1) O rei Nabucodonosor teve um sonho perturbador que esqueceu, desafiando os sábios a revelarem e interpretarem. 2) Daniel e seus amigos oraram a Deus, que revelou o sonho e sua interpretação: quatro impérios seriam substituídos por um reino messiânico. 3) A estátua de ouro, prata, cobre e ferro representava os impérios da Babilônia, Medo-Persa, Grego e Romano, que seriam destruídos pela "pedra cortada" que simboliza o
7. Introdução.
O segundo capítulo do livro de Daniel revela o plano divino
para o povo judeu e o gentílico. Deus revelou o seu projeto
soberano para os governos mundiais e mais uma vez
confirmou o reino messiânico. Ao estudarmos este capítulo,
veremos o reino da Babilônia atuando como o “dono do
mundo” e Nabucodonosor, como o seu executor. Porém,
por volta de 604 a.C., no período do apogeu da Babilônia, o
rei teve um sonho perturbador que o deixou insone. Por
providência divina, Nabucodonosor esqueceu o sonho e,
através do Espírito Santo, Daniel o desvendou. Na terceira
seção do capítulo dois (vv.17-22) veremos Deus intervindo
na vida do profeta e na dos seus amigos. O
desenvolvimento deste capítulo mostrará como Deus
trabalha nas circunstâncias mais adversas. O nosso Pai
atua na história humana para cumprir os seus desígnios!
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9. 1. O tempo do sonho (v.1).
O primeiro versículo demonstra um aparente
conflito de datas. A expressão "segundo ano do
reinado de Nabucodonosor" contrasta com os
três anos de treinamento de Daniel e de seus
companheiros descritos no primeiro capítulo.
Segundo estudiosos do Antigo Testamento,
tanto os judeus quanto os babilônios contavam
as frações de um ano como ano inteiro. Por
isso, a vigência do terceiro ano para a cultura
do reino de Judá era o segundo ano do reinado
de Nabucodonosor.
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11. 2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio
(2.2).
Ao esquecer-se do sonho, Nabucodonosor desafiou as
habilidades dos sábios palacianos em revelar e
interpretar o que ele havia sonhado. O sonho perturbou
o rei, pois Nabucodonosor suspeitava que a simbologia
do que sonhara tinha relação com o reino e com o futuro
do império. Naqueles tempos, os reis tinham a pretensão
de ser privilegiados com sonhos divinamente inspirados
(1 Rs 3.5-15; Gn 20.3). Quando sonhavam, requeriam
então o trabalho dos sacerdotes adivinhos. Estes
serviam à corte e interpretavam os sonhos de seus
senhores. Os sacerdotes adivinhos eram também
chamados de magos, astrólogos, encantadores ou
apenas "caldeus" (Dn 1.4).
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13. 3. O fracasso da sabedoria pagã (2.3-13).
Conforme descrito no capítulo dois, percebemos que
Nabucodonosor suspeitava da lisura e honestidade dos
seus magos conselheiros. Será que estes magos se
aproveitavam de estratégias para enganar e ameaçar as
pessoas com palavras vãs? Esta dúvida deveria ser
passada a limpo. Então o imperador desafiou-os a não
somente advinhar o sonho, mas interpretá-lo. O rei
decretou ainda a pena capital para todos os sábios do
palácio caso não desvendassem o sonho. Diante do
desafio, os magos revelaram-se incapazes de decifrar o
sonho do rei Nabucodonosor, bem como saberem o seu
conteúdo. O problema era que, por serem nobres, Daniel
e os seus amigos poderiam ser igualmente atingidos por
esse decreto.
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15.
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17. 1. A cautela de Daniel (vv.16-18).
Daniel entrou na presença do rei e pediu-lhe um tempo
para desvendar o sonho. O objetivo era receber a
resposta de Deus acerca do conteúdo do sonho de
Nabucodonosor. O profeta Daniel não agiu
isoladamente. Antes, procurou os seus amigos
Hananias, Misael e Azarias para juntos orarem a Deus
pedindo-lhe orientação espiritual sobre o assunto, a fim
de que eles não perecessem com os sábios da
Babilônia.
A ousadia da fé do profeta, demonstrada neste
episódio, ilustra-nos quão essencial é para o crente
viver uma vida de confiança e inteira dependência de
Deus. Há coisas na vida do crente que demandam
oração perseverante. Para obtermos resposta do
Senhor, a oração ainda é o canal mais eficaz (Mt 6.6).
18.
19. 2. Deus ainda revela mistérios (vv.19 -27).
