apresentação no primeiro seminário do LAIV, laboratório de análise interacional e videografia da universidade federal de pernambuco, coordenado pelo prof. luciano meira [http://lattes.cnpq.br/0903590025049309]
2. interação discursiva com crianças especiais [M] ana cleide
aprendizagem como prática discursiva e imagética [D] silvia maciel
narrativa e bioidentidade [D] karina moutinho
produção de sentidos em práticas tradicionais [D] ernani martins
arte e produção de sentidos [M] felipe quérette
música e corporeidade [M] airma melo
conversação com chatterbots [D] isabelle diniz
dialogicidade na interação em salas de chat [D] robson santos
nomeação e sentido em tag clouds [M] flora matos
artefatos e práticas da cultura digital na escola [D] angélica martins
colaboradoras
pompéia villancha-lyra, UFRPE | relações de apego mãe-criança
flávia peres, UFRPE | diálogos entre desenvolvedores e usuários de ambientes digitais
3. no nome do encontro, “interação humana” é apenas
ênfase: toda interação é humana
no nome do laboratório, “Análise Interacional” é uma
entre outras formas de análise da interação
a análise interacional é uma metodologia e, portanto,
inclui teoria e métodos de produção e análise de dados
filiados a um paradigma em psicologia
4. paradigma sócio-ecológico
PESSOA
campo de
tempo 1
canalização cultural
OUTRO
SOCIAL
mudança pessoa, ambiente
papel,
instituição
PESSOA
campo de
tempo 2
canalização cultural
5. análise interacional
Conceber a cognição enquanto social e ecologicamente
distribuída tem conseqüências para o método: a análise não
procura seus dados na atividade craniana, mas nos detalhes das
interações sociais situadas no tempo e no espaço, e
particularmente nas interações cotidianas que naturalmente
emergem entre membros de comunidades de prática.
Nesta perspectiva, artefatos e tecnologias formam um campo
social no qual certas atividades tornam-se prováveis, outras
possíveis, e outras improváveis ou impossíveis. O objetivo da
análise, então, é identificar as regularidades nas formas pelas
quais os indivíduos utilizam recursos do mundo social e material
no qual eles operam.
Brigitte Jordan & Austin Henderson, 1995
6. O desenvolvimento humano não pode ser estudado pelas formas estáticas do
ser, mas apenas através da análise direta de processos de MOVIMENTO, pois os
seres humanos estão “INDO” [on the move] o tempo inteiro (mesmo quando,
estacionários, estão sonhando ou imaginando coisas). Somos todos MIGRANTES.
Jaan Valsiner, 2009
8. A ação emerge, é organizada e pode ser interpretada através de um processo no
qual diferentes tipos de fenômenos sígnicos, instanciados em mídias diversas −os
campos semióticos− são justapostos de tal forma que se influenciam
mutuamente.
Um conjunto localmente relevante de campos semióticos para os quais os
participantes de uma atividade demonstradamente se orientam é chamado
configuração contextual. No decorrer da ação, novos campos semióticos
podem ganhar relevância enquanto outros passam a ser tratados como
irrelevantes, fazendo com que as configurações contextuais que oferecem o
enquadre, tornam visíveis e constituem a ação passem por um contínuo processo
de mudança.
2000
9.
10. configurações contextuais
Quando a ação é investigada em termos de configurações contextuais,
fenômenos que são usualmente tratados tão distintamente que se tornam
objetos de pesquisa em áreas acadêmicas completamente diferentes, como
por exemplo, a linguagem e a estrutura material de um ambiente, podem ser
analisados enquanto componentes coordenados de um processo comum
voltado à produção social de significados...
Esta ênfase na cognição enquanto um processo público e social, mergulhado
num mundo histórico e materialmente formatado, é consistente tanto com
as perspectivas vygotskianas quanto com os recentes estudos sociais e
antropológicos de práticas científicas e profissionais... mas adiciona a estas
perspectivas um enfoque acentuado nos detalhes do uso da linguagem e da
organização conversacional.
Goodwin (2000, p.1490-1491)
13. linguagem
corporeidade
emocionalidade
… a linguagem é um modo de ação.
Através da linguagem não apenas
falamos das coisas, mas alteramos o
curso dos acontecimentos: fazemos
com que as coisas ocorram.
Rafael Echeverria
Ontología del Lenguaje 1994
14. O sentido não é algo que se “tenha em mente”; na
perspectiva da pragmática da linguagem, as noções de
mente e entendimento funcionam como construtos
sintetizadores de um movimento dialógico;
A linguagem é uma forma de ação, para a qual esperamos,
sempre, responsividade de um outro dialógico, em
contextos interacionais ou “privados”;
Produzimos sentidos pelas nossas ações na linguagem, no
uso que dela fazemos.
17. carro na garagem
mamãe
papai
bebê guardanapo
colher_1
cadeirinha
prato
babador comida
colher_2
cozinha
filmadora
vovó com Waleska Camboin
18. focos da análise interacional
Segmentação (inícios e fins)
Estrutura do evento
Eventos possuem uma estrutura interna que é reconhecida e mantida pelos
participantes. Estamos interessados nas formas pelas quais os participantes tornam
esta estrutura visível para si mesmos e para os outros… como eles “anunciam” que a
fronteira de um segmento interacional se aproxima e que o próximo segmento de
interação será diferente.
Organização temporal, ritmo e periodicidade
Seqüencias repetitivas permitem o desenvolvimento de rotinas estáveis e uma infra-
estrutura durável no contexto da qual quebras na ação podem ser gerenciadas, fazendo
emergir certa preditibilidade na ação. A Análise Interacional busca tanto os aspectos
repetivos da ação quanto sua variabilidade.
19. focos da análise interacional
Turnos
Modos de participação
Processo de engajamento e afastamento da situação interacional caracterizado por
alinhamento corporal (usualmente face-a-face, contato viso-ocular regular, tom de voz
apropriado para a situação, e outros recursos oferecidos pela situação.
Quebras e reparos
A análise de quebras no sistema de regras interacionais disponível é um dos melhores
métodos para entender como o mundo se apresenta do ponto de vista do outro.
20. focos da análise interacional
Organização espacial da atividade
O corpo humano, suas abilidades sensório-motoras e suas formas compartilhadas de
orientar-se para o mundo social e material permite certos usos do espaço ao mesmo
tempo em que dificulta ou impede outros.
Artefatos e documentos
Compreender a emergência e manutenção de atividades e interações em função da
presença de diferentes artefatos e tecnologias.
21. carro na garagem
mamãe
papai
bebê guardanapo
colher_1
cadeirinha
prato
babador comida
colher_2
cozinha
filmadora
vovó com Waleska Camboin
22. augusto, 11 meses
alimentação como prática cultural
regulação e canalização de comportamentos
esperados
o “outro”
interação com outros sociais através do discurso,
gesto e orientação corporal
o mundo material
engajamento dos participantes com artefatos