)
10. Falácia da caixa preta
• Hardware diverge e conteúdo
converge.
• A convergência das mídias é mais
do que apenas uma mudança
tecnológica. Altera a relação entre
tecnologias existentes, indústrias,
mercados, gêneros e públicos.
(p.43)
• A convergência envolve uma transformação
tanto na forma de produzir quanto na
forma de consumir os meios de
comunicação. (p.44)
11. Convergência corporativa e alternativa
• A convergência é tanto um processo
corporativo, de cima para baixo, como um
processo de consumidor, de baixo para cima.
A convergência corporativa coexiste com a
convergência alternativa. (p.46)
• Ressalva: consumidores pioneiros, de elite.
12. Cultura participativa
• Cultura participativa = contraria noções antigas
da passividade dos receptores dos meios de
comunicação. Produtores e consumidores não
são mais ocupantes de papeis separados. (Ainda
assim, corporações exercem maior poder do que
qualquer consumidor individual).
13. Cultura participativa
“A convergência não ocorre por meio de
aparelhos, por mais sofisticados que venham
a ser. A convergência ocorre dentro dos
cérebros dos consumidores individuais e em
suas interações sociais com outros. Cada um
de nós constrói a própria mitologia pessoal, a
partir de pedaços e fragmentos de
informações extraídos dos fluxos midiáticos e
transformados em recursos através dos quais
compreendemos nossa vida cotidiana.”
14. Inteligência coletiva
• Inteligência coletiva = expressão cunhada por
Pierre Lévy. Ideia de que nenhum de nós pode
saber tudo, cada um de nós sabe alguma
coisa, e podemos juntar as peças se
associarmos nossos recursos e unirmos nossas
habilidades. O consumo tornou-se um
processo coletivo compartilhado.
15. Inteligência coletiva
• É uma fonte
alternativa de poder
midiático, que
estamos usando, neste
momento, mais para
fins recreativos, mas já
começamos a aplicar
para propósitos mais
sérios.
16. Narrativa transmidiática
• “A narrativa transmidiática refere-se a uma
nova estética que surgiu em resposta à
convergência de mídias – uma estética que faz
novas exigências aos consumidores e depende
da participação ativa das comunidades de
conhecimento. A narrativa transmidiática é a
arte da criação de um universo”.
Fortalecimento de uma economia afetiva que orienta consumidores de bens
simbólicos e criadores midiáticos + expansão de formas narrativas transmidiáticas.
17. Narrativa transmidiática
• Um dos símbolos da narrativa transmidiática é
Matrix, classificado pelo autor como o “filme
cult emblemático da cultura da
convergência.”
Além dos filmes do cinema, que
foram o ponto de lançamento da
franquia, o universo de Matrix se
desenvolveu através de
quadrinhos, animes e games. Os
fãs de Matrix também criaram uma
enciclopédia virtual colaborativa, a
Matrix Wiki.
18. Narrativa transmidiática
• Para viver uma experiência plena num universo
ficcional, os consumidores devem assumir o papel de
caçadores e coletores, perseguindo pedaços da
história pelos diferentes canais, comparando suas
observações com a de outros fãs, em grupos de
discussão on-line, e colaborando para assegurar que
todos os que investiram tempo e energia tenham uma
experiência de rica.
• Em outros termos, cria-se um universo ficcional,
interconectado em diferentes canais de comunicação,
cujo sentido só é plenamente depreendido quando o
conteúdo é experimentado em todo o seu conjunto.