Depois de Daniel e os seus companheiros
terem buscado a Deus em oração, o Senhor
revelou o que o rei havia sonhado e também o
que o sonho significava. Daniel exaltou e
alegrou-se em Deus porque o Altíssimo interveio
na história humana. Quem pode livrar como o
Senhor? Quem pode impedir a sua ação?
Sábio algum do mundo! Ninguém poderia
perscrutar o pensamento e a consciência de
um homem poderoso como o rei da Babilônia.
Mas o Senhor dos Exércitos não só podia como
o fez. Ele é o Criador; o homem, criatura! O
mundo está sob a providência de Deus, pois
Ele tem poder de mudar os tempos e as
estações do ano, de remover e estabelecer
reis. Ele conduz a história humana (v.21; At 1.7)!
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21. 3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor
(vv.28,29).
O que foi revelado ao profeta Daniel? Em síntese, Deus
mostrou que o sonho do rei dizia respeito a Babilônia,
bem como aos acontecimentos futuros envolvendo
outros reinos. A expressão "fim dos dias" merece ser
destacada. Segundo a escatologia judaica, essa é uma
expressão do Antigo Testamento que significa o espaço
de tempo, desde o início do cumprimento da profecia no
império babilônico até o estabelecimento do reinado de
Cristo na terra. Outro ponto digno de nota é que Daniel
não expressa nenhum interesse de ter os créditos da
revelação. Para o profeta, a revelação do mistério é
mérito somente de Deus. A glória pertence ao Todo-
Poderoso que, pela sua imensurável graça, desvenda os
mistérios terrenos e espirituais aos pequeninos deste
mundo.
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24.
25. 1. A correta descrição do sonho (vv. 31-35).
O sonho do imperador babilônico era profético.
Nabucodonosor viu uma estátua (v.32) constituída por
uma cabeça de ouro; peito e braços de prata; ventre e
coxas de cobre; pernas de ferro (v.33); e pés de ferro
e de barro (v.33). O versículo 34 relata "uma pedra
que foi cortada, sem mãos" a qual feriu os pés da
estátua, destruindo-a completamente.
Os quatro impérios pagãos, mencionados
simbolicamente na profecia já existiram, comprovando
a veracidade da visão profética. Todavia, a visão da
"pedra que foi cortada, sem mãos" ainda não se
cumpriu, pois trata-se do reino universal de Jesus
Cristo que ainda não foi literalmente estabelecido.
26.
27. 2. A interpretação dos elementos
materiais da grande estátua (2.34-45).
a ) "A cabeça de ouro " (vv.32,36-38).
Exemplificava o reino da Babilônia.
Nabucodonosor a governou por 41 anos
e a transformou no império mais
poderoso da época.
28.
29. b) "O peito e os braços de prata"
(vv.32,39).
Trata-se do império Medo-Persa. Os
dois braços ligados pelo peito
representam a união dos Medos e dos
Persas.
30.
31. c) "Ventre e os quadris" (vv.32,39).
Retrata o império Grego. Foi
Alexandre Magno que dominou o
mundo inteiro constituindo assim um
dos impérios mais extensos na
história da humanidade até a sua
morte prematura.
32.
33. d) "Pernas de ferro" (v.33,40-43).
Refere-se ao último império da história, o
romano. Os pés de ferro e barro indicam
a fragilidade deste império. A mistura
entre ferro e barro não ocorre. O império
romano, por um lado era poderoso
(ferro), mas por outro, frágil e decadente
(barro).
34.
35. 3. "A pedra cortada, sem ajuda de mãos"
(2.45). Esta "pedra" representa o reino de
Cristo intervindo nos reinos do mundo. Cristo
é a pedra cortada que desfará o poder
mundial do Anticristo (Dn 2.45; Sl 118.22; Zc
12.3). A pedra cortada vinda do monte
significa, figuradamente, a vinda do Rei
esmiuçando o domínio imperial e pagão deste
século (Dn 2.44,45). Cristo é quem regerá as
nações para sempre!
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39. Conclusão.
A revelação da estátua provou ao rei
Nabucodonosor a soberania do Deus de
Israel. Nação a qual o rei havia levado em
cativeiro, destruído a Cidade Santa e o seu
Templo (2 Cr 36.11-23). O Deus desta nação
revelou a Daniel e aos seus companheiros o
futuro dos impérios ao longo da existência
humana (Dn 2.46-49). Nabucodonosor
compreendeu isto. E nós? O quanto
valorizamos e amamos o Deus soberano